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METODOLOGIA: TOMADA DE

DECISÕES
Profas. Janinne Barcelos; Suely Gomes; Ronaldo Barros
Gomes

PONTO DE PARTIDA1

Para muitos alunos, a tomada de decisão sobre o objeto de estudo pode ser o processo
mais angustiante para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso. Nem sempre é
fácil escolher o tema, o orientador, a metodologia (e tudo o que a pesquisa envolve)
por dois motivos:
 Não existe decisão perfeita! Pois não podemos analisar todas as alternativas e
todas as consequências;
 Ao optar por uma alternativa, temos de renunciar às outras, e isso gera sempre
um sentimento de perda, mesmo quando a decisão é eficaz.

Por isso é importante sistematizar seu projeto de pesquisa e examinar as


possibilidades de decisão sob todos os ângulos.

A presente apostila tem o objetivo de auxiliá-lo nesse momento tão peculiar que,
quase sempre, gera ansiedade . É hora de pensar em seu Trabalho de conclusão de
Curso!

O primeiro passo – definição da questão problema – já foi dado. Também buscamos


possíveis bibliografias e montamos os objetivos (geral e específicos) da pesquisa.

Agora, precisamos elaborar um conjunto de passos que permita chegar à resposta que
procuramos (hipóteses) e que indique confiabilidade na resposta obtida, Para isso,
vamos fazer alguns exercícios de tomadas de decisão.

1 3a. Edição (revisada e ampliada) da apostila: Metodologia: tomada de decisões. A apostila foi
elaborada para as disciplinas Metodologia da Pesquisa, ministradas para alunos da graduação
em Biblioteconomia e para alunos da especialização em Letramento Informacional: a educação
para informação – turma 2017.
EXERCÍCIO I: FORMULE AS HIPÓTESES
DE SUA PESQUISA

O QUE SÃO HIPÓTESES?

Hipóteses são suposições elaboradas como respostas plausíveis e provisórias para sua
questão problema. As hipóteses são provisórias porque poderão ser confirmadas,
modificadas ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema
pode ter muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução.
A(s) hipótese(s) irá(ão) orientar o planejamento dos procedimentos metodológicos
necessários à execução da sua pesquisa. A hipótese é sempre uma afirmação, uma
resposta possível ao problema proposto (SILVA; MENEZES, 2005, on-line).

QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DAS HIPÓTESES?

A hipótese deve ser: uma afirmação provisória (portanto, pode ser rejeitada) ; simples;
sujeita à negação.

 Afirmação: uma hipótese não é uma pergunta, uma hipótese é uma afirmação

sobre algo.

 Simples: uma boa hipótese é escrita em linguagem simples de maneira a

expressar exatamente o que está em jogo. Exibe objetividade

 Sujeita à negação: uma hipótese deve oferecer a possibilidade de ser rejeitada,

falseada ou negada. Caso isso não ocorra, não se pode considerar a resposta
tentativa à questão problema como hipótese. A hipótese pode ser negada:
empiricamente (fundamentada em fenômenos observados e medidos) ou
teoricamente (pautada em documentação, interpretação de dados ou
desenvolvimento de métodos)
Segundo LAKATOS e MARCONI (1991), uma boa hipótese deve apresentar:

 consistência lógica: não apresentar contradições e deve ter compatibilidade


com o corpo de conhecimentos científicos;

 verificabilidade: devem ser passíveis de verificação (passível de negação);


relevância: devem ter poder preditivo e/ou explicativo para a questão
levantada;

 apoio teórico: devem ser baseadas em teoria para ter maior probabilidade de

apresentar genuína contribuição ao conhecimento científico;

 especificidade: devem indicar as operações e previsões a que elas devem ser

expostas;
plausibilidade e clareza: devem propor algo admissível e que o enunciado
possibilite o seu entendimento.

A formulação de hipóteses é uma atividade que criativa, domínio teórico e algum


conhecimento ou experiência do campo que se pretende pesquisar . Pode, portanto,
ser pautada em observação ou vivência cotidiana; resultados de outras pesquisas ou
perspectiva teórica. Cuidado para que a hipótese não esteja apoiada em preconceito e
discriminações.

