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Deus existe?

Argumentos a favor 

-Argumento Cosmológico: Baseia se em alguma informação do modo como o


mundo é.

1- Existem coisas no mundo.


2- Se existem coisas no mundo, então tais coisas foram causadas a existir por
alguma outra coisa.
3- Se as coisas do mundo foram causadas a existir por alguma outra coisa, então ou
há uma cadeia causal que regride infinitamente, ou há apenas uma primeira causa que
é a origem da cadeia causal.
4- Mas não há uma cadeia causal que regride infinitamente.
5- Logo, há apenas uma primeira causa que é a origem da cadeia causal.

Objeção ao Argumento Cosmológico

O argumento comete a Falácia do Falso Dilema:


Pressupõe que há apenas duas opções para
explicar as coisas que existem no mundo.
Poderá ter-se também em consideração
a opção de haver várias primeiras causas.

A causa primeira não é necessariamente o Deus teista


A primeira causa da cadeia causal não
precisa de ter os atributos do teísmo:
-Omnipotência
-Omnisciencia
-Bondade absoluta

-Argumento Teleológico: Parte da ideia de que nos sentimos


surpreendidos por muita coisas que existem no nosso mundo manifestarem ordem e
desígnio.

As maravilhas da natureza são menos surpreendentes se foram concebidas por Deus do


que se foram concebidas por acaso.
Assim, tais maravilhas da natureza confirmam a hipótese de Deus em detrimento da
hipótese do acaso.
Portanto, concluímos que as observações sobre as maravilhas da natureza confirmam a
existência de Deus.

Objeção ao Argumento Teleológico

O argumento comete a Falácia do Falso Dilema:

-Hipótese Darwinista: Permite explicar a estrutura intrincada do olho pelo


processo de evolução (seleção natural).
-Não há apenas duas hipóteses para explicar as maravilhas da natureza.

O argumento não prova a existência de um Deus teísta, mas sim de uma entidade
inteligente sobrenatural.
-Argumento Ontológico: Parte do conceito de
Deus e de premissas "a priori" (que podem ser conhecidas sem a experiência) para
concluir que Deus existe na realidade.

Definição de Deus
"ser maior do que o qual nada pode ser pensado"
Daqui conclui-se que Deus existe na realidade, pois se Deus existisse apenas no
pensamento não seria o ser maior do que o qual nada pode ser pensado.

1. Deus existe no pensamento.


2. Se Deus existe no pensamento e não na realidade, então podemos conceber um ser
mais perfeito que Deus.
3. Mas não é concebível um ser mais perfeito do que Deus.
4. Logo, Deus existe na realidade.

Objeção ao Argumento Ontológico

O argumento comete a Falácia da Petição de Principio (Circularidade)

A definição de "Deus" que é apresentada já esta comprometida com a ideia de que


Deus existe na realidade, que é aquilo que o argumento quer concluir.

Argumentos contra

-Argumento do mal: A presença de mal no mundo é um forte indício contra


a existência de Deus. 

Mal moral- mal que tem origem nas ações humanas.


Mal natural- mal que não tem origem nas ações humanas.
Mal justificado- mal que, e não existir, leva a que se perca um bem maior.
Mal não justificado- mal que, se não existir, não leva a que se perca qualquer bem
maior. (Mal gratuito)

A existência de mal gratuito é muito improvável do ponto de vista


do teísmo.
Mas não é improvável do ponto de vista do ateísmo.
Se o Deus teísta existe, sendo omnisciente,
moralmente perfeito e omnipotente, ele sabe,
quer e tem poder para eliminar os males gratuitos.
Ora, se há males gratuitos, Deus não existe.

Objeção ao Argumento do Mal

Teísmo Cetico - não conhecemos as razões que Deus possa ter para fazer algo.
Do facto de nos parecer, de um ponto de vista subjetivo, que existem males
gratuitos, não se segue que existam realmente, de um ponto
de vista objetivo, males gratuitos.
Não podemos usar a nossa incapacidade
para compreender as razões que justificam
que Deus permita um mal para concluir que
é improvável que haja tais razões.

Teodiceia- mostra-nos que nenhum mal é injustificável. Tentativa de justificar os


males que parecem injustificáveis.
Teodiceia de Leibnz- Deus permite o mal porque o melhor de todos os mundos
possíveis não implica um mundo sem males.

