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Folha para recomendações de melhoria:
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Índice
Introdução ...................................................................................................................................... 1
Objectivos ................................................................................................................................... 1
Dialecto ....................................................................................................................................... 5
Sociolecto .................................................................................................................................... 6
Idiolecto ...................................................................................................................................... 7
Registos ....................................................................................................................................... 7
Etnolectos ................................................................................................................................... 7
Ecoletes ....................................................................................................................................... 8
Conclusão ..................................................................................................................................... 12
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Introdução
A língua portuguesa no mundo vem ganhando seu espaço como resultado do desenvolvimento
dos meios de comunicação de massa, da tecnologia e de políticas linguísticas. Moçambique é um
país multilingue onde as mais de vinte línguas bantu convivem com línguas europeias e asiáticas.
Esta convivência linguística cria neologismos e interferências, facto que concorre para a variação
e a mudança em todas áreas: fonético – fonológica, morfológica, sintáctica, lexical, semântica,
pragmática e variação linguística que é originada pelas variáveis sociais.
O presente trabalho de linguística geral ira abordar assuntos ligados a variação e mudanças
linguísticas onde irei definir o conceito de variação linguística com base em um autor linguístico
e que em seguida irei apresentar o conceito sobre minhas próprias palavras, falarei sobre tipos de
variações dando exemplos por cada tipo de variações que irei apresentar.
Objectivos
LIBANEO (2002:104) afirma que “Objectivo, é um fim a ser alcançado, alvo a ser
alcançado”.Por conseguinte, de acordo com a citação em epígrafe, o trabalho apresentará quatro
objectivos sendo um geral e três específicos.
Objectivo Geral:
Objectivos específicos:
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Metodologias do trabalho:
Pesquisa bibliográfica
Segundo KOCHE (1997:122),“A pesquisa bibliográfica é aquela que se “desenvolve tentando
explicar um problema, utilizando o conhecimento disponível a partir das teorias publicadas em
livros ou obras congéneres”.
Com o método de consulta bibliográfica, prende-se obter uma informação teórica sobre as
abordagens existentes no que diz respeito “Mudança e variação linguística”, as quais fornecerão
um suporte para o trabalho. Estas informações serão adquiridas em artigos, livros e publicações
da internet.
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Contextualização
A variação é uma propriedade inerente a qualquer língua (viva e saudável) e pode observar-se
quer contemporaneamente, manifestando-se como diversidade dialectal ou sociolinguística, quer
historicamente, revestindo então a feição de mudança linguística. Os dois tipos de variação
encontram-se profundamente imbricados, sendo as variantes dialectais ora vias de acesso ao
passado da língua (oferecidas ao observador contemporâneo) ora manifestação de novas
mudanças.
Portanto, o conhecimento consciente de uma língua (por quem dela queira ser mais do que
utilizador) implica o reconhecimento dessa dinâmica evolutiva e diversificante que torna
qualquer língua resistente à normalização. De facto as variantes normativas são, como as não
normativas, eventualmente passageiras, mudando ao longo do tempo o modo como os falantes
encaram os mesmos factos linguísticos. Sirva de exemplo o caso seguinte. Toda língua, por ser
um fenómeno social, é heterogénea, está em constante transformação e apresenta vários
processos de variação linguística, condicionados por factores internos (linguísticos) e externos
(extra linguísticos) como origem geográfica, status socioeconómico, grau de escolarização, idade,
sexo, mercado de trabalho e redes sociais do falante.
Diante disso, a escola e a sociedade não podem deixar de reconhecer as variedades linguísticas do
português, quaisquer que sejam, assim como não podem negar ou dificultar o acesso dos alunos
ao domínio das variedades linguísticas que eles desconhecem. A abordagem da variação deve ser
efectiva no contexto escolar, mas, para que isso aconteça, os professores devem apropriar-se dos
estudos sociolinguísticos. Sendo assim, levando em consideração que o anúncio publicitário é um
género textual multimodal, de circulação real, muito próximo da oralidade e faz parte do
quotidiano dos alunos, explorando as diferentes modalidades da língua de acordo com seu
público-alvo, o contexto da mídia em que será veiculado e a mensagem a ser transmitida,
encontramos, nos anúncios publicitários, suporte pedagógico para estudo e abordagem da
variação linguística.
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Mudança e variação linguística
Os estudos sobre a variação e mudança linguística são orientados e motivados a responder a uma
questão central: como, onde e por que ocorre determinada mudança linguística? Assim,
considera – se que o estudo da mudança leva em conta sua trajectória, cujas fases envolvem
variantes linguísticas em coexistência e competição dentro de uma determinada comunidade e a
sobre pujança de uma sobre a outra ao longo do tempo (LABOV, 1982, p. 20). Porém, quando
não há a sobre pujança de uma das variantes, não ocorre uma mudança linguística: as formas
variantes convivem, cada qual com seu campo de actuação, configurando-se como variação
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estável; ou a variante inovadora, mesmo que recorrente, não suplanta a variante conservadora,
desencadeando um processo de manutenção linguística.
