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São Paulo
2018
LEONARDO AUGUSTO BATISTA
Dissertação apresentada à
Universidade Presbiteriana Mackenzie,
como requisito parcial para obtenção
do título de Mestre em Ciências da
Religião.
São Paulo
2018
B33n Batista, Leonardo Augusto
Neuroteologia: fundamentos e perspectivas / Leonardo Augusto
Batista – 2018.
63 f.; 30 cm
LC BV4012.2
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10
1 DAS ORIGENS ..................................................................................................... 11
1.1 DA RELAÇÃO CIÊNCIA E RELIGIÃO .................................................................. 11
1.2 BREVE HISTÓRIA DA NEUROTEOLOGIA ......................................................... 15
1.3 PESQUISAS REALIZADAS POR NEWBERG .................................................... 17
1.4 MÉTODOS UTILIZADOS ........................................................................................ 18
1.5 RESULTADOS OBTIDOS ....................................................................................... 19
2. DOS PRINCÍPIOS DA NEUROTEOLOGIA ..................................................... 22
2.1 PADRONIZANDO DEFINIÇÕES ........................................................................... 22
2.1.2 DIFERENCIANDO MENTE DE CÉREBRO ..................................................... 23
2.1.3 A CONSCIÊNCIA ................................................................................................. 25
2.1.4 A ALMA .................................................................................................................. 25
2.1.5 DIFERENCIANDO RELIGIÃO DE ESPIRITUALIDADE ................................. 26
2.1.6 CRENÇA E FÉ ...................................................................................................... 27
2.1.7 TEOLOGIA ............................................................................................................ 28
2.1.8 METATEOLOGIA E MEGATEOLOGIA ............................................................ 29
2.1.9 DEUS ...................................................................................................................... 30
2.1.10 CIÊNCIA................................................................................................................. 32
2.1.11 NEUROTEOLOGIA .............................................................................................. 33
2.1.12 PRINCÍPIOS DE INTERAÇÃO ........................................................................... 35
2.1.13 DEMAIS PRINCÍPIOS A SEREM CONSIDERADOS ..................................... 37
3. O PAPEL DA RELIGIÃO ..................................................................................... 38
3.1. OS CEGOS E O ELEFANTE .................................................................................. 41
3.2. VOLTAIRE E O TRATADO DA TOLERÂNCIA .................................................... 45
3.2.1. VOLTAIRE, GREGOS E ROMANOS ............................................................ 47
3.3. O AMBIENTE CONTEMPORÂNEO ...................................................................... 49
3.4. DA NEUROTEOLOGIA ........................................................................................... 53
3.5. DA RELIGIÃO ........................................................................................................... 58
3.6. DA METATEOLOGIA E MEGATEOLOGIA .......................................................... 59
3.7. DO FUTURO DA RELIGIÃO .................................................................................. 60
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 62
10
INTRODUÇÃO
1 DAS ORIGENS
da fé, por assim dizer. Há um possível construto nessa relação histórica entre
fé e ciência: a ciência deve estar submissa à fé.
sob uma ótica tolerante e holística, o ser humano contemporâneo valida suas
verdades sob a ótica científica, debaixo de rigorosos métodos que visam
legitimar seus achados.
2.1.3 A CONSCIÊNCIA
2.1.4 A ALMA
sabe-se a que no Egito Antigo acreditava-se que a alma subsistia mesmo após
a morte. Praticamente da mesma maneira, o hinduísmo considera que a alma
retorna sempre de novo através da reencarnação (NEWBERG, 2010). O
mundo ocidental considera a alma como sendo parte da personalidade dos
indivíduos. Percebe-se que o conceito de alma assume uma variedade de
interpretações.
2.1.6 CRENÇA E FÉ
2.1.7 TEOLOGIA
“revelação especial de Deus” e faz desta ideia ponto de partida para sua
reflexão.
2.1.9 DEUS
2.1.10 CIÊNCIA
2.1.11 NEUROTEOLOGIA
mundo? (2) o que o ser humano pensa sobre a natureza e sobre a realidade?
(3) como o ser humano elabora conceitos de certo e errado? e, (4) o que o ser
humano pensa acerca da verdade? ou o que é a verdade? Tais
questionamentos tendem a caminhar na direção do esclarecimento das
experiências religiosas e espirituais humanas – são essas experiências ilusões,
delírios? Ou tais indivíduos vislumbram uma realidade mais profunda acerca da
realidade? Será que, ao vivenciar a experiência religiosa, o ser humano apenas
estimula determinadas áreas do seu cérebro e sua mente então percebe Deus?
Ou, de fato o cérebro humano tem condições de perceber a existência de um
ser definido como Deus e, a partir dessa percepção, realmente experimenta um
tipo de relacionamento transcendente?
Cada visão religiosa acerca da ciência deve ser considerada, uma vez
que a neuroteologia deverá se esforçar para compreender cada uma delas.
Cada visão religiosa acerca da ciência contempla uma forma específica
possível de a ciência afetar a religião. Tal influência científica sobre a religião
pode ocorrer de modo subjetivo ou até mesmo afetando um sistema doutrinário
de uma religião inteira.
3. O PAPEL DA RELIGIÃO
3
Gênesis 2:7, versão Almeida Revista e Atualizada.
39
4Gerhard von Rad acentua que as narrativas da criação pertencem à etiologia de Israel (RAD,
2006 p. 137).
40
I.
II.
E aconteceu de cair
III.
IV.
E aconteceu de pegar
V.
E apalpou o joelho.
VI.
VII.
VIII.
