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Num mar de braços erguidos numa saudação ao regime nazi, a única figura com os
braços cruzados é a de August Landmesser. Foi em 1936 e a imagem retrata o
momento em que a multidão assistia, junto ao porto de Hamburgo, ao batismo de mar
de um navio-escola da Marinha alemã. August Landmesser – um trabalhador dos
estaleiros de Hamburgo – tinha razões pessoais para se querer distanciar do regime
nazi. Mesmo tendo pertencido ao partido de Hitler, entre 1931 e 1935, foi dele expulso,
depois de ter decidido casar-se com a judia Irma Eckler.
As ações podem ser positivas (o facto de se mover) ou negativas (o facto de não se mover não
obstante as solicitações exteriores). (…) O agir pode coincidir com o nada fazer.
1.1. August Landmesser realiza uma ação, não obstante nada fazer.
1.2. O agente não age por agir, ele age por ou em vista de qualquer coisa.
1.3. O mesmo movimento tanto pode ser como não ser uma ação.
1.4. A ação implica decisão, mas decisão e ação não são sinónimos.
Cenários de resposta
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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA III | METAFÍSICA
1.1. Uma ação é um gesto (ou conjunto de gestos) que implica intencionalidade. Uma vez que existe
intencionalidade, August Landmesser age ao manter-se imóvel: decide não realizar a saudação nazi. São
seus a intenção e os motivos. Dispunha de cursos alternativos (realizar ou não realizar o gesto) e seguir
qualquer um deles dependia unicamente de si.
1.2. Uma ação tem sempre em vista uma finalidade, visa um resultado. O gesto (que, neste caso, se traduz
na ausência de gesto ou de movimento) tem um sentido, isto é, uma direção e um significado.
1.3. Aquilo que permite distinguir uma ação de um qualquer outro gesto reside na intencionalidade e no
facto de esta poder ser imputável a um agente. Assim, o mesmo gesto, como cruzar os braços, por exemplo,
pode não ser uma ação, caso o seu autor o realize de forma não consciente (sem se aperceber) e/ou
involuntária (sem querer), ou ser uma ação, caso o agente o realize sabendo que o está a fazer e querendo
fazê-lo.
1.4. A decisão é um processo de pensamento que antecede o movimento ou conjunto de movimentos
voluntários. A decisão faz parte da ação, mas não deve ser confundida com ela, uma vez que agir é algo
mais do que simplesmente deliberar (ponderar alternativas) e decidir (optar por uma das alternativas ao
dispor do agente).
1.5. Quando identificamos um comportamento como sendo uma ação, indicamos habitualmente um porquê,
uma razão (ou várias razões possíveis) dessa ação, isto é, o motivo ou motivos. Os motivos são as razões
que levam o agente a optar por uma das alternativas e a excluir as restantes. As razões de August
Landmesser para se distanciar do regime nazi permitem-nos identificar como ação o seu comportamento,
compreendê-lo e explicá-lo. Para conhecer os motivos do agente precisamos muitas vezes de recorrer ao seu
comportamento anterior e posterior, como acontece neste exemplo.
Todos pensamos que temos livre-arbítrio. Como poderíamos não o pensar? Renunciar à
liberdade significaria deixar de fazer planos para o futuro, pois de que adianta fazer planos se
não temos a liberdade para mudar o que acontecerá? Significaria renunciar à moralidade, pois só
quem age livremente merece censura ou castigo. Sem liberdade, percorremos caminhos
predeterminados, incapazes de controlar os nossos destinos. Uma vida assim não vale a pena.
Na resposta a cada um dos itens 2.1. e 2.3., seleciona a opção que permite obter a única
afirmação adequada ao sentido do texto.
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TEMA III | METAFÍSICA
Cenários de resposta
2.1. (A); 2.2. (D); 2.3. (B).
3. Por um lado, todos nós acreditamos que temos livre-arbítrio e que somos moralmente responsáveis por
aquilo que livremente fazemos, ou seja, que controlamos, pelo menos em parte, o nosso comportamento.
Como poderíamos não o pensar? Por outro lado, há fortes razões para acreditarmos que tudo no universo
(incluindo as nossas próprias ações) é determinado por acontecimentos anteriores que escapam ao nosso
controlo. Aceitar como sendo verdadeira uma destas crenças parece implicar a rejeição da outra. Nisto
consiste o problema do livre-arbítrio.
