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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Pedagogia e os fundamentos humanos da didáctica

Nome do Estudante: Duarte António


Código do Estudante: 708230355
E – mail: 708230355@ucm.ac.mz

Curso: licenciatura em ensino da


língua portuguesa
Disciplina: Didáctica Geral 1
Ano de Frequência: 1º
Turma: B

Beira, Maio, 2023

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

Tema: Pedagogia e os fundamentos humanos da didáctica

Nome do Estudante: Duarte António


Código do Estudante: 708230355
E – mail: 708230355@ucm.ac.mz

Trabalho de campo a ser Submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino da Lingua Portuguesa da UCM
Tutor: MSc. Eugénio Alberto Alfredo

Bread

Beira, Maio, 2023

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Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.0
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação parágrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria:
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Índice

1 Introdução ............................................................................................................................... 1

1.1 Objectivo geral: ............................................................................................................... 1

1.2 Objectivos específicos: .................................................................................................... 1

1.3 Metodologias.................................................................................................................... 1

2 Pedagogia e os fundamentos humanos da didáctica ........................................................... 3

2.1 Fundamentos Humanos da Didáctica ........................................................................... 4

2.2 Principais categorias pedagógicas ................................................................................. 5

2.3 Didáctica – suas relações com a Pedagogia e outras ciências ..................................... 6

2.4 Processo De Ensino E Aprendizagem – Origem E Desenvolvimento Histórico ........ 8

2.5 Carácter educativo do PEA ......................................................................................... 11

3 Conclusão ............................................................................................................................. 13

4 Bibliografia ........................................................................................................................... 14

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1 Introdução

O presente trabalho do campo da cadeira de Didáctica geral é o produto de uma série de secções
de pesquisa na qual o estudante universitário foi incumbido a apresentar nos conteúdos
relacionados com a vida académica, procurando assim, a transmissão de conhecimentos
científicos da referida cadeira em alusão com o seguinte tema: Pedagogia e os fundamentos
humanos da didáctica. Este trabalho, foi produzido no âmbito de mais uma acção para o
cumprimento do programa da referida cadeira em estudo em termo da sua realização. Portanto,
durante a realização do presente trabalho científico salientar que, esta apresenta de uma forma
clara e concisa os conteúdos de forma fácil a compreensão e de leitura do presente trabalho em
curso. De informar que, para a produção do presente trabalho o autor recorreu a consulta de obras
bibliográfica de vários autores que versam sobre o tema e de apanhados que foram feitos na
cadeira em alusão e outras obras recolhidas e compiladas a informação. Entretanto, as ideias aqui
expressas pelo estudante universitário, reflecte inúmeras informações recolhidas por via de
diferentes fontes de pesquisa em termo da sua realização Sendo assim, o presente trabalho do
campo tem como objectivos:

1.1 Objectivo geral:

Conhecer a Pedagogia e os fundamentos humanos da didáctica

1.2 Objectivos específicos:

 Definir a pedagogia;
 Descrever as principais actividades básicas do professor e aluno em cada função
didáctica;
 Caracterizar as principais categorias pedagógicas;
 Explicar o carácter educativo no PEA

De salientar que o trabalho é meramente académico, para tal, foi necessário evidenciar muito
esforço para torna-lo publico ao caro leitor.

1.3 Metodologias

Segundo Gil, (2008, p. 15), afirma que o objectivo dos métodos é proporcionar os meios técnicos
ao investigador visando garantir a objectividade e a precisão dos factos sociais, de forma
1
especifica relata o autor que "visam fornecer a orientação necessária a realização da pesquisa
social sobretudo no referente a obtenção, processamento e validação dos dados pertinente a
problemática que está sendo investigada"

Foi usado o método bibliográfico para a execução e concretização do mesmo, visto que a
resolução de exercícios é de extrema aos estudantes para o domínio da cadeira e familiarização
dos conteúdos abordados pela disciplina.

No entanto, o trabalho contém o índice, a introdução, o desenvolvimento dos itens destacados,


conclusão e referências bibliográficas.