HIPÓTESES NA PRÁTICA

Vamos aos exemplos:

Exemplo 1:
Questão: como se dá a construção de conhecimento na relação universidade-
empresas participantes do programa de incubação social da UFG ?

Hipótese:

O conhecimento na relação universidade-empresas participantes do programa


de incubação social da UFG incubadas via estratégia dialógica estabelecida no
momento de troca das experiências, intervenções e problematizações que são
levantadas.

Exemplo 2:
Questão: Os modelos de negócios sócia são geradores de inovação
socioambiental?
Hipóteses:

Exemplo 3:
Questão: Quais os discursos de saberes acerca da sexualidade presentes em
um sítio direcionado para as mulheres idosas ?
Hipótese:
Os discursos presentes em sítios da internet pautam-se na manutenção dos
”velhos costumes‟, no conservadorismo e no moralismo para a negação e
reclusão da manifestação da sexualidade da mulher idosa.

Sua vez!
Elabore sua Hipótese

Dúvidas???
Veja o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=WLuj5hWTQxs
Fale com o professor!
EXERCÍCO II: REVISE OS OBJETIVOS DA
PESQUISA

A partir da hipótese, podemos (re)formular os objetivos da pesquisa. Toda pesquisa


tem objetivos a cumprir que devem estar explicitados. Eles são classificados em
objetivo geral e objetivos específicos.

 O objetivo geral é a meta principal da pesquisa. É o resultado principal que o/a


pesquisador/a pretende atingir. Um objetivo geral deve estar relacionado ao
tema e ao problema. Voltemos ao exemplo anterior. Se o tema for o uso das
redes sociais como fonte de informação pela juventude brasileira no início do
século XXI, o objetivo geral da pesquisa pode ser: Verificar o uso das redes
sociais, pela juventude brasileira, como fonte prioritária de informação.

 Os objetivos específicos, são as etapas para atingir o objetivo geral, ou seja,


quais passos serão dados para realizar a pesquisa: a) Identificar os meios de
interação entre os jovens; b) Identificar quais redes sociais os jovens mais
acessam; c) Levantar as razões que levam os jovens a usar as redes sociais; d)
identificar como a juventude faz o uso das redes.
Fonte: http://pt.slideshare.net/marildabacana/lista-de-verbos-para-projeto-de-pesquisa

Sua vez!
Elabore seus objetivos: geral e específicos
EXERCÍCIO III: JUSTIFIQUE SUA PESQUISA

O texto apresentado nesse tópico foi publicado por Isabella Moretti: Justificativa TCC:
veja como montar a sua e exemplos prontos, em 31 de março de 2017 e está disponível
em https://viacarreira.com/justificativa-tcc-192359/.

A justificativa é o momento perfeito para “vender o peixe”.

Você não sabe como escrever a justificativa TCC? Então veio ao lugar certo. Confira
algumas dicas para elaborar esse componente do trabalho de final de curso e veja
exemplos prontos para se inspirar.
A justificativa é, sem dúvidas, um componente essencial para a pesquisa científica. Ela
costuma ser tão importante quanto o tema, o problema, as hipóteses e o objetivo.

O QUE É A JUSTIFICATIVA TCC?

A justificativa do trabalho de conclusão de curso nada mais é do que uma reflexão


sobre o motivo da pesquisa. Ao elaborar o seu texto, o aluno deve identificar as razões
da escolha do tema e a importância em relação a outros temas.
Ao escrever a justificativa do TCC, o estudante precisa apresentar argumentos
convincentes de que vale a pena fazer a pesquisa proposta. O texto deve, ainda,
mostrar ao orientador que o tema e o problema são relevantes para estudo, ou seja,
merecem ser investigados.

DICAS PARA ELABORAR UMA BOA JUSTIFICATIVA


1 – Pense em consequências

Qual será o impacto da pesquisa na sua área de estudo, em alguma empresa, na


sociedade ou na própria faculdade? Procure tomar notas de possíveis consequências
do estudo. Ao fazer isso, mostre o quanto a discussão é importante para transformar
diferentes realidades ou gerar melhores resultados.

2 – O que a ausência da pesquisa pode causar?

Outra abordagem interessante para a justificativa é responder as seguintes perguntas:


o que aconteceria se a pesquisa não fosse realizada? Quais seriam as coisas negativas
que continuariam acontecendo?

