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VIVÊNCIA CRISTÃ

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ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

M H B J S i

VIVÊNCIA CRISTÃ
Prof. Sinésio Carlos dos Santos

SGEC - SECRETARIA GERAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

2010
3
SGEC
SECRETARIA GERAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA
Rua Júlio Perneta, 343, Bairro: Mercês - Curitiba-PF) - Fone-Fax [41] 33390272

ELABORAÇÃO
Prof. Sinésio Carlos dos Santos

REVISÃO
Prof. Roberto Carlos de Carvalho Gomes
Prof. Marco Antonlo Teixeira Lapa

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


Eurípedes Mendes

PRODUÇÃO
SGEC-Secretaria Geral de Educação e Cultura da
Igreja do Evangelho Quadrangular
Gestão: Pr. Almir de Paula

Proibida a reprodução parda! ou total desta obra sem a permissão escrita do autor.
VIVÊNCIA CRISTÃ

APRESENTAÇÃO
Se elaborado fosse um gráfico do nível da vida cristã, partindo
das origens da Igreja, receio que se descubra o óbvio, uma linha
descendente que chega aos nossos dias. Este processo
degenerativo da qualidade do Cristianismo é evidenciado em Ap.
2.4,5. A história também evidencia o fato. O tempo deveria tornar
os cristãos mais experientes e produtivos, no entanto, observa-
se um efeito reverso no seio das igrejas. A princípio vê-se um vigor
maravilhoso no fervor e nas atividades eclesiásticas, porém, com
o passar dos dias este arrojo desaparece e não é surpresa até
mesmo o fato de abandonarem a fé, defendida tão arduamente
no princípio.

Observando estes fatos no seio da Igreja, uma parábola vem


a minha mente - a Parábola do Semeador. Sementes à beira do
caminho, sementes sobre as pedras, sementes em meio aos
espinhos e sementes em boa terra. Os que ouviram a Palavra,
mas não a entenderam e são reconduzidos pelo diabo ao mundo.
Outros se achegam ao Cristianismo, porém, não aprofundam sua
vida espiritual e quando pressionados abandonam a fé. Os
vitimados pela sedução do mundo e cuidados da vida cotidiana e
o grupo que cresce e frutifica. Perceba que o fator determinante
para o insucesso da maior parte das sementes encontra-se no
tipo de solo ao qual são submetidas. O solo, sabemos, é o coração Olá, muito prazer!!
dos homens. Logo, precisamos preocupar-nos com o tipo de solo Eu sou o THEO.
temos oferecido a Deus. Caminharemos
juntos nos estudos
O Livro texto de Vivência Cristã foi elaborado do ponto de
de Vivência Cristã.
vista da vida cristã prática, visando provocar reflexões sobre o Desejo a você um
nosso caminhar com Deus, os seus efeitos sobre as nossas vidas, excelente tempo e
sobre a igreja e, sobretudo na sociedade que nos cerca. Dada a um ótimo
grandeza do assunto posso assegurar-lhes que não abarcamos aproveitamento do
aqui tudo o que poderia ser comentado e discutido, mas curso! Creio que
procuramos tocar nas áreas exponenciais e que acabam por atingir Deus estará
áreas secundárias, ou seja, fornecer subsídios para que a partir conosco em todo o
deste estudo, alunos e professores possam extrapolar o conteúdo tempo, e o Espírito
e acrescentar às suas vidas o que mais o Espírito Santo revelar. do Senhor falará
conosco!
No capítulo 1 estudaremos o que é a Vivência Cristã e
assuntos correlatos como a Personalidade e o Caráter, o papel da
Palavra e do Espírito na vida cristã e outros aspectos principais.

No capítulo 2 focalizaremos os relacionamentos, a


necessidade de mantê-los, as heranças de um relacionamento e
também algo dos conflitos interpessoais.

No capítulo 3 será a vez das virtudes cristãs com ênfase no


fruto do Espírito e qualidades de caráter que devem ser cultivas
na vida cristã diária.

No capítulo 4 nos deteremos no assunto Imitando a Deus,


onde a santificação e o Reino de Deus aparecem como elementos
de extrema importância.

No capítulo 5 procuraremos entender um pouco dos dias


atuais e suas influências sobre a Igreja e sobre a vida cristã, bem
como reagira estas influências efetivamente, sem perdera doçura
e sem transigir com a nossa fé.

No capítulo 6, finalmente, um dos assuntos mais importantes


para a vida cristã - a Reconciliação - onde a ênfase está no perdão
vertical e horizontal. Uma retomada da questão dos
relacionamentos e do nosso papel neste mundo.

Caro aluno, esta é uma matéria mais prática que teológica,


embora as questões teológicas se façam presentes. O meu desejo
é que esta disciplina provoque em você, o que aconteceu comigo
ao estudar um material semelhante na década de 80 - uma
mudança radical na forma como eu me relacionava com Deus.
Foi um marco na minha vida cristã. Deus os abençoe.

Bons Estudos!

Prof. Sinesio Carlos dos Santos


VIVÊNCIA CRISTÃ

SUMÁRIO
21
CAPÍTULO 1 - VIVÊNCIA CRISTÃ
21
TÓPICO 1 - O QUE É A VIVÊNCIA CRISTÃ?

21
1 INTRODUÇÃO
21
2 DEFINIÇÃO
21
2.1 PERSONALIDADE X CARÁTER
22
2.1.1 Personalidade
22
2.1.2 Caráter
23
3 O PAPEL DA PALAVRA E DO ESPÍRITO
3.1 A ATUAÇÃO DA PALAVRA NA FORMAÇÃO DO CARÁTER E DA PERSONALIDADE 23
23
3.1.1 A Palavra capacita o cristão para a vida cristã
3.1.2 A Palavra orienta a vida cristã 24
3.2 A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO NA FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE E DO CARÁTER 24
3.2.1 Quais são as formas como o Espírito age na vida do filho de Deus? 24
TÓPICO 2 - CONHECIMENTO DE DEUS 25
1. INTRODUÇÃO 25
2 DEFINIÇÃO 25
3 CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO DE DEUS 26
3.1 É UM ATO CONTÍNUO (OS. 6.3,6; II PE. 3.18) 26
3.2 É O AGENTE DE NOSSA TRANSFORMAÇÃO (II CO. 3:18) 26
3.3 É A NOSSA FORÇA E SABEDORIA (DN. 11.32; SL. 60.12) 26
3.4 É O NOSSO TESOURO (FL. 3.7-11) 26
3.5 É A NOSSA SEGURANÇA (OS. 4:6) 27
3.6 CONHECER O CORAÇÃO DE DEUS 27
3.7 SEMELHANTES A ELE 27
4 COMO CONHECER A DEUS? 27
5 POR QUÊ CONHECER A DEUS? 28
5.1 ELEMENTOS BÁSICOS 28
TÓPICO 3 - REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS 29
1 INTRODUÇÃO 29
2 LEITURA 29
3 O ESTUDO DA PALAVRA 29
4 O PAPEL DA MEDITAÇÃO 30
2.1 ASPECTOS DIVERSOS ACERCA DA ORAÇÃO
2.2 ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE A ORAÇÃO
2.2.1 Oração como submissão, como entrega nas mãos de Deus
2.2.2 Oração como um ato de adoração
É . I 34
2.2.3 Oraçao como um ato criador
.... 34
3 ORAÇAO NO ANTIGO TESTAMENTO
35
4 ORAÇAO NO NOVO TESTAMENTO
34
4.1 O QUE JESUS ENSINOU SOBRE A ORAÇAO
34
4.2 O QUE PAULO ENSINOU SOBRE A ORAÇAO
36
5 TIPOS DE ORAÇÃO
36
6 O PAPEL DA ORAÇAO
.... 36
7 COMO ORAR?
36
7.1 ENTRA NO TEU QUARTO
37
7.2 FECHA A PORTA. O ENCONTRO É SECRETO
7.3 CONVERSE COM O PAI
38
TÓPICO 5 - DEVOCIONAL
DO
1 INTRODUÇÃO
oo
1.1 AUMENTO/ÁGUA °
38
1.2 AR
38
2 UMA VIDA DEVOCIONAL
39
3 DEVOCIONAL DIÁRIO
39
3.1 A HORA CERTA oq
3
4 Elaborando o Devocional Diário
40
RESUMO DO CAPÍTULO 1
41
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 1
42
CAPÍTULO 02 I RELACIONAMENTOS
42
TÓPICO 1 - RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS
42
1 INTRODUÇÃO
2 UM PRINCÍPIO BÁSICO 43
3 A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO 44
VIVÊNCIA CRISTÃ

3.1 APRENDA A OLHAR PARA DENTRO DE SI E BUSCAR RESPOSTAS INTERNAS 44


4 UMA LIÇÃO SOBRE RELACIONAMENTOS 47
4.1 RELACIONAMENTOS DEVEM SER MANTIDOS 47
4.1.1 O nosso reino não é deste mundo 47
4.2 INIMIGOS DOS BONS RELACIONAMENTOS 47
4.2.1 Espírito de Crítica 47
4.2.2lntolerância 48
4.2.3Sofisticação 48
4.2.4 Suspeitas 49
4.2.5 Cinismo 49
4.2.6Preconceitos 49
4.2.7 Reações Rancorosas 49
4.2.8 Orgulho 49
4.2.9 Atitudes de Rejeição 49
4.2.10 Atitude Fechada, Inacessível 50
5 APLICAÇÕES PRÁTICAS QUANTO AOS RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS 50
5.1 RELACIONAMENTOS PODEM SER ROMPIDOS 50
5.2 RELACIONAMENTOS DEIXAM HERANÇAS 50
5.3 RELACIONAMENTOS CONFLITANTES 51
TÓPICO 2 - A FAMÍLIA 52
1 INTRODUÇÃO 52
2 RELACIONAMENTOS FAMILIARES 52
3 UM PRINCÍPIO INTERESSANTE 52
4 UMA CONDIÇÃO DE SUCESSO 53
5 A MANUTENÇÃO DOS RELACIONAMENTOS FAMILIARES 53
5.1 NENHUM SUCESSO NA VIDA COMPENSA O FRACASSO NO LAR 53
TÓPICO 3 - RELACIONAMENTOS COM A LIDERANÇA 55
1 INTRODUÇÃO 55
2 COBERTURA 55
2.1 LIDERANÇA CIVIL 56
2.1.1 Jesus e as autoridades 56
2.1.2 Paulo e as autoridades 57
2.1.3 Direitos 57
2.1.3 Deveres 57
2.1.4 Pedro e as autoridades 58
3 O LIMITE DAS AUTORIDADES CIVIS E RELIGIOSAS 58

9
I UDERANCA ECLESIÁSTICA
59
4.1 OBEDIÊNCIA . * ~
60
4.2 PRESTAÇÃO D£ CONTAS —
1
4.3 SUBMISSÃO
6
TÓPICO 4 - RELACIONAMENTOS PROFISSIONAIS
1 INTRODUÇÃO
6
2 TRABALHO SOB A ÓTICA BÍBLICA
2.1 A ORIGEM DO TRABALHO
63
2.2 DEUS NO AMBIENTE DE TRABALHO
64
2.3 VÍNCULOS PROFISSIONAIS NA BÍBLIA
64
2.3.1 Servos e Escravos
64
2.3.2 Empregados 64
3 DIREITOS E DEVERES DOS EMPREGADORES
65
3.1 DIREITOS
3.1.1 Sobre o tempo contratado "
65
3.1.2 Sobre as habilidades contratadas
65
3.2 DEVERES
65
3.2.1 Respeito
65
3.2.2 Salários
4 DIREITOS E DEVERES DOS EMPREGADOS 66
4.1 DIREITOS 66
4.1.1 Sobre o tempo contratado 66
4.1.2 Sobre as habilidades contratadas 66
4.2 DEVERES 67
4.2.1 Respeito 67
4.2.2 Salários 67
RESUMO DO CAPÍTULO 2 68
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 2 69

CAPÍTULO 03 71
VIRTUDES CRISTÃS 71
TÓPICO 1 - OBRAS DA CARNE 71

1 INTRODUÇÃO 71
2 A BATALHA DE TODO SER HUMANO 71
3 QUALIDADES CRISTÃS 72

10
VIVÊNCIA CRISTÃ

4. AS OBRAS DA CARNE EM SI 74
4.1 PROSTITUIÇÃO 74
4.1.1 Monogamia 75
4.2 IMPUREZA 75
4.3 LASCÍVIA 75
4.4 IDOLATRIA 75
4.5 FEITIÇARIA 76
4.6 INIMIZADES 76
4.7 CONTENDAS 77
4.8 CIÚMES 77
4.9 IRAS 77
4.10 FACÇÕES 78
4.11 DISSENSÕES 78
4.12 PARTIDOS 78
4.13 INVEJAS 78
4.14 BEBEDICES 79
4.15 ORGIAS 79
4.16 COISAS SEMELHANTES A ESTAS 79
TÓPICO 2 - FRUTO DO ESPÍRITO - PARTE 1 81
1 INTRODUÇÃO 81
2. O CONTRASTE ENTRE AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO 81
3. CARACTERÍSTICAS DO FRUTO DO ESPÍRITO 82
3.1 AMOR 82
3.2 ALEGRIA 83
3.3 PAZ 83
3.4 LONGANIMIDADE 83
TÓPICO 3 - FRUTO DO ESPÍRITO - PARTE 2 84
1 INTRODUÇÃO 84
2 BENIGNIDADE 84
3 BONDADE - 84
4 FIDELIDADE 84
5. MANSIDÃO 85
6. DOMÍNIO PRÓPRIO 85
6.1. Áreas de Autocontrole Cristão 85
TÓPICO 4 - QUALIDADES CRISTÃS 86
1 INTRODUÇÃO | 86

11
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

2 A BUSCA DAS VIRTUDES QUE GERAM CRESCIMENTO DE CARÁTER "" g?

2.1 EXCELÊNCIA MORAL - g7

2.1.1 A Ética — g7

2.2 CONHECIMENTO - gg

2.3 PERSEVERANÇA gg

2.4 PIEDADE **"""* gQ

2.4.10 aspecto prático da piedade - gQ

2.4.2 A piedade é uma disciplina espiritual pessoal ^


2.4.3 O crescimento na piedade
91
2.5 FRATERNIDADE -
2.5.1 Crescendo no amor Ágape ...»
92
RESUMO DO CAPÍTULO 3
95
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 3

97
CAPÍTULO 04 - IMITANDO A DEUS -
97
TÓPICO 1 - SANTIFICAÇÂO

97
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITO 98
2.1 O QUE A SANTIFICAÇÂO NÃO É 98
2.1.1 Responsabilidade de Deus 98
2.1.2 Deus retirar o pecado de nossas vidas 98
2.1.3 Deixar o pecado aos poucos 98
2.1.4 Uma mudança física «... 98
2.1.5 A morte aos poucos do velho homem 99
2.1.6 Uma imposição de Deus 99
2.1.7 Não é ter apenas a aparência de piedade 99
2.1.8 Santificação não é fanatismo 99
2.1.9 Santificação não é isolamento 100
3. O QUE É A SANTIFICAÇÃO
3.1 A VONTADE DE DEUS
3.2. A SANTIFICAÇÃO NO VELHO TESTAMENTO
3.3. A SANTIFICAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO 1Q2

3.4. O ESCOPO DA SANTIFICAÇÃO 1Q2

3.5. O TEMPO DA SANTIFICAÇÃO


TÓPICO 2 - REINO DE DEUS

12
VIVÊNCIA CRISTÃ

1 INTRODUÇÃO 104
2 DEFINIÇÃO - 104
3 REINO DOS CÉUS - 104
4 REINANDO EM VIDA 105
TÓPICO 3 - JUSTIÇA - PARTE 1 — 107
1 INTRODUÇÃO 107
2 JUSTIÇA IMPUTADA E JUSTIÇA TRANSMITIDA 107
3 NOVO HOMEM 109
4 FALANDO COMO JUSTO .-. 109
5 ANDANDO COMO JUSTO 110
6 O SALÁRIO DA JUSTIÇA 110
TÓPICO 4 - JUSTIÇA - PARTE 2 111
1 INTRODUÇÃO 111
2 O TEMPO PRESENTE - — — . . . . . 111
3 O TEMPO FUTURO - 111
4 BÊNÇÃO E MALDIÇÃO 112
4.1 PRÁTICAS DE CUNHO PESSOAL 112
4.1.1 Praticar a justiça 112
4.1.2 Andar sinceramente 112
4.1.3 Falar a verdade no seu coração 113
4.1.4 Ter uma só palavra •••• 113
4.1.5 Desprezar os réprobos 113
4.2 PRÁTICAS QUE AFETAM O PRÓXIMO 113
4.2.1 Não difamar com a sua língua 113
4.2.2 Não aceitar nenhum opróbrio contra o próximo 113
4.2.3 Honrar os que temem ao SENHOR 113
4.2.4 Não explorar os necessitados 113
4.2.5 Não receber subornos contra o inocente 114
4.2.6 Segurança 144
RESUMO DO CAPÍTULO 4
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 4

CAPÍTULO 05 - O TEMOR DO SENHOR 119


TÓPICO 1 - COMPROMISSO COM DEUS

1 INTRODUÇÃO

13
2.2.6 Inversão de
. „ , 122
2.2.6.1 As prioridades do cristão casado
, . Z . . 122
2.2.6.2 Prioridades do cristão solteiro
122
2.2.7 Medo
3 FALTA DE COMPROMISSO E SUAS CONSEQÜÊNCIAS ^
123
3.1 NA CONVICÇÃO PESSOAL
123
3.2 NA VIDA ESPIRITUAL
123
3.3 NA VISÃO DO REINO
123
3.4 HIPOCRISIA
123
3.5 NO MINISTÉRIO
123
3.6 APOSTASIA
4 COMPROMISSO E SEUS BENEFÍCIOS 124
4.1 SALVAÇÃO PERFEITA 124
4.2 PAZ VERDADEIRA 124
4.3 PROTEÇÃO DE DEUS 124
4.4 PROSPERIDADE 124
4.5 NECESSIDADES SUPRIDAS 124
4.6 VIDA ABUNDANTE 124
TÓPICO 2 - TEMOR DO SENHOR 125
1 INTRODUÇÃO 125
2 DEFINIÇÃO 126
3 O TEMOR A DEUS APLICADO 127
3.1 COMO ADQUIRIR O TEMOR DO SENHOR? 127
3.1.1 Decisão
3.1.2 Confissão e Clamor
3.1.3 Aprender na Palavra de Deus 12g

14
VIVÊNCIA CRISTÃ

3.1.4 Refrear a língua


128
128
3.1.5 Não mentir
3.1.6 Apartar-se do Mal
3.1.7 Praticar o bem
3.1.8 Procurar a paz e empenhar-se por alcançá-la l2^
3.2 DOIS ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE O TEMOR DO SENHOR 129
3.2.1 Temer a Deus é Viver em Obediência 129
3.2.2 Temer a Deus nos Traz Segurança 129
4 O TEMOR A DEUS DEMONSTRADO 129
4.1 PENSAMENTOS 129
4.2 PALAVRAS 129
4.3 AÇÕES 129
4.4 SENTIDOS CORPORAIS 129
4.5 OUVIDOS 129
4.6 VISÃO 130
4.7 TATO e OLFATO 130
4.8 PALADAR 130
4.9 VIDA FINANCEIRA 130
4.10 USO DO TEMPO 130
4.11 O TRAJAR 130
4.12 RELACIONAMENTO COM O SEXO OPOSTO 130
4.13 NA ATITUDE COM AUTORIDADES 130
5 O TEMOR A DEUS USUFRUÍDO 131
5.1 MISERICÓRDIA 131
5.2 PROSPERIDADE 131
5.3 COMPANHIA DE DEUS 131
5.4 DESEJOS SATISFEITOS 131
5.5 ACEITAÇÃO 131
5.6 LONGEVIDADE 131
5.7 REFÚGIO 132
5.8 SUPRIMENTO DAS NECESSIDADES 132
5.9 ORIENTAÇÃO DE DEUS 132
5.10 PROTEÇÃO DE DEUS 132
5.11 PROMESSA DE CURA 132
5.12 RIQUEZA, HONRA E VIDA
5.13 BONDADE DE DEUS
5.14 ESTÃO NO MEMORIAL DE DEUS

15
ITG - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR 1

133
TÓPICO 3 - VIDA CRISTÃ, ENTENDENDO O TEMPO PRESENTE
1 INTRODUÇÃO
134
2 PÓS MODERNISMO
135
3 Modernidade: o modernismo
4 Deus é destronado 135
137
5 Pós-moderno: o pos-modernismo
139
5.1 A SOCIEDADE DO INÍCIO DO SÉC XXI
140
5. 2 O CONSUMISMO
141
5.3 A LINGUAGEM VISUAL E MUSICAL
141
5.4 O EROTISMO
142
5.5 A FALÊNCIA DA "FAMÍLIA TRADICIONAL"
142
5.6 TRANSFORMAÇÃO
144
6. HEDONISMO
145
7. RELATIVISMO
146
8. SECULARISMO
9. ANTROPOCENTRISMO I47
TÓPICO 4 - MORDOMIA CRISTÃ 148
1 INTRODUÇÃO 148
1.1 A Bíblia e a Mordomia Cristã 149
1.2 IMPORTÂNCIA DA MORDOMIA CRISTÃ 149
1.3 MORDOMIA DO TEMPO 149
1.4 Devoradores do tempo 149
1.5 RECOMENDAÇÕES BÍBLICAS QUANTO AO TEMPO 150
1.6 POR QUÊ DEVEMOS SER ZELOSOS DO NOSSO TEMPO? 151
1.7 ÁREAS IMPORTANTES QUE EXIGEM A ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO 152
2 MORDOMIA DOS BENS E RECURSOS FINANCEIROS 153
2.1 Mordomia dos dízimos 153
2.2 FINALIDADES DO DÍZIMO 152
2.3 Dúvidas comuns sobre o Dízimo 153
2.4 Mordomia das finanças 153
2.5 Mordomia do corpo 154
2.6 Mordomia da Alma 155
2.7 Mordomia do espírito 156
3. Mordomia do Pensamento e das Palavras 157
3.1 Mordomia dos pensamentos 157
3.2 Mordomia das palavras 158
VIVÊNCIA CRISTÃ

159
RESUMO DO CAPÍTULO 5
161
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 5

CAPÍTULO 06 - PERDÃO E RECONCILIAÇÃO 163


TÓPICO 1 - PERDÃO 163

1 INTRODUÇÃO 163
2 DEFINIÇÃO 164
3 A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO 165
4 Perdão aplicado a minha vida 165
4.1 CONSCIÊNCIA 166
4.2 BENEFÍCIOS DA CONSCIÊNCIA LIMPA 166
4.3 ATITUDES DE QUEM NÃO TEM A CONSCIÊNCIA LIMPA 166
4.4 Desculpas para não limpar a consciência 167
4.5 Consciência Limpa 167
4.5.1 PRINCÍPIOS PARA TER CONSCIÊNCIA LIMPA 167
TÓPICO 2 - UMA PARÁBOLA MODERNA 168
1. INTRODUÇÃO 168
2. A INICIATIVA DA RECONCILIAÇÃO 169
3. PERDÃO - EMOÇÃO OU FÉ? 170
4. Outras características do perdão 170
TÓPICO 3 - DEUS ESQUECE? 172
1. INTRODUÇÃO 172
2 PERDOAR É ESQUECER? 172
3 QUANDO EU PERDOO 173
4 QUANDO EU NÃO PERDOO 174
4.1 O PERDÃO É SAÚDE SOB DIVERSOS ASPECTOS 174
RESUMO DO CAPÍTULO 06 175
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 06 177
FINAL 178
REFERÊNCIAS 178

17
VIVÊNCIA CRISTÃ

PLANO DE ESTUDOS
DA DISCIPLINA
EMENTA
Está Disciplina visa abordar aspectos desejáveis na formação do caráter cristão.

OBJETIVO GERAL
Aperfeiçoar o caráter cristão do aluno, o qual pode ser observado e avaliado através
de atitudes, ações e palavras.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS M
1. Compreender que toda ação, palavra ou atitude tem resultados e/ou conseqüências.

2. Entender a necessidade da busca constante do aperfeiçoamento do caráter segundo


o caráter de Deus na vivência diária.

3. Identificar atitudes, comportamentos e ações desejáveis no dia a dia do cristão,


segundo o modelo, padrão e princípios bíblicos.

4. Elencar as práticas que devem fazer parte da vivência cristã do aluno,


fundamentando com o texto bíblico.

5. Incentivar o aluno a refletir a partir dos textos bíblicos sobre os conhecimentos


adquiridos nas aulas, e aplicá-los.

PROGRAMA DA DISCIPLINA

Capítulo 1 - Vivência Cristã


Capítulo 2 - Relacionamentos Interpessoais
Capítulo 3 - Virtudes Cristãs
Capítulo 4 - Imitando a Deus
Capítulo 5 - 0 Temor do Senhor

19
1 INTRODUÇÃO
Antes de iniciar os estudos
desta disciplina, proponho a
seguinte reflexão. Se realizada
fosse uma enquete no local de
trabalho, na escola, na igreja, no
seu lar e uma auto-avaliação sobre
a vida cristã prática, pergunto:

• Que nota você pensa que


receberia dos seus colegas de
trabalho?

• Que nota você pensa que O BOM SAMARTIANO - FONTE: Disponível em

receberia dos seus colegas de imagensbiblicas.wordpress.com/,Em 17 dez. 2009

escola?
• Que nota você pensa que receberia dos irmãos da igreja?
• Que nota você pensa que receberia dos seus familiares?
E finalmente, que nota você daria para si mesmo?

Responda as perguntas acima e anote as respostas num lugar


que não se perca. A idéia é que você refaça as mesmas perguntas
no final da disciplina e até mesmo regularmente, afinal, fomos
chamadas para fazer a diferença e para isto precisamos crescer a
cada dia. Bem vindo ao nosso primeiro Capítulo!

2 DEFINO
i r [ t a arte deViver diariamente tendo como padrão ou referencial a
vida de Cristo/ É a prática diária do aprimoramento do cristão em direção
ao alvo estabelecido por Deus para aqueles que o amam (Rm. 8.29)!]

2.1 PERSONALIDADE X CARÁTER


Para entender como devemos ser afetados pela Palavra e
pelo poder de Deus, precisamos compreender o que é
Personalidade e o que é Caráter.

2 1
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

ato*
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2.1.1 Personalidade . * ^•vvxJWori?. 1T1 «- P^dto,
i. Srrteeü&o-J C&tbkwto, ""'tf
1 jFo conjunto de características psicológicas que determinam a
individualidade pessoal'e social de alguém. A formação da,personalidade
jíV é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo, sofrendo
Anotações ' f)
influências decisivas genéticas ou sócio-ambientais. O termo vem do
Ku&Madji JC W W
latim PERSONA, que significa literalmente máscara, designando a
. ...J^u^nob. âade. "personagem"representada pelos atores no palccí.J
* 'Í^OL^i&.-iSaxx-jí^jsk^^ü-!^
Podemos afirmar então que a Personalidade é a interface do
u . indivíduo com o mundo que o cerca. Embora possa ser
O {PÇjpS* 4 0 JboiSrrwlB' dissimulada, a Personalidade revela o Caráter de um indivíduo.
• ^ ^ vat&tfdw. cfe

2 . 1 . 2 Caráter
H
_ VaOCu*.o ck êtxSdiK gjL-
Do grego chrasso, que é igual a imagem, marca, alguém que
afia, arranha ou escreve numa pedra, madeira ou metal. O caráter
é como uma marca impressa que distingue a pessoa. É uma
espécie de "marca registrada" que cada um de nós constrói, a
partir de nossas escolhas e atitudes diárias{É o conjunto formado \
ou determinado pela maneira de agir de cada pessoalÉ formado
a partir de nossas escolhas, decisões, atitudes, etc j f aquilo que
realmente eu sou, mas que posso mascarar na Personalidade!^
principalmente quando se trata de uma qualidade não louvável.
É importante compreender que Deus não olha a Personalidade,
ou seja, a aparência, pelo contrário, temos inúmeros exemplos nas
Escrituras, onde fica claro que o foco divino está sempre no interior do
homem -1 Sm. 16.7; Jo. 2.24,25; Jo. 3.1-3; Gl. 2.6. Deus olha para o
Caráter. Logo, podemos perceber quejo foco da vida cristã autêntica
passa pela transformação interior do homemlEste conceito é muito
claro e aparece com freqüência ao longo das Escrituras. Veja o que
Deus declara a Moisés no livro de Deuteronômio:

"Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais


endureçais a vossa cerviz" (Dt 10.16)

^ ^ iütenticidade nada mais é do que submetermos a nossa


Personalidade ao nosso Caráterje isto me faz lembrar o título de
um dos livros de Çharjes^R.^Swindoll - Viver sem Máscaras. Para
isto, porém, precisamos estar ajustaBõscom os padrões bíblicos,
afinal ninguém quer mostrar ao mundo as suas mazelas. 0 homem

22 II
VIVÊNCIA CRISTÃ

que dissimula o seu interior com "folhas de figueira" engana-se,


antes de tudo, a si mesmo. Existem estudos acerca da interpretação
dos sinais corporais, de sorte que se pode discernir a verdade por
trás das palavras e dos atos de uma pessoa. Se não podemos
enganar as pessoas, como pensamos poder enganar a Deus, que ^^^^^suâocâs j i P a j o í
tudo vê? Masfèodemos mudar o nosso Caráter? Sim, podemos. E na
medida que esta transformação interior acontece, temos segurança para C-Õueot
viver de forma autêntica, sem máscaras, ou melhor, a nossa máscara, hjJZÜ Êsaãèc UaoCCL— A^nd^ yM. VL^
persona, refletirá o nosso sérjNo tópico a seguir falaremos das duas grandes
cfewUl fJ
fontes de poder e graça para a nossa transformação interior.
(9 Cuyni .*. CL
£'.<& jct^itia c» ocfox ol^
A aki -
3 O PAPEL DA PALAVRA E DG ESPIRITO
^(Êste"|5rocesso de transformação do cristão é operado por tOnrxsJC,
dois elementos insubstituíveis: A Palavra de Deus e o Espírito
Santol Trata-se de uma justa operação que acompanha o filho
de Deus, desde a sua conversão até os últimos dias de sua vida.
^Não temos como trilhar os caminhos de Deus a não ser pelos -jT,
C
meios que Ele nos deu para que o façamos?} uuuua Tos ia

w
3.1 A ATUAÇÃO DA PALAVRA NA FORMAÇÃO DO - -dUte^a^.

CARÁTER E DA PERSONALIDADE
Estamos vivendo uma das maiores crises no seio da Igreja Cristã • iõa> üeafcot» cefciadk^
no que diz respeito a relação dos cristãos com a Palavra de Deus.
Sabendo que|a Bíblia é um dos elementos essenciais ao crescimento na
vida crista^ então estamos diante de um fato muito preocupante. Qual é
a sua relação com a Palavra de Deus? Em quais momentos do seu dia ela
está presente?^ qualidade de nossa espiritualidade, a profundidade de
nossas raízes, tudo está diretamente relacionado com o nível de
envolvimento com as Escrituras, ^ ã o existe vida cristã sem a Bíbli^J"^
Mas qual o papel das Escrituras no desenvolvimento da vida cristã?
Como ela opera em nosso interior?

3.1.1 A Palavra capacita o cristão para a vida


cristã. Hebreus 4.12 diz:
"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do
que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão

23
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO OUADRAIMGULAR

de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para


discernir os pensamentos e intenções do coração

3.1.2A Palavra orienta a vida cristã '


É neste aspecto que se diz que a Palavra de Deus é luz (SI. 119.105).
Afinal ainda vivemos num ambiente de trevas, uma vez que o mundo
jaz no maligno. Paulo, escrevendo a Timóteo, nos dá alguns aspectos
acerca da Palavra_de_Deus. Primeiro, ela é proveitosa para o nosso
ensino, ou seja, temos uma clara orientação para todos os seguimentos
da vida. Elafínfluencia profundamente o nosso ser quando nos
repreende, nos corrige e nos instrui na justiça. Finalmente, ela
influencia no nosso fazer, porque nos aperfeiçoa e nos prepara de
forma perfeita para o exercício das boas obras (II Tm. 3.16^J

3.2 A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO NA FORMAÇÃO DA


PERSONALIDADE E DO CARÁTER
Todo o processo da conversão tem a participação do Espírito
de Deus. Horace Bushnell (1802-1876) fez a seguinte declaração
acerca da relação do Espírito Santo e da Palavra:

£~"Minha própria experiência é de que^ Bíblia é enfadonha quando eu


í\*[iPróprio estou enfadadok Quando estou realmente vivo e leio o texto com
disposição crescente de afinidades vivas, ela se abre, multiplica as
descobertas, e revela profundezas de modo ainda mais rápido que consigo
anotá-las. O espírito do mundo fecha a Bíblia; o Espírito de Deus faz dela v
uma tocha que põe em foco todos os significados e verdades gloriosas."J

3.2.1 Quais são as formas como o Espírito age na


vida do filho de Deus? /
• Ele revela a verdade às pessoas. (II Pe. 1.21);

• Ele noscapacita a fazer a vontade de Deus (I Co. 12.3);

• Ele nos dá poder para realizar o nosso ministério (At. 1.8);

• Ele nos ajudaa-ser. saber e fazer o que Deus Hpçpjajjt 3.5;


II Sm. 23.1,2; Mt. 2.12)
VIVÊNCIA CRISTÃ

TÓPICO 2
CONHECIMENTO DE DEUS
Anotações
1. INTRODUÇÃO
Números 12 narra um episódio conhecido do Velho
Testamento. Arão e Miriã, irmãos de Moisés se sublevam contra
o líder do povo de Israel e levantam o seguinte questionamento:
Deus não falou somente por meio de Moisés, Deus falou também
por meio de nós. O texto fala que Deus ouviu as palavras dos
dois e chamou tanto eles quanto Moisés à porta do Tabernáculo.
Veja o que Deus responde aos dois revoltosos:

"Então disse: Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós


houver profeta, eu, o Senhor, a ele me farei conhecer em
visão, em sonhos falarei com ele. Mas não é assim com o meu
servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa; boca a boca
falo com ele, claramente e não em enigmas; pois ele
contempla a forma do Senhor. Por que, pois, não temestes
falar contra o meu servo, contra Moisés?" - Nm. 12.6-8

Fica claro neste diálogo que existem níveis diferentes de


relacionamento com Deus. Os níveis de relacionamento com
Deus estão diretamente relacionados com a profundidade do—d > J p - . . ~
, . * , r- . , xoto. Vlh<*r
conhecimento que temos d ElejQuanto mais conhecemos uma
pessoa, mais aprofundamos o nosso relacionamento com ela e
esta regra vale também em relação a Deus!) ^

2 DEFINIÇÃO
0 dicionário Michaelis define assim o termo CONHECIMENTO:

1 Ato ou efeito de conhecer. 2 Faculdade de conhecer. 3Idéia,


noção; informação, notícia. 4 Consciência da própria existência.
5 Ligação entre pessoas que têm entre si algumas relações, menos
estreitas que as de amizade. 6 Pessoa com quem se tem relações.1
/
Enfatizamos mais o aspecto da informação sobre um assunto
ou pessoa, do que o relacionamento quando usamos a palavra
Conhecimento., Diferentemente do que ocorre no HeJaraico onde
o vocábulo "YADA" tem um significado mais profundo enfatizando

25
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

o relacionamento da pessoa com o objeto ou com outra pessoa.


