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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema de trabalho:
Geografia Humana e o Impacto do Trabalho de Campo para o seu estudo

Nome: Isolda Joaquim Inácio


Código do Estudante: 708204366

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Técnicas e Metodologias em Geografia Humana
Ano de Frequência: 4º Ano

Tete, Junho, 2023

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Classificação
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 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
Conteúdo académico
2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1 Introdução ................................................................................................................................ 4

1.1 Objectivos ......................................................................................................................... 5

1.1.1 Objectivo geral .......................................................................................................... 5

1.1.2 Objectivos específicos ............................................................................................... 5

1.2 Metodologias .................................................................................................................... 5

2 Geografia humana e o impacto do trabalho de campo para o seu estudo ................................ 6

2.1 Conceito da geografia humana ......................................................................................... 6

2.2 Ramos da geografia humana ............................................................................................. 6

2.2.1 Geografia urbana ....................................................................................................... 7

2.2.2 Geografia agrária ....................................................................................................... 7

2.2.3 Geografia econômica ................................................................................................. 7

2.2.4 Geografia da população ............................................................................................. 7

2.2.5 Geografia política ...................................................................................................... 8

2.3 Objecto de estudo da geografia humana ........................................................................... 8

2.4 Caraterísticas dos princípios da geografia humana ........................................................... 8

2.5 Impacto do trabalho de campo para o estudo da geografia humana ................................. 9

2.6 Método fenomenológico na geografia ............................................................................ 10

2.6.1 Importância do método fenomenológico na geografia ............................................ 10

3 Conclusão .............................................................................................................................. 11

4 Referencias Bibliográficas ..................................................................................................... 12

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1 Introdução

A presente pesquisa, insere-se no âmbito de trabalho de campo, pertencente a cadeira de Técnicas


e Metodologias em Geografia Humana e procura compreender a Geografia humana e o impacto do
trabalho de campo, de lembrar que o trabalho de campo é uma prática realizada em várias áreas do
conhecimento. Contudo, é na Geografia que este recurso metodológico é disseminado com maior
intensidade.

Nesse sentido, considerando as complexas relações da contemporaneidade, o trabalho de campo,


atrelado à reflexão teórica, é um importante instrumento para desenvolver a visão crítica da
realidade estudada. No presente artigo, buscaremos evidenciar a importância do trabalho de campo
para o enriquecimento da Ciência Geográfica e especificamente a relevância desta atividade para
a Geografia Agrária. Além disso, também procuramos realizar uma reflexão crítica acerca do não
observância deste recurso na maior por maior parte dos professores de Geografia.

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1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo geral


 Analisar a geografia humana e o impacto do trabalho de campo.

1.1.2 Objectivos específicos


 Descrever as caraterísticas dos princípios da geografia humana;
 Conceituar o método fenomenológicos na geografia
 Reconhecer o impacto do trabalho de campo para o estudo da geografia humana

1.2 Metodologias

Para que este estudo fosse factível, o presente trabalho assenta particularmente no método de
pesquisa bibliográfica, assim como a consulta a informação eletrónica, e também alguns artigos
que abordam a questão com maior incidência, e finalmente o dialogo com alguns professores
que de alguma forma são possuidores de algum conhecimento credível a respeito do tema em
estudo.

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2 Geografia humana e o impacto do trabalho de campo para o seu estudo

Segundo Sanches (2011) a atividade “permite ao aluno perceber e apreender os vários aspectos que
envolvem o seu estudo, tanto nos aspectos naturais quanto nos sociais”, (p 858).

Sendo assim, um processo indispensável para associar teoria e prática, possibilitando um contato
direto com o objeto de estudo. Dessa forma, o trabalho de campo, como afirma Sanches (2011)
pode ser considerado um “recurso metodológico de fundamental importância no aprendizado”.

Assim com base no pensamento autor acima podemos dizer que mesmo permite além da empiria,
o contato com outras áreas do conhecimento, além de contribuir para a formação cidadã.

