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Filosofia da Religião
A filosofia da religião critíca conceitos religiosos por exemplo, conceitos de
deus, fé, milagres e também crenças religiosas como por exemplo as crenças de que
Deus existe, de que há outra vida após a morte. A filosofia examina criticamente uma
crença religiosa que procura explicar e averiguar as razões que têm sido apresentadas
a favor e contra essa crença.
Algumas das doutrinas filosóficas sobre a existência de Deus:
-Teísmo;
-Ateísmo;
-Agnosticismo;
-Panteísmo.
Teísmo é a doutrina que afirma a existência de Deus, encarando-o como uma Pessoa e
como um Deus perfeito, infinito, omnipotente, omnisciente, omnipresente,
perfeitamente livre, eterno, sumamente bom, único, autoexistente, transcendente,
criador e conservador do Universo.
Ateísmo é a posição filosófica que nega a existência de Deus e, de uma forma geral, de
qualquer realidade que se possa considerar de natureza divina.
Agnosticismo é a posição filosófica segundo a qual não é possível ao ser humano saber
se Deus existe ou não, nem aceder ao conhecimento da sua essência.
Panteísmo é a posição filosófica segundo a qual Deus e o mundo são a mesma
realidade. Deus e o mundo identificam-se, são apenas um. (Deus é tudo e tudo é Deus)
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-Argumento a posteriori;
-Argumento a prori.
O argumento a posteriori é um argumento que depende de pelo menos uma premissa
que só pode ser conhecida através da experiência.
O argumento a priori é um argumento que depende de premissas que são, todas elas,
conhecidas independentemente da experiência.
Dentro do argumento a posteriori estão inseridos dois:
-Argumento cosmológico;
-Argumento teleológico ou argumento desígnio.
Dentro do argumento a priori temos o argumento ontológico.
Argumento cosmológico: parte da constatação empírica da existência do Universo e do
facto de haver nele coisas que foram causadas por outras, sendo que todos os efeitos
têm as suas causas e nada surgiu sem que uma causa o originasse.
Objeções:
-Este argumento é autocontraditório;
-Este argumento pressupõe que não há uma regressão infinita na série de causas e
efeitos: esta não retrocede no tempo de modo infinito;
-Ainda que nos possa convencer da existência de um deus, encarado como causa
primeira, este argumento não adianta muito no tocante à sua natureza.;
-A existência do mal.
Argumento teleológico: argumento a posteriori, que parte do facto de no mundo
existirem ordem e finalidade. Baseia-se numa analogia entre os objetos criados pelo
ser humano e as coisas da natureza.
Objeções:
-Este argumento, na versão de Paley, baseia-se numa fraca analogia;
-Este argumento, em qualquer das versões, perde, de certo modo, a sua força quando
é confrontado com as conclusões da teoria evolucionista;
-Este argumento, ainda que possa demonstrar a existência e a necessidade de um
criador, não prova:
Que ele seja único, que se trata de um arquiteto omnipotente, que o criador seja
omnisciente e infinitamente bom.
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Argumento ontológico: Tentativa de demonstrar a existência de Deus de um modo
inteiramente a priori, sem recurso aos dados da experiência. Segundo este argumento,
a existência de Deus pode ser provada com base exclusivamente na definição da
essência divina.
Objeções:
-Este argumento pode conduzir a consequências absurda;
-Kant criticou neste argumento o pressuposto de
que a existência é uma propriedade ou um predicado;
-Neste argumento efetua-se uma comparação ilegítima;
-O problema do mal.
O fideísmo de Pascal:
Harmonia entre a fé e a razão:
Foi defendida por diversos autores, por exemplo São Tomás. Embora a razão e a fé
sejam distintas, elas são compatíveis. Segundo São Tomás, algumas verdades relativas
ao divino podem ser demonstradas pela razão, ao passo que outras não o podem ser,
ultrapassando a capacidade da razão humana, sendo apenas objeto de fé e tendo por
base a revelação divina.
Fideísmo: doutrina que põe em causa a ideia de uma harmonia entre a fé e a razão. No
seu sentido mais geral, o fideísmo é uma doutrina que sustenta a incapacidade da
razão humana para atingir determinadas verdades, considerando que elas só são
acessíveis através da fé. Deus é infinitamente incompreensível para a razão humana.
Existe 2 tipos de fideísmo:
-Radical por exemplo de Søren Kierkegaard: há um conflito entre razão e fé e então,
como tal, as verdades relativas, por exemplo, à existência e à essência de Deus só
podem ser alcançadas pela fé, sendo a razão excluída deste domínio.
-Moderado por exemplo de Blaise Pascal: não considerava haver um conflito entre a
razão e a fé, embora também não haja total harmonia entre elas.
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Argumento do apostador: trata-se de um argumento que procura não propriamente
demonstrar a existência de Deus, mas mostrar as vantagens de “apostar” nessa
existência.
Objeções:
-Não podemos decidir acreditar que Deus existe;
-Este argumento parece pressupor algo que o fideísmo nega;
-Este argumento é inapropriado.
Na minha opinião, identifico-me com o fideísmo moderado pois não considera haver
um conflito entre a razão e a fé, embora também não haja total harmonia entre elas
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Mal moral: deus não quer o mal moral. Permite-o, no entanto, a fim de não pôr em
causa o nosso livre-arbítrio.
Mal natural: deus pode, às vezes, querer o mal natural, enquanto forma de expiação
da culpa ou como forma de aperfeiçoamento do indivíduo.
Mal metafísico: o mal metafísico acaba por fazer parte do mundo enquanto este é
criado e imperfeito.
O mal encontra-se, pois, justificado, não sendo incompatível com a existência de Deus.
Diferentes abordagens ao problema do mal:
-Teísmo: a abordagem ao problema do mal que acabámos de estudar desenvolve-se
no âmbito do teísmo.
-Fideísmo: no âmbito do fideísmo, poderá argumentar-se que, sendo Deus
infinitamente incompreensível, os seres humanos (limitados e finitos) não estão em
condições de compreender totalmente a existência do mal. Esta terá então uma
justificação que nos ultrapassa.
-Panteísmo: se adotarmos uma perspetiva panteísta, em que a conceção de Deus é
bastante diferente, o problema do mal terá de ser “solucionado” de outra forma.
Neste caso, Deus é caracterizado como uma espécie de jogador, um ator cósmico que
interpreta todo o tipo de papéis, sendo que o mal faz parte da realidade una e
universal.