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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Desafios Actuais da Educação em Mocambique

Dino Alves Estato: 708222917

Curso: Licenciatura em ensino de Língua


Portuguesa
Disciplina: Práticas Pedagógicas I
Ano de Frequência: 1º Ano
Turma: AH
Nome do Docente:  Soares Benedito

Quelimane, Agosto 2022


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura 0.5
organizacionais  Discussão
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
3.0
(expressão escrita
Conteúdo
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.5
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................5
1.1. Objectivo Geral:...................................................................................................................5
1.2. Objectivo específico.............................................................................................................5
1. 3. Metodologia do trabalho.....................................................................................................5
2. Desafios Actuais da Educação em Moçambique....................................................................6
2.1. A Educação e o Tipo de Sociedade de que Precisamos num Estado democrático..............9
2.3. As Principais Dificuldades para uma Educação de Qualidade em Moçambique..............11
2.3.1. Desafios socioeconómicos..............................................................................................11
2.3.2. Analfabetismo.................................................................................................................12
2.3.3.Violência contra Professores............................................................................................12
2.3.4. Falta de Investimentos....................................................................................................12
2.3.5. Qualidade na Educação...................................................................................................12
2.3.6. Formação e Capacitação dos professores.......................................................................13
2.4. As aulas debaixo da árvore vão acabar..............................................................................14
3. Conclusão..............................................................................................................................15
4. Referências Bibliográficas....................................................................................................16
1. Introdução

Este trabalho tem como objectivo analisar as principais dificuldades da educação no


processo de ensino aprendizagem. Visto que este processo de ensino aprendizagem é em sua
natureza complexa e permeada por factores políticos, económicos, culturais, e sociais. Em
Moçambique, o Plano Estratégico de Educação 2006- 2010/2011 focaliza a sua intenção na
melhoria da qualidade de aprendizagem, por entender que a mesma está profundamente ligada
à qualidade de educação em si (Ministério da Educação, 2006:25).
No contexto actual, em que o mundo passa por rápidas e diversas transformações
económicas, políticas, sociais, culturais e tecnológicas, os desafios de educação tornam-se um
factor fundamental, defendido pelas políticas educativas a nível internacional, em prol da
defesa de acesso de todos à educação de qualidade, cujo objectivo é favorecer a integração de
cada pessoa na dinâmica do mundo. A falta de infra-estruturas escolares, a qualidade de
ensino, o impacto da violência e do abuso nas escolas, a corrupção, a disponibilidade de
professores, o analfabetismo, o impacto da língua portuguesa nos resultados educacionais e o
impacto de tradições e da cultura no direito das crianças à educação, educação inclusiva,
ensino bilingue em Moçambique, é uma realidade que veio para ficar, novas tecnologias,
novos alunos, novos professores, ser professor, também é ser aluno, educar com tecnologia,
ensinar e aprender com a internet são alguns desafios que dificultam o progresso da qualidade
de ensino, sobretudo nos níveis primário, secundário e técnico-profissional em Moçambique.
Quanto a estrutura do trabalho comporta uma introdução, desenvolvimento, conclusão e
referências bibliográficas.

1.1. Objectivo Geral:

Analisar os desafios actuais da educação em Moçambique.

1.2. Objectivo específico

Descrever a as dificuldades de qualidade de educação em Moçambique

1. 3. Metodologia do trabalho

Para a elaboração deste trabalho foram usados o método bibliográfico e a pesquisa de


campo. O método bibliográfico consistiu na leitura de livros que tratam conteúdos
relacionados com os desafios de educação em Moçambique.

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2. Desafios Actuais da Educação em Moçambique

Para uma melhor contextualização da actual situação da educação no nosso país,


importa recordar, a este propósito, o seguinte: quando em 1975, em Moçambique se decidiu
por uma certa política cultural, linguística e educativa, o país ter-se-ia envolvido, do ponto de
vista histórico-cultural, na ambivalência que se está a tratar no presente estudo. Não se
pretende pôr em causa os esforços e as intencionalidades de agregação, de união, de inclusão
de todos na educação, mas queremos apenas contribuir, de forma singela, no sentido de que
haja um permanente aperfeiçoamento e reflexão sobre as políticas e as planificações
linguísticas e educativas, em função da realidade concreta de cada momento histórico do país.
Aliás, é a partir de estudos e pesquisas permanentes, no caso em apreço, na área da educação
em Moçambique, tanto no sentido diacrónico, como no sentido sincrónico, que derivam as
acções histórico-culturais de organização do país, de actualização, de desenvolvimento e de
(re) planificação e ou reformas curriculares.