2.1 Conceito da geografia humana

Para André (2014) Geografia Humana é “a área da ciência geográfica que se relaciona diretamente
a ações humana dentro do espaço, ou seja, ela estuda as dinâmicas dos seres humanos com o meio
em que vivem e com os demais de sua espécie”(s/p).

Conforme sustenta Vesentini (2006) ” A Geografia Humana é a área da Geografia que estuda a
relação entre os seres humanos e o ambiente em que vivem. Estuda também o uso que o homem
faz do meio físico ou também é conhecida como Antropogeografia”.

Desta feita percebe-se que Geografia Humana parte da ideia de que o homem vive em sociedade e
é um agente transformador da superfície do planeta Terra. Estas transformações, que ocorrem em
função de necessidades sociais, atingem a agricultura, transportes, indústria, urbanização e
atividade políticas, culturais e sociais. Cabe a Geografia Humana pesquisar e analisar
cientificamente todos estes aspectos.

A Geografia Humana é a área da ciência geográfica que tem como enfoque os estudos do
aspecto humano da relação entre a sociedade e a natureza. Logo, essa parte
da Geografia concentra-se em entender as ações humanas, por meio da transformação promovida
pela sociedade no espaço geográfico.

2.2 Ramos da geografia humana

Na visão de André (2014), “são ramos importantes da Geografia Humana a geografia urbana,
a geografia agrária, a geografia econômica, a geografia da população e a geografia política”.

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2.2.1 Geografia urbana
Formação das cidades, do espaço urbano, também é um tema trabalhado na geografia humana,
uma vez que a produção industrial, o maquinário, as construções civis são fatores ligados
diretamente a ação humana sobre um espaço, requerendo primeiramente a retirada da vegetação
nativa para construção dessas cidades, também a retirada dos recursos necessários para essa
edificação.

Além desses fatores, há um elemento importante que está ligado a formação urbana que é
a mecanização do campo resultando num êxodo rural, a saída da população campesina em direção
à cidade. Esse movimento gera um grande número de problemas urbanos pela alta quantidade
populacional em um espaço que não estava preparado infraestruturalmente para tantas pessoas,
sendo esses problemas a falta de saneamento básico, favelização, desemprego, analfabetismo,
entre outros que também acabam sendo campos de estudo da geografia humana.

2.2.2 Geografia agrária


Esse campo de estudo tem um enfoque nas relações campesinas, ou seja, nas atividades ligadas ao
espaço rural, ao campo, desde a produção alimentícia, monoculturas de exportação, as relações de
trabalho, a luta por terras como os movimentos sociais, por exemplo o MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra), as questões de grilagem de terras, grandes latifúndios, entre
outros fatores que ocorrem no campo e são fontes de estudo das relações humanas com o meio;

2.2.3 Geografia econômica


As diferentes formas de produção econômica são também campos de pesquisa da geografia
humana, pois esses diversos modelos de produção econômica necessitam das relações humanas
sobre um meio, sendo a princípio pela retirada dos recursos naturais até as relações humanas com
contratos de prestações de serviços, sendo assim, essas dinâmicas que produzem alguma forma de
economia são estudadas por essa área da ciência geográfica;

2.2.4 Geografia da população


É a área de estudo da população e a forma em que ela se comporta no meio social, desde
os processos migratórios (mudanças dentro de um espaço), relações de concentração populacional,
as teorias demográficas, o estudo das taxas demográficas (natalidade, mortalidade infantil,

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analfabetismo, etc) entre outros fatores que estão diretamente ligados ao contingente populacional
e sua adequação ao espaço em que vivem.

2.2.5 Geografia política


A geopolítica é área de estudo tem um foco nas relações políticas que ocorrem pelo globo terrestre,
desde a formação de um Estado Nacional, os conflitos territoriais, todas as formas de organizações
espaciais, os interesses geoeconômicos vindos dos governos, enfim, esse campo estuda as ações
governamentais de acordo com seus interesses políticos e econômicos sobre determinadas áreas do
planeta.

