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Ensaio Filosófico

Índice

Problema: Existência de Deus ....................................................................................................... 3

Importância de explicar o problema .............................................................................................. 3

Divindade Teísta de Deus ............................................................................................................. 4

Argumentos que sustentam a crença em Deus .............................................................................. 5

Argumentos contra a crença em Deus ........................................................................................... 6

Conclusão ...................................................................................................................................... 7

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Problema: Existência de Deus

Argumentos contra e a favor da existência de Deus têm sido propostos por filósofos, teólogos,
cientistas e outros pensadores ao longo da história. Os argumentos para a existência de Deus
normalmente incluem questões metafísicas, empíricas, antropológicas, epistemológicas ou
subjetivas. Os que acreditam na existência de uma ou mais divindades são chamados de teístas,
os que rejeitam a existência de deuses são chamados ateus.

A discussão filosófica no ocidente da existência de Deus começou com Platão e Aristóteles, que
formularam argumentos que hoje podem ser classificados como cosmológicos. O campo da
teodiceia surgiu a partir de tentativas para responder a esta pergunta. Descartes que disse que a
existência de um Deus benevolente era logicamente necessária, e Immanuel Kant, que
argumentou que a existência de Deus pode ser deduzida a partir da existência do bem.

Alguns ateus afirmam que os argumentos para a existência de Deus fornecem justificação
insuficiente para acreditar. Além disso, outros afirmam que é possível contestar afirmativamente
a existência de Deus, ou de certas características tradicionalmente atribuídas a Deus como a
perfeição.

Importância de explicar o problema

Qualquer pessoa compreende superficialmente a pergunta que dá título a este capítulo. Porquê
superficialmente? Porque, enquanto não se explicar o que se entende por «Deus», a pergunta é
demasiado vaga.

Ao longo da história da humanidade, foram surgindo várias conceções de deuses — dos pré-
históricos aos da Grécia da Antiguidade, passando pelos deuses do Egito clássico e também da
China e da Índia, dos astecas e dos maias, entre tantos outros. Quando se pergunta se Deus existe,
qual desses inúmeros deuses se tem em mente?

Na Europa, desde o século IV que divindade cristã ganhou proeminência cultural, política, social
— e também filosófica. E é por isso que na filosofia europeia, aquela que está aqui em causa, se
entende quase sempre a pergunta deste capítulo tendo em mente exclusivamente o conceito teísta
de divindade.

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Divindade Teísta de Deus

Existem, no universo das crenças, diferentes tipos de divindades e ainda, variantes dentro das
próprias crenças.

Um ser omnipotente é o mesmo que ser todo-poderoso. Assim, ser omnipotente é ter o poder de
fazer tudo o que é possível fazer. Ser omnisciente é o mesmo que ser sábio. As divindades
omniscientes sabem tudo o que é possível saber. Isto não significa que sabem realmente tudo,
porque há várias coisas que é impossível saber feito. As divindades sumamente boas só fazem e
querem o bem. Isto significa que uma divindade sumamente boa não promove ou faz coisas más;
porém, talvez algumas coisas más sejam consequências inevitáveis das boas que a divindade
promove.

Uma divindade criadora é a autora de toda a realidade espácio-temporal; criaram o Universo, com
tudo o que contém, e não apenas algumas partes do Universo. Isto não significa que criaram cada
coisa individualmente; talvez isso seja assim ou talvez não — talvez tenham criado o Big Bang,
por exemplo, de maneira a garantir que mais tarde surgissem naturalmente planetas e seres
humanos.

As divindades transcendentes são distintas do Universo, ou seja, estão para lá dele; não são
imanentes, ou seja, não são o próprio Universo, nem sequer quaisquer partes do Universo. Isto
não significa que estejam para lá da realidade; o que significa é que a realidade não se reduz ao
Universo espácio-temporal.

As divindades que são pessoas têm estados mentais (pensam, querem e sentem) e agem de acordo
com esses estados; não são meras forças da natureza, como a trovoada ou um ciclone. Isto não
significa que sejam pessoas humanas; são pessoas, mas divinas.

As divindades só são teístas quando têm todas estas características em conjunto, além de outras.
Uma divindade que tenha apenas algumas delas, mas não todas, não é teísta. Por outro lado, em
religiões diferentes presta-se culto a diferentes divindades teístas. A divindade judaica é diferente
da cristã, que por sua vez é diferente da islâmica — mas as três são teístas. O que as torna
diferentes são outras características que não cabe aqui referir. Quando se especificam estas
características das divindades teístas, não se está disfarçadamente a pressupor que existe
realmente uma divindade que seja assim; talvez não exista divindade alguma, teísta ou não; ou
talvez existam divindades, mas que não sejam teístas porque não têm uma ou mais das
características especificadas. O que interessa é explicitar com algum rigor o que se entende quase
sempre na filosofia europeia com a palavra «Deus». É importante não confundir o teísmo com o

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deísmo, que é a ideia de que o Universo tem origem numa divindade criadora que não tem outras
características teístas, como ser uma pessoa sumamente boa. Tanto o deísmo como o teísmo são
formas de monoteísmo porque se considera em ambos os casos que só há uma divindade
propriamente dita (ainda que talvez existam outras entidades sobrenaturais, como demónios e
anjos). Assim, contrastam ambas com o politeísmo, que é a crença de que existem várias
divindades. O henoteísmo é uma forma de politeísmo na qual se reconhece a existência de várias
divindades, mas se presta culto apenas a uma delas.

