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Coesão textual

Antes de falarmos da coesão textual, devemos entender o que é coerência. A coerência é o resultado de
articuladores no texto que transmitem a harmonia de pensamento. Ela é pautada na lógica, com produção
de sentido possível. A ruptura desta lógica ocorrerá por desvio do uso desses articuladores. Por exemplo:

Se estou em dificuldades financeiras e necessito de um veículo para me locomover ao trabalho, há lógica


em comprar um carro de luxo?

Certamente, não!

Então, se uma agência de carros me oferece um veículo novo, pela lógica financeira em que me encontro,
devo recusar, pois não terei como pagar.

No texto, a coerência é a utilização de articuladores que mantenham a lógica. A incoerência ocorre


quando o produtor do texto, por desconhecimento ou até mesmo intencionalmente, utiliza marcadores
linguísticos inconvenientes ao resultado esperado.

Por exemplo:

Faço faculdade, mas aprendo muito.

O enunciado “Faço faculdade” nos transmite a ideia de estudo, o que nos levaria à conclusão de que
naturalmente aprenderíamos muito neste ambiente do saber. Não caberia, então, na relação entre esses
dois enunciados, a conjunção “mas”, por transmitir valor de oposição, contraste. Tendo em vista manter
a coerência nos argumentos, o ideal neste contexto seria a conjunção “portanto”, “logo”, pois transmitiria
um resultado esperado.

A incoerência pode ter ocorrido porque o autor não prestou atenção no valor do conectivo “mas”. Assim,
teríamos um vício na linguagem.

Mas essa incoerência poderia ter sido proposital, pois a intenção do autor seria justamente a de criticar
o ensino nas faculdades. Diante desse novo contexto, percebemos que a frase passa, agora, a ter
coerência.

Resumindo, percebemos que a coerência se baseia na lógica, na harmonia dos elementos linguísticos
em seu contexto. A incoerência, portanto, será o rompimento dessa lógica.

Para que haja coerência no texto, necessitamos da utilização dos elementos de coesão.

A coesão é o elemento que faz as ligações entre as palavras do texto para gerar a harmonia entre os
argumentos.

Assim, no exemplo anterior, vimos que a conjunção “mas”, numa primeira leitura, traria incoerência. Essa
conjunção é o elemento coesivo, e sua utilização gera a coerência ou não nos argumentos, dependendo
sempre do contexto. Portanto, a coerência é o resultado da boa utilização dos elementos de coesão.

Normalmente, dizemos que a coesão está no plano gramatical (o uso das palavras) e a coerência está no
plano dos sentidos (a interpretação dos elementos coesivos no plano do texto, dos argumentos).

Para ficar mais fácil de entender o que é coesão textual, dê uma olhada no texto a seguir.
“Muitos brasileiros guardam dinheiro na poupança. Há investimentos de renda fixa que oferecem um
retorno um pouco melhor. Aplicações de renda variável são uma boa solução para se obter lucros mais
interessantes. É importante formar uma reserva de emergência antes.”

Compare-o com uma versão coesa:

“Embora muitos brasileiros guardem dinheiro na poupança, há investimentos de renda fixa que oferecem
um retorno um pouco melhor. Além disso, aplicações de renda variável são uma boa solução para se obter
lucros mais interessantes. Antes, porém, é importante formar uma reserva de emergência.”

Os elementos da coesão deixam claro qual é a relação lógica entre cada ideia, dando ao leitor uma
indicação do rumo que a frase vai tomar. Percebe como isso ajuda na compreensão?

Acontece que a falta desses elementos passa a impressão de que o conteúdo é difícil de entender. Afinal,
no decorrer da leitura de cada frase, o leitor fica tentando descobrir se aquele trecho está, por exemplo,
apresentando um motivo, um exemplo ou uma sugestão, ou adicionando argumentos ao que foi explicado
antes.

O problema é que isso geralmente leva a uma compreensão pobre do conteúdo, além de tornar a leitura
truncada e sem fluidez. Com o uso de conectivos, porém, você ajuda o leitor a saber o que deve esperar
da frase, mesmo estando só no início dela.

Vários são os mecanismos de coesão. Eles podem ligar palavras ou orações (coesão sequencial, também
chamados de operadores argumentativos), ser elemento de referência a algo expresso anteriormente
ou posteriormente (coesão referencial) ou pode repetir o vocábulo por motivo de ênfase ou estilo
(coesão recorrencial).

