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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Estudo sobre a Prática do Assédio Sexual na Função Pública em


Moçambique

Líria Gussul Obra–708207369

Nome do Docente: Pe Inld Betinho Lopes

Curso: História
Cadeira: Ética Profissional
Ano de Frequência: 4o Ano
Turma: Santa Mónica

Quelimane, Abril, 2023


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 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
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Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria:

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Índice
1. Introdução............................................................................................................................4

2. Objectivos:..........................................................................................................................4

2.1. Geral:................................................................................................................................4

2.2. Específicos:......................................................................................................................5

3. Metodologia........................................................................................................................5

4. Estudo sobre a Prática do Assédio Sexual na Função Pública em Moçambique................5

4.1. Assédio Sexual.................................................................................................................5

5. Tipos de assédio sexual (espécies)......................................................................................6

5.1. Por Chantagem.................................................................................................................6

6. Quadro Legal do Assédio em Moçambique........................................................................7

7. Consequências.....................................................................................................................9

8. Assédio Sexual nas Instituições Públicas em Moçambique................................................9

9. Conclusão..........................................................................................................................11

10. Bibliografia......................................................................................................................12

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1. Introdução

O Presente trabalho, tem como tema: Estudo sobre a prática do assédio Sexual na Função
Pública em Moçambique. O assédio sexual é um grave problema social que afita sobretudo
as mulheres, sendo um comportamento muito comum numa cultura machista e patriarcal, que
vê as mulheres como objecto sexual e que explora a desigualdade de poder nas relações
sociais de género.

Embora seu sentido etimológico possa nos conduzir a múltiplos significados consoante suas
dimensões sociais ou culturais, somos do entendimento que a definição que mais se conforma
com o seu espírito genérico é aquela que o associa a um conjunto de operações ou estratégias
levadas a cabo com vista ao cercamento de uma área, uma única pessoa ou o seu conjunto; ou
ainda aquela que o relaciona com uma conduta ou comportamento indesejado de perseguição
ou de insistência em relação a alguém. Assim sendo, tem como:

2. Objectivos:

2.1. Geral:

 Compreender o Estudo sobre a prática do assédio Sexual na Função Pública em


Moçambique.

2.2. Específicos:

 Conceituar o Assédio Sexual;


 Explicar Quadro Legal do Assédio em Moçambique;
 Analisar o Assédio Sexual nas Instituições Públicas em Moçambique.

3. Metodologia

Para a realização do presente trabalho, foi graças a alguns artigos, teses e como de algumas
fontes bibliográficas, que consistiu na análise e a retirada dos pressupostos básicos que fazem
menção ao trabalho em destaque.

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4. Estudo sobre a Prática do Assédio Sexual na Função Pública em Moçambique

4.1. Assédio Sexual

Para Freitas (2001), o termo «assédio» deriva da expressão latina «obsidium» ou


«obsidĭu», que significa nada mais do que «cerco». Embora seu sentido etimológico possa
nos conduzir a múltiplos significados consoante suas dimensões sociais ou culturais, somos
do entendimento que a definição que mais se conforma com o seu espírito genérico é aquela
que o associa a um conjunto de operações ou estratégias levadas a cabo com vista ao
cercamento de uma área, uma única pessoa ou o seu conjunto; ou ainda aquela que o
relaciona com uma conduta ou comportamento indesejado de perseguição ou de insistência
em relação a alguém.

A terminologia «assédio sexual» (ou «sexual harassment» em língua inglesa) foi empregue e

definida pela primeira vez pela activista feminista norte-americana LIN FARLEY na
tentativa de analisar a experiência vivida por um grupo de mulheres face aos
comportamentos dos homens no mercado de trabalho, durante um curso que decorreu na
Universidade de Cornell, nos EUA, nos meados da década de setenta. Neste seguimento, os
termos «intimidação sexual», «coerção sexual» e «exploração sexual no trabalho» (na língua
original, «sexual intimidation», «sexual coercion» e «sexual exploitation on the job»,
respetivamente) foram opções tomadas em consideração antes de finalmente chegarem ao
termo «assédio sexual».

