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Governo do Distrito Federal

Secretaria de Estado de Educação


Subsecretaria de Educação Básica
Coordenação Regional de Ensino de Planaltina
Centro de Educação Profissional - Escola Técnica de Planaltina

Método de Pesquisa
Científica

Unidade 1
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TEXTO 1

O QUE É MÉTODO DE PESQUISA CIENTÍFICA?

Método de Pesquisa Científica é o estudo dos métodos ou dos instrumentos necessários


para a elaboração de um trabalho científico. É o conjunto de técnicas e processos empregados
para a pesquisa e a
formulação de uma produção científica.
O método é um processo utilizado para dirigir uma investigação da verdade, no estudo de
uma ciência ou para alcançar um fim determinado.
O Método de Pesquisa Científica aborda as principais regras para uma produção científica,
fornecendo as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor desempenho e qualidade
de um trabalho científico.
A pesquisa é uma das atividades primordiais para a elaboração dos trabalhos realizados com
base na

metodologia científica. É a fase da investigação e da coleta de dados sobre o tema a ser estudado.
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1. ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA E DO TÍTULO (O QUÊ?)

O tema é o assunto que desejamos provar ou desenvolver. Pode surgir de uma dificuldade
prática enfrentada pelo pesquisador, da sua curiosidade científica, de desafios encontrados na
leitura de outros trabalhos ou da própria teoria. Pode ter surgido pela entidade responsável,
portanto, “encomendado”, o que, porém, não lhe tira o caráter científico.

Independentemente de sua origem, o tema é, nessa fase, necessariamente amplo,


precisando bem o assunto geral sobre o qual desejamos realizar a pesquisa.
Do tema é feita a delimitação, que deve ser dotada de um sujeito e um objeto. Já o título,
acompanhado ou não por subtítulo, difere do tema. Enquanto este último sofre um processo de
delimitação e especificação, para torná-lo viável à realização da pesquisa, o título sintetiza o seu
conteúdo.

1.2 JUSTIFICATIVA (POR QUÊ?)

É o único item do projeto que apresenta respostas à questão “por quê?”.

De suma importância, geralmente é o elemento que contribui mais diretamente na aceitação


da pesquisa pela(s) pessoa(s) ou entidade que vai financiá-la.
A justificativa consiste em uma exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem
teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa.
Deve enfatizar:

a) o estágio em que se encontra a teoria que diz respeito ao tema;

b) as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer: confirmação geral,


confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa, especificação para casos
particulares, clarificação da teoria, resolução de pontos obscuros;
c) a importância do tema do ponto de vista geral;

d) a importância do tema para casos particulares em questão;

e) possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo


tema proposto;
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f) descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares.

g) A justificativa difere da revisão da bibliografia e, por esse motivo, não apresenta


citações de outros

autores.

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

A formulação do problema prende-se ao tema proposto: ela esclarece a dificuldade


específica com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver por intermédio da pesquisa.
Para ser cientificamente válido, um problema deve passar pelo crivo das questões seguintes.

O problema:

- pode ser enunciado em forma de pergunta?

- corresponde a interesses pessoais (capacidade), sociais e científicos, isto é, de


conteúdo e metodológicos? Esses interesses estão harmonizados?
- constitui-se o problema em questão científica, ou seja, relacionam-se entre si
pelo menos duas variáveis?
- pode ser objeto de investigação sistemática, controlada e crítica?

- pode ser empiricamente verificado em suas consequências?

Formulação do problema:

Esclarecer a questão de pesquisa, definir o problema - O quê? Como?

Observar: viabilidade; relevância; novidade; exequibilidade; oportunidade.

A formulação do problema deve ser interrogativa, clara, precisa e objetiva; possuir solução
viável; expressar uma relação entre duas ou mais variáveis; ser fruto de revisão de literatura e
reflexão pessoal. O problema, assim, consiste em um enunciado explicitado de forma clara,
compreensível e operacional, cujo melhor modo de solução ou é uma pesquisa ou pode ser
resolvido por meio de processos científicos.
Concluímos disso que perguntas retóricas, especulativas e afirmativas (valorativas) não são
perguntas científicas. O problema de pesquisa pode ser enunciado de forma afirmativa quando se
tratar de questão norteadora, se julgado pelo pesquisador que essa alternativa seja mais adequada
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em relação ao objeto de investigação. Nesse caso específico, informamos “Questão norteadora” e


não “Problema de Pesquisa”; nesse particular, não há enunciado para delimitar hipótese.