1 – Coesão recorrencial

Começando com a explicação do último deles, muitas vezes, nós nos deparamos na escrita com a
repetição de vocábulos. Essa repetição pode ser intencional ou não.

Um dos princípios fundamentais da coerência/coesão de um texto é a necessidade de se repetir, em seu


desenvolvimento linear, elementos anteriores. Mas, se por um lado as repetições são inevitáveis, por
outro devem ser feitas sob determinadas condições, a fim de não tornar o texto deselegante ou
monótono.

Em termos gerais, a repetição de palavras é considerada um problema na composição de um texto sob


algumas condições, expostas a seguir.

a) Quando há proximidade entre os vocábulos repetidos:

Oscar tinha um sítio. Um dia Oscar resolveu viajar.

b) Quando os vocábulos são rigorosamente os mesmos, sem qualquer expansão ou redução e mesmo
sem variação de gênero ou número:

O tráfico de animais silvestres constitui prática ilegal. Para coibir a prática ilegal, as autoridades
responsáveis montam barreiras nas estradas, para impedir as tentativas de exportar os animais silvestres.
c) Quando ocorre em número excessivo:

Sempre gostei das viagens de ônibus, mas atualmente considero as viagens de ônibus uma verdadeira
provação, pois o que vem caracterizando as viagens de ônibus é uma profusão de ruídos de toda espécie,
o que torna as viagens de ônibus um desafio aos nervos de um pacato passageiro.

O autor do texto tem a possibilidade de escolher vários recursos que evitam esta repetição, os quais serão
vistos adiante:

2 – Coesão referencial

A coesão referencial é uma das mais usadas. Esse tipo de coesão evita o uso de diversas repetições no
mesmo texto usando um termo para fazer referência a outro. Ou seja, é o tipo de coesão que reitera algo
que já foi dito antes, substituindo uma palavra por outra que possui com ela alguma relação semântica.
Na coesão referencial, os termos conectivos anunciam ou retomam as frases, sequências e palavras
presentes em um texto.

A referência ao termo anterior ou posterior pode se dar de várias formas.

A. Sinônimos

O presidente dos Estados Unidos reuniu-se com os assessores imediatos a fim de verificar a melhor
estratégia de enxugamento da dívida pública. O presidente dos Estados Unidos sabe que o período é
muito crítico.

Este parágrafo possui um inconveniente na linguagem. Repetiu vocábulos muito próximos. Isso
empobrece o texto. A fim de transmitir uma linguagem culta e adequada à formalidade, deve-se evitar a
repetição viciosa. Neste caso, é necessário inserir palavras de mesmo valor semântico, chamadas
sinônimas contextuais. Veja:

O presidente dos Estados Unidos reuniu-se com os assessores imediatos a fim de verificar a melhor
estratégia de enxugamento da dívida pública. O chefe da nação mais poderosa do planeta sabe que o
período é muito crítico.

Perceba que a palavra “chefe” é sinônima contextual de “presidente” e a expressão “nação mais poderosa
do planeta” é sinônima contextual de “Estados Unidos”. Assim, o texto fica mais elegante, seguindo os
padrões da norma culta.

B. Hipônimos e hiperônimos

A palavra que apresenta um significado mais abrangente é chamada de hiperônimo. O prefixo “hiper” dá
a noção de generalização. Já a palavra que especifica o sentido é chamada de hipônimo. O prefixo “hipo”
transmite o valor de especificação.

Assim, algumas vezes preferimos retomar uma palavra ou expressão anterior por outra de valor mais
específico ou mais generalizante.

Muitos cães apresentam problemas como avançar em estranhos, urinar no lugar errado, latir sem parar.
Se o dono cede a qualquer apelo hostil do animal, o caminho é sem volta: o bicho reagirá de maneira cada
vez mais violenta para ter seu desejo atendido.
Na primeira linha aparece a palavra cães, de sentido mais restrito. Depois vem animal e bicho, de sentido
amplo. Pode também ocorrer o contrário: primeiro aparece a palavra de sentido mais amplo, na qual está
contida aquela que vem logo depois.

C. Pronomes

Os pronomes são elementos de coesão por princípio, pois retomam ou projetam elementos no texto.

Veja:

Ana Clara realizou uma prova ontem. Ela não havia levado seu material de estudo, então pediu a um
amigo que morava perto de sua casa que o trouxesse à faculdade, pois todo o resumo se encontrava nele.

