Você está na página 1de 7

Será que Deus existe?

Religião

Constitui um dos aspetos


fundamentais da civilização humana.

Alguns problemas discutidos no âmbito da filosofia da religião:

✓ Há boas razões ou provas a favor da existência de Deus?


✓ Se não as há, é, ainda assim, racional ou apropriado acreditar que
Deus existe?
✓ A existência de Deus é compatível com a existência do mal?

1.O problema da existência de Deus e o conceito teísta de Deus.


Filosofia da religião

Exame crítico

dos conceitos religiosos fundamentais. das crenças religiosas fundamentais.

Os conceitos de: As crenças de que:


✓ Deus; ✓ Deus existe;
✓ fé; ✓ há vida após a morte;
✓ milagre; ✓ há predestinação.
✓ omnisciência.

1
Problema da existência de Deus

Será que Deus existe?

Neste caso, referimo-nos ao Deus da conceção Teísta.

✓ Monoteísmo- Crença na existência de um único Deus.


✓ Politeísmo- Crença na existência de uma pluralidade de deuses,
sendo venerados vários.
✓ Henoteísmo-Culto prestado a um só Deus, mas sem excluir a
existência de outros.

Teísmo

É uma forma de monoteísmo.


O judaísmo, o cristianismo e o
islamismo (ou islão) defendem
a existência do Deus da
conceção teísta.

Doutrina filosófica que afirma:

• a existência de um Deus pessoal, único, transcendente,


sumamente bom, criador e governador do mundo (mas
distinto e independente deste), omnipotente, omnisciente,
eterno, auto-existente, etc.
• defende que é possível provar racionalmente a sua existência.

2
Principais atributos de Deus- conceito teísta de Deus
✓ Omnipotente : é todo-poderoso, ou seja, tem um poder ilimitado
(embora apenas dentro do que é possível fazer-se).
✓ Omnisciente : é sumamente sábio, isto é, sabe tudo o que é possível
saber-se.
✓ Sumamente bom : é moralmente perfeito, só faz e só quer o bem.
✓ Criador : criou o mundo e, segundo vários filósofos, conserva-o na
existência (criação contínua).
✓ Transcendente : é de uma natureza superior e encontra-se separado do
mundo, sendo distinto e independente dele.
✓ Pessoal : é uma pessoa – mas não uma pessoa humana, e a sua relação
com o ser humano é de carácter pessoal.
✓ Auto existente : tem na sua própria natureza a explicação da sua
existência.
✓ Eterno : Tem existência temporal interminável, sem começo nem fim,
ou nem sequer está sujeito à lei do tempo.

Outras concessões de Deus

Panteísmo Deísmo

Deus e o mundo são a mesma Deus criou o Universo e as


realidade, formando uma leis da natureza, mas não
unidade. Deus é interior ou intervém no mundo.
imanente ao mundo e não se
distingue dele.

3
Outras perspetivas acerca da existência de Deus

O Deus teísta não existe. (Neste


sentido, o ateísmo opõe-se ao teísmo.)

Ateísmo

Agnosticismo
A razão humana é incapaz de justificar
a crença de que o Deus teísta existe ou
a crença de que ele não existe.

2. Argumentos sobre a existência de Deus


Ao procurarem justificar a crença de que Deus existe, os filósofos
desenvolveram argumentos que podem ser divididos em argumentos a
posteriori e argumentos a priori.
✓ Argumento a posteriori- Argumento que parte da experiência
sensorial.

Argumento cosmológico (Tomás de Aquino): Baseia-se no facto de o


Universo existir.
Argumento teleológico (William Paley): Parte do facto do mundo
exibir ordem e finalidade.

✓ Argumento a priori- Argumento que assenta em premissas que


podem ser conhecidas independentemente da experiência.

Argumento ontológico: Parte simplesmente de um conceito de Deus.


Argumento do apostador ou a aposta de Pascal

Trata-se de um argumento que não procura demonstrar a existência de


Deus, mas mostrar que um apostador sensato deverá “apostar” nessa
existência.

Este argumento sublinha que o mais racional é maximizar os ganhos


possíveis e minimizar as perdas possíveis. A melhor forma de o
conseguir é acreditar que Deus existe.
4
A aposta de Pascal é a atitude de apostar na crença, por ser esta a mais
vantajosa e a melhor, em termos de previsíveis consequências práticas.

5
3. O argumento do mal para a discussão da existência de Deus

Problema do mal

Consiste na dificuldade em reconciliar a existência de mal no mundo,


sobretudo de mal aparentemente gratuito ou sem sentido, com a
existência do Deus teísta.
Mal Moral- É o mal causado pelos seres humanos, através de ações mais
ou menos deliberadas (como assassínios, guerras, roubos, mentiras e
torturas), traduzindo-se no sofrimento de outros seres humanos e
também de animais.
Mal Natural- É o mal resultante de forças e causas naturais ou de fatores
externos ao controlo humano (como terramotos, cheias, fomes, doenças
e incêndios), ainda que ele possa ser aumentado pela ação negligente ou
incompetente do ser humano.

Uma vez que dificilmente poderemos negar a existência do mal no


mundo, parece que temos de rejeitar a crença no Deus teísta.

• Se Deus existe, então o mal não existe.


• O mal existe.
• Logo, Deus não existe.

6
Mal

Justificado: É o mal que conduz a Sem sentido ou gratuito: É o mal que


um bem superior, que seria Deus (se existe) poderia ter impedido sem
inalcançável sem esse mal. com isso perder um bem superior ou ter de
permitir um mal equivalente ou pior.

• Provavelmente, há males sem sentido.


• Se Deus existe, não há males sem sentido.
• Logo, provavelmente, Deus não existe.

A constatação da existência de males


aparentemente gratuitos parece fornecer-nos
uma boa razão para considerar provável que
Deus não exista.

Você também pode gostar