Considerando esse último processo, vê-se que na contramão da mudança linguística situa-se o
conservadorismo linguístico. Dessa maneira, é preciso reconhecer que, assim como determinados
factores linguísticos e sociais se configuram como facilitadores de mudança linguística, outros se
apresentam como favorecedores de manutenção linguística.
De forma relacionada à constatação de Silva Neto, Labov (1994) ressalta que, na relação entre
contacto e mudança, quanto maior é a frequência de contacto entre os falantes, maior é a
expansão da mudança.
Assim, pode-se considerar que, sem o contacto entre falantes de repertórios linguísticos
diferenciados, a variação não se expande, ou seja, fica restrita a uma determinada comunidade de
fala.
Variação de uma língua é o modo pelo qual ela diferencia-se, sistemática e coerentemente, de
acordo com o contexto histórico, geográfico e sócio – cultural no qual os falantes dessa língua
manifestam – se verbalmente.
Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Alguns escritores
de sociolinguística usam o termo lecto, aparentemente um processo de criação de palavras para
termos específicos, são exemplos dessas variações:
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continua prevalecendo até aos dias de hoje. Vemos a mesma postura em relação ao português
moçambicano.
Exemplo do dialecto: Catana em português e trassadha em cisena (um dialecto falado no centro
de Moçambique)
Sociolecto
O sociolecto e um tipo de dialecto, uma estrutura linguística que deriva da outra e que costuma
estar relacionado com determinado grupo, mas que carece das características diferenciais
necessárias para separa – la de outras estruturas da mesma origem, isto é, variações faladas por
comunidades socialmente definidas.
Exemplo do sociolecto: Um adolescente de classe baixa poderá dizer ao outro: “repara nos
sapatos daquele chavalo, aposto contigo que custaram uma pipa de massa”. Um jovem de outra
classe social, por sua vez, pronunciara a mesma ideia da seguinte maneira: “repara nos sapatos
daquele rapaz, aposto consigo que foram caríssimos. Termos e expressões como pipa de massa e
chaval, por conseguinte, podem associar – se a um sociolecto determinado já que são usados por
um grupo social.
Língua nacional
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variedade padrão não detém propriedades intrínsecas que garantem uma qualidade
“naturalmente” superior às demais variedades.
A padronização é historicamente definida: cada época determina o que considera como forma
padrão. O que é padrão hoje pode tornar – se não padrão, e o que é considerado não padrão pode
ser estabelecido como padrão.
Idiolecto
É o conjunto dos hábitos linguísticos típicos de um determinado indivíduo que contribuem para a
sua caracterização linguística pessoal. Isto é, uma variação particular a uma certa pessoa.
Exemplo de registos: Caso se encontre entre amigos, num campo de futebol, participando de um
jogo, o falante poderá dizer: “Chuta a bola pra mim!”. Com certeza ele não dirá algo como
“Solicito-lhe que impulsione a bola com o pé na minha direção”, já que essa forma de expressão
seria inteiramente inadequada a tal situação comunicativa.
Etnolectos
Segundo Monteiro (2002), é uma variação de uma linguagem falada por certa etnia/subgrupo
cultural e serve como uma marca diferenciadora de identidade social. O termo combina os
conceitos de um grupo étnico e de um dialecto. E um idioma usado por certa etnia, isto e, um
grupo étnico.
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Ecoletes
As variações como dialectos, Idiolectos e Sociolectos podem ser distinguidos não apenas por seu
vocabulário, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por
exemplo, o sotaque de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos
dialectos. Um outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes Sociolectos variam em
seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.
Certos registos profissionais, como o chamado legalês, mostram uma variação na gramática da
linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses frequentemente usam modos
gramaticais, como o modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros
falantes. Muitos registos são simplesmente um conjunto especializado de termos.
É uma questão de definição se a gíria e o calão podem ser considerados como incluídos no
conceito de variação ou de estilo. Coloquialismos e expressões idiomáticas geralmente são
limitadas como variações do léxico, e de, portanto, estilo.
Tipos de Variação
Variação Histórica
O conjunto de mudanças que ocorre com o passar do tempo é chamado de variação histórica ou
diacrónica. As variedades históricas são mais perceptíveis na língua escrita, na medida em que,
por escrito, se pôde fazer o registro dos usos das épocas dos diferentes estágios por que passa a
evolução da língua. Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser
identificada ao se comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma
variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adoptada por
indivíduos sócio economicamente mais expressivos.
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A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes
convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se
pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.