E. O determinismo parece sugerir que pessoas como Hitler não agiram livremente.
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TEMA III | METAFÍSICA
Cenários de resposta
4. (C) O determinismo defende que todos os acontecimentos do universo, sem exceção, são efeitos
causados por acontecimentos anteriores. Não há acontecimentos sem causa. A lei da causalidade não admite
exceções. Esta tese tem no seu núcleo a convicção de que tudo o que acontece foi inteiramente fixado pelo
que ocorreu antes.
F. Para o determinismo radical, nada do que faço está sob o meu controlo. Se todo o meu comportamento
presente é fixado por acontecimentos precedentes e pelas leis da natureza, então a ideia de que exerço
algum controlo sobre as minhas próprias ações radica numa ilusão.
G. O determinismo radical é uma teoria incompatibilista (ou não compatibilista), porque considera que não é
possível aceitar simultaneamente o determinismo e o livre-arbítrio, rejeitando este último.
J. Uma vez que para o libertismo o nosso comportamento não está sujeito a causas necessitantes, então não
será possível prevê-lo, pelo menos não na perspetiva em que o determinismo o defende. L. O determinismo
moderado não rejeita a causalidade universal. Afirma que todos os acontecimentos do universo são
causados, incluindo aquilo que fazemos livremente. Ser livre não significa ser incausado, mas apenas não
ser constrangido.
M. O determinismo moderado considera que existem comportamentos constrangidos (não livres) quando,
por exemplo, o meu comportamento é resultado de uma compulsão. Sendo assim, alguns comportamentos
são constrangidos, outros não.
5. Escreve a letra que identifica a teoria que pode ser corretamente associada ao texto de
seguida apresentado.
Podemos ficar com o bolo e comê-lo ao mesmo tempo; podemos manter simultaneamente a
liberdade e o determinismo. Desse modo podemos preservar ao mesmo tempo a ciência e a
nossa humanidade. (…) O alegado conflito é uma ilusão, baseada numa incompreensão do
conceito de livre-arbítrio. As nossas ações (…) são na verdade causadas por acontecimentos
anteriores ao nosso nascimento. Mas são muitas vezes livres apesar disso.
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Cenário de resposta
5. (B).
Toda a noção de que agimos livremente parece estar ameaçada pelo determinismo, e a par dela
o nosso estatuto de seres morais. É uma matéria com profundo significado que tem suscitado
uma ampla variedade de respostas filosóficas. Entre elas podem distinguir-se as seguintes
correntes principais:
A censura e o elogio moral, tal como normalmente são concebidos, são inapropriados. Os
________________________ (4) aceitam que o determinismo é verdadeiro, mas negam que
seja incompatível com o livre-arbítrio. O facto de termos podido agir de um modo diferente se o
tivéssemos escolhido oferece uma noção satisfatória e suficiente da liberdade da ação. É
irrelevante que uma escolha seja ________________________ (5); o importante é que ela não
resulte de ________________________ (6) nem seja contrária aos nossos desejos. Uma ação
que seja livre nesse sentido está sujeita à ________________________ (7) normal.
Cenários de resposta
6. (1) deterministas radicais; (2) livre-arbítrio; (3) ilusória; (4) deterministas moderados; (5)
determinada; (6) coação; (7) avaliação moral; (8) incompatível; (9) determinismo; (10) real.
Ainda assim, aceitar o determinismo radical é quase impensável. Tão pouco é claro que
pudéssemos deixar de acreditar no livre-arbítrio, ainda que quiséssemos fazê-lo. Se o leitor
encontrar alguém que afirma acreditar no determinismo radical, eis uma pequena experiência a
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TEMA III | METAFÍSICA
ensaiar. Dê-lhe um murro na cara, com muita força. Depois tente convencê-lo a não o culpar.
Afinal, segundo ele, o leitor não teve escolha senão esmurrá-lo! Prevejo que terá muita
dificuldade em convencê-lo a praticar o que prega.
Earl Conee e Theodore Sider (2010). Enigmas da existência.
Uma visita guiada à metafísica. Bizâncio, pp. 152-153.
7.1. Partindo das afirmações contidas no texto, analisa criticamente as teses, argumentos e
consequências do determinismo radical.