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2 Pedagogia e os fundamentos humanos da didáctica

A história da Pedagogia é longa, remonta da Grécia; era papel dos escravos acompanhar as
crianças dos senhores aos locais de instrução, aos poucos essa actividade deixou de ser do
escravo e passou a ser de um profissional a que hoje chamamos de pedagogo. Etimologicamente,
pai, paidós = crianças, agein = conduzir; logo = ciência, assim a Pedagogia significa ciência para
a condução das Crianças, Piletti (1990). Hoje a Pedagogia assume um papel diferente daquele
desempenhado pelos escravos, trata de investigar as leis e regularidades que orientam o processo
de ensino – aprendizagem. Evidentemente que esse papel não seria possível se a Pedagogia não
lançasse mãos a outras ciências de natureza psicológica, sociológica e, até pedagógica (assunto a
ser abordado com maior detalhes na Unidade II). Dentro dessa complexidade, Piletti (1990)
apresenta três áreas importantes da Pedagogia:

1. Aspecto Filosófico: nesta área situam – se as disciplinas como a Filosofia educacional,


Políticas Educativas, teoria da Educação, História da Educação e sua principal preocupação é
direccionar a educação para o ideal proposto por cada povo, responde a questão o que deve
ser a educação para um determinado povo ou nação.
2. Aspecto técnico: esta área é mais operacional, no sentido de conduzir a educação para as
finalidades propostas, constam as disciplinas como, por exemplo, a Administração Escolar,
Saúde e Higiene Escolar, e a própria Didáctica.
3. Aspecto Científico: esta área pedagógica trata de investigar o campo educativo, responde a
questão o que é a Educação, fazem parte as disciplinas como a Sociologia Educacional,
Biologia Educacional, Educação Comparada etc. Depois da classificação da Pedagogia
apresentada, facilmente pode se compreender que a Didáctica é uma disciplina técnica da
Pedagogia que procura conduzir o processo de educativo.

Actualmente a Didáctica reclama “autonomia” e sua acção transcende o contexto escolar, sendo
assim é pertinente apresentar os fundamentos humanos da Didáctica.

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2.1 Fundamentos Humanos da Didáctica

A educação é um processo histórico, colectivo e dinâmico que visa a


humanização do homem. Humanização entendida como processo de construção
do homem e da sociedade numa constante busca de superação de condições
opressoras e desumanizantes, (Marafon 2001).

A didáctica enquanto for encarada como disciplina técnica da Pedagogia pode permanecer nesse
reducionismo, a ideia de uma ciência que ensina como ensinar, deve começar a desaparecer “a
ideia de uma didáctica como conjunto de técnicas e saberes metodológicos indispensáveis a arte
de ensinar algo a alguém (…), [exige se] um novo olhar, implicando a necessidade de
alargamento do horizonte que orienta o processo de ensinar, aprender e de percepção da presença
de um conjunto mais amplo de interesses e interessados na educação” (Santos, 2003: 138), na
revindicação do reducionismo didáctico, Libâneo (1992) refere que cabe a Didáctica converter os
objectivos sociopolíticos e pedagógicos em objectivos de ensino, dai que se diz que o trabalho
docente na sala de aula é reflexo da sociedade, sendo assim,

Ao investigar questões atinentes à formação humana e prática educativa,


correspondente a Pedagogia começa por perguntar que interesses que estão
por detrás das propostas educacionais. O processo educativo se viabiliza,
portanto, como prática social precisamente por ser dirigido pedagogicamente
(Libâneo, 2005: 34).

