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NOVOS MEMBROS:
COMO SÃO ASSIMILADOS À IGREJA E SUA RELAÇÃO COM O ÍNDICE DE
APOSTASIA
ENGENHEIRO COELHO, SP
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS ENGENHEIRO COELHO
MESTRADO EM ESTUDOS TEOLÓGICOS – INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
NOVOS MEMBROS:
COMO SÃO ASSIMILADOS À IGREJA E SUA RELAÇÃO COM O ÍNDICE DE
APOSTASIA
ENGENHEIRO COELHO – SP
2023
Sumário
1. Introdução .............................................................................................................6
1.1. Justificativa ......................................................................................................8
1.1.1. O Problema ............................................................................................9
1.1.2. Relevância Pessoal ..............................................................................10
1.1.3. Relevância Social .................................................................................10
1.1.4. Relevância relação com a linha de pesquisa .......................................10
1.2. Metodologia ...................................................................................................11
1.2.1. Abordagem Metodológica ....................................................................11
1.2.2. Coleta de dados ...................................................................................11
1.2.2.1. Fontes Primárias .......................................................................11
1.2.2.2. Fontes Secundárias ..................................................................12
1.2.3. Análise de dados .................................................................................12
1.2.4. Limitação da pesquisa .........................................................................12
1.2.5. Considerações éticas ..........................................................................12
2. Fundamentação Bíblica Sobre a Assimilação de Novos Membros...............12
2.1. Assimilação no Novo Testamento..................................................................12
2.1.1. Assimilação: O modelo de Jesus .........................................................13
2.1.2. Assimilação: O modelo Lucano ...........................................................16
2.1.3. Assimilação: O modelo Paulino ...........................................................18
2.2. A perspectiva de Ellen White sobre assimilação ...........................................21
2.3. Reflexões finais do capítulo ..........................................................................23
3. Uma Revisão Literária de autores contemporâneos sobre Assimilação de
Novos Membros.................................................................................................23
3.1. Tendências atuais de assimilação eclesiástica ............................................23
3.1.1. Integrar antes de batizar .....................................................................23
3.1.2. Continuar a instrução ..........................................................................24
3.1.3. Nutri em Pequenos Grupos.................................................................24
3.1.4. Prática de mordomia............................................................................24
3.1.5. Envolver na missão..............................................................................24
3.2. O que contribui para a permanência ou apostasia de novos
membros.........................................................................................................25
3.2.1. O que impacta para a permanência de novos membros? ...................30
3.2.2. Boas vindas e inclusão.........................................................................31
3.2.3. Relacionamentos significativos.............................................................31
3.2.4. Ensino contínuo ...................................................................................31
3.2.5. Oportunidades de participar dos ministérios o mais breve possível ....31
3.2.6. Liderança e pastoreio ..........................................................................32
3.2.7. Culto e adoração .................................................................................32
3.2.8. Conflitos e desentendimentos .............................................................32
3.2.9. Expectativas realistas ..........................................................................32
3.2.10. Mudanças pessoais .............................................................................32
3.2.11. Alinhamento com os valores denominacionais.....................................32
3.3. O que coopera para a apostasia? .................................................................33
3.3.1. Dúvidas e questões teológicas.............................................................34
3.3.2. Experiências negativas na comunidade e o distanciamento da fé.......34
3.3.3. Desafios intelectuais e científicos ........................................................35
3.3.4. Pressões sociais e culturais..................................................................35
3.3.5. Mudanças de crenças pessoais............................................................35
3.3.6. Influência de amigos e familiares..........................................................35
3.3.7. Estilo de vida ou interesses pessoais...................................................35
3.3.8. Crises pessoais e reavaliação da fé.....................................................36
