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O Texto Dissertativo-Argumentativo

Seu objetivo é expor, argumentar ou desenvolver


um tema proposto, analisando-o sob um
determinado ponto de vista e fundamentando-o
com argumentos convincentes, em defesa de
nossas posições.
Dissertar é...
 Tratar com desenvolvimento um assunto. É discorrer
sobre um ponto de vista, opinando ou persuadindo
sempre apoiado em dados; fatos (exemplos) e
fundamentações que comprovem sua tese.
 Discutir ideias, analisá-las e apresentar provas que
justifiquem e convençam o leitor da validade do ponto
de vista de quem as defende.

 Analisar de maneira crítica situações diversas,


questionando a realidade e apresentando nosso
posicionamento diante dela.
Sua estrutura

Um texto dissertativo precisa de uma estrutura bem


organizada. Nesse sentido, seus maiores problemas são:

Expor as ideias de forma desordenada;

Organizar o texto de forma incoerente (coerência);

Ordenar as ideias sem elementos de coesão;

Argumentar de forma vaga (eu acho, eu acredito).


Organização do texto dissertativo

1. Introdução: apresentação da ideia principal ou tese.

2. Desenvolvimento: apresentação de argumentos que


sustentem a ideia principal.

3. Conclusão: apresentação de um resumo da ideia


central ou desenvolvimento de uma sugestão para
resolução do problema.
Apresentação

Normalmente apresenta a ideia central a ser


discutida, de modo que o leitor compreenda a
temática do texto. Corresponde, geralmente, a
um parágrafo.
A introdução deve

 Apresentar um contexto inicial;

 Inserir a ideia central;

 Apontar o que o texto vai tratar no


desenvolvimento.
Desenvolvimento

É a parte encarregada pelo desdobramento da ideia


central. Corresponde à exposição dos argumentos que
comprovam o ponto de vista contido na introdução.
Pode existir mais de um parágrafo, dependendo da
quantidade de linhas disponíveis.
O desenvolvimento deve

 Discorrer sobre o assunto abordado pela tese;

 Utilizar fatos, exemplos e argumentos que permitam o


desenvolvimento do texto;

 Levar a uma conclusão.


Conclusão

É o acabamento da redação, a parte que amarra o texto


com a síntese das informações. Ela não deve ser
iniciada abruptamente, como não deve ser finalizada de
forma súbita. Quando solicitado pode apontar uma
solução parar as questões pontuadas.
A conclusão pode funcionar de três maneiras

 Retomada da ideia central, para confirmá-la;

 Resumo das ideias (argumentos) apresentados e


discutidos;

 Sugestão de soluções para resolução da


problemática abordada.
Observações importantes

 A linguagem busca pela impessoalidade, por isso os


verbos e os pronomes são empregados tanto na 3ª
pessoa do singular como na 2ª pessoa do plural;

 Os verbos são empregados no presente do


indicativo;

 A variedade linguística utilizada é a padrão.


TIPOS DE ARGUMENTOS
1. Argumento de raciocínio lógico
Nesse tipo de estratégia argumentativa, a
construção do raciocínio segue o esquema de
causa e efeito. O que significa dizer que são
apresentados os motivos para um determinado
problema e as consequências deles. Em
redações, por exemplo, após a apresentação
das ideias, costuma-se usar os conectivos
“logo”, “porque”, “consequentemente”, “em
razão disso”, “por isso”, entre outros.
Na lógica filosófica, seria como
expor uma ou duas premissas e inferir
uma conclusão a partir delas. Por
exemplo: Todo mamífero é vertebrado, o
elefante é um mamífero, logo, o elefante
é vertebrado. No trabalho, seria possível
defender: Todas as pessoas com alto
desempenho devem ser bem
remuneradas, Giulia possui um alto
desempenho em suas tarefas, logo,
Giulia precisa ser bem remunerada.
2. Argumento de evidência
Método muito usado no meio
jornalístico e acadêmico-científico, esse
se apoia fundamentalmente na análise de
dados, como estatísticas, e provas
concretas. Inclusive, é preciso estar muito
atento(a) e tomar cuidado com textos e
discursos que usam um tipo de falácia
comum, conhecida como “inverter o ônus
da prova”, em que se assegura algo que não
é possível provar.  
Por isso, para que o argumento de
evidência seja válido, as referências e
fatos precisam não só estar bem
expostos como também acessíveis
para quem os recebe, por meio de
links ou menção às obras citadas. Em
redações, por exemplo, utilizam-se
conectivos como: “segundo”, “de
acordo com”, “conforme explica”, “a
partir da análise”, entre outros. 
3. Argumento de referência histórica
Diferentemente do que se possa
pensar, essa estratégia não é usada
somente por historiadores(as). Para
utilizar uma argumentação com base
em referência histórica, é possível se
basear, sim, em
acontecimentos passados e
presentes que marcaram o mundo,
mas também naqueles do calendário
pessoal.  
 
