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Tema do Trabalho:
Reflexão sobre Deontologia Profissional de professor em Moçambique
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Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
domínio do discurso
Conteúdo académico
2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
Exploração dos dados 2.0
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1 Introdução ................................................................................................................................ 4
3 Conclusão .............................................................................................................................. 13
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1 Introdução
A ética aqui é entendida como um tema que perpassa toda a vida profissional do professor e, sendo
a educação uma das principais formas de poder de um homem sobre o outro, torna-se importante
debater a questão deontológica na docência, enfatizando na criação de um código de ética
profissional. Assim é neste prisma que se propõe em refletir sobre a Deontologia dos professores
moçambicanos para averiguar a sustentabilidade destes conceitos na aplicação prática da vida dos
moçambicanos, com o objectivo de apresentar uma reflexão em torno das práticas docentes na
vertente da Deontologia dos professores em Moçambique.
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1.1 Objectivos
1.2 Metodologias
Para que este estudo fosse factível, o presente trabalho assenta particularmente no método de
pesquisa bibliográfica, assim como a consulta a informação eletrónica, e também alguns artigos
que abordam a questão com maior incidência, e finalmente o dialogo com alguns professores que
de alguma forma são possuidores de algum conhecimento credível a respeito do tema em estudo.
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2 Reflexão sobre Deontologia Profissional do professor em Moçambique
A atitude que vem dignificar o professor não é, certamente o hábito conformista de adesão a normas
éticas pré-estabelecidas. O que a sociedade necessita, o que a reforma educativa exige são
professores que em todas as situações sirvam a causa da educação e que neste compromisso básico
se regem intransigentemente pela sua consciência ética, subordinando os seus interesses ao bem
comum dos seus alunos, (p.99).
Os professores têm de formar uma identidade profissional mais profunda, alicerçada a todas as
contingências da função de educador. Os professores têm de contribuir para a promoção do
desenvolvimento socio - moral dos alunos, e isto só será possível quando se verificar um paradigma
deontológico adequado à realidade do modelo e paradigma educativo vigente. A perspetiva ética e
moral que os professores possuem, determinam a forma como assumem a sua função de educadores
morais e éticos.
Segundo Olivares (2009), considera “ética como uma ciência que estuda os valores e virtudes do
homem estabelecendo um conjunto de regras de conduta e de postura a serem observadas para que
o convívio em sociedade possa se dar de forma ordenada e justa”.
Na visão de Mazula (2005, p.36) “não é possível esgotar a reflexão sobre a ética e nunca se
esgotará, pois o percurso histórico mostra que a ética foi e é uma preocupação da humanidade de
todos os tempos”.
A ética se ocupa de dizer que os profissionais devem ser competentes e responsáveis no exercício
da sua profissão. Neste contexto, constata-se que o professor para desempenhar com abnegação a
sua actividade deve pautar pelos princípios éticos.
Todavia, durante vários anos, a questão da ética foi “marginalizada” nos currículo de formação de
professores, entretanto, actualmente, de forma tímida a ética associada à deontologia tem sido
muito discutida como tema transversal nas instituições de formação de professores.
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2.2 Deontologia profissional
Deontologia vem do grego deon, déontos (dever, obrigação) mais logos (ciência). Assim, a
deontologia será o estudo ou o tratado dos deveres ou regras de natureza ética. Pode também
adquirir o significado de um conjunto de deveres e regras de natureza ética de uma classe
profissional. A deontologia diz respeito ao fazer, ao fazer “atos”, com sentido.
A deontologia resulta da combinação entre o fazer algo e a relação com os outros, ou pelo menos
o fazer algo com implicação nos outros. A deontologia reflete a preocupação com o agir em relação
com os outros, em estabelecer os deveres que tenho para com o outro.
De acordo com Alonso (2008), Deontologia profissional é o conjunto dos deveres e as obrigações
do profissional, aquilo que é preciso exigir de todo profissional no desempenho das suas funções”,
(p.179).
Desta feita podemos dizer que a Deontologia profissional diz respeito a todas profissões e refere-
se ao carácter normativo e, até, jurídico que regulamenta todas as profissões. Assim o normal é que
essas formas tenham sido regidas, compiladas em um código escrito e aprovado pelo colectivo
profissional.
A profissão é uma atividade social humana pela qual o indivíduo presta um serviço específico à
sociedade, de modo institucionalizado. Esse tipo de serviço requer alguns aspetos: o serviço deve
ser único, em que os profissionais exigem o direito de poder executar à sociedade de forma exclusiva;
essa prestação deve estar bem definida, de modo a que os destinatários saibam, por um lado, o que
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esperam desse serviço e, por outro lado, as exigências do desempenho dos profissionais que o
realizam; e que seja uma tarefa indispensável (tipo de serviço) à sociedade. A profissão é uma
“vocação”, “inclinação” e “missão” (serviço), em que o profissional se entrega inteiramente a ela e,
simultaneamente investe na sua formação para cumprir adequada e corretamente (competências)
Fernández e Hortal, apud Reis e Fernandes, 2011: 196).
