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SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................ 3
Autonomia ...................................................................................... 28
Justiça ............................................................................................ 30
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 36
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NOSSA HISTÓRIA
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Introdução
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circulação, respiração, homeostase, temperatura –, das funções sensoriais e
motoras, da locomoção, reprodução, alimentação e ingestão de água, os
mecanismos da atenção e memória, aprendizagem, emoção, linguagem e
comunicação, são temas de estudo da neurociência.
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A neurociência no Brasil está representada principalmente pela
Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC), que
congrega a pesquisa básica da área. A produção neurocientífica está também
presente nas Sociedades Brasileiras de Psicologia, de Farmacologia, de
Fisiologia, de Bioquímica, e na Brazilian Research Association on Vision and
Ophthalmology. Na área clínica, a neurociência brasileira é apresentada nas
Sociedades Brasileiras de Neurologia, de Psiquiatria e de Neuropsicologia.
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Doenças Neurológicas e Mentais: Aspectos
Epidemiológicos e Impacto Econômico
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NIH indicam que: (1) acima dos 60 anos, a demência do tipo Alzheimer, o
acidente vascular encefálico e a doença de Parkinson são frequentes; (2) os
acidentes vasculares encefálicos (cerebrais) são a terceira entre todas as causas
de morte e uma causa importante de invalidez (mais de 700.000 americanos são
afetados); (3) o trauma cerebral e as lesões medulares ocorrem principalmente
antes dos 30 anos, sendo o trauma cerebral responsável por mais de 5,3 milhões
de comprometimentos e mais de 50.000 óbitos; (4) a esclerose múltipla começa
por volta dos 30 anos de idade. Finalmente, a dor é a principal queixa para a
procura de atendimento médico em geral. A prevalência de dor crônica é alta e
suas causas difíceis de tratar.
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As doenças do sistema nervoso são muito difíceis de serem tratadas, mas
têm havido progressos notáveis nos últimos anos, decorrentes do grande esforço
de pesquisa em neurociência. Os progressos mais significativos são destacados
pelo NIH (2002), em sua justificativa orçamentária: melhores técnicas
diagnósticas a partir da genética molecular e neuroimagem; tratamentos para
acidente vascular encefálico e para lesões da medula espinhal; novas drogas
para esclerose múltipla, epilepsia e doença de Parkinson; aparelhos
eletromecânicos para deficiências sensoriais e motoras; prevenção de acidente
vascular encefálico e defeitos neurológicos congênitos. São, ainda, listados pelo
documento do NIH tratamentos promissores para doenças do sistema nervoso
em estudo, incluindo drogas, vacinas, estimulação elétrica, transplantes
celulares, fatores de crescimento naturais, próteses neurais, terapia gênica e
intervenções comportamentais. Verifica-se, com esses progressos, que a área
de neurociência é importante para a Psicologia, tanto na pesquisa básica como
na atividade clínica.
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A Neurociência no Brasil
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Universidade de Brasília (UnB). Essas origens se refletem nos grupos de
neurociência que existem hoje.
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Faculdade de Medicina da USP-RP e nos departamentos de Fisiologia da UFPR
e da UFMG. Epilepsia é também estudada por meio de análise neuroetológica
no Departamento de Psicobiologia da USP-RP.
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• Doença mental (síndrome de pânico, esquizofrenia, depressão) e
doenças neurodegenerativas são estudadas nos Departamentos de Psiquiatria
e de Neurologia da Faculdade de Medicina da USP, que também utilizam
modelos animais, nos departamentos de Psiquiatria da UNIFESP, de Fisiologia
do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ) e de Neurologia da UNICAMP.
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A comunidade de neurocientistas compreende cerca de 2000
pesquisadores, incluindo estudantes em todos os níves, da iniciação científica à
pós-graduação e ao pós-doutoramento. Há programas de pós-graduação em
Neurociências e Comportamento com este nome ou com o nome de
Psicobiologia, na UFRN, na UFSC, na USP, na Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras da USP-RP e na UNIFESP. Outros programas como os de ciências
morfológicas, bioquímica, biofísica, farmacologia, fisiologia, nutrição e psicologia
também incluem orientação em neurociência. Como consequência, um
importante contingente de jovens pesquisadores altamente qualificados nos
vários ramos da neurociência tem sido formado na última década. Estima-se que
20% da produção científica brasileira da área biológica e biomédica seja de
neurociência.