Reconhecer essa complexidade didáctica leva nos a repensar a ideia do educador e do educando,
como seres sociais que são resultados dessa complexa realidade humana, dai que o trabalho
didáctico exige um novo paradigma (nova visão) para o processo de ensino – aprendizagem:
Promoção da humanidade de cada ser humano, no fundo dessas interacções é importante
reconhecer a qualidade das comunicações, a “educomunicação”

A acção educativa de que se preocupa a didáctica é uma acção humana por natureza, o homem
vive na família, na escola, na igreja, o estado, a comunidade, essas todas instâncias são
vivenciadas pelo homem e o campo escolar é social daí as influencias que este homem sofre. Mas
a vida humana é mais do que uma simples recepção de influências e informações. Ela caracteriza-
se pela participação, pelo relacionamento e pela convivência entre pessoas; por isso há

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necessidade de criação de um ambiente em que se dê o encontro humano em todas suas
dimensões (Schmitz, 1993).

2.2 Principais categorias pedagógicas

Do ponto de vista individual, a educação refere-se ao desenvolvimento das aptidões e


potencialidades de cada indivíduo, tendo em vista o aprimoramento da sua personalidade. Nesse
sentido, o termo educação se refere ao verbo latino educare, que significa fazer sair, conduzir
para fora. O verbo latino expressa, nesse caso, a ideia de estimulação e liberação das forças
latentes. Como podemos verificar, nos dois sentidos a palavra educação está ligada ao aspecto
formativo.

Vale apenas recordar que a educação para Brandão (2007), acontece tanto na escola como na
família, no grupo de amigos, na rua, no bar, em casa, em todos lugares está presente a educação
nas diferentes formas de manifestação (formal, não – formal e informal). É essencialmente na
educação formal que está presente a educação escolar, já no sentido mais amplo, a educação e
quando fenómeno social, integra todas componentes descritas anteriormente. Sintetizando as
categorias pedagógicas: O Homem vive num contexto socialmente construído e dentro destas
inter-relações (ocorre a educação), há necessidade de orientar as acções humanas para que
produzam o efeito desejado (ensino) de tal maneira que será necessário a aquisição de um
determinado conjunto de saberes ou conhecimentos (instrução) para a realização de certas
actividades.

Assim podemos aproximar as definições simplificando deste modo:

Educação – processo social amplo de influências e interrelações, compreende situações


intencionais e acasos.

Ensino – acções, meios e condições para a realização intencional da instrução. É importante


vincar a intencionalidade de quem ensina, isto é dos objectivos, dos meios, dos conteúdos e das
condições da sua realização.

Instrução – Formação e desenvolvimento intelectual mediante domínio de um determinado corpo


de conhecimentos.

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2.3 Didáctica – suas relações com a Pedagogia e outras ciências

Para a compreensão de como a Didáctica Geral se relaciona com outras ciências é necessário
falarmos do conceito da própria ciência.

Segundo Piletti (2004), “Didáctica é uma disciplina técnica e que tem como objecto específico a
técnica de ensino (direcção técnica da aprendizagem) ”. Isto é mesmo dizer que a Didáctica é a
parte da pedagogia que tem como objecto de estudo o ensino em sua relação com a aprendizagem
em processos de estímulos, direcção e encaminhamento, no decurso da aprendizagem, na
formação do homem.

Para Tavares (2011), “a Didáctica é a parte da Pedagogia que utiliza estratégias de ensino
destinadas a colocar em prática as directrizes da teoria pedagógica, do ensino e da aprendizagem
”. Indo mais além, é uma disciplina pedagógica concentrada no estudo dos processos de ensino e
aprendizagem, que busca a formação e o desenvolvimento instrutivo e formativo dos estudantes.

De acordo com o manual de Didáctica de tronco comum da UCM, considera-se a didáctica como
disciplina de intersecção entre a teoria educacional e as metodologias específicas das matérias
que se esclarecem e se particularizam sob características comuns, básica, da actividade
pedagógica e, em particular, do processo de ensino aprendizagem. Em outras palavras, a didáctica
opera a interligação entre a teoria e a prática.

Portanto, ela engloba um conjunto de conhecimentos que entrelaçam contribuições de diferentes


esferas científicas (teoria de educação, teoria do conhecimento, psicologia, sociologia, etc), junto
com requisitos de operacionalização. Noutros termos, a pedagogia investiga a natureza das
finalidades da educação como processo social, no seio de uma determinada sociedade, bem como
as metodologias apropriadas para a formação dos indivíduos, tendo em vista o seu
desenvolvimento humano para tarefas na vida em sociedade.