Apresente uma realidade ruim para que a banca possa compreender melhor a
necessidade de transformação proposta pelo estudo.

3 – Não enrole!

Objetividade e clareza são pontos fundamentais de uma boa justificativa. Foque nos
motivos que tornam o tema da pesquisa relevante e não fique enrolando na hora de
escrever o texto.

4 – Faça perguntas para si mesmo

É natural encontrar dificuldades para montar os parágrafos da justificativa. Muitos


alunos confundem esse componente da pesquisa com o objetivo do trabalho. Uma
forma de facilitar a escrita do texto é respondendo quatro perguntas:
1.Porque esse trabalho existe?
2.O que esse trabalho faz?
3.Qual o público-alvo?
4.Qual a relevância social, acadêmica ou profissional?

A justificativa deve ser feita na forma de dissertação. No entanto, ao responder essas


questões, você terá um conteúdo adequado para incluir nos parágrafos.

5 – Retome os objetivos

Ao justificar o trabalho de conclusão de curso, retome os principais objetivos e


explique porque é importante alcançá-los.
EXEMPLOS DE JUSTIFICATIVA DE TCC PRONTA

Tema: Cristiano Amorim 3.0: Planejamento para reposicionar o jornalista nas mídias
Justificativa: Traçar o perfil do público-alvo, criar uma identidade na internet e
identificar as melhores mídias digitais são elementos essenciais para fazer uma
comunicação mais eficaz, ou seja, capaz de dialogar diretamente com as pessoas que
seguem o Cristiano Amorim. O jornalista busca notoriedade nas redes sociais digitais e
espera construir uma imagem atrelada às notícias regionais.
Caso não faça esse planejamento, Cristiano será mais um jornalista arriscando várias
ações na internet, sem qualquer tipo de critério. Também corre o risco de não
acompanhar as transformações propostas pelas mídias digitais.

Tema: Hora Melitta: Campanha de reposicionamento para rejuvenescer a imagem da


marca
Justificativa: Estudar os hábitos de consumo de café nas cidades de Marília, Bauru e
Ourinhos é importante para conseguir inserir a Melitta neste meio. Ao identificar as
características do público, é possível elaborar uma comunicação mais eficaz, capaz de
dialogar diretamente com o consumidor (alvo da investigação). Ao se tornar parte do
mundo de uma ‘nova geração de bebedores’, a Melitta conseguirá alcançar o seu
objetivo de reposicionamento.

Sua Vez!
Elabore sua justificativa

Dúvidas?
Veja os vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=X8QhSudymHA
https://www.youtube.com/watch?v=7AQn2A5-eY0
Não esqueça de falar com o professor!
EXERCÍCIO IV:
CONHEÇA AS POSSIBILIDADES
METODOLÓGICAS

Com a questão problema, as hipóteses e os objetivos no papel, é hora de pensar no


método da pesquisa. ou seja, como e com quais princípios e instrumentos o/a
pesquisador/a fará a pesquisa? Qual caminho será trilhado para alcançar os objetivos
propostos?

Para fazer uma boa escolha, primeiro é preciso conhecer bem as suas opções. Não se
trata de uma tarefa mecânica. A escolha do método exige reflexão, coerência teórica e
comprometimento com determinada lógica na condução da pesquisa. Portanto, leia
atentamente as descrições de cada etapa a seguir e sinalize aquelas que mais
correspondem às pretensões da sua pesquisa:

DEFINA A BASE LÓGICA DA SUA PESQUISA

Ao apontar a base lógica que vai seguir na investigação, você está indicando a corrente
filosófica e “as regras de explicação dos fatos e da validade de suas generalizações” que
orientam o seu trabalho de pesquisa (GIL, 2008, p.9) Os métodos nessa categoria são:
dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico. Cada um oferece
uma lógica diferenciada para explicar a produção do conhecimento da realidade e fazer
suas generalizações.

( ) Indutivo : o método indutivo privilegia a observação e coleta de informações de


casos particulares para estabelecer generalizações, ou seja, está pautada no
empirismo. “De acordo com o raciocínio indutivo, a generalização não deve ser
buscada aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de casos concretos
suficientemente confirmadores dessa realidade. Constitui o método proposto pelos
empiristas (Bacon, Hobbes, Locke, Hume), para os quais o conhecimento é
fundamentado exclusivamente na experiência, sem levar em consideração princípios
preestabelecidos.” (GIL, 2008, p. 10 )As generalizações são resultados de acumulações
de experiências empíricas (observações e experimentações). Exemplo: Marcela é
mortal; Júlio é mortal; Maria é mortal – se Marcela, Júlio e Maria são humanos, logo
todos os humanos são mortais.