Um exemplo que deixa claro este aspecto do termo Conhecimento
na cultura hebraica é Gn 4.1, onde lemos que "...Adão conheceu a
sua mulher Eva..."- conhecer, portantc^para oshebrfíUS, Conhecer
Anotações
descreve ofelacionamento-totime^ritre i im horpem-eiima mulhet^
3&L Â* -jjBIOISSSíjl a.
COteÇblQ- É neste sentido bíblico que abordaremos o Conhecimento de Deus,
pnjOí>t«CLti X-
ou seja, o relacionamento íntimo entre nós e nosso Deus, conhecendo-
o profundamente e não apenas acumulando informações sobre EleJ
^ÊtJ&Z- ÓkAs, OV^nA yja

3 CARACTERÍSTICAS Dü CONHECIMENTO DE DEUS


3.1 É UM ATO CONTÍNUO (OS. 6.3,6; II PE. 3.18]
Começamos a trilhar o caminho do conhecimento de Deus desde
o instante no qual somos tocados pelo Espírito Santo de Deus e nos
f/iwvJíflb. entregamos ao nosso Salvador. A conversão é o nosso primeiro
contato, um primeiro encontro. Nosso relacionamento com Deus
deve crescer a cada dia e nem mesmo a morte põe fim ao mesmo,
porque, depois, dela, ainda permaneceremos com Ele, eternamente.

3 2 É O AGENTE DE NGSSA TRANSFORMAÇÃO [II CO. 3:18) j


£Éicar na presença de Deus muda a nossa vida, muda o nosso
caráter, muda-nos completamente.^uanto mais me exponho a Deus,
mais partilho de sua naturezáj,É comum observar-se que pessoas que
andam muito juntas, tendem a ter hábitos e comportamento idênticos.
^Quando andamos com Deus, tornamo-nos parecidos com Elej,

3.3 É A NOSSA FORÇA E SABEQQBIâ,(DN. 11.32; SL 60.12]


(beus partilha conosco sua graça e sabedoria quando andamos
com Ele e passamos a conhecê-lo melhor^ Podemos contar com
seu poder nas horas críticas. Homens e mulheres que conhecem a
Deus realizam proezas em todos os sentidos. Temos visto exemplos
de homens e mulheres de Deus que mudaram o rumo não somente
de sua vida, mas de muitos. Mudaram a sorte de nações inteiras.

3.4 É O NOSSO TESOURO (FL. 3.7-11]


Não existe nada mais valioso que possamos adquirir neste
mundo que o conhecimento de Deus.

26
VIVÊNCIA CRISTÃ

3.5 É A NOSSA SEGURANÇA (OS. 4:6)


Deus clama por meio do profeta dizendo que o seu povo estava
perecendo por falta de conhecimento, guando não conhecemos
a Deus somos facilmente enredados nos laços do diabo ou das
Anotações
circunstâncias) Em Ef. 4.12-16, Paulo aborda a importância do
conhecimento que nos leva a estatura de varão perfeito. Quem
não conhece a Deus, não tem como exercer plena confiança nas
horas críticas.

f /
3.6 CONHECER O CORAÇÃO DE DEUS
Conhecer o coração de Deus pela convivência em todos os
momentos. Só através de um relacionamento mais profundo
podemos conhecê-LO.
/
3.7 SEMELHANTES A ELE
Somos semelhantes a Deus nos sentimentos, logo podemos nos
comunicar com Ele nesse nível. Somos semelhantes a Ele nos
relacionamentos, logo, se praticarmos em relação a Deus os mesmos
princípios, desenvolveremos uma amizade profunda e duradoura.

4 COMO CONHECER A DEUS?


Antes de responder a esta pergunta, permita-me fazer outra
ainda - É possível conhecer a Deus? Negar que podemos conhecer
a Deus é negar as Escrituras.Sim, mas como^onhecer^a Deus?^
Da mesma forma que conhecemos pessoas - relacionando-nos
com EleBjíão existe relacionamento, seja interpessoal, seja com
Deus, sem investimento de tempo e tempo de qualidade^É muito
difícil conhecer quem não está disposto a se abrir e falar de si
mesmo, porém, Deus tem falado constantemente conosco e de.
divereasformas. Temos a fonte principal desta revelação que é a
Palavra, porém, temos outrosjiieianismos^ cojriujTicação, tais
como: a natureza e a consciência. Deus está se mostrando o
tempo todo e procurando aqueles que desejam conhecê-lo e
crescer neste relacionamento. Leia os versículos abaixo:

"Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a


terra, para mostrar-se forte a favor daqueles cujo coração é
perfeito para com ele/' (2 Cr 16.9S)

27
ITG - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR 1

"Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que habitem


mi-JiHlj comigo; o que anda no caminho perfeito, esse me servirá."(SI. 101.6)
f i l H i ^

Anotações
5 POR QUÊ CONHECER A DEUS?
• Porque Ele tomou a iniciativa de restaurar o relacionamento
com o homem ao enviar seu Filho a este mundo. Ignorar est&,
ação divina é rejeitar um dos convites mais preciosos que
podemos receber de alguém.

• Porque é vantajoso conhecer a Deus. No livro de Amós (2.7),


lemos que Deus não fará coisa alguma sem antes revelar os seus
segredos aos seus servos, os profetas. (Quando conhecemos a
Deus, Ele reparte conosco os seus segredos e seus planos.]] ;

• Porque o resultado de conhecer a Deus é garantir a vida


eterna ao seu lado.

5.1 ELEMENTOS BÁSICOS


j^Jum relacionamento comum podemos dizer com muita certeza
que o elemento básico é o diálogo.fjão se aprofunda o conhecimento
mútuo sem que o diálogo aconteçae diálogo implica em dois agentes
que se alternam como emissores e receptores da mensagem. Logo,
para que o nosso conhecimento de Deus se concretize precisamos
estabelecer uma linha aberta. Precisamos aprender a linguagem de
Deus.(Precisamos aprender a ouvir a Deusj

Falar com Deus é como aprender uma língua estrangeira.


Difícil no primeiro momento, mas à medida que os estudos
avançam e a prática se faz presente conseguimos nos comunicar.
A Palavra fala conosco. Na oração Deus fala conosco e nós falamos
com Deus. Quando mais tenho contato com a Palavra, quanto
mais eu oro, mais os meus sentidos espirituais vão se habituando
a linguagem espiritual e ao longo de um tempo, cada um tem o
Como deve ser o seu, começo a discernir claramente a voz de Deus.
meu tempo com
Deus? Este assunto
será discutido em
detalhes no Tópico 4
deste capítulo.
V I V Ê N C I A CRISTA

TÓPICO 3
I REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS
Anotações
1 INTRODUÇÃO i • JJLÍ.
C XLUkK5Cuí*-<
Qual é a intensidade da nossa paixão por esta Palavra?
Dedicamos quanto tempo a ela diariamente? Temos o simples
hábito de levar conosco um exemplar da Bíblia para a Igreja?
Parece uma pergunta absurda, mas receio que mesmo entre os
alunos de uma escola teológica existam diversos que já deixaram
até esta prática tão simples. Mas é a Palavra de Deus e tem poder
para transformar as nossas vidas. [É impossível ler esta Palavra
com o coração aberto e não ser impactado por ela.J r?

2 LEITURA
A simples leitura da Bíblia é uma prática espiritual
indispensável.

"O Brasil é um país de "não-leitores", afirma artigo publicado


na prestigiada revista britânica The Economistda semana passada
[16/3/06]. O texto é baseado em recente pesquisa sobre
assiduidade de leitura, na qual o Brasil ficou em 279 lugar em
uma lista de 30 países. De acordo com o resultado do estudo, os
brasileiros dedicam apenas 5,2 horas semanais à leitura de livros.

Estes dados mostram um quadro grave da população brasileira


que somente pode ser corrigido pela Educação e mudança de hábitos.
Isto evidentemente afeta a Igreja de Cristo, afinal, a membresia carrega
consigo as heranças culturais do país, porém, (urgei que cada cristão
mude o quadro lutando contra afeitado hábito da leitura.

3 O ESTUDO DA PALAVRA - C
[uma das maneiras mais proveitosas para se conhecer a Bíblia
é estudá-la de forma metódica e continuada!}

Apenas alguns conselhos para quem deseja iniciar um estudo efetivo:

• Reservejim-tompo diário-ou semanal para o estudo - a


regularidade é importante;
• Escolha um local adequado livre de embaraços como
movimentação de pessoas, televisão;

• Adquira os materiais básicos de estudo: caderno, caneta,


lápis. Evidentemente pode-se usar o computador para registrar
os seus estudos. Use o que tiver à mão;

• AdqujrajijponMqs^íblLCos e ^aiínguaçortiiguesa, lembrando


que existem materiais gratuitos para uso na Internet;

• Adquira bons-comentários^bíblicos e livros de apoio.

4 O P A P E L DA MEDITAÇÃO
^ fo meditação na palavra de Deus aprofunda o relacionamento
com Deusl A Bíblia contém uma grande quantidade de textos que
falam a respeito da MEDITAÇÃO e este fato já é o suficiente para
que se saiba de sua importância na vida cristã. Trata-se de uma
atividade de altíssimo nível, requerendo, portanto, dos seus
praticantes fidelidade e disciplina.

"A vida de Meditação é atenta, receptiva e reage ao que Deus


faz em nós e à nossa volta. A pessoa que vive assim pede a
Deus que alcance o seu coração e permite que Ele o toque,
2
apesar de ser prazer ou dor o resultado deste toque".

Ken Gire define assim de modo muito claro a natureza


daquele que busca contemplar a Deus em todo o seu viver e nas
coisas que estão à sua volta. Necessitamos desesperadamente
voltar ou buscar este estilo de vida, fugindo da rotina diária que
nos mergulha em afazeres e nos afasta, não somente de Deus,
mas das pessoas, mesmo daquelas que amamos.

4.1 IMPORTANCIA
Mas qual a importância desta prática para vida cristã? A
Meditação ganha importância na medida em que desejo
experimentara profundidade de um relacionamento mais íntimo
com Deus.

A Meditação nos leva a viajar com o Espírito por caminhos, às


vezes, nunca percorridos por outros, ou mesmo, a percorrer os
VIVÊNCIA CRISTÃ

mesmos caminhos, mas de uma maneira muito pessoal, como se


você fosse o primeiro a fazê-lo. "É uma prática para os que desejam,
com seriedade, ver Deus mais claramente e cuidar dos seus
semelhantes. Viver em reflexão, ou meditação, dá-nos a
oportunidade, durante o dia, de avaliar com mais atenção o que nos
cerca, as pessoas à nossa volta, nós mesmos e Deus. Quanto, porém,
mais rápido for o ritmo de nossa vida, mais oportunidades
perderemos1".

5 MEMORIZAÇÃO
Esta é uma disciplina pouco praticada pelos cristãos na
atualidade.

Um fato importante que os cristãos devem ter bem claro em


sua mente^todos são capazes de memorizarão que muda de uma
pessoa para outra é a velocidade, a quantidade. Ninguém deve
se sentir frustrado por conseguir trabalhar apenas um versículo
por semana. Explore a sua capacidade e seja fiel dentro dela.

0 avanço tecnológico, que leva o homem a uma subutilização


de sua mente numa escala crescente. Os problemas passam a
ser solucionados pelo simples apertar de botões e coisas assim.
As crianças não são incitadas a usar suas mentes, visto que a
maioria dos brinquedos modernos é eletrônica, exigindo pouco
em termos de aprendizado e raciocínio.

A Memorização não é importante somente em tempos de crise


e não precisamos esperar pelos mesmos para começar a praticá-la. 0
cristão que deseja estar acima da média deve praticá-la.

1
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br
1
Meditações para a Vida. Ken Gire.
1
Em um modo filosófico, empirismo é uma doutrina que se baseia na experiência, exclusivamente, como única (ou
principal) fonte de conhecimentos.

31
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

Anotações
1. INTRODUÇÃO
O segundo elemento essencial para o crescimento no
conhecimento de Deus é a oração. ^ oração é a prática espiritual k»
que nos eleva ao trono de Deusle que somada às praticas
espirituais estudadas nos tópicos anteriores referentes à Palavra
de Deus, desenvolvem a nossa vida espiritual, o nosso
relacionamento com Deus e ainda por meio dela, a unção de
Deus flui em nossas vidas. Veja o que diz Atos 4.29-31:

"Agora, pois, ó Senhor, o/ha para as suas ameaças, e concede


aos teus servos que falam com toda a intrepidez a tua
palavra, enquanto estendes a mão para curar e para que se
façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Servo Jesus.
£, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam
reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e
anunciavam com intrepidez a palavra de Deus."

E poderíamos citar dezenas de outros textos que mostram o


efeito da oração na vida pessoal, espiritual e ministerial.fAdquirir' -
o hábito da oração não é tarefa fácil J É uma verdadeira guerra
espiritual e esta realidade pode ser observada na freqüência das
reuniões de oração da maioria das igrejas. .
*0 v •
A vida de oração do cristão não pode depender dos momentos
ou espaços criados nas igrejas. Paulo nos exorta a prarsem cessari
- I Te. 5.17, logo, a oração não é uma prática relegada a alguns
momentos, é um estilo de vida do cristão. Esta vida de oração
contínua deve ter momentos específicos como os que vimos no
Livro de Atos, ou seja, a oração do corpo. Esta vida de oração
contínua deve ter momentos específicos onde eu paro a minha
jornada diária para permanecer aos pés de Jesus de Cristo, aos
pés do Pai. É um hábito difícil de adquirir? ISFão, mas a recompensa
é maravilhosa! Somente quem já experimenta estes momentos
com Deus sabe exprimir sua importância e as delícias que advém
do trono sobre nossos corações e sobre nossos espíritos.

32
VIVÊNCIA CRISTÃ

2 DEFINIÇÃO \
Mas o que é a Oração? [^'Oração é uma prática religiosa comum
a diversas confissões religiosas. É vulgarmente designado como
uma relação, uma conversa ou um ato de reconhecimento e louvor
Anotações
diante de um ser transcendente ou divino1 .jEsta é uma definição
genérica de Oração. Em nosso contexto evidentemente este ser
divino é o próprio Deus. Mas que fique claro que muitas religiões
praticam a oração e infelizmente, algumas delas, levam isto muito
mais a sério que os cristãos, o que é verdadeiramente um vexame
já que a nossa relação não se dá com ídolos ou entidades espirituais
malignas, antes com o próprio Deus vivo e onipotente.

2.1 ASPECTOS DIVERSOS ACERCA DA ORAÇÃO


A oração é momento ímpar na vida do cristão, mas este momento
parece estar perdendo o sentido nos últimos dias?A oração é um
aprendizado e aqueles que pretendem aprender e apreender o seu
significado deve perseverar na sua prática. A oração deve tornar-se^
uma necessidade em nossas vidas, algo que sintamos falta como
sentimos falta de alimento e água, Mas atingir este nível é um trabalho
árduo e desgastante. É uma verdadeira guerra espiritual. Você já
observou que consegue tempo para tudo em sua vida, mas que
normalmente um tempo de oração não está inserido neste tempo?

O apóstolo Paulo, escrevendo aos efésios, disse:

"com toda a oração e súplica orando em todo tempo no


Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a
perseverança e súplica, por todos os santos/ (Ef. 6.18)

Observe que neste texto, Paulo nos exorta a perseverança na


oração e na súplica. Normalmente quando estamos em algum perigo,
mantemos os sentidos alertas. Ficamos vigilantes. Então,^precisamos
urgentemente perceber os perigos que rondam as nossas vidas,
rondam as nossas igrejas, rondam as nossas famílias e nos postarmos
firmemente contra Satanás. E a grande arma da qual dispomos para
revidar estes ataques é a oraçãg. Mas a oração não é somente isto. A
partir do instante que, como vimos anteriormente, ^oração é uma
das formas de nos comunicarmos com Deus e de ouvir a sua voz, ela
se torna imprescindível na construção de um conhecimento sólicto de
Deus e de um relacionamento íntimo com o Pai. Precisamos orai)

33
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

2.2 ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE A ORAÇÃO; 1


2.2.1 Oração como submissão,
como entrega nas mãos de Deus
LQuando oramos, nos rnlocamos nas mãos-de-Deus-P-^
rendemgs-ajle. Ao orarmos declaramos a nossa dependência^)

2.2.2 Oração como um ato de adoração


[jQuando nossas orações transcendem o simples ato de pedir,
então passamos a adorar a Deus e isto pode ser feito tanto coletiva,
quanto individualmente Confiança em Deus, submissão à vontade,
adoração à sua pessoa, louvor as obras divinas, todos estes são
elementos da adoração que se fazem presentes na oração.
j
/O
2.2.3 Oração como um ato criador x
ji
Leia os textos abaixo:

"Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santifkado
seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na tema
como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje/' - ML 6.9-11

(hendo mandado às multidões que se reclinassem sobre a reiva,


tomou os ànco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os
abençoou; e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos
às multidões. Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que
sobejaram levantaram doze cestos cheios."-Mt. 14.19,20}

Em ambos os textos e poderíamos citar muitos outros no Velho e


Novo Testamentos destacam o poder criador da OraçãoiA oração além
de criar, pode também modificar elementos e circunstâncias ao nosso
redor. Satanás conhece muito bem este aspecto criador e modificador
da Oração. Lembra-se de seu primeiro ataque a Jesus na tentação do
deserto? Manda que estas pedras se transformem em pão/]

3 ORAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO X


A oração está presente em todo o Velho Testamento, desde
os seus primórdios, visto que mesmo o diálogo de Adão com Deus
pode ser considerado uma oração, aliás, uma oração e tanto visto

34
i
VIVÊNCIA CRISTÃ

que o diálogo existiu, tendo a participação ativa do homem e da


mulher, ainda que de forma inadequada. Podemos até criticar os
nossos primeiros pais, mas qual de nós, após uma falha '
clamorosa, conseguiu falar e ouvir claramente a Deus? Temos
Anotações
exemplos de orações individuais e coletivas. Temos dezenas de
exemplos de orações que foram respondidas por Deus. Temos até
mesmo modelos de oração estabelecidos por Deus, da mesma
forma como Jesus ensinou a oração no Novo Testamento.

4 ORAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO ? d


4.1 O QUE JESUS ENSINOU SOBRE A ORAÇÃO " %• f ,'
Podemos destacar os seguintes pontos nos ensinos do
Mestre sobre a Oração:
y jS
• Ele jdestacou a paternidade de Deus, £iosso pai bondoso e
generoso: Mt. 7.7-11;
• O indivíduo se reveste de grande valor perante Deus, que
responde às suas orações: Mt. 10.30; 6.25ss e 7.7-11;
• À oração verdadeira é espiritual e não formamüma das
características do Cristianismo que nos foi legado é a sua &
tendência ao formalismo, à liturgia, em detrimento da
manifestação espontânea e livrejio indivíduo?Mt. 6.5-8;
*>A oração tem um grande poder^Mc. 11.23; Mt. 7.20;
oração deve ser feita com fé^Mt. 17.20;
£A oração deve ser perseverante? Lc. 18.1-8; ____
• A oração deve conter elementos de generosidade e de
perdão: Mt. 18.21-35;
• A oração deve envolver coisas práticas e terrenas: Mt 6.11; 7.7-11;
• A oração visa também realidades espirituais: Jo. 17;
• A oração pode solicitar fortalecimento espiritual: Mt. 6.13;
• A oração deve visar o avanço do reino de Deus sobre a
Terra: Mt. 6.10,13;
• O próprio Jesus foi um exemplo de oração: Lc. 5.15; 6.12;
Jo. 12.20-28 e 17.6-19).

/y
4.2 O QUE PAULO ENSINOU SOBRE A ORAÇÃO \
Este apóstolo também deixou ensinamentos diversos sobre a Oração:
• (Orações práticas! Cl. 1.3; 4.12; Fl. 1.4; I Te. 1.2; Rm. 1,9 e Fm. 4;

35
• Oração consiste em adoração individual e coletiva: Ef. 5.19,0.3.16;
• Oração intercessora do Filho: Rm. 8.34; do Espírito Santo: Rm. 8.26;
• A oração requer perseverançafftm. 1530; 0.4.12; Ef. 6.18; I Te. 5.17;
• A oração e ação de graças: Rm. 1.8;
Anotações
<A oração aprofunda nossa comunhão com Deusj, II Co. 12.7;
• A oração visa o benefício e crescimento espiritual de outros
cristãos: Ef. 1.18ss; 3.13ss;
• A oração e a salvação dos perdidos: I Tm. 2.4;
• A oração deve ser feita no Espírito: Ef. 6.18;
• A oração nalguns momentos é um dom do Espírito: I Co. 14.14-16.

| é?
v
5 TIPOS DE ORAÇÃO
• Adoração - Tipo de oração mais elevada, na qual nós
devemos adorar e admirar o caráter de Deus em todas as
circunstâncias sejajri boas ou más. (João 4.23,24; SI. 66.4)
• Ações-de-Graça - Agradecemos pelo que Deus faz, e o que Ele
faz sempre é bom. (SI. 69.30; Fp. 4.6; Cl. 4.2; Tg. 1:13)
• Pgtição^Pedir por nós mesmos, por nossas necessidades.
(Fp. 4.6; I João 5.1)
• Confissão^ Orar a Deus pelos pecados, confessando-os. (Ed.
10.11; Rm. 1(110)
• IntercessãçS - Orar pelos outros ou por outras causas e é
sempre pelos outros e não por nós mesmos. I Tm. 2.1; Tg. 5.16

6 O PAPEL DA ORAÇÃO \
ÍÂ oração, diferentemente da Palavra, nos proporciona um
conhecimento pessoal de DeusfA intimidade com Deus se alcançará
na medida em que o cristão perseverar em oraçãoJ

'r$lftiuf>
7 COMO ORAR?2
Há uma maneira certa de orar. Para Jesus (a oração inicia
quando você se desliga do mundo e adentra na presença do PaQ
A oração só tem significado quando acontece essa interação do
filho com o seu Pai. E o ensino dejesus no texto é assim:

7.1 ENTRA NO TEU QUARTO


"Tu, porém, quando orardes, entra no teu quarto" (v.6)

.IR
Essa expressão nos leva a entender que Jesus recomenda
^ m lugar separado para a oraçãá Esse será o seu refúgio, o seu
lugar sossegado, o seu santuário e local de encontro com o Pai.

Anotações

7.2 FECHA A PORTA. O ENCONTRO É SECRETO

"Tu, porém, quando orardes, entra no teu quarto e, fechada a


porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê
em secreto, te recompensará"

Porta aberta atrapalha a concentração e traz preocupações


desnecessárias.

7.3 CONVERSE COM 0 PAI

"...orarás a teu Pai"

Agora você está no salão do trono de Deus, o todo-poderoso,


o absoluto, o grande e eterno Deus que tem todo poder, força e
majestade. 0 Deus que é fogo consumidor, que é luz e em quem
não há treva nenhuma. Um Deus total e absolutamente santo.

É diante do Pai que você poderá reconhecer: »

• A santidade do Pai — Santificado seja o teu nome


• O reinado do Pai — Venha o teu reino
• A vontade do Pai — Faça-se a tua vontade, assim na terra
como no céu
• A provisão do Pai — O pão nosso de cada dia dá-nos hoje
• O perdão do Pai — E perdoa-nos as nossas dívidas, assim
como nós temos perdoado...
• O livramento e a proteção do Pai — E não nos deixe cair
em tentação, mas livra-nos do mal

1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Oração
1
http://www.ibva.com.br/pdf/RESUMO%20CAP%203%20CEL%200ISCIPUNA%20Anexo.pdf

37
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

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TÓPICO 5 - lo^fíMavrO ••'3-


JUimICUSLO 3M
DEVOCIONAL
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Anotações
* h<üaj\ 2i ,-"<tLn y cfc-y^1 INTRÜDUCACT- T/jt
;
0
Tendo estudado os elementos básicos para crescer no
Á?UêLjXL
conhecimento de Deus, a Palavra e a Oração, passemos a outro ponto
f ^ a *•: - <sma xts,** - *Tmpòí^nte: a aplicação destes elementos de forma prática na vida diária.
: - " ' ' í S e u S n o t c T O U seres dependentes de uma série de elementos vitais:

- J w o . « - « á ^ <v- ^ . 1 ALIMENTO/AGUA
-feaT rAy^ o. meio deles o corpo nutre-se e a saúde do corpo depende
«, . . o de uma conduta adequada na seleção dos alimentos disponíveis.

- (TOOL T^AAJ ixje^Ã aSk CSUxx. 1nOjp


" O. 1 2 AR
íJa i o d o '
Mais crítica ainda é a dependência do
oxigênio. Sem ele duramos apenas alguns
AUMENTO/
ÁGUA
AR minutos.

Esta dependência de alimento, água e oxigênio nos


levam a uma prática diária cujo objetivo final é prover o
que precisamos. (Vejo na vida física uma espécie de
CORPO
parábola da vida espiritual, uma sombra da vida que
Deus espera que cultivemos diante d'Ele.J ^ > ,. t ^
f tyr

2 UMA VIDA DEVOCIONAL u** * 5


Io ciclo da vida espiritual deve ter a mesma regularidade da
vida físicayNosso espírito tem fome e precisa de alimento de água.
Nosso espírito depende da presença de Deus para permanecer
vivo. Não podemos sobreviver sem isso.jOs alimentos depois de
processados pelo organismo dependem do oxigênio para serem
transformados na energia que sustém o nosso corpo, ou seja, a
respiração está intimamente ligada ao ato de alimentar-se. Da
mesma forma, precisamos do Espírito Santo para fazer com a
Palavra de transforme no alimento que o nosso espírito necessita^
A oração é a respiração do espírito. É por meio dela que
recebemos o Espírito Santo em nossas vidas a todo instante.

38
VIVÊNCIA CRISTÃ

Esta é a forma como devemos visualizar a vida devocional. Um


ato de manutenção da vida espiritual que deve ser praticado com a
mesma simplicidade, espontaneidade com a qual cuidamos da nossa
vida física, sabendo que da mesma forma a ausência
de alimentos adequados ou ausência de alimentos PALAVRA ESPÍRITO
e água pode nos levar a morte, a ausência de DE DEUS SANTO
alimento espiritual e do Espírito pode nos levar a
morte espiritual. Não existe como alguém morrer
e continuar perambulando pelas ruas, como se não
tivesse morrido, porém, infelizmente o mesmo não ESPÍRITO

é verdade quanto a vida espiritual. Podemos estar


mortos e nos enganar pensando que ainda estamos
vivos.fepiritualmente falando podem existir muitos mortos vivos
caminhando pelas igrejas e pelo mundo de hojS

Vimos que a alimentação e a respiração renovam o corpo


físico dos elementos nocivos. O mesmo acontece com o nosso
espírito. Quando nos alimentamos,(quando oramos, estamos
promovendo a renovação da vida espiritual á^Tmedida que a
Palavra e o Espírito adentram o nosso espirito, todo o mal é
expurgado. É o processo da santificaçãojèstudado anteriormente.
©JíjúSa li RH |||S'
3 DEVOCIONAL DIÁRIO
O devoçjonâLdiário é a dieta balanceadajiaespír-ito. Esta dieta
inclui a Palavra e Espírito Santo, os quais são "preparados" por meio
da leitura, do estudo, da meditação, da memorização e da oração.

3.1 A HORA CERTA -


iDo mesmo modo que temos horários para a alimentação
física, devemos ter horários para a alimentação espiritual É a
hora de reunião com o Pai. Diante do exposto acima fica clara a
importância do devocional. É uma questão de vida e morte. A
escolha do local, do horário e do período do devocional é de
suma importância. Devemos buscar tranqüilidade, quietude e
privacidade nestas horas. O pastor Luciano Subirá, falando sobre
o devocional diário, conclui assim os seus pensamentos:

4 ELABORANDO O DEVOCIONAL DIÁRIO


A elaboração de um diário devocional deve ser elaborada de

39
ITG - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR 1

acordo com cada cristão, da mesma forma que as necessidades


de alimentação física são peculiares a cada indivíduo. Embora
WmKl alguns aspectos sejam comuns a todos, o conteúdo certamente
variará de um para outro. A disciplina Métodos de Estudo Bíblico
Anotações dará prosseguimento a este assunto, e apresentará todas as
diretrizes para a elaboração do devocional diário.

RESUMO DO CAPÍTULO 01
Neste capítulo você aprendeu as informações básicas sobre
a disciplina e as disciplinas espirituais básicas para a vida cristã.

• Vivência Cristã é arte de viver diariamente tendo como


padrão ou referencial a vida de Cristo.

• As diferenças entre a Personalidade e o Caráter e como


cada um são afetados pelos padrões divinos.

• O Papel da Palavra e do Espírito na formação do caráter e


da personalidade cristã.

• O que é e como crescer e porque crescer no conhecimento


de Deus.

• Quais são os elementos básicos para obter o conhecimento


de Deus.

• O papel da Palavra como elemento básico para o


conhecimento de Deus.

• Como crescer no conhecimento da Palavra

• A oração como elemento básico para o conhecimento de


Deus

• Aspectos gerais da oração

• A vida devocional como um meio de aplicar os elementos


básicos para se conhecer a Deus na vida cristã diária

1
http://wvmoivalho.com/index.php?pagina=estudo&id=65
VIVÊNCIA CRISTÃ

CAPÍTULO 02
l
RELACIONAMENTOS
TÓPICO 1 - RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS

1 INTRODUÇÃO
,|a vida cristã é
uma vida que se vive
em comunidade]
tanto que uma das
advertências da Carta
aos Hebreus é:

"... consideremo-nos
uns aos outros, para
nos estimularmos ao
amor e às boas obras,
RELACIONAMENTOS - FONTE: Disponível em blog.cancaonova.com/.../,
não abandonando a em 17 dez. 2009

nossa congregação, como é costume de alguns, antes


admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes
que se vai aproximando aquele dia." (Hb. 10.24,25)

Igreja é o local onde iniciamos a nossa vida cristã, porém, o §2;


evidentemente, não se limita a ela uma ve^os cristãos estão - ' a, y^^
c
inseridos no mundo onde trabalham, estudam, moram,
compram, vendem^ enfim, vivem todas as situações normais de
um cidadão comum. No meio desta sociedade, na qual sabemos
predominam princípios avessos ao Cristianismo, o cristão éj e
deve ser um referencial para os que o cercam. Fl. 2 . I 5 J

Agora compare a declaração de Jesus em Jo. 13.34,35 com


At. 2.44-47, os textos estão abaixo, na sequencia:

"Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos
outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos
ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus
discípulos, se tiverdes amor uns aos outros."
ITG - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR 1

"Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em


comum. E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam
por todos, segundo a necessidade de cada um. E,
Anotações perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o
pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração,
louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada
dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos."

- Percebe?^) que Jesus estabelece como um princípio maior


$para que os incrédulos sejam atraídos à fé cristã, se cumpre
cabalmente na Igreja de Jerusalém do primeiro século. Logo,
podemos concluir com muita clareza quéfe vida cristã é algo que
deve ser desenvolvido não somente nas questões espirituais, mas
nos relacionamentoge a importância de se perseguir este objetivo
transcende o bem estar pessoal de todos os cristãos, afetando
toda comunidade onde está inserida a Igreja, todo nicho social
onde está inserido um cristão. A lição é muito clara: a prática e
não o discurso faz a diferença. Sabendo, pois, da importância do
desenvolvimento dos relacionamentos na vida cristã, resta-nos saber
como viver e desenvolver relacionamentos saudáveis, dentro e fora
da Igreja, sem, contudo, perder a identidade cristã?)