A este propósito, basta recordar que, apesar de em Moçambique as autoridades da


educação terem instituído a escolaridade obrigatória e gratuita para todas as crianças em idade
escolar, muitos alunos principiantes, principalmente nas zonas pré-urbanas e rurais de famílias
modestas não têm acesso ao sistema oficial de ensino, por falta de vagas, consequentemente,
nos anos seguintes, estes vão engrossar a lista dos que não tiveram acesso nos anos anteriores.
Nota-se, claramente, que há a necessidade urgente de formulação de novas políticas de
educação, mais consentâneas com a realidade e com o tempo histórico - político actuais.
Infelizmente, apesar da boa vontade do Governo e do que se preconiza nos Objectivos do
Desenvolvimento do Milénio (da ONU), na verdade, nem todas as crianças podem ter acesso
à educação (muito menos à gratuita), nas actuais condições.

De acordo com o filósofo Ngoenha (2000, p. 199), o discurso sobre a educação hoje,
está consubstanciado nos planos governamentais para esta área, concentram-se “na melhoria
da qualidade da educação” e no “alargamento da rede escolar”. Assim, as reflexões confinam-
se cada vez mais ao governo e aos doadores internacionais. Falta, no entanto, alargar cada vez
mais essa abordagem, para que não tenha apenas compromissos eleitorais imediatistas, nem
ideológicos limitantes e muito menos com compromissos com o passado.
Contudo, a educação é um projecto que deve ser repensado na sua globalidade e no quadro
das condições concretas, com vista a identificar os momentos disfuncionais do actual sistema

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em relação à realidade e ao tecido social em que se está projectando. Assim, a educação no
contexto actual, não pode ser apenas um objecto de estudo fechado nele mesmo.

Ela deve inscrever-se nas realidades culturais, económicas e políticas que devem ser
tomadas em consideração: o campo educativo está condicionado por várias dimensões que a
influenciam, como por exemplo: primeiro, a dimensão cultural, baseada no substrato das
normas e nos valores instituídos de cada sociedade; segundo, a dimensão económica, esta é
essencial pelo facto dela basear-se cada vez mais, na questão da quantidade e qualidade das
estruturas educativas e dependem bastante do capital financeiro que o Estado e as populações
são capazes de investir nela; a terceira, é a dimensão política, está virada para a questão
organizacional institucional do campo educativo (Ibidem, p. 202).
Entretanto, Ngoenha apela-nos para a construção de uma política - pedagógico
coerente que conta com as forças de desenvolvimento passíveis de intervenção, mas, ao
mesmo tempo, com as áreas de mudanças sujeitas à actuação do dinamismo espontâneo,
senão regulam-se aspectos inoperantes e produzem-se resultados que não correspondem às
expectativas da sociedade. Por sua vez, “elas não se podem limitar-se a questões de
crescimento económico, liberalização económica, ajustamento estrutural, sujeitos estudados
pelas ciências políticas e económicas. Mas sim, elas tem que ter em consideração aos aspectos
humanos, culturais e axiológicos”.

A nova perspectiva educacional, vê o aluno como construtor do seu próprio futuro,


porque ele tem a capacidade de planejar suas acções e compartilhá-las no processo de
aprendizagem. E, porque vivemos em uma sociedade em constante transformação, como
exigência histórica, a educação como “campo de acção e aplicação do pensamento ou
conhecimento científico” e, como tal, é catalisadora de todas as áreas do conhecimento.

Segundo Kilpatrick (2011, p. 11), “a educação como condutora do processo de


reorganização social, deve discutir e conceituar as novas demandas por uma organização mais
equilibrada das instituições, começando por ela mesma na sua organização interna”. Cabe à
educação a condução duma reflexão sobre as mudanças estruturais mediante um projecto
novo e promissor que tem um plano científico com sua especificidade, e a escola serve de
locus de experimentação e renovação.