Variação Geográfica
Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintáctica entre regiões. Dentro
de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em torno de
centros polarizadores, política e economia, que acabam por definir os padrões linguísticos
utilizados na região de sua influência. As diferenças linguísticas entre as regiões são graduais,
nem sempre coincidindo.
Para Camacho (2013, p.116), o PB se caracteriza pela pronúncia das vogais, o uso do gerúndio, o
uso dos possessivos sem artigo, o emprego do verbo ter ao invés de haver, a simplificação da
conjugação verbal, etc. No PE existem dialectos setentrionais (transmontanos e alto-minhotos),
dialectos centro – meridionais (dialectos do centro litoral, centro interior, dialectos dos açores e
da madeira) e dialetos galegos (oriental e ocidental) (MATEUS, 2005, p. 20-21; CUNHA;
CINTRA, 2008, p.24-35). No português de Moçambique a marca registrada para identificar se
um falante é do norte ou do sul é o desvozeamento.
Também chamada de variação regional ou diatópica (do grego dia = através de; topos = lugar), a
variação geográfica tem a ver com as diferenças linguísticas observáveis entre falantes oriundos
de regiões distintas de um mesmo país ou oriundos de diferentes países. Podemos observar
diferenças tanto entre o português de além-mar – falado na Europa (Portugal, Açores, Madeira),
na África (Angola, Moçambique, Guiné Bissau) e na Ásia (Goa, Macau) – e o português do
Brasil, como entre os falares das várias regiões do Brasil (sul e nordeste, por exemplo).
Essa variação (também conhecida como variação diastrática) está relacionada a factores
concernentes à organização socio – económica e cultural da comunidade. Entram em jogo
factores como a classe social, o sexo, a idade, o grau de escolaridade, a profissão do indivíduo.
São exemplos típicos de variação social: a vocalização do -lh- > -i- como em mulher/muié; a
rotacização do -l- > -r- em encontros consonantais como em blusa/brusa; a assimilação do –nd- >
-n> como em cantando/cantano; a concordância nominal e verbal como em os meninos saíram
cedo/ os menino saiu cedo.
Em relação à concordância verbal de terceira pessoa do plural, por exemplo, Monguilhott (2009),
ao investigar a fala da região de Florianópolis, mostra uma correlação entre marcação de
concordância e escolaridade. Agrupa alguns factores de diversidade: o nível sócio – económico,
determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o género. A
variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na
variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio económico de uma
pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão
de maior prestígio.
Variação Estilística
Também chamada de variação contextual ou de registro, essa variação se manifesta nas diferentes
situações comunicativas no nosso dia-a-dia. Em contextos socioculturais que exigem maior
formalidade, usamos uma linguagem mais cuidada e elaborada – o registro formal; em situações
familiares e informais, usamos uma linguagem coloquial – o registro informal. Mas, o que
observamos na prática é que as situações quotidianas de interacção são permeadas por diferentes
graus de formalidade, mais do que por uma oposição polarizada.
A variação estilística é regulada pelos domínios em que se dão as práticas sociais (escola, igreja,
lar, trabalho, clube, etc), pelos papéis sociais envolvidos (professor – aluno, pai – filho, patrão –
empregado, etc), pelo tópico (religião, desporto, brincadeiras, etc). O grau de variação será maior
ou menor dependendo desses factores. Na sala de aula, por exemplo, os professores tendem a
usar uma linguagem mais monitorada do que os alunos. Esse monitoramento também está
associado aos tipos de eventos. Encontramos maior ou menor monitoramento entre eventos que
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são mediados pela língua escrita e eventos mediados pela língua oral; entre eventos de explicação
de um conteúdo e eventos de motivação; entre eventos de sala de aula e eventos dos corredores, e
assim sucessivamente (BORTONI-RICARDO, 2004).
Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita e falada, pois os dois estilos
ocorrem em ambas as formas de comunicação.
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Conclusão
O estudo da variação e da mudança linguística parece uma tarefa simples. Mas exige um estudo e
debate muito profundo. Por isso levamos mais tempo discutindo aspectos teóricos, tentando criar
bases para que os conceitos fiquem claros. Nesta pesquisa mostrei que há diferença entre vários
tipos de variações linguísticas detalhando – as com os seus respectivos exemplos.
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Referências bibliográficas
AITCHISON, J. (2005) Language change: progress or decay. 4ªed. New York: CUP.
CASTILHO, Ataliba T. de. (1998) A língua falada no ensino de português. São Paulo: Contexto.
FARACO, C. A. (2001) Empréstimos e neologismos: uma breve visita histórica. In: Revista
ALFA. São Paulo, p. 131-148.
MONTEIRO, José Lemos. (2002) Para compreender Labov. 2. ed., São Paulo: Vozes.
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