3.3.9. Distanciamento da prática religiosa......................................................37
3.3.10. Atração por outras crenças espirituais.................................................37
3.4. A essência para assimilação e a prevenção contra a apostasia de novos
membros.........................................................................................................37
4. Análise contextual da assimilação de Novos Membros na Associação
Mineira Sul...........................................................................................................39
4.1. Histórico da assimilação de membros na IASD.............................................40
4.1.1. Início da IASD: as primeiras estratégias ..............................................40
4.1.2. Estabelecimento de instituições educacionais e de saúde ..................42
4.1.3. Instituições educacionais .....................................................................42
4.1.4. Instituições de saúde ...........................................................................42
4.1.5. Esforços missionários globais ..............................................................43
4.1.6. Desenvolvimento de materiais e programas de estudo bíblico ............43
4.1.7. Materiais e programas contemporâneos ..............................................44
4.1.8. A era digital e a IASD ...........................................................................45
4.2. Dinâmicas de batismo e retenção: um panorama decenal da Associação
Mineira Sul .....................................................................................................49
4.2.1. Dados históricos....................................................................................50
4.2.2. Dados demográficos dos novos membros ...........................................50
4.2.3. Dados sobre o processo de integração ...............................................50
4.2.4. Feedback dos membros ......................................................................50
4.2.5. Dados comparativos ............................................................................51
4.2.6. Dados sobre a formação e capacitação pastoral..................................51
4.2.7. Dados sobre a comunidade e contexto local .......................................51
4.2.8. Dados sobre programas e eventos especiais ......................................51
4.3. Estudo de campo............................................................................................51
4.3.1. Análise da pesquisa e entrevistas ........................................................51
4.3.2. Implicações das informações obtidas ..................................................52
4.4. Conclusão.......................................................................................................52
5. Referências .........................................................................................................53
Introdução
1.1Justificativa
Dentro do cenário religioso contemporâneo, a questão do crescimento e
retenção de membros em organizações religiosas tem sido amplamente debatida e
analisada. Wagner (1976), em seu trabalho seminal sobre o crescimento da igreja,
sugere que a saúde de uma congregação não se baseia apenas na capacidade de
atrair novos membros, mas também de mantê-los. A Igreja Adventista do Sétimo
Dia, especialmente na região da Associação Mineira Sul, não está isenta desses
desafios. Apesar de celebrar a constante adição de novos membros, a AMS
enfrenta o complexo desafio da retenção.
O próprio autor, imerso na realidade da sua geografia de trabalho como
pastor, testemunhou a dicotomia entre a alegria do batismo e a tristeza da
apostasia. A problemática da retenção de novos membros não é apenas uma
preocupação teológica e administrativa, mas também um desafio pastoral e
humano. Kellermann (1989), em seu estudo sobre integração eclesiástica, enfatiza
a importância do acolhimento e acompanhamento contínuo de novos membros,
algo que é crucial para a saúde e longevidade da igreja.
No entanto, por que essa questão é tão pertinente? E como se relaciona
com o campo mais amplo da missiologia? Bosch (1991) em sua obra Transforming
Mission, sugere que a missiologia não trata apenas da primeira proclamação do
evangelho, mas da contínua edificação e encorajamento daqueles que
responderam a esse chamado. E é nesse interstício entre a evangelização e o
discipulado, entre o chamado e a consolidação da fé, que este estudo se situa.
Nesta justificativa, busca-se traçar a importância, a relevância e a
necessidade de abordar o fenômeno da retenção de membros na IASD,
especialmente no contexto da AMS. Além disso, destaca-se a conexão profunda e
intrínseca deste estudo com a jornada pessoal do autor e a relevância mais ampla
para a saúde e vitalidade da comunidade adventista como um todo.
1.1.1 O problema
1.2 Metodologia
1.2.1 Abordagem metodológica
O livro de Atos, escrito por Lucas, fornece uma visão detalhada de como a
igreja primitiva abordou a assimilação. As descrições de Lucas sobre o
funcionamento da igreja em Jerusalém (At 2:42-47; 4:32-37) oferecem um retrato da
igreja em ação, em sua busca para criar uma comunidade unida e engajada.
Atos 2:42-47 descreve a vida da igreja primitiva, destacando cinco principais
ênfases: (1) ensino apostólico, (2) comunhão, (3) partilha do pão, (4) oração e (5) a
unidade da igreja. Este retrato dos primeiros cristãos ilustra que a assimilação na
igreja primitiva era um processo comunitário, incorporado às práticas cotidianas da
vida da igreja.