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Com isto, as novas abordagens ou paradigmas educacionais que vêm surgindo,
resumem-se em três principais focos a saber: primeiro, a educação é objectiva, isto é, está
directamente relacionada com os conhecimentos a serem adquiridos; segundo, é subjectiva,
está relacionada com as emoções e os valores a serem transmitidos e; terceiro, ela é criativa,
busca novas formas ou métodos e estratégias para uma vida cada vez melhor e feliz tanto para
o aluno assim como para o educador. Esta dinâmica da educação hoje, faz nos pensar, que ela
está mais virada à conduta, dos elementos fazedores desse processo, como também, visa dar
um significado ao mundo ou a sociedade em que estamos inseridos a partir da nossa própria
existência e da experiência pessoal.

Contudo, Freire têm como ponto de partida do seu projecto pedagógico as relações
político pedagógico que ocorrem particularmente dentro da escola. Entretanto, é preciso criar
um projecto virado mais para as relações educadores - educandos, orientados para a prática
desse diálogo político - pedagógico em que se fazem sentir as virtudes éticas, e que se
estabeleçam as condições que abram a possibilidade de ambos se existirem na autonomia, na
cidadania responsável e na apropriação crítica do conhecimento e sua recriação (Freire,
2014a).

Entretanto, a concepção pedagógica da autonomia Freireana, apresenta uma


plataforma teórico-prática sobre a qual os educadores tem a missão de se encontrar, junto com
os demais especialistas de outras áreas do conhecimento, para em conjunto analisar as suas
práticas e projectar da melhor forma possível o futuro da educação. Na visão de Freire “toda a
prática educativa pressupõe uma inter-ralação ou existe um vínculo cooperativo entre os
sujeitos envolvidos” (Freire, 2014a, p. 12).

Por isso, “o acto de educar é sempre um acto ético”. E, simplesmente não há como
escapar das decisões éticas, desde a escolha de conteúdos a leccionar até ao método a ser
usado no processo de ensino-aprendizagem com os alunos. Parafraseando as suas “primeiras
palavras” de a Pedagogia da autonomia, ele faz a questão de analisar profundamente esta
questão da relação entre a prática educativa com a ética.

Estas relações são a condição que possibilitam a abertura para a liberdade que todos
almejamos. Por isso, segundo ele, a autoridade é “uma presença formadora”, na perspectiva

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da construção da autonomia crítica que é capaz de assumir diferentes posições, de forma
independente e solidárias, ao mesmo tempo, em busca de um despertar para a liberdade
(FREIRE, 2014b, p. 103).
A busca da autonomia é uma das grandes preocupações centrais de todos os
pedagogos que edificaram a pedagogia moderna.

2.1. A Educação e o Tipo de Sociedade de que Precisamos num Estado democrático

A educação não é necessariamente um factor de emancipação. Quanto mais ela


procura fechar-se ao condicionamento social, tanto mais, ela se converte em mera presa da
situação social existente:

Educação para Adorno (2006, p. 146), não “significa modelar as pessoas,


porque não temos esse direito, não é mera transmissão de conhecimentos,
cuja característica não é mera transmissão de conhecimentos, mas sim, ela
significa a produção de uma consciência verdadeira”. Isto é, uma educação
democrática com o dever de não apenas funcionar, mas operar conforme seu
conteúdo na demanda das pessoas emancipadas. E para que se construa uma
consciência democrática nos cidadãos, é preciso que a democracia seja
efectiva, aquela em que só se pode concretizar enquanto uma sociedade de
quem é emancipado.

Numa outra perspectiva, Rios (2010, p. 25), considera que, para se criar uma educação
para a cidadania, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens
fundamentais ao longo de toda a vida, que serão os pilares do conhecimento para cada
indivíduo: “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser que
são a via essencial que integra as três precedentes”.