2 UM PRINCÍPIO BÁSICO
0 Velho Testamento estabelece um princípio imprescindível
para que possamos desenvolver relacionamentos saudáveis e este
princípio foi ratificado por Jesus:

"Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor" (Lv. 19.18) ^

"Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas d
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor" (Mt 22.38^9)

Note que a ordenança - amarás ao teu próximo como a timesmo-


já fazia parte dos princípios e mandamentos divinos deste o Sinai, porém,
ganha notoriedade com o advento e ensinamentos de Cristo.iPara que eu
possa me relacionar de forma equilibrada com os meus semelhantes,
urge que o meu auto-relacionamento seja sadio e adequado]
VIVÊNCIA CRISTÃ

3 A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO
A jornada do autoconhecimento é muito mais complexa e
desafiante do que a maioria das pessoas que iniciam o processo Si!
pode sequer imaginar. Anotações

Ça maior causa de aborrecimentos do ser humano é outro ser


humano? Então para o nosso bem-viver emocional devemos aperfeiçoar
as nossas capacidades de convivência com nosso semelhante^

Ao falar sobre a capacidade de nossos semelhantes em nos


aborrecer estamos falando das frustrações, mágoas e
irritabilidade que nossos semelhantes podem produzir em nós.
Podemos dizer, sem medo de errar que nossas frustrações,
mágoas e irritabilidade, são proporcionais àquilo que esperamos
dos outros; quanto mais esperamos, mais sofremos.

• Fomos dotados de um atributo muito especial: somos capazes de mudar!

Essa é a atitude mais sensata, principalmente porque não se pode


mudar o outro e nem querer que o outro mude para nos satisfazer.

3.1 APRENDA A OLHAR PARA DENTRO DE SI E


BUSCAR RESPOSTAS INTERNAS
|Òlhar para dentro de si mesmo é uma das maiores
dificuldades do ser humano.

Às vezes a fuga de si mesmo decorre do medo de olhar para


dentro de si e descobrir algo negativo e ruim. Todos temos a
capacidade para alcançar nossos objetivos e sermos o que
quisermos, desde que tenhamos consciência do que desejamos)

Uma boa receita para se conhecer mais é saber exatamente aquilo


que quer, quais os objetivos que se está disposto a buscar, os riscos
que se está disposto a correr e trilhar o melhor caminho para isso.

Também é imprescindível libertar-se da necessidade


constante da aprovação dos outros e conscientizar-se que
qualquer coisa que deva ser feita será melhor se depender de
seus próprios esforços e méritos.

Você pode começar examinando sua vida como um


observador. Pergunte-se: você está onde gostaria, com as pessoas

45
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

que gosta, sente-se bem com o que faz, se tem tomado decisões
de acordo com sua vontade".2

Observando este texto à luz da Palavra de Deus podemos


Anotações concluir que Bíblia é sempre relevante e pode afetar a vida do
homem em qualquer época. Um cristão que conheça a Palavra
de Deus e a estude com sinceridade e perseverança, pode
perfeitamente ajudar a todos os que estão ao seu redor, porque
possui a sabedoria de Deus e os princípios eternos por Ele legado
a nós. A partir do tópico 1 começaremos a detalhar um pouco
acerca dos relacionamentos e as diversas áreas onde, diariamente,
precisamos interagir com pessoas. Esta sessão da disciplina é um
ótimo momento para reflexões acerca da qualidade dos
relacionamentos que experimentamos e também para restaurar
q> «y laços que porventura tenhamos quebrado por alguma razão.

A base de nosso estudo sobre relaaonamentos será o texto deb Rs. 4.1-7:

V "Ora uma dentre as mulheres dos filhos dos profetas clamou a


r^f- Eiiseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes
4 que o teu servo temia ao Senhor. Agora acaba de chegar o
credor para levar-me os meus dois filhos para serem escravos.

tt*—*-. t
Perguntou-lhe Eiiseu: Que te hei de fazer? Dize-me o que tens
o^/n casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão
jftfft msm^- uma botija de azeite. Disse-lhe ele: VáCpede-empréstadas
^^asilhas_aJodos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas.
' sr Depois entra, efecha^a porta sobr§ ti e sobreJeusJilhos; deita
m WÊmki ^ t f
^P ,azeite, em todas essas vasilhas, e põe à parte a que estiver
, cheia. Então e/a se apartou dele. Depois, fechada a porta
A^LP-
„*> / sobre si e sobre seus filhos, estes lhe chegavam as vasilhas, e
"Ot* JUL1 M/fll***? /
0 ^ ' e/a as enchia. Cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho:
% «pata-^ Chega-me ainda uma vasilha. Mas ele respondeu: Não há
^^maisvasiiha nenhuma. Então o azeite parou. Veio ela, pois, e
MJ«mv.va/r— o fez saber ao homem de Deus. Disse-lhe eie: Vai vende o
3- íiíoM/n-h jl>oH'z táòêcu azeite, e paga a tua dívida: e tu e teus filhos viveijto resto."

Este texto, tão usado em pregações que tem como tema a provisão
c ,v,na
$ ^qg)p^Vip^ ' ' nos ensinará algo sobre os relacionamentos, uma provisão
divina
-. c L,(sO d/ lOotm n Para 3 nossa
saúde espiritual e emocional. „,. ,, j.À

f*>jci/ tS/\flx

46
VIVÊNCIA CRISTÃ

4 UMA LIÇÃO SOBRE RELACIONAMENTOS


4.1 RELACIONAMENTOS DEVEM SER MANTIDOS
O grande desafio nos dias de hoje é a manutenção dos
relacionamentos e isto em todos os níveis. Percebe-se hoje um
crescimento exacerbado no número de divórcios. Homens e
mulheres perderam a disposição ao diálogo, a negociação. Ninguém
quer abrir mão dp spu ponto ripj^kta E isto não acontece somente
entre cônjuges. Ocorre entre pais e filhos, entre os irmãos em casa e
na igreja, entre patrões e empregados. E "divórcios" estão Jri TI. tceca p"-ica™.>/ ^TSy
acontecendo em todo o lugar, a todo instante. Mas de_queméa
responsabilidade pela manutencão dos relacionamentos: MINHA.
^Manter um relacionamento é como defender uma cidade durante
uma batalha. Sofreremos reveses, com certeza, mas quando a
vitória for consumada, o passado vira história e experiência.
jLL OCI Í!
Quando perdemos um relacionamento, perdemos uma parte de
nós| Os riscos aos quais nos expomos quando entramos num
relacionamento, são infinitamente menores que as bênçãos que
podemos desfrutar ao lado das pessoas. Quando nos fechamos
em nós mesmos, privamo-nos a nós mesmos e aos que poderiam
ser abençoados de alguma maneira pelas nossas vidas.

4.1.1 O nosso reino não é deste mundo


Um princípio que precisa ficar muito claro em nossas
mentes é a diferença clara que existe entre os que servem a
Deus e os que não o servem. Paulo deixa claro em Ef. 2.1-5 que
o curso deste mundo está dominado pelos poder.es das trevas.
logo, fundamentar vidas e relacionamentos nesta base
corrompida e perversa, trará para ambos a influência que vem
do inferno e não do Espírito Santo. Assim, os inimigos do bom
relacionamento certamente não vêm do alto, mas do mundo.
Analisemos tais inimigos com a lente crítica voltada para o nosso
interior. O caminho da mudança é a auto-análise, e não o
julgamento dos que nos cercam.

4.2 INIMIGOS DOS BONS RELACIONAMENTOS <


4.2.1 Espírito de Crítica /
Este é um ponto que considero muito interessante e muito

47
ITG - INSTITUTO TEOLÓGICO Q U A D R A N G U L A R 1

m
mal compreendido, às vezes.jA crítica em si não é algo ruim.
Ruim são os corações e a disposição com a qual alguns se
I^JUlISPiS!^^^^^^ dispõem a criticar. Existe quem nunca se satisfaça com o que o
outro faz ou diz, sempre reprovando de alguma forma o que
Anotações recebem. Seguado-a-Bsieologia; estas pessoas-são amargas. Uma
coisa é certa: cedo ou tarde aqueles que estão perto deste crítico
mordaz se cansarão se colocarão à distância. (Tiago 2.13 diz:

« "forque o juízo será sem misericórdia para aquele que não


—TFs^fiiÊSóu de misericórdia; a misericórdia triunfa sobre o juízo."
*
n Este espírito de crítica pode manifestar-se de diversas formas como:

cdp • Observações descaridosas ou negativas;


y
• Olhares de censura ou condenação.

4.2.2 Intolerância ^
Paulo, escrevendo aos efésios, diz:

"Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como


é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a
humildade e mansidão, com ionganimidade, suportando-vos
uns aos outros em amor, procurando diligentemente guardar
a unidade do Espírito no vínculo da paz."

Observe que somos estimulados a "suportar-nos uns aos


outros". Basta este texto para que compreendamos que todos
somos integralmente falhos e imperfeitos. Logo, deveríamos ser
mais tolerantes com as falhas alheias. Porém,jos ciscos nos olhos
de outros sempre parecem enormes aos nossos olhos. Alguém
disse certa vez com muita propriedade: "Usamos lupas para
analisar as falhas dos outros e microscópios para ver as nossas".

4.2.3 Sofisticação
Embora este vocábulo tenha muitos significados, nos
interessa aqui os seguintes: ato ou efeito de fraudar, enganar;.
falsificação, fraude; a coisa ou substância falsificada; excessiva
sutileza; falta de naturalidade; afetação3.(Relacionamento algum
sobrevive onde não existe afeto] onde predomina a falsidade.
VIVÊNCIA CRISTÃ

fés
4.2.4 Suspeitas
Uma das características do amor (1 Co 13.5d) é "nãosuspeita mai", ,\J
'S®

K f
4.2.5 Cinismo rJJ^ Anotações

jÒ cinismo é "a atitude ou caráter de pessoa que revela


descaso pelas convenções sociais e pela morai vigente;
impudência, desfaçatez, descaramento'^ vida cristã, como visto
no início deste tópico, é distinta dos padrões seculares, logo, não
admite e não pode admitir quem despreze os seus valores e
jocoso se faça em relação ao que se crê ser a regra de conduta e
filosofia de vida ideal para o ser humano.

x
3.2.6 Preconceitos
O tipo mais comum de preconceito conhecido é o racial, porém,
existe o religioso, o étnico.\As nossas opiniões devem ser embasadas
em conhecimento aprofundado das situações, sem precipitações. Cert§s^ ;
circunstâncias nos levam a formar uma opinião geral e nosfpermitimos
nivelar a todos dentro desta ótica que sempre revela míopej

yp-'
4.2.7 Reações Rancorosas
Este inimigo tem destruído não somente relacionamentos,
mas já destruiu muitas vidas. Algumas foram ceifadas e outras se
tornaram assassinas. Um dos casos mais antigosé Caim e Abel. O
rancor de Caim transformou-o num assassino.

42.8 Orgulho
O princípio de todos os pecados? Se tomarmos como base a queda
de Lúcifer, podemos pensar que sim.jÕ orgulho distorce a nossa percepção
do real e somos levados a pensar mais do que convém acerca de nós
mesmoâ contrariando os ensinamentos da Carta aos Romanos (12.3).

4.2.9 Atitudes de Rejeição


Uma das piores situações que um ser humano pode ser
submetido. Magoa profundamente. Ninguém quer levar o
estigma do patinho feio5 ou ovelha negra. Aceitação é diferente
de aprovação.

49

I
4 . 2 . 1 0 Atitude Fechada, Inacessível
As pessoas têm facilidade para aproximar-se de você? Qual
é o seu nível de acessibilidade? Às vezes, nos posicionamos de
uma maneira tal que, ninguém se atreve a se aproximar. Deixamos
claro por meio de atitudes ou palavras que não desejamos
ninguém por perto. Não queremos relacionamento.

Estes são apenas alguns dos inimigos dos relacionamentos


saudáveis. Existem muitos outros. Mas se conseguir lutar e vencer
os que foram listados acima, certamente experimentará outro
nível de relacionamento com o próximo.

Concluída esta visão geral, voltaremos ao texto de 2 Reis.

5 APLICACÕES PRÁTICAS QUANTO AOS 'r ' V. »-*


o -Ja oo*!
RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS - >
oVJ, juJípyo^
5.1 RELACIONAMENTOS PODEM SER ROMPIDOS
"...Meu marido, teu servo, morreu;..." (1 Rs. 4.1b)

A primeira aplicação prática é que relacionamentos duradouros


podem terminar abruptamente. [Relacionamentos podem ^
terminar? Sim, mas nós não devemos ser a causa do rompimento.!
Na realidade, quando a relação de amizade e companheirismo se
desenvolve e termina por circunstâncias diversas positivas e não
negativas, podemos afirmar que este relacionamento apenas muda
a sua intensidade e freqüência, mas não se extingue.

5.2 RELACIONAMENTOS DEIXAM HERANÇAS


"...e veio o credor..." (1 Rs. 4.1c)

Evidentemente não sabemos quais eram as condições sócio-


econômicas daquele casal, mas fica claro que dívidas ficaram e
precisavam ser saudadas^Relacionamentos deixam heranças na
vida daqueles com passamos algum tempo. Estas heranças podem
ser positivas ou negativasj

Existem heranças mais importantes que simplesmente


recursos. Estes podem acabar, mas o legado espiritual fica para
sempre.
V I V Ê N C I A CRISTÃ

5.3 RELACIONAMENTOS CONFLITANTES

"...e veio o credor, para levar os meus dois


filhos para serem servos." (1 Rs. 4.1c) Anotações

Paulo, falando acerca da relação de filhos de Deus com


aqueles que ainda não foram iluminados pela glória do Evangelho
diz categoricamente que não há comunhão entre a luz e as trevas,
s- ^Existem relacionamentos que provocam sérios conflitos na vida
do cristão? Aquela mulher se vê diante de alguém com quem
certamente não queria ter contato. Estava a ponto de perder os
filhos. Aqui a lição é muito interessante. Relacionamentos
conflitantes com a vida cristã nos roubam o que há de melhor e
mais precioso. O credor estava ali para levar os seus filhos. Além
disso, ao levar os filhos, o credor estava estabelecendo a cessação ^ ~
da história daquela mulher.^Relacionamentos conflitantes com a ' 'L
vida cristã roubam a nossa continuidadeTjllm exemplo clássico é
a história de Sansão. O relacionamento com uma mulher estranha
ao seu povo, roubou de Sansão o que ele tinha de melhor, a unção
de Deus e roubou a sua continuidade porque cedo foi
interrompido o plano que Deus tinha na vida daquele homem.

51
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

TÓPICO 2
A FAMÍLIA
Anotações
1 INTRODUÇÃO
Um dos círculos mais importantes e mais difíceis nos
relacionamentos é o círculo familiar. Esta importância pode ser
percebida quando encontramos entre os requisitos estabelecidos
por Paulo para o exercício ministerial - bispos e diáconos - o
sucesso na administração familiar.

2 RELACIONAMENTOS FAMILIARES
Neste tópico, ainda baseado no texto 2 Reis, o tema será o
relacionamento familiar. A família tem sido alvo de ataque
sistematizado pelas forças das trevas, atido sobre esta instituição
básica para uma sociedade equilibrada. A família de acordo com
padrão bíblico, estabelecida por Deus, tem sido descaracterizada
de diversas formas. Intercessão é um dos tipos de oração, como
estudado anteriormente. Precisamos praticá-la incessantemente
pelas famílias da nossa igreja e do nosso bairro.

3 UM PRINCÍPIO INTERESSANTE
Paulo escreve sua primeira carta ao jovem líder Timóteo e
dentre as muitas questões abordadas, o tema relacionamento
aparece no capítulo 5.1-17. Dentre as orientações enviadas ao
pastor de Éfeso, chama a atenção os versículos 1 e 2:

"Não repreendas asperamente a um velho, mas admoesta-o


como a um pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas,
como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza."

Qual o critério usado por Paulo para orientar os relacionamentos


na Igreja de Éfeso? Os relacionamentos familiares. Em outras palavras
é como se dissesse: Relacionem-se na Igreja da mesma forma que
se relacionam em casa. A pergunta é? Será que os relacionamentos
familiares dos cristãos hoje podem ser usados como parâmetro para
outros relacionamentos? Quais são os princípios de relacionamentos
familiares que certamente predominavam na família de Timóteo?

52
k

VIVÊNCIA CRISTÃ

Esta é a pergunta que procuraremos responder neste tópico. Mais


uma vez temos a oportunidade de avaliar os nossos relacionamentos
femiliares à luz da Palavra de Deus. ÜWTTOE

Anotações
4 UMA CONDIÇÃO DE SUCESSO
Voltando ao nosso texto base, vimos que a mulher procurou o
profeta e expôs-lhe a situação que estava vivendo. Depois de ouvir a
mulher e colher algumas informações o profeta dá a seguinte ordem:

"Disse-lhe ele: Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus


vizinhos, vasilhas vazias, não poucas. Depois entra, e fecha a
porta sobre ti e sobre teus filhos; deita azeite em todas essas
vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia. Então ela se
apartou dele. Depois, fechada a porta sobre si e sobre seus
filhos, estes lhe chegavam as vasilhas, e ela as enchia. Cheias
que foram as vasilhas, disse a seu filho: Chega-me ainda uma
vasilha. Mas ele respondeu: Não há mais vasilha nenhuma"

A solução para aquela crise familiar se deu em vários passos,


porém a etapa principal, onde Deus agiu de forma sobrenatural em
favor deles, aconteceu no seio da família. Mãe_e_filhos trabalharam
lado a lado na construção dejuma_resposta. Juntos viram a glória-de
Deus se manifestar e juntos poderiam agora desfrutar orestantede
suas vidas em paz. Uma lição de relacionamentos de confiança e
cooperação. Mas temos exemplos bíblicos de outras famílias que
implodiram, como por exemplo, a família de Saul. Certamente bons
e maus exemplos estão presentes ao nosso redor hoje. Mas qual a
importância da manutenção dos relacionamentos familiares?
Estudaremos isto a seguir.

5 A MANUTENÇÃO DOS
RELACIONAMENTOS FAMILIARES ^
5.1 "Nenhum sucesso na vida compensa o fracasso no lar''1
. Sabemos queyõ mundo tem aviltado os valores familiares, porém,
os cristãos que desejam o sucesso pessoal, profissional ou ministerial
não podem incorrer no mesmo erro, sob pena de edificar uma carreira
frágil e efêmera.1

53
r J
I Mtf
V
Ainda na Primeira Epístola a Timóteo encontramos os requisitos
básicos para o exercício do ministério dos bispos e diáconos. Estes
requisitos estão distribuídos em três grupos: qualificação moral,
qualificação espiritual e qualificação FAMILIAR. Em relação a este
Anotações
último, o qual nos interessa nesta disciplina, veja o texto bíblico abaixo:

"...mando de uma só mulher...que governe bem a sua própria casa,


tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito (pois, se alguém
não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de
Deus?);...Os diáconos sejam mandos de uma só mulher, e governem
bem a seus filhos e suas próprias casas." -Um. 3.2b, 4,5,12

Este texto estabelece um padrão de relacionamentos familiares


para os líderes cristãos e evidentemente não se limita somente
aos bispos e diáconos.

1
David O. McCiy
' FOULKES, Franc/s. Efés/os, Introdução e Comentários.
VIVÊNCIA CRISTÃ

TÓPICO 3
RELACIONAMENTOS COM A LIDERANÇA
Anotações
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos alguns princípios de
relacionamento com a liderança, ainda embasados no texto de 2
Reis 4.1-7. Uma leitura atenta do texto revela alguns pontos
interessantes a ser analisados nesta sessão.

"Ora uma dentre as mulheres dos filhos dos profetas clamou a


Eiiseu, dizendo: Meu mando, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu
servo temia ao Senhor. Agora acaba de chegar o credor para ievar-
me os meus dois filhos para serem escravos. Perguntou-lhe Eiiseu:
Que te hei de fazer? Dize-me o que tens em casa. E eia disse: Tua
serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. Disse-lhe
eie: Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos,
vasilhas vazias, não poucas. Depois entra, e fecha a porta sobre ti e
sobre teus filhos; deita azeite em todas essas vasilhas, e põe à parte
a que estiver cheia. Então eia se apartou dele. Depois, fechada a
porta sobre si e sobre seus filhos, estes lhe chegavam as vasilhas, e
eia as enchia. Cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho: Chega-
me ainda uma vasilha. Mas eie respondeu: Não há mais vasilha
nenhuma. Então o azeite parou. Veio eia, pois, e o fez saber ao
homem de Deus. Disse-lhe eie: Vai, vende o azeite, e paga a tua
dívida; e tu e teus filhos vivei do resto."

Abordaremos dois aspectos da Liderança: a liderança


eclesiástica e a liderança secular, visto que estamos sujeitos tanto
a um como a outro, e falhar em relação a qualquer uma destas
áreas gerará conflitos para a nossa vida.

2 COBERTURA ^
(Estar sob os cuidados de uma liderança é estar sob a
cobertura da mesmaíe isto tanto na liderança secular quanto na

55
ITG - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR 1
•i
eclesiástica. São coberturas diferentes, mas que se regem por
princípios semelhantes. A cobertura da autoridade civil está ligada
a nossa vida secular e se traduz em oferecer aos cidadãos sob
seus cuidados o bem estar físico, segurança e educação, dentre
AnotKfie!
outras coisas.

Vamos estudá-las em separado para fins de melhor


compreensão.

2.1 Liderança Civil


As relações políticas do cristão com a sociedade é assunto
da Cidadania, onde o tema será amplamente discutido. Cabe aqui
algumas considerações apenas sobre nosso relacionamento com
os governos e autoridades aos quais estamos sujeitos, tendo
direitos e deveres para com os mesmos.

Jesus, Paulo e Pedro nos apresentam ensinos práticos para


regulamentar esta relação que pode ser conflituosa em
determinados momentos. Vamos analisar em separado os princípios
apresentados por eles, começando com o principal, Jesus Cristo.

2.1.1 Jesus e as autoridades


Jesus não fazia distinção entre autoridades civis e
eclesiásticas, considerando que tudo o que envolve a vida do
cristão está, em ultima instância, relacionado a Deus, como se
vê no conceito paulino quanto às autoridades civis que
estudaremos mais adiante.. Champlin^define o pensamento de
Jesus de uma forma bem clara destacando-se os seguintes pontos:
y L ' flTTT

/ /V ' í - ^! 1. Jesusnão esta defendendo aqui uma separaçao entre


Igreja e estado, o que era um conceito inteiramente estranho
ç£} SufL^i' çntPu ,26 para qualquer judeu
a^^it^h» J ° 2 . J e s u s ensinou um tipo de separação de obrigações,
estabelecendo prioridades;

. 3. A obediência ao estado também é uma exigência


espiritual, embora se situe em escalões menos importantes;

4. O fato de ser menos importante não nos desobriga de


cumpri-las cabalmente, sem esquivas.2
A figura do imposto é muito clara para qualquer pessoa.
Temos obrigações financeiras para com os governos eclesiásticos e
civis e estas devem ser cumpridas sob pena de sofrermos sanções de alguma
natureza e mais, manchar o nosso testemunho diante da sociedade. Anotações

2.1.2 Paulo e as autoridades


Outro personagem bíblico que passou por diversas situações
de relacionamento com autoridades civis e religiosas foi o apóstolo
Paulo. Em suas epístolas ou mesmo no livro de Atos podemos
encontrar ensinamentos diretos, onde o apóstolo nos instrui quando
as autoridades ou indireto, quando podemos aprender com o seu
exemplo como reagir em situações que envolva as autoridades civis.

2.1.3 Direitos
A primeira situação a ser analisada é At. 16.20-40, a prisão
de Paulo e Silas. Ambos eram cidadãos romanos e foram alvo de
um tratamento injusto e ilegal por parte dos magistrados de
Filipos. Quando os magistrados, sem saber do erro que haviam
cometido, mandaram soltá-los, Paulo não deixou por menos.
Exigiu a presença dos tais para sua soltura. Outra situação que o
apóstolo usa os seus direitos de cidadão está registrada em Atos
25.11, quando, em meio ao seu julgamento em Cesareia,
reivindica ser julgado em Roma. Temos deveres, mas também
temos direitos e Paulo fez valer os seus em Filipos.

2.1.3 Deveres
Em relação aos deveres dos cristãos em relação às
autoridades civis, Paulo nos ensina a importância da oração pelos
que estão investidos de autoridade. 1 Tm 2.1-4. Observe que
Paulo cita diversos tipos de oração que devem ser usados em
nossos clamores pelas autoridades. Para relembrar os tipos de
oração, consulte o Capítulo 1, Tópico 3. 11 1

Mas o principal texto de Paulo sobre as autoridades está


registrado em Rm. 13.1-7, onde os seguintes princípios são
destacados:

• Toda autoridade é uma instituição divina;


ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

' • Resistir a uma autoridade é resistir a uma ordenação divina


e traz condenação para quem assim age;

° • As autoridades são agentes de manutenção da lei;


Anotações
' • Devemos nos sujeitar às autoridades pelo fato de isto ser
agradável a Deus e não apenas pelo temor da condenação;

° • A obrigação do pagamento de tributos é ratificada.

2.1.4Pedro e as autoridades
Este é o último personagem em nosso estudo acerca do
relacionamento do cristão com as autoridades civis. Porém, antes
dos conflitos, vejamos o que Pedro nos ensina acerca do
relacionamento com as autoridades civis:

"Sujeitai-vos a toda autoridade humana por amor do Senhor,


quer ao rei, como soberano, quer aos governadores, como por
eie enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos
que fazem o bem/' (2 Pe. 2.13,14)

Observe que os princípios ensinados por Pedro nesta epístola


assemelham-se ao que Paulo fala em Romanos 13.

3 £) LIMITE DAS AUTORIDADES CIVIS E RELIGIOSAS


"Não vos admoestamos expressamente que não ensinásseis
nesse nome? e eis que enchestes Jerusalém dessa vossa
doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem.
Respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: importa antes
obedecer a Deus que aos homens." (At 5.28,29)

Pedro nos ensina aqui o limite da autoridade civ[l ereligiosa


- a autoridade divina. [Nenhuma autoridade humana pode
sobrepor a autoridade divina. Temos nas Escrituras diversos
exemplos de conflitos onde autoridades civis ou religiosas
extrapolaram os seus limites^ Um deles se encontra em Dn. 3.15:

"Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da trombeta,


da flauta, da harpa, da citara, do sa/tério, da gaita de foles, e de
toda a sorte de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua

58
VIVÊNCIA CRISTÃ

que fiz, bom é; mas, se não a adorardes, sereis lançados, na mesma


hora, dentro duma fornalha de fogo ardente; e quem é esse deus
que vos poderá livrar das minhas mãos?"

Conhecemos o final da história. Poderemos ainda lembrar-se de


Daniel e o episódio na cova dos leões. Em todos estes casos vimos que
os conflitos surgiram quando autoridades agiram com injustiça, exigindo
uma postura de fidelidade dos envolvidos no problema. É importante
lembrar que no conflito com autoridades, ainda que esta se porte de
forma injusta, sofreremos retaliações, podendo Deus nos livrar ou não
das conseqüências Nestas horas espera-se dos filhos de Deus, que vivem
uma vida cristã autêntica, uma resposta do tipo que Sadraque, Mesaque
e Abdenego deram a Nabucodonosor (Dn. 3.16-18).
- C. 1""" C^ ^ itsn 5 • K pow* ——
" '
_ í-» í-"* , ^pistkite*
4 LIDERANÇA ECLESIÁSTICA ^
Diferentemente da cobertura da autoridade civil,ja cobertura
da autoridade eclesiástica é uma cobertura espiritual, mas que
apresenta certa similaridade com aquela visto que a cobertura
espiritual deve proporcionar ao filho de Deus bem estar espiritual,
segurança e educação^ num outro contexto.

Para entendermos alguns dos princípios do relacionamento do


cristão com a autoridade eclesiástica precisamos voltar ao nosso texto base,
2 Reis 4. Observe que é notório naquela família que o sacerdote da casa
mantinha uma relação saudável com o profeta antes de sua morte e esta
relação era conhecida de todos na família, principalmente da esposa, que
não teve dúvidas a quem apelar numa situação de crise. Seja no Velho, seja
no Novo Testamento somos ensinados a ter uma atitude de respeito e
submissão quanto a liderança edesiástica. Mas para estar debaixo de uma
cobertura espiritual são necessárias algumas atitudes prinapais, estudadas
a seguir:

4.1 OBEDIÊNCIA
Não se pode estar debaixo de uma cobertura espiritual se
não existe obediência. Aquela mulher procurou o profeta e
recebeu orientações e diretrizes claras sobre o que fazer, quando
fazer, para obter uma solução para a crise na qual se encontrava.
Observe que ela atendeu exatamente a tudo o que o profeta
recomendou, obtendo como resultado algo inesperado.
ITG - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR 1

Veja o que o autor de Hebreus fala acerca do relacionamento


do rebanho com os seus pastores:

"Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos falaram a palavra


de Deus, e, atentando para o êxito da sua carreira, imitai-lhes a
fé...Obedecei a vossos 2guias, sendo-ihes submissos; porque
veiam por vossas almas como quem há de prestar contas delas;
para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não
vos seria útil." (Hb. 13.7,17)

Evidentemente temos inúmeras situações de pastores que


extrapolam o limite sua autoridade e muitos se sentem no direito de
agir ou falar contra os tais. Temos um exemplo notório e conhecido de
todos que é o de Davi. Ungido rei por Samuel, teve que fugir de diante
de Saul e o fez por uma única razão, para não estender a sua mão
contra o ungido do Senhor. Lembremo-nos de Paulo quando declara
que não existe autoridade alguma que não seja instituída por Deus,
logo, independentemente da qualidade de caráter um ungido de Deus
o é até que Deus o destitua do cargo. Qualquer outra ação que não a
de Deus é temerária e resultará em condenação para quem o faça.
Diante de um conflito é melhor fugir do que correr o risco de perecer
por afrontar alguém que foi ungido por Deus.

4.2 PRESTAÇÃO DE CONTAS


Além da obediência temos ainda a prestação de contas e
esta é tão crítica quanto a primeira. A prestação de contas soa
para muitos como uma invasão e por isto não querem dar contas
à sua liderança.

Aquela mulher, tendo obedecido ao profeta, se vê diante de


uma pequena fortuna em azeite. 0 que devo fazer agora? Talvez
tenha pensado. Ela volta ao profeta e relata o ocorrido. A
prestação de contas é boa para quem faz, mas é ótima para quem
recebe. É uma oportunidade de ser confortada ao ver confirmada
a palavra que saiu de sua boca, de ver ratificado a sua condição
de profeta de Deus.

O profeta orienta o que fazer com a aquilo que Deus lhe dera e
ela se vai. Cobertura espiritual, obediência e prestação de contas,
um trio de sucesso no relacionamento com a liderança eclesiástica.
VIVÊNCIA CRISTÃ

4.3 SUBMISSÃO
Todo este processo na vida daquela mulher resume-se numa
única palavra - submissão. Esta qualidade de caráter é uma
necessidade na vida de todo cristão, e precisa ser desenvolvida no
lar entre pais e filhos, cônjuges; nas igrejas entre líderes e liderados;
nas empresas entre patrões ou líderes e empregados; enfim, em
todo o lugar e em todo o tempo devemos submissão a alguém e
todos, em última instância, a Deus. Mas o que é submissão?

disposição para obedecer? para aceitar uma situação de


subordinação; doeiiidade, obediência, subaiternidade**

{A submissão é um ato voluntário onde escolhemos submeter


a nossa vontade em busca da realização de um objetivo maior)
Não se trata de uma obediência cega, antes uma atitude de
espírito que mesmo nos momentos de conflito, procura resolver
-5 ,
o impasse de forma adequada, com espirito de docilidade£E um
elemento essencial para o bom relacionamento.
^ - JUy/wM ••*

' imposto não obrigatório destinado ao templo de lerusolém, esperado de todos os homens judeus com Wade acim» de
JO «no»
' CHAMPUN. Russel Norma» O Novo Testamento Interpretado vol 1 10. ed. 55o Pauto; Candeia. 1998. p SM
' Dicionário Hou*lss da Língua Portuguesa
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TÓPICO 4
RELACIONAMENTOS PROFISSIONAIS

Anotações
1 INTRODUÇÃO
Ávida profissional dos cristãos é algo muito importante para
a expansão do Reino de Deus visto que desta advém os recursos
para a manutenção da igreja por meio de dízimos e ofertas.
Porém, este assunto é pouco ventilado nas pregações ou até
mesmo nos estudos bíblicos. Precisamos atentar mais para esta
área da vida cristã, sabendo que o relacionamento correto com
os colegas de trabalho, com os superiores, com os subordinados
e com os empregadores podem fazer grande diferença para o
sucesso profissional, além de ser uma parte da seara onde o
testemunho pessoal fala muito alto.