A Didáctica Geral estabelece relação com as Didácticas especiais ou seja, Metodologias de


Ensino de Disciplinas específica (ex: Matemática, línguas, etc). De facto, as metodologias das
diferentes disciplinas analisam as questões de ensino de uma determinada disciplina, enquanto a
Didáctica Geral tem um objecto de natureza geral: Se abstrai das particularidades das distintas
disciplinas e generaliza as manifestações e leis especiais do ensino e aprendizagem nas diferentes
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disciplinas e formas de ensino. Assim, as Didácticas ou Metodologias especificas são uma base
importante para a Didáctica Geral, e esta, por sua vez, generaliza os resultados de estudo sobre o
ensino das disciplinas específicas.

A Biologia orienta sobre o desenvolvimento físico e os índices de fadiga dos alunos, a nutrição e
a herança também tem o seu peso na aprendizagem dos alunos.

A Filosofia actua na integração das demais ciências que servem de base a Didáctica, coordenando
– as numa visão que tem por fim explicar o educando como um ser completo que necessita de
atendimento adequado, personalizado, de forma que se possam efectuar os propósitos de
educação.

Nesta perspectiva, Araújo (2012) ainda enfatiza que “a Psicologia indica as oportunidades que
melhor favorecem a expansão desenvolvimento da personalidade bem como os processos a
efectivação da aprendizagem que melhor garantem a efectivação da aprendizagem”. Por exemplo,
aspectos ligados a motivação para que o aluno se interesse pela matéria.

A complexidade do trabalho do professor está na sua capacidade de poder planificar, realizar e


avaliar o processo de ensino – aprendizagem, com garantia de que os seus alunos aprendam,
desenvolvam saber, saber fazer e saber ser/estar. Igualmente esta complexidade se refere em
parte, ao facto de que o professor deve ensinar a partir de uma concepção da direcção do processo
educativo subordinada a uma concepção político – social, agindo, portanto, como pedagogo; e ao
mesmo tempo o professor deve: Respeitar a individualidade dos seus alunos e as condições que
melhor favorecem a expansão/desenvolvimento da personalidade bem como os processos que
melhor garantem a efectivação da aprendizagem. Orientar-se sobre o desenvolvimento físico e os
índices de fadiga dos alunos e, a partir disso, por exemplo, conceder aos alunos intervalos depois
de um período significativo de trabalho para permitir o repouso dos estudantes, programar
actividades em função das capacidades de resistência física dos alunos, etc.

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2.4 Processo De Ensino E Aprendizagem – Origem E Desenvolvimento Histórico

Na sociedade primitiva (de caçadores e recolectores) todos os adultos educavam todas as crianças
directamente no mesmo processo da vida e do trabalho e do trabalho junto com os adultos. Mas a
medida que o trabalho se desenvolvia, começa a haver excedentes de produção e, assim, aparece
a divisão de trabalho e, consequentemente, a especialização do trabalho. Na sequência disso,
aumenta o património sócio cultural e técnico-científico da humanidade e torna-se cada vez mais
complicado todos os adultos «ensinarem tudo a todas as crianças». Assim, surgem pessoas
especializadas em educação das crianças e criam-se situações específicas de educação; e, neste
sentido, surge o processo de ensino – aprendizagem como processo organizado e intencional para
a educação das crianças.

Podemos distinguir a educação da sociedade primitiva e a da sociedade em que surge a


especialização do trabalho da seguinte forma:

Características da educação

Na sociedade Primitiva Na sociedade de divisão de trabalho

A educação/formação do A educação é organizada, razão pela qual toma o carácter de


homem dependia dos seguintes processo de ensino – aprendizagem, o que implica:
factores:

Carácter intencional do PEA

A simples imitação aos adultos Colocação prévia de objectivos e tarefas de ensino


(por isso, era espontânea)

A transmissão oral Elaboração de conteúdos e métodos do meio de ensino/educação

A influência

Os exercícios no próprio Designação de homens especiais (alunos e


processo de trabalho. professores/educadores com características próprias).