Décio Terror
Perceba que oFilho
pronome pessoal “Ela” retomou “Ana Clara”. O pronome possessivo “seu retoma “Ela”
(=material dela). O pronome relativo “que” se refere ao vocábulo “amigo” (amigo morava...). O pronome
Aula 05 novamente retoma “Ela” (casa dela). Os pronomes “o” e “nele” fazem referência à expressão
“sua”
“material de estudo”.
vocábulo “amigo” (amigo morava...). O pronome “sua” novamente retoma “Ela” (casa dela). Os pronomes
“o” e “nele”
Com fazem referência
isso, podemos perceberà expressão “material
o papel crucial de estudo”.
dos pronomes na retomada de palavras. Essa referência ao
que foi dito anteriormente é chamada de recurso anafórico ─ recurso muito utilizado.
Com isso, podemos perceber o papel crucial dos pronomes na retomada de palavras. Essa referência
ao que foi dito anteriormente é chamada de recurso anafórico ─ recurso muito utilizado.
Mas ele também pode projetar o sentido, isto é, fazer uma abertura para depois inserir o elemento.
Chamamos isso de recurso catafórico.
Mas ele também pode projetar o sentido, isto é, fazer uma abertura para depois inserir o elemento.
Veja:
Veja:
Ana já soube de sua nota: cinco.
Ana já soube tudo: você vai embora da cidade.
A nota de Ana foi esta: cinco.
A nota de Ana foi esta: cinco.
Preciso de algo: descanso.
Preciso de algo: descanso.
Chamamos isso de recurso catafórico. Não temos que decorar os nomes, mas saber identificar a
Não otemos
quem nomeque decorarquem
se refere, os nomes, mas saber
ele retoma identificar
e quem a quem
ele projeta. Paraotal,
nome se lermos
basta refere, com
quemcalma
ele retoma
o textoee
quem ele projeta.
confirmarmos Paranele.
os dados tal, basta lermos com calma o texto e confirmarmos os dados nele.

Verifique
Verifique essa
essa coesão
coesão referencial
referencial emnoum
texto abaixo:
texto da prova de Analista de Finanças e Controle (STN) 2008:

O Brasil vive hoje seu primeiro momento plenamente democrático.


CPF 07089997600

Todas as experiências anteriores ou foram autoritárias ou tinham


algumas características da democracia, mas não a realizavam por
completo. Boa parte desse resultado político se deve à Constituição
de 1988, num sentido mais amplo que as regras por ela
determinadas. Além do arcabouço institucional original, o espírito
quer norteou a confecção do texto democratizantes na vida política
brasileira. Ainda há, no plano da cidadania, distância entre Brasil
legal e o Brasil real. As formas de participação extraeleitoral ainda
são subaproveitadas. Grande parte da população não as usa.

D. Pronomes demonstrativos
D. Pronomes demonstrativos

Os pronomes demonstrativos devem ser estudados com especial atenção, pois são divididos em anafórico
e catafórico, os quais trabalham a coesão referencial, por retomar palavra ou expressão dita
anteriormente e referenciar-se a termo posterior, respectivamente.
Décio Terror Filho
Décio Terror Filho
Os pronomes demonstrativos são este, esta, isto; esse, essa, isso; aquele, aquela, aquilo; tal;
semelhante;
Aula 05 próprio; mesmo; o; a. Os pronomes isto, isso, aquilo são invariáveis.
Aula 05
a) Em uma citação oralcitação
Em uma ou escrita,
oral usa-se
ouuma “este,
escrita, esta,“este,
usa-se isto” para
esta,oisto”
que para
aindaovai ser ditovai
ouser
escrito (recurso
Em citação oral ou escrita, usa-se “este,que ainda
esta, isto” para dito
o queouainda
escrito
vai ser dit
catafórico), e “esse,
(recurso essa, isso”
catafórico), (recurso
e “esse, essa,anafórico) paraanafórico)
isso”e(recurso o que já foi ditoo ou
para queescrito.
já foi dito ouoescrito.
(recurso catafórico), “esse, essa, isso” (recurso anafórico) para que já foi dito ou escr

A verdade é esta: oABrasil seráécampeão.


verdade esta: o Brasil será campeão.

