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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

O Papel da Melhor Identificação do Problema num Trabalho de Pesquisa

Victorino Sormone Maua- 71231805

Quelimane, Março de 2023


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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

O Papel da Melhor Identificação do Problema num Trabalho de Pesquisa


Trabalho de Campo a ser submetido na
Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de Português da UnISCED.

Victorino Sormone Maua- 71231805

Quelimane, Março de 2023


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Índice

1. Introdução ........................................................................................................................... 4

2. Objectivos ........................................................................................................................... 4

2.1. Objectivo Geral: .............................................................................................................. 4

2.2. Objectivos Específicos: ................................................................................................... 4

3. Metodologia ........................................................................................................................ 4

4. O Papel da Melhor Identificação do Problema num Trabalho de Pesquisa ....................... 5

4.1. O Problema de Pesquisa .................................................................................................. 5

5. Condições de Cientificidade de um Problema de Pesquisa ................................................ 5

6. Formulação do Problema a ser Investigado ........................................................................ 6

6.1. Área de Estudo: ............................................................................................................... 6

6.2. Objectivo geral ................................................................................................................ 6

6.3. Nível de análise: .............................................................................................................. 7

7. Importância do Fenómeno: ................................................................................................. 7

8. Relevância da definição de um bom problema de pesquisa ............................................... 8

9. Conclusão ......................................................................................................................... 10

10. Bibliografia ..................................................................................................................... 11


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1. Introdução

O problema de pesquisa é uma “situação não resolvida ou indeterminada, poder-se-ia chamar


situação „problemática‟, torna-se problema no preciso momento em que é submetida à
investigação.” Neste sentido, um problema é uma lacuna do conhecimento científico e que
precisa de alguma forma ser solucionado.

O processo da pesquisa será desenvolvido com base na questão elaborada deverá ser
cuidadosamente formulada para que seu objectivo seja alcançado da maneira lógica. Um
problema de pesquisa deve ser devidamente delimitado e expressar o propósito da
investigação. Especificar um problema de pesquisa implica dizer, de maneira explícita, clara,
compreensível e operacional, qual a dificuldade com a qual se defronta e que pretende
resolver, limitando o seu campo e apresentando suas características. Sem esse cuidado na
elaboração do problema de pesquisa não se sabe que solução se procura, sendo assim,
impossível de encontrá-la. Neste contexto, o trabalho tem como:

2. Objectivos

2.1. Objectivo Geral:

 Compreender o Papel da Melhor Identificação do Problema num Trabalho de


Pesquisa.

2.2. Objectivos Específicos:

 Conceituar o Problema de Pesquisa;


 Descrever as Condições de Cientificidade de um Problema de Pesquisa;
 Explicar a Relevância da definição de um bom problema de pesquisa.

3. Metodologia

Para a elaboração do trabalho, foi com base em pesquisa bibliográfica, análise de literaturas
publicadas em forma de livros, revistas, e informações disponibilizadas na Internet.
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4. O Papel da Melhor Identificação do Problema num Trabalho de Pesquisa

4.1. O Problema de Pesquisa

Para Austin (2005, p. 10), aceita-se como Problema de Pesquisa a “proposição acerca de uma
situação que requer mais e melhor conhecimento daquela que se tem no instante presente”.

Na visão de Padrón (1996, p. 06) afirma que o problema de pesquisa é uma “situação não
resolvida ou indeterminada, poder-se-ia chamar situação „problemática‟, torna-se problema no
preciso momento em que é submetida à investigação.” Neste sentido, um problema é uma
lacuna do conhecimento científico e que precisa de alguma forma ser solucionado.

Segundo o autor, o problema científico surge da descoberta de que nosso conhecimento não é
suficiente para descrever e explicar certas situações. De um modo geral, “um problema é tudo
o que provoca alguma dificuldade, mal-estar, desequilíbrio, sofrimento às pessoas ou à
sociedade. É uma situação que necessita de discussão, investigação, decisão ou solução”
(PAVIANI, 2005, p.207).

A actividade científica ocupa-se das questões relacionadas à compreensão e explicação dos


fenómenos sociais. Isto vem de encontro com Minayo (1998) quando ressalta que nada pode
ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida
prática.

Assim, toda investigação se inicia por um problema, uma limitação, uma dificuldade, com
uma dúvida ou com uma indagação, articulados a conhecimentos anteriores, mas que também
podem demandar a criação de novos referenciais. Enfim, um problema científico pode ser
considerado algo que a pesquisa científica ainda não foi capaz de desvendar, qualquer questão
não resolvida e que é objecto de discussão em qualquer domínio do conhecimento
(KERLINGER, 2003; GIL, 2002, PAVIANI, 2005).

