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Analise Teologicamente o pensamento de dois dos

principais autores que tratam da Teologia do Novo


Testamento.

Adriano Bereza da Costa


Instituo Teológico Quadrangular, Guarapuava – PR.
Teologia do Novo Testamento – EAD – 2º ANO

RESUMO
Acredito na palavra de Deus e dou importância ao estudo cuidadoso e a
aplicação precisa das Escrituras. Mas, encontro na palavra do apóstolo Paulo
que diz: “a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Coríntios 3:6), o argumento
para me abster no entendimento da palavra através da revelação pelo Espírito
Santo. Neste trabalho, há a opinião de 2 teólogos renomados com seus
estudos e tendências.

PALAVRAS-CHAVE: Deus, Teologia, Apóstolos

1. INTRODUÇÃO
Rudolf Bultmann nasceu em 20 de agosto de 1884 em uma pequena
cidade de Wiefelstede no norte da Alemanha. Como filho de pastor luterano e
neto de missionário na África seguiu as pegadas de seus ancestrais, iniciando
o estudo da teologia em 1903 (Universidade de Tübingen).O pensamento de
Bultmann está fundamentado em dois pontos: no método hermenêutico (em
ordem cronológica temos: história das formas, pré-compreensão existencial e
desmitologização) e na utilização da filosofia existencialista.
A estrutura geral da obra é coerente com as premissas teológicas de seu
autor. A sua pesquisa foi dividida em três partes: a primeira parte trata das
premissas e motivos da teologia neotestamentária. A segunda, da teologia de
Paulo e João (inclusive das cartas que trazem o nome deste apóstolo) e a
terceira, tem por conteúdo o desenvolvimento da teologia até a Igreja Antiga.
Bultmann, ao contrário de muitos outros teólogos, percebe a multiplicidade das
"teologias" no próprio Novo Testamento. O cânon, para ele, não se apresenta
como unidade sistemática. Pelo contrário, o querigma se expressa em
multiplicidade de formas. Bultmann em sua teologia optou pela exposição da
diversidade dos testemunhos, resistindo à tentação da harmonização
precipitada. E, no entanto, leva a sério a normatividade canônica do Novo
Testamento.
No primeiro capítulo o autor dá início á sua exposição afirmando que a
pregação de Jesus se situa entre os pressupostos da teologia do Novo
Testamento, entretanto, não constitui uma parte dela. Para ele a teologia do
Novo Testamento consiste no desdobramento dos pensamentos nos quais a fé
cristã se certifica de seu objeto, de seu fundamento e de suas conseqüências.
A fé cristã, no entanto, existe só a partir do momento em que existe um
querigma cristão, isto é, um querigma que proclama a Jesus Cristo como ato
salvífico escatológico de Deus, ou seja, Jesus Cristo, o crucificado e ressurreto.
Como isso só viria a acontecer no querigma da comunidade primitiva, e não já
na pregação do Jesus histórico, embora muitas vezes a comunidade tivesse
introduzido, no relato sobre ela, elementos de seu próprio querigma. Portanto,
só com o querigma da comunidade primitiva é que se tem início a reflexão
teológica, começa a teologia do Novo Testamento. Entre as suas
pressuposições históricas naturalmente estão a atuação e a pregação de
Jesus; e é nesse sentido que a pregação de Jesus deve ser incluída na
exposição da teologia neotestamentária (p. 40).
Essa, sem sombra de dúvidas, é a melhor teologia do Novo Testamento
em língua portuguesa disponível hoje no mercado editorial teológico brasileiro.
A explicação concedida pelo autor em toda a sua obra é muito clara, objetiva e
ao mesmo tempo profunda. A editoração do livro realizada pela Editora
Teológica foi muito bem elaborada.
Outro autor de destaque na Teologia do Novo Testamento foi Lohse,
Eduard Lohse nasceu em Hamburgo, Alemanha, em 1924. De 1956 a 1971
trabalhou como professor do Novo Testamento em Kiel e na Universidade de
Gotinga. Em 1971 foi nomeado bispo da Igreja luterana de Hanover.