Críticas: a generalizações exigiriam que a “observação de fatos isolados atingisse o


infinito, o que nunca poderia ocorrer, por maior que fosse a quantidade de fatos
observados”. No caso clássico dos cisnes, para se sustentar, com certeza e evidência,
que todos os cisnes são brancos, seria necessário verificar cada cisne particular
possível, do presente, do passado e do futuro, porque, na realidade, a soma dos casos
concretos dá apenas um número finito, ao passo que o enunciado geral pretende ser
infinito.” (GIL, 2008, p.12)

( ) Indutivo-hipotético - O método hipotético-dedutivo pode ser ilustrado pelo


esquema abaixo:

Problema Conjuntura Dedução de


Tentativa de corroboração
consequências
falseamento
observadas

Para Gil (p.12), esse método mostra-se adequado

Quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto


são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o
problema. Para tentar explicar a dificuldade expressa no problema,
são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas,
deduzem-se conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas.
Falsear significa tentar tornar falsas as conseqüências deduzidas das
hipóteses. Enquanto no método dedutivo procura-se a todo custo
confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao contrário,
procuram-se evidências empíricas para derrubá-la.

Quando não se consegue demonstrar qualquer caso concreto


capaz de falsear a hipótese, tem-se a sua corroboração, que não
excede o nível do provisório […] mas não definitivamente
confirmada, já que a qualquer momento poderá surgir um fato
que a invalide.
Pradanov e Freitas (2013), baseados em Lakatos e Marconi, especificam as etapas do
método hipotético-dedutivo, da seguinte forma:

Etapas do método hipotético-dedutivo

Conhecimento existente
Problema ou lacuna no conhecimento: fatos; descoberta do problema; formulação
do problema.

modelo teórico
suposições plausíveis; hipóteses principais (centrais) e auxiliares (decorrentes).

dedução das consequências


busca de suportes racionais e empíricos – consequências, predições e retrodições.

teste das hipóteses


Planejamento; realização das operações; coleta de dados, tratamento e análise dos
dados; interpretação.

Cotejamento ou avaliação
resultados com as previsões com base no modelo teórico.

refutação (rejeição) Corroboração (não rejeição)


erros na teoria ou extensões; nova teoria e/ou
nos procedimentos. nova lacuna ou novo problema.

Correção
do modelo

Fonte: adaptado de Lakatos e Marconi (2007, p. 96 apud PRADANOV; FREITAS, 2013, p. 33 )


( ) Dedutivo: O raciocínio dedutivo parte de uma verdade universal para analisar
casos particulares e daí chegar a uma conclusão. A partir de duas premissas, chega-se
a uma terceira (conclusão) como desdobramento lógico das duas primeiras: Exemplos:
a) Todo homem é mortal (premissa maior) - Pedro é homem (premissa menor) - Logo
(estrutura lógica), Pedro é mortal (conclusão) (GIL, ); b) Toda ave tem pena (premissa
maior) – O pato tem pena (premissa menor) – Logo (estrutura lógica), o pato é ave
(conclusão). Gil considera que esse método tem pouca aplicabilidade nas ciências
sociais devido ao fato dos fenômenos sociais não serem plausíveis de generalizações.
Outra crítica ao método dedutivo levantada pelo autor diz repeito à afirmação da
premissa maior que é tomada antecipadamente e não pode ser colocada em dúvida e,
em muitos casos, a premissa maior traz poucos elementos para a premissa menor, pois
as características do evento menor já foi adicionada na premissa maior. Segundo Gil
(2008, p.9), “o método dedutivo relaciona-se ao racionalismo […] segundo os quais só
a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro, que decorre de princípios a priori
evidentes e irrecusáveis. ”

( ) Fenomenológico – “O método fenomenológico não é dedutivo nem empírico.