Como os meus colegas de trabalho me veem? Como os meus


superiores me veem? Como os meus subordinados me veem? Como
os meus empregadores me veem? O seu emprego atual é fruto de
uma indicação de alguém? Quantas pessoas você indicou com
sucesso para preencher vagas em sua empresa? Estas e outras
perguntas devem permanecer frescas em nossas mentes enquanto
estudamos este tópico e mais uma vez, a auto-análise é importante
se queremos corrigir o curso de nossas ações no ambiente de
trabalho. ^O ambiente de trabalho em algumas empresas, mesmo
í3 cristãs, é insuportável pelo fato daqueles que deveriam promover o
^ bem estar, serem os primeiros a estar contaminados pelos inimigos
do bom relacionamento) Relembrando, são eles:
|p * ib
• Espírito de Crítica • Preconceitos
I • Intolerância • Reações Rancorosas
• Sofisticação • Orgulho
• i Uaáfe / di güftn * Suspeitas • Atitudes de Rejeição
;
• Cinismo • Atitude Fechada, Inacessível
&JÍj(.n } «ricua--*^

^ f k à\ tMxÉM^ *usUyA
2 TRABALHO SOB A ÓTICA BÍBLICA
3x.(CSuÍ$> /"Ir'

2.1 A ORIGEM DO TRABALHO


Em Gn. 2.15 lemos o seguinte:
VIVÊNCIA CRISTÃ

"Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do


Éden para o lavrar e guardar."

Champlin faz o seguinte comentário acerca deste versículo:


Anotações

"Na ocasião o homem recebeu um trabalho para fazer. Não


foi deixado no ócio. A tarefa do homem era cultivar e tomar
conta do jardim que Deus havia preparado. Isso posto, o
trabalho era feito para Deus, um serviço divino. Cada
indivíduo tem o seu próprio jardim para cultivar e proteger, o
que, sem dúvida, é uma as lições espirituais sugeridas neste
texto. Idealmente, cada ser humano tem uma missão ímpar a
cumprir. Sua vida deveria ser vivida de tal maneira que eie
descobrisse essa missão e então a cumprisse."1

Existem aqueles que associam o trabalho a queda e maldição


do homem por causa do pecado, porém, fica evidente pelo texto
acima que este é um pensamento equivocado.trabalho foi V
afetado pela queda, mas não adveio del^| 0 trabalho é uma
instituição tão divina quanto a família, quanto o casamento e é o
meio nos dado por Deus para a obtenção do sustento diário pessoal
e familiar. O trabalho abençoa o indivíduo e as pessoas ao seu redotj

2.2 DEUS NO AMBIENTE DE TRABALHO


Podemos, a exemplo de Champlin, comparar o nosso trabalho
como sendo o jardim que nos foi confiado por Deus. Devemos
lavrar, ou seja, criar as condições para que ele seja produtivo.
Devemos guardar, ou seja, evitar que elementos nocivos
prejudiquem o mesmo, impedindo a sua fecundidade. Certamente,
um dos principais meios de tornar o nosso trabalho produtivo e
fecundo, é relacionamento. 0 primeiro relacionamento, portanto,
que deve ser preservado no ambiente de trabalho é com o Senhor,
aquele que nos dá o trabalho. Enquanto estivermos na sua
presença, significa que ele mesmo cuidará do nosso ambiente de
trabalho, garantindo que teremos os resultados necessários para
a nossa sobrevivência. Be permitirmos que o pecado entre em
nossas vidas, certamente isto afetará também as condições do lugar
onde labutamos pelo nosso sustento e teremos espinhos e cardos
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

I para nos acrescentar aflições] Veja o quadro comparativo abaixo:

Na presença de Deus Longe da presença de Deus


Anotações
Terra abençoada Terra maldita
Ambiente de trabalho abençoado Ambiente de trabalho amaldiçoado
Tempo para lazer, adoração e Mais tempo e esforços empreendidos para
desenvolvimento espiritual obter o sustento
Tarefa agradável Suor, cansaço
Frutos Cantos e abrolhos
Resultados garantidos Resultados prejudicados
0 homem teria vida longa Ao pó tornarás
Vida preservada Vida deteriorada
A presença de Deus em nossas vidas é garantia de bênçãos no ambiente de trabalho

2.3 VÍNCULOS PROFISSIONAIS NA BÍBLIA


Uma breve visão sobre os tipos de vínculo profissional que
podem ser localizados nas Escrituras:

2.3.1 Servos e Escravos


A escravidão e a servidão eram comuns nos tempos antigos
e podemos encontrar tanto no Velho quanto no Novo Testamento,
diversas citações sobre estas situações. Importante notar que
nenhum texto das Escrituras entra no mérito da legalidade da
prática, porém, em toda a Escritura encontramos princípios
regulamentadores do relacionamento servo e senhor.

2.3.2 Empregados
Outro tipo de relação profissional, muito semelhante ao que
temos atualmente, era a relação de emprego. O termo "servos
no Antigo Testamento nem sempre estava ligado a questão de
escravidão ou mesmo servidão voluntário. Em vários lugares era
um termo sinônimo para empregado. Um exemplo claro é a
relação de Jacó e Esaú. Embora Jacó se reporte como servo de
Labão, na realidade havia um salário estipulado, configurando o
emprego (Gn. 29.15; 30.28-34; 31.8,41). Este termo aparece tanto
no Velho quanto no Novo Testamento (Dt. 24.14; Pv. 16.26; Ec.
3.9; 5.12; Ml. 3.5; Mt. 10.10; Mc. 1.20; Lc. 15.17, 19; Tg. 5.4).
Sabendo da importância de se manter a presença de Deus viva em
VIVÊNCIA CRISTÃ

nosso ambiente de trabalho e dos tipos de relações profissionais


que aparecem nas Escrituras, passemos então a uma visão sobre os
princípios que devem nortear os relacionamentos profissionais.

3 DIREITOS E DEVERES DOS EMPREGADORES


Primeiramente vamos analisar os relacionamentos profissionais
do ponto de vista daqueles que sãos os empreendedores e que para
atingir suas metas pessoais necessitam de profissionais que são
contratados mediante o pagamento de salários.

3.1 DIREITOS

3.1.1 Sobre o tempo contratado


O Empregadortem direito a receber do trabalhador os serviços portodo
o período de tempo para o qualfoicontratado (Gn. 29.20,30; Mt 20.14).

3.1.2 Sobre as habilidades contratadas


Além do tempo, o empregador contrata um determinado empregado
por causa das habilidades que o mesmo comprovou possuir (I Sm. 16.14-21).

3.2 DEVERES
3.2.1 Respeito
O Velho e Novo Testamentos prevém diretrizes diversas tanto para
os senhores, quanto para os empregadores, no sentido de tratarem
com humanidade os seus servos ou empregados. Estes não deveriam
ser oprimidos (Dt. 24.14), não deveriam ser ameaçados (Ef. 6.9).

3.2.2 Salários
Os empregadores são exortados a não defraudar os salários dos
empregados (Ml. 3.5; I Tm. 5.18; Tg. 5.4) sob pena de atrair a ira de
Deus sobre si. A justiça deve prevalecer na vida dos empregadores
na hora de remunerar os seus colaboradores. Temos muitos cristãos
nesta condição e responsabilidade pesa sobre os seus ombros, tanto
perante as instituições governamentais, quanto para os que deles
dependem para obter o seu sustento. Tributos e injustiças
governamentais não são justificativas para agir indevidamente em
qualquer área profissional enquanto empregador.
4 DIREITOS E DEVERES DOS EMPREGADOS
Analisemos agora os relacionamentos profissionais do ponto de
vista daqueles que sãos os empregados ou sen/os e que para atingir
suas metas pessoais necessitam de uma empresa que contrate os seus
serviços profissionais mediante o pagamento de salários.

4.1 DIREITOS
4.1.1 Sobre o tempo contratado
O Empregado tem direito de conceder os seus serviços 1
pelo período de tempo para o qual foi contratado (Gn. 29.20,
30; Mt. 20.14). Este direito, porém, se mal utilizado pode
reverter contra o próprio empregado, caso não seja flexível
e procure entender que pode ocorrer necessidades não
previstas e que o empregador necessite dos seus préstimos
por mais algum tempo além da jornada combinada. Saber
lidar com situações como esta pode ser um fator
determinante para o sucesso profissional^ ,

empregado ocioso durante a jornada de trabalho está


defraudando àquele que o contratou$A relação profissional pode
ser rescindida caso este o empregado insista nesta prática. A
"enrolação" é uma prática que não pode fazer-se presente na vida
de trabalhadores cristãos. Seria agir deforma desonesta. É um mau
testemunho. Infelizmente, temos visto muitos adotam esta atitude
que acaba por manchar a vida profissional e prejudicar os
empregadores.

4.1.2Sobre as habilidades contratadas


As habilidades devem ser usadas na íntegra pelo empregado na
consecução dos objetivos propostos para a sua função (I Re. 5.6-9).
Lembrando que q nosso trabalho é jardim que foi colocado sob os J
nossos cuidados, então tudo o que estiver em nossas mãos fazer
para que ele seja bem lavrado e preservado, deve ser realizadôl (Ec.
9.10). Além disso, fí empregado que deseja crescer na vidi?
profissional deve investir em si mesmo, aperfeiçoando-se cada vez
maisje com isto, garantindo que suas habilidades sempre serão
necessárias para alguém.
O Velho e Novo Testamentos prevém diretrizes diversas tanto
para os servos, quanto para os empregados, quanto ao tratamento Anotações
para com os senhores e empregadores (Ef. 6.5-8). §endo o trabalho ^ _
algo realizado para Deus, executá-lo é uma forma de servir a Deus!)'
Destratar os superiores ou empregadores é sublevar-se contra Deus.
Vimos acima que Deus é justo e Ele mesmo tratará das injustiças
cometidas contra os trabalhadores quando estes clamarem a Ele.
Por outro lado existem meios legais de se reclamar uma injustiça e
que não configura desrespeito ou afronta a terceiros.

4.2.2Salários
Se aos empregadores pesa a exortação de não defraudar os
salários dos empregados (Ml. 3.5; I Tm. 5.18; Tg. 5.4) sob pena de
atrair a ira de Deus sobre si, sobre estes pesa a responsabilidade
de fazer jus aos seus vencimentos. As duas formas de justificar o
seu salário foram apresentadas acima - tempo e habilidades.

Vimos também que temos muitos cristãos na condição de


empregadores e é comum verificar-se problemas quando cristãos
trabalham para cristãos. Os cristãos empregados tendem a
confundir relacionamento fraternal com relacionamento
profissional e o inverso também ocorre. A maturidade precisa estar
presente tanto na vida do empregador cristão, quanto na vida do
empregado cristão, sabendo que a cessação de um relacionamento
profissional não precisa causar conflitos em outras esferas da vida.

1
CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento lnterpretado.2001.Hagnos.Vol. l.pag. 27
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAMGULAR

RESUMO DO CAPÍTULO 02
Neste capítulo você aprendeu sobre os relacionamentos
Anotações em diversas áreas da vida cristã. Este capítulo reveste-se
de grande importância pelos aspectos práticos das lições
estudadas e que estão presentes em nossas vidas
diariamente.

• A vida cristã equilibrada acontece no seio da Igreja e é


uma das marcas essenciais para que o mundo seja atraído
a Jesus Cristo.

• Existem inimigos do bom relacionamento e estes devem


ser combatidos arduamente para que a vida em sociedade
não se deteriore para níveis insuportáveis.

• A família de acordo com padrão bíblico, estabelecida por


Deus, tem sido descaracterizada de diversas formas.

• A família bem estruturada é uma condição de sucesso


para os seus membros em todos os aspectos da vida:
pessoal, profissional, espiritual e ministerial.

• Estar sob os cuidados de uma liderança é estar sob a


cobertura da mesma e isto tanto na liderança secular
quanto na eclesiástica. São coberturas diferentes, mas que
se regem por princípios semelhantes.

• Toda autoridade é um instituição divina e temos deveres


para com a mesma.

• A vida profissional é uma área importante da vida cristão


devido aos reflexos da mesma sobre a vida pessoal, familiar
e sobre a vida da igreja.

• Os empregados e empregadores tem direitos e deveres


que ambos devem cumprir mutuamente e o não
cumprimento dos mesmos incorre em problemas tanto para
quanto para o outro.

68
p
VIVÊNCIA CRISTÃ

CAPÍTULO 03
VIRTUDES CRISTÃS
TÓPICO 1 - OBRAS DA CARNE

1 INTRODUÇÃO
"Uma criança de 4 anos foi atacada por sua pantera de
estimação. O menino teve o calcanhar arrancado numa
mordida, sofreu ferimentos no rosto e perdeu o dedo
indicador. O fato ocorreu em Dai/as, no Texas."

No período de 13 de janeiro de 1996 a 16 de agosto de 2001,


cinco anos, portanto, ocorreram cerca de 90 ataques de felinos
domesticados a treinadores, turistas ou proprietários dos animais.1
Estas ocorrências mostram que tais felinos apesar de aparentemente
estar domesticados, guardavam latente em si, ó instinto selvagem.
Basta uma pequena oportunidade e o dano acontece. Em alguns casos
ocorreu a morte da pessoa envolvida. Mas o que tem isso com as
obras da carne? Estes eventos são uma parábola do que ocorre na
vida cristã quando tentamos conviver com o pecado. Desfrutamos
de sua presença e dos prazeres que proporciona e pensamos ter
domínio sobre a situação para que não extravase. {Praticamos atos
pecaminosos devidamente camuflados em diversos lugares e de
diversos modos e tudo aparentemente vai bem até que.Tj í3,

John Ortberg ministrando no Summit 2008 abordou o tema O


Maior Temor de um Líder, onde procurou mostrar oriscode uma vida
pecaminosa vivida em secretd^Todos nós temos uma missão autêntica^
delegada por Deus, porérh, corremos o risco desta missão ser
substituída por uma missão oculta, nascida em nossa natureza carnal e,^
pecaminosa e que tente a nos levar cada vez mais longe de Deüle o
fim de sua jornada é o inferno. Este é o caminho das obras da carne.

2. A BATALHA DE TODO SER HUMANO


( o processo de crescimento e aperfeiçoamento não é algo que
se adquira facilmente, pelo contrário, é o resultado de uma batalha
que se trava diariamente em nosso ser, um confronto entre a carne
i u - u v a i i i u i u i t u L u u i u u uuMunMlMUULAR

e o espírito e quem decide o vencedor desta luta sou eu, evoca

I
|Òesde muito cedo na história da raça humana, o homem adquiri
^ a consciência que existe um conflito enorme na em sua alm9 n0
Novo Testamento encontramos este conflito descrito com muita
Anotações
propriedade por Paulo em Gl. 5.17 e Rm. 7.22,23I^Antes mesmo
dos escritos neotestamentários, entre os judeus já via Qjjomem
como que possuidor de duas naturgzas, uma_boa e uma má ecada
qual tentando atrair o homem em sua direção. Esta tensão também
ocupava o pensamento grego, podendo ser encontrado em diversos
escritos, como por exemplo, o mito de Pedro.)
v fato xY>ími'O( a mij
_ , daí "duci iwfehft'
/L^ IO Evangelho nos liberta do Doder dn p.eca.d.Q^pQíBmrnão da
, L ^p-
natureza carnalllogo^pósjj conversão passamos a vjver este^
conflito na alma e no corpo/Ò homem natural não tem a defesa
contra o pecado, muito embora tenha mecanismos de defesa
como a consciência e os valores morais para ajudá-lo na sua vida.
Os cristãos passam a contar com o poder do Espírito Santo
regenerador,_q.ue os fortalece e os ajudar a andaj^m_yitória.
Temos ainda ajT^t^zaJujmana, carnal, ela não está convertida
e nem será, mas podemos dominá-la, subjugá-la e a Palavra é
uma das principais armas espirituais com a qual podemos contarj
O estudo das obras da carne e do fruto Espírito, portanto, é
. o estudo deste c o n f r o n t o e deste conflito que vivemos
\
diariamente. Um
olhar na carne e
outro no Espírito.
Diabo
Ei 2.2

1 Um olhar no que
pode ser a morte
e outro no que é
Desejos dá a vida, e vida em
Carne: El 2.3
abundância. Com
este pensamento,
J
Obras da prossigamos.
Carne: Gl. 5.19 1

3 QUALIDADES CRISTÃS
A vida cristã apresenta uma série de qualidades, as quais devem
buscadas por todos os filhos de Deus, a fim de conformarem suas
vidas aos padrões estabelecidos por Deus. iomos exortados várias
VIVÊNCIA CRISTÃ

%
vezes nas Escrituras a es&busca pela perfeiçãof É algo que não pode
ser negligenciado pelos filhos de Deus. Hebreus 5.11-6.3 diz:

"Sobre isso temos muito que dizer, mas de difícil


interpretação, porquanto vos tornastes tardios em ouvir. Anotações

Porque, devendo já ser mestres em razão do tempo, ainda


necessitais de que se vos torne a ensinar os princípios
elementares dos oráculos de Deus, e vos haveis feito tais que
precisais de leite, e não de alimento sólido. Ora, qualquer que
se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, pois
é criança; mas o alimento sólido é para os adultos, os quais
têm, pela prática, as faculdades exercitadas para discernir
tanto o bem como o mal. Peio que deixando os rudimentos da
doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando
de novo o fundamento de arrependimento de obras mortas e
de fé em Deus, e o ensino sobre batismos e imposição de
mãos, e sobre ressurreição de mortos e juízo eterno. E isso
faremos, se Deus o permitir."

Para experimentar o fruto do Espírito e as qualidades de


caráter adequadas a um verdadeiro cristão, capacitado e
amadurecido, é necessário atentar para os defeitos de caráter
que precisam ser substituídos em nossas vidas. A base do nosso
estudo neste capítulo é Gálatas 5.19-23, onde Paulo aborda as
obras da carne e o fruto do Espírito. Iniciaremos o estudo pelas
obras da carne, analisando quais são os principais inimigos da
virtude cristã. Tiago diz o seguinte acerca da Palavra:

"Entretanto aquele que atenta bem para a lei perfeita, a da liberdade,


e neia persevera, não sendo ouvinte esqueado, mas executor da obra,
este será bem-aventurado no que fizer"- Tg. 1.25

y Ele compara a Palavra a um espelho que reflete a imagem do


rosto que está diante ctó dele. Todos nós, ou quase todos, pela
manhã temos o hábito de parar diante do espelho. Ali penteamos
os nossos cabelos, ajeitamos as roupas, enfim, colocamos em
ordem tudo o que está fora do padrão adequado. As-mtrthefes
que digam. Assim é a Palavra de Deus. Quando olhamos para ela

73
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

com sinceridade, ela nos mostra o que precisa ser corrigido e nos
conduz ao padrão estabelecido por Deus para os seus filhõ^. Estudar
as obras da carne e o fruto do Espírito é uma oportunidade deste
olhar revelador, que muda, que transforma, que corrige.
• P g ^
M
Anotações

CL x&cClftQá> 4. AS QBRAS DA CARNE EM SI y* ~


[O vocábulo obras no gregoé^/gasr, que vem deERGQS, que
significa trabalho, esforço Humano. Logo, as obras da carne são
yvr> tiftCL
produzidas pelo homem e não tem nenhuma relação com a
operação de Deus ou do Espírito Santo. ^ f i ^ ^ ^ / u M 0
-UiO' •
J A^ r ^ r : . - .
Esta|obras originam-se em primeira instancia na vontade da carne
% ii, 4noti ob_ e dos pensamentos (Ef 2.1-5), sendo evidentemente estimulados e
usados pelas forças espirituais da m?IHadeno sentido de destruir
imçmjL^n t Lso Sfr aqueles que foram criados à semelhança da imagem de DeusTJ.
aAaQn.iiíPi / ÍWhcaxTn I Paulo fala que tais obras "...são manifestas...", ou seja, são de
conhecimento de todos. O homem natural as conhece devido ao
senso crítico, à consciência que todos possuem. A experiência
humana também demonstra por meio de resultados, as
conseqüências destas ações, tanto individual, quanto coletivamente.
Fora tudo isto, como se observa neste tópico, a própria Palavra de
Deus explana abundantemente este assunto, tanto no Velho quanto
no Novo Testamento. Na Epístola aos Gaiatas não estão presentes
todos os vícios ligados a natureza carnal, porém, constituem-se na
base todas as demais vicissitudes carnais e espirituais.

7
4.1. PROSTITUIÇÃO: gr. porneia
^aduzidas em outras versões como fornicação, imoralidade
sexual, imoralidade, pensamentos impuros. Refere-se às relações
ou relacionamentos sexuais ilícitos ou imorais7j

Embora algumas traduções como ARC e ARA prefiram o vocábulo


prostituição, e outras fornicação, o melhor seria IMORALIDADE, visto
que a prostituição resume-se aos pecados sexuais relativos ao sexo
praticado por ganhos e fornicação se resuma ao sexo praticado antes
do casamento, não sendo, portanto, termos abrangentes sobre a
área sexual e pecados relacionados^Mas qual é o padrão de
sgxualidade-qw_Deus-e^ que o J i o m e n u d i ^ ^
de acordo com a sua Palavra?
VIVÊNCIA CRISTA

4.1.1. Monogamia [Mc 10.7,8; I Co 6.16]


O sexo é bom e foi criado pelo próprio Deus, para ser desfrutado
pelo ser humano de acordo com os princípios estabelecidos pela
Palavra de Deus. restrição do sexo ao casamento não é umár^ Anotações
arbitrariedade, antes, uma salvaguarda por causa de todos os OlttoQ Jtx QLl USUQ)
problemas decorrentes de sua degeneraçãojtal qual temos visto no /
ou olp pctfl/gô/m^ci/
mundo (Gn. 2.24; Hb. 13.4)!a Poligamia, sempre foi uma prática
pagã (Gn. 4.23). Deus a proibiu aos líderes (Dt 17.17). Os que aderiram
à poligamia colheram os frutos amargos desta prática (I Rs. 11.1]^

4.2. IMPUREZA: gr. akatharsia


J^egundo o original grego significa, falta de purezajias
intenções, pensamentos impuros, vidas impuras, desejos imundos^

4.3. LASCÍVIA gr. aseigeia ^


[significa no original libertinagem, sensualidade, ações indecentes,
ansiedade pelo prazer carnaÜo homem lascivo é aquele que atingiu o
seu clímax no que se referem as três primeiras obras da carne.

(Este estado espiritual e moral não acontece de forma


repentina. É a conseqüência de uma vida onde os pecados são
encobertos e estimulados, provocando o endurecimento dos
sentidos espirituais daqueles que assim se comportar^(Hb. 3.12-
19). Estas três primeiras obras da carne citadas constituem-se
numa perversão do instinto sexual, criado por Deus para ser uma
bênção para o homem e para a mulher. ^

4.4. IDOLATRIA: gr. eidololatria fT


ffle acordo com o original significa culto aos falsos .deuses, /
Gouoc*YV»OA^ ^ J&rtud* • rb* -VO J K ^ Oi iSm
adoração a ídolos/|

A adoração aos ídolos ou a falsos deuses é lista como sendo


uma das obras da carne e, de acordo com os judeus, este pecado
é motivo básico da corrupção do homem, aquele que aliena o
homem de Deus, servindo, desta forma, de alicerce para todos os
demais pecados2. Evidentemente, falar de idolatria entre cristãos
parece ser um tanto estranho, porém, o conceito de idolatria
ganha um novo sentido no Novo Testamento nas palavras de
Paulo. Veja o que diz Efésios 5.5:
ITQ - INSTITUTO Tt

"Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou


avarento, o qual é idolatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus."

A avareza é coloca em pé de igualdade com a idolatria. A


Anotações
avareza pode ser definida da seguinte forma:

"Que ou aquele que alimenta a paixão de juntar dinheiro. (Sin.:


avaro, forreta, harpagão, mão-de-finado, pão-duro, seguro,
somítico, sórdido, sorrelfa, sovina, unha-de-fome, usurário."

Outro aspecto a ser ressaltado acerca da idolatria é a sua


íntima conexão com as forças demoníacas, conforme Paulo em I
Co. 10.19-21. Logo, qualquer tipo de prática idolatra, seja direta
ou indireta, é uma associação com demônios, o que certamente
é avesso às melhores práticas da vida cristã. A Idolatria é a
perversão da adoração a Deus.

4.5. FEITIÇARIA: gr. farmakeia "


jjNo original a palavra éjriagia^As práticas de magia e feitiçaria
eram comuns nos dias de Paulo. Tais práticas eram muito semelhantes
ao que observamos no mundo de hoje, onde o que sjíbuscajéalingir
a vida de outros de algurnaj]ianeira o.u,até mesmo benefícios próprios.
Configura-se como pecado por diversas razões. Primeiro porque se
jjbusca um poder que é contrário a Deus, já que as forças que operam
na magia ou feitiçaria são demoníacas e enganosallSegundo, porque
é óbvio que se_busco-o^«aLxlejautrosnão estou agindo bem e
corretamente. Terceiro, ainda que esteja buscando benesses pessoais,
estou ofendendo ao Deus que me criou e que é mantenedor da vida,
ao confianiailiBvas^iãaiis^oder de Deus.

4.6. INIMIZADES: gr. Echthrai -


De acordo com o original significa inimizades, ódio, brigas,
hostilidade, inimizade tradicional entrefamílias,inimizade mútua,
elementos conflitantes.

Uma disposição totalmente contrária ao amor, uma vez que


busca prejudicar o próximo, procurando destruí-lo. As inimizades
geram hostilidades de todo o tipo.
4.7. CONTENDAS: gr. eris M
M
^ão contendas, rixas, luta, dissensão, debates^

contendas tendem a ser o resultado das inimizades|estudada


no item anterior, ou seja,^ inimizades acontecem no coração dos Anotações

homens e produzem no mundo visível as porfias ou contendas^**

4.8. CIÚMES: gr. zelos ^


fòe acordo com o original significa ciúmes, emulações, rivalidade^

Embora este vocábulo seja utilizado em alguns momentos


com sentido positivo, aqui, porém, certamente está em vista o
aspecto negativo que norteia uma pessoa_a obter vantagem por
meio da degradação dasrealizações^. qualidades dos outros.{É o
sentimento de quem quer algo somente para si, sem levar em
conta o que o próximo precisa ou possui. Não se alegra com o
sucesso alheio. É um sinal de insegurança, uma mostra clara de
um sentimento de inferioridade Se não tratado degenera-se no
sentimento doentio da invejad?

4.9. IRAS: gr. thumoí


^Significa raiva, crises de fúrja^nau gênio.

Este sentimento é o inverso da demonstração de bondade,


que é um fruto do Espírito^s explosões de ira geram conflitos e "R ~
inimizades entre aqueles que deveriam amar-sâ Paulo, escrevendo
aos Efésios sobre a ira, ensina uma aparente contradição ao
afirmar:

"Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira;


nem deis lugar ao Diabo." (Ef. 4.26,27)

Mas se a ira é uma obra da carne, como posso irar-me e não


pecar? A ira, como obra da carne, é a ira ou crises de fúria injustas e
baseadas no egoísmo. (Ãjra justa é aquele se arde contra o pecado^ i^
contra as injustiças-fPorém, mesmo esta ira justa pode transformar-se
em ressentimento contra um irmão ou contra um líder. Por exemplo,
Davi poderia ter se magoado profundamente com a atitude de Saul,
mas sua indignação demonstrada numa das falas com o próprio Saul
não era um pecado em si. Logo, o que Paulo nos exorta é que, mesmo

77
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

estando cônscios da justiça de nossa indignação, devemos JêJa_sgb


controle e não finalizar o dia sem uma reflexão sobre o assunto em
Busca de possíveis resquícios de magos e ressentimentos.

4.10. FACÇÕES: gr. eritheiai ^


íQuando podemos saber o significado do termo no original grego
tudo fica mais claro, aqui significa facções, pelejas, discórdias. O
espírito de partidarismo é o que está em mente neste vocábutaj-

4.11. DISSENSÕES: gr. dichostasiai


dignifica djscórdia, desjvenças^s desavenças ou querelas
entre os irmãos normalmente São geradas por g£ssoas_que
servem a si mesmas e não ao corpo de Cristo. Este pecado fere a
unidadectocorpo, minando-lhes a força^

4 . 1 2 . P A R T I D O S : gr. hairéseis ^ Y^^X^k


$Uo original o termo é heresias. O vocábulo heresias no sentido
usado atualmente origina-se de hairéseis, porém, nos dias de Paulo
esta palavra estava mais ligada às escolhas que uma pessoa pode fazer
e ganhou um sentido negativo de partidarismo, ou seja, a formação
de grupos ou as chamadas "panelas" no seio da lereiájfjesus deixou
uma advertência clara quanto ao destino de um reino dividido contra
si mesmo - ele não subsiste (Mt. 12.25). A consciência de corpo tem
se perdido entre os cristãos, mas é tarefa de cada um atuar na
restauração da unidade, quando percebemos anomalias entre irmãos
e até mesmo na liderança. Uma das formas de ajudar é não permitir
que o partidarismo se instale em nossas próprias vidas.

4.13. INVEJAS: gr. fthónoi /


John Gill define assim a inveja: "Uma afiiçãa inquieta tortura
a mente, entristecida ante o bem alheio, porque alguém se
encontra em iguai ou melhor situação". Segundo Adam Clarke,
um dos pecados mais difíceis de ser tratados no coração do
homem. A inveja está intimamente relacionada ao ciúme, como
sendo o resultado de um ciúme não tratado corretamente no
coração de quem o alimenta. jA inveja, diferente da inimizade não
foca os que são reputados como inimigos, mas a todos os que
estão numa situação indesejada pelo invejoso. A inveja é
direcionada contra os bens, contra posições sociais ou
VIVÊNCIA CRISTA

eclesiásticas, contra o sucesso e outras coisas que provoque o


sentimento no que se permite ser contaminado por este pecado.^

4.14.BEBEDICES: gr. methaí Anotações


No original, embriaguez. A palavra ocorre aqui no plural
denotando uma repetição_da_estado de embriaguez. Em foco
estão aqui as bebidas que promovem a_embriaguez no homem.
(Os cristãos estão divididos quanto ao consumo de bebidas
alcoólicas. Alguns se posicionam a favor do consumo de bebida
alcoólica e outros grupos, mais radicais, totalmente contrários
ao uso das mesmas. Não encontramos nas Escrituras uma
condenação explícita pelo uso, mas encontramos condenação
pelo uso em excesso. A abstenção pode ser ensinada, portanto,
não com base em mandamentos explícitos quanto às bebidas,
mas em princípio^omo os estabelecidos por Paulo em Rm 14.21:

"É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer
outra coisa com que meu irmão venha a tropeçar ou se ofender"

fTliberdade cristã (Rm 14; 1 Co 8; 10) não pode ser usada como
licença para se entregar a qualquer coisa que possa produzir escândalo
para cristãos que sejam mais frágeis no seu conheciment^ Jesus é muito
claro quanto àqueles que promovem escândalos no corpo (Mt 18.5,6).
Logo, é necessária uma reflexão sobre os valores que possuímos, sobre
a ordem de importância das coisas: o bem do outro ou somente o meu?
Estou embasado em amor ou em atitudes egoístas? O outro grande
problema da embriaguez é que, por remover as inibições naturais,
deixa o homem livre para praticar coisas degradantes, como as
obras da carne até aqui analisadas.

4.15. ORGIAS: gr. Kômoi /


Do original se traduz glutonarias. Vimos que as obras da carne
normalmente se constituem na perversão de algo criado para
abençoar o homem.p glutonaria é a perversão do uso do alimento,
onde o que está em foco é o prazer e não a necessidade^

4.16. COISAS SEMELHANTES A ESTAS


Como comentado no início deste tópico, aqui não estão
presentes todos os tipos de obras da carne ou pecados, mas uma
síntese de tudo o que desagrada a Deus. Estes pecados escravizam
homens e mulheres de Deus e somente o poder de Deus pode
libertá-los das garras do diabo. Aqueles que já se viram presos em
alguns destas armadilhas, sabe o quanto é difícil escapar e se Deus,
por meio do seu Espírito não tivesse agido, certamente teriam
perecido. Por isto, no próximo tópico estudaremos o fruto do
Espírito, a resposta de Deus contra a degeneração humana.
VIVÊNCIA CRISTÃ

I TÓPICO 2
FRUTO DO ESPÍRITO - PARTE 1
Anotações
1 INTRODUÇÃO
Do outro
lado do ringue do
confronto que se
trava em nossa
vida espiritual
está o Espírito.
Estudamos no
tópico anterior
que as obras da
carne têm a sua
origem no pecado
que milita em
nosso corpo mortal. É um embate da carne contra o Espírito. Uma
luta desigual, afinal o poder do Espírito de Deus é infinitamente
superior ao poder da carne. Então por que constantemente
perdemos batalhas nesta guerra? Não seria lógico pensar que a
carne não deveria ter a menor chance diante do poder de Deus?

Veja o texto abaixo:

"Um ancião índio norte-americano, certa vez, descreveu seus


conflitos internos da seguinte maneira: - Dentro de mim há
dois cachorros. Um deles é cruel e mau. O outro muito bom, e
e/es estão sempre brigando. Quando lhe perguntaram qual
cachorro ganhava a briga, o ancião parou, refletiu e
respondeu:- Aquele que eu alimento mais freqüentemente."

A resposta para o questionamento acima é cruelmente simples.


