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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: A atitude do homem para com a revelação divina

Nome: Joana Victorino Mariano


Código do Estudante: 708222300

Curso: Licenciatura em ensino da


língua portuguesa
Disciplina: Fundamentos de
Teologia Católica
Ano de Frequência: 2º
Turma: B

Beira, Setembro de 2023

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

Tema: A atitude do homem para com a revelação divina

Nome: Joana Victorino Mariano


Código do Estudante: 708222300

Trabalho de campo a ser Submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino da Língua Portuguesa da UCM.

Tutor: Pe. Honório Sumale

Beira, Setembro de 2023


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Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria:
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Índice

Introdução ...................................................................................................................................... 1

Objectivo geral ........................................................................................................................... 1

Objectivos específicos ................................................................................................................ 1

A atitude do homem para com a revelação divina ..................................................................... 2

Revelação .................................................................................................................................... 5

Tipos de revelação ................................................................................................................. 5

Conclusão ....................................................................................................................................... 8

Referências bibliográficas ............................................................................................................. 9

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Introdução

A relação que o homem estabelece com Deus, a partir da revelação, reforça a identidade do ser
humano enquanto sujeito pensante e transcendente. Deus se revela na condição humana, na
situação do homem, aproxima-se do ser humano como outro ser humano e pela sua criação.

Ao descobrir-se finito, o ser humano descobre-se um ser causado; a revelação, com efeito, dá
completude ao ser humano e o faz ser cada vez mais adequado à sua situação de um ser que
supera a si mesmo.

O homem na qualidade de destinatário da revelação tem uma atitude a tomar. Este pode-se abrir
ou permanecer indiferente. Mas como a finalidade da revelação é a salvação do homem, no
sentido que é para que o homem tenha acesso a Deus, Deus espera do homem a obediência da fé,
isto é adesão ao projecto divino. O encontro entre Deus e a pessoa humana acontece no coração e
uma vez aberto o coração professa-se com a boca o que se crê. Paulo atesta: “Acredita-se com o
coração e, com a boca, faz – se a profissão de fé”.

Portanto, o presente trabalho de teologia católica ira revelar e debruçar assuntos ligado ao tema a
atitude do homem para com a revelação divina, e nela, vamos em linhas gerais apresentar
algumas correntes teológicas para explica de forma citada e exemplificada para melhor
percepção.

Este trabalho estará estruturado em quatro partes principais a destacar: a introdução, o


desenvolvimento, a conclusão e as referências bibliográficas.

Objectivo geral:

 Falar da atitude do homem para com a revelação divina

Objectivos específicos:

 Explicar sobre a atitude do homem para com a revelação divina


 Definir a revelação no âmbito teológico
 Caracterizar os tipos de revelação

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A atitude do homem para com a revelação divina

A revelação é logicamente um evento que precede o ser humano pois o conteúdo dela é Deus
mesmo, isso permite a certeza de que é anterior a tudo o que é humano. Com efeito, é necessária
a presença do homem, como ser pensante e questionador para que o conteúdo da revelação se
torne completo.

A palavra revelação quer dizer:

A efectiva vir – a – manifestação da realidade Divina. A totalidade


do acontecer salvífico e o ser revelado do mysterion, no sentido de
um desvendamento de um segredo intelectual mais no sentido do
drama salvífico Divido. Nesta auto – comunicação de Deus é
concedida e recebida a participação (BOTTIGHEIMER, 2014, p.
163 – 164. Grifos do autor).

O homem na qualidade de destinatário da revelação tem uma atitude a tomar. Este pode – se abrir
ou permanecer indiferente. Mas como a finalidade da revelação é a salvação do homem, no
sentido que é para que o homem tenha acesso a Deus. Deus espera do homem a obediência da fé
(Rom 16:26), isto é, adesão ao projecto Divino.