Consiste em mostrar o que é dado e em esclarecer esse dado. ‘Não explica mediante
leis nem deduz a partir de princípios, mas considera imediatamente o que está
presente à consciência: o objeto.’ (GIL, 2008, p. 14). Consequentemente, tem uma
tendência orientada totalmente para o objeto. Ou seja, o método fenomenológico
limita-se aos aspectos essenciais e intrínsecos do fenômeno, sem lançar mão de
deduções ou empirismos, buscando compreendê-lo por meio da intuição, visando
apenas o dado, o fenômeno, não importando sua natureza real ou fictícia.”

( ) Dialético – pautado no materialismo de Karl Marx e Friedrich Engel, esse método


considera que objetos e fenômenos apresentam aspectos contraditórios e opostos que
estão interligados (não podem ser entendidos isoladamente ou fora do contexto
político, econômico e social) e lutam entre si . Acredita também as mudanças ocorrem
pelo princípio da contradição que exige uma síntese ou solução. “A dialética privilegia
as mudanças qualitativas, opõe-se naturalmente a qualquer modo de pensar em que a
ordem quantitativa se torne norma. Assim, as pesquisas fundamentadas no método
dialético distinguem-se bastante das pesquisas desenvolvidas segundo a ótica
positivista, que enfatiza os procedimentos quantitativos.” (GIL, 2008, p. 14)

Saiba Mais!
Videos
Método indutivo: https://www.youtube.com/watch?v=05WinKM39HY
Método dedutivo: https://www.youtube.com/watch?v=qe-BOeVLgHQ
Método Hipotético-dedutivo: https://www.youtube.com/watch?v=kTVfkxsMklw
Método fenomelógico: https://www.youtube.com/watch?v=ppNszDTNJ1M
Método dialético: https://www.youtube.com/watch?v=wujWCTwU7Mc

DEFINA A NATUREZA DA PESQUISA

A natureza de sua pesquisa é:


( ) Básica: objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.

( ) Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução


de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
(SILVA; MENEZES, 2005, on-line).

DEFINA A ABORDAGEM ADOTADA

A forma de abordagem do problema de sua pesquisa é:

( ) Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de
recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-
padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.).
( ) Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito,
isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que
não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de
métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a
analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais
de abordagem.

Vamos aos vídeos?


Pesquisa qualitativa : https://www.youtube.com/watch?v=oMcksT_nWk4
Pesquisa quantitativa: https://www.youtube.com/watch?v=12queJNqhDE

CLASSIFIQUE SUA PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS

Partindo dos seus objetivos, a sua pesquisa é:

( ) Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a


torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico;
entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema
pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as
formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso.
( ) Descritiva: visa descrever as características de determinada população ou fenômeno
ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas
padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em
geral, a forma de Levantamento.
( ) Explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a
ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a
razão, o “porquê” das coisas. Quando realizada nas ciências sociais requer o uso do
método observacional. Assume, em geral, a formas de Pesquisa Experimental e
Pesquisa Expost-facto (SILVA; MENEZES, 2005, on-line).
ESCOLHA OS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS

Do ponto de vista técnico, de qual(ais) procedimento(s) sua pesquisa carece?

( ) Pesquisa Bibliográfica: a partir de material já publicado, constituído principalmente


de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet.
Não confunda esse tipo de pesquisa com a revisão da literatura realizada para
fundamentação teórica de seu trabalho.
( ) Pesquisa biográfica (História Oral, Biografia, Autobiografia e História de Vida)

( ) Pesquisa Documental: a partir de material (exemplo, material que se encontra em


arquivos; resoluções, leis ou políticas públicas) que não recebeu tratamento analítico
( ) Pesquisa Experimental: quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se
as variáveis (dependentes, independentes) que seriam capazes de influenciá-lo,
definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no
objeto.
( ) Levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo
comportamento se deseja conhecer. “Na maioria dos levantamentos, não são
pesquisados todos os integrantes da população estudada. Antes seleciona-se,
mediante procedimentos estatísticos, uma amostra significativa de todo o universo,
que é tomada como objeto de investigação. As conclusões obtidas a partir desta
amostra são projetadas para a totalidade do universo, levando em consideração a
margem de erro, que é obtida mediante cálculos estatísticos. ” (GIL, 2008, p.74)
( ) Estudo de caso: quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.
( ) Pesquisa Expost-Facto: quando o “experimento” se realiza depois dos fatos.
( ) Pesquisa-Ação: quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação
ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo.
( ) Pesquisa Participante: a partir da interação entre pesquisadores e membros das
situações investigadas. (SILVA; MENEZES, 2005, on-line).
INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os instrumentos de coleta de dados devem ser adequados à abordagem da pesquisa.