As derrotas que experimentamos no confronto carne x Espírito
levem-se exclusivamente a uma questão de escolha. Diante de nós
está o manancial de águas vivas, um turbilhão de virtudespara todos
os que são de Deuse do outro temos o mundo limitado efadadoà
destruição e em boa parte de nossas decisões preferimos os seus
padrões aos padrões de Deus. Escolhemos o finito ao invés de
escolher o infinito. Escolhemos o efêmero ao invés de escolher o
eterno. E por mais que seja difícil dizer, escolhemos a influência dò
diabo ao invés de escolher a influência de Deus^

2. O CONTRASTE ENTRE AS OBRAS -


DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO
As obras da carne são contrastadas agora com os frutos do
Espírito, karpòs tou Pnéumatósfenquanto as obras se originam
no nível humano e carnal, os frutos, são o resultado de uma ação
divina, onde o ser humano não tem nenhuma participação, a não
ser submeter-se ao poder de Deus e permitir a sua ação. A
operação acontece quando buscamos a Deus por meio de sua
Palavra e por meio da oração, quando clamamos a Deus para
que sua justiça seja implantada em nossas vidas. A nossa parte é
colocar o nosso coração no altar de Deus e a parte dele é
transformar-nos conforme a imagem de seu Filho (Rm 8 . 2 9 0

Um segundo aspecto importante a ser observado é que temos


uma coletânea de obras da carne, ou seja, uma série de pecados
que atuam e disputam a nossa atenção o tempo todo. Porém,
quando voltamo-nos para o espiritual, temos o fruto do Espírito.
Uma única ação poderosa que forma no ser humano as qualidades
de caráter esperadas para os que servem a Deus. Já conhecemos J
as obras da carne, conheçamos agora o fruto do Espírito.

VUm último aspecto sobre as obras da carne e o fruto do


Espirito é que naquelas, a satisfação obtida depende das 1
circunstâncias, e o fruto do Espírito independe das circunstâncias?!

3. CARACTERÍSTICAS DO FRUTO Dü ESPÍRITO


Analisaremos este aspecto durante o estudo de cada uma das
características do fruto. Você perceberá que ao lado de cada
característica, encontra-se o vocábulo (palavra) original do grego (gr.):

3.1. AMOR: gr. agapê


A primeira característica do fruto do Espírito £ o a m o r de
Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Km.
5.5), um contraste com as três primeiras obras da carne
relacionadas à perversão do sexoJ O amor de Deus não se baseia
vIVLIMUIA U K I b l A

em prazeres carnais, mas num alto grau de satisfação que


somente pessoas que se doam a Deus e ao próximo podem
experimentar um amor altruísta, capaz de amar até os inimigos.
Esse amor é vertical e horizontal, ligando-nos a Deus e aos irmãos
Anotações
(Mc 12.30,31). O amor é a base de todo relacionamento perfeito
no céu e na terra (I Jo. 4.7-12), é incondicional.

3.2. ALEGRIA: gr. chara ^


Esta é a alegria que vem do Senhor, independentemente das
circunstâncias (Jo. 16.22; Tg. 1.2). É resultado da certeza que se
tem da libertação operada pela graça de Deus (Jo. 8.32; 8.36).

3.3. PAZ: gr. Eirene


y^Paz é uma atitude de serenidade, ca/ma e força,
tranqüilidade e quietude de espírito, produzida pelo Espírito
santo, mesmo na adversidade e nas tributações1.Z)
Características da paz que vem de Deus:

• É uma promessa de Jesus: Jo. 14.27


• Vem do amor a Palavra de Deus: SI. 119.165 -
• Deve ser buscada: SI. 34.14
• É um sinal da aprovação divina: Cl. 3.15
• Independe das circunstâncias: Jo. 16.33
• É uma segurança contra a ansiedade: Fl. 4.6,7

3.4. LONGANIMIDADE: gr. Makrotumia


Longo ânimo, esta é uma forma de entender a longanimidade.
j j J m ânimo que não se altera face as dificuldades (Tg. 1.6,7).
Permite-nos suportar as tribulações de forma quieta e sossegada,
confiando na soberania e providência divinas (Tg. 5.10,11)}
5?ÁO"o - o©^ ^ Qfi br*. •' GUujm o^tux dU. y^sc&e ^MYTUZ
<x /ca^G^y©- AO ©d/iowfeçí** /». siuV^/vn, j
pooJnok pl ; jjr«\ J^x

83
I S Q Q I I FRUTO DO ESPÍRfTO - PARTE 2
Anotações
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico daremos prosseguimento ao estudo das
características do fruto do Espírito.

2 BENIGNIDADE: gr. chrestostes /


Esta característica do fruto do Espírito está ligada ao coração do
cristão. É uma atitude interior que se demonstra exteriormente pela
bondade, estudada no item a seguir.^Êstá associada à idéia de brandura,
amor, compaixão e misericórdia (Ef. 4.32). Uma disposição em ver no
próximo o que é bom e não apenasjas- defeitos. Uma disposição em
agíFcom pureza e simplicidade para o bem dos demais, sem
desconfiança ou malícia, como seria característico das obras da carne^

3 BONDADE: gr. agathosyne ^


É a expressão exterior de uma qualidade interior, a benignidade, sendo
exercida por meio da generosidade demonstrada em relação ao próximo.
Um exemplo de bondade no Novo Testamento está em Atos 9.36-43. O
mundo apresenta uma série de mazelas sociais que são um solo fértil para
a ação da igreja, por meio dos filhos de Deus, cujas vidas devem apresentar
este aspecto divino. bondade se expressa em termos subjetivos com
palavras, atenção e orações que são feitas em prol dos necessitados e de
forma objetiva, qnanrlnjTrgarji^jjnns mnvimpntns sncjais.pagjnQjntfri|r
os sofrimentos, a fome. São formas de aproximar o homem de Jesus Cristo
edã salvação produzida com tanto sofrimento."!

4 FIDELIDADE: gr. pistis X


O vocábulo FÉ aparece nas Escrituras com três sentidos distintos. O
mais comum é a fé que é confiança, entrega e obediência totais no que diz
respeito a Jesus Cristo. Éo que se pode chamar de uma virtude teológica;
é a base da crença e da totalidade do nosso relacionamento com Deus
medianteJesus Cristo. Temos ainda a FÉ, como o conjunto de crenças cristãs
professadas pelos cristãos e neste sentido aparece na primeira epístola
de Timóteo. Porém, aqui temos o terceiro sentido de FÉ, ou seja, fidelidade;
confiabilidade e fidedignidade que torna uma pessoa totalrmentê-
confiável e cujaj2afayra podemos aceitar completamente
^ ^ 1

5. MANSIDÃO: gr. prautes ^


A referência de mansidão nas Escrituras é Moisés (Nm. 12.3) jTlesta
característica do fruto do Espírito, força e a brandura caminham juntas.
Embora atualmente a mansidão tenha adquirido uma conotação de Anotações
fraqueza e inércia, na realidade é uma demonstração, superior de_um-
roatrole consciente das explosões de ira, visando a mantena tranquilkM°
nojrribienle. Contraditoriamente ao que o mundo pensa, a Bíblia diz que
"os mansos herdarão a terra" e não os guerreiros, os impetuososj

6. DOMÍNIO PRÓPRIO: gr. egkratheia <


O domínio próprio está intimamente virraladoa manstáão. ^^
a autodisàplina, atemperançae a moderação são outras qualidades associadas.
Cristãos quetemprocurado viver a vida cristã autêntica evidendanrvna nos
momentos críticos, onde muitos perderiam o controle, permitindo a
manifestação da ira, uma obra da carne. Afeitade domínio próprio é uma das
formas mais predominantes da fraqueza e do pecado em todos os tempos.

] "O grau de nosso autocontrole é um bom teste para se saber o


quanto de fé, virtude e conhecimento já foi atingido na vida cristã"

"No Cristianismo primitivo essa qualidade era utilizada para


indicar controle sobre os desejos materiais, freqüentemente,
mas não exclusivamente os desejos sexuais. Os falsos mestres
rs?
não tinham controle algum sobre tais desejos2.".]

6.1. Áreas de Autocontrole Cristão '


A Bíblia nos ordena a ter autocontrole em algumas áreas específicas
da vida cristã, a saber:
• ControledaJínguâ_pg 3.2): o controle da língua indica capacidade
para controlar todas as áreas da vida;

• Controle da mente (Fl 4.8): Diariamente somos bombardeados


com milhares de informações e grande parte destas é maléfica para a
nossa vida. Sabendo que a mente deve ser renovada, precisamos da
operação do Espírito Santo para tomá-la puraesob controle (Rm 12.1,2);

• Controle dos hábitqs cptidianos (1 Co 6.12-20): Qualquer prática


que desonre o corpo e, conjsequentemente, a Deus, deve ser vigiada e
controlada. Isto nos lembra a segunda das obras da carne, as impurezas.
TÓPICO 4
QUALIDADES CRISTÃS
Anotações
1 INTRODUÇÃO
Além do fruto do Espírito, a Palavra de Deus aponta uma
séria de virtudes cristãs que devem ser buscada pelos filhos de
Deus, rumo ao seu aperfeiçoamento diário. O texto base de nosso
estudo neste tópico é 2 Pe. 1.5-11:

"E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência,


acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência\ e à ciência
o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à
perseverança a piedade, e à piedade a fraternidade, e à
fraternidade o amor. Porque, se em vós houver e abundarem
estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no
pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele
em quem não há estas coisas é cego, vendo somente o que está
perto, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos
pecados. Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer
firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca
jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente
concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo.

Aqui o apóstolo Pedro nos apresenta um processo de


crescimento embasado em sete qualidades de caráter, as quais
devem ser desenvolvidas numa base de fé^.Estas qualidades
evidenciam o crescimento espiritual. Algumas qualidades já foram
estudadas no fruto do Espírito.

2 A BUSCA DAS VIRTUDES QUE GERAM


CRESCIMENTO DE CARÁTER
Estas qualidades de caráter devem ser buscadas com
empenho e de forma diligente por todos os cristãos que
realmente desejam aprofundar-se na vida cristã e no
relacionamento com Deus. Além disso, observa-se que o apóstolo

b
Pedro exorta que as qualidades sejam acrescidas uma a outra, a
até que o caráter cristão tenha sido totalmente desenvolvido.

2.1 EXCELÊNCIA MORAL Anotações


ÍO vocábulo virtude é usado em II Pedro para explicar uma
força moral e espiritual oriunda de uma fé exercida em relação a
um Deus santo. Este é o tipo de força que todo cristão necessita
para obter vitória sobre anecado. sobre as obras da carne. Uma
pessoa de caráter é singela e afetiva no coração, mas também é
forte e entenda-se esta força como firmeza e não como dureza.
Alguém que está disposto a sofrer, ser humilde e capaz de sofrer
maus tratos; é alguém tolerante sob pressãc^ A excelência moral
é algo a ser buscado e praticado diariamente visando aquilo para
o que fomos destinados - a glória futura. A vida cristã deve ser
uma vida autêntica, que evidencia as qualidades de caráter que
aparecem nas Escrituras (SI. 15; Mt. 5.2-10; Gl. 5.22,23). À medida
que estas qualidades aparecem na vida do cristão, fica revelado
o quanto depende do Espírito Santo em sua vida diária.

Podemos citar como características de uma vida autêntica


os seguintes aspectos:

• É exata, está embasada-em valores absolutos;


• Não procrastina, as situações são tratadas de imediato;
• Não é desleixada;
• É estável^ 0 ap*> J ^ ^

2.1.1 A Ética ^
Outro aspecto do cristão que vive a excelência moral é que
antes de tudo ele é ético, ou spjaf possui princípips morais .
absolutos e se m^n^m firm*3 na yegdadp dp Dpns^fazendo
diferença numa sociedade ond^ prpdnmina o relativismo ético.

2.2 CONHECIMENTO X
O mundo atual, de acordo com as palavras proféticas de Paulo
e outros apóstolos, é um mundo eivado de heresias e a todo o
momento nasce uma nova seita> um novo movimento e muitos
destes movimentos ou seitas solapam a firmeza dos cristãos
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incautos, os quais são enganados e descaem da firmeza de sua


fé. A única forma de discernir entre a verdade e o erro é conhecer
a vontade de Deus.

Anotações Por conhecimento da vontade de Deus, entende-se aquele


conhecimento revelado ao coração dos filhos de Deus por meio
do Espírito Santo. Não se trata, portanto, de um tipo de
conhecimento que possa ser adquirido por meios acadêmicos.

Este conhecimento de Deus gera crescimento espiritual. Este


conhecimento traz resultados práticos para a vida cristã, a saber:

• Uma vida vivida de maneira digna do Senhor tendo um


propósito fixo de conduta;
• Uma vida que agrada a Deus em tudo e não aos homens;
• Uma vida que frutifica em toda a boa obra por meio de
um estilo de conduta irrepreensível;
• Uma vida que cresce no conhecimento de Deus por meio
do estudo da Palavra, da oração e do mover divino.

2.3 PERSEVERANÇA
A perseverança é o resultado da operosidade da fé, da excelência
moral, do conhecimento da vontade Deus e do domínio próprio. É
uma qualidade essencial da vida cristã para que se sobrevida nos
tempos de infortúnio. Mas como se define a perseverança?

$A perseverança é a constância na fé durante as provações e


sofrimentos. É resistência inabalável^ Temos inúmeros exemplos de
perseverança nas Escrituras, mas também temos outros tantos
exemplos ao nosso redor nos dias de hoje. É importante que notemos
tais exemplos contemporâneos para que seja quebrado o pensamento
que algumas somente são possíveis aos homens da Bíblia. Tiago nos
ensina a perseverança de forma simples e clara em sua carta (Tg 5.7-
11). Um estudo, ainda que superficial desta epístola, revela um grupo
de cristão que sofreu todo o tipo de ultraje sob a égide romana. Este
grupo sobreviveu por causa de sua perseverança resistente.

Alguns pensam que as provações são agentes formadores do


caráter cristão e também existe que discorde deste ponto de vista.
Mas, quando se atenta para a Bíblia e seus ensinos, percebe-se que
g™^ as provações têm pelomenos três finalidades na vida do cristão:
VIVÊNCIA CRISTÃ

• Primeiramente, elas têm sim uma funçãojJidálicaje aqueles


que conseguem aprender em meio às tributações sofrem
K
menos. (Hb 5.8; Is. 48.10); msm S?
• Segundo, a ^provações revelam o nosso caráter. Nas horas
Anotaçoes
críticas, h o m e n s e m u l h e r e s mostram n qiiP d? fato pctápm
vh>' Mssl.
seus corações;
• Em terceiro lugar, quando se analisa 1 Co 12.10, percebem-
se as provações como um termômetro da fé. O nível de
crescimento de minha_féé diretamente proporcional aos
tipos dje problemas que sou capaz de suportar.

[ser perseverante não significa ser indiferente, aceitar


passivamente os fatos e eventos que atingem as nossas vidas,
não é resignação, não é uma disposição obstinada, antes uma
atitude de bravura inspirada por Deusf queresiste-com firmeza—
sob quaisquer dificuldades^A perseverança, uma qualidade de
caráter junto com a alegria e a esperança, aparecem nos versos
de Rm 5.3-4 como evidências do aperfeiçoamento do caráter por
meio do sofrimento (Hb 2.10). A perseverança no contexto de
Tiago capítulo 5, está relacionada a autocontrole (7-9), inclusive
quanto aos relacionamentos interpessoais (9). A maledicência -
falatórios da vida alheia - são abordagens maldosas a respeito
uns dos outros que prejudicam os relacionamentos no corpo de
Cristo e desmotivam no perseverar na caminhada de fé.

A análise da vida de todos os homens e mulheres, de ontem


ou de hoje, que desfrutaram de uma vida com Deus acima da
média, revela um caminho de perseverança que os levou a
encontrar Deus no final das tribulações enfrentadas.(a falta de
perseverança priva homens e mulheres de experimentar a alegria
da vitória e a graça encontrada quando nos achegamos a DeusJ

2.4 PIEDADE
Esta é outra qualidade de caráter que encontramos em 2 Pe.
1.5-7. A piedade, gr. eusebia, é a religião colocada em prática. Em
latim,(p vocábulo piedade (pius) indica aquele que cumpre com
todos os seus deveres devocionaia Esta é uma informação mui
relevante, principalmente depois de já termos estudado a
importância do devocional. Seja no grego ou no latim, piedade
trata da vida em relação a Deus, logo, uma pessoa piedosa é alguém
reverente e temente a Deus, alguém que o adora corretamente e

89
o serve de todo o coração. O piedoso tem consciência da presença
de Deus em todos os aspectos de sua vida, portando-se com uma
atitude de reverência contínua diante d'Ele.

2.4.1 O aspecto prático da piedade


A piedade é uma realidade interior. Portanto o sentido da
piedade não está centrado em símbolos, códigos ou aparatos de
religião. A marca fundamental de uma pessoa piedosa é que sua
vida está centrada em Deus.

2.4.2 A piedade é uma disciplina espiritual pessoal


Em lTm 4.7,8, o apóstolo Paulo utiliza-se da figura dos jogos
gregos e faz uma analogia entre os atletas que se exercitam no
físico com os atletas espirituais. Destacamos os seguintes pontos
neste quanto a piedade enquanto disciplina:

• Toda vez que as Escrituras falam de piedade a sua ênfase recai


sempre numa vida de devoção a Deus, resultando numa vida
agradável a Ele;
• O exercício da piedade é o aperfeiçoamento do relacionamento
pessoal com Deus;
• A piedade ajuda na formação de uma imagem correta de Deus

Portanto, todos os que desejam contemplar a majestade divina,


todos os que desejam desenvolver maior intimidade com Deus
obrigatoriamente devem trilhar o caminho do exercício da piedade.

2.4.3 O crescimento na piedade


A disciplina da piedade é indispensável no processo de
transformação do cristão à imagem de Cristo. Além disso, o
crescimento na piedade resulta numa melhor qualidade de vida
emocional e espiritual. Este crescimento, porém, requer alimentos
superiores que aqueles utilizados para a manutenção do corpo
físico. O alimento espiritual necgssário ao crescimento na piedade
é a £alavra^le £eus - o "leite espiritual'7 (I Pe. 2.2).

(A espiritualidade cristã requer uma alimentação saudável


para se manter viva e ativa. Tanto a oração como o estudo da
Palavra são recursos divinos para o crescimento espiritual do
cristão. Cristãos que não desejam ardentemente a Palavra de
Deus, e não cultivam momentos com Deus por meio da oração,
estão com sérios problemasTJ
Anotações

2.5 FRATERNIDADE --
(q vocábulo "fraternidade" fala do amor fraterno, gr. phileo, que
significa amizade, afeição. Este tipo de amor é inferior ao amor Ágape
(amor divino), mas é essencial aos relacionamentos interpessoais.
0 crescimento no amor ágape, porém, é necessário para que
possamos nos amar mutuamente] Na Introdução do capítulo,
estudamos a regra básica dos relacionamentos interpessoais "amarás
ao teu próximo como a ti mesmo" (Ler item, Tópico 1, Capítulo 2)
y-npft. OTilttffl rMr.Krjàa**-' "
£Ò amor é uma atitude, uma decisão, urna qualidade de (ÍU à> pflVfrifo
caráter plenamente factível. O amor é mensurável e
frk^ffiy^
demonstrável. A igreja de Jesus foi estabelecida para a comunhão
fraternal marcada pelo amor entre os seus membros. Comunhão ql, oWQ nfr - t *
é a palavra grega koinonia que significa o relacionamento
espiritual e social no corpo de Cristo. Esse relacionamento vai
além do que simples cumprimentos e felicitações. A koinonia
implica em compartilhar tudo o que tenho e tudo o que sou; é
andar lado a lado numa verdadeira parceria. Na igreja primitiva
todos tinham tudo em comum, de tal maneira que não havia no
seu contexto necessitado algum (At. 4.32-34)7j

2.5.1 Crescendo no amor Ágape


Em 1 Jo3.16, como em outras 84 passagens do Novo Testamento,
o amor Ágape está relacionado ao amor que Cristo revelou pelo pecado
na cruz do Calvário. Jesus foi enfático ao dizer- "O meu mandamento
é este: Amem-se uns aos outros como eu ws amei" (Jo. 15.12). Não
podemos cumprir este mandamento de Jesus pela força humana.[É
necessário que o Espírito Santo desenvolva em nós as qualidade de
caráter que refletem o caráter de Jesus, para podermos amar uns aos
outros como Ele nos amou. Um dos maiores desafios para os cristãos,
sem dúvida, é aplicar em seus relacionamentos o amor Ágape. O amor
como base sobre a qual edificamos nossos relacionamentos com Deus
e com o próximo e que, como-já estudamosno Capítulo 2, provoca
uma reação por Rarte daqueles que ainda não pertencem ao círculo
cristão (Jo. 13.35).
Outro ponto importante é que p amor Ágape é a essência de
todas as demais qualidades de caráter, uma vez que o amor é uma
WltlSSm realidade interior, o cerne de da vida moral cristã. Portanto, quem
não ama, odeia, tal como Caim (1 Jo. 3.12-15), e quem odeia ao
Anotações
próximo, está vivendo a morte; é um assassino em potencial, o
amor Ágape tem a origem em Deus, não é fruto de esforço humano,
por isso quando tudo desvanece, ele permanece. O amor como
qualidade de caráter consiste na soma de todas as qualidades de
caráter, é o vínculo da perfeição (Cl. 3.14). Este amor, contudo,
deve ser vivenciado e praticado e não ser apenas um discurso nos
lábios de quem afirma professá-lo (I Jo. 3.16-18).

RESUMO DO CAPÍTULO 03 E
Neste capítulo você aprendeu sobre as virtudes cristãs.
Estudamos as obras da carne, o fruto do Espírito e as
qualidades de caráter cristãs.

• Todos os cristãos estão sujeitos ao conflito entre a carne e


o Espírito e este conflito terminará somente na vida de Cristo.
É uma guerra espiritual travada diariamente em seu homem
interior, cabendo a cada um de nós a decisão de quem
prevalece neste confronto: carne ou Espírito?

• A Palavra de Deus é o espelho onde podemos contemplar


a nossa vida espiritual e ela mesma nos fornece um elenco
de qualidades espirituais que mudam a nossa vida, afetando
nosso caráter e nossa personalidade;

• As obras carne são conhecidas e de acordo com o apóstolo


Paulo, devem ser mortificadas diariamente. São elas:
prostituição, impurezas, lascívia, idolatria, feitiçaria,
inimizades, contendas, ciúmes, iras, facções, dissensões,
heresias, invejas, bebedices, orgias;

• 0 fruto do Espírito é resultado da operação do Espírito Santo


em nossos corações e é uma força poderosa para mortificar
em nossas vidas as obras da carne. Este poder, porém,
somente opera na vida de quem permite a sua atuação;

• As obras da carne originam-se no nível humano e carnal»


fomentados pelos poderes das trevas, porém, o fruto do
Espírito é resultado de ação divina, naqueles que permitem
a sua operação;

• O fruto do Espírito é uma unidade composta e podemos


compará-lo, por exemplo, a uma laranja, um único fruto
formado de vários elementos. Ele apresenta nove
características distintas que foram analisadas neste capítulo,
a saber: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio;

• Existem áreas nas quais onde o cristão é exortado a exercer


o auto-controle e o sucesso desta tarefa depende do fruto
do Espírito. São elas: controle da língua, da mente e hábitos
cotidianos.

• As qualidades de caráter presentes nas Escrituras devem


ser buscadas pelos cristãos visando uma vida cristã mais
elevada e dentro dos padrões divinos.

• Estas qualidades desenvolvem-se numa base de fé e são


conquistadas num processo contínuo de crescimento.
VIVÊNCIA CRISTÃ

NOTA! INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR


| VIVÊNCIA CRISTÃ
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 3

Nome: Série: Data de Entrega:

Prezado aluno, através desta auto-atividade você terá a oportunidade de


rever o conteúdo estudado neste capitulo. Esta é uma atividade avaliativa,
portanto, faça-a com atenção e dedicação. Boa revisão!

Questões:

1. Elabore abaixo o diagrama que representa o conflito carne x Espírito que


está no Tópico 1, item 2.

2. Quais são os dois grupos de qualidades cristãs estudadas neste capitulo


e que devem ser buscados pelos cristãos?

3. Quais sãos as obras da carne? Quais estão relacionadas à vida sexual?

4. Compare o fruto do Espírito com as obras da carne.

5. Quais são as características do fruto do Espírito? Explique 4 delas.

6. Quais são as áreas nas quais o cristão deve exercer autocontrole? De


acordo com tudo o que foi estado até o momento nesta disciplina, o que
podemos fazer para que a nossa mente não seja invadida pelo mal?

7. Quais são as qualidades de caráter que o cristão deve buscar sendo o


apóstolo Pedro?

8. Como estas qualidades se desenvolvem na vida do cristão?


I JI
CAPÍTULO 0 4
CITANDO A DEUS
TÚPICO 1 - SANTIFICAÇÂO

1 INTRODUÇÃO
Em mais de uma oportunidade, Paulo conclama os cristãos
a uma caminhada onde o objetivo é a cada dia assumir uma
semelhança com Cristo (I Co. 11.1; Fl. 3.17; Ef. 5.1; II Pe. 1.3,4).
Um dos textos que bem define este processo é Pv. 4.18:

"Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai


brilhando mais e mais até ser dia perfeito."

Os tempos do fim, conforme ensinos de Jesus (Mt. 24.9-13),


Paulo (I Tm. 4.1-5), Judas e Pedro (II Pe. 2) serão tempos
trabalhosos para os fiéis, exigindo tenacidade espiritual para não
cair da graça de Deus. São tempos onde as obras infrutuosas das
trevas prevalecem. Paulo exorta assim aos filipenses:

"para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus


imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa,
entre a qual resplandeceis como luminares no mundo,
retendo a palavra da vida; para que no dia de Cristo eu tenha
motivo de gloriar-me de que não foi em vão que corri nem em
vão que trabalhei'." - Fl. 2.15,16

A luz da aurora, raiando pela manhã, sem nenhum esforço,


sem nenhum confronto, simplesmente afugenta as trevas e se
estabelece por todos os lugares aonde chega. Ao comparar a
vereda do justo com a luz da aurora, Salomão ensina princípios
simples para a vida cristã. Sabemos que as obras trevas estão

I
Presentes, sabemos do poder do pecado. Mas à luz do Sol da
Ju
stiça, as trevas jamais prosperam. Logo, (à medida que nos
aproximamos de Cristo,' as obras da carne tendem a se afastar
«r f 7 m—-Vs
e
enfraquecer^As trevas prevalecem apenas onde não há luz. Não
Precisamos entrar num confronto épico contra as obras da carne,
contras as obras das trevas, precisamos nos aproximar da luz.]
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

2 CONCEITO
fÊscolha voluntária em viver separado do pecado; g
H | I É f ê í ã m e n t e proporcional à nossa aproximação de Deus, ou
seja, quanto mais nos aproximamos de Deus, mais nos separamos
do pecado. O termo empregado na língua grega é "agiasmo.s"
significando consagração, separação, santificaçãorj

2.1 O QUE A SANTIFICAÇÃO NÃO E


2.1.1 Responsabilidade de Deus [1 Jo. 3.3,4]
Ser santo é nossa responsabilidade, depende de nossa
decisão, de nossas escolhas. .^
Á
^ JtJ ^ ^ ^
2.1.2 Deus retirar o pecado de nossas vidas
\Algumas pessoas pensam que pecado é uma substância que
Deus tem que retirar de nós. De acordo com 1 Jo. 3:4, o pecado é
a transgressão da lei; é uma escolha voluntária, é um ato errado.^

2.1.3 Deixar o pecado aos poucos (Gl 5:1921; 1 Jo. 1:9; 2:1)
(O pecado não pode ser atenuado em nossa vida. Ele precisa
ser eliminado dela! Envolve uma jornada de posição contra o
egoísmojamor próprio excessivo, que leva o indivíduo a olhar
unicamente para os seus interesses e satisfazer seus próprios
instintos e desejos e a importar-se apenas com a própria vida,
escolher a sua vontade, e não a vontade de Deusl

(Gl 5:19-21). Temos que trocar a raiz e colocar no lugar do


egoísmo o amor. Amar é fazer o melhor para Deus, para os
outros e para você mesmo. (1 Jo. 1.9; 2:1)

2.1.4 Uma mudança física (aparência)


Também vai serefletir na nossa aparência, mas é lipna mudança
interior, começa abandQnandoopecadojNãoadianta mudara maneira
dé vestir, de arrumar o cabelo, se não mudar as atitudes, o coração! A
Santidade é definida por Deus e não pelo homem. Santidade criada
por homens é legalismo inútil. (0.2.20-23; 1 Tm 4.1-5]}
VIVÊNCIA CRISTA

2 1.5 A morte aos poucos do velho homem (Rm 6:1-6)


jíníissa- velha natureza-não_Bode_ser mantida na "UTI". Já
estamos mortos! Logo após o batismo começa a novidade de
x/idá (2 Co 5.17; Gl 6.15). Se
Viad. — pecarmos não é o velho homem,1é . . .
Anotaçoes
falha nossa, então, temos que assumir o erro, nos arrepender, ir
para a cruz, confessar o pecado para que o sangue de Cristo nos
limpe. "Salvação é moral e não cerimonial'\jÉ restauração moral.

2.1.6 Uma imposição de Deus (1 Jo. 3:7) §j|


Santidade não se coloca, não se impõe.jsantidade se
conquista com prática da justiça?}

2.1.7 Não é ter apenas a aparência de piedade


^Existem muitos rótulos modernos de santidade. Estes rótulos
vão desde comportamentos estereotipados de piedade, modos de
vestirem-se, modos de falar, modos de orar. Os fariseus adotavam
comportamentos pelos quais desejavam mostrar ao público o seu
"alto" nível de piedade e santificação (Mt 6.1-6; Mt 23.1-7). A
exemplo deles temos ainda hoje, aqueles que se apegam as roupas
e a costumes específicos como se tais elementos fossem capazes de
conferir santidade ou piedade. Temos aqueles que pensam que por
guardar certos dias estão num outro nível de santidade] E poderíamos
falar de muitos outros falsos rótulos de santidade.

2.1.8 Santificação não é fanatismo


[O fanatismo geralmente é resultado do estudo legalista da
Palavra de Deus, sem discernimento ou unção. As atitudes fanáticas
não se embasam nas Escrituras, mas em convicções pessoais
desequilibradas] Exemplos de fanatismo podem ser vistos nos
movimentos que levaram centenas de pessoas à morte pelo
suicídio, por julgarem que estariam com este ato, indo para Deus.

Foi o fanatismo religioso que fez muitos seguirem a Jim Jones


(Templo do Povo), Asahara (Verdade suprema), David Koresh (Ramo
Davidiano), Jo Dimambro (Templo Solar) e tantos outros místicos
ou charlatães que terminaram causando tragédias coletivas,
noticiadas no mundo todo". Vidas perdidas em vão, pois não
alcançou em vida a santificação absoluta e somente a misericórdia
divina pode tê-los impedido de não se perderem para sempre,
buscando algo que pensavam garantir-lhes a vida eterna. Paradoxal!

2.1.9.Santificação não é isolamento ^


Na primeira Carta aos Coríntios encontramos a seguinte
exortação do apóstolo Paulo:

"Já por carta vos escrevi que não vos comunicásseis com os que
se prostituem; com isso não me referia à comunicação em geral
com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os
roubadores, ou com os idolatras; porque então vos seria
necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevo que não vos
comuniqueis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou
avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou
mubador; com esse tal nem sequer comais." (1 Co 5.9-11)

Os cristãos coríntios, interpretando incorretamente as


orientações do apóstolo, afastaram-se dos cidadãos não
convertidos da cidade e com isto queriam evitar os pecados
mundanos, guando adotamos atitudes incorretas para evitar
alguns pecados, acabamos por cometer outros ainda piores. Nos
primeiro séculos da Igreja Cristã, homens e mulheres revoltados
com a situação que, segundo eles, estava se afastando da pureza
e da Palavra de Deus, retiraram-se para os desertos. Surgiram
então os eremitas, pessoas que se isolavam nos desertos e nas
cavernas fugindo da corrupção das cidades e da igreja. No mesmo
tempo surgiram também os mosteiros e os conventos,
comunidades compostas por homens e mulheres que se
afastavam da sociedade, porém, continuavam a viver em
comunidades isoladas do mundo. Eremitas, monges e freiras
O movimento
criam que o isolamento era a alternativa para quem queria viver
monástico, esta
uma vida de santidade. Mas a História mostrou que estavam
reação de homens e
mulheres que se errados. Os pecados atormentavam os eremitas nos desertos e a
refugiaram nos corrupção invadiu os mosteiros e convento^Portanto, resta saber
desertos e mosteiros então o que é a Santificação. Esta resposta é imprescindível para
será abordado na a igreja, para os filhos de Deus, num tempo onde os valores estão
disciplina História cada vez mais relativos e conceito de santidade perto de perder
da Igreja Cristã o seu sentido bíblico. Estudaremos isto no próximo tópico.
VIVÊNCIA CRISTA

3. O QUE É A SANTIFICAÇÃO
31 A vontade de Deus
O texto base acerca da Santificação encontra-se em lTs. 4.3:

"Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa Anotações

santificação: que vosabstenhais da prostituição, que cada um


de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e honra, oãojia
paixão da concupisçincia, como os gentios que não conhecem
a Deus; ninguém iluda ou defraude. nisso a seu irmão, porque o
Senhor é vingador de todas estas coisas, como também antes
vo-io dissemos e testificamos. Porque Deus não nos chamou
para a imundícia, mas para a santificação." (1 Ts. 4.3-7)

De imediato, fica claro que a Santificação é a vontade de Deus


para todos que se achegam a Ele. Viver em santificação é viver segundo
a vontade de Deus. Este chamado à Santificação é uma constante nas
Escrituras Sagradas, tanto no Velho como no Novo Testamento.