Em geral a chamada geografia humana envolve essas e outras áreas de estudo mais específicos que
estejam relacionados direta ou indiretamente com as ações humanas sobre o espaço geográfico,
desde fatores simples como a retirada de recursos para subsistência até mesmo as relações políticas
de guerras e conflitos territoriais entre países por busca de um produto comercial.

2.3 Objecto de estudo da geografia humana

Segundo Silva (2014):

Ações humanas realizadas no meio em que estão inseridos ocorre a princípio de acordo com as
necessidades que possuem pela retirada de recursos naturais, desde o surgimentos das técnicas de
trabalho, porém há casos em que essa retirada é excessiva, causando inúmeros problemas ambientais
a curto, médio e longo prazo, que por vezes acabam afetando a própria vida humana de maneira
direta e indireta.

Porem nesta ordem de ideias podemos dizer que geografia humana tem como objeto diversas
questões acerca da realidade: o estudo da superfície terrestre, o comportamento do homem à
superfície da Terra, a organização espacial e a localização dos homens e das atividades.

2.4 Caraterísticas dos princípios da geografia humana

Entre os conceitos utilizados na obra, vários deles apresentam um viés que se inspira na biologia e
no evolucionismo, enquadrados em quatro ideias principais: “organismo, meio, ação humana e
gênero de vida” (Gomes, 1996, p. 198).

Os princípios considerados básicos na construção do saber geográfico são cinco: analogia,


atividade, causalidade, conexidade e extensão, que também engloba a delimitação e a localização.

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Consideramos como conceitos geográficos principais, importantes ferramentas para entendermos
como se constitui e se movimenta o espaço geográfico, cinco também: espaço, lugar, paisagem,
região e território, assim a geografia humana tem como os princípios:

 Princípio da unidade terrestre e noção de meio;


 Princípio de homem e o meio;
 O princípio de homem como factor geográfico.

2.5 Impacto do trabalho de campo para o estudo da geografia humana

O trabalho de campo, como afirma Sanches (2011) pode ser considerado um “recurso metodológico
de fundamental importância no aprendizado”. O mesmo permite além da empiria, o contato com
outras áreas do conhecimento, além de contribuir para a formação cidadã.

O trabalho de campo, especialmente para o geógrafo, segundo Suertegaray (2002):

Faz parte de um processo de investigação que permite a inserção do geógrafo pesquisador na sociedade,
reconstruindo o sujeito e, por consequência, a prática social, permitindo o aprendizado de uma realidade, à
medida que oportuniza a vivência em local do que deseja estudar. Também possibilita um maior domínio da
instrumentalização na possibilidade de construção do conhecimento (p. 110).

Ainda de acordo com Suertegaray (2002) o conhecimento que se pretende alcançar mediante a
realização de um campo, não está dado a priori, resulta de um processo de interação entre
pesquisador e objeto, sendo que:

o objeto reconstrói o sujeito à medida que lhe permite a reflexão, a elaboração, a reformulação e o
conhecimento de proposições, ou seja, direciona seu caminho de investigação e tomada de decisão.
Trata-se, portanto, de uma relação dialética de interação, onde, ao mesmo tempo em que o objeto
(investigado) reconstrói o sujeito, é também ele (o objeto) construído-reconstruído pelo sujeito (p.
103).

Assim, devido à complexidade da sociedade atual, permeada pelos efeitos da globalização nos
lugares, é necessário ter cuidado ao analisar determinado objeto, considerando que estes podem
estar sujeitos a fatores de ordem interna e externa. Estes fatores podem ser de ordem horizontal e
vertical, os quais transformam, limitam e direcionam seu desenvolvimento. Desta maneira, para a
autora, o pesquisador precisa estar ciente das dinâmicas e redes que se consolidam no lugar para
não fazer suposições contraditórias antes mesmo de ir para campo.