O Brasil será campeão. A verdade


O Brasil é essa. A verdade é essa.
será campeão.
C C

Para estabelecer-se
Para estabelecer-se a distinção
a distinção
Para entre entre dois elementos
dois elementos
estabelecer-se anteriormente
anteriormente
a distinção entre citados,
citados,
dois elementos usa-se
usa-se “este,“este,
anteriormenteesta, esta, isto”
isto” usa-se
citados, em “este
em relação ao que
relação ao que foiemfoi mencionado
mencionado por último
por último
relação ao que e “aquele,
e “aquele,
foi mencionado aquela,
aquela,
por aquilo”,
últimoaquilo”, em relação
em aquela,
e “aquele, ao que
relação aquilo”,
ao que foifoi nomeado
emnomeado
relação ao que fo
em primeiro lugar.
em primeiro lugar. em primeiro lugar.

(A, B. Este,(A, aquele)


B. Este, aquele)
C C

Sabemos
Sabemos que a que a relação
relação entre oentre
Sabemos o Brasil
Brasil
que e os Estados
eaosrelação
Estados Unidos
entre Unidos éosdeEstados
é de edomínio
o Brasil domínio
destesdestes
é sobre
sobre
Unidos aquele.
aquele.
de domínio destes sobre aque
CPF 07089997600

CPF 07089997600

Os filmes
Os filmes brasileiros
brasileiros não Osnão
são são
tão
filmes tão respeitados
respeitados
brasileiros quanto
quanto
não sãoas as novelas,
novelas,
tão mas eu
respeitados mas eu as
prefiro
prefiro
quanto aqueles
aqueles amas
novelas, aeuestas.
estas. prefiro aqueles a

b) O, b.
a, O,
os,a,asos,são
as são b.pronomes
pronomes os, demonstrativos,
O, a, demonstrativos, quando
quando
as são pronomes equivalem
equivalem a isto,
a quando
demonstrativos, isto, isso,
isso, aquiloou
aquilo
equivalem aou aquele(s),
aquele(s),
isto, isso, aquilo ou
aquela(s).
aquela(s). aquela(s).

Não concordo com oNão


que concordo
ele falou. com o que
(aquilo
Não que ele
elefalou.
concordo (aquilo
falou)
com o queque
eleele falou)
falou. (aquilo que ele falou)
Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu)
Tudo otexto
A que apresentar o melhor que aconteceuTudofoioum
será aprovada. equívoco.
(aquela
que que(aquilo
aconteceu foi umque
apresentar) aconteceu)
equívoco. (aquilo que aconteceu)

A que apresentar
c) Mesmo, mesmos, oAmelhor
mesma, mesmas; texto será
próprio,
que apresentar oaprovada.
próprios, (aquela
melhorprópria,
texto que apresentar)
próprias
será são (aquela
aprovada. demonstrativos quando
que apresentar)
têm o sentido de "idêntico", "em pessoa":
c. Tal, tais podemc. ter
Tal,sentido próximo
tais podem ter ao dos pronomes
sentido próximo ao demonstrativos
dos pronomesoudemonstrativos
de semelhante, ou de se
semelhantes:
Não é possível continuar insistindo nos mesmos erros.
semelhantes:

Os dois estão casados há 50 anos. Tal amor


há não se encontra facilmente.
Ela própria deve fiscalizar a mercadoria
Os dois que lhe
estão é entregue.
casados 50 anos. Tal amor não se encontra facilmente.

Embora tenha sidoEmbora


o mentor do plano,
tenha sido oele nuncado
mentor admitiu
plano, tal
elefato.
nunca admitiu tal fato.
Uso do pronome “O MESMO”
d. Da mesma forma,
d. semelhante, semelhantes
Da mesma forma, são demonstrativos
semelhante, quando
semelhantes são equivalem quando
demonstrativos a tal, tais:
equivalem a

O Brasil ficou em choque


O Brasilcom a tragédia
ficou na com
em choque Região Serrana na
a tragédia do Região
Rio de janeiro.
SerranaNão se veriam
do Rio de janeiro. Não
semelhantes catástrofes se os projetos
semelhantes catástrofesurbanísticos municipais
se os projetos fossemmunicipais
urbanísticos eficazes ou, pelo menos,
fossem eficazes ou, p
existissem. existissem.
O emprego desse pronome costuma confundir muita gente e é por isso que precisamos ficar atentos ao
seu uso. Você já deve ter ouvido a frase:

“Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado neste andar”.