Se a pesquisa for qualitativa, o questionário pode não ser o instrumento mais eficaz,
por que esse tipo de pesquisa requer uma abertura e flexibilidade maiores para o
tratamento do tema.
O instrumento para coleta de dados pode ser:

 Questionário – Instrumento com questões determinadas, respostas objetivas e


deve ser respondido por escrito. Utilizado para análises quantitativas.

 Entrevista – Ideal para abordagens qualitativas. Os sujeitos da pesquisa são


entrevistados diretamente pelo/a pesquisador/a. Podem ser gravadas (em
aúdio ou vídeo) com autorização ou apenas anotadas.

Os tipos de entrevista podem ser:

a) estruturada – o/a pesquisador/a elabora um roteiro e o aplica na totalidade a


todas as pessoas entrevistadas;

b) semi-estruturada - há um roteiro aberto com temas que devem ser


abordados na entrevista;

c) entrevista não estruturada – ideal para história oral. O/a pesquisador/a não
tem perguntas pré-estabelecidas e conduz a entrevista, de acordo o objetivo da
pesquisa, conforme o clima da entrevista e a disposição da pessoa entrevistada.

 Observação – o pesquisador observa o objeto de pesquisa, em geral em um


ambiente determinado (uma sala de aula, por exemplo) e anota os
acontecimentos em um caderno de campo. Na observação-participante, ele/a
interfere no ambiente, faz perguntas, dá opiniões.

 Experimentos - adota princípios lógicos e dedutivos para isolar, controlar e


testar variáveis (dependentes e independentes) que podem influenciar o
fenômeno estudado (exemplo clássico: estudo sobre a temperatura do ponto
de ebulição da água). Para Gil (2008, p. 24) “o experimento em investigações
sociais é bem pouco utilizado, visto que, de modo geral, o cientista não possui o
poder de introduzir modificações nos fenômenos que pretende pesquisar.” No
entanto, a Psicologia Social quanto a Sociologia já é possível identificar
“situações de laboratório muito parecidas com as que existem nas ciências
naturais. Um exemplo pode ser dado pelas pesquisas em Sociologia Industrial,
em que sistemas ‘democráticos’ e ’ditatoriais’ são implantados entre grupos de
operários de uma fábrica. Outros exemplos ainda mais amplos são as pesquisas
sobre migrações, comportamento político e variação de índices de natalidade,
que, embora não sendo rigidamente experimentais, possibilitam razoável grau
de controle das variáveis envolvidas.” (Idem, Ibidem).

 grupos focais - O grupo focal é um método de pesquisa qualitativa voltado para


colher dados sobre diferentes percepções e atitudes dos indivíduos em
interação sobre um tópico fornecido pelo pesquisador. O pesquisador atua
como moderador e incentiva que todos emitam sua opinião. Não se trata de
entrevista uma vez que a interação com o moderador e demais integrantes do
grupo não se estrutura na dinâmica pergunta-resposta. O pesquisador lança
tópicos para o grupo discutir. Tipicamente, o grupo focal é composto de, no
mínimo, sete e, no máximo, 12 participantes. Os participantes são selecionados
porque eles são representativos e suas opiniões e atitudes podem contribuir
com a pesquisa. Geralmente o grupo focal tem duração de uma hora e meia.

Esses instrumentos são os mais comuns, mas há outros instrumentos derivados desse
como o Grupo focal, que é uma forma de observação em que um grupo é selecionado
para dar sua opinião/percepção sobre determinado tema. Em caso de pesquisa
documental, os documentos são a fonte para a coleta de dados.

Esclareça também como os instrumentos serão aplicados (período para coleta, se será
disponibilizado online via, por exemplo, google, etc)

DEFINA POPULAÇÃO E AMOSTRAGEM

Defina o universo ou população do seu estudo - que pode ser: professores e alunos
de uma determinada escola; conjunto de empresas participantes do programa de
incubação da Universidade Federal de Goias; conjunto de anúncios sobre emprego
publicados no jornal o Popular no período de Janeiro a Dezembro de 2016; idosos da
cidade de Goiânia que tem perfil no facebook; vestibulandos do curso de
biblioteconomia; jovens da periferia da grande Goiânia; eleitores brasileiros. Qual a sua
população?