3.2. A santificação no Velho Testamento


A Lei Mosaica apresentava três aspectos distintos: A Lei Moral,
A Lei Civil e a Lei Cerimonial. Esta última parte é regulamentada no
Livro de Levítico. Deus estabelece todos os parâmetros da adoração,
da expiação do pecado, enfim do relacionamento com Deus. Era o
caminho para a busca da presença de Deus, por meio de sacrifícios
que antecipavam a obra de Cristo, que justifica e santifica o homem.
Cl versículo chave do livro de Levítico é 19.2, que diz:

"Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-ihes: Este versículo de


Tessalonicenses deixa
Sereis santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo."
ciara a relação entre
Este livro apresenta assuntos diversos como sacrifícios e Deus e a santificação.
Grife as palavras que
doenças de pele, leis de alimentos e festas, é a concepção de Israel
evidenciam o que
como um povo "santo para o Senhor" (20.26). Portanto,[o
Deus espera de nós
conteúdo central da Lei Mosaica, estabelecido na Lei Moral e
em relação a esta
ratificado na Lei Cerimonial, era a santidade que deveria ser
disciplina tão
buscada pelo povo a fim de conformar-se com o seu Deus. A importante da vida
capacitação para a busca não era do homem e sim de Deus, que cristã.
proveu os meios para que os israelitas pudessem achegar-se a
Ele] Este processo é a Santificação presente no Velho Testamento.
L M*. H» ^^ÊM^X^É^1
W> J s p A * t o díL iM- ^ ' , „
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIMGULAR

Implicitamente, esta santidade é reivindicada


posteriormente pelos profetas. Os pecados do povo são
censurados gravemente. O abandono à santidade pelo povo de
Israel culminará com o Cativeiro Assírio e Cativeiro Babilônico.
Quando não existe santidade, não existe relacionamento com
o Deus Santo e o homem fica à sua própria sorte (Is. 59.1,2).

3.3. A santificação no Novo Testamento


No Novo Testamento não é diferente e a santificação aparece
como um padrão de vida para o filho de Deus, desde os primórdios do
Evangelho. A presença do Cristo é a evidência maior da necessidade
de santidade para que o homem retorne para Deus. A pessoa de Cristo
estava presente implicitamente no Velho Testamento (Gn. 3.15; Jo.
8.56) e explicitamente no Novo Testamento.

A priorização da busca da santificação aparece num dos textos


mais conhecidos do Novo Testamento, Mt 6.33:

"Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas


coisas vos serão acrescentadas."

A prioridade de todo cristão é o reino de Deus, ou seja, a


submissão à vontade de Deus, a submissão à sua Palavra. Ato
contínuo deve ser a busca pela justiça, ou seja, o cristão deve
buscar a todo custo que em sua vida prevaleça o padrão de justiça
divino, em detrimento da justiça humana falível.

Paulo, Pedro, Tiago, João e o autor de Hebreus investem


grande parte dos seus escritos a favor da santificação e os
resultados experimentados por quem a busca ou por quem
negligencia este mandamento divino.

3.4. 0 Escopo da Santificação


"E o próprio Deus de paz vos santifíque completamente; e o
vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo."

(asantificação, portanto,-deve afetar a totalidade dcrhomem


- cqrporalmcre^spírito) Estudamos em tópicos anteriores as obras
da carne e o fruto do Espírito. A santificação nada mais que o

102
ijfqcesso onde o fruto do Espírito subjuga as obras da carne na
vida cristã e os agentes que atuam neste processo são a Palavra de
Deus e a oração.

3.5. O tempo da Santificação Anotações


^A santificação é um processo imprescindível na vida do
cristão e a negligência quanto a ela, pode comprometer o alvo
final do Evangelho - a vida eternâ^Tomando-se por base Fp. 1.6;
8.29,30; 2 Pe. 1.3,4; entende-se que a Santificação é um
processo que tem inicio com a conversão e somente finaliza com
a glorificação.
íu <kss
|A santificação é resultado da atuação do Espírito Santo no
ÍMjjbn&jpIGX
coração do homem, porém, como visto na Introdução, exige a - 'lUZU
cooperação do homem porque o Espírito não age contra a ctyiuí-
vontade humana. J

Além das disciplinas espirituais que fortalecem o espírito do


homem contra o pecado, Jesus exorta o cristão à vigilância. Ou
seja, viver em santidade exige de cada cristão ter os seus sentidos
espirituais alertas, sabendo que Satanás, o adversário de suas
almas, trabalha incansavelmente no intuito de fazer o filho de
Deus descair da sua firmeza.jA vida de santidade é a vida do
cristão consciente de suas limitações, do poder disponível em
Deus para a vitória e da ação efetiva do inimigo. ]
TÓPICO 2
REINO OE OEUS

Anotações
1 INTRODUÇÃO
Num dos versículos mais conhecidos das Escrituras, Jesus
ordena que se priorize a busca do Reino de Deus e da sua justiça.
Mas o que é o Reino de Deus que deve ser buscado? E o que é
esta justiça? Neste tópico estudaremos o Reino de Deus e todas
as implicações desta busca.

2 DEFINIÇÃO
[O vocábulo Reino, gr basileia, pode ser empregado com dois
sentidos diferentes. Por um lado é usado para referir-se ao reino
como algo abstrato, ou seja, o reinado ou o governo de um
monarca. Mas também é empregado para referir ao território
onde o rei governa^ Nas Escrituras o sentido mais comum é o
primeiro, ou seja, Reino normalmente está relacionado a
soberania de Deus sobre os seus ou sobre o mundo em geral,
exceto numas poucas referências bíblicas, como por exemplo em
Ex. 19.6. Assim, OJteinn rip Dp^s sprá pstudarln aqui em seu
spnfirinjjhsjratn, niiyjajestamns falando dn gnvprnn de Deus
sobre todas as coisas e sobre as nossas vid^s^Sabemos-que no
futDrõliãyerá um^eínournessiánico e quegste reino se estpnrlprá
por toda a terra. Portanto, durante o reino milenar teremos tanto
o Reino no sentido abstrato, quanto no sentido concreto, uma
vez que Cristo reinará sobre toda a Terra.

3 REINO DOS CÉUS


Além da expressão Reino de Deus, no Novo Testamento aparece
por 33 vezes a expressão Reino dos Céus. Qual a diferença entre
elas, se é que existe alguma diferença? Veja a explicação abaixo:

"A origem e o sentido dessa frase "o Reino dos céus", que traz
luz ao conceito de Reino do nosso Senhor, é a seguinte: No
judaísmo antigo existia uma tendência de se evitar o uso do
nome de Deus. Vários substitutos eram correntes e "céus" era
VIVÊNCIA CRISTÃ

um deles. Essa foi uma forma de discurso que havia surgido


do hábito judaico de enfatizar na natureza de Deus sua
exaltação sobre o mundo e sua majestade inatingível mais do
que qualquer outra coisa, até ao ponto de colocar em perigo
o que deve sempre ser a essência da religião, uma verdadeira
comunhão entre Deus e o homem. Mas esse hábito, apesar de
exponenciai de uma falta característica do judaísmo, também
teve seu lado positivo, senão o Senhor não o haveria adotado.
Em sua natureza humana, Jesus tinha um senso profundo da
infinita distância entre Deus e a criatura. O que havia de
genuíno temor religioso e reverência a Deus na consciência
judaica despertou um eco em seu coração e encontrou nele a
sua expressão ideai, desaparecendo toda a unilateralidade
que o judaísmo havia agregado. Portanto, se Jesus falou de
Deus utilizando o termo "céus" isso não surgiu de um medo
supersticioso de nomear Deus, mas de um desejo de nomeá-io
de tal forma a evocar a mais exaltada concepção de seu
caráter e ser. Para tanto, a palavra "céus" era eminentemente
adequada uma vez que cativa os pensamentos do homem
para o lugar onde Deus revela sua glória e perfeição.'n

Logo, podemos observar que ambas as expressões estão


relacionadas ao mesmo Reino, que ora associa-se a Deus visto que se
trata do seu governo, ora associa-se aos céus no intuito de mostrar a
que este reino é uma antítese aos reinos deste mundo. Os reinos do
mundo e o reino dos céus são completamente incompatíveis. Observe
qu^este mundo é finito e temporal, contudo apresenta muitos reinos,
uma verdadeira disputa pela soberania (Mt. 20.25-28). No entanto,
os céus e aqui tenhamos em mente o mundo espiritual infinito e
eterno, tem apenas um reino, o de Deus. Um paradoxo^

4 REINANDO EM VIDA
Muitos pensam no Reino de Deus ou Reino dos Céus apenas
como algo que será implantado no futuro, como por exemplo,
no Reino Milenar. No versículo chave do Evangelho de Mateus,
porém, Jesus declara:

105
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIMGULAR

"Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-


vos, porque é chegado o reino dos céus" (Mt 4.17)
mj!
ííesus Cristo veio implantar o Reino de Deus e conferiu à Igreja
Anotações a tarefa da continuidade desta tarefa. Na oração modelo, o Pai
Nosso, somos instados a orar - venha o teu reino, seja feita a sua
vontade - logo, a implantação do Reino de Deus neste mundo
passa pela oração e intercessão de cada um dos filhos de Deus,
que além de viver o Reino, deve promovê-lo entre os homens.

Portanto, este reinojião é para uma vida ou tempo futuro


somente, ele começajgui^agoaXlQmeça com você e comigojÉ isto
o que o apóstolo chama de reinar em vida na Epístola aos Romanos:

"Porque, se peia ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse,


muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da
justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo." (Rm. 5.17)

[^transgressão de Adão submeteu os homens ao império da morte,


que escravizou a todos, porém, a obra de Cristo nos introduz num reino
onde predomina a vida e a liberdade que somente os que conhecem o
Evangelho podem usufruirjo reino de Deus acontece neste contexto da
obra de Jesus. O reino de Deus somente é acessível para aqueles que já
passaram pelo novo nascimento e foram feitos seus súditos. A nossa
vida deve ser submetida ao governo de Deus na íntegra. Podemos dizer
que o lado concreto do Reino de Deus não é algum território físico, mas
o território espiritual de nossos corações. Os súditos estão sujeitos a
autoridade do seu rei, tendo direitos e deveres em relação ao reino e ao
rei. Da mesma forma, devemos obedecer a Deus, podendo com isto
desfrutar das benesses do seu reino, sabendo que também temos
direitos e deveres em relação ao mesmo.

106
TÓPICO 3
JUSTIÇA - PARTE 1
Anotações
1 INTRODUÇÃO
Em Mateus 6.33 vimos que o Reino de Deus e a sua Justiça devem
ser a prioridade dos filhos de Deus. Estudamos sobre o Reino de Deus e

É importante notar que esta justiça Duscaaa e a justiça que vem de Deus
e não algum padrão humano de justificação. Isaías adverte seriamente
quanto a padrões de justiça humanos:

"Tu sais ao encontro daquele que, com alegria, pratica a justiça,


daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos. Eis que te iraste,
porque pecamos; há muito tempo temos estado em pecados; acaso
seremos salvos? Pois todos nós somos como o imundo, e todas as
nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos
como a folha, e as nossas iniquidades, como o vento, nos
arrebatam." (Is. 64.5,6)

0 salmista reitera este pensamento ao declarar-"Sem aventurado o


homem a quem Tu não imputas iniqüidade, e em cujo coração não há doto".
Portanto, a justiça em pauta neste tópico emana do Calvário, emana do
plano de Deus para salvação de todos os homens. Qualquer outro sistema
de justificação é nulo em si, uma vez que não satisfaz o padrão de Deus para
justificação do homem.

2. JUSTIÇA IMPUTADA E JUSTIÇA TRANSMITIDA


"Há dois aspectos da justiça de Cristo. O primeiro nós vamos chamar
de justiça legal ou imputada. É a justiça que recebemos em Cristo,
por direito da Palavra de Deus. Assim eu posso dizer: "Eu sou justo
em Cristo." Isto não é verdade? De acordo com a Palavra de Deus, é
impossível ser mais justo do que já sou agora. Eu sou perfeito em
Cristo. Está é a justiça imputada do crente. Há outro aspecto da
justiça de Cristo que vamos chamar de justiça experimental ou
transmitida. Em primeiro lugar Jesus nos atribui justiça, nos declara
justos e perfeitos. Você sabe por que Deus nos declara justos? Para
que Ele possa começar a operar em nós, e fazer-nos de fato justos/n

Este é um trecho de um dos primeiros livros que estudei enquanto


cristão, A Patrola de Deus. Dentre os muitos princípios interessantes,
profundos e simples que aprendi nesta obra de Bob Munford, estava a
justiça de Deus, onde Munford visualiza dois aspectos da mesma: o legal
e o experimental e ambos se revestem de grande importância para a vida
cristã. O aspecto legal da justiça de Deus é a parte que nos revela o que
Anotações nos legado pela obra da redenção. Neste, aprendemos a altura, a largura,
a profundidade do amor de Deus e da posição que nos outorga por meio
de Jesus Cristo. Precisamos conhecer o que nos pertence, para não incorrer
nos equívoco dos filhos de Israel por ocasião da vinda de Jesus Cristo.
João, no capítulo 1 do seu Evangelho, diz: "Veio para os que eram seus,
mas os seus não o receberam". Eles eram os portadores dos oráculos de
Deus, já possuíam em suas mãos o gérmen do seria depois o Novo
Testamento, mas estavam com os seus sentidos embotados e não
perceberam a grandeza do que estava ocorrendo e de quem estava
realizando esta obra bem diante dos seus olhos. Veja as dramáticas palavras
de Jesus acerca da cidade de Jerusalém:

"E quando chegou perto e viu a cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah!
se tu conhecesses, ao menos neste dia, o que te poderia trazer a paz!
mas agora isso está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre
ti em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te
apertarão de todos os iados, e te derribarão, a ti e aos teus filhos que
dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra sobre pedra,
porque não conheceste o tempo da tua visitação." ( Lc. 19.41-44)

Urge que cada cristão conheça, portanto, a sua posição legal perante
Deus. Esta posição legal está bem delineada em no capítulo 2 da Epístola aos
Efesios. Abraão, tendo recebido de Deus a promessa de uma terra, partiu e
depois de algum tempo receber a seguinte orientação:

"E disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta


Jf- C.OLECU. ÒL , , , ,
P^Tnõwí© o. cjtwoSà íjt*. agora os olhos, e orna desde o lugar onde estas, para o norte, para
JSk- Acuu> <o dUxict faa&siik- o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda esta terra que
oi-iz o/vtto" pííx SulXCi At/yv^
ves te
(k&su ' "e' de dar a ti, e à tua descendência, para sempre. E farei a
tua descendência como o pó da terra; de maneira que se puder ser
contado o pó da terra, então também poderá ser contada a tua
descendência. Levanta-te, percorre esta terra, no seu comprimento
e na sua largura; porque a darei a ti." (Gn. 13.14-17)
A promessa foi clareada por Deus a Abraão, porém, ele teve que andar
por toda aquela terra, num reconhecimento da herança que estava recebendo
de Deus. 0 cristão precisa percorrer esta terra chamada vida cristã em toda a
sua dimensão. E isto significa conhecer, compreender, absorver a essência da
promessa de Deus para a sua vida.
VIVÊNCIA CRISTA

g NOVO HOMEM
A justiça de Deus é o padrão moral, espiritual e social traçado
p0r Deus e que deve ser incorporado a vida do cristão. Esta justiça
não pode ser conferida ao homem natural, que não conhece a
Deus. Por isto, todo homem precisa passar obrigatoriamente pelo
novo nascimento, uma experiência espiritual onde o Espírito
Santo toca na vida do homem que se submete a Deus. A própria
experiência do novo nascimento já é parte da justiça de Deus e é
uma condição indispensável para quem quer adentrar o Reino
de Deus (Jo. 3.1-5). O novo nascimento é mais bem compreendido
quando analisamos outros textos do Novo Testamento onde o
assunto é extrapolado pelos apóstolos.

O novo nascimento é novidade de vida, veja Romanos 6.4.0


capítulo 6 de Romanos é um tratado teológico absolutamente
fantástico quanto ao novo nascimento e a justiça de Deus.fÓ novo
nascimento significa que o yeihoJiomemi fo^sepu]tado e que, à
semelhança da ressurreição de Cristo, este ressuscita para uma
nova vida, liberto do pecado! Paulo, escrevendo aos coríntios
afirma:

"Peto que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas


velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (2 Co 5,17)

O novo nascimento, portanto, é o início de uma nova criação,


criada segundo em verdadeira justiça e santidade. 0 cristão
precisa ter muito claro dentro de si esta posição que passou a
ocupar diante de Deus. Se os filhos de Deus tivessem a consciência
do poder que foi liberado sobre a sua vida ao nascer de novo,
muitos não viveriam de forma tão medíocre, tão desonrosa para
Aquele que investiu nada menos que sua própria vida para mudar
a sorte da humanidade (Jo. 3.16). A vida cristã é o campo onde
se desfruta e se aprende a obra de Cristo na prática.

4. FALANDO COMO JUSTO


A justiça de Cristo deve afetar o homem em todos os aspectos
inclusive no modo de falar. O livro de Provérbios aborda diversas
vezes o problema da língua descontrolada, como fonte de diversos
Problemas para o homem, inclusive podendo levá-lo à morte.
Aqueles que são prudentes no uso da mesma colhem outros tipos
de frutos (Pv. 10.20,31; 12.18,19; 15.2,4; 17.4,20; 18.21; 21.6,23;
25.15,23; 26.28). Por isto, as nossas palavras revestem-se de
grande importância no nosso dia a dia, afinal por meio delas
promoveremos o Reino de Deus ou o reino das trevas, semeamos
para a vida ou para a morte.

5. ANDANDO COMO JUSTO


Após a saída de Israel do Egito, Deus separou os filhos de Arão
para o sacerdócio, e uma vez concluída a obra do Tabernáculo, antes
que iniciassem o seu ofício sacerdotal, foram consagrados a Deus

"...e tendo Moisés imolado o carneiro, tomou do sangue deste e


o pôs sobre a ponta da orelha direita de Arão, sobre o poiegar
da sua mão direita, e sobre o poiegar do seu pé direito. Moisés
fez chegar também os filhos de Arão, e pôs daquele sangue
sobre a ponta da orelha direita deles, e sobre o poiegar da sua
mão direita, e sobre o poiegar do seu pé direito; e espargiu o
sangue sobre o altar em redor." (Lv. 8.23,24)

Esta^cnnsggração tinha um-Sipníficado especial na vida dos


sacerdotes demonstrando que eles deveriam ter ouvidos
consagrados para ouvir a voz deJteus. mãos consagradas para
oferecer um ministério santificâdo aosSenhor- e, finalmente, o
seu andar deveria unfãõdar de acordaram a vontade de Deus.
Paulo, escrevendo aos Colossenses (2.6,7), os exorta a um andar
embasado naquilo que haviam recebido de Cristo. João não deixa
por menos dizendo que se está em Cristo deve-se andar como
Ele andou, o que é confirmado pelo apóstolo Pedro em sua
primeira carta (1 Pe. 2.21-25). Enfim, somos chamados ao
discipulado, a trilhar os caminhos do Mestre.

6. O SALÁRIO DA JUSTIÇA (1 Pe. 3.3-9)


(AJustiça de DPIIS, buscada e praticada_em sua essência e
não somente em falsos discursos (Tg. 1.21-17), inevitavelmente
nosjgva a vida eterna, à salvação de nossas almas. J
, introdução *
No tópico 2, item 4, abordamos a questão dos direitos e
deveres dos cidadãos do Reino de Deus. Agora aprofundaremos
urtí pouco mais o assunto e para isto embasaremos o estudo no
Salmo 15, que é um mini manual do cristão que deseja ter
assegurada a sua salvação diante de Deus. Leia o salmo:

"SENHOR, quem habitará no teu tabernácuio? Quem morará


no teu santo monte? Aqueie que anda sinceramente, e pratica
a justiça, e fala a verdade no seu coração. Aqueie que não
difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem
aceita nenhum opróbrio contra o seu próximo; a cujos olhos o
réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao SENHOR;
aquele que jura com dano seu, e, contudo, não muda. Aquele
que não dá o seu dinheiro com usura, nem recebe peitas contra
o inocente. Quem faz isto nunca será abalado."

^ Observe que Davi estabelece neste salmo dois momentos


da relação do cristão com o Senhor:

2 0 TEMPO PRESENTE
0 tempo presente está simbolizado pelo tabernácuio, um
templo transitório, fazendo alusão à vida cristã compreendida
éntre a conversão e o Arrebatamento. 0 tabernácuio estava em
movimento o tempo todo, assim como nós, templos do Espírito
Santo, estamos caminhando rumo ao reino celestial.

3 0 TEMPO FUTURO
Na contrapartida do Tabernácuio temos o santo monte.
Monte nos remete um lugar estável, definitivo. Uma referência
3 0 re
''no celestial preparado para os que amam a Deus. Os deveres
|Pnprídos nos asseguram tanto a presença de Deus em nós no
Presente, quanto a nossa presença diante d'Ele no futuro.
4 BÊNÇÃO E MALDIÇÃO
Direitos e Deveres nos remetem ainda a Deuteronômio 28,
onde Deus estabelece a bênção, um direito que vem como
resultado do cumprimento dos deveres; e a maldição, uma
Anotações
conseqüência da negligência dos deveres. Temos, portanto, neste
salmo as características mais importantes que devem ser
observadas na vida cristã, as quais serão estudadas a seguir. Para
fins de estudo agruparemos estas características em dois grupos.

4.1 PRÁTICAS DE CUNHQ PESSOAL


4.1.1 Praticar a justiça
A justiça que vem de Deus, conforme estudamos no Tópico 3.

4.1.2 Andar sinceramente


A palavra SiNCEROtem uma origem muito interessante. Veja o
texto abaixo:

[jEtimologicamente, a palavra vem de sincera, que é a junção de


duas outras palavras do latim, "sine cera" e foi inicialmente
utilizada pelos romanos, isso porque os artesãos ao fabricarem
vasos de barro, muitos rachavam-se e para esconder tais defeitos,
era usando para tal uma cera especial. "Sine cera" queda dizer
"sem cera", que era a qualidade esperada de um vaso perfeito,
muito fino, que deixava ver através de suas paredes aquilo que
guardava dentro de si. O vocábulo sincero evoluiu e passou a ter
um significado muito elevado. Sincero, é aqueie que é franco, leal,
verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou
dissimulações. Aquele que é sincero, como acontecia com o vaso,
deixa ver através de suas palavras aquilo que está guardado em
seu coração, sem nada temer nem ocuitaAjreferenciar)

Como alguns vasos romanos foram danificados o pecado


maculou o ser humano, porém, a obra redentora de Cristo
restaurou-os da perdição. Quando andamos nele não temos do
que nos envergonhar e a nossa vida é uma carta escrita pelo Espírito
Santo e que pode ser lida por todos os homens (2 Co. 3.3).

112
VIVÊNCIA CRISTÃ

41 3 Falar a verdade no seu coração


Uma das exortações do apóstolo Paulo em Ef. 4.25 é que
abandonemos a mentira e falemos a verdade uns com os outros.
Anotações
41,4 Ter uma só palavra
Além da verdade, a lealdade, o compromisso, deve fazer
parte da vida cristã.

4.1.5 Desprezar os réprobos (dar sinônimo)


Em 2 Cor. 5:9-13, Paulo exorta os coríntios a manterem-se
afastados daqueles que professando a fé cristã, não andam de modo
digno da mesma.

4.2 PRÁTICAS QUE AFETAM O PRÓXIMO' '


4.2.1 Não difamar com a sua língua
Tiago, escrevendo sobre a língua (3.1-12), censura a língua
que ora abençoa, ora difama, comparando esta situação com uma
hipotética fonte que produz água doce e água salgada ou ainda
uma árvore que produza diversidade de frutos.

4.2.2 Não aceitar nenhum opróbrio contra o próximo


(Diariamente somos procurados por pessoas que querem
difamar alguém. O cristão não deve difamar o seu próximo,
porém, não pode também aceitar que alguém o faça perante si.
Predsamos nos manifestar diante de pessoas que vem a nós para degradar
a outros, caso contrário, somos cúmplices do problemaj (Êx. 23.1,2)

4.2.3 Honrar os que temem ao SENHOR


Na contrapartida da rejeição aos caminhos dos réprobos,
devemos honrar aqueles que andam segundo os princípios da Palavra
de Deus. Entre estes estão irmãos e líderes com os quais convivemos
diariamente (Rm 12.10; Mc. 15.43; At. 28.10; 13.7; Fl. 2.29; 1 Pe. 2.17).

4.2.4 Não explorar os necessitados


Existem aqueles que aproveitam a crise financeira de
.terceiros, para obter ganhos com juros, multas e outros meios. A

113
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

usura era a cobrança de juros extorsivos. Deus manifesta todo 0


seu cuidado com os menos favorecidos na Lei Mosaica e diversos
mandamentos e ordenanças foram deixados para preservá-los
dos abusos (Êx. 23.11; Dt. 24.13; Ne. 4.23).

4.2.5 Não receber subornos contra o inocente


Outro item recorrente na Lei Mosaica era a questão do suborno
(Êx. 23.6-9; DT. 16.18-20). Esta prática que ocorre atualmente e não
somente no mundo. Um exemplo de suborno nas Escrituras foi
aquele oferecido aos soldados que guardavam o túmulo de Jesus,
para que mentissem acerca do sumiço do corpo. O suborno é um
instrumento usado para torcer a verdade. Logo, qualquer coisa que
nos seja oferecido neste sentido deve ser recusada. Subornos podem
ser discretos e detectá-los exige atenção. SubocoosxiãoArêm^emente
naforma de dinheiroou presentes, podem vir na forma de cargos
importantes ou até mesmò na formã^eL^mêãçás^

4.2.6 Segurança
A prática das ordenanças acima é mais uma coisa que proporciona
segurança aos cristãos que velam por cumpri-la no seu dia a dia. É
promessa de Deus-jamais serão abalados - porque Deus será o seu
socorro bem presente. Não quer dizer que nada os atingirá, mas quer
dizer que mesmo que algo os atinja, eles morarão no seu santo monte.
O tema do capítulo foi Imitando a Deus e estudamos os
seguintes assuntos: Santificação, Reino de Deus e sua justiça. Anotações
Ou seja, aprendemos como deve ser o caminhar, o falar,
enfim, a vida do cristão que deseja agradar a Deus e que
tem perseverado para ser digno de herdar a vida eterna e o
reino que nos está preparado desde a fundação do mundo.

• A Santificação é uma escolha voluntária em viver separado


do pecado e é imediatamente proporcional à nossa
aproximação de Deus. Esta escolha é de responsabilidade
do cristão e não de Deus. Além disso, muitos atribuem a
Santificação algumas coisas que ela não é, prejudicando
assim não somente a compreensão, mas o próprio
crescimento na vida cristã;

• A Santificação é a vontade de Deus para a vida dos seus


filhos e isto fica claro tanto no Velho quanto no Novo
. Testamentos.

• O processo da Santificação de acordo com a Palavra de


Deus é um processo que alcança o homem integralmente,
afetando corpo, alma e espírito.

• 0 Reino de Deus está relacionado a soberania de Deus sobre


os seus ou sobre o mundo em geral.

• O Reino de Deus é completamente incompatível com os


reinos deste mundo, dos quais diverge profundamente em
diversos aspectos.

• A implantação do Reino de Deus neste foi colocada sob a


responsabilidade da Igreja, a qual tem duas ações a cumprir
para que a expansão do reino aconteça: intercessão e
evangelismo;

• O cidadão do Reino de Deus tem direitos claros previstos


nas Escrituras e estes direitos são garantidos pelo próprio
Deus. Para gozar de tais direitos, o cristão deve cumprir os
seus deveres junto ao reino;

• O cidadão do Reino de Deus tem deveres claros previstos

-
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUAORANGULAR

nas Escrituras e a manutenção destes deveres é de suma


importância para que se goze dos direitos que ele possui
dentro do reino. Além disso, os deveres asseguram o bem
mais importante que um filho de Deus pode possuir: a vida
eterna.

• Mateus 6.33, um dos versículos mais conhecidos das


Escrituras, define de forma sintética os direitos de deveres
dos cidadãos celestiais. Um dos deveres é a busca da justiça
do Reino, que a qualidade moral ou integridade de caráter e
comportamento.

• A justiça de Deus possui dois aspectos que precisamos


compreender. O primeiro é o aspecto legal, a parte que nos
revela o que nos foi legado pela obra da redenção. É aquilo
que tenho direito a ter ou desfrutar. O segundo aspecto é a
justiça transmitida ou experimental, que é teor da justiça
legal que já assimilo em minha vida cristã.

• A justiça de Cristo deve impactar todas as áreas de nossas


vidas e uma das áreas que mais recebe atenção nas Escrituras
é o nosso falar. A língua descontrolada é vista como uma
causadora de males.
VIVÊNCIA CRISTA

NOTA INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR


VIVÊNCIA CRISTÃ
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULJD 4

Série: Data de Entrega:

Prezado aluno, através desta auto-atividade você terá a oportunidade de


rever o conteúdo estudado neste capitulo. Esta é uma atividade avaliativa,
portanto, faça-a com atenção e dedicação. Boa revisão!

Questões:

1. O que é a Santificação? Defina de acordo com o significado do termo e


de acordo com as Escrituras.

2. Qual deve ser o alcance da Santificação na vida do homem? Até onde ela
deve atingir?

3. Defina o Reino de Deus.

4. Qual a diferença entre as expressões Reino de Deus e Reino dos Céus?

5. Cite alguns deveres do cristãos em relação ao Reino de Deus,

6. A expansão do Reino de Deus é uma das responsabilidades do cristãos.


Quais são as duas formas pelas quais esta responsabilidade é cumprida?

7. De acordo com Mt. 6.33, quais os direitos e deveres dos cristãos?

8. Como devemos entender o aspecto legal da justiça de Deus?

9. Como devemos entender o aspecto experimental da justiça de Deus?

10. Qual é uma das principais áreas da vida cristão que o filho de Deus
deve atentar e cuidar para sofrer as conseqüências dos seus males?
^ rA pfíULO 0 5
1 ^ , 0 0 SENHOR
O i - Compromisso com Deus
fóP i c 0
RODUÇÃO
1 INT

, te é o fim do díscurso; tudo


& foi
ouvido: Teme a Deus, e
arda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do
*> Poraue Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o
tlOfflcii'- r M

i
# esta encoberto, quer seja bom, quer seja mau"(Ec. 12.13,14)

Caro aluno, Salomão finaliza o Livro de Eclesiastes com as palavras


dos versículos acima, donde se destacam os seguintes pontos.

Primeiro, existe um dever básjço_^eLobser\^do-na-vida


cristã: temer a Deus e guardar os seus mandamentos. Até este

momento~~énfatizamos sobremaneira a questão da guarda dos


mandamentos sob diversos aspectos, os quais serão
rememorados em parte neste capítulo.

Segundo, existe uma razão para que se faça isto: DeushájJe


tijwajuízo toda obra - ou seja, todos os homens darão contas
^suas ações perante de Deus num determinado momento. Isto
na
° e assunto desta disciplina e será estudado profundamente
"! Isciplina Apocalipse e Escatologia, mas tanto cristãos quanto
cnstãos
djf comparecerão perante Deus, em momentos
erentes e
CQ suas obras serão avaliadas. Sabemos que
PareCeremos
bmu
arT1
Perante o Tribunal de Cristo e sabemos
bem q
q ,u e o s

^anto 'mpios comparecerão ao Juízo Final. A questão


u
n i c ! l C O m p a r e c e r o n d e- /' q
" " " ^ r r iaern t a
e da M
uando e
v . P a r a q^u—ê ', d- e- P e n d e
w , , w , v
r
DeUse
terriê | e S C 0 , h a f e i t a P e , ° homem no presente. Servir
'u§ar n T ! 6 U a r d a n d o os seus mandamentos assegura-lhe
CrÍSt
el0Ss
plf1a eusfeito
S
,bUnal d e
6norar a °' ° n d e 3 ,greja Sefá ga,ardoada
'' °nde - ' Deus assegura-lhe um lugar no Juízo
e ^^!5junc| n C ' e n a Ç ã 0 S G r a c e r t a ' N e s t e aspecto, aJgr^jRXem-
doi
d
J ^ s e | e ^ ^ T 1 e n t a , s : preservar-se a si mesma parajLRemo-

^ ^ o s ^ j - .a men
sagem das J3oas Novas aos-não-emtãos,
ra
TDterra e este á assunto do capítulo 6. Existe
HHHÍjHMflMH uma relação íntima entre guardar os mandamentos e temer a Deus.
Somente obedecemos a quem tememos. Filhos tementes aos seus
^ • H I I Í I H H I pais lhes obedecem em tudo, filhos que não temem a seus
progenitores tendem a rebeldia. 0 mesmo vale para o Reino de
Anotações p e u s Q u a n c | 0 entendemos quem é Deus, passando a temê-lo,
certamente teremos todo o cuidado para com os seus
mandamentos^Quem teme a Deus guarda os mandamentos. Quem
não teme, ignora] É uma regra simples. Esta é uma área que tem
sido violentamente atacada pelojjjabo, mas de uma forma muitn
sutil; destruindo do coraçfin de todos cristãos e não cristãos, o
- "conceito de temer-se a Deus. Toda vez que o conceito de autoridade
é enfraquecido, seja no lar ou na sociedade, junto enfraquece-se o
temor de Deus, sendo substituído, nalguns casos, pela rejeição a
Deus e a autoridades em geral. Este é o tema deste capítulo, este
^ — deve ser o tema de nossas vidas diariamente.