5. Condições de Cientificidade de um Problema de Pesquisa

A formulação do problema que vamos investigar em uma pesquisa só pode ser feita após o
pesquisador ter lido e examinado o conhecimento acumulado na sua área de pesquisa pelos
pesquisadores anteriores. Analisando o conhecimento acumulado ele poderá identificar
problemas ainda não resolvidos ou dificuldades nos resultados obtidos.
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Portanto, quando estamos estudando uma determinada área de investigação científica, o ponto
de partida de toda pesquisa a ser feita nesta área consiste em identificar uma situação ou um
aspecto dos resultados ou dos conhecimentos obtidos na área que é percebido como
problemático. Trata-se de uma situação que causa desconforto, levanta dúvidas e exige uma
explicação. A formulação do problema consiste justamente em explicitar esta situação
problemática que é o problema da pesquisa. A realização da pesquisa visa investigar este
problema.

As questões de investigação devem estar, portanto, relacionadas a interesses e circunstâncias


socialmente condicionadas, devendo emergir de determinadas experiências e incursões na
realidade. Entretanto, a escolha e formulação do problema é uma das tarefas mais difíceis da
construção da proposta de pesquisa. O problema emerge da compreensão mais aprofundada
do tema de pesquisa. Partir de um assunto mais amplo, pená-lo naperspectiva do estudo
proposto, dos objetivos, é chegar perto da formulação do problema (SALOMON, 2004).

6. Formulação do Problema a ser Investigado

6.1. Área de Estudo:

Antes de formularmos o problema da pesquisa propriamente dito, precisamos explicar logo de


início, para fins de clareza e para situar imediatamente o leitor, qual é a área de estudo que
vamos abordar e na qual vai se inserir a pesquisa. Por exemplo, se sua pesquisa visa avaliar o
efeito de uma determinada intervenção clínica, para a modificação do comportamento verbal
de crianças autistas, é preciso que o leitor fique ciente, desde o início do texto, de que a sua
pesquisa se refere ao comportamento verbal e não ao comportamento motor, por exemplo. É
preciso ainda que o leitor fique sabendo de imediato que se trata de uma pesquisa com
crianças autistas e não com adultos esquizofrênicos, por exemplo. Assim, você o situa sobre
sua área de interesse antes de entrar em considerações teóricas mais específicas.

6.2. Objectivo geral

O objectivo geral de sua pesquisa pode, em seguida, ser anunciado. No exemplo acima, os
autores poderiam indicar que a pesquisa visa, por exemplo, avaliar o impacto terapêutico de
uma intervenção baseada em um procedimento combinado de modelagem e reforçamento
positivo, comparativamente a uma intervenção convencional apenas por reforçamento
positivo.
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Razões ou Contexto Prático: No caso de sua pesquisa estar inserida dentro de um plano de
trabalho futuro, estas razões devem ser mencionadas no início do projecto

Neste caso, o pesquisador deve explicitar estas razões ou o contexto prático no qual se inseriu
inicialmente sua ideia de pesquisa. Esta explicação não só ajuda a entender as razões práticas
que levaram os pesquisadores a desejar fazer aquela pesquisa. Além disso, se você está
pedindo financiamento para sua pesquisa, esta explicação muitas vezes é extremamente
positiva, pois constitui um motivo adicional para o agente de financiamento aprovar seu
projecto.

6.3. Nível de análise:

No caso particular das pesquisas que visam estudar problemas ligados à saúde das pessoas, é
importante também deixar claro para o leitor em que nível de análise sua pesquisa se situa. Se
sua pesquisa visa investigar questões relacionadas ao funcionamento celular, molecular ou
dos tecidos orgânicos, trata-se de uma pesquisa biomédica. Por outro lado, se você está
estudando o estado de saúde de seres humanos a fim de equipar melhor os clínicos à
prevenção, tratamento, ou readaptação, então o nível de análise da pesquisa é clínico.

Finalmente, se sua pesquisa visa estudar a distribuição de um fenómeno de doença na


população, trata-se de uma pesquisa epidemiológica.

7. Importância do Fenómeno:

É fundamental que a importância do fenómeno a ser investigado em uma pesquisa seja


explicitada de forma bem clara. Para deixar claro, a importância do fenómeno (ex. autismo),
costuma-se apresentar suas características, consequências e dificuldades. Existem várias
razões para considerar importante um fenómeno a ser investigado. Contandriopoulos et al.
(1990) apresentam quatro fontes principais de importância.

1. Custo: Um fenómeno é importante como objecto de pesquisa quando ele implica em


custos excessivos para a sociedade. Neste caso, a pesquisa sobre este fenómeno poderá
eventualmente ajudar a identificar elementos que possam reduzir seu custo. Por exemplo, o
problema da Aids acarreta custos excessivos para os serviços públicos de saúde.

