Você está na página 1de 5

Será que Deus existe?

Trabalho realizado por:

Francisco José Soares

Nº8

11ºA

Disciplina de Filosofia

Escola Secundária Vila das Aves


Neste ensaio filosófico, irá ser esclarecido o problema alusivo à pergunta que pus como
título no meu trabalho: o problema da existência de Deus. Irão ser analisadas algumas
perspetivas distintas a este problema, de modo que este possa ser justificado. Para tal,
irão ser apresentados alguns argumentos que irão sustentar a opinião acerca da não
existência de Deus. Seguidamente, alguns contra-argumentos irão servir de objeções à
tese descrita, acompanhados de algumas respostas a essas mesmas objeções.

Deus existe?

Desde o início dos tempos, o Homem tem procurado algo que dê sentido à sua vida,
algo que o distraia do contínuo sofrimento e lhe dê uma razão para viver e agir de forma
correta. Neste sentido, o Homem, ao longo dos milénios, tentou delinear teorias que
justificassem a existência de uma entidade superior, na medida em que esta tem um
plano de vida para cada um de nós e foi, durante muito tempo, a luz que iluminou a vida
das pessoas ao longo da caverna de incerteza que esta é. Porém, cremos que assistimos a
uma crescente descrença relativamente à existência desse ser superior e sumamente
perfeito. Trata-se de uma questão que faz parte de nós e afeta a forma como agimos,
compreendemos, percecionamos e interpretamos a realidade. Por isso, a árdua tarefa de
tentar provar a inexistência de Deus tentará ser levado a cabo.

Considero que a discussão sobre este assunto é bastante importante, porque, hoje em
dia, cada vez mais vemos mais pessoas a duvidarem de um ser superior que controla as
nossas emoções, que tem reflexo nas nossas ações. Devido à enorme influência que
existe na sociedade, torna-se bastante fácil de convencer que Deus não existe, se essa
pessoa já for mais descrente que o normal.

Por isso, a posição que defendo em relação a este problema é clara: Deus não existe e,
para tal, existem razões óbvias para que isto seja verdade.

Primeiramente, existe um argumento claro que está de acordo com a minha posição: o
problema do mal. Este argumento baseia-se no facto de que o mal existe e que não é
compatível com a existência de um Deus omnipotente, omnipresente e benevolente.
Neste argumento, podemos encontrar duas vertentes: uma vertente mais lógica e uma
vertente mais evidencial. A versão lógica preocupa-se mais em procurar derivar uma
contradição lógica entre o mal e o Deus, ou seja, tenta-se encontrar algo que permita a
existência do mal e consequente existência de Deus.
Num exemplo concreto, de acordo com este argumento, se o mal existe no mundo, Deus
não existe e vice-versa, sendo que estes dois nunca poderão existir simultaneamente. A
vertente evidencial está mais centrada na existência de males como forte evidência
contra a existência de Deus, ou seja, quer dar-nos a ideia de que se o mal atua nas
nossas vidas, Deus não existe, porque se este existisse, saberia da existência de todos os
males, devido à sua omnisciência, apresentada na tese teísta, e teria o poder suficiente
para os controlar e eliminar, devido à sua omnipotência. Mas tal não acontece, existem
razões mais que óbvias para acreditar que Deus não existe. Ainda dentro do conceito
abrangente do mal, podemos encontrar duas perspetivas: mal moral e o mal natural. O
primeiro baseia-se em tudo o que o Homem faz de mal por vontade própria, provocando
fenómenos como guerras, crimes menos gravosos, etc.. O segundo está mais
direcionado em todos os males que a Natureza causa, como por exemplo, existência de
furacões, tornados e tsunamis.. Em ambos os casos, podemos verificar que estes
ocorrem com alguma frequência, com um impacto substancial na população mundial.
Com isto não quero dizer que Deus deveria ter controlo sobre os fenómenos naturais,
porque trata-se de algo provocado pela Natureza, mas que, ao menos, pudesse atenuar
estes problemas a que estes ocorressem menos frequentemente.