O encontro entre Deus e a pessoa humana acontece no coração e uma vez aberto, o coração
professa – se com a boca o que crê. Paulo atesta: “ acredita – se com o coração e com a boca, faz
– se a profissão da fé”(Rom 10:10). A abertura do coração é a manifestação pelo testemunho
público. Pois a fé não é um acto privado porque o encontro com Deus é renovador. Deus
comunica – se para nos introduzir no seu mundo. Esse toque do coração é um acto de graça. Os
Actos dos apóstolos descrevem muito bem esse movimento na cena de Lídia onde encontramos a
explicitamente afirmado que “o Senhor abriu – lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia” (Act
16:14).

O mostrar – se de Deus, que é a revelação, efectiva – se na abertura do ser humano para algo
maior que ele. Deus se dá a conhecer e, nessa alteridade reside a possibilidade de experimenta –
lo na historia, ou seja, o homem torna – se capaz de Deus.

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Com efeito, isso significa por outro lado que,

A relação com Deus e a com seus semelhantes são inseparáveis


entre si: as relações com Deus. Com o Tu e com o Nós se
sobrepõem, elas não são estanqueis. Numa outra perspectiva
poderíamos formular o mesmo pensamento afirmando: Deus só
quer chegar ao ser humano pelo ser humano, ele procura o ser
humano inserido no meio dos seus semelhantes (RRATZINGER,
2014, p. 69).

Essa afirmação do Cardeal torna clarividente a aproximação que se dá entre Deus e o ser humano,
o homem passa a ter contacto directo com o divino, porque o divino abriu-se para ele e construiu
a ligação. A encarnação é prova dessa aproximação de Deus com o humano e sua capacidade de
se tornar semelhante a ele em tudo, excepto no pecado.

O mistério inominado se mostra, revela-se como Aquele que sempre é oculto, o ‘totalmente
Outro’ que dá sentido à existência do ser humano sobre a terra. Ele se revela no aqui e no agora,
em fatos e condições históricas determinadas, para que se torne acessível ao homem.

Deus ao se aproximar do humano como outro humano faz com que o homem seja capaz Dele, de
experiencia – Lo, Ele se permite experimentar para estabelecer relações com eles. Deus se
oferece ao homem, Ele o quer e então, nessa dinâmica, o homem se descobre como uma criatura
querida por Deus.

A criação é um testemunho que o Criador dá de Si mesmo, estabelece nela a possibilidade de


salvação para o ser humano, e, ainda na criação, estabelece o vínculo dialógico entre Criador e
criatura, que se consolida pelo amor e a Bondade de Deus.

O que Deus espera do homem perante a sua revelação, ou por outra, qual deve ser a atitude do
homem perante a iniciativa salvífica de Deus? Resposta positiva, abandonar – se a ele. É esta
resposta positiva que se chama fé.

De acordo com a bíblia, Revelação Divina é a denominação, de modo genérico, para todo
conhecimento transmitido ao homem directamente por um Deus ou deuses (muitas vezes o meio
por onde este conhecimento foi passado também foi assim chamado).
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A revelação é o acto de revelar ou desvendar, ou tornar algo claro ou óbvio e compreensível por
meio de uma comunicação ou passiva com a Divindade. A Revelação pode originar – se
directamente de uma divindade ou por um intercessor ou agente, como um anjo ou santidade;
alguém que tenha experimentado tal contacto é denominado profeta.

Para que haja essa relação de Deus com o homem e do homem com Deus a razão torna-se
fundamental para a efectivação da experiência que se dá. A Dei Verbum esclarece como a
Revelação envolve o homem em um constante ‘mostrar – se’ de Deus, a razão contribui
eficazmente ainda com a transmissão da revelação.

A razão, sendo o denominador comum de todo ser humano, faz com que a experiência com o
Deus que se manifesta seja transmitida a todas as pessoas, fazendo com que o homem se coloque
diante do mistério e se sinta parte integrante deste, descobrindo-se mistério também. A revelação
é que completa a imperfeição do ser humano, ou seja, ela dá sentido ao homem que é um ser de
falta, marcado pela necessidade, que não está completo. O revelar-se de Deus vai de encontro
com as carências do ser humano e o faz dialogar com elas como em um gesto de amor profundo.

O ser humano tem a capacidade de se reconhecer finito, é capaz de questionar sua condição
inteira e pensá-la como um objecto de sua existência. Ele se coloca a si mesmo como problema
existencial, nessa perspectiva percebe-se como ser transcendente.