De acordo com Almeida (2004), O assédio sexual é um grave problema social que afita
sobretudo as mulheres, sendo um comportamento muito comum numa cultura machista e
patriarcal, que vê as mulheres como objecto sexual e que explora a desigualdade de poder nas
relações sociais de género.

Na medida em que a mulher vive dependente do emprego para sobreviver economicamente.


Para além de violar direitos fundamentais da pessoa humana, este comportamento produz
elevada danosidade social.

5. Tipos de assédio sexual (espécies)

O assédio sexual pode se dar de várias formas, sendo assim pode ser dividido em duas
espécies, com características diferenciais bem marcantes, que são o assédio sexual por

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chantagem e o assédio sexual por intimidação. Analisaremos as duas espécies de assédio
sexual no direito do Trabalho.

5.1. Por Chantagem

Almeida (2004), considera que nesta modalidade de assédio, há uma relação de poder entre
assediador e assediado. Com esse poder, o agente empregador impõe da vítima (empregado
ou subordinado) um ato de natureza sexual não desejado, sob ameaça de perda de um
determinado benefício ou para que conserve e/ou adquira vantagens trabalhistas.

O assédio sexual por chantagem segundo Britto (apud SANTOS, 2002, p. 43) é: a prática de
ato, físico ou verbal, de alguém visando a molestar outrem, do mesmo sexo ou do sexo
oposto, no trabalho ou em razão dele, aproveitando-se o assediador da condição de superior
hierárquico ou de ascensão económica sobre o assediado, que não deseja ou considera uma
molestação tal iniciativa, com a promessa de melhorar, manter ou de não modificar o status
funcional da vítima ou, mediante ameaça de algum prejuízo profissional, com a finalidade de
obter satisfação sexual

O assédio sexual por chantagem é aquele que o autor detém o poder em alterar o percurso do
contrato de trabalho do assediado, podendo atravancar transferências, promoções e quaisquer
outros benefícios que esteja desejando a vítima. Com as investidas sexuais, faz com que o
assediado não consiga estas promoções, caso não ceda à instigação.

5.2. Por Intimidação

Para Almeida (2004), Este tipo de assédio tem o objectivo de interferir no desempenho do
assediado, prejudicando-o em suas funções, não necessitando que o assediado perca o
emprego ou promoção no trabalho. Cria um ambiente de trabalho tenso e hostil, gerando para
este, receio e temor no ambiente de trabalho. Esta modalidade de é chamada de assédio sexual
horizontal, tendo em vista que pode ocorrer entre empregados, não necessitando da hierarquia.

Caracteriza-se por insinuações e solicitações sexuais inoportunas com o único objectivo de


prejudicar o assediado, o assediante faz insinuações sexuais. Embora não seja um tipo de
assédio criminalizado, visto que o Código Penal tipificou somente o assédio sexual por
chantagem, pode gerar como o outro a rescisão indirecta ou a dispensa por justa causa do
assediador.

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No assédio sexual por intimidação, o autor cria um ambiente de trabalho indesejado e viciado,
fazendo comentários sobre a vida particular da vítima, tornando o ambiente de trabalho áspero
e prejudicial ao convívio.

6. Quadro Legal do Assédio em Moçambique

Na visão de Filho (2002), o legislador moçambicano, a exemplo do Chile e da Tailândia,


introduziu a prática de assédio sexual no leque de infracções disciplinares na Lei n.º 8/98 de
20 de Julho (antiga Lei do Trabalho). Com efeito, o n.º 1 do artigo 21º deste diploma legal
dispunha que constituía infracção disciplinar o assédio sexual praticado no local de trabalho,
ou fora dele, desde que o mesmo interferisse na estabilidade do emprego ou na progressão
profissional do ofendido.

Deste preceito legal ressaltam dois requisitos que deveriam estar preenchidos para que se
estivesse em presença de um ilícito laboral, designadamente:

i) A prática de assédio sexual; e


ii) A interferência dessa prática na estabilidade de emprego ou na progressão
profissional do trabalhador.

No que concerne ao ponto ii.) ressaltamos que a conduta mencionada no ponto acima deveria
partir de um superior hierárquico (infractor) para um subordinado (vítima), na medida em que
somente nestes termos é que a mesma poderia:

a) Ser considerada uma condição clara para que este mantenha o emprego ou
b) Influenciar negativamente as promoções de carreira da vítima, em caso de recusa.