MORAL.
Os disputantes, eu suponho,
Assim, não caberia supor que uma religião detém a verdade absoluta
acerca da realidade de Deus em detrimento a todas as demais religiões. Pelo
contrário, a soma de todas as verdades subjacentes à Verdade, conforme
acima, pode aproximar a humanidade da Verdade acerca da realidade de
Deus.
sido quebrado vivo, estrangulado e atirado em uma fogueira ardente. Seu filho
Marc-Antoine foi considerado um santo na ocasião, justamente por abandonar
a fé protestante a abraçar a fé católica.
Por conta desse caso, Voltaire escreveu sua famosa obra “Tratado sobre
a tolerância”, onde discorre acerca da necessidade da tolerância,
especialmente a religiosa. Segundo Voltaire, não é possível ao ser humano ter
certezas acerca de Deus, da alma e de outros tantos assuntos. Assim, ele
propõe o respeito mútuo e a coexistência pacífica, uma vez que, a única
certeza que o ser humano realmente possui é a certeza da ignorância. De
acordo com Voltaire (1978), “se tiverdes entre vós duas religiões, os seus
seguidores se esganarão uns aos outros; se forem trinta, todos viverão em
paz”. Embora a afirmação de Voltaire pareça fazer sentido, no ambiente
contemporâneo existem diversas manifestações religiosas, e, mesmo assim, a
intolerância continua evidente.
“Não é crível que jamais tenha havido uma inquisição contra os cristãos sob o
governo dos imperadores romanos, nem que sequer tenham ido a suas casas a
fim de interrogá-los a respeito de suas crenças. Nesse sentido, nunca foram
perturbados nem judeus, nem sírios, nem egípcios, nem bardos, nem druidas,
nem filósofos. Os mártires foram, portanto, aqueles que se revoltaram contra os
falsos deuses. Era uma coisa muito acertada e piedosa não acreditar neles;
todavia, se não se contentaram em adorar um Deus em espírito e em verdade,
mas se rebelaram violentamente contra o culto tradicional, por mais absurdo que
pudesse ser, somos forçados a admitir que eles próprios eram intolerantes.”
(Voltaire, 2001, p. 41)
Você me responde que a diferença é grande, que todas as religiões são obras dos
homens, que somente a Igreja católica, apostólica e romana é a obra de Deus.
49
Mas usando de boa-fé, somente porque nossa religião é divina, deverá então
reinar pelo ódio, pelos furores, pelos exílios, pelo confisco dos bens, pelas prisões,
pelas torturas, pelos assassinatos e pelas ações de graças rendidas a Deus por
esses mesmos assassinatos? Quanto mais a religião cristã é divina, tanto menos
pertence ao homem dirigi-la: se foi Deus que a fez, Deus a sustentará sem a
nossa ajuda. Você sabe que a intolerância apenas produz hipócritas ou rebeldes:
que alternativa funesta! Por fim, você gostaria de sustentar nos braços dos
carrascos a religião de um Deus que fizeram perecer nas mãos dos carrascos e
que somente pregou a doçura e a paciência? (Voltaire, 2001, p. 53)
ainda, a um “henoteísmo” onde tudo são deuses, i.e., os deuses estão em toda
parte, e se relativizam entre si. É ainda um homeopatizar o mal, até que este
possa proporcionar o bem de que também é portador. Ainda, teatralizar o
daimon passa a ser uma excelente maneira de domesticá-lo, de proteger-se
dele (MAFFESOLI, 2004). Maffesoli acrescenta ainda que cada ser humano
tem seu próprio daimon, e toma como exemplo a figura do Cristo, “inteiramente
homem e inteiramente Deus”. Ainda considera feliz o pecado que permite a
salvação.
Dos meandros dessa realidade sociocultural vai surgindo o novo homem moderno,
produto de seu tempo. Se observarmos melhor, veremos que esse homem tem os
seguintes componentes: pensamento fraco, convicções sem firmeza, assepsia em
seus compromissos, indiferença sui generis feita de curiosidade e relativismo ao
mesmo tempo [...] sua ideologia é o pragmatismo, sua norma de conduta, a
vigência social – que vantagens leva, o que está na moda; sua ética se
fundamenta na estatística, substituta da consciência; sua moral, repleta de
neutralidade, carente de compromisso e subjetividade, fica relegada à intimidade,
sem se atrever a sair em público. (ROJAS, apud AMORESE, 1998, p. 82)
3.4. DA NEUROTEOLOGIA
3.5. DA RELIGIÃO
Cabe considerar ainda que, uma vez que a neuroteologia postula ser
impossível, a partir de suas pesquisas, comprovar a existência ou a
inexistência de Deus, torna-se possível, para qualquer sujeito, assumir que a
experiência espiritual, mediada pelo rito e pela religião, pode ser tanto apenas
o resultado do estímulo cerebral como também a capacidade de percepção do
61
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ENGLISH OXFORD LIVING DICTIONARIES. Word of the Year 2016 is… 2016.
Disponível em: https://en.oxforddictionaries.com/word-of-the-year/word-of-the-
year-2016 . Acesso em: 13 jun. 2018.
NEWBERG, Andrew B., D’AQUILI, Eugene, ROUSE, Vince. Why God Won’t
Go Away: Brain Science and the Biology of Belief. New York: Random House,
2001.
NEWBERG, Andrew B., WALDMAN, Mark Robert. How God Changes Your
Brain. New York: Ballantine, 2009.
ROLDÁN, Alberto F., Para Que Serve a Teologia?, Curitiba: Descoberta, 2000.
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