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Porém segundo Dourado (2013):

a implantação da modernização no campo não se constitui de forma homogênea sobre o território,


alavancando conflitos entre campesinato e agronegócio. É em meio a estes conflitos que os trabalhos de
campo ganham espaço, visto que, “exigem dos pesquisadores da questão agrária um olhar aguçado, no sentido
de identificar os principais fatores que têm ocasionado o surgimento dos conflitos no campo” (p.16).

2.6 Método fenomenológico na geografia

Segundo Merleau-Ponty, (1999):

A fenomenologia busca evidenciar as essências repondo-as na existência, na medida em


que o palpável sempre existiu “ali”, numa forma prévia ao pensamento. A abstração
intelectual espácio-temporal do mundo “vivido” materializou-se no exercício descritivo da
experiência da maneira como ela ocorre, uma vez que o real deve ser registrado e não
construído ou constituído.

Assim o autor nas suas páginas 9 e 10, comenta que nesta compreensão da produção do
conhecimento, o autor enfatiza a crítica ao pensamento moderno, pois na sua visão “o pensamento
moderno é difícil, inverte o senso comum porque tem a preocupação com a verdade, e a experiência
não lhe permite mais ater-se honestamente às ideias claras ou simples às quais o senso comum se
apega porque elas lhe trazem tranquilidade.

Reforçando este argumento afirma que o sentido da fenomenologia está em nós mesmos, no mundo
vivido e na relação espaço-tempo. Ao trabalhar estas categorias Merleau-Ponty sustenta a crítica a
forma de produção de conhecimento científico na modernidade centrado no objetivismo e facilita
a construção de novos olhares no seio do pensamento geográfico. Voltaremos a esta questão
posteriormente. No momento é importante compreender o fundamento da crítica do autor à ciência
moderna.

2.6.1 Importância do método fenomenológico na geografia


A introdução da fenomenologia na Geografia pressupõe uma abordagem do espaço que considera
a percepção do sujeito como integrante e em permanente interação. Assim, o mundo vivido e a
subjetividade tornam-se fatores importantes para compreensão do espaço nos estudos geográficos.

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3 Conclusão

Terminado o trabalho depois de uma serie de pesquisa conclui-se que o trabalho do campo é um
recurso indispensável para qualquer campo do saber sendo assim a Geografia também exige um
processo indispensável que associe a teoria e pratica, possibilitando um contato direto com o objeto
de estudo, mesmo permite além da empiria, o contato com outras áreas do conhecimento, além de
contribuir para a formação cidadã.

Diante do que foi ressaltado no presente artigo, percebemos a relevância científica e pedagógica
que o trabalho de campo possui como recurso metodológico. Tendo em vista a complexidade das
mudanças ocorridas no espaço geográfico ao longo dos tempos.

Ao ter essa percepção mais aguçada do espaço, promovida pelo contato direto com o objeto de
pesquisa, o sujeito/pesquisador tem condições de interpretar os efeitos que agentes internos e
externos possuem na caracterização dos lugares.

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4 Referencias Bibliográficas

 Dourado, J. A. L. (2013). Geografia “fora” da sala de aula: importância do trabalho de campo


para a Geografia. Campo-Território.
 Gomes, P. C. C. (1996).Geografia e modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil
 Merleau-Ponty, M. (1999). Fenomenologia da percepção. Tradução de Carlos Alberto Ribeiro
de Moura. 2ª. ed. São Paulo: Martins Fontes.
 Sanches, F. O. (2011). O Trabalho de Campo e Análise da Paisagem: proposta metodológica
no Parque Nacional de Itatiaia. In: Revista Brasileira de Geografia Física, Recife.
Vesentini, J. W. (2006). Sociedade e Espaço. Geografia Geral. São Paulo: Ática.
 Suertegaray, D. M. A. (2002). Geografia e trabalho de Campo. Geografia Física
Geomorfologia: uma leitura. Ijuí: Editora da UNIJUI.

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