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Problema filosófico: Será que Deus existe?

Religião- Constitui um dos aspetos fundamentais da civilização


humana.

Alguns problemas discutidos no âmbito da filosofia da religião:


• Há boas razões ou provas a favor da existência de Deus?
• Se não as há, é, ainda assim, racional ou apropriado acreditar que
Deus existe?
• A existência de Deus é compatível com a existência do mal?

O problema da existência de Deus e o conceito teísta de Deus:


Filosofia da religião-É a reflexão filosófica que consiste na análise crítica das crenças
religiosas fundamentais.

Filosofia da religião

Exame crítico

Dos conceitos religiosos fundamentais Das crenças religiosas


Exemplos, os conceitos de : fundamentais
Exemplos, as crenças de que:
o Deus
o Fé o Deus existe
o Milagre o Há vida após a morte
o Omnisciência

Quem é Deus? Que ideia temos quando falamos de Deus?


 Um ser único;
 O criador do Universo;
 Um ser separado do Universo (que transcende a realidade material);
 Uma pessoa (que pensa, quer e sente);
 Omnisciente(que sabe tudo);
 Omnipotente (que pode fazer tudo);
 Omnibenevolente (que só deseja o bem moral e é moralmente perfeito)

Teísmo-É uma forma de monoteísmo. O judaísmo, o cristianismo e o islamismo (ou


islão) defendem a existência do Deus da conceção teísta.
Doutrina filosófica que afirma:
 a existência de um Deus pessoal, único, transcendente, sumamente
bom, criador e governador do mundo (mas distinto e independente
deste), omnipotente, omnisciente, eterno, auto-existente, etc.
 defende que é possível provar racionalmente a sua existência.

Principais atributos de Deus – conceito teísta de Deus:


Omnipotente-É todo-poderoso, ou seja, tem um poder ilimitado (embora apenas dentro
do que é possível fazer-se).
Omnisciente-É sumamente sábio, isto é, sabe tudo o que é possível saber-se.
Sumamente bom-é moralmente perfeito, só faz e só quer o bem.
Criador-criou o mundo e, segundo vários filósofos, conserva-o na existência
(criação contínua).
Transcendente-É de uma natureza superior e encontra-se separado do mundo, sendo
distinto e independente dele.
Pessoal-É uma pessoa – mas não uma pessoa humana, e a sua relação com o ser humano
é de carácter pessoal.
Auto existente-Tem na sua própria natureza a explicação da sua existência.
Eterno-Tem existência temporal interminável, sem começo nem fim, ou nem sequer está
sujeito à lei do tempo.

Panteísmo- Deus e o mundo são a mesma realidade, formando uma unidade.Deus é


interior ou imanente ao mundo e não se distingue dele.
Deísmo- Deus criou o Universo e as leis da natureza, mas não intervém no mundo.
Monoteísmo-Crença na existência de um único Deus.
Politeísmo-Crença na existência de uma pluralidade de deuses, sendo venerados vários.
Henoteísmo-Culto prestado a um só Deus, mas sem excluir a existência de outros.
Ateísmo- O Deus teísta não existe. (Neste sentido, o ateísmo opõe-se ao teísmo.)
Agnosticismo- A razão humana é incapaz de justificar a crença de que o Deus teísta
existe ou a crença de que ele não existe.

Argumentos sobre a existência de Deus:


Ao procurarem justificar a crença de que Deus existe, os filósofos desenvolveram
argumentos que podem ser divididos em argumentos a posteriori e argumentos a priori.
Argumento a posteriori-Argumento que parte da experiência sensorial
Argumento a priori-Argumento que assenta em premissas que podem ser conhecidas
independentemente da experiência.

Razão epistémica e prudencial:


Epistémica-descobrir a verdade
Prudencial-aceitar o verosímil e benéfico

Argumento cosmológico:
 Tomás de Aquino apresenta a tese de que Deus é a primeira causa de tudo o que
ocorre no Universo- argumento da causa primeira.
 Baseia-se no facto empírico de o Universo (ou Cosmos) existir.
 Parte da ideia de que todas as coisas e mudanças da natureza foram causadas por
qualquer coisa que lhes é anterior: nada surgiu ou começou a existir sem uma causa.

 Este argumento pressupõe que a cadeia causal não pode recuar


indefinidamente: teremos de chegar a uma causa primeira, que origina toda
a cadeia causal.

• Todos os acontecimentos e coisas no mundo são causados por algo e nada é causa
eficiente de si mesmo.
• As causas são anteriores aos efeitos.

• Ou a série de causas eficientes (a cadeia causal) regride infinitamente, ou existe uma


causa eficiente primeira.

• A série de causas eficientes não regride infinitamente.

• Logo, existe uma causa eficiente primeira – a que chamamos Deus.

Crítica/Objeção ao argumento cosmológico:

 O que terá feito existir o Universo é algo que está fora da nossa experiência, visto
que
está fora do Universo.

Argumento teleológico (argumento do desígnio):

 Parte do nosso sentimento de assombro pelo facto de muitas coisas no mundo


manifestarem ordem e desígnio (propósito ou finalidade).

 Sem o pressuposto da existência de Deus não conseguimos explicar adequadamente a


ordem, a finalidade ou desígnio, a beleza, a complexidade e as maravilhas que há no
Universo.

Argumento da negação do acaso:


(uma das versões do argumento teleológico)

• Ou as maravilhas da natureza ocorreram aleatoriamente, por acaso, ou são o produto


de um desígnio inteligente.

• As maravilhas da natureza não ocorreram por acaso.


• Logo, elas são o produto de um desígnio inteligente.

Argumento do apostador ou a aposta de Pascal:

 Trata-se de um argumento que não procura demonstrar a existência de


Deus, mas mostrar que um apostador sensato deverá “apostar” nessa existência.
 Este argumento sublinha que o mais racional é maximizar os ganhos possíveis e
minimizar as perdas possíveis. A melhor forma de o conseguir é acreditar que Deus
existe.
Crítica/objeção ao argumento apostador:
 Este argumento é inapropriado. Uma crença religiosa baseada em mero cálculo
afigura-se totalmente insincera, interesseira e egoísta.

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