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Outras importantes reuniões científicas também incluem pesquisas em
neurociência. Dentre os mais de 1500 trabalhos apresentados na reunião anual
da Sociedade Brasileira de Bioquímica e dentre os quase 800 apresentados na
reunião da Sociedade Brasileira de Imunologia, uma considerável porção
também trata de temas de neurociência. Dentre os trabalhos apresentados na
Sociedade Brasileira de Psicologia existe uma parcela dedicada à neurociência.
A área está também fortemente representada em suas aplicações clínicas, na
Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. Na Associação Nacional de Pesquisa
e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) foi criado há 10 anos o grupo de
trabalho Psicobiologia, Neurociências e Comportamento, e a partir desse grupo
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surgiu a revista online Psychology & Neuroscience, publicada desde 2008. Em
2009, foi criado o Instituto Brasileiro de Neurociências e Comportamento, cuja
primeira reunião ocorrerá em outubro de 2010, no Rio de Janeiro.
Integração Latinoamericana
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de 2010, a SBNeC organizou pela primeira vez seu congresso de forma
independente, fora da reunião da FeSBE. Esse congresso contou com mais de
1500 inscritos. Embora a ideia de vários congressos simultâneos dentro do
guarda chuva da FeSBE tenha a grande vantagem de proporcionar um ambiente
multidisciplinar, a realização independente do congresso da SBNeC é
consequência de sua maturidade e volume de associados e atividades.
O Futuro
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Objetivo 1. Preservação e incentivo às linhas de pesquisa existentes
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mas para toda a pesquisa biomédica. Na pesquisa biomédica, além de
protocolos de avaliação dos efeitos de medicamentos, os estudos sobre
envelhecimento são muito relevantes, dado o contínuo aumento na expectativa
de vida. Os EUA estão investindo na pesquisa sobre retardamento do
aparecimento e da evolução da doença de Alzheimer ou, até mesmo, da
prevenção dessa patologia, com grandes estudos clínicos usando vitamina E, a
droga Aricept, drogas antiinflamatórias e estrógeno. Outros estudos estão
focalizando a busca de fatores ambientais responsáveis pela doença de
Parkinson, como pesticidas, solventes e metais e avaliando drogas que
lentificam a progressão da doença. São ainda muito importantes em nosso meio
os estudos de neuropatologias regionais. Numa situação em que a pobreza da
população está acompanhada pela desnutrição e por más condições sanitárias,
patologias erradicadas ou inexistentes em países avançados são prevalentes no
Brasil. Aspectos neurológicos de várias doenças degenerativas tropicais, como
a malária e outras, deveriam ser estudados por nossos cientistas.
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ressonância magnética funcional foi aplicada em estudos do National Institute on
Drug Abuse (NIDA, 2010), pertencente ao NIH, usando, para examinar o
desenvolvimento cerebral de bebês expostos durante a gestação, a
metanfetamina e outras drogas que afetam a ação normal de
neurotransmissores. Uma revisão sobre neurociência e alcoolismo, elaborada
pelo National Institute of Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA, 2008a, 2008b)
mostra os efeitos do álcool no cérebro e as contribuiçôes da neurociência na
elucidação dos circuitos envolvidos nas adaptações biológicas ao álcool.
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Bioética na Neurociência
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processos mentais o porquê isso ocorre. A neurociência do comportamento é o
estudo que busca compreender as bases biológicas da nossa consciência e de
nossos processos mentais, pelos quais ocorrem todas as nossas ações.
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Outro aspecto da neuroética são as implicações do conhecimento das
funções cerebrais para a sociedade, isto é, construir um conhecimento capaz de
organizar e ilustrar adequadamente a sociedade: afinal, como conciliar os
saberes provenientes das investigações em neurociências de modo que a
sociedade funcione de forma estável sem afetar a liberdade das pessoas.
"O cérebro funciona através de neurônios que se ligam uns aos outros,
em conexões chamadas sinapses. Nas sinapses, ocorrem várias funções.
Chegam os impulsos elétricos gerados pelos próprios neurônios até a
terminação de uma célula nervosa, seu axônio. Nesse setor são liberados
neurotransmissores como consequência dos impulsos elétricos e esses
neurotransmissores são substâncias que se ligam com as membranas das
células seguintes, que se denominam receptores. Assim, um neurônio se
conecta com o outro para o funcionamento básico do cérebro. Cada região do
cérebro atua de maneira distinta, pois existem inúmeras conexões e cada
neurônio se liga com dez mil outros, ou mais".