2. COMPROMISSO
Uma das primeiras coisas que o temor a Deus impacta na vida cristã
'• é a questão do compromisso. Numa pesquisa informal realizada junto a
alguns pastores, foi unânime a dificuldade que todos enfrentam com os
cristãos no que se refere ao compromisso. Por quê os cargos eclesiásticos
tem sido enjeitados pela maioria da membresia da Igreja? Por quê
atividades básicas como Evangelismo tem sido relegadas a lugares no
final da fila das prioridades dosfilhosde Deus? Sabe-se hoje por meio
de estudos especializados e elaborados parafinsespecíficos que o todo
o fmhalhnripi ima íereia é realizado por apenas 20% de sua membresia,
é muito pouco. Precisamos resgatar o compromisso nasfileirascristãs,
fi^**" Precisamos resgatar o compromisso em nossas vidas.

2.1. COMPROMISSO E SUAS B A S E S


2.1.1.Seriedade
Deus nos leva a sério em todas as situações, devemos ter seriedade!
em cumprirmos nossa parte no compromisso. Deus deve estar em
primeiro lugar em nossas vidas, acima e antes de qualquer outra coisa
ou pessoa (Ex. 20.7). A falta de seriedade é consideraria npgiigêaáa
(Pv. 18.9) e as pnncpqi ipnriac «fio gmvps (1 Sm_2.l?;17;31). ^

2.1.2. Responsabilidade
Saber que responderemos diante de Deus pelas coisas que
VIVÊNCIA CRISTÃ
«
fazemos. O caminho da prosperidade está em cumprir as
responsabilidades diante de Deus (Mt. 6.33). Para Deus, temos
que fazer O MELHOR (Ml. 1.6-8). Encarar as coisas de Deus com ^mmsb»
irresponsabilidade atrai sérias conseqüências (Lv. 10.1-2; Jr. 48.10)
Anotações

2.1.3. Fidelidade ^
Obediência a Deus e a sua Palavra (Ap. 2.10), sabendo que
fazemos parte de uma aliança que foi celebrada no Calvário e
assumida por cada um de nós ao aceitar a Cristo como nosso
único e suficiente Salvador. Precisamos obedecer e cumprir nossa
parte com absoluta fidelidade. Quando desobedecemos à
vontade de Deus ou quebramos a aliança, sofremos as
conseqüências (I Sm. 15.1-23; At. 5.1-10). Sem compromisso sério
com Deus não existe intimidade. O nível do relacionamento com
Deus é diretamente proporcional à profundidade do
compromisso que se tem com Ele. Deus quer de nós uma intenção
moral perfeita - seriedade, honestidade e dedicação absoluta - e
isto significa retidão de coração, sem considerar as dificuldades
(SI. 51.16,17). Ter maturidade espiritual, especialmente em
aspectos como, vontade de Deus, amor, santidade, paciência,
toda a obra. (Fl, 3.12-16) deve ser o nosso alvo (Gn. 17.1).

2.2. COMPROMISSO E SEUS OBSTÁCULOS


Viver uma vida de compromisso não é uma tarefa simples,
principalmente no que se refere ao Reino de Deus. Nesta jornada muitos
obstáculos devem ser enfrentados e vencidos. Vejamos alguns deles:

2.2.1. Idolatria ^
Qualquer coisa ou pessoa que ocupe o lugar de Deus. Veja
os comentários sobre as obras da carne no capítulo 3, Tópico 1.

2.2.2. Desobediência X
A desobediência cega nossos olhos e nos faz voltar ao Egito.

2.2.3. Negligência K
A negligência faz com que não tenhamos responsabilidade
para com as coisas do reino de Deus (Ag. 1:1-6; 2 Sm 7:2).
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

2.2.4.Coração dobre (duplo ânimo, inconstante]


O compromisso com Deus anula a amizade como mundo
(Tg. 1:6-8; Tg. 4:1-10).

2.2.5.Tradições
A tradição tem como base a mera religiosidade. A religiosidade
desqualifica nosso relacionamento com Deus. (Mc. 7:13).

2.2.6.Inversão de Prioridades ^
A inversão de prioridades é baseada em valores-errados-que
adajtamos-4Mtr-&33J

g
2.2.6.1. As prioridades do cristão casado -
A CADEIA DE PRIORIDADE DO CRISTÃO
CASADO É REPRESENTADA NESTA ESCALA:
1- Lugar: Relacionamento pessoal com Deus P
22 Lugar: Cônjuge ^
32 Lugar: Filhos '
4 9 Lugar: Profissão ou Ministerial em Tempo Integrar
52 Lugar: Estudo, vida acadêmica J
62 Lugar: Pais ^
72 Lugar: Familiares e Amigos '
8 S Lugar: Atividades na Igreja, Ministério Leigo ^

2.2.6.2. Prioridades do cristão solteiro


12 Lugar: Relacionamento pessoal com Deus -
22 Lugar: Pais /
3 2 Lugar: Profissão ou Ministerial em Tempo Integral ^
42 Lugar: Estudo, vida acadêmica m
52 Lugar: Namorada(o) ou Noiva(o) ^
62 Lugar: Familiares e Amigos y
72 Lugar: Atividades na Igreja, Ministério Leigo S

2.2.7. Medo
Achar que Deus irá falhar conosco, visão errada do caráter de Deus.
3. FALTA DE COMPROMISSO E SUAS CONSEQÜÊNCIAS

3.1. NA CONVICÇÃO PESSOAL


O cristão que falha na vida de compromisso torna-se inseguro Anotações
em relação ao seu posicionamento para com Deus. Deus é imutável
e não falha em seus compromissos, mas quando nós falhamos com
os nossos, ficamos a mercê de sua misericórdia (II Tm. 2.11-13).

3.2. NA VIDA ESPIRITUAL


Pessoas sem compromisso tendem a uma espiritual monótona e
derrotada. Alguns possuem uma vida bem agitada secularmente falando
e isto para sufocar a real insatisfação em seus corações (Lc. 15.11-24).

3.3. NA VISÃO DO REINO


Outra característica de quem não vive uma vida de compromisso é
uma visão distorcida de Deus e do Evangelho (Mt 25.1-14; Lc. 12.47-48).

3.4. HIPOCRISIA
A santificação é uma virtude espiritual que deve ser buscada
com intensidade e exige dos que desejam uma intensa luta
espiritual. Os descompromissados tendem a uma falsa santidade
por não reunir as qualidades de caráter necessárias para viver
em verdadeira santidade (Mt. 23:27).

3.5. NO MINISTÉRIO
São ausentes na vida ministerial, infrutíferos.

3.6. APOSTASIA
Um risco enorme que correm aqueles que não têm
compromisso com Deus é abandonar a sua fé (2 Tm. 2.17-18). A
vida cristã é uma corrida exigente e o vencedor não pode parar antes
de cruzar a linha de chegada (Mt 24.13). Afeitade compromisso e
a falta de temor podem levar o homem a se afastar gradativamente
de Deus sem que o perceba (Hb. 3.12-19).

123
4. COMPROMISSO E SEUS BENEFÍCIOS /
Ávida compromissada rende ao cristão uma série de benefícios
espirituais e que preenchem verdadeiramente o seu coração.

Anotações

4.1. SALVAÇÃO PERFEITA /


Uma vida transformada e plena diante de Deus. Jesus
declarou o seguinte Mt. 9.24 e 25:

"Pois quem quiser saivar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua
vida por amor de mim, esse a salvará. Pois, que aproveita ao homem
ganhar o mundo inteiro, e perder-se, ou prejudicar-se a si mesmo?"

Quando, em nome do compromisso com Deus, abrimos mão


de nossas próprias vontades e submetemo-nos a Deus, temos a
promessa de uma vida abundante. Alguns, para conquistar e ver
o mundo emprega grande parte de suas vidas, talentos e até
mesmo a honra. Outros, no serviço a Deus, já estiveram em
lugares que humanamente falando dificilmente poderiam ter ido.

4.2. PAZ VERDADEIRA '


Suas consciências estão tranqüilas e podem colocar a cabeça
no seu travesseiro sabendo que, ainda que talvez servos inúteis,
mas estão fazendo o que Deus espera deles (I Tm. 1.19).

/
4.3. PROTEÇÃO DE DEUS
Deus tem compromisso com aqueles que têm compromisso
com ele (SI. 34.7; SI. 71).

Não basta ter o 4.4. PROSPERIDADE - (SI. 35.27; 37.25). '


conceito correto de 4.5. NECESSIDADES SUPRIDAS /
prioridade na
Exemplos diversos nas Escrituras e no dia a dia mostram um
mente, precisa estar
Deus fiel e zeloso da vida daqueles que lhe são fiéis (SI. 23; Fl. 4.19).
comprometido com
elas. Cristo era
comprometido com /
as suas prioridades. 4.6. VIDA ABUNDANTE
Finalmente e apenas ratificando o que já foi dito, a vida de
compromisso leva a vida em abundância (Jo. 10.10).
Tópico 2
I Temor do Senhor

Anotações
1 INTRODUÇÃO
Após a saída do povo de Israel do Egito, Deus ordenou a Moisés
que construísse o Tabernácuio e todos os seus utensílios. Deus
entregou a Moisés um modelo exato de tudo que seria construído
(Hb. 8.5). Dentre os objetos construídos, o principal deles era a Arca
da Aliança. Este móvel sagrado ficava dentro do Lugar Santíssimo e
somente o sumo sacerdote tinha acesso a ele. Havia diversas
ordenanças que eram obrigatoriamente observadas em relação a
Arca. Ela não podia em hipótese alguma ser tocada ou o seu interior
visualizado. Para carregá-la, somente homens especialmente
separados e da forma correta. Todos em Israel conheciam bem todos
estes rituais e ordenanças, estando conscientes das conseqüências
de sua não observância e uma das conseqüências era a morte.

Decorridos alguns anos, os israelitas perderam o temor a Deus


e esta perda aparece na forma como usavam a Arca da Aliança, ou
seja, ela ficara muitos anos em Silo e somente lembraram-se dela
quando se viram em apertos, ou seja, usavam a Arca como se fosse
um grande amuleto capaz de dar-lhes vitória contra os seus inimigos.
Mas, a presença de Deus não fica onde não existe o temor e, além
de derrotados, tiveram a arca capturada pelos filisteus (I Sm. 4.16 -
5.3). Os filisteus logo se viram em apuros por ter roubado a Arca de
Deus e sofridas as conseqüências (I Sm. 5.4-6.12) devolveram a arca,
colocando-a sobre uma carruagem puxada por bois.

A irreverência dos israelitas se mostra mais uma vez quando


abrem para ver o que tinha dentro da arca e setenta homens
perecem (I Sm. 6.19). Temerosos recolhem a arca a casa de
Abinadabe, onde ela fica até que Davi, tendo assumido o governo
de Israel, faz preparativos para transportá-la para Jerusalém(ll Sm.6).
Mas Davi comete um erro grave. Novamente ele não observa as
ordenanças em relação a arca e a coloca sobre uma carruagem,
exatamente como fizeram os filisteus. A viagem começa e tudo vai
bem até que um dos bois tropeça e arca pende. Uzá, que estava ao
lado estende a mão à arca e morre fulminado (II Sm. 6.6,7).

Muitos não entendem o que ocorreu aqui e pensam em Deus como

155 I
um Deus extremante severo e cruel. Sabendo que esta não é a verdade
devemos analisar esta incidente com outros olhos, com os olhos da
reverenda, do temos perante um Deus santo e seus mandamentos. Uzá
era um levita, um homem quefora preparado para aqueles procedimentos.
Anotações Ele sabia o que deveria e o que não deveria ser realizado, contudo,
irreverentemente, tocou na arca. O projeto é abortado e somente alguns
meses mais tarde, Davi retomará o processo e desta vez fará conforme
a tudo quanto Deus ordenara em sua Palavra.

Estes diversos incidentes envolvendo a Arca da Aliança, os


filhos de Eli, os filisteus, os homens de Bete-Semes, Uzá, Obede-
Edom e Davi, nos mostram a importância do temor no
relacionamento com um Deus santo. Se quisermos servir a Deus,
devemos fazer as coisas de acordo com a sua vontade e
obedecendo inteiramente à sua Palavra. Temos diversos outros
exemplos de homens que não temeram a Deus e sofreram as
conseqüências dos seus atos. Caim, Nadabe e Abiú, Ananias e
Safira e outros. Mas hoje ninguém morre por não temer a Deus,
talvez você diga. Sim, é verdade, pode não morrer fisicamente,
mas espiritualmente está longe de Deus e, portanto, longe do
Reino de Deus e muito perto do inferno.

Nas palavras do Dr. LynnJknrip^nn tornar o_ps_cado trivial


é semelhante a tocar a arca. Não olhamos para o pecado com
os olhos de Deus. O pecado matou a seu Filho santo ^Pecado
para nós é um ponto fraco, uma fraqueza. "Eu sou apenas um
ser humano, você sabe". Seria melhor admitir que o pecado é
uma afronta ao Deus dos céus, que é santo.j

Q A j - àxttCU^-JBSòcfe ifk presença de Deus hoje não mais está simbolizada na Arca da Aliança
e Deus não habita no Tabernácuio ou templos modernos. Nós somos o
templo do Espírito Santo de Deus, Deus habita em nossos corações. A
OjU. ^uXV2C05K> Arca da Aliança sou eu, é você. E como temos conduzido esta arca
QftnJCk. iCUÜSidLíJ^ - diariamente? Estamos nos conduzindo de acordo com a vontade de Deus
ou estamos vivendo segundos os nossos próprios conceitos?)

2. DEFINIÇÃO
O termo grego phobuspode ser usado com dois sentidos: medo,
pavor ou respeito e reverência, sendo o sentido determinado pelo
contexto. Quando se fala em relação a Deus evidentemente o foco
está na segunda opção, ou seja, reverência e respeito profundos

126
que devem ser devotados por diversas razões, conforme analisado
No item 1 do Tópico 1. Podemos dizer que temor:
• É santa reverência - Hb. 12.28-29;
• É a base de toda sabedoria - SI. 111.10; Pv. 1.7 Anotações
• É odiar o mal - Pv. 8.13
• É o caminho da paz - Rm. 3.17,18
• É andar em segurança - Pv. 29.25

O temor do Senhor é adquirido por níveis, sempre podemos


ter mais, e ele tem efeitos profundos em toda nossa vida. Devemos
ter a atitude de Deus com respeito ao pecado. Devemos ter um
profundo respeito e entendimento da sua santidade. A revelação
da santidade de Deus é o maior incentivo para nunca tocarmos a
glória de Deus. Não devemos querer a glória para nós, nem para os
outros porque Ele é Deus. Alguns versículos sobre o temor do Senhor^
e a glória de Deus: SI. 89.7; j"rr5.22rHb. 12.28-29:_Ap- 14.7:15.4 ~~

j^^ditmrwrao—
3. O TEMOR A DEUS APLICADO
R ) temor do Senhor nos afasta do mal (Ex. 20.20; Pv. 16.6). XjlíaM—j^cffl/Oae&íQaa
Esta é uma conseqüência natural de quem teme a Deus, visto jaaçog^ j //i-vfaã'
que não podemos temer a Deus e conviver com o pecado] O
" tuc - ->nrtck. '"> G^.'
temor cresce em nossos corações à medida que nos aproximamos
e conhecemos a Deus. Isto significa que estamos expondo cada •iSsia^aos c4&ccc4â .íU^gltjJbA^
vez mais nossas vidas à luz da Palavra de Deus e a transformação <x& jÃxxfeet f) -âÈuiu.—
ocorre em nossos corações. A Palavra produz a santidade e ytj&Mns iJtfe -» ÇtttyUatiwya»
santidade é um requisito de quem teme a Deus.
a oOnr-N oápa .

3.1. COMO ADQUIRIR O TEMOR DO SENHOR? -


3.1.1. Decisão
Por uma decisão da nossa vontade. Precisamos querer o
temor do Senhor (Pv. 1:29).

3.1.2. Confissão e Clamor /


^Precisamos confessar ao Senhor nossa falta de temor e
clamarmos por misericórdia, reconhecendo que sem a ação de Deus
não conseguiremos (Lv. 5.5; Ed. 10.11; Rm. 10.10; Mt. 7:7)^

127
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

"Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo


os meus mandamentos, para lazeres atentos à sabedoria o teu
ouvido, e para indinares o teu coração ao teu entendimento, e se
damares por inteligência, e por entendimento aiçares a tua voz, se
buscares a sabedoria como a prata, e como a tesouros escondidos
a procurares, então entenderás o temor do senhor, e acharás o
conhecimento de Deus". Pv. 2:1-5

3.1.3.Aprender na Palavra de Deus


Outra maneira de adquirirmos o temor do Senhor é
freqüentar regularmente a "escola de Deus" - Sua Palavra. Ela
nos ensina algumas lições, em Salmos 34.11-13. São elas:

3.1.4.Refrear a língua
Tg 126; SI. 10.7; 34.13; 3730; 39.1; Pv. 12.18; 18.21; 21.23; I Pe. 3.10; Is. 6

3.1.5.Não mentir
(Dt. 23.23; Jó 27.4; 33.3; SI. 12.2-3; 34.13; 59.12; 120,2; 141.3;
Pv. 8.7; 10.18-21; 12.22).

Quando tivermos sobre nós o temor do Senhor, falaremos


100% a verdade, seremos 100% honestos. Não haverá exageros
nem diminuições. Não falaremos nada diferente do que ouvimos.
Não teremos lábios enganosos. Muitas vezes mentimos por falta
de temor do Senhor. Dizemos que "gostaríamos de ir", quando
"realmente não queremos ir". Deus quer colocar sobre nós o seu
padrão de santidade. Pessoas de nossa inteira confiança são
aquelas que tem o temor do Senhor. O que elas falam é verdade
total. Deus quer que sejamos 100% honestos.

3.1.6.Apartar-se do Mal
(Jó 28.28; SI. 34.14; 37.27; Pv. 3.7)

3.1.7.Praticar o bem
(Rm.2.10; 13.3; SI. 34.14; 37.3; Tg. 4.17; III Jo. 11)
3.2. DOIS ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE • Anotações
TEMOR DO SENHOR:
3.2.1.Temer a Deus é Viver em Obediência
Na Bíblia, o temor do Senhor está ligado à obediência ao
Senhor (Gn. 22:12; Ex. 1:17; Daniel 3; Ec. 12.13).

3.2.2. Temer a Deus nos Traz Segurança (Ec. 7.8)


É o temor do Senhor livra do temor dos homens (Pv. 29:25)

4. O TEMOR A DEUS DEMONSTRADO


Áreas de da vida cristã onde o temor de Deus deve ser evidenciado:

4.1. PENSAMENTOS (Fp. 4:8; Mt 5:28)

4.2. Palavras (SI 19:14] X


Pecados causados com a língua, murmuij)£ãp, mentira,
i-rítjra^ palavras-vãs^fofocasj^ negativismo , são itens que não
podem constar da vida cristã autêntica.

4.3. AÇÕES
Ações quem tem o temor do Senhor faz o melhor em todas as
ocasiões e circunstândas^napresença ou ausêncja das pessoas (Fl. 2.12).

4.4. SENTIDOS CORPORAIS


Tementes a Deus, não devemos absorver nada que nos contamine
e manche a nossa vidaJMt.T5.il, 17-20).

4.5. OUVIDOS
Devemos fechar os nossos ouvidos a qualquer coisa que não
promova a edificação espiritual: músicas cujo conteúdo ofenda
os princípios da Palavra de Deus, fofocas, certos tipos de piadas,
murmuração e outros (Pv. 17.4; 23.12).
4.6. VISAG
Este tem sido um dos sentidos mais atacados na vida do homem
e ainda mais os cristãos.
Anotações
x
4.7. TATO e OLFATO
Estes sentidos também podem nos levar ao mal se utilizados
indevidamente. Rghjr|acornijijfjag gpHii7Pm pelo arom^jTTuifrv:
são levados a glutonaria_e bebedices. O toque pode ser um
elementznfê estímulo a comunhão. p amizadp; pnrprr^
pode levar a pecados relacionados à área sexual.

4.8. PALADAR
Se desequilibrado o paladar pode nos levar as obras da carne
citadas acima. Aglyíonaria.

4.9. VIDA FINANCEIRA


O ikq rnrrptn Hn (tinh^im Este assunto será estudado mais
profundamente no tópico 4 - A Mordomia dos Bens.

4.10. USO DO TEMPO


Este assunto será estudado mais profundamente no tópico
4 - A Mordomia dos Tempo.

4.11,0 TRAJAR
Este assunto será estudado mais profundamente no tópico
4 - A Mordomia do Corpo.

4.12. RELACIONAMENTO COM 0 SEXO OPOSTO *


O sexo é uma das áreas mais atacadas na vida cristã. Devemos
demonstrar o temor a Deus também aqui.

4.13. NA ATITUDE COM AUTORIDADES


É muito comum ver cristãos tecer críticas mordazes contra
as autoridades, eclesiásticas e seculares, quando o mandamento
que temos de Deus é de obedecer e interceder. Abençoar.
g Q TEMOR A DEUS USUFRUÍDO £
O temor^a_Deiis prnrlii7 resultados na vida-cristã e podemos
perceber isto de diversas formas, a saber:

5.1. MISERICÓRDIA
Os que temem a Deus podem contar sempre com a sua misericórdia,
pois Ele e somente Ele conhece a nossa natureza e sabe que por mais que
batalhemos estamos sujeitos a falhas (I Co. 12.10; SI. 103).

5.2. PROSPERIDADE
Uma vida equilibrada financeiramente é outra promessa
destinada aos que temem ao Senhor, porém, devemos lembrar
que isto não quer dizer que todos os fiéis serão ricos ou não
passarão por nenhum tipo de privação. Temos diversos exemplos
nas Escrituras de homens e mulheres que sofreram privações por
causa do Reino de Deus. Uma coisa, porém, é certíssima: ainda
que soframos algum tipo de privação neste mundo, o que nos
espera é algo inefável (Lc. 16.19-31; Rm. 8.18; Ap. 21).

5.3. COMPANHIA DE DEUS


Deus procura homens e mulheres que o sirvam em fidelidade
e promete-lhes a sua presença (I Cr. 16.9a; SI. 101.6).

5.4. DESEJOS SATISFEITOS


Um versículo que tem sido o refrigério dos cristãos aos longo
dos séculos resume este ponto - Entrega o teu caminho ao Senhor,
confia n'Eie e Eie tudo fará[SI. 37.4,5 e ainda 145.19; 147.11).

5.5. ACEITAÇÃO y
Os que temem a Deus jamais serão rejeitados por Deus (At. 10.35).

5.6. LONGEVIDADE - Pv. 10.27.

5.7. REFÚGIO - Pv. 14.26; 18.10


t 5.8.
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

SUPRIMENTO DAS NECESSIDADES - SI. 34.9; 37.25

7
5.9. ORIENTAÇÃO DE DEUS - SI. 25.12; Am. 3.7
Anotações

5.10. PROTEÇÃO DE DEUS - SI. 34.7

5.11. PROMESSA DE CURA - Êx. 15.26; Ml. 4.2

5.12. RIQUEZA, HONRA E VIDA - Pv. 22.4 /

5.13. BONDADE DE DEUS - SI. 31.19

5.14. ESTÃO NO MEMORIAL DE DEUS - Ml. 3:16,17


Anotações

1 INTRODUÇÃO
"Cada época tem suas grandezas e suas loucuras, suas
possibilidades e suas tentações. Mas essas sempre são
diferentes de época para época. Para aproveitar as
oportunidades e evitar as ciladas, os cristãos deveriam estar
num processo contínuo de entender o tempo presente"

No Segundo Livro de Crônicas (12.32) encontramos um texto


que certamente embasa o pensamento acima:

"...dos filhos de Issacar, duzentos de seus chefes, entendidos


na ciêncjâjdos-tempos para saberem o que Israel devia fazer,
e todos os seus irmãos sob suas ordens."

Estamos atravessando um período crítico para a Igreja de


Cristo e parece que a cada dia o poder de influência do Evangelho
está definhando diante de nossos olhos. A capacidade de atingir
as pessoas e instituições tem se reduzido a níveis nunca vistos. Os
líderes eclesiásticos, nas palavras de um pastor contemporâneo,
não passam de cerejas no bolo, ou seja, para a maioria das pessoas
são apenas enfeites, dispensáveis e não exercem mais o mesmo
nível influência de outros tempos. Mas a constatação mais grave é
que enquanto a influência de dentro para fora definha, a influência
inversa tem crescido assustadoramente e a identidade cristã está
desaparecendo. We^^Kfillej^um judeu alemão escrevendo sobre
a história de seu povo, faz um comentário muito interessante. O
povojudeu é um dospo vos que mais re veses sofreu em sua história,
porém, mais de uma vez ressurgiu e o fator determinante para
esta sobrevivência ao longo da história é a forte identidade
desenvolvida pelos judeus. E/es foram espalhados pelos quatro
cantos da terra, porém, em cada lugar sempre mantiveram as
tradições, as suas raízes. Não fosse isso, há muito já teriam
desaparecido da face da terra, como outras nações.1

133
ra-INSmuro teológico q U A D R a n g u l a

Mas o que tem gerado esta situação adversa


e para a Igreja atual? Na verdade estamos e x p e r ^ ° Scris tã 0s
tempo de mudanças profundas na sociedade e ^ í ^ f f l um
está acontecendo é essencial para os cristãos q u T ^ 0 ^e
revelantes nos dias atuais e o mesmo vale para a * deSejarTl %
livro, OjLadp Oculto da Globalização^ comenta - ° utr o
Cr stã
está sempre atrás do seu tempo e correndo atrás do '^t '
seja, nem a igreja nem os cristãos procuram anteveT^ 0 " 0 1 '
acontecendo ao seu redor e isto sempre causa grande 1 1 ^
rejUlZos
para todos. Aqui voltamos a frase e versículos intrrvw
uutor| - ,
j ' * ~ osondp
vemos que deveríamos ter a preocupação de entender os
para poder escapar das suas ciladas e carecemos de uma lide ^
como os da tribo de Issacar, entendidos na ciência dos tem"^
para dizer o que a igreja precisa fazer.

Vivemos num mundo dinâmico e a única maneira de poder


influenciar este mundoéacompanharas mudanças, entender os perigos
e as oportunidades que se apresentam para as nossas vidas e agir.
Sabedoria, discernimento, sensibilidade são itens que o cristão não pode
abrir em qualquer tempo para que possa tocar na vida das pessoas.

Neste capítulo falaremos um pouco das características dos


tempos modernos e dos perigos que apresentam para a Igreja,
para as nossas vidas. Evidentemente, como disse anteriormente,
estamos vivendo num mundo dinâmico e o importante e que
assimile os princípios gerais do assunto, para que sejam aplicados
continuamente e não importando o que venha ocorrer ao nosso
redor, saibamos como proceder para continuar sendo relevan es.

2 PÓS MODERNISMO únjc0


O que é o Pós Modernismo? Não temos um c o n s e n f . U m a i s
na definição do tempo. Escolhi o texto abaixo como um o
coerentes sobre o assunto para o nosso estudo. Se v j w ^
leu nada acerca do Pós-Modernismo, este tex o
contextualização antes de prosseguir.

Muito se fala em pós-modernidade, e m a Í S / e ° ^ p - g a J B


termo "pós-modernismo" vem se t o m a n d o „ u m a t ^ r a n do-se ^
saturar
isto é, um termo que age como um s são P erig oSos,
significados quaisquer que sejam. Tais termos

134
VIVÊNCIA CRISTA

carregam Deus e o Diabo trocando condolências em uma mesma


carruagem, querem dizer o "tudo", mas se confundem em uma
cacofonia de vozes. Tudo é "pós-modernismo", dizem. No
cotidiano encontramos a face de dois gumes do termo: pós-
moderno é usado tanto em sentido pejorativo como em sentido Anotações

virtuoso; o sujeito pós-moderno então pode ser visto de acordo


com a preferência do observador.

Não é minha intenção discutir nenhum dos dois significados,


mas sim, apresentar algumas considerações sobre o conceito de
pós-modernismo dentro de uma perspectiva sociológica,
sobretudo, com os contornos do sociólogo Zygmunt Bauman.

O próprio termo não é um consenso dentro da sociologia.


Bauman diz que Giddens caracteriza a sociedade atual como
"moderna tardia", Beck como "moderna reflexiva" entre outros.
Já ele, Bauman, opta pela sociedade "pós-moderna": "A nossa
sociedade (...) como prefiro denominá-la -çgsjnodemaé marcada
pelo descrédito, escárnio oujustajjesistência de muitas ambições
(...) características_da era moderna." O importante não é então a
etimologia da palavra, mas sim, termos em mente que guando
falamos em "pós-modernismo" fora do senso comum, estamos
falando de um período marcado por algumas transformações,
momento este que marca uma linha divisória mas não fixa e nem
tanto inteligível entre o que é "moderno" e "pós-moderno^Jl

Usamos pós-modernismo para caracterizar uma época onde


visíveis mudanças ocorrem na sociedade em suas múltiplas faces:
política, arte, economia, ciência, técnica, educação, relações
humanas, religião e outros (nota do autor). No entanto, não
significa que a humanidade abandonou a modernidade, são
tênues divisórias imaginárias que marcam o que é moderno e o
que é pós-moderno; o pós-modernismo, em seus vários aspectos
que o distingue da era moderna, carrega também a modernidade;
aliás, é tão platônico quanto os períodos anteriores.

Não reinventamos uma nova moral, uma nova ética, uma


nova ciência, uma nova economia, etc.,[um dos princípios do
debate pós-modernista é a liberdade, de tal forma que ela sorri
abertamente para as divergências; o efêmero, outro princípio pós-
moderno, necessita do debate de opiniões, mas a ordem é não
manter nenhuma ordem, nenhuma opinião, nenhum valor que

SSimiminmiT]rnmmmimnam- ' - n á nl iki fijÊÊÊÈ^^^^^M


ITQ - INSTITUTO TEOLOGICO QUADRANGULAR

seja fixo. A liberdade pós-moderna permite tudo, menos


liberdade da não-liberdade, fixamente só está o valor supremo
da efemeridade das coisas, tudo apresenta-se como líquido
disforme, fluido, impossível de constância)- daí o termo
modernidade líquida de Bauman em contraposição à
modernidade sólida do período moderno onde o mundo era
criado conforme uma ordem universal.

3 MODERNIDADE: O MODERNISMO
Penso que não dá para compreender pós-modernismo sem
antes jogar um pouco de luz sobre aquilo que até então foi
chamado de modernidade.

fÁ modernidade tirou Deus do centro do universo e colocou o


homem, os valores deixaram de vir do plano transcendental e
passaram a ser ditados pela vida terrena. A Reforma e, sobretudo,
as mudanças econômicas do século XVII, o capitalismo se despedindo
de suas formas pré-capitalistas, o germinar do conhecimento
moderno, a saber, o cartesianismo, o humanismo, o iluminismo entre
outras fontes científicas e filosóficas, dotaram o homem de força e
sabedoria. Até então, ele era um frágil, errante e pecador que deveria
se sujeitar ao conhecimento dado peloteísmo, mas na modernidade
é ele, homem, que assume o posto da divindade/j

4 DEUS É DESTRONADO
1
#homem científico matou Deus, constatou Nietzsche -, o
plano divino não é negado, mas a vida terrena é separada da
vida eterna, na terra reina o homem, no céu reina Deus. O homem
econômico liberal com seu "super-poder" - a Razão - irá buscar
criar um mundo ideal, mais ou menos previsível, determinado,
organizado, lógico, racional e, principalmente, ordenado -
condições essenciais para que se possa atingir a felicidade
também inventada pelo homem moderno. A sociedade moderna
deveria estar sobre o controle absoluto do Estado, os instintos e a
vida cotidiana deveriam ser domados pelos mecanismos estatais
de modo a controlar homens e mulheres para a boa ordem da
civilização.(Estradas planas e bem iluminadas eram necessárias para
que o capital pudesse desfilar livremente rumo ao progresso, este,
o novo dogma da era modernaQ
VIVÊNCIA CRISTA

A moral, a ética e a ciência ditavam uma ordem determinista


e universal, o discurso que não se enquadrava no método lógico-
formal não poderia ter lugar no palco científico.

A era moderna foi marcada, sobretudo, pela crença na razão Anotações


e no progresso - em outros termos, pela inversão do polo
transcendental para o terreno.

Mas o século XX iria colocar em xeque o mundo do progresso


e da razão. A ordem e a inteligibilidade pareciam se tornar
anêmicas diante de grandes colapsos gerados pelas guerras,
revoluções, estragos ambientais, atrocidades e mortes em massa
e outros conflitos marcados pelo horror.

Ora, pois, a Razão começava a perder a razão, a ordem


mostrava o caos, e o progresso... bem, o progresso que prometia
uma viagem tranqüila à estação felicidade parecia ser a trilha
para o fim do mundo. - O homem passou a questionar-se sobre
aquelas virtudes quase divinas que ele tinha atribuído a si mesmo.
A euforia no progresso dá lugar à incerteza no futuro - eis aqui
um dos componentes essenciais das "almas pós-modernas".

5 PÓS-MODERNO: O PÓS-MODERNISMO
Nesse contexto de profundas crises humanas, mudanças irão surgir
nas múltiplas faces sociais e culturaisfPodemos dizer que nas últimas
décadas do século XX entra em cena um espectro fantasmagórico e um
ar perfumado de incertezas e dúvidas: o pós-modemismo.