Assim sendo, não se estaria perante a prática de assédio sexual sempre que o infractor e a
vítima fossem do mesmo nível hierárquico ou quando o primeiro fosse hierarquicamente
inferior ao segundo. A vítima de assédio sexual, nos termos do n.º 2 do artigo 21º da Lei em
análise, poderia receber uma indemnização equivalente a dez vezes o seu salário, sempre que
o infractor fosse representante da entidade empregadora ou mandatário desta.

A nova Lei do Trabalho, a Lei n.º 23/2007, de 01 de Agosto, manteve a prática de assédio
como uma infracção disciplinar, bem como os seus requisitos, tendo, contudo, introduzido
algumas particularidades, designadamente:

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i) A admissão de outras modalidades de assédio para além do sexual; e
ii) A alteração do critério para o cálculo do montante da indemnização.

No que concerne à admissão de outras modalidades de assédio, a Lei do Trabalho abriu


espaço para que outras práticas de assédio, como por exemplo o moral, religioso e racial
fossem também consideradas uma infracção disciplinar, para além do sexual. Relativamente
ao quantum indemnizatório, o legislador moçambicano agravou a indemnização devida ao
ofendido, para vinte salários mínimos, sempre que a conduta seja praticada pelo empregador
ou seu mandatário.

Salientamos que a prática de assédio é regulada na Lei do Trabalho como uma infracção
disciplinar sendo, portanto, passível de instauração de um processo disciplinar que culminará
com a aplicação de uma medida disciplinar, e de instauração de procedimento judicial, nos
termos da lei aplicável.

Actualmente, no domínio do Direito Criminal, a prática de assédio sexual no local de trabalho


pode ser qualificada como um crime de atentado ao pudor, previsto e punido nos termos do
artigo 391º do Código Penal em vigor. Resta-nos, entretanto, esperar que, aquando da revisão
do Código Penal em vigor em Moçambique, o legislador constituinte opte pela tipificação da
prática de assédio sexual no local de trabalho, tal como ocorreu no Brasil, país em que a
mesma foi introduzida como crime no Código Penal em 2001.

7. Consequências

Dependendo do tipo de assédio sexual, no âmbito trabalhista, ocorrerão diferentes


consequências. No caso de assédio horizontal, poderá acarretar rescisão do contrato por justa
causa; já em caso de assedio vertical, o empregado poderá pedir rescisão indirecta do
contrato, juntamente com indemnização por danos morais, tendo em vista a violação ao
direito fundamental do art. 5º, inciso X da Constituição Federal: “São invioláveis a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indemnização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

7.1. Para o Assediador

As maneiras de se penalizar um assediador no ordenamento jurídico podem ocorrer, no


aspecto trabalhista (a rescisão por justa causa do contrato) e criminal. Desse modo a prática de

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assédio sexual na pode ser observada em vários ramos do direito, cada uma como uma
peculiaridade diferente. O assediador poderá sofrer suspensão ou advertência disciplinar e
rescisão do contrato por justa causa.

 Suspensão: ser afastado por alguns dias do trabalho pela prática do assédio sexual.
 Advertência disciplinar: é quando ocorrido o assédio sexual, a pessoa sofre uma
advertência por ter agido de forma diferente do que é se exigido no ambiente de
trabalho, é um “aviso” para não ocorra novamente.
 Rescisão do contrato por Justa Causa: Uma das causas de dissolução do contrato por
justa causa é a prática do assédio sexual na empresa.

8. Assédio Sexual nas Instituições Públicas em Moçambique

Para Rojas (2014), o assédio sexual pode acontecer com rapazes e raparigas, homens e
mulheres, nas esferas da vida escolar e académica, profissional, e até em lugares públicos
como, por exemplo, praças, parques, na rua, ou estabelecimentos comerciais.

A violência sexual nas instituições Públicas, caso concreto da Escolas é punível por lei mas
aqueles que procuram ajuda jurídica encontram barreiras. Ademais, se forem feitas acusações,
os pais da rapariga normalmente “retiram os casacos” sob pressão. O Ministério da Educação
diz estar ciente da seriedade da situação e que implementou mecanismos para a redução de
casos de abuso. Mas as pessoas culpadas de tais violações têm sido apenas transferidas para
uma outra escola.