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Fundamentação da Bioética – o valor da vida humana
Entretanto, uma vez compreendido esse fundamento, ele não precisa ser
lembrado a todo tempo (como a estrutura de um prédio que, no final da
construção, nós não vemos, mas na qual confiamos quando entramos no
edifício). O fundamento ético será sempre a base para a nossa tomada de
decisão. Mas qual é esse fundamento?
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A pessoa humana
Para trilhar um caminho correto diante dos diversos dilemas éticos que
podemos encontrar na nossa atividade profissional, precisamos de uma “base
sólida”, de um fundamento, que nos oriente nos momentos de decisão.
Definir o que é a pessoa pode ser uma tarefa difícil (e que os filósofos
costumam estudar arduamente), porém entender o que é a pessoa é algo que
fazemos todo dia quando nos olhamos no espelho. Nós conhecemos a “pessoa
humana” porque somos “pessoa humana”.
Mas quais são os conceitos que existem na realidade da pessoa dos quais
devemos nos lembrar por serem importantes no enfrentamento das questões
bioéticas?
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seja, respeitando esse fundamento, podemos estar certos de que estamos
agindo de forma ética.
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concentração na 2ª Guerra Mundial; os pacientes com necessidades especiais
(como os portadores do vírus HIV em diversas situações); as mulheres e os
pobres em diversas sociedades (inclusive na nossa), dentre tantos outros
exemplos.
Os princípios da Bioética
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Autonomia
Para que o respeito pela autonomia das pessoas seja possível, duas
condições são fundamentais: a liberdade e a informação. Isso significa que, em
um primeiro momento, a pessoa deve ser livre para decidir. Para isso, ela deve
estar livre de pressões externas, pois qualquer tipo de pressão ou subordinação
dificulta a expressão da autonomia. Em alguns momentos, as pessoas têm
dificuldade de expressar sua liberdade. Nesses casos, dizemos que ela tem sua
autonomia limitada.
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Existem outras situações em que percebemos a limitação de autonomia
de uma pessoa. Os pacientes atendidos em clínicas de Instituições de Ensino
podem manifestar essa limitação de seu poder de decisão, principalmente
quando existe fila de espera para o atendimento. Afinal, ele poderá pensar que
perderá a vaga (que ele demorou tanto para conseguir) se ele reclamar de
alguma coisa.
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Se entendermos que o respeito pela autonomia de uma pessoa é o
princípio que deve ser considerado em primeiro lugar, cairemos em uma
armadilha. Nem sempre o paciente tem condições de avaliar qual o melhor
tratamento para ele (afinal ele é leigo, não tem o conhecimento técnico
necessário para isso).
Justiça
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o conceito de equidade que representa dar a cada pessoa o que lhe é devido
segundo suas necessidades, ou seja, incorpora-se a ideia de que as pessoas
são diferentes e que, portanto, também são diferentes as suas necessidades.
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Ética e Ciência
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Nessa relação eu-tu a filosofia construiu importantíssimos tratados éticos
ao longo da história: Aristóteles construiu a ética em cima de relações justas;
Santo Agostinho baseou a ética na relação de amor; Kant criou a ética do
respeito; Hottois, em nossos dias, alarga o respeito, o amor, a justiça e a
dignidade a todos os seres, propondo "a ética da solidariedade antropocósmica".
Assim, nasce a ética. Está sempre surgindo, sempre nova, porque sempre novas
são as relações da reciprocidade humana.
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Por exemplo, a ética nunca negociará seu horizonte de justiça,
solidariedade e paz; sabe, porém, que existem muitos meios de se construir um
mundo justo, solidário e uma história humana pacífica. Mantendo seu horizonte,
a ética dialoga com todas as formas de saber para encontrar os melhores meios
de realizar estes objetivos maiores. À luz desta concepção ética podemos
discutir o problema da pesquisa cientifica, em nosso caso, da neurociência.
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A ética deve pautar condutas humanas, pois a vislumbramos como
possibilidade de ser. No campo da neuroética, será preciso utilizá-la cada vez
mais para distinguir o que é aceitável e desejável daquilo que deve ser repudiado
por ser prejudicial e comprometer a integridade física e moral do ser humano.
O ser humano (cérebro e mente) não é objeto para ser manuseado ao bel
prazer, uma vez que existem condições e direitos que precisam ser respeitados
e representam o valor do indivíduo. O uso do conhecimento neurocientífico
precisa permanecer sob olhar atento e crítico para separar seus benefícios de
situações em que apenas propiciam negócios ou práticas ilícitas, que visam
transformar o homem em objeto de lucro e consumo.
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REFERÊNCIAS
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