Cenário de resposta
7.1. O determinismo é a teoria segundo a qual tudo o que acontece tem uma causa. Se isto é verdade para
todos os acontecimentos, é verdade para as ações: as minhas ações e escolhas são determinadas por
acontecimentos ou estados precedentes e pelas leis da natureza. Na perspetiva do determinismo radical,
esta tese exclui a liberdade da vontade. O livre-arbítrio é uma ilusão, diria o determinismo radical. Se o
determinismo radical for verdadeiro, teremos de abandonar a crença no livre-arbítrio e na responsabilidade
moral. Acontece que não é claro que o possamos fazer, ainda que o quiséssemos.
O que torna os seres humanos tão especiais? Alguns libertistas respondem que temos almas,
fontes não-físicas da consciência e da escolha que não são controladas por leis da natureza.
Outros afirmam que os seres humanos são na verdade sistemas puramente físicos, mas que não
estão sujeitos às leis naturais que regem outros sistemas físicos. De uma ou de outra maneira,
as leis da natureza não determinam completamente o comportamento humano.
Earl Conee e Theodore Sider (2010). Enigmas da existência.
Uma visita guiada à metafísica. Bizâncio, p. 153.
Cenário de resposta
8.1. Segundo o libertismo, os seres humanos são especiais: as suas ações são livres, uma vez que não são
causalmente determinadas pelas leis da natureza. O libertismo coloca o ser humano completamente fora da
esfera da natureza. A posição libertista entra em contradição com grande parte do que nos ensina o bom
senso e a ciência. Ao excluir a relação entre o nosso comportamento e o funcionamento neurofisiológico do
corpo e do cérebro, o libertismo tende a ser uma teoria pouco plausível.
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COLUNA A COLUNA B
A. Razão de agir que justifica a ação. Por exemplo,
1. Fim ou finalidade
a convicção de que é meu dever lutar pelos
melhores resultados possíveis na escola e o meu
2. Algo que nos acontece desejo de ser bem-sucedido.
Cenário de resposta
9. 1 → E; 2 → H; 3 → I; 4 → F; 5 → C; 6 → B; 7 → A; 8 → J; 9 → G; 10 → D.
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10. Faz corresponder a cada uma das afirmações a(s) letra(s) da doutrina que lhe está
subjacente.
2. Somos tão livres como um computador. Nada em nós é aleatório e sem causa.
3. A afirmação de que agimos livremente resulta de uma ilusão e traduz apenas o nosso
desconhecimento dos fatores causalmente relevantes que nos conduziram a fazer algo.
5. Tal como as órbitas dos planetas e as marés, somos determinados por acontecimentos
precedentes. Porém, ao contrário daqueles, podemos frequentemente escolher e dizer
“quero!” ou “não quero!”.
9. Se tudo aquilo que fazemos se inscreve, como acreditamos, numa rede causal, então o
presente resulta necessariamente do passado e não somos responsáveis por coisa alguma que
façamos.
10. A vontade opta sem que nenhuma circunstância interna ou externa a anule ou limite.
Cenários de resposta
10. 1 → DR; 2 → DR; 3 → DR; 4 → DM; 5 → DM; 6 → L; 7 → DM; 8 → DR; 9 → DR; 10 → L.
Na opinião da maior parte dos filósofos de hoje, o compatibilismo tem as melhores hipóteses de
salvar o livre-arbítrio e de proteger a noção de responsabilidade moral do ataque do
determinismo. Contudo, o compatibilismo tem um problema grave. O compatibilismo afirma que
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TEMA III | METAFÍSICA
somos livres se as ações decorrem do nosso caráter e dos nossos desejos não manipulados.
O problema é que, em última análise, o nosso caráter e os nossos desejos são causados por
forças que não controlamos.
James Rachels (2009). Elementos da filosofia moral. Gradiva. pp. 195-196.
Cenário de resposta
11.1. O texto expõe uma objeção importante ao compatibilismo. Tudo o que aconteceu livremente, diz um
compatibilista, foi causado pelo nosso caráter e pelos nossos desejos não manipulados, e estes são, por sua
vez, causados por acontecimentos que não dependem de nós, como sejam o património genético e a cultura.
Ou seja, tudo o que aconteceu foi efetivamente determinado por certos tipos de causas que não
controlamos. Este facto é suficiente para criar algum desconforto e pôr em dúvida a liberdade de escolha.
Cenário de resposta
12. (B).
Cenário de resposta
13. (D).
14. No exemplo João pretende trabalhar nas férias de Natal porque deseja comprar novos jogos
de computador:
(A) João é o agente e trabalhar nas férias de Natal o motivo da ação.
(B) O jogo de computador é o agente e o desejo de trabalhar é a intenção.