Assim aliando-se aos pressupostos acima podemos dizer que tem sido preocupante no nosso pais
notar que o professor nosso professor, no âmbito deontológico, deve obedecer ao plasmado no
Estatuto do Professor conjugado com o Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado.
Neste sentido parafraseando Monteiro (2008), “Deontologia é cada vez mais crucial para a
distinção profissional dos professores, por duas razões: porque é um atributo maior do prestígio
social de uma profissão e porque a função docente não tem uma tradição deontológica”.
A pouca formação ética recebida na formação inicial dos professores tem pouco, ou nenhum
impacto na dimensão ética e deontológica inerente à atividade de docente. O mesmo pode ser dito
relativamente ao código deontológico, porque se a formação inicial não tem muito impacto, uma
via normativa ainda menos impacto vai ter.
Neste sentido, torna-se pertinente, que a formação de professores contemple uma maior formação
ética e que, o desempenho da função de professor seja acompanhado duma formação contínua, no
sentido de formar uma maior consciência ética própria da profissão, e que não se verifique uma
distância tão grande entre aquilo que são as referências normativas e o desempenho da atividade
docente, para que seja possível criar uma consciência profissional e ser a base de uma formação
deontológica.
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Uma formação inicial que forneça fundamentos para a prática, que se constitua como uma formação
rigorosa e organizada, motivadora para as questões éticas e que seja ela própria uma experiência
onde se vive a ética. Uma formação contínua que, numa fase em que poderá haver mais sensibilidade
para o tema, permita colmatar a distância entre a teoria e a prática, pela consciencialização de si
próprio, que crie condições nas quais os professores possam parar para pensar, que mobilize o
tratamento de temas atuais, que ajude a gerir relações de grupo e que oriente a formação ética dos
alunos, (p.54).
Na mesma ordem de ideias Golias (1993) diz que o nível de qualificação e formação de professores
nos primeiros anos após a independência de Moçambique era bastante baixo, em especial, para o
ensino primário de primeiro grau, onde grande parte de professores possuía apenas a quarta (4ª )
classe e com pouca ou quase nenhuma formação profissional.
Este baixo nível de formação de professores primários, até nos últimos (2) dois se verifica uma
melhoria, pois o nível de ingresso dos formandos nos actuais IFP’s (Instituto de Formação de
Professores) passou de 10ª classe para 12ª classe com todos os problemas e deficientes condições
do sistema de educação e de formação de professores que tornam todo o sistema de ensino
memorizante e pouco ajustado aos objectivos.
Quanto ao sistema de formação de professores para a educação básica, a falta da sua eficácia é em
primeiro lugar, o resultado duma confusão gerada entre a elevação do nível de conhecimentos gerais
e a arte de ensinar. De acordo com as análises feitas aos actuais currículo de formação, tem se
verificado que a existência de tantas disciplinas teóricas tem retirado o carácter prático que toda a
formação de professor para o nível básico devia ter” (p.70).
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A questão apresentada na citação anterior, não só se observa ao nível do ensino básico. Ela também
se estende a nível da UP e aos IFP’s, onde a mudança constante dos programas de ensino provoca
confusão para aqueles que implementam o currículo (professores) e nos estudantes para quem o
currículo é traçado.
Era motivo de muita dor existindo professores que recebem 7 mil maticais (7.000,00) e outros com
acima de vinte mil maticais (30.000,00), de imediato, uma disparidade acentuada ao nível salarial,
mas nem por isso o problema se restringe apenas a aqueles com salários mais baixos. Situação está
que faz com que “alguns” aceitem certos favores em troca de notas, ou melhor aprovações.
Como a grande maioria dos funcionários do sector público, os funcionários do sector da educação
professores dos mais variados níveis apresentam com argumento de que se envolve facilmente na
corrupção porque recebem salários baixos e não têm quaisquer incentivos, por isso não se sentem
motivados. E os professores de carreira alegam que o sistema de carreiras profissionais beneficia os
seus colegas contratados.
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Em paralelo ao mesmo assunto, os autor acima, destaca que em vários debates sobre a corrupção
no sector público tem sido consensual a ideia de que uma boa remuneração é um passo para que se
tenha um serviço público honesto violando assim a Deontologia profissional e princípios éticos.
Por isso mesmo, é que varias vozes da sociedade moçambicana consideram que salários baixos no
sector da educação são considerados um incentivo à prática da corrupção: funcionários públicos,
neste caso professores, mal pagos tornam-se menos resistentes à ofertas de suborno que aqueles
funcionários que recebem melhores salários. Portanto, o suborno, como se sabe, no sector da
educação está, muitas vezes associado à questão de baixos salários e ato custo de vida.
Constituem também grandes questões actuais, quando se fala da ética e deontologia do professor,
em Moçambique aspectos inerentes ao aliciamento e assédio sexual. Esses aspectos são
incontornáveis nos dias que correm na medida em que gozam de propriedades comuns ao nível da
sua execução, isto é são aspectos praticados pelos docentes assim como pelos estudantes.