Portanto, a tarefa principal da educação na escola, ao construir, reconstruir e socializar


o conhecimento, “é de formar cidadãos, que possam contribuir actuando criativamente no
contexto social de que fazem parte, exercendo deste modo os seus direitos e deveres, serem de
facto, pessoas ou cidadãos felizes”. Para a criação de uma educação para a cidadania, “a
escola por missão formar pessoas que terão a possibilidade de participar de forma eficiente e
criativa na construção da sua cultura e história, e isso, será feito somente de forma conjunta e
não particular” (Ibidem, p. 26).

Onde o ensino deve estar inteiramente ligado a todas potencialidades


humanas, porque os alunos possuem diversos graus de desenvolvimento. Por

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isso, para se educar para a cidadania, é necessário “formar professores de
forma integral e para depois, formar o aluno, de forma a criar um equilíbrio
que se pretende no contexto social, e transmitir confiança e apoio adequado
para todos que procuram se formar através da educação” (YUS, 2002, p. 16).

O objectivo principal dessa educação integral, é de construir comunidades de


aprendizagem que estão inteiramente em conexão entre os estudantes e a comunidade. Ela
pressupõe “participar, cooperar, assumir responsabilidade e aceitar as decisões da maioria”.
Porque esta educação deve estar virada para a formação de todos, com abertura de espaços
para todos, para libertar-se das desigualdades sociais.

Na perspectiva de Rios (2010, p. 8), “um dos papéis na educação, é de criar nas
escolas um investimento na qualidade da formação dos docentes e no aperfeiçoamento das
condições de trabalho nas escolas, para que favoreçam a construção colectiva de projectos
pedagógicos capazes de alterar os quadros de reprovação, retenção e de qualidade social e
humana dos resultados da escolarização”.

Todavia, compreender a educação como função social, pressupõe dizer que uma
sociedade deve estar engajada para a “mudança” e para a “transformação”, de um ideal da
vida que as sociedades necessitam, onde paira o respeito mútuo pela vida, isto é, onde existe
uma pré-humanização tanto dos homens e mulheres.

Em face de exiguidade de recursos, o Ministério da Educação e Desenvolvimento


Humano (MINEDH) reconhece que os esforços empreendidos pelo Governo ao acesso a esse
tipo instrução, ainda estão aquém do desejado, mormente a de alunos com necessidades
educativas especiais de aprendizagens. Por outro lado, os desafios impostos ao Estado são a
formação continuada de professores, a transformação dos estabelecimentos de ensino em
verdadeiros locais de satisfação de necessidades educativas para todos os alunos,
potencializando os conhecimentos, habilidades, valores e atitudes com vista à sua integração
na vida social, económica e política. De acordo com Rosa (2004), é necessário que a
sociedade seja aberta a todos, estimule a participação de cada um e valorize as experiências
humanas, reconhecendo o potencial de todos os cidadãos. Também é necessário que ela
ofereça oportunidades iguais para que cada pessoa seja livre e tenha autodeterminação,
independente das suas características, logo, deve ser inclusiva.

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2.3. As Principais Dificuldades para uma Educação de Qualidade em Moçambique.

A educação moçambicana passa por muitas dificuldades. Falta de investimento, baixo


salário dos professores, pais e responsáveis que não participam, entre tantos outros assuntos
estão sempre presentes no debate sobre as deficiências da educação em Moçambique.

Em contrapartida, todos sabem o quanto a educação é essencial para o


desenvolvimento da sociedade. Para muitos, é preciso resolver todas as questões estruturais
até que surja uma luz no fim do túnel nesse âmbito por aqui.

As principais dificuldades para uma educação de qualidade em Moçambique são: desafios


socioeconómicos, analfabetismo, violência contra professores, falta de investimentos, falta de
formação ou capacitação dos professores de qualidade, Qualidade na Educação.

2.3.1. Desafios Socioeconómicos

A falta de igualdade de oportunidades entre as diversas camadas da sociedade faz com


que nem todos tenham acesso à escola formal, faculdade ou qualquer outro nível de formação.

Também não é igualitária a aprendizagem, uma vez que há défice na cadeia de ensino
para pessoas com deficiências físicas e intelectuais, assim como as que têm qualquer
dificuldade.

2.3.2. Analfabetismo

A taxa de analfabetismo em Moçambique também surge como um dos obstáculos


enfrentados pelo sistema educacional.