A violência no espaço público é entendida como origem de um sofrimento causado por uma
pessoa contra outra. Um conjunto de formas e manifestações de opressão e de violação da
dignidade e da liberdade da mulher e rapariga, foi apresentado e definido nem sempre de
modo convergente e consensual. A partir das entrevistas em profundidade e discussões em
grupo, conseguimos captar as diferentes manifestações e tipos de violência contra a mulher e
rapariga.

A violência sexual engloba apalpadelas nas partes íntimas do corpo da mulher e sexo forçado
perpetrado por um ou mais indivíduos, como podemos observar nos exemplos a seguir:
Violência é tudo aquilo de a pessoa te encontrar aqui na barraca

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O assédio no sector publico, seja moral, seja sexual é tão antigo quanto o trabalho em si e
ocorre tanto iniciativa privada, quanto nas instituições públicas. Ambos os tipos de assédio
enfraquecem o ambiente de trabalho e ocasionam danos irreparáveis à vítima. As chefes são
indicados por outros motivos, e não pela sua competência. Sem a preparação necessária para o
exercício do cargo de chefia, o servidor pode se tornar autoritário buscando compensar suas
evidentes limitações, além de se considerar intocável, fazendo e desfazendo, influenciando a
prática do assédio.

De facto, se um trabalhador está constantemente preocupado com o facto de o agressor o


poder vir a assediar novamente, não consegue exercer o seu trabalho eficazmente. Ao mesmo
tempo colegas que não estão envolvidos ficam também desmotivados pois ao terem
conhecimento dos inaceitáveis envolvimentos poderão recear potenciais efeitos negativos
desta numa situação de assédio no local de trabalho é possível que a moral e a motivação dos
trabalhadores seja diminuta, é também previsível que a produtividade possa decrescer.

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9. Conclusão

Dado o trabalho, conclui-se que a violência sexual engloba apalpadelas nas partes íntimas do
corpo da mulher e sexo forçado perpetrado por um ou mais indivíduos, como podemos
observar nos exemplos a seguir: Violência é tudo aquilo de a pessoa te encontrar aqui na
barraca.

Se um trabalhador está constantemente preocupado com o facto de o agressor o poder vir a


assediar novamente, não consegue exercer o seu trabalho eficazmente. Ao mesmo tempo
colegas que não estão envolvidos ficam também desmotivados pois ao terem conhecimento
dos inaceitáveis envolvimentos poderão recear potenciais efeitos negativos desta numa
situação de assédio no local de trabalho é possível que a moral e a motivação dos
trabalhadores seja diminuta, é também previsível que a produtividade possa decrescer.

A violência sexual nas instituições Públicas, caso concreto da Escolas é punível por lei mas
aqueles que procuram ajuda jurídica encontram barreiras. Ademais, se forem feitas acusações,
os pais da rapariga normalmente “retiram os casacos” sob pressão. O Ministério da Educação
diz estar ciente da seriedade da situação e que implementou mecanismos para a redução de
casos de abuso. Mas as pessoas culpadas de tais violações têm sido apenas transferidas para
uma outra escola.

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10. Bibliografia

Almeida, T. M., (2004). As Raízes da Violência na Sociedade Patriarcal: Sociedade e Estado,


Vol. 19, Brasília, Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília.

Freitas, M. E., (2001). “O Assédio Moral e o Assédio sexual: Faces do Poder Perverso nas
Organizações”, RAE — Revista de Administração de Empresas, Vol. 41, 2, São Paulo,
Fundação Getulio Vargas.

Filho, R. P., (2002). Assédio Sexual: Questões Conceptuais”, em Damásio E. de Jesus e


Luís F. Gomes (coord.), Assédio Sexual, São Paulo, Saraiva.

Parreira, I. R., 2001). Assédio Sexual no Trabalho. em António Moreira (coord.), IV


Congresso do Direito de Trabalho, Lisboa, Almedina.

Rojas, A. P., (2014). A Atuação do Ministério Público do Trabalho na Defesa do Meio


Ambiente Laboral, Rio Grande do Sul, Buqui.

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