1.4 CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES

As hipóteses constituem “respostas” supostas e provisórias ao problema. A principal resposta


é denominada hipótese básica, podendo ser complementada por outras, que recebem a
denominação de secundárias.
Destacamos, no entanto, que há situações em que não se enuncia(m) hipótese(s) em função
da especificidade da pesquisa, da investigação. Características das hipóteses:
- consistência lógica;

- verificabilidade

- simplicidade;

- relevância;

- apoio teórico;

- especificidade;

- plausibilidade;

- clareza;

- profundidade; - fertilidade;

- originalidade.

Enunciado das hipóteses:

- é uma suposição que fazemos na tentativa de explicar o problema;

- como resposta e explicação provisória, relaciona duas ou mais variáveis do problema


levantado;

- deve ser testável e responder ao problema;

- serve de guia na pesquisa para verificar sua validade.

Surge de:
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- observação;

- resultados de outras pesquisas;

- teorias;

- intuição.

Uma hipótese aplicável deve:

- ser conceitualmente clara;

- ser específica (identificar o que deve ser observado);

- ter referências empíricas (verificável);

- ser parcimoniosa (simples);

- estar relacionada com as técnicas disponíveis; - estar relacionada com uma teoria.

Cabe-nos lembrar, contudo, por um lado, que em algumas pesquisas as hipóteses são
implícitas e em outras são formalmente expressas. “Geralmente, naqueles estudos em que o
objetivo é o de descrever determinado fenômeno ou as características de um grupo, as hipóteses
não são enunciadas formalmente. Nesses casos, as hipóteses envolvem uma única variável e o
mais frequente é indicá-la no enunciado dos objetivos da pesquisa.” (GIL, 2010, p. 24).
Por outro lado, ressaltamos que naquelas pesquisas que têm como objetivo verificar relações
de associação ou dependência entre variáveis (GIL, 2010), o enunciado claro e preciso das
hipóteses constitui requisito fundamental para o adequado desenvolvimento do estudo.

1.5 ESPECIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS (PARA QUÊ?)

Os objetivos devem ser sempre expressos em verbos de ação. Esses objetivos se


desdobram em:

a) geral: está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com
o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-
se diretamente à própria significação da tese proposta pelo projeto. Deve iniciar com um
verbo de ação.
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b) específicos: apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e


instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a
situações particulares.

Exemplos aplicáveis a objetivos:

a) quando a pesquisa tiver o objetivo de conhecer: apontar, citar, classificar,


conhecer, definir, descrever, identificar, reconhecer, relatar;
b) quando a pesquisa tiver o objetivo de compreender: compreender, concluir,
deduzir, demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, interpretar, localizar, reafirmar;
c) quando a pesquisa tiver o objetivo de aplicar: desenvolver, empregar,
estruturar, operar, organizar, praticar, selecionar, traçar, otimizar, melhorar;

d) quando a pesquisa tiver o objetivo de analisar: comparar, criticar, debater,


diferenciar, discriminar, examinar, investigar, provar, ensaiar, medir, testar, monitorar,
experimentar;
e) quando a pesquisa tiver o objetivo de sintetizar: compor, construir,
documentar, especificar, esquematizar, formular, produzir, propor, reunir, sintetizar;
f) quando a pesquisa tiver o objetivo de avaliar: argumentar, avaliar,
contrastar, decidir, escolher, estimar, julgar, medir, selecionar.

Nível de conhecimento/saber Nível de saber-fazer


Apreciar Calcular
Analisar Construir
Escolher Consertar
Citar Desenvolver (método)
Classificar Diagnosticar
Comparar Executar
Controlar Gerenciar
Descobrir Instalar
Descrever Integrar
Definir Dominar
Demonstrar Localizar
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Nomear Montar
Designar Modelar
Diferenciar Organizar
Avaliar Praticar
Estimar Preparar
Explicar Realizar
Identificar Reparar
Julgar Tratar
Listar Transformar
Medir Utilizar
Opor ...e todos os verbos técnicos
Provar
Reconhecer
Redigir
Reagrupar
Repertoriar
Resolver
Solucionar
Estruturar
Traduzir
Transpor
Verificar
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