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Estabelecimento da duração e de locais especiais para a
realização do PEA

Estabelecimento do controlo (avaliação) sobre o processo da sua


realização.

A educação/formação do A educação é organizada, razão pela qual toma o carácter de


homem dependia dos seguintes processo de ensino – aprendizagem, o que implica:
factores:

Carácter intencional do PEA

A simples imitação aos adultos Colocação prévia de objectivos e tarefas de ensino


(por isso, era espontânea)

A transmissão oral Elaboração de conteúdos e métodos de ensino/educação

A influência do meio

Os exercícios no próprio Designação de homens especiais (alunos e


processo de trabalho professores/educadores com características próprias)

Estabelecimento da duração e de locais especiais para a


realização do PEA

Estabelecimento do controlo (avaliação) sobre o processo da sua


realização.

Ora, como demonstra o aumento progressivo do património sócio – cultural e técnico – científico
já não permitia que «todos ensinassem à todos», razão pela qual concluímos que o PEA tem
como sua origem a contradição entre o património sócio – cultural e técnico – científico da
sociedade cada vez mais crescente e as possibilidades limitadas do homem de transmití – lo
directamente, usando exclusivamente o próprio processo de vida e trabalho quotidianos.

Assim, a problemática fundamental da didáctica é a tentativa permanente de resolver esta


contradição, isto é «transformar o processo histórico de desenvolvimento de experiências sociais,
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culturais e científicas em processos individuais de educação, instrução e formação». Deste modo,
o aluno/educando individualmente recapitula à sua maneira o processo histórico de assimilação
das experiências da sociedade, o que pressupõe a aprendizagem efectiva graças ao PEA.

De facto, como deve ter se apercebido, na sua experiência docente, assim como doutros
professores da sua escola, a educação que se realiza comporta um carácter intencional, daí que:

a) A actividade docente é, com base nos planos curriculares, nos manuais escolares (do
professor e dos alunos) e doutros planos, o professor planifica o ensino, como forma de
educação dos alunos, traduzindo-se em planos de unidades e de aulas e, por conseguinte,
esse processo educativo assume o carácter intencional.
b) Na planificação em alusão no ponto anterior, o professor define previamente os
objectivos que deverão se traduzir em resultados de aprendizagem graças à interacção
professor – alunos em situação concreta do PEA.
c) Os conteúdos mediados no PEA são sistematizados previamente e, em conjunto com os
objectivos, meios, características do professor e dos alunos, condicionam a escolha das
actividades (reflectidas nos métodos de ensino-aprendizagem) mais adequadas à
necessidade de garantia da assimilação activa desses conteúdos nas suas potencialidades
educativas e instrutivas.
d) O professor e os alunos constituem os actores principais do PEA e, em tanto que
elementos especiais, apresentam características próprias, não somente pela sua condição
de professor e aluno, mas também tendo em conta a formação, nível de escolaridade,
idade, sexo, situação social, etc. E todas estas particularidades merecem o seu
atendimento, devendo o ensino se ajustar a elas.
e) O PEA realiza-se em locais e mediante duração especiais, acordados como condição para
a prossecução dos objectivos do PEA, no interesse da facilitação da actividade do
professor e dos alunos.

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2.5 Carácter educativo do PEA

De acordo com o manual de didáctica geral 1, manual de tronco comum pagina 35 – 36, a
instrução é a transmissão/mediação de conhecimento, capacidades, habilidades; podemos também
defini-la como sendo o processo e o resultado da assimilação de conhecimentos sistemáticos,
assim como das acções e procedimentos inerentes a eles. Por seu turno, a educação, pela sua
característica fundamental, é o desenvolvimento/formação de comportamento, atitude e
convicções; isto é, a formação de traços /sinais da personalidade. Assim, é impossível, no
verdadeiro sentido, educar sem instruir e vice-versa, daí que, a educação e a instrução estão
intrinsecamente unidos e se relacionam dialecticamente no PEA, apesar de que o alcance dos
objectivos educacionais, mais do que resultado do ensino, resulta de todo o conjunto de
influências que actuam sobre o aluno/educativo.