Neste caso o pronome “mesmo” foi empregado erroneamente, vamos entender o porquê?

“O mesmo” não serve para substituir uma palavra dita anteriormente.

A frase antes mencionada deve ser grafada assim:

“Antes de entrar no elevador, verifique se ele se encontra parado neste andar.”

São INADEQUADAS as construções:

• O professor cancelou a aula. O mesmo precisou fazer uma reunião de emergência.

• O prefeito declarou que as aulas não irão voltar. O mesmo disse, ainda, que recolherá o alvará de
faculdades e escolas.

Esse erro ocorre porque, para evitar a repetição, muita gente utiliza "o mesmo", "a mesma", no lugar dos
pronomes "ele" e "ela".

Na frase: "Conversamos com o juiz e o mesmo afirmou que...", tem-se a impressão de que não existe erro,
uma vez que, para muitos, esse é um exemplo que segue rigorosamente a norma culta.

No entanto, frases como essa estão em desacordo com a norma padrão da língua portuguesa. O melhor
é substituir a palavra "mesmo" pelo pronome pessoal “ele”: "Conversamos com o juiz e ele afirmou que..."

Como utilizar o pronome “mesmo” da forma correta?

• “Mesmo” utilizado como partícula de reforço, e significa “próprio”.

Exemplo: “Ela mesma me entregou a roupa.”

• Quando denota ideias como “justamente, de fato, até, ainda”.

Exemplo: “É aqui mesmo que quero ficar.”

• Também é adequado quando falamos da exata mesma coisa já referida.

Exemplo: “Mesmo o que lhe informei tratei de ressaltar naquele momento”;

• Significando “ainda que”.

Exemplo: “Mesmo que ela fale que não precisa de ajuda, eu vou ajudar.”

E. Coesão referencial com o pronome relativo “que”

Este pronome inicia uma oração subordinada adjetiva e serve para retomar um substantivo anterior.

Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes.


Este pronome inicia uma oração subordinada adjetiva e serve para retomar um substantivo anterior.

Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes.


Perceba queConversei
o pronome relativo “que”da retoma o substantivo “instituição”. Assim, quando lemos “que”,
Perceba que ocom o fundador
pronome relativo instituição.
“que” retomaA oinstituição cuida
substantivo de crianças
“instituição”. carentes.
Assim, quando lemos
entendemos “instituição” e então teríamos: “a instituição cuida de crianças carentes”. Veja:
“que”, entendemos “instituição” e então teríamos: “a instituição cuida de crianças carentes”. Veja:

Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes.


É fácil achar o pronome relativo: basta substituí-lo pelos também pronomes relativos “o qual, a qual,
os quais, as quais”.

Conversei
Este pronome com oinicia
também fundador
umada instituição.
oração A instituição
subordinada cuida de crianças carentes.
adjetiva.
Outro exemplo:
CPF 07089997600

É fácil achar o pronome relativo: basta substituí-lo pelos também pronomes relativos “o qual, a qual,
Algumas leis que estão em vigor no país deverão ser veristas.
os quais, as quais”.
Algumas leis as quais estão em vigor no país deverão ser veristas.
Este pronome também inicia uma oração subordinada adjetiva.
CPF 07089997600

Você pode
Note substituir o pronome
que “Algumas leis” é “que” pelos locução
o sujeito tambémverbal
pronomes relativos revistas”
“o qual, a qual, os quais, as
Algumas leis que da
estão em vigor “deverão
no país deverãoser
ser veristas. e o pronome relativo
quais”.
“que” (ou “as quais”) é o sujeito do verbo “estão”. Quando se lê “que” ou “os quais”, devemos entender o
Algumas
substantivo “leis”: leis estão emleis as quais
vigor estão em vigor no país deverão ser veristas.
no país.
F. Com advérbios ou locuções adverbiais

Os advérbios e locuções adverbiais também podem posicionar o lugar ou tempo de um termo no discurso,
como recurso anafórico
Note que ou catafórico:
“Algumas leis” é o sujeito da locução verbal “deverão ser revistas” e o pronome relativo
“que” (ou “as quais”) é o sujeito do verbo “estão”. Quando se lê “que” ou “os quais”, devemos entender o
Fuisubstantivo
a Brasília.“leis”:
Lá é umleislugar
estãode
emoportunidades!
vigor no país.

Venha ao Rio de Janeiro e se encante com as praias daqui!!!