2. Incidência ou prevalência: Um fenómeno é importante de ser investigado quando se trata


de um número elevado de casos actuais na sociedade (prevalência) ou de um número alto de
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novos casos que surgem na sociedade em determinado tempo, por exemplo, por ano
(incidência). Neste caso, pesquisar este fenómeno é geralmente considerado importante. Por
exemplo, a alta prevalência ou incidência de casos de schitosomose em uma região do país.

3. Ritmo de crescimento: Se um fenómeno está em ritmo de crescimento acelerado,


aumentando o número de casos de ano para ano, ele é considerado importante para ser
pesquisado, mesmo se o número absoluto inicial não for excessivo. Por exemplo, o fenómeno
da Aids apresenta um ritmo de crescimento acelerado que o torna extremamente importante
de ser investigado, mesmo se forem poucos os casos iniciais em algumas regiões do país.

4. Consequências graves: A gravidade do fenómeno, em termos de mortalidade ou então


comicidade, obviamente também determina o grau de sua importância. Por exemplo, se se
trata de doenças que levam à morte (ex: Ebola), só este fato torna o fenómeno importante de
ser pesquisado, mesmo se a percentagem de pessoas que podem ser afitadas por ele for baixa
ou mesmo se o ritmo de crescimento da doença também for baixo. Além disso, não só a
mortalidade, mas também a cronicidade da doença constitui uma outra consequência grave
que torna o fenómeno importante de ser estudado. Por exemplo, a cronicidade da doença
mental que leva o indivíduo a sofrer suas consequências por toda a vida.

8. Relevância da definição de um bom problema de pesquisa

De modo geral, os autores também comungam da ideia de formular o problema em formato


de pergunta. Para alguns, porém, esta deve ser ampla, já outros, propõem que sua construção
traga em si os recortes já traçados na realidade empírica a ser estudada. Braga (2005)
recomenda, inclusive, que o problema deve evidenciar os passos da pesquisa de modo que
fique claro o processo pelo qual aquela questão será respondida, por exemplo, se exigirá
observações, entre outros procedimentos.

Por conta disso, também não há consenso entre os autores estudados quanto ao momento em
que essa pergunta deve ser formulada. Ainda que todos concordem que o problema é o guia
da pesquisa, para alguns autores este só pode ser estabelecido após o reconhecimento das
condições do campo e/ou em um primeiro contacto com o objecto empírico estudado. Para
outros autores, basta a realização do estado da arte do tema da pesquisa no campo para a
formulação do problema.
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Köche (2009, p. 108) delimita também que o problema precisa ser respondível e deve
englobar variáveis: “O problema é, portanto, um enunciado interrogativo que questiona sobre
a possível relação que possa haver entre (no mínimo) duas variáveis, pertinentes ao objecto de
estudo investigado e passível de testagem ou observação empírica”.

Pensando com os autores destacados, é essencial reflectir, junto a outros pesquisadores do


campo, sobre as questões que reflectem em problemas e que podem resultar em pesquisas,
considerando a identificação do problema como um ponto de partida importante para a
construção do objecto da investigação.
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9. Conclusão

Poder-se concluir que este estudo esta orientado por uma visão de epistemologia que
considera que as condições de cientificidade são decorrentes da postura gnosiologica,
essencialmente reflexões críticas sobre a ciência, sua organização, formação, funcionamento e
produtos intelectuais e que o estudo crítico da ciência destina-se a determinar a sua origem
lógica, o seu valor e a sua importância objectiva.

Qualquer trabalho de investigação começa sempre pela definição ou contextualização do


problema para o qual se pretende encontrar uma solução ou resposta. Definir o problema é,
pois, comunicar em que se deseja trabalhar e quais os objectivos desse trabalho. Pode-se,
assim, afirmar que o objectivo fundamental do diagnóstico ou da análise da realidade, é
conhecer a situação problema para transformá-la. Destes objectivos depreende não apenas
saber o que causa determinada situação social concreta, mas que esse conhecimento nos sirva
para actuar de uma forma mais eficaz.
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10. Bibliografia

Braga, J. L. (2005). Para começar um projeto de pesquisa. Comunicação & educação , v. 10,
No 3, set/dez.

Köche, J. C. (2009). Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à


pesquisa. 26ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes.

Minayo, M. C.; Deslandes, S. F. (Orgs). (2008). Pesquisa Social: teoria, método e


criatividade. 27. ed. – Petrópolis, RJ : Vozes,.

Paviani, J. (2009). Epistemologia prática: ensino e conhecimento científico. Caxias do Sul:


EDUCS.

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