Defina a amostragem de sua pesquisa: em muitos casos, quando a população é muito


grande e, portanto, pesquisar todos os indivíduos se torna inviável, procura-se fazer um
recorte representativo do universo da pesquisa, ou seja, estabelece-se uma amostra.
Exemplo: 6000 eleitores, distribuídos regionalmente, por faixa etária e classe social
para representar todo o universo de eleitores brasileiros; “urna quantidade definida de
peixes retirados de determinado rio, certo número de parafusos retirados do total da
produção diária de uma indústria ou um cálice de vinho de um tonel. ” (GIL, 2008, p.
109). Quando a população é relativamente pequena, como as empresas participantes
do programa de incubação da UFG – não há necessidade de estabelecer amostra.
EXERCÍCIO V: CONSTRUA O
REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico consiste na discussão, a partir da citação a diversos autores, das


principais categorias conceituais envolvidas na questão problema. Demanda portanto,
levantamento bibliográfico com o objetivo de:

a) apresentar conceitos e teorias que sustentarão suas argumentações e hipóteses;

c)orientar quanto a coleta de dados: que dados deverão ser levantados (o que fazer, o
que perguntar que rumo tomar);

d) situá-lo quanto ao estágio de desenvolvimento e conhecimento produzido sobre o


tema a ser investigado . As contradições entre autores também poderão tornar-se
evidentes na revisão da literatura.

Para construir um bom referencial ou fundamentação teórica alguns cuidados devem


ser tomados:

a) Defina os termos principais envolvidos em sua questão problema

b) defina as fontes que você irá pesquisar (fontes primárias, secundárias e terciárias)

c) identifique material bibliográfico relevante, atual e condizente com o seu problema


de pesquisa. Uma boa dica é procurar artigos científicos (fontes primárias) – eles
sempre apresentam as discussões mais atuais sobre o assunto e sempre examinar a
bibliografia de trabalhos lidos para verificar se foi citado algum material que merece
ser lido.

d) Faça sempre o fichamento das obras lidas. Essa prática facilitará a redação do seu
projeto e tcc

e) a fundamentação teórica não consiste somente na mera citação de trabalhos. Deixe


claro o seu entendimento sobre as leituras realizadas.

f) A estrutura e redação devem apresentar coesão, coerência, criatividade e bom


português
Veja os Vídeos
Fundamentação teórica

https://www.youtube.com/watch?v=t-3ouNQgdvI

https://www.youtube.com/watch?v=9KoFDhNHoos

Como fazer fichamento


https://www.youtube.com/watch?v=dWMqyP4wEPM
EXERCÍCIO VI: ESTABELEÇA SEU
CRONOGRAMA

Hora de pensar no tempo que você tem para desenvolver sua pesquisa. Vamos
construir o cronograma.
No cronograma você especifica as ações/etapas envolvidas na pesquisa e define
quanto tempo se tem para conduzir e finalizar cada uma delas. É importante que se
estabeleça prazos factíveis e que, quando da execução, se tente observá-los.

Use planilha própria para estabelecer seus prazos, observando as seguintes datas:

 Data limite para depósito da versão para correção do orientador:


16/11/2015;
 Data limite para enviar para a banca examinadora: 23/11/2015
 Data da defesa oral do trabalho: 05/12/2015;
 Entrega da versão corrigida para o orientador (pós-banca): 15/12/2015 ;
 Depósito legal do trabalho (versão final): 20/12/2015

SOBREVIVEMOS!

REFERÊNCIAS:

Gil, Antonio Carlos Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. - São Paulo : Atlas,
2008.

MORETTI, Isabella. Justificativa TCC: veja como montar a sua e exemplos prontos.
Disponível em https://viacarreira.com/justificativa-tcc-192359/. Acessado em 15 de
setembro de 2017.

PRODANOV Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico


[recurso eletrônico] : métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed.
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SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, EsteraMuszkat. Metodologia da Pesquisa e Elaboração


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