Mas para este forte argumento acerca da não existência de Deus, podemos encontrar
algumas objeções fortes, da mesma forma. A primeira objeção que vou falar foi criada
por alguns filósofos no século XVIII e chama-se teodiceia. Baseia-se na justificação da
bondade de Deus, interligada com a explicação da existência do mal. Assim, os males
devem ser integrados nos desígnios de Deus, envolvendo-se nos seus planos, ou seja,
quer-se com isto dizer, que o mal pode e deve estar enquadrado nas suas ações com o
bem, havendo simultaneidade entre ambos. Dando alguns exemplos concretos, o mal é
necessário, segundo este contra-argumento, para que possamos valorizar e apreciar o
bem, ou seja, por vezes nós, seres humanos, temos imensa dificuldade o que de mal nos
acontece, mas isso é vantajoso para que possamos valorizar quando somos bem-
sucedidos; o mal é o castigo da conduta moral, ou seja, o mal acaba por existir como
forma de repreensão de Deus às más ações que temos no nosso quotidiano. A segunda
objeção foi defendida por filósofos como Santo Anselmo e, mais tarde, Descartes há
muitos séculos atrás e chama-se argumento ontológico. Este contra-argumento tem
como principal ideia a tentativa de expressão da existência de Deus a partir da sua
essência divina, sem recurso à experiência.
Assim, afirma-se Deus é uma entidade imponente, não havendo rigorosamente nada
acima deste que possa ser pensado, logo Deus não só existe apenas no intelecto, mas
também na realidade. Dando todos estes pontos, os filósofos criadores desta objeção à
não existência de Deus consideraram passível de se afirmar que possui todas as
qualidades e grandiosidade no ponto máximo da perfeição, logo não existe nada mais
grandioso e perfeito que Deus.

Todavia, tendo em conta as objeções apresentadas, existem respostas que devem ser
dadas. Referindo o primeiro contra-argumento dado, podemos afirmar, de acordo com
os exemplos, que apesar de, por vezes, termos de saber lidar o mal para poder apreciar o
bem, isso nem sempre é verdade, porque há demasiado mal no mundo para ser
apreciado e, devido a isso, muitas vezes podemos não ter forças suficientes para
aguentar tanto mal a que somos sujeitos, acabando por nos tornar mais frágeis, se
formos sujeitos a malefícios novamente. Penso também que o facto de o mal ser um
castigo da conduta moral é bastante relativo, porque, como já referi, o mal trata-se de
algo incontrolável, logo este pode atingir até as pessoas mais virtuosas e valorosas,
independentemente de estas terem agido mal ou não, em algum momento. Estamos
perante algo completamente aleatório e sem destino certo. Passando agora para a
resposta à segunda objeção, podemos dizer que a existência de um Deus perfeito,
criador da Terra como um planeta perfeito, pode levar a consequências estratosféricas,
como a existência de ilhas ou até países perfeitos, coisa que nunca irá existir, porque a
perfeição é algo inalcançável, por muito que achemos que devemos ser como tal.
Também filósofos como Kant critica neste argumento o facto de a existência ser uma
propriedade, ou seja, se dissermos que Deus existe, estamos só a dizer que Deus existe e
nada mais, pois não está a ser acrescentado qualquer predicado à essência divina.
Também se critica a comparação usada neste argumento entre o pensamento e a
realidade. Estamos a falar de duas coisas completamente diferentes e sem qualquer tipo
de ligação, porque o que nós pensamos pode-se não transferir para a realidade, por
muito que desejemos isso.

Antes de dar por concluído este meu ensaio filosófico, afirmo mais uma vez que cada
vez mais esta temática pode continuar a ser confrontada pelos críticos da matéria em si,
mas por muitos argumentos que se apresentem, haverá sempre incertezas inseridas
nestes argumentos, acabando estes sempre por perder a sua credibilidade, resultante
numa contínua crítica à existência de Deus.
Bibliografia:

http://compendioemlinha.letras.ulisboa.pt/wp-
content/uploads/2020/10/Problema_Mal_DFaria_DOI.pdf

http://jornaldefilosofia-diriodeaula.blogspot.com/p/o-argumento-do-mal-contra-
existencia-de.html

https://rolandoa.blogs.sapo.pt/56692.html

https://apfilosofia.org/wp-content/uploads/2021/08/DeusExiste_vencedor7Ed.pdf

Você também pode gostar