(C) Trabalhar é a intenção e o desejo de comprar os jogos é o motivo.
(D) As férias de Natal são o motivo e a intenção é o desejo de ter novos jogos.
Cenário de resposta
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14. (C).
15. De acordo com o determinismo radical, a liberdade:
Cenário de resposta
15. (C).
Cenário de resposta
16. (A).
17. As nossas ações são causalmente determinadas, mas esta hipótese não elimina a liberdade
da vontade. Esta afirmação só poderia ter origem na corrente:
(A) Libertista.
(B) Determinista radical.
(C) Determinista moderada.
(D) Determinista universal.
Cenário de resposta
17. (C).
18. As ações humanas não são causalmente determinadas nem aleatórias. Esta afirmação só
poderia ter origem na corrente:
(A) Libertista.
(B) Determinista radical.
(C) Determinista moderada.
(D) Compatibilista.
Cenário de resposta
18. (A).
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TEMA III | METAFÍSICA
Cenário de resposta
19. Os motivos explicam a ação e remetem para o espaço mental do agente. São as razões da ação.
Incluem crenças e desejos. Respondem à questão “porquê?”.
20. O determinismo é uma das doutrinas mais persistentes na história do pensamento ocidental.
Expõe as teses nucleares do determinismo radical.
Cenário de resposta
20. As teses centrais da teoria determinista radical podem ser expostas nos termos que se seguem: não
existem acontecimentos sem causa; tudo no universo é constrangido e predizível; dadas as mesmas
condições, as mesmas causas produzem inevitavelmente os mesmos efeitos, existindo, portanto, uma
ligação necessária e indestrutível entre os efeitos e os acontecimentos que os precederam; não existe no
universo espaço para a liberdade da vontade.
Cenário de resposta
21. O determinismo é uma hipótese forte, já que parece consistente com a maneira como o mundo funciona
realmente: os cientistas podem mostrar-nos que todos os fenómenos que conhecemos do universo, até ao
momento, têm uma explicação, uma causa. Acontece, porém, que, muito embora o determinismo seja uma
hipótese forte, é simultaneamente uma hipótese que nos assusta. Porquê? Porque, se o determinismo for
verdadeiro, teremos de abandonar a nossa crença na liberdade da vontade e esta é uma crença que não
desejamos perder.
Cenário de resposta
22. Os libertistas são incompatibilistas porque, à semelhança dos deterministas radicais, afirmam a
impossibilidade de conciliar determinismo e livre-arbítrio. Porém, enquanto os deterministas recusam o livre-
arbítrio, os libertistas rejeitam o determinismo: o ser humano é livre e o determinismo é falso.
Cenário de resposta
23. Para o compatibilismo, ou determinismo moderado, somos livres quando as nossas ações são
determinadas (causadas) mas não constrangidas (forçadas). Somos livres quando as nossas ações se
baseiam nos nossos próprios desejos, sem que sejamos forçados, interna ou externamente, a realizá-las.
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TEMA III | METAFÍSICA
Por grande que seja a nossa programação biológica ou cultural, nós, seres humanos, podemos
acabar por optar por algo que não está no programa (pelo menos que lá não está totalmente).
Podemos dizer «sim» ou «não», «quero» ou «não quero». Por muito apertados que nos vejamos
pelas circunstâncias, nunca temos um só caminho a seguir, mas sempre vários. Quando te falo
de liberdade é a isto que me refiro. Ao que nos diferencia das térmitas e das marés, de tudo o
que se move de modo necessário e irremediável. É verdade que não podemos fazer tudo o que
quisermos, mas também é certo que não estamos obrigados a querer uma coisa só.
24.1. Partindo do texto, diz qual a posição defendida pelo autor em relação ao debate
determinismo versus liberdade.
24.2. «É verdade que não podemos fazer tudo o que quisermos, mas também é certo que não
estamos obrigados a querer uma coisa só.» Apresenta as posições a que se opõe a afirmação de
Fernando Savater.
Cenários de resposta
24.1. O excerto permite-nos concluir que Savater defende uma posição compatibilista, uma vez que afirma
a possibilidade de sermos livres, apesar da «programação» biológica e cultural.
24.2. A posição defendida por Savater opõe-se simultaneamente ao determinismo radical («não estamos
obrigados a querer uma coisa só», temos ao nosso dispor alternativas de ação) e à ideia de uma liberdade
completa, absoluta, indeterminada («não podemos fazer tudo o que queremos», estando à partida
limitados).