A capacidade de questionar a si mesmo supõe a capacidade de transcendência, expressa pela


abertura do ser humano para o absoluto. Nesse sentido

Porque o ser humano transcende todo o finito e se experiencia a si


mesmo enquanto ser de um horizonte infinito, a capacidade de
questionar e a necessidade de questionar lhe pertencem de forma
essencial. O ser humano pode colocar fundamentalmente tudo em
questão. Assim, cada questão pressupõe a questionabilidade, isto é,
a recognoscibilidade do questionado, pois só pode ser questionado
aquilo que de alguma forma já é reconhecido (BOTTIGHEIMER,
2014, p.182).

Nessa alteridade o homem torna-se conhecedor de Deus, conhecedor do Mistério, com efeito,
conhecer o Mistério é reconhecê-lo inatingível e que tudo o que se alcança com a razão é porque
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antes Deus tornou-se conhecido para o homem, ou seja, auto – comunicou – se, fez-se conhecer
pelo ser humano.

Assim, compreende-se que “revelação é o advento que acontece, é o infinito que vem ao finito, é
o ilimitado Silêncio que se traduz em palavra audível e perceptível” (FORTE, 1995, p. 223).
Existe um abismo entre Deus e o homem, Deus sempre será para o ser humano o invisível.

A experiência humana de Deus, realizada unicamente por que Deus se revela, dá-se em meio à
contingência do ser humano, em suas carências e incredulidades. O conhecimento de Deus é
sempre para além do homem, não se tem sobre isso um conjunto de conhecimento elaborado e
determinado.

Revelação

A revelação é o acto gracioso de Deus pelo qual ele comunica a nós coisas a respeito de Si
mesmo e do nosso relacionamento com ele.

Tipos de revelação
Revelação individual
Tomás de Aquino acreditava em dois tipos de revelação individual de Deus: revelação geral e
revelação especial. Na revelação geral, Deus se revela através da sua criação, algumas realidades
divina podem ser apreendidas através de estudos empíricos da natureza, física, cosmologia etc.
Na revelação especial, Deus revela a sua natureza a um indivíduo de modo sobrenatural, por
exemplo, através das escrituras e milagres. Embora alguém possa deduzir a existência de Deus e
de seus atributos através da revelação geral, alguns dados especiais somente podem ser
conhecidas através da revelação especial.

Deus revelou se a Moisés oferecendo a libertação ao povo escravo no Egipto. O Seu nome “ Sou
Aquele que Sou” revela uma solicitude de liberdade para o ser humano. Por isso o Deus de
Moisés é o Deus Libertador.

Os Profetas foram um momento importante na revelação de Deus. Eles testemunham o cuidado


de Deus pela justiça no seio da humanidade. Eles aparecem como os defensores dos pobres e dos
vulneráveis da sociedade. Assim se revela um Deus que toma partido dos pobres e injustiçados.

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Nos últimos tempos Deus se revelou em Jesus Cristo como o centro e o ponto definitivo da
história de Salvação (Fisichella, 2002, p. 81). A Lei e os profetas são orientados a ele e somente
nele encontram pleno cumprimento.

Revelação pública
Alguns grupos de religiosos acreditam que deus se revelou a um grande grupo de indivíduos. No
Deuteronômio, Javé revela os Dez mandamentos aos israelitas no monte Sinai público. No
cristianismo, no livro Acto dos Apóstolos descreve o dia de Pentecostes onde um grande grupo
de seguidores de Jesus teria experimentado uma revelação em massa. O povo dacota acreditava
que certo seguidor falou directamente com o povo quando estabeleceu as tradições religiosas
dacotas. Algumas versões de uma dada lenda falam de Huitzilopochtli falando directamente com
o povo asteca quando este chegou a Anáhuac. Historicamente, existiram muitos imperadores,
líderes religiosos e outras figuras que foram deificadas e tratadas como se suas palavras fossem
revelações Divinas. A revelação pública apresenta vários tipos de revelações de Deus: revelação
geral (na natureza, na consciência e na historia) e revelação especial (pelos profetas, milagres, nas
Escrituras e em Cristo Jesus).

