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FILOSOFIA DA RELIGIÃO
FILOSO
FIA DA
RELIGI
FILOSOFIA DA RELIGIÃO
História Teologia
FILOSOFIA DA RELIGIÃO
Com base nesses conceitos temos o problema: será racional ter fé em Deus?
PROBLE
MA
PROBLEMA CENTRAL: Será racional ter fé em Deus?
ARGUM
ENTO
ARGUMENTO COSMOLÓGICO (TOMÁS DE AQUINO)
• Ideia básica: Todas as coisas no mundo têm uma causa.
1. Há uma cadeia causal que regride infinitamente ou há apenas uma
primeira causa que é a origem da cadeia causal.
2. Mas não há uma cadeia causal que regride infinitamente.
3. Logo, há apenas uma primeira causa que é a origem da cadeia
causal.
• Objeções:
– Falso dilema na premissa 1.
– Pode haver cadeias causais infinitas.
ARGUMENTO COSMOLÓGICO
• Versão contemporânea:
1. Se algo começa a existir, então há uma causa para a sua existência.
2. Há um começo para o universo.
3. Assim, há uma causa para a existência do universo.
4. A causa do universo é espácio-temporal ou transcende o espaço e tempo.
5. A causa do universo não é espácio-temporal.
6. Logo, a causa do universo transcende o espaço e tempo.
• Desafio:
Essa causa identifica-se com o Deus teísta?
TEOLOGIA
NATURAL
ARGUM
ENTO
ARGUMENTO TELEOLÓGICO (TOMÁS DE AQUINO)
• Ideia básica: Precisamos de apelar a uma inteligência superior, Deus,
que explique por que razão os processos natural realizam bem o seu
propósito ou finalidade.
1. Se não há um ser inteligente que dirige o mundo natural, então as coisas
que carecem de cognição não agem sistematicamente para fins de produzir
o melhor.
2. Mas as coisas que carecem de cognição agem sistematicamente para fins de
produzir o melhor.
3. Logo, há um ser inteligente que dirige o mundo natural, ou seja, Deus.
ARGUMENTO TELEOLÓGICO (TOMÁS DE AQUINO)
• Ideia básica: Precisamos de apelar a uma inteligência superior, Deus,
que explique por que razão os processos natural realizam bem o seu
propósito ou finalidade.
1. Se não há um ser inteligente que dirige o mundo natural, então as coisas que carecem de cognição
não agem sistematicamente para fins de produzir o melhor.
2. Mas as coisas que carecem de cognição agem sistematicamente para fins de produzir o melhor.
3. Logo, há um ser inteligente que dirige o mundo natural, ou seja, Deus.
• Objeções:
– Darwinismo.
– Não se prova a existência do Deus teísta.
ARGUMENTO TELEOLÓGICO
• Versão contemporânea: As constantes físicas estão minuciosamente
afinadas para a existência de vida.
1. A afinação minuciosa do universo deve-se a Deus ou ao acaso.
2. Mas não se deve ao acaso.
3. Logo, a afinação minuciosa do universo deve-se a Deus.
• Desafio:
Falso dilema em 1: também há possibilidade de multiverso
TEOLOGIA
NATURAL
ARGUM
ENTO
ARGUMENTO ONTOLÓGICO (SANTO ANSELMO)
• Ideia básica: A partir do conceito de Deus (como absolutamente
perfeito) pode-se concluir que ele existe.
1. Se Deus não existe na realidade, então é concebível um ser mais perfeito do
que Deus.
2. Mas não é concebível um ser mais perfeito do que Deus.
3. Logo, Deus existe na realidade.
• Objeções:
– Pode-se provar coisas que não existem.
– A existência não é uma perfeição.
ARGUMENTO ONTOLÓGICO
• Versão contemporânea: se Deus é possível, então existe.
1. É necessário que Deus exista ou não é possível que Deus exista.
2. É possível que Deus exista.
3. Logo, é necessário que Deus exista.
• Desafio:
– Pode-se conceber Deus como contingente.