Em 1822, o Brasil começava sua caminhada à liberdade política. Desde então, a estratégia pela
permanência da soberania é constante, seja política, seja econômica.

F.G. Com
Coesão referencial
advérbios oucom numeral
locuções adverbiais

Basicamente a coesão referencial com numeral ocorre com os ordinais “primeiro”, “segundo” e
“terceiro”, por ser natural querermos retomar e dar sequência a elementos enumerados de uma forma
mais organizada
Coesãoeelógica. Assim, podemos fazê-lo da seguinte forma:
Coerência 25
F. Com advérbios ou locuções adverbiais
www.estrategiamilitares.com.br
Na teoria dos Múltiplos Fluxos, de acordo com Kingdon, para que uma demanda se torne parte da agenda 43
do governo, deve haver a convergência de três fluxos: o primeiro é o fluxo dos problemas, que consiste em
um conjunto Coesão
de situações que os cidadãos CPF
e Coerência desejam ver incluídas na agenda. O segundo é o fluxo
07089997600 25 da
política, que expressa o consenso construído pela negociação. O terceiro é o fluxo das políticas públicas,
que consiste em ideias que competem para ganhar aceitação.
www.estrategiamilitares.com.br 43

H. Coesão referencial com artigo CPF 07089997600

O artigo definido é determinante de um substantivo já conhecido e normalmente já mencionado no texto.


Assim, é natural (não é regra) que insiramos um substantivo na primeira vez sem artigo ou com artigo
indefinido. Em seguida, ao querermos retomar aquela informação, inserimos o artigo definido.

Veja:
Uma empresa de produtos agrícolas iniciou seus trabalhos com equipamento de última geração no Sul do
Brasil. A empresa já lucrou, somente nos dois primeiros anos, mais do que as da região Sudeste juntas.

Na primeira vez que o substantivo “empresa” surgiu no texto, ocorreu com o artigo indefinido “uma”. Na
sequência, ele foi retomado juntamente com o artigo definido “a”. Logo em seguida, percebemos que
houve a omissão desse substantivo por meio da inserção do artigo “as”.

Assim, evidenciamos duas formas de coesão do artigo: especificando o substantivo anteriormente


expresso ou o ocultando para evitar repetição desnecessária.

I. Elemento de coesão por omissão (elipse)

Muitas vezes, para evitar a repetição viciosa, basta omitir o vocábulo que está se repetindo, desde que
ele fique facilmente subentendido. Isso é chamado de elipse. Veja:

Gustavo foi à casa de sua mãe. Ficou por lá uns oito dias.

Antes do verbo “ficou” subentende-se “Gustavo”, então por omissão realizamos a coesão.

3 – Elementos sequenciadores ou operadores argumentativos

A progressão textual: os elementos sequenciadores ou operadores argumentativos são basicamente as


conjunções coordenativas e subordinativas adverbiais, as quais já foram vistas nas aulas de sintaxe do
período composto por coordenação e subordinação.

Mas, não são apenas as conjunções que são cobradas como operadores argumentativos, outras palavras
também fazem a ligação entre orações, frases, parágrafos, com determinado valor semântico. Veja os
principais operadores:

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de tudo, antes de mais nada, primeiramente.

Tempo: antes, finalmente, enfim, por fim, atualmente, logo após, ao mesmo tempo, enquanto isso,
frequentemente, eventualmente.

Semelhança/comparação: igualmente, da mesma forma, analogamente, por analogia, de acordo com,


sob o mesmo ponto de vista, assim também.

Adição, continuação: além disso, outrossim, por outro lado, ainda mais, ademais.

Dúvida, hipótese: provavelmente, é provável que, possivelmente, não é certo que, se é que.

Certeza/ênfase: decerto, com certeza, sem dúvida, inegavelmente, certamente.

Ilustração/esclarecimento: por exemplo, em outras palavras, a saber, quer dizer, isto é, ou seja.

Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, com a finalidade de, a fim de, para que, intencionalmente.

Resumo, recapitulação: em suma, em síntese, em conclusão, em resumo, enfim, portanto.

Lugar: perto de, longe de, mais adiante, junto a, além de, próximo a.
Causa e consequência: por isso, por consequência, assim, em virtude de, em razão de, como resultado,
de fato, com efeito, por conseguinte.

Contraste, oposição: pelo contrário, em contraste com, exceto por, por outro lado.

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