2.1.2.4 Oração
Lucas nota que os primeiros crentes eram "um só coração e uma só alma" (At
4:32). Esta frase vai além de uma mera união de propósitos; reflete uma comunhão
profunda que permeava todos os aspectos de suas vidas. Esta unidade não era
apenas espiritual, mas também social, indicando uma assimilação total na
comunidade de fé (PETERSON, 2009).
A generosidade dos crentes não era motivada por obrigação, mas por um
desejo genuíno de cuidar uns dos outros. Lucas destaca a venda voluntária de
propriedades e bens para apoiar a comunidade (WITHERINGTON III, 1998).
Ellen White, uma das fundadoras da Igreja Adventista do Sétimo Dia, oferece
uma perspectiva única e enriquecedora sobre a assimilação. Suas visões e escritos
sobre o assunto podem ser agrupados nas seguintes áreas:
Ellen White (2007) reconhece que a igreja tem um papel crucial na integração
e no cuidado de novos membros. Ela encoraja a igreja a ser uma comunidade
amorosa, acolhedora e nutridora, que facilita o crescimento espiritual.
O simples ato de não praticar a fé pode enfraquecer o vínculo com ela. James
K.A. Smith (2016) argumenta que os hábitos formam nossos desejos e, por
extensão, nossa identidade espiritual.
O que fazer para que uma comunidade saia da apatia que se encontra e que,
ao mesmo tempo, possa alcançar o novo converso o preservando de ser
contaminado pela frieza da comunidade que está para ser inserido? Muito pode ser
feito a esse respeito, mas os quatro passos a seguir, segundo Cress (2010, p. 82)
podem ser fundamentais:
Pregar e ensinar sobre o amor.
Enfatizar, pelo ensino e pelo exemplo, a cordialidade e a importância do calor
humano. Suárez (2013, p. 96) nos lembra que: “vir e ver não é suficiente; é
necessário viver”.
Fortalecer e aumentar o número de eventos sociais.
Assegurar a participação de todos nas atividades da congregação o mais
cedo possível.
Negligenciar esses passos é contribuir para uma comunidade que segue na
direção da estagnação e, posteriormente, do declínio (GONÇALVEZ, 2017).
É um argumento incontestável de Lopes (2012) quando ele escreve que “nem
todas as igrejas terão todos os ministérios”. Mas independente da natureza de
ministério desempenhado por qualquer comunidade, todas elas precisam ser
motivadas pelo amor.
O mesmo acontece com a questão do crescimento da igreja, embora possa
ocorrer em diferentes categorias sendo elas: interno, expansão, extensão ou por
pontes (ABDALA, 2008). Sem amor, crescerá apenas para se extinguir.
Um dos maiores desafios da vida cristã pode ser descrito como viver de
maneira equilibrada em todos os aspectos da vida. E em um contexto em que o
amor, quando não é banalizado, é pervertido, algumas comunidades cristãs podem
até ir outro extremo e ignorá-lo. Tal realidade é o fim de qualquer expectativa da
permanência de quem quer que seja, em uma comunidade cristã. A essência do
evangelho é o amor; a mais celebre definição bíblica acerca de quem Deus é se
baseia nesta verdade. Como está escrito: “Assim conhecemos o amor que Deus tem
por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no
amor permanece em Deus, e Deus nele” (1 Jo 4:16, NVI).
E todo aquele que a ele se associa ama os que Ele ama: “Nisto conhecerão
todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:35, ARA).
Logo, um cristão que não ama, deixa de ser, em essência, um cristão.
O amor de Deus aceito na vida do pecador, deve ser a motivação para que
ele siga em busca do seu semelhante. E só por este amor é que tais conversos
conseguiram seguir em convivência uns com os outros. Paulo sintetiza bem essa
realidade sobre o viver cristão na missão de buscar e de manter o que foi
encontrado, ao dizer que: “o amor de Cristo nos impulsiona” (2 Co 5:14, NVT), e que
se deve “com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos
uns aos outros em amor” (Ef 4:2, NAA).
É a manifestação deste amor que contribuirá para que o reino de Deus se
torne atraente, ao não convertido, e proporcione maturidade aos que o aceitarem
(GOHENN, 2014).