Lembrando que o Plano Nacional de Educação (PNE) de 2015 tinha como meta
reduzir drasticamente o número de analfabetos no País. Mas as pesquisas indicam que, mesmo
tendo caído a percentagem, essa redução é bem lenta e os números permanecem altíssimos.

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2.3.3.Violência contra Professores

Entre medidas ditas como eficazes, segundo os especialistas em educação e no sistema


educacional, está a realização de assembleias em sala de aula. Os conflitos deveriam ser
trabalhados de forma constante para que não houvesse brechas para atentados do tipo.

2.3.4. Falta de Investimentos

Não poderíamos deixar de falar sobre um dos maiores problemas da educação no


Brasil: a falta de investimentos.

É consensual que há défices no que diz respeito à estrutura das escolas já existente, à
quantidade de instituições, sobretudo nas periferias, à formação dos professores, aos
equipamentos de tecnologia, entre tantos outros. Além disso, os investimentos em recursos
didácticos são muito diferentes de região para região, tendo em vista que o País é continental.

2.3.5. Qualidade na Educação

A visão neoliberal sobre a qualidade na educação defende que os problemas da


Educação têm a ver com a má administração. Para resolvê-los é preciso privatizar e
mercantilizar a Educação de modo que, pela pressão do mercado, a sua administração se torne
eficiente. O Estado, ao invés de financiar directamente a Educação, fá-lo-ia através dos pais,
estes, posteriormente, escolheriam a melhor escola para os seus filhos tendo em conta a
capacidade dos seus bolsos. Esta visão criaria uma maior competitividade entre as escola e as
levaria a procurarem oferecer sempre uma educação de qualidade. Silva (1999: 6).

Para esta teoria, a qualidade na educação passa pela modernização da escola,


adequação do ensino à competitividade do mercado internacional, nova vocacionalização,
incorporação de técnicas e linguagens de informática e comunicação, abertura da universidade
a financiamentos empresariais, pesquisas práticas e utilitárias, produtividade (Marrach, 1996).

Como se pode ver, estamos perante uma definição que nos remete a competitividade
de instituições educativas onde os programas de ensino podem sofrer mutações de acordo com
as exigências do mercado. Neste caso a qualidade de educação é medida pelo número de
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clientes que ingressa no estabelecimento de ensino e pelo número de graduados que ingressa
no mercado de trabalho.

Para a UNESCO (2009) existem muitos elementos na busca de uma educação de


qualidade que deveriam capacitar a todos, mulheres e homens a participarem plenamente na
vida comunitária e serem cidadãos do mundo. Esta organização refere ainda que não há
qualidade na educação sem a participação da sociedade na escola.

A qualidade de ensino continua a ser uma área de grande preocupação em


Moçambique. Uma educação de qualidade pode significar tanto aquela que possibilita o
domínio eficaz dos conteúdos previstos nos planos curriculares; como aquela que possibilita a
aquisição de uma cultura científica ou literária; ou aquela que desenvolve a máxima
capacidade técnica para servir ao sistema produtivo; ou, ainda, aquela que promove o espírito
crítico e fortalece o compromisso para transformar a realidade social

2.3.6. Formação e Capacitação dos Professores

Se as condições de ensino-aprendizagem são importantes, os professores são centrais


na questão da qualidade e relevância da educação, o modo como são formados e preparados
para o seu trabalho constitui um indicador do tipo de qualidade e relevância educativa que se
procura (UNESCO, 1998).

por seu turno que professores bem formados e motivados são essenciais para um
ensino de qualidade, contudo reconhece a fraca formação de professores primários no país
pois, os mesmos ainda não estão preparados para lidarem com alguns desafios que o sistema
lhes coloca.

Analisando as situações acima descritas, pode-se deduzir que nem todos os professores
contratados podem estar comprometidos com a profissão. Esta ideia encontra justificação em
Nóvoa (1999) onde chama atenção para a necessidade de que as escolas eficazes ou de boa
qualidade devem possuir um quadro de profissionais qualificados e comprometidos com
aprendizagem dos alunos. O autor acrescenta, ainda que a experiência docente deve-se
articular ao processo de formação contínua e valorização da profissão.

