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DA LÍNGUA
PORTUGUESA
Asafe Cortina
Mecanismos de coesão
e coerência textual
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai aprender sobre mecanismos de coesão e de
coerência textual. Primeiro, você irá ler sobre dois conceitos importantes
que dizem respeito às referências textuais e que garantem a coesão de
um texto: a anáfora e a catáfora. Em seguida, você irá estudar sobre con-
tinuidade temática e progressão semântica e como esses dois elementos
são fundamentais para a coerência de um texto.
Finalmente, você vai observar alguns elementos, mecanismos e princí-
pios de coesão e de coerência textual que colaboram para que um texto
tenha um desenvolvimento lógico e um sentido pertinente.
Anáfora e catáfora
Um dos fatores mais importantes em uma composição textual diz respeito à
coesão. A coesão é um conjunto de elementos e características que harmoni-
zam, conectam e ligam as partes de um texto para que ele possa ter sentido e
para que o leitor possa perceber um senso de continuidade entre as palavras,
as frases, os parágrafos, etc., de forma que o texto seja melhor compreendido.
2 Mecanismos de coesão e coerência textual
Anáfora
Anáfora é o nome que se dá quando um elemento de coesão retoma um elemento
que já foi citado em um texto. Ou seja, podemos entender como anáfora quando
o elemento B faz referência (ou retoma) o elemento A que já fora citado no
texto, de forma que sem o elemento A, não podemos entender o significado
ou a referência de B.
É preciso atentar para não confundir a anáfora de coesão textual com a anáfora de
uma figura de linguagem.
A anáfora, de coesão textual, diz respeito às referências que acontecem dentro de
um texto em que um elemento retoma algo já mencionado.
Já a anáfora, como uma figura de linguagem, é um recurso de repetição da mesma
palavra ou expressão com o objetivo de enfatizar uma mensagem.
Mecanismos de coesão e coerência textual 3
Catáfora
Catáfora refere-se à retomada referencial inversa à anáfora. Ou seja, elementos
catafóricos são aqueles que irão se referenciar a uma informação subsequente
no termo, a algo que ainda será mencionado. Dessa maneira, só é possível
compreender o referencial do termo catafórico quando chegamos no elemento
ao qual ele se refere no texto.
Observe os exemplos:
A palavra “estes” se refere a duas outras que serão logo citadas: a sala e
a cozinha.
O sintagma “várias coisas” faz referência a tudo que vem após os dois
pontos: maquiagem, uma bolsa, um sapato e um perfume.
Em suma, entende-se que catáfora é quando um elemento menciona algo
que ainda será citado no texto.
Tema 1 Rema 1
Tema 2 Rema 2
Tema 3 Rema 3
Tema 1 Rema 1
Tema 1 Rema 2
Tema 1 Rema 3
Tema 2 Rema 2
Tema 1 Rema 1
Tema 3 Rema 3
Tema 4 Rema 4
Tema 1
Tema 4 Rema 4
Esquema 1 Esquema 4
Esquema 2 Tema 1 Rema 1 Esquema 5
Esquema 3 Esquema 6
TEXTO 1:
É indubitável que as tecnologias são partes fundamentais do cotidiano
atual: são partes da nossa casa, são utilizadas no nosso trabalho, colaboram
para a nossa comunicação, facilitam algumas tarefas, etc.
Podemos afirmar que a tecnologia não é restrita apenas a uma fun-
ção ou a um determinado público. Ela é constantemente utilizada para
diferentes propósitos e por distintos tipos de pessoas.
Ao sabermos o quanto a tecnologia é presente nos nossos dias, po-
demos concluir que ela se torna componente essencial para a educação:
além de facilitar algumas atividades rotineiras dos professores e colaborar
para sua organização, ela também é esperada pelos alunos, que utilizam
ferramentas, como aplicativos e software com bastante frequência.
Logo, adotar diferentes tecnologias digitais em sala de aula pode
contribuir muito para o desenvolvimento de conteúdos e para a organi-
zação da sala de aula. Quando utilizadas corretamente podem facilitar
o trabalho do professor e fornecer diferentes recursos para melhorar o
desempenho dos alunos.
Contudo, embora utilizar ferramentas tecnológicas em sala de aula
seja um fator indiscutivelmente benéfico, sabemos que existem certas
limitações como, por exemplo, o alto custo para o fornecimento de
tecnologias que não sejam retrógradas.
Como sabemos, a realidade política do nosso país não destina recursos
financeiros suficientes para a educação, de forma que escolas públicas
mal tenham condições de fornecer suprimentos básicos aos alunos e/ou
professores, como cadernos, lápis, giz, etc. Portanto, como seria possível
para essas escolas adotar a tecnologia?
(...)
TEXTO 2:
É indubitável que as tecnologias são partes fundamentais do cotidiano
atual: são partes da nossa casa, são utilizadas no nosso trabalho, colaboram
para a nossa comunicação, facilitam algumas tarefas e etc.
Ao sabermos o quanto a tecnologia é presente nos nossos dias, po-
demos concluir que ela se torna componente essencial para a educação:
além de facilitar algumas atividades rotineiras dos professores e colaborar
Mecanismos de coesão e coerência textual 11
para sua organização, ela também é esperada pelos alunos, que utilizam
ferramentas, aplicativos e software com bastante frequência.
Existem aplicativos gratuitos na internet que podem ser utilizados para
a edição e publicação de fotos. Eles permitem que um usuário tire uma
foto e edite com diferentes recursos e filtros. Um exemplo é o Instagram,
que além de ser uma rede social, apresenta para o usuário diferentes
possibilidades de edição de foto.
O primeiro aplicativo de edição de foto que deu origem a todos
os outros se chama Photoshop da empresa Adobe e que foi lançado (a
primeira versão) em 1988.
Além do Photoshop, a Adobe tem outros programas de imagem e
vídeo, como Illustrator, InDesign, Acrobat Reader, etc.
(...)
Embora possa parecer que exista uma conexão entre os dois parágrafos (uma
vez que ambos falam de professores), não existe uma relação lógica entre os
dois assuntos, tornando, assim, uma das informações irrelevantes para o texto.
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Referência
SUÁREZ, M.; LUZ, E.; QUINTERO, O. Esquemas de progresión temática en textos es-
pecializados. In: ISQUIERDO, A. N.; SEABRA, M. C. C. (Ed.). Ciências do Léxico. Campo
Grande: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2012. v. 4, p. 397-414..
Leituras recomendadas
KOCH, I. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto,
2012.
KOCH, I. V. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2011.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.