Pode se compreender como o assédio sexual um tipo de coerção de carácter sexual praticada
geralmente por uma pessoa em posição hierárquica superior em relação a um subordinado (mas
nem sempre o assédio é empregador empregado, o contrário também pode acontecer), normalmente
em local de trabalho ou ambiente académico. O assédio sexual caracteriza-se por alguma ameaça,
insinuação de ameaça ou hostilidade contra o subordinado.
Como observamos, o assédio sexual também está presente no meio académico, sobretudo no
ambiente escolar em que professores aliciam as suas alunas em troca de notas, entretanto, em alguns
casos, não poucos, as próprias alunas é que propõem aos professores o envolvimento sexual para
que possam obter boas notas nos testes e exames.
Desta feita, parafraseando Arthur (2003), quando a agressão sexual acontece na escola, que deve
educar e orientar para a vida, nós todos, as crianças, os seus pais e a sociedade sentimo-nos traídos,
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até porque muitas vezes o crime é exposto, inclusivamente na rádio, televisão e jornais, e, ao que
se sabe, em muitos casos nenhuma medida é tomada para travar os agressores.
O fenómeno de assédio sexual vai pouco a pouco sendo combatido no sector da educação
contrastando com as estatísticas dos últimos anos que destacam que a maior parte das alunas que
abandonaram ou desistiram foi pelo facto de terem sido engravidadas por professores.
Na maior dos casos os pais preferem tirar as filhas da escola a correr o risco de perder a sua
virgindade e ficarem grávidas, uma atitude que é uma reacção à corrupção, uma vez que as
raparigas são forçadas a oferecer favores sexuais para passar de classe e reprovam se não o fizerem.
O aliciamento e assédio sexual na maior parte das vezes ocorre quando a sensibilidade humana,
isto é, o professor e a aluna interagem mutuamente ao nível do atrito amoroso, visto que é uma
pratica natural e todos homens incorrem nela.
Sendo ela feita com a própria estudante para com o docente e vice-versa a fim de lograr e “matar”
a saudade interna da sensação agradável sentida na devida altura. Mas é importante frisar que um
docente com uma prática invejável a nível conjuntural na esfera dos quatro pilares da educação
(saber ser, estar, fazer e viver em conjunto) é possível pautar pelos princípios éticos e deontológicos
ao nível da sua profissão.
A formação ética deverá preparar os docentes para apoderar-se de uma consciência nítida no seu
crescimento moral, pessoal e profissional que habilite a entender e apoiar os alunos no seu processo
de crescimento sócio moral, planejando a sua formação para a vida, e o mundo do trabalho,
responsabilizado com sigo, e os outros e na sua profissão.
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3 Conclusão
Findo o trabalho após uma série de reflexão em torno da deontologia profissional dos professores
em Moçambique, chegou-se à conclusão de que a questão da ética e deontologia do professor em
Moçambique é uma questão que vem sendo discutido nos últimos tempos, com bastante
visibilidade no seio pedagógico e sobretudo no seio académico, pois a docência é considerada como
uma actividade essencialmente ética, quer pelas finalidades da acção educativa, quer pela exigência
de rigor profissional e moral no seu desempenho. A dimensão ética da docência reside na
contribuição prestada para a formação da personalidade.
Assim suborno, baixos salários e assédio sexual aliciamento são questões que devem ser traduzidas
cautelosamente e com muito rigor ao nível da prática docente, na medida em que cada um destes
aspectos vigoram na execução profissional e podem traduzir-se em aspectos maligno quando
enfermam a regra normativa dos profissionais.
Nesta visão, o docente na neste momento deve ser, deve fazer, deve conhecer e deve colaborar
conjuntamente nas várias abordagens dialécticas para consubstanciar naquilo que é mais desejado
num profissional integro da educação. Portanto, a escolha duma profissão implica a aceitação dos
seus princípios e preceitos deontológicos, assim o acto pedagógico é irredutível à sua dimensão
técnica porque a educação é um fenómeno radicalmente ético.
É importante também que os Institutos de Formação de professores (IFP’s e EPF’s), devem levar
a peito a integração da ética e deontologia profissional, não apenas como tema transversal, mas
como uma disciplina na formação docente nos currículos da educação, isto é, na formação dos
professores, é um aspecto irredutível e primordial para a integridade profissional dos vigentes, pois
tanto a ética deontológica como a deontologia, se ocupam de deveres, simplesmente éticos.
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4 Referências Bibliográficas
Alonso, A.H. (2008). Ética das Profissões. São Paulo, Edições Loyola.
Cunha, P. D. (1996), Ética e Educação. Lisboa, Universidade Católica Portuguesa.
Golias, M. (1993). Sistema de Ensino em Moçambique: Passado e Presente. República de
Mazula, B. (2005). Ética, Educação e Criação da Riqueza, uma Reflexão Epistemológica.
Maputo, Imprensa Universitária
Moçambique, Editora Escolar.
Monteiro, A. R. (2004). Para uma Deontologia Pedagógica. Lisboa, Faculdade de Ciências
da Universidade de Lisboa.
Mosse, M.; Cortez, E (2006). A Pequena Corrupção no Sector de Educação em
Moçambique. Maputo, CIP,
Viegas, M. A.; Chihulume, Z. (2011). Manual de Ética e Deontologia Profissional.
Maputo, UP-CEPE.
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