Deus se revela na natureza

De acordo com (Romanos 1:20) “Pois desde a criacao do mundo os atributos invisiveis de Deus,
se eterno Poder e sua natureza Divina tem sido visto claramente, sendo compreendido por meio
de coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis.”

Deus se revela na consciência humana

“De facto quando os gentios, que tem a lei, pratica naturalmente o que ela ordena, rornam – se lei
por si mesmos, embora não possuam a lei; pois mostram que a existência da lei estão gravada em
seus corações. Disso dão testemunho também a consciência e o pensamento deles, ora acusando –
os, ora defendendo – os.” (Romanos 2:14 – 15)

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Deus revela na história humana

“Contudo, [Deus] não ficou sem testemunho: mostrou sua bondade, dando – lhes chuva do céu e
colheita no tempo certo, concedendo – lhes sustento com fartura e emchendo de alegria os seus
corações.” (Atos 14:17)

Deus se revela através dos profetas

“O Senhor advertiu Israel e Judá por meio de todos os seus profetas e videntes: Desviem – se dos
seus maus caminhos. Obedeçam as minhas ordenanças e os meus decretos, de acordo com a lei
que ordenei a seus antepassados que obedecessem e que lhes entreguei por meio dos meus servos,
os profetas”. (II Reis 17:13)

Deus se revela através de milagres

“Ele manifestou os seus caminhos a Moisés, os seus feitos aos israelitas” (Salmos 103:7)

Deus se revela através das escrituras

“Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem se a ela prestarem
atenção, como a uma candeia que brilha em lugar escuro, ate que o dia clareie e a estrela da alva
nasça em seus corações.” (II Pedro 1:19)

Deus se revelou em Cristo

“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que
contemplamos e as nossas mãos apalparam – isto proclamamos a respeito da palavra da vida. A
vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna.
Que estava com o Pai e nos foi manifestada.” (1 João 1:1 – 2)

Como classificar essas formas de revelação?

Revelação real x Revelação verbal

Revelação natural x Revelação sobrenatural

Revelação geral x Revelação especial

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Conclusão

Com o presente trabalho foi possível concluir que a revelação é um dado que o homem
experimenta numa relação que o supera e o envolve por inteiro. Esse envolver o faz ser ele
mesmo, enquanto ser de transcendência e capaz de superar – se. Neste sentido, falou – se que a
revelação é a condição de possibilidade para que o homem possa experimentar a presença de
Deus na vida e na história.

O homem na qualidade de destinatário da revelação tem uma atitude a tomar. Este pode – se abrir
ou permanecer indiferente. Mas como a finalidade da revelação é a salvação do homem, no
sentido que é para que o homem tenha acesso a Deus. Deus espera do homem a obediência da fé,
isto é, adesão ao projecto Divino. O encontro entre Deus e a pessoa humana acontece no coração
e uma vez aberto, o coração professa – se com a boca o que crê. A abertura do coração é a
manifestação pelo testemunho público. Pois a fé não é um acto privado porque o encontro com
Deus é renovador. Deus comunica – se para nos introduzir no seu mundo. Esse toque do coração
é um acto de graça.

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Referências bibliográficas

BOTTIGHEIMER, Christoph. (2014) Manual de Teologia Fundamental: a racionalidade da


questão de Deus e da Revelação. Petrópolis: Vozes.

FORTE, Bruno. (1995) Teologia da História: ensaio sobre a revelação, o início e a consumação.
São Paulo: Paulus.

Libânio, J. & Meirad, A. (1998). Introdução à teologia. São Paulo: Edições Loyola.

Perale, M. (1985). Maria no Novo Testamento. São Paulo: Ed. Paulinas.

RAHNER, Karl. (1989) Curso Fundamental da Fé: introdução ao conceito de cristianismo. São
Paulo: Paulinas.

RATZINGER, Joseph. (2014) Introdução ao cristianismo: preleções sobre o símbolo apostólico


com um novo ensaio introdutório. 7. ed. São Paulo: Loyola.

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