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Antes de começar a construir uma casa, você procura se informa sobre os materiais de
construção necessários, sobre a mão-de-obra que precisará contratar e, principalmente, sobre
o dinheiro que terá que desembolsar, tendo em mente qual é a aparência, o resultado final, da
obra que você quer realizar.
A escolha do tema
Antes de qualquer outro passo, você precisa escolher o seu tema de pesquisa. Nesta etapa
deve-se responder à pergunta: “O que pretendo abordar?”
Para escolher um bom tema, é preciso estar atento às necessidades e problemas que existem
no cotidiano. O tema é um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja
provar ou desenvolver. Escolher um tema significa eleger uma parcela delimitada de um
assunto, estabelecendo limites ou restrições para o desenvolvimento da pesquisa pretendida.
Segundo Fonseca V.(2012, p.29) algumas fontes de ideias para a escolha de um tema:
● experiências individuais;
● material escrito em livros, revistas, periódicos etc.;
● diálogos com professores, autoridades e colegas de curso;
● observação direta do comportamento de fenômenos e fatos;
● senso comum;
● participação em seminários, encontros, congressos etc.;
● reflexão.
De todas destacadas a reflexão é a que apresenta uma rica fonte de ideia. Com apoio na
reflexão, podem surgir hipóteses sobre relações imprevistas, dúvidas de entendimento,
descoberta de falhas ou subjetividades em certas teorias, e tantas outras questões relevantes.
Quando da escolha de um tema, é preciso estar ciente de que tal assunto necessita de
discussão, investigação, decisão ou solução. Assim, deve-se refletir se o foco de estudo
possui:
● viabilidade – o tema escolhido deve estar relacionado às evidências empíricas que
permitam observações, testes e validações;
● importância – o tema é importante quando, de alguma forma, está relacionado a uma
questão que polariza, ou afeta, um segmento substancial da sociedade;
● originalidade – um tema é original quando há indicadores de que seus resultados irão
causar alguma surpresa.
Para a escolha de um bom tema aconselha se evitar:
● tema que fale de muitas coisas;
● questões que envolvam juízo de valor;
● simples suspeitas, vagas sensações, primeiras impressões.
O tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar. Sua escolha deve levar em conta
possibilidades, aptidões e tendências de quem irá elaborar a pesquisa. Ao formular perguntas
sobre o tema, provoca-se sua problematização.
Algumas regras práticas para a formulação de problemas científicos Fonseca V.(2012) apud
Gil(1996):
● O problema deve ser formulado como pergunta:
Esta é a maneira mais fácil e direta de formular um problema. Além disso,
facilita sua identificação por parte de quem consulta o projeto ou o relatório da
pesquisa. Seja o exemplo de uma pesquisa sobre o divórcio. Se alguém disser que
vai pesquisar o problema do divórcio, pouco estará dizendo. Mas se propuser: "que
fatores provocam o divórcio?" ou "quais as características da pessoa que se divor-
cia?", estará efetivamente propondo problemas de pesquisa.
Caso o problema proposto não se adapte a essas regras, não precisa ser afastado. O melhor é
proceder à sua reformulação ou esclarecimento.
A terceira característica é que a hipótese deverá ser testável, isto é, passível de ser
traduzida em conseqüências empíricas que possam ser submetidas a testes, contrastá-
veis com a realidade.
níveis de hipóteses
As hipóteses são classificadas por Bunge, de acordo com o que as fundamenta, em quatro
níveis: ocorrências, empíricas, plausíveis e convalidadas.
As ocorrências são hipóteses que não encontram nem apoio nas evidências empí-
ricas dos fatos ou fenômenos e nem fundamentação no conjunto das teorias existen-
tes. São palpites lançados sem justificativa alguma ou, no máximo, amparados por
conhecimentos muito obscuros e experiências ambíguas. As hipóteses ao nível das
ocorrências surgem naquelas áreas ainda obscuras e não desenvolvidas pela ciência. São
características mais dapseudociência ou, no máximo, do estágio mais primitivo da ciência: a
protociência.Tem validade como instrumento desencadeador da pesquisa, só é aceita por não
haveralgo melhor e só pode ser utilizada em pesquisas essencialmente exploratórias.