– Petição de princípio.
TEOLOGIA
NATURAL
ATEOLO
GIA
ATEOLOGIA
• Argumento central da teoria da ateologia:
1. É racional ter fé no Deus teísta se, e só se, há um bom argumento a favor da
existência do Deus teísta.
2. Não há bons argumentos a favor da existência do Deus teísta (e temos bons
argumentos contra a existência de Deus).
3. Logo, não é racional ter fé no Deus teísta.
ARGUM
ENTO
ARGUMENTO DO MAL
• Ideia básica: O mal (moral e natural) no mundo prova que Deus não
existe.
1. Se o Deus teísta existe, então não há mal no mundo.
2. Mas há mal no mundo.
3. Logo, o Deus teísta não existe.
• Objeções:
– Negar 1: Deus existe e há mal no mundo - teodiceia de Leibniz.
TEOLOGIA
NATURAL
TEODIC
EIA DE
TEODICEIA DE LEIBNIZ
• Ideia básica: Deus permite o mal.
1. Deus criou o melhor de todos os mundos possíveis e o melhor de todos os
mundos possíveis tem partes indesejáveis, ou seja, males.
2. Se a premissa 1 é verdadeira, então Deus permite o mal.
3. Logo, Deus permite o mal.
• Objeções:
– Não há o melhor mundo possível.
– Provavelmente há males injustificados.
ARGUMENTO DO MAL
• Versão contemporânea: Males injustificados no mundo indicam que
provavelmente Deus não existe.
1. Se o Deus teísta existe, então não há mal males injustificados.
2. Mas provavelmente há males injustificados. (P.e. sofrimento de um veado
isolado causado por um incêndio natural).
3. Logo, provavelmente, o Deus teísta não existe.
• Objeções:
– Teísmo cético: pelo facto de nos parecer, de um ponto de vista subjetivo,
que existem males injustificados, daí não se segue que existam realmente,
de um ponto de vista objetivo, males injustificados.
TEOLOGIA
NATURAL
FIDEÍS
MO
FIDEÍSMO
• Tanto a teoria da teologia natural como da ateologia aceitam esta premissa
básica:
1. É racional ter fé no Deus teísta se, e só se, há um bom argumento a favor da
existência do Deus teísta.
• Mas porquê?
– Ainda que a fé em Deus não tenha racionalidade epistémica, tem racionalidade
prudencial na medida em que nos proporciona benefícios práticos.
– Aposta de Pascal: fé em Deus traz-nos benefícios práticos.
APOSTA DE PASCAL
O raciocínio de Pascal pode ser dividido em duas partes:
Parte 1 - Construir a seguinte matriz:
• Quer Deus exista quer Deus não exista, acreditar que Deus existe tem um
melhor resultado do que não acreditar em Deus, e nunca um resultado pior.
APOSTA DE PASCAL
Parte 2 - Apresentar um princípio de racionalidade prudencial:
• A racionalidade prudencial exige que devemos escolher a opção que tem para
nós o melhor resultado em termos de benefícios práticos.
• Objeções:
– A matriz não esta bem construída.
– Objeção dos vários deuses.
– “Acreditar” não está sob controlo voluntário e livre da pessoa.
APOSTA DE PASCAL
• Versão contemporânea:
1. Se temos crenças que conduzem a algo importante e não são prejudiciais nem para nós
próprios nem para os outros, então não há nada de prudencialmente errado ou irracional
em possuirmos tais crenças.
2. Para alguns pessoas a fé conduz a algo importante e não são prejudiciais. (P.e. algumas
pessoas, ao acreditarem em Deus, têm mais esperança para enfrentar as adversidades da
sua vida, ou para viver com mais otimismo, ou para serem benéficos para a comunidade).
3. Logo, para algumas pessoas não há nada de prudencialmente errado ou irracional ao
terem fé.
• Desafio:
– A crença do ateu também pode ser prudencialmente racional.
– Será que o argumento perde a motivação original que tinha com Pascal?