Em contextos jurídicos, por exemplo,
analisar os últimos eventos vividos pelas
pessoas implicadas em um processo que
envolve um crime pode ser essencial para
inocentar ou culpabilizar alguém. Nessa
lógica, serão considerados fatos, locais,
datas, horários e outras informações.
Alguns termos discursivos usados para
essa técnica são: “hoje”, “atualmente”,
“antes”, “depois”, “pouco depois”,
“frequentemente”, “desde”, entre
outros. 
4. Argumento de autoridade
Como o próprio nome sugere, esse
argumento se respalda em uma autoridade, isto
é, uma figura de prestígio que domina o tema
que está sendo discutido. O objetivo é dar maior
credibilidade para os argumentos apresentados,
mas, para que eles sejam válidos, é preciso que a
personalidade e a citação escolhidas tenham
relação com o contexto. Ainda, é necessário
considerar que isso pode trazer contra-
argumentos falaciosos, como o Ad Hominem, em
que ao invés de contestar as afirmações, ataca-se a
pessoa. 
Por exemplo, ao defender uma estratégia
política usando como argumento de autoridade
uma figura que gera dissenso público, é possível
que alguém profira xingamentos contra a pessoa
em vez de debater as ideias. Para uma boa
aplicação do argumento de autoridade, então,
referir-se a teóricos(as) que possuem a
integridade incontestada e são respeitados(as)
mundialmente, por diferentes tipos de pessoas,
é um bom caminho. Os conectivos usados podem
ser os mesmos do argumento de evidência, ou
seja, “segundo tal pessoa”, “conforme diz tal
pessoa”, entre outros.  
5. Argumento de associação
Mais uma estratégia que deve ser usada com
atenção para evitar falácias como a post hoc
ergo propter hoc, que significa “depois disso,
portanto por causa disso”, e a falsa
analogia. Assim como a argumentação por
associação, esses recursos falaciosos fazem
relações, mas sem qualquer compromisso com a
verdade ou a complexidade das questões
discutidas. Dessa forma, é comum que formem
frases como “os índios eram ingênuos e
preguiçosos, por isso foram colonizados” ou “se
um estudante de periferia conseguiu passar em
medicina, todos conseguem”.  
Para usar essa estratégia argumentativa com
responsabilidade e evitar a possibilidade de
refutação, a relação entre as duas ideias
precisa estar bem estruturada e fazer sentido.
Por exemplo, é possível abordar a educação de
crianças e jovens fazendo associações com os
livros de Harry Potter, explicando como funciona o
aprendizado na escola de bruxos(as). Em redações
que fazem uso dessa técnica, pode-se usar os
conectivos “do mesmo modo”, “igualmente”,
“assim como”, “semelhante ao que acontece”,
entre outros.  
6. Argumento de consenso
Esse tipo de argumento não é o mais
adequado para textos acadêmicos ou teses
científicas, pois, nesses casos, as premissas
colocadas requerem dados precisos e
métodos rigorosos de confirmação.
Contudo, em palestras, seminários ou
apresentações de projetos, o argumento
de consenso pode auxiliar na
simplificação de uma ideia e na
aproximação dela com o(a)
interlocutor(a).  
Nele, a afirmação pode ser de
conhecimento universal ou aceita por
todas as pessoas. Isso acontece, por
exemplo, quando se diz “todos são iguais”,
“toda criança tem direito a um lar” ou
“uma boa educação faz diferença na vida
das pessoas”. Para costurar essas premissas
de forma organizada, em uma redação, é
possível usar as expressões: “como já é
sabido”, “de acordo comum”, “por
unanimidade”.
7. Argumento de enumeração
O último argumento selecionado é
perfeito para aquelas pessoas que adoram
fazer lista, pois a principal estratégia dele
é separar e organizar diversos fatos e
informações que serão conectadas aos
argumentos apresentados. Desse modo,
fica mais difícil rebater o que está sendo
defendido, uma vez que são oferecidas
diferentes perspectivas e dados sobre a
questão.  
Para estruturar esse método em uma
redação, os conectivos entre parágrafos
mais comuns são: “antes de mais nada”,
“primeiramente”, “além disso”,
“ademais”, “outro modo de ver”,
“ainda”, entre outros.
Agora, para aplicá-lo em uma
apresentação ou seminário, uma
possibilidade é elencar os argumentos
em tópicos, priorizando relevância e
nível de complexidade, do mais simples
para o mais complexo.   
Citações
 Discurso Direto

“Poucas usinas nucleares no mundo foram projetadas


para suportar um ataque como o realizado às torres do
World Trade Center”, afirma o físico nuclear Luís P. Rosa.

O pai de Melissa retoma a acusação: “Não tenho


dúvida de que o motorista foi responsável pelo acidente”.
 Discurso Indireto

O construtor reconheceu, aliás, que os instrumentos


comprados não estavam de acordo com as normas
internacionais.
Verbo de dizer
Há três dias Paulo disse que você iria amanhã.

Ao identificar o conceito de atividade, Leontiev,


Especialista em Psicopedagogia, afirma que pelo termo
mencionado é possível designar apenas aqueles
processos relativos às relações do homem com o mundo,
e que satisfazem uma necessidade humana específica.
 Modalização em discurso segundo

Para a antropóloga americana Margaret Mead, a


monogamia é o mais difícil dos arranjos maritais.
Uma dieta rica em vegetais, segundo dizem, reduz a
chance de se ter vários tipos de câncer.
O que falta aos governos latino-americanos é
profissionalismo e inteligência política, conforme Caetano
Veloso.
A adolescência, de acordo com fontes bem
informadas, começa cada vez mais cedo e termina cada
vez mais tarde.
marcas linguísticas

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