O argumento do mal é a tensão entre a suposta existência de uma pessoa divina
sumamente boa, omnisciente, omnipotente e criadora, por um lado, e a existência de mal
supostamente gratuito. Na filosofia da religião, o argumento do mal é a questão de como conciliar a existência do mal com o de uma divindade que é, tanto em termos absolutos ou relativos, onipotente, onisciente e benevolente. Um argumento do mal tenta mostrar que a coexistência do mal e tal divindade é improvável ou impossível se colocado em termos absolutos. A existência do mal parece ser contraditória a com a existência de um Deus bondoso e poderoso, mas alguns religiosos argumentam que, para o homem ser feliz, ele necessita executar ações, atos de caridade e de heroísmo, que não seriam possíveis se não existisse o mal. Entretanto, a maioria dos teístas responde que um deus perfeito pode ainda permitir um certo mal, insistindo que a concessão de um bem maior, como o livre arbítrio, não pode ser alcançada sem alguns males. Uma defesa contra o argumento do mal é estabelecer que os atributos divinos são logicamente consistentes com a existência do mal, mas que isso não significa que o mal derive deles, ou que deles se possa retirar uma explicação quanto as razões pelas quais o mal existe ou ocorre. O argumento do mal contra a existência de Deus só se coloca quando se discute a existência de Deus tal como é defendida pelos teístas. Deus sabe tudo, pode fazer tudo, é infinitamente bom e criou o universo. Por saber tudo, sabe da existência do mal; por poder fazer tudo, pode eliminar o mal; por ser bom, quererá eliminar o mal; e por ter criado o universo é responsável pelo que fez. Se discutimos a existência de um deus que não reúna qualquer uma destas quatro características fundamentais, o problema do mal deixa de se colocar. Uma das maneiras de contornar o problema do mal seria afirmar que o conceito de bondade aplicado a Deus é diferente do aplicado aos seres humanos, pelo que, segundo os padrões de Deus, este seria o melhor mundo possível; o problema está em que, segundo este critério, não podemos afirmar que Deus é bom, uma vez que este conceito perde o seu significado. Assim, sendo Deus omnipotente, omnisciente, infinitamente bom e criador, como conseguimos compatibilizar o mundo que conhecemos, repleto de mal e sofrimento, com a Sua existência? Há diversos caminhos para responder a esta questão. Podemos justificar a existência do mal com base em bens maiores, proporcionados por esse mal. Temos assim o argumento do livre-arbítrio, que defende ser o sofrimento no mundo originado pela completa liberdade dos seres humanos — é um bem maior que origina o mal no mundo; temos também o argumento dos Santos e dos Heróis, que defende que o mal foi colocado no mundo para permitir a ocorrência de grandes feitos e actos de fé — é o mal que origina um bem maior. Em qualquer uma destas explicações, e noutras da mesma natureza, faz-se uma tentativa de justificar e explicar todo o mal e todo o sofrimento do mundo. Ao justificar esse mal com recurso a um bem maior, deixa de ser contraditória a existência de Deus com o mundo que conhecemos. A aposta de Pascal é uma proposta argumentativa da filosofia apologética, criada por Blaise Pascal. Ela postula que há mais a ser ganho pela suposição da existência de Deus do que pela sua não existaência, ou seja, que uma pessoa racional deveria viver a sua vida de acordo com a perspectiva de que Deus existe, mesmo que seja impossível para a razão nos afirmar tal coisa.
Esta proposta tem o seguinte formato:
• se acreditarmos em Deus e estivermos certos, teremos um ganho infinito; • se acreditarmos em Deus e estivermos errados, teremos uma perda finita; • se não acreditarmos em Deus e estivermos certos, teremos um ganho finito; • se não acreditarmos em Deus e estivermos errados, teremos uma perda infinita.
As críticas à aposta de Pascal foram constantes, vindo de todos os cantos
religiosos, sendo criticada principalmente por não provar a existência de Deus, encorajar a acreditarmos falsamente e escala o problema de qual Deus serua mais favorável venerar.
Dentro destas críticas temos três argumentos:
1. Argumento do apelo ao medo: não tem como objetivo provar que Deus existe ou não, mas convencer o descrente que é uma escolha razoável apostar na sua existência. 2. Argumento do custo: tentaria nos levar a acreditar em Deus, com o pressuposto que isto é muito vantajoso estando certo e insignificante se estivermos errados. 3. Argurmento dos vários Deuses: implica que a aposta de Pascal usa da falsa dicotomia, quando reconhece a existência de apenas duas opções, acreditar ou não no deus cristão – ignorando, porém, que existem milhares de outros sistemas de crenças a serem consideradas como existentes ou não.