A instrução tem como enfoque principal no desenvolvimento nos alunos o saber e o saber fazer,
enquanto quando falamos de educação se tem em vista o desenvolvimento do saber ser e estar.
Mas como vemos, ao realizarmos a educação, ao mesmo tempo se instrui (quem poderia ser bem
educado diante de pessoas idosas se não pudesse lembrar, enunciar as regras principais de
comportamento que se espera desse individuo diante dessa situação); o mesmo vêmos que ao
instruir (ex: para condução de uma viatura) o indivíduo deve ser educado para o respeito das
normas (neste caso, de trânsito rodoviário), sem as quais a condução automobilística se
transforme num autêntico problema para a circulação e bem das pessoas.

Com isto, chego a conclusão que, de facto, é preciso unir a educação e a instrução ou seja,
instruir e educar simultaneamente no PEA; por exemplo, algumas formas práticas para assegurar
a unidade entre instrução e educação no PEA. Aproveitamento das potencialidades educativas do
conteúdo a ser medido: todo o conteúdo de ensino tem, em maior ou menor grau, potencialidades
educativas. Ex: Com a história da luta de libertação nacional em Moçambique, pode-se educar
para patriotismo, a unidade nacional.

A personalidade do professor: existe uma tendência natural de as pessoas crescerem,


desenvolverem atitudes e convicções tomando os outros como modelo/exemplo, sobretudo
aqueles com quem tem respeito e admiração. Por isso, principalmente na escola primária, os
alunos /educandos podem se educar pelo exemplo do professor.

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Definição dos objectivos: para cada plano de aula o professor define uma série de objectivos,
sendo por isso que deve ter cuidado de incluir nele objectivos instrucionais (i.e., da área de saber
e saber – fazer), assim como educacionais (da área do saber – ser e saber – estar).

O professor ao ensinar seus alunos desenvolve neles atitudes, convicções, hábitos, para além de
levá-los a assimilação de conhecimentos e desenvolvimento de capacidades e habilidades. Este é
o propósito educativo e instrutivo do PEA, o que faz com que tenhamos como recomendação
fundamental do professor, de qualquer disciplina e com base em qualquer que seja o conteúdo,
deve assumir como sua obrigação profissional educar os alunos, não se limitando apenas a
mediação de conteúdos para serem assimilados simplesmente como conhecimentos.

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3 Conclusão

O presente trabalho retratou assuntos ligado a pedagogia e os fundamentos da didáctica onde de


acordo com alguns actores citados no trabalho demonstrou – se a origem da didáctica em termos
etimológicos, falou – se também das áreas importantes da pedagogia. Falou – se também de
fundamentos humanos da didáctica também segundo alguns actores de renome na área
pedagógica, explicou – se da relação que a didáctica tem com outras ciências no seu todo e a
origem e o desenvolvimento histórico do processo de ensino e aprendizagem, e por fim falou – se
de carácter educativo.

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4 Bibliografia

SANTOS, Vivaldo Paulo dos(2003). O que fazer na sala de aula: didáctica, metodologia ou nada
disso? Dialogia, v.2. pp, 137-148

LIBANEO, J.(1992). Didáctica; Cortez editora; SP.

PILETTI, C. (1990). Didáctica; Cortez editora; SP

MARAFON, Maria Rosa Carvalho(2001). Pedagogia crítica: uma metodologia na construção do


conhecimento. Editora Vozes, RJ.

https://joaopapelo.wordpress.com/2017/08/13/relacao-da-didactica-geral-com-outras-ciencias-up-
nampula/ acessado no dia 18 de Marco de 2023 pelas 19:50 minutos.

https://www.escolamz.com/2020/07/processo-de-ensino-e-aprendizagem-pea.html#gsc.tab=0
acessado no dia 18 de Marco de 2023 pelas 20:35 minutos.

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