Argumentos que sustentam a crença em Deus

Vários argumentos cosmológicos estreitamente relacionados para a existência de Deus baseiam-


se na aparente necessidade de o universo como um todo ter uma causa. Parecem existir três
possibilidades. Ou o universo começou a existir por si; ou existiu desde sempre; ou, então, foi
trazido para a existência por alguma força ou ser extremamente poderoso. Geralmente, aqueles
que acreditam em Deus acham incrível que o universo possa ter chegado à existência apenas por
si e igualmente incrível que possa ter já existido durante uma quantidade infinita de tempo.
Acreditam que um ser extremamente poderoso, Deus, o deve ter criado. Esta é uma das razões
que as pessoas dão com mais frequência para acreditar em Deus.

Os argumentos que tentam provar que tem de haver um Deus porque tem de haver um criador do
universo são chamados de provas cosmológicas da existência de Deus. Em geral são argumentos
que tentam provar que tem de haver uma “primeira causa” de todo o universo — nomeadamente,
Deus.

Um argumento ontológico é qualquer argumento que defende a existência de Deus através da


ideia de que Ele é obrigatoriamente um ser perfeito e, portanto, deve existir. Os critérios para a
classificação de argumentos ontológicos não são exatos e amplamente aceites, mas eles
geralmente partem da definição de Deus e chegam à conclusão de que a sua existência é necessária
e certa. Esse tipo de argumento é unicamente um raciocínio a priori e faz pouca ou nenhuma
referência a posteriori, de cunho empírico.

Um argumento teleológico da existência de Deus, também chamado de argumento da criação ou


prova psicoteológica, é um argumento a posteriori para a existência de Deus com base na criação
aparente e propósito na natureza, para além do âmbito de qualquer atividade humana. Vários
conceitos de teleologia são desenvolvidos por filósofos antigos e clássicos, como Platão, que

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propôs um artífice divino, outros, nomeadamente Aristóteles, rejeitaram essa conclusão em favor
de uma teleologia mais naturalista.

Argumentos contra a crença em Deus

Na filosofia da religião, o problema do mal é a questão de como conciliar a existência do mal


com o de uma divindade que é, tanto em termos absolutos ou relativos, onipotente, onisciente e
benevolente. Um "argumento do mal" tenta mostrar que a coexistência do mal e tal divindade é
improvável ou impossível se colocado em termos absolutos. As tentativas de demonstrar o
contrário tradicionalmente têm sido discutidas sob o título de teodiceia.

A Aposta de Pascal é uma proposta argumentativa de filosofia apologética criada pelo filósofo,
matemático e físico francês do século XVII Blaise Pascal. Ela postula que há mais a ser ganho
pela suposição da existência de Deus do que pela não existência de Deus, que uma pessoa racional
deveria viver a sua vida de acordo com a perspetiva de que Deus existe, mesmo que seja
impossível para a razão nos afirmar tal.

Leibniz sustenta que as leis do pensamento possuem validade absolutamente universal, o que
significa que entre Deus e nós há um terreno lógico comum. Caso contrário, não seria viável
fornecer a justificativa tanto teórica como moral do mundo, isto é, não haveria uma razão
suficiente da criação. Mas mais do que isso, uma vez que entre todos os espíritos – incluindo a
inteligência humana e a divina – há uma certa relação de conveniência, a razão, definida como
encadeamento de verdades não deve ser contrária à fé, mas, ao contrário, deve fundamentá-la,
distinguindo o cristianismo das demais religiões e justificando sua superioridade. Ou seja, a
contraposição à afirmação de Descartes segundo a qual as verdades necessárias e eternas são,
juntamente com o mundo, criadas, possui em Leibniz, mais do que uma implicação
epistemológica, o papel de uma dupla justificação moral, a saber, com relação à criação, por um
lado, e à religião cristã, por outro.

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Conclusão

Será um tema que perdurará em discussão, mas com o desenvolvimento intelectual, a par, de
novas descobertas científicas, poderemos chegar a outros patamares, aperfeiçoando fundamentos.
A ciência trabalha com a verdade, enquanto a religião, com a autoridade, e saindo vencedora, a
ciência que propõe e prova, imparcialmente, no mundo contemporâneo, livre, em prol do nosso
desenvolvimento intelectual, essencial. Esta questão leva-nos à mais alta altitude em termos do
nosso sentido existencial, concluo, com a afirmação a que sou mais partidário, produzindo o
veredicto "por demonstrar", mas plausível.

Em suma, o que tentamos considerar através deste ensaio é que a crença em Deus não pode ser
descartada como irracional, não razoável, ou como uma crença de algum tipo de padrão inferior.
Ela é racional, e pode ser atacada apenas como uma crença não garantida, já que para ser garantida
ela deve ser verdadeira. Assim, a garantia da crença em Deus não pode ser decidida
epistemologicamente, mas metafisicamente.

Portanto, na ausência de bons argumentos que mostrem sua falsidade, podemos muito bem
sustentá-la como verdadeira. E se ela for verdadeira, pode ser considerada como garantida.

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