Cenários de resposta
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25.1. Não. A ação é um gesto, ou conjunto de gestos, que implica intencionalidade. Toda a ação é um
gesto, mas nem todos os gestos são ações.
25.2. A concentração implica intencionalidade, é dirigida para uma finalidade e imputável a um agente.
26. Lê, atentamente, o texto seguinte.
O mesmo mergulho aparente pode ser deliberado (o ator mergulha, deliciado, na água azul)
como não deliberado (o ator escorrega infelizmente no rebordo da piscina ou da falésia). Na
maior parte dos casos, podemos observar uma diferença fenoménica: o mergulho e a queda são
duas posturas típicas muito diferentes uma da outra. Um corpo tenso e afusado é a marca
tradicional do mergulho no momento de entrar na água. Um corpo agitado e desequilibrado é
aquilo que se espera no momento da queda.
Cenários de resposta
26.1. O mergulho deliciado na água azul.
26.2. Um movimento voluntário e algo que fazemos sabendo e querendo fazê-lo (por exemplo, mergulhar
intencionalmente). Já um movimento involuntário é algo que nos acontece, que fazemos sem querer (por
exemplo, escorregar no rebordo da piscina).
Imagina-te a descer por uma rua, metido na tua própria vida, quando és subitamente
confrontado por um assaltante. Sem consideração pelos teus desejos ou sentimentos na
questão, ele deita-te ao chão, tira-te a carteira e afasta-se calmamente enquanto tu ficas a
tratar das tuas feridas. Se existe tal coisa como uma ação livre, esta foi uma.
Roger Scruton (2007). Guia de filosofia para pessoas inteligentes. Guerra e Paz. p. 122.
Cenário de resposta
27.1. Ao pensamento que considera e avalia razões práticas chamamos deliberação. O ladrão age
deliberadamente em função de razões que servem, neste caso, apenas o seu interesse próprio. Uma decisão
é racional se resulta de um processo de deliberação cuidadoso.
28. Se o Sérgio dá uma bofetada ao Alberto quando visava a cara do Raul, esta bofetada:
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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA III | METAFÍSICA
Cenário de resposta
28. (D).
29. Uma não-ação é algo que:
(A) Nos acontece.
(B) Fazemos deliberadamente.
(C) Fazemos intencionalmente.
(D) Fazemos voluntariamente.
Cenário de resposta
29. (A).
30. Quando Aristóteles aperta as sandálias antes de sair, os seus motivos são:
(A) Os processos neurofisiológicos que dão origem a este movimento.
(B) As razões que explicam o movimento: desejar arranjar-se para sair.
(C) As finalidades ou propósitos que visa atingir com o seu ato.
(D) Os meios que utiliza para realizar corretamente este ato.
Cenário de resposta
30. (B).
Cenário de resposta
31. (B).
Cenário de resposta
32. (D).
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TEMA III | METAFÍSICA
33.2. Desenvolve, a partir do texto, o que se entende por relação causal (ou de causalidade).
Cenários de resposta
33.1. O problema do livre-arbítrio versus determinismo surge devido a uma aparente contradição entre duas
ideias igualmente plausíveis. A primeira é a ideia de que os seres humanos têm liberdade para fazer ou não
fazer o que querem. A segunda é a ideia de que tudo o que acontece no universo é causado, ou
determinado, por acontecimentos ou circunstâncias anteriores.
33.2. A relação causal, ou de causalidade, define-se como uma relação na qual um determinado fenómeno
ou estado de coisas (o efeito: por exemplo, uma luz que se apaga) é consequência de outro (a causa: por
exemplo, alguém ter carregado no interruptor). Segundo o texto, o nosso comportamento, tal como tudo no
universo, é resultado de relações causais.
Cenário de resposta
34.1. O determinismo radical sustenta que o determinismo é verdadeiro e incompatível com o livre-arbítrio.
Para o determinismo radical, as nossas ações, tal como tudo no universo, são causalmente determinadas. O
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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
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determinismo radical sustenta que as causas (internas e externas) que determinam a nossa conduta são
suficientes para explicá-la, deixando em aberto um único futuro possível. Sendo assim, todo o nosso
comportamento é constrangido e predizível e a liberdade é uma ilusão. O determinismo radical, ao defender
a inexistência do livre-arbítrio, nega, consequentemente, a possibilidade de atribuir responsabilidade moral a
quem praticou a ação.
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