Battle Creek College (1874) - Localizado em Battle Creek, Michigan, este foi o
primeiro colégio adventista. A instituição foi fundamental na formação de líderes e
educadores adventistas em seus primórdios. Atuou como um modelo para outras
instituições educacionais adventistas em todo o mundo.
Healdsburg College (1882) - Esta instituição, mais tarde, se tornaria Pacific Union
College. Situada na Califórnia, tornou-se uma instituição líder na formação de
pastores, educadores e outros profissionais para a igreja na Costa Oeste dos EUA e
além.
Helena Sanitarium (1878) - Localizado em Deer Park, Califórnia, este sanatório não
só tratou os doentes com métodos naturais, mas também serviu como um centro de
treinamento para médicos e enfermeiros adventistas.
Daniel and the Revelation - Escrito por Uriah Smith na década de 1870, este livro
tornou-se uma referência para o entendimento adventista dos livros bíblicos de
Daniel e Apocalipse. Ao longo dos anos, ele ajudou a instruir muitos na interpretação
profética adventista.
Caminho a Cristo - Publicado em 1892 por Ellen G. White, este livro simples e
poderoso guia os leitores a uma relação mais próxima com Cristo através do estudo
da Bíblia e da oração.
Ouvindo a Voz de Deus - Uma série contemporânea de estudos bíblicos que tem
como objetivo levar as pessoas a um entendimento mais profundo da vontade de
Deus em sua vida.
Ao longo dos anos, a IASD tem adaptado seus programas de discipulado para
atender às necessidades em constante mudança de seus membros e às realidades
culturais e tecnológicas do mundo moderno. Hoje, o foco está em criar uma
experiência mais personalizada e integrada para os novos membros, garantindo que
eles não apenas entendam a teologia adventista, mas também se sintam parte da
comunidade da igreja.
A análise aqui empreendida nos levará por uma jornada de reflexão sobre
práticas existentes, identificação de padrões e indicação de áreas potenciais para
intervenção. Considerando a gama de aspectos – desde taxas de batismo até
feedback de membros, de capacitações pastorais a eventos evangelísticos –, nossa
intenção é oferecer uma imagem abrangente das dinâmicas de crescimento e
desafios da AMS.
A continuidade desta pesquisa será concretizada pelo levantamento de dados
na AMS, em que a análise teórica encontrará sua validação prática. Em outras
palavras, a fundamentação e as tendências identificadas aqui servirão como base
para aplicação, unindo, assim, teoria e prática, na busca por soluções efetivas. Esta
é a proposta de levantamento de dados para sequência do trabalho.
4.4 Conclusão
5 Referências
ARN, W. The Pastor’s Church Growth Handbook. Passadena: Intitute, 1979. v.2.
BRUCE, F. F. Paulo: Apóstolo do coração libertado. São Paulo: Edições Vida Nova,
2003.
CURY, A. Nunca desista de seus sonhos. São Paulo: Editora Sextante, 2003.
FEE, G. D. Primeira Epístola aos Coríntios. São Paulo: Edições Vida Nova, 1987.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas,
2008.
GOHEEN, M. W. A igreja Missional na Bíblia: luz para as nações. São Paulo: Vida
Nova, 2014.
____________. A igreja e sua missão: um estudo bíblico. São Paulo: Editora Vida
Nova, 2011.
LEWIS, C.S. Surpreendido pela Alegria. São Paulo: Vida Nova, 1955.
SMITH, J. K. A. Você é aquilo que ama: O poder espiritual do hábito. Grand Rapids:
Brazos Press, 2016.
SNYDER, H. A. Comunidade do reino: uma nova ordem social. São Paulo: Editora
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WAGNER, C. P. Your Church Can Grow: Seven Vital Signs of a Healthy Church.
Regal Books, 1976.
WILLARD, D. The Divine Conspiracy: Rediscovering Our Hidden Life in God. San
Francisco: HarperOne, 1998.
WRIGHT, C. The Mission of God: Unlocking the Bible's Grand Narrative. Downers
Grove: IVP Academic, 2006.
YANCEY, P. Desapontamento com Deus: Três perguntas que ninguém ousa fazer.
São Paulo: Editora Vida, 1997.
_________. Onde está Deus quando chega a dor? São Paulo: Vida, 1977.