As hipóteses plausíveis não possuem a deficiência das empíricas, pois são as que
se inter-relacionam com as teorias existentes de uma forma consistente, coerente, lógica. As
hipóteses plausíveis são produto ou dedução lógica do conhecimento corroborado e acumulado
pela ciência ou de modificações introduzidas nas teorias existentes quando falseadas. Sendo a
ciência e suas teorias não o produto da observação e catalogação de fatos, mas de uma
contínua e consciente correção de suas teorias, é muito mais prudente, lógico e seguro que,
quando se propõem hipóteses em uma pesquisa, se queimem etapas já vencidas pela ciência.
Deve-se eliminar ao máximo a arbitrariedade das hipóteses. Elas não surgem num vazio, mas,
de acordo com Bunge,elas são aspectos da criação da cultura. As hipóteses plausíveis, dentro
da visão da ciência como sistema, apóiam-se e se controlam mutuamente.
As hipóteses não podem ser produto nem de invenção arbitrária e nem da pura constatação
dos fatos. Deverão, isto sim, ser razoáveis, consistentes, coerentes com o referencial teórico
proposto e passíveis de teste empírico através de suas conseqüências.
Não é possível determinar regras para a elaboração de hipóteses. Nesse sentido, cabe lembrar
o que escreveu De Morgan há mais de um século: "Uma hipótese não se obtém por meio de
regras, mas graças a essa sagacidade impossível de descrever, precisamente porque quem a
possui não segue, ao agir, leis perceptíveis para eles mesmos Gil(2002) apud (Trujillo Ferrari,
1982).
Observação
Teorias
Intuição
Toda hipótese é o enunciado geral de relações entre, pelo menos, duas variáveis. Por sua vez,
variável é um conceito que contém ou apresenta valores, tais como: quantidades, qualidades,
características, magnitudes, traços etc., sendo o conceito objecto, processo, agente, fenómeno,
problema etc.
A título de exemplo, "A aprendizagem da matemática, entre alunos do 1º grau,
está diretamente relacionada com a sua dedicação ao estudo", a variável "aprendizagem
da matemática" pode ser avaliada através de instrumentos e testes que meçam o desempenho
dos alunos, atribuindo valores em uma escala de pontos de zero a dez; "dedicação
ao estudo" também pode ser mensurada, utilizando-se como indicador o número de horas
dedicadas ao estudo e o número e a qualidade da execução das tarefas escolares caseiras,
por exemplo, quantificando-as em uma escala de medida.
Massa, peso, velocidade, energia, força, impulso, atrito, são as varáveis mais co-
muns que são trabalhadas na física; na sociologia e psicologia: inteligência, status so-
cial, sexo, salário, idade, ansiedade, classe social, preconceito, motivação, agressão,
frustração; na economia: custo, tempo, qualidade, produtividade, eficiência, eficácia.
Dependendo do tipo de relação que expressa, a variável pode ser classificada, se-
guindo a nomenclatura de Tuckman em:
Variável independente: é aquela que é fator determinante para que ocorra um determinado
resultado. É a condição ou a causa para um determinado efeito ou conseqüência. É o estímulo
que condiciona uma resposta. A variável independente, emuma pesquisa experimental, é
aquela que é manipulada pelo investigador, para verque influência exerce sobre um possível
resultado.
Variável dependente: é aquele fator ou propriedade que é efeito, resultado, conseqüência ou
resposta de algo que foi estimulado. A variável dependente não é manipulada, mas é o efeito
observado como resultado da manipulação da variável independente.
Variável moderadora: é aquele fator ou propriedade que também é causa, condição, estímulo
ou determinante para que ocorra determinado efeito. Porém, situa-se a um nível secundário, de
menor importância que a variável independente. Seria, praticamente, uma variável
independente secundária. O valor da variável moderadora se evidencia em pesquisas cujos
problemas são complexos, com interferência de vários fatores inter-relacionados. Nesses
casos, ela serve para analisar até que ponto esses fatores têm importância na relação entre a
variável independente e a dependente.
Variável de controle: é aquele fator ou propriedade que poderia afetar a variável dependente
mas que é neutralizado ou anulado, através de sua manipulação deliberada, para não interferir
na relação entre a variável independente e a dependente.
Figura