Conceitos

Filosofia da Religião
Pensa filosoficamente tópicos que surgem quando o assunto é religião
O que é que a Filosofia da Religião não é?
O estudo da história das principais religiões - a filosofia não se reduz à
história.
Teologia - na teologia, parte-se de um corpo de doutrinas que não se coloca em
causa.
A Filosofia da Religião pergunta:
Será que há boas razões para aceitar a existência de Deus?

Exame crítico dos conceitos e das crenças religiosas fundamentais


Conceitos fundamentais
Deus; Fé; Milagre; Omnipotencia
Crenças fundamentais
Deus existe; Há vida depois da morte; Deus sabe, mesmo antes de
nascermos, o que iremos fazer; a existência do mal é consistente com
o amor de Deus pelas suas criaturas

Fideismo
A relação entre razão e fé religiosa é de oposição;
só a fé nos permite acreditar na existência de Deus

- A razão não nos permite demonstrar


a existencia de Deus
- Acreditar em Deus com base em
argumentos e provas racionais é errado
- A verdadeira fé religiosa deve aceitar
que acreditar é confiar de maneira cega,
parte do sentimento e não do raciocínio

Ateísmo
A fé e a razão são incompatíveis, devemos seguir a razão que nos mostra que
Deus não existe
A fé religiosa não é justificação para aceitar que algo é um facto.
As tentativas de demonstrar a existência de Deus falham, há argumentos sólidos que
o sustentam.

Agnosticismo
A razão não nos mostrou até agora provas suficientes que nos devam levar,
quer a acreditar que Deus existe, quer a acreditar que Deus não existe.
Devemos suspender o nosso juízo sobre este assunto

O Fideísmo é polémico dentro das religiões


O Catolicismo rejeita o Fideísmo
O Catolicismo considera que há uma complementaridade entre fé e razão
Posição racionalista

Defendida por muitos filósofos

Esta é a posição mais tipicamente filosófica na adesão à religião, pois se


adotarmos o Fideísmo não há nada para discutir ou argumentar, pois a razão não vale
de nada.

Quando as principais religiões falam de Deus,


estão a referir-se ao Deus teista
Deus teista
-Omnipotente (pode fazer tudo)
-Omnisciente (sabe tudo)
- Sumamente bom (moralmente perfeito)
-Criador
-Omnipresente (está em todo o lado ao mesmo tempo)
- Pessoa (não uma força da natureza)
Tanto o Cristianismo quanto o Judaísmo ou o Islamismo defendem a existência deste
Deus (mas dão-lhe nomes diferentes)

Deísmo
Deus é criador mas não intervém nem se importa com a criação

Panteísmo
Deus não é distinto do mundo

Paradoxo de Epicuro
Se Deus é omnisciente, omnipotente e
sumamente bom, então o mal não poderia existir

Como o mal existe, há as seguintes hipóteses...

Ou Deus sabe encontrar o mal (é omnsciente), quer livrar-se dele


(é sumamente bom) mas não tem poder para fazè-lo (não é omnipotente);
Ou Deus pode eliminar o mal (é omnipotente), quer livrar-se dele
(é sumamente bom) mas não sabe encontrá-lo (não é omnisciente);
Ou Deus pode eliminar o mal (é omnipotente), sabe encontrá-lo (é omnisciente), mas
não quer fazè-lo (não é sumamente bom).

Fideísmo de Pascal
Visa provar que é prudencialmente racional acreditar em Deus ainda que não
haja qualquer bom argumento a favor da sua existência
Devemos pensar em termos de beneficios práticos
Não é necessária uma razão epistémica
para acreditar em Deus, basta-nos pensar
em termos de beneficios

Objeção ao Fideísmo de Pascal


Será que Deus beneficia aqueles que acreditam nele por interesse e
aqueles que acreditam nele honestamente da mesma forma?
Uma devoção religiosa calculista parece egoísta, e portanto é moralmente repugnante
Pressupõe que a crença é voluntária, e isto é implausível, pois não temos esse tipo
de controlo

Princípio da Racionalidade Prudencial


Se tivermos de escolher de entre diferentes opções, devemos escolher
uma opção X se essa opção tiver um melhor resultado que as restantes
Temos 2 opções:
Acreditar em Deus
Não acreditar em Deus

Se acreditarmos em Deus

Se Deus existe

A recompensa é a felicidade
eterna, o paraíso

Se Deus não existe

O resultado é indiferente,
porque não perdemos nada

Portanto, a melhor opção é acreditar em


Deus e devemos escolhé-la

Se não acreditarmos em Deus

Se Deus não existe

O resultado é indiferente,
não perdemos nada

Se Deus existe
A punição seria eterna,
o inferno

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