Atualmente leciona como professor-convidado em diversas universidades da
Europa e nos Estados Unidos. Lohse é um dos biblistas mais renomados de
uma época e lugar tão profícuo para o pensamento teológico que se destacar
era uma tarefa árdua. Lohse apresenta uma exposição clara e concisa de suas
convicções, estando sempre fundamentadas em criteriosa pesquisa histórica.
Analisando todos os contextos (histórico, religioso, geográfico, político,
econômico e social), ele coloca o seu leitor a par dos acontecimentos da época
em que foram escritos os diversos livros bíblicos. A partir da análise histórica, o
leitor adquire condição para notar os detalhes que até então estavam ocultos,
sem sentido e complicados. livro é dividido em dois grandes blocos: o judaísmo
no tempo do Novo Testamento e o ambiente helenístico-romano do Novo
Testamento. O cristianismo surgiu dentre essas duas culturas: a judaica e a
helenista. Nessa cultura helenista está inclusa a influência romana que não se
concentrou na cultura, mas sim, na economia, na política e na infra-estrutura.
A primeira parte da obra de Lohse mostra tudo aquilo que aconteceu
durante o período de mais de 400 anos que separa, na Bíblia, a ultima página
do livro de Malaquias da primeira página do Evangelho segundo Mateus. Esse
período é chamado de período intertestamentário e foi nessa fase que se
desenvolveram os grupos religiosos do judaísmo, o desenvolvimento da
apocalíptica e se reforçou a esperança messiânica. O livro de Lohse em sua
primeira parte mostra também, como o judaísmo se desenvolveu no tempo
desde o cativeiro babilônico até a revolta de Bar Kosba. Esse estudo é
importante para compreendermos os fatores originadores do cristianismo, e
que o mesmo não surgiu do nada, sendo na verdade, o resultado de uma série
de eventos consecutivos e cumulativos que ocorreram na história. Essa
consecução de eventos históricos que contribuíram para o surgimento do
cristianismo e para a vinda de Cristo, Paulo chamou de “plenitude dos tempos”.
Lohse, portanto, faz mais do que apenas analisar o contexto histórico, ele
estuda também a essência filosófica dos grupos religiosos judaicos, traça uma
linha desses grupos e suas cosmovisões até o desenvolvimento do cristianismo
primitivo, ainda analisa minuciosamente essas correntes e suas influências no
arcabouço da fé cristã. Terminando a primeira parte de sua obra, Lohse realiza
uma dissecação da dinâmica social judaica. Mostra as instituições judaicas,
suas festas e comemorações, a Lei e a influência da apocalíptica no modo de
vida dos judeus. Faz ainda um breve relato de duas personalidades judaicas
importantes para o início do cristianismo: Filo de Alexandria e Flávio Josefo.
Essa obra é, portanto, uma importante ferramenta para exegetas que
almejam compreender a mensagem de cada livro do Novo Testamento. Todo e
qualquer tipo de estudo neotestamentário deve ser iniciado após uma boa
análise do contexto e do ambiente os quais os textos estão envolvidos.
CONCLUSÃO
Pelo que já foi dito, deve ter ficado bem claro que não podemos
simplesmente juntar todos os livros do Novo Testamento de forma
indiscriminada, ou considerá-los como uma mina de onde extrairemos as
pedras para a construção de nosso edifício teológico. De fato, seria possível
fazer uma compilação de afirmações teológicas retiradas do Novo Testamento,
o que não passaria de um harmônico apanhado de citações aleatoriamente
extraídas de seus livros. Esse método iria apenas arrancar as afirmações para
fora de seus contextos originais e, portanto, deixaria de proceder a uma análise
mais cuidadosa de suas nuances e variações, aspecto necessário para se
aferir com precisão o que elas pretendiam dizer e quais as suas implicações.

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