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Ainda sobre a valorização da profissão (Passos & Cabral 1989 citados em Guro 1998 p:20) no
seu estudo sobre formação dos professores do ensino primário do 1º grau afirmam que os
candidatos voluntários aos CFPPs muita das vezes “ são os que por falta de vagas nas escolas
de ensino geral ficam 1 ou 2 anos sem estudar” e como alternativa optam por ingressar nesses
centros. Na mesma linha (Baloi & Palme 1995 como citado em Guro 1997:21) no seu estudo
sobre vocação chegaram a conclusão de que a profissão perdeu muito do seu prestígio e
muitos dos professores recém formados estão na profissão por não terem conseguido carreiras
profissionais da sua preferência do que por vocação. Daí que a qualidade do processo de
ensino-aprendizagem pode estar comprometida.

2.4. As aulas Debaixo da Árvore vão Acabar

Falta crónica de salas de aula e de carteiras faz as crianças estudarem em baixo de


árvores, sentadas no chão; quando chove, não há aulas. O abandono escolar também é
frequente.  Sem carteiras, as crianças se sentam em cima de capulanas - tecido tradicional
africano, estampado e colorido - e apoiam o material escolar no colo. "Não é fácil. Sentar-se
no chão não é exclusividade das salas - árvore. Não pingar" é realmente um privilégio.
Quando chove, não há aulas nas salas - árvore. Com chuva, as crianças nem vêm à escola,
porque seus responsáveis sabem que estão debaixo de uma árvore, não há condições de ter
aulas".
A chuva não é o único empecilho do clima. Quando venta muito, também é preciso
mandar as crianças de volta para casa, porque a areia levanta do chão. Em dias frios, as
crianças ficam expostas às correntes de ar. E, ao longo do dia, a mudança na posição do Sol
obriga os professores a irem movimentando os alunos para as sombras. Quando as folhas das
copas caem e a sombra acaba, as árvores perdem a capacidade de ser uma boa sala.

Enquanto não se investir nas infra-estruturas na educação as aulas por baixo das arvores
nunca vão acabar, comprometendo assim a qualidade de educação no nosso pais. Dai que o
governo deve adoptar métodos adequar uma educação de qualidade. Neste vertente, a
sociedade esta convidado a participar neste que é causa nacional.   

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3. Conclusão

Mas acredito que, se pretendemos criar uma educação que satisfaça a todos é preciso
construir currículos educacionais virados para a cidadania, onde a escola não pode ser apenas
um espaço privilegiado para uma certa camada social, enquanto a maioria não tem acesso à
escola, mas sim, deve-se abrir espaços de abertura para todos com vista a abranger o
sentimento colectivo e o bem-estar de todos.
Finalmente, sendo a educação uma necessidade humana essencial, precisamos ensinar
e aprender sempre, tendo como horizonte último a humanização crescente do ser humano, que
não nasce homem nem mulher, mas se faz no processo histórico. As teorias educativas têm de
colaborar com uma prática pedagógica cada vez mais consciente e promotora da vida, da
liberdade, da autonomia, da esperança, dos valores humanos, da justiça e da paz em prol da
pré-humanização dos cidadãos. “A educação que não promove esses valores não merece o
nome de educação”.

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4. Referências Bibliográficas

Freire, P. (1996). Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São


Paulo, Paz e Terra.
Guro, M.Z. (1997). Os estudantes dos Centros de Formação de Professores Primários em
Moçambique. Tese de Mestrado.
Kilpatrick, H. W. (2011). Educação para uma Sociedade em Transformação. São Paulo,
Vozes.
Rios, A. T. (2010). Compreender e Ensinar: por uma docência da melhor qualidade. São
Paulo, Cortez, 8ª ed.
Rosa, S. P. S. (2004). Fundamentos teóricos e metodológicos da inclusão. Curitiba: IESDE.
Silva, P. E. ( 2008) A importância do gestor educacional na instituição escolar. Revista
Conteúdo. Capivari. V.I, n2.– ISSN 1807- 9539.
UNESCO. (1998). World Education Report. Portugal: Edições ASA, S.A.
Yus, R. (2002). Educação Integral: uma educação holística para o Século XXI. Porto Alegre,
Artmed,.

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