Há uma ruptura com o mundo ordenado da modernidade e


a crença no progresso vira cornicidade. Mudanças ocorrem em
vários campos, as "certezas" se diluem em incertezas e a
liberdade, tão cultuada, trata de dar os contornos das novas
configurações econômicas, sociais, culturais, políticas, artísticas,
científicas, religiosas (nota do autor) e cotidianas - e ninguém
sabe dizer para onde estamos indo; a modernidade respondia
com autoridade que estávamos caminhando para o progresso,
mas a pós-modernidade mantém-se na caducidade, e também
não está interessada em responder questões existenciais^

Nesse novo palco nada deve ser fixado, a atmosfera social é


marcada pela incerteza e pela nebulosidade, e deve ser
organizada de modo que as celebrações de contratos possam
contemplar uma fuga: nascer com um prazo de expiração é uma
virtude no mundo pós-moderno. Homens e mulheres pós-
modernos sabem que durante a viagem as aventuras fazem parte
do itinerário, mas a chegada na estação de destino costuma ser
marcada pelo sentimento de vazio. - O pós-modernismo busca a
todo instante a intensificação das sensações e dos prazeres da
felicidade, mas jamais quer conhecer a face daquilo que procura.

Nas relações humanas as identidades são marcadas pelas


incertezas. Os vínculos são ditados por um jogo onde o jogador deve
conquistar o maior número possível de admiradores, mas com o
devido cuidado para manter uma distância que não permita criar
laços sólidos. $ instituição do casamento é um negócio mais com
caráter de festividade do que o antigo pacto de homens e mulheres
que adquiriam o alvará, perante Deus, para terem relações sexuais
selados com a aprovação divina; o ar pesado do "até que a morte
nos separe" é substituído pela leveza de um contrato que deve deixar
muito bem claro as fronteiras que dirão os rumos de cada um quando
o amor perder o prazo de validade^

Até que provem o contrário, toda teia social é passível de suspeita


universal, nela estão emboscadas que podem tirar o participante do
jogo, presume-se que tudo seja precário e duvidoso. A vida social é
marcada por experimentos, uma vida experimental é provisória, na
base de tentativas, homens e mulheres pós-modernos jogam sem
saber a linha de chegada, o importante é não ser expulso do jogo e o
fim deve ser eternamente adiado. O jogador jamais pode se declarar
vencedor diante de tantas incertezas e da terrível idéia de que a
linha de chegada é o desfiladeiro para o horror; a regra é estar
realizando jogadas estratégicas de modo a ampliar cada vez mais o
repertório de sensações "boas". Não há nenhum prêmio final em
jogo, mas há um calabouço da qual os perdedores são enviados e
dificilmente serão readmitidos novamente; poderão, quando muito,
aguardar a morte trancafiados em porões que abrigam os inválidos,
miseráveis, improdutivos, errantes, loucos e um exército de ex-
soldados que foram expulsos do jogo do capital - aqueles que já não
podem consumir mais.

Difícil enquadrar o momento atual em um conceito, nenhum


caminho está traçado para a humanidade, o discurso do progresso
como uma linha reta rumo à felicidade desmanchou-se no ar. O pós-
modernismo está marcado por uma atmosfera do vazio, do tédio e
do completo niilismo; o niilista passivo, tal como previsto por Nietzsche,
é marca fundamental dos personagens responsáveis pelo show.
Nietzsche disse também que o niilismo poderia se "quebrar", e a
completa vontade de nada poderia não mais suportar a si própria, e
novos sentidos poderiam ser inventados, mas por enquanto o incerto
caminho da humanidade está em aberto, certo é que está bem mais
para a destruição do que para a criação.

Caracterizar o pós-modernismo não significa negar a época atual


em detrimento do modernismo, não é querer uma volta ao passado.
Pós-modernismo e modernismo não são gladiadores a se digladiarôm
para ver quem é o vencedor e quem é o perdedor; são momentos,
paisagens da humanidade que buscam, pretensiosamente, descrever
os caminhos por onde têm andado a humanidade. Não nos cabe o
julgamento, olhar para o passado e acusar o presente ou negar o
passado enaltecendo o presente.

O passado, o presente e o futuro não escondem nenhum ponto


arquimediano, são antes de tudo invenções nossas, cabe-nos, a partir do
aqui e agora, decidirmos se queremos reafirmar a vida que até então tem
sido negada por uma vida marcada pelo mundo ideal, ou-o que parece ter
sido mais confortável até aqui -, vivermos no mundo do simulacro. Estamos,
como nos diz Saramago, através de um dos personagens de "Ensaios sobre
a cegueira": (...) cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem."

"O que estamos fazendo de nossas vidas?" - perguntou


Foucauit -, o pós-modernismo ainda vai adiar qualquer
tentativa de resposta, não se sabe até quando. No momento
os deuses pós-modernos, o Capitai e o Consumo, só aceitam
oferendas marcadas pelo efêmero, pelo incerto, pela dúvida,
pela liberdade e pelo eterno adiamento.2

5.1 A sociedade do início do séo XXI


A sociedade está passando por profundas mudanças nos seus
valores econômicos, sociais, culturais, políticos, artísticos, científicos
e religiosos. As principais características desta mudança são o
pluralismo e o relativismo, que estudaremos nos itens seguintes. Novas
maneiras de viver afetam a vida de todos. Podemos observar
mudanças no comportamento em homens e mulheres de todas as
idades, comportamentos estes que não afetam somente quem está
fora da igreja, mas também aqueles que professam a fé cristã. Estas
mudanças não se restringem a nossa cidade, estado ou país, pelo
Anotações contrário, é uma tendência mundial, acelera por um sistema poderoso
de comunicação - internet, televisão, DVD, cinema, teatro e música.

(Os valores estão sendo pulverizados. Conceitos sendo recriados


e no meio de tudo isto a Igreja se vê diante de um desafio enorme.
Viver o Evangelho, sobreviver ou assimilar as mudanças, podendo ter
dois sentidos neste último ponto. Assimilar no sentido de adaptarem-
se as mudanças para não por empecilhos ao crescimento, ao convívio
com a sociedade, ou assimilar no sentido de compreender e responder^

5. 2 Q consumismo X
(jjma das marcas do período pós-moderno é o consumismo
desenfreada Este consumismo está presente em toda a parte, que
o diga o número sempre crescente de shopping centers pelas
cidades. Municípios que não possuem um destes templos
consumistas são mal avaliados pelos que ali habitam ou passam. O
homem não se satisfaz com o básico e necessário, gastando altas
somas de dinheiro que possui e que não possui - cartão de crédito,
financiamentos. E podemos ver isto claramente acontecendo entre
os cristãos, entre aqueles que conhecem ou deveriam conhecer o
apelo de Isaías - Por que gastais o dinheiro naquilo que não épão!
E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?
ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e deleitai-vos com a
gordura, is. 55.2-ou do autor de Hebreus - Seja a vossa vida isenta
de ganância, contentando-vos com o que tendes; porque eie mesmo
disse: Não te deixarei, nem te desampararei. Hb. 13.5 - As ofertas
de missões são as menores, as Escolas Bíblicas não vem a cor do
nosso dinheiro, porém, os aparatos eletrônicos-celulares, câmeras,
Ipods e outros - são sempre os últimos modelos e isto apenas
para mencionar objetos de valores relativamente baixos.

Certamente não é pecado possuir tais coisas, não é isto que se


questiona aqui, mas que se adote uma prioridade de valores e que os
nossos recursos sejam usados com inteligência e espiritualidade, que
não sejamos contaminados com o egoísmo e imediatismo presentes
neste tempo. Gastamos valores absurdos com as nossas festas de
VIVÊNCIA CRISTA

aniversário, Natal, Ano Novo e nem sequer pensamos nos menos


afortunados! E quando pensamos o valor destinado é apenas aquilo
que não comprometa os nossos desejos.

Anotações

5.3 A linguagem visual e musical


/As premissas do tempo moderno aparecem de forma
explícita na forma de imagens, Internet, cinema, DVD, televisão
e teatro e nas produções musicais. Uma "pregação" intensa
daquilo que se quer que a sociedade adote como os novos
grandes conceitos do Pós-Modernismd A música tem sido uma
das principais armas para minar valores e premissas cristãs.

5.4 O erotismo /
(A linguagem visual e musical está eivada dos apelos em favor
da liberdade sexual, da infidelidade e depravação dos princípios
estabelecidos pela Palavra de Deus para esta área da vida do homem
comum e dos filhos de Deus. O material pornográfico é farto e
disponível em todos os lugares possíveis. Orgias, homossexualismo,
lesbianismo, bestialidade estão a um "click" de qualquer criança,
adolescente, jovem ou adultoyA Internet, uma ferramenta incrível
para o desenvolvimento humano se tornou numa das maiores ciladas
que cristãos podem cair e afastar-se da graça de Deus. Fora estas
questões têm os novos males sociais criados pela rede mundial - o
isolamentodaspessoas. Sim,(a ferramenta da globalização está
gerãndõliBüítos retraídos e recolhidos em seus aposentos num
relacionamento virtual anormaj) As primeiras seqüelas já começam
a florescer nos lares de todo o mundo. A música não escapou do
movimento, pelo contrário é o grande porta-voz do sexo, da
imoralidade, da degeneração social. A sensualidade predomina.
Evidentemente temos boa música, estamos nos referindo aos
ramos que foram seduzidos pelo secularismo deste tempo.

A malícia e a lascívia correm soltas e o cristão precisa velar


sobre os seus ouvidos, sobre os seus olhos, sob a sua boca, sobre
o seu coração, para não contaminar-se. Basta um rápido olhar
sobre as fileiras cristãs para observar que este mal está infiltrado
e tem levado a muitos após si.
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

5.5 A falência da "família tradicional" /


Sem dúvida um dos maiores golpes do Pós-Modernismo foi I
desferido contra a família, a chamada família nuclear onde estão I
presentes a figura do pai, da mãe e dos filhos. A Igreja precisa I
acompanhar estas situações, afinal, a sua membresia está sujeita I
aos mesmos problemas, quando não, ao chegar à Igreja, já estão I
na situaçãoÇnquanto cristãos precisamos atuar no sentido de I
preservar a família tradicional, sem ferir ou afastar do nosso I
convívio aqueles, que involuntariamente estão enfrentando os I
desvios familiares^
A
Alguns fenômenos que estão descaracterizando as famílias:

• Inversão de papéis - Veja abaixo trecho de reportagem da


Folha On-Line de 09 de setembro de 2008:

O número de mulheres responsáveis por famílias em todo o


Brasil cresceu cerca de nove pontos percentuais segundo dados
do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Os números,
baseados nas PNADS (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios) de 1993 a 2007, foram divulgados nesta terça-feira.

Segundo o estudo, as famílias chefiadas por mulheres eram 19,7%


há 15 anos e chegaram a 28,8% do total em 2006, reforçando a tendência
de alta que já vinha sendo observada pelo IPEA na década atual. Apesar
do crescimento, os números, segundo os pesquisadores, apontam
para um dos mais importantes dados da desigualdade de gênero
do Brasil: a participação feminina nas decisões familiares.

"Muito embora se identifique uma tendência de aumento do


número de famílias chefiadas por mulheres tanto nas zonas
urbanas quanto nas rurais, nestas as mulheres chefiam
somente 14,6% dos lares, menos da metade dos 31,3%
encontrados nas áreas urbanas. O grau de crescimento neste
caso foi de 9,6 pontos percentuais em 13 anos, nas áreas
rurais foi de somente 3,2", diz o estudo.

5.6 Transformação ^
Ao mesmo tempo, o estudo mostra uma mudança de
convenções sociais. Se por um lado o número de famílias chefiadas
VIVÊNCIA CRISTA

por mulheres ainda é significativamente menor que o de homens,


por outro o número de famílias sustentadas por um homem sem
ajuda de uma mulher (monoparental masculina), também m M I Aliu
cresceu, de 2,1% para 2,7%.
Anotações
Segundo o IPEA, isso significa que os homens podem estar
assumindo responsabilidades antes consideradas femininas.
"Embora lentamente, os homens têm assumido a
responsabilidade tanto pela provisão, tarefa tradicionalmente
considerada masculina, quanto pelo cuidado da sua prole, tarefa
essa tradicionalmente relegada às mulheres", conclui o estudo.

O aumento dos dois números - de mulheres chefes de famílias


e de homens responsáveis sozinhos pelos filhos - mostram,
portanto, para uma equiparação progressiva entre os dois gêneros.

"Tais mudanças apontam para um questionamento do lugar


simbólico do homem como o provedor exclusivo. Supondo-se
um padrão de família tradicional formado por mãe, pai e
filhos, (...) esse dado nos leva a pensar num horizonte cultural
mais igualitário entre homens e mulheres dentro das
famílias", conclui o documento.

^Evidentemente os homens precisam participar das atividades


do lar, auxiliando as esposas, mas daí, a inversão de papéis, onde
temos até mesmo muitas situações onde o marido cuida do lar e
a mulher assumiu o papel de provedora, é uma completa inversão
daquilo que foi estabelecido por Deus. E este é apenas uma das
formas como a família vem sendo descaracterizada^

/
• Ausência da figura do pai ou da mãe
jjPais e mães solteiros nunca foi o padrão de Deus, mas a
desvalorização do casamento e o alto percentual de divórcios têm
contribuído para o aumento também deste tipo anomalia familiar^

• Divórcio e novo casamento ^


Outra situação ocorre quando casais separados contraem
novo matrimônio, às vezes, mais de uma ocorrência. Os filhos,
quando são uma realidade se vêm numa situação sui generis -
afinal são filhos de apenas um dos pais - e muitos problemas
tem sido gerados por esta situação.

• Famílias homossexuais ^
Aqui está o clímax da afronta contra os princípios de Deus e
dos valores consagrados há muitos séculos pelos cristãos e mesmo
pela sociedade. No Pós-Modernismo podemos ter problemas em
discutir esta questão porque existe o risco de acusação por
discriminação. Logo, o homossexualismo não é problema para a
sociedade, mas a chamada homofobia é. A Igreja está sendo
forçada até os limites de sua crença. Os filhos de Deus estão sendo
bombardeados com valores que em sã consciência não podem
aprovar. Mas desaprovar pode causar-lhes problemas. Qual deve
ser a nossa postura diante Deus e da sociedade?

Estes são alguns aspectos do Pós-Modernismo. Mas este movimento


gera uma série de outros "ismos" que influenciam a vida cristã
negativamente e que, portanto, merecem a nossa atenção no estudo.

/
6.\HED0NISM0
"É-a-doytrina geral doprazer.É a busca sem limites pelo que
proporciona prazer. Característica principal da sociedade pós-
mõdèrnajqueédita sociedade hedonista. Tendência a consjderar
que o prazer individual e imediato é a finalidade da vida." í

Esta doutrina pós-moderna tem sido acolhida na vida de


muitos cristãos e uma das principais conseqüências é o jjrau.
elevado de descomprometimento que se observa na IgrejaCristã
atual. O lazer é algo necessário ao ser humano e tratamos acerca
disto no tópico seguinte - Mordomia Cristã; porém, muitos têm
dedicado o seu tempo livre somente ao prazer e ao lazer, em
detrimento da obra de Deus. A igreja ocupa uma prioridade muito
baixa em suas vidas.Q^ma forma de manifestação do Hedonismo na
Igreja Cristã está na Teologia da Prosperidade, onde a honra devida a
Deusestásendogradativamentetransfieridaparaohomem. Esta teologia
apresenta Deus como promotor da felicidade que está ao nosso serviço.
Isto nos remete consumismo atual, comentado anteriormente. Quanta
diferença do conceito de Reino de Deus e sua justiça^
VIVÊNCIA CRISTÃ

7. RELATIVISMG HM|
"O relativismo é uma linha de pensamento que nega que
possa haver uma verdade absoluta e permanente, ficando por
conta de cada um definir a A.sua" verdade e aquilo que lhe Anotações

parece ser o seu bem. Nessa ótica tudo é relativo ao local, à


época ou a outras circunstâncias. É o engano do historicismo.
Para seus adeptos, "a pessoa se torna a medida de todas as
coisas", como dizia o filósofo grego Protágoras."3

pD Relativismo atinge a Igreja e atinge os valores professados


pelos cristãos. As igrejas perdem a sua capacidade de influenciar
porque no relativismo todas as religiões são vistas como caminhos
para a vida com Deus e ninguém aceita a idéia de um exclusivismo.
Os valores são liquidificados e o conceito de certo e errado deixa
de existir, sendo justificados a partir da cultura e do bem estar do
homem, que agora ocupa o centro de todas as coisas?!
m / ~
Algumas características do Relativismo que merecem mais atenção:

a. Nega as verdades permanentes do Evangelho - Jesus Cristo


é o único caminho é uma verdade que não muda, porém, o
homem de hoje já crê assim e os cristãos, na sua maioria, estão
despreparados para defender a verdade perante o mundo e
na medida que as verdades do Evangelho se enfraquecem na
sociedade, o Cristianismo é destruído;

b. Não existe o bem e o mal-então toda a moral do Evangelho


quem tem sido o elemento de contenção da sociedade, não
permitindo sua total degeneração é colocado de lado. O
caminho para o caos está aberto; . .. ^ J

c. As leis civis não são embasadas nos princípios consagrados


séculos a fora e se colocam acima das leis de Deus, por exemplo,
liberação do aborto, casamento homossexual e outras;
- / ...

d. O relativismo vê o Evangelho e Deus como adversários e


inimigos, o que evidencia a sua origem maligna e destrutiva;

e. A solução para todos os problemas esta na ciência segundo a


filosofia relativista - que isto é uma mentira basta no crescimento
nos males físicos e emocionais que o homem moderno vivência;

145
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

Apenas por estas considerações superficiais pode-se ver o cenário


crítico onde professamos a nossa fé. Este cenário enfraquece a fé dos
filhos de Deus em suas crenças e por isso o cuidado em alimentar a vida
espiritual, adquirir conhecimento e sabedoria, são preponderantes.
Anotações

8. SECULARISMO
Nas palavras do^Rev MaeeusJlalasm dp Ahrpu, da Primeira
Igreja Presbiteriana de<~Vítõria4, o Secularismo é:

"... uma filosofia. É um sistema unificador de pensamentos.


Sistema este que rejeita todas as maneiras de fé ou culto
religioso e só admite os fatos e as influências da vida presente.
No secularismo não há o transcendente, não há o eterno. Nada
será julgado por um ser superior, ou seja, não existem
absolutos pelos quais a vida e as atitudes serão julgadas e
pesadas na balança. A visão secuiarista é simplesmente uma
visão do aqui e do agora, do presente século, não importando
nada que não faça parte da existência presente."

Ser secuiarista, portanto, é ser um anti-religioso, um opositor


a tudo o que o Cristianismo proclama. Evidentemente, fica claro
que um cristão não pode adotar o Secularismo em sua vida diária,
contudo, tendências secularistas são manifestas quando os valores
cristãos são menosprezados ou não vividos. Quando
jsorrateiramente Satanás e o mundo infiltram pensamentos e idéias
travestidas de piedade ou religiosidade, mas que conspiram contra
a pureza da vida cristã, contra a verdade do Evangelho (Gl. 1.6-^jf

A secularização é um elemento que vem se intensificando


na sociedade desde o século XVII e neste processo os elementos
do Cristianismo estão se enfraquecendo e muitos hoje ignoram
mesmo a existência de tais valores. A sociedade fica alienada do
Cristianismo. Isto coloca os cristãos numa situação muito difícil,
afinal precisam defender a sua fé num ambiente hostil. Esta
situação dos tempos atuais, contudo não deveria ser novidade
nem para ninguém, afinal, veja o que Paulo escreve a Timóteo:

"Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos


penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos,
gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes
a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis,
caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores,
atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos Anotações
de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o
poder. Afasta- te também desses."-II Tm. 3-1-5

E observe que Pauiaastá-feferindgseahomens que estão no seio da


Igreja.Jge onde provém toda esta situação espiritual caótica na igreja? Das
influênaas de um mundo secularizado nãofiltradasou pior, nãp percebidas
a despeito de todos os sinais e avisos da Palavra de Deus] jA vida cristã
nunca foi tão importante como nos dias atuais e isto por duas razões
básicas. Primeiro, porque como já estudamos e sabemos pelas Escrituras,
a manutenção de nossa vida espiritual é a única garantia que temos de
alcançar a vida eterna. Eu não sei qual o impacto que isto causa na sua
mente, no seu coração, porque parece que mesmo para os filhos de
Deus falar de vida etema é falar de uma coisa vaga e distante. Em segundo
lugar porque é a única maneira de demonstrarmos a um mundo
decadente e secularizado, uma alternativa de vidaJEsta foi uma das
grandes contribuições do povo judeu no mundo antigo na preparação
do mundo para a vinda de Cristo e implantação do Evangelho, assunto
que será amplamente estudado na disciplina História da Igreja.

9. ANTROPOCENTRISMO
Filosofia que considera o homem como o centro do universo.
Uma das características do Pós-Modernismo e a Secularização é
focar o homem como centro de tudo. Uma inversão do
Teocentrismo, onde Deus é o centro de todas as coisas.
Importante frisar que esta tendência não é nova e suas raízes
estão na Renascença. Ou seja, estamos experimentando hoje no
mundo, nas igrejas e na vida cristã um déjà vu.

O antropocentrismo não está somente nas ruas, mas é uma


característica perceptível a olhos nus no universo cristão. Todos
têm sido influenciados por estas características pós-moderna,
secuiarista, hedonista e isto são manifestos quando nossa
atenção está mais focada no rosto que vemos no espelho do que
em Deus. Quem governa sobre minha vida? Sou teocêntrico ou
antropocêntrico? Eu vivo para Ele ou Ele vive para mim?

I
Tópico 4
Mordomia Cristã

Anotações
1 INTRODUÇÃO
A base de estudo deste tópico será I Pe. 4.10,11:
"...servindo uns aos outros conforme o dom que cada um
recebeu, como tons despenseiros da mu/tiforme graça de
Deus. Se alguém fala, fale como entregando oráculos de
Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força que Deus
concede; para que em tudo Deus seja g/orificado por meio de
Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o domínio para todo
o sempre. Amém." e / Co. 4.1,2:

"Que os homens nos considerem, pois, como ministros de Cristo,


e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se
requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiei."

ío termo mordomo, no grego oihonomous, refere-se àquele que tinha


porfunção controlar uma casa, determinando a cada qual seus deveres
específicos. Eram os despenseiros que controlavam o dispêndio de
dinheiro, a compra dos suprimentos e a distribuição dos bens, dentro
da casa. Temos alguns exemplos de mordomos nas Escrituras: Eliézer
(Gn. 24.2), José (Gn. 39.4-6) J Contudo, o termo ganhou conotações
negativas nos dias atuais e quando se pensa em mordomia, se forma
em nossa mente a figura de políticos, funcionários públicos ou ainda
outros personagens. Para entender a Mordomia Cristã precisamos
nos despir de tais conceitos deturpados do mordomo e nos revestir
do que Bíblia fala acerca do assunto.

1.1 A BÍBUA E A MORDOMIA CRISTÃ


• Deus é o dono de todas as coisas e Senhor sobre todos:
• Universo-direito de criação: Gn. 1.1; I Cr. 29.13-14; SI. 24.1;
50.10-12;
• Humanidade - pelos direitos de:
• Criação: Gn. 1.26,27; 2.7; Jó 33.4; Jo. 1.3;
• Preservação: At. 14.15-17; 17.22-18
• l Redenção: I Co. 6.19,20; Ef. 2.10; Tt. 2.14; Ap. 5^9
1.2 IMPORTÂNCIA DA MORDOMIA CRISTÃ
/ Anotações
Paulo é muito claro e enfático ao escrever as seguintes palavras:

"Porquenada trouxepara este mundo, e nadapodemos daquilevar?'-/Tm

OestuctodaMorttomiapodeabrangerinúm
aqui quatro áreas básicas e que acabam por influenciar inúmeras outras.

1.3 MORDOMIA DO TEMPO


O primeiro item da Mordomia a ser estudado é o tempo. Este
bem preciosíssimo tem sido muito desgastado e existem cada vez
mais elementos nocivos ao mesmo, elementos que sorvem o
tempo como água e fazem-no desaparecer perante os nossos olhos.
Antes de continuar, leia estas frases acerca o tempo:

"Uma das grandes desvantagens de termos pressa é o tempo


que nos faz perder" - Chesterton

"Porque o tempo é tão implacável, roubando-nos as


oportunidades se não formos suficientemente rápidos para
agarrá-las imediatamente?" - Liv Uimann

"Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para
um homem."- Mareei Proust

"Há ladrões que não se castigam, mas que nos roubam o mais
precioso: o tempo." - Napoleão Bonaparte

"Quem mata o tempo não é assassino,


mas sim um suicida." - Miliôr Fernandes

1.4 DEVORADORES DO TEMPO


Eu tenho uma frase pessoal sobre o tempo, um pensamento
que me ocorreu observando as coisas ao meu redor: "Não existe
nada mais volátil que o tempo que chamamos de Presente". E
até exagero em dizer que de fato o presente não existe afinal, a
cada caractere que digito neste livro, eie fica no passado. Mas a
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIMGULAR

tentativa aqui é despertar-nos para a importancia do uso


consciente do tempo que nos foi dado. Ou organizamos a nossa
vida ou como a grande maioria, um dia, iá pelos tantos anos de
idade, lamentaremos o ócio e negligência quanto ao tempo.
Anotações
Na introdução mencionei a existência de elementos nocivos
g ^ m j j j ^ ; ç o o | B J L b 9 n a uso cLq tpmpo. Vejamos alguns deles:

• Preguiçá^tempo de descanso necessário a todos, mas do


ócio injustifíc^da^Pv. 6.6,9; 10.26; 12.27; 13.4; 15.19; 19.24; 20.4;
2Í25T22TÍ3; 24.30; 26.13-16; Mt. 25.26). Alguns elementos
modernos estimulam/ este mal, como por exemplo, a televisão.

• Desorganização - a falta de ordem na realização das coisas


pessoais, ministeriais ou profissionais causa grande perda de
tempo e normalmente o indivíduo não se dá conta do prejuízo.

• Atividades improdutivas - temos atualmente uma série


de atividades que acrescentam pouco ou nada a vida de que as
pratica. Precisamos avaliar as atividades nas quais investimos
tempo diariamente e avaliar o retorno para a nossa vida.
Determinação e coragem são necessárias para simplesmente não
seguirmos uma moda ou tendência. A Internet é uma ferramenta
excepcional, porém, pode se transformar numa grande vilã.

1.5 RECOMENDAÇÕES BÍBLICAS QUANTO AO TEMPO


"Portanto, vede diligentemente como andais, não como
néscios, mas como sábios, usando bem cada oportunidade,
porquanto os dias são maus." Ef. 5:15,16

O bom uso do tempo, segundo Paulo, é uma das características


dos sábios. Somos exortados a usar de todo cuidado possível para
remir o tempo, ou seja, salvar o máximo que pudermos para uso
adequado, tirando cada momento possível das mãos do pecado e
de Satanás, fora das mãos da preguiça, comodidade, lazer, negócios
mundanos. Isto tudo porque vivemos dias marcados pela maldade,
dias e grosseira ignorância, imoralidade e profanação. O vocábulo
remir, do grego exagorazomenoi, fala da ação de um mercador que,
tendo encontrado uma joia preciosa, dedica a sua vida em adquiri-
la, usando para isto todos os seus recursos. Assim deve ser a nossa
conduta para com o nosso tempo.

150
Além disso, somos exortados ainda usar bem as oportunidades
fugidias (Cl. 4.5) que nos são dadas. Existe uma frase famosa que diz:
"Oportunidade é um homem careca que só tem franja. Se não agarrá-io 'i^msamam.
quando estiver de frente para você, esqueça." Este pensamento está
Anotaçoes
Incutido em Ec. 9.10 onde somos chamados a empregar todas as nossas
forças naquilo que nos é dado a realizar. Atenção, agilidade, determinação,
devoção são elementos que nos ajudam a aproveitar os momentos
oportunos que Deus nos concede em tantos momentos da vida.

1.6 PQR QUÊ DEVEMOS SER ZELOSOS DO NOSSO TEMPO?


A principal razão está justamente na escassez do mesmo.
Quanto tempo dura a vida do homem? Quanto tempo já viveu
sobre a terra? Qual é o seu legado neste momento? AofalaLsobre
a vida hyinaria-a-Bíblia-sempre destaca a sua brevidade:

• É como a sombra - 1 Cr 29.15


• Como um palmo na sua extensão - SI 39.4 e 5 ^
• Como mensageiros apressados - Jó 9.25 f t
• Como um vapor - Tg 4.14

Existem pessoas cuja sabedoria e capacidade de usar o seu


tempo assombra. Pessoas que superam as expectativas e realizam
feitos que muda não somente a sua vida, mas a vida de muitos.
Por causa desta efemeridade da vida Moisés nos recomenda:

"Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que


alcancemos corações sábios

Além disso, veja outras considerações bíblicas quanto ao


uso adequadodonossotempo:

• Há um tempo determinado para cada coisa - Ec 3.1 ^


• Considerar todos os dias-SI 90.12
• O nosso maiorinvestimento deve serno Reino - Mt633;LclZl&21
• Lembrarmos de Deus - Ec 12.1
• Fazer o bem - 616.10
• Nãoprocrastinar- Hb 4.7b; Is55.6; Hb 12.16e 17; Mt25.11 e 12
• Ser pontual
• Ser equilibrado: Ec. 7.16,17
• Não gastá-lo com coisas fúteis, inúteis e não essenciais: I Co.
10.31; Fl. 4.8,9
ITQ -

1.7 ÁREAS IMPORTANTES QUE EXIGEM A ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO


• Vida profissional e ministerial: Ec. 9.10; 11.4,6; Jo. 6.27; 9.4; I
Co. 15.58; Ef. 6.1-3; Hb. 6.10,11
• Vida devocional: Is. 55.6; Os. 10.12; SI 90.12; II Tm 4.2; SI 32.6; I Pe. 1.17
• VbtedeJeas S51506; Mcl332-36; Mt255^33; Rm 131X12

2 MORDOMIA DOS BENS E RECURSOS FINANCEIROS


A segunda área da mordomia e de grande importância na vida
cristã está relacionada aos bens materiais e recursos financeiros. A
área financeira também é uma das mais atacadas na vida cristã e
por meio dela muitos tem sido desviados ou enfraquecidos na fé. A
mordomia dos bens é uma área difícil e esta dificuldade varia de
acordo com as tendências na Igreja Evangélica. A década de 90 em
diante viu crescer uma ênfase exacerbada na prosperidade, porém,
sem nenhuma ênfase no que se refere à mordomia dos bens. Logo,
temos muita gente buscando os bens, mas pouca gente preocupada
com administração destes bens de acordo com os princípios de Deus.

Subdividiremos este item em três subáreas para fins de estudo:

2.1 MORDOMIA DOS DÍZIMOS


ff& dízimo é uma prática comum da grande maioria das igrejas
evangélicas. É uma das práticas da vida cristã. O termo dízimo significa a
décima parte, devendo cristão devolver a Deus a décima parte de todos
seus ganhos, sejam eles em espécie ou na forma de bens, tal qual ocorria
no Velho Testamento. Evidentemente, nos dias atuais, os ganhos
normalmente ocorrem na forma de dinheiro, porém, existem situações
diversas onde filhos de Deus foram abençoados com bens. Embora seja
uma devolução, o dízimo não deve ser um ato compulsório e sim
motivado no amor a Deus pelo seu sustento e provisão, sabendo que
tudo que temos vem d'Ele. É uma questão de obediência (I Sm. 15.52;
Hb. 5.8; At. 5.29), reconhecimento (SI. 116.12; I Te. 5.12; II Co. 1.14; Pv.
3.9,10.) e gratidão a Deus (Gn. 14.20; 28.22; I Te. 5.18)J

2.2 FINALIDADES DO DÍZIMO ^


O dízimo tem as seguintes finalidades na Igreja Cristã, finalidades
estas idênticas as observadas no Tabernácuio e no Templo:

• Manutenção da obra de Deus: ML 3.10,11; II Cr. 31.5,10


. Sustento pastoral: Nm. 18.24,26; Ne. 10.37; Dt. 26.12,13; fi^MB
Lc. 10.7; II Co. 11.8; I Tm. 5.18; II Tm. 2.6 l y j M J
• Manutenção do templo: Ne. 13.11,12; Ag. 1.4,6,9
« S^^MroC^ hrscjMy
Anotações

2.3 DÚVIDAS COMUNS SOBRE O DÍZIMO


• Base de cálculo - uma dúvida comum que observei entre
alguns cristãos diz respeito a base de cálculo do dízimo, ou seja,
calcula-se sobre o valor líquido ou bruto dos ganhos. O cálculo
c^evesersemprejobre o bruto, considerando-se que os descontos
do sala rio fa7emparfedn <;alárin.R«;^^nrpxj!P\/prtiHo«;gnjimprin
fujic[onáriojQamoLpor. exemplo a aposentadoria ou são obrigações
junto aos órgãos governamentais* tal o Imposto de Renda.

• Onde deve ser entregue o dízimo - alguns cristãos entregam


seus dízimos em lugares diferentes daqueles aonde congregam,
quando deveriam entregar nas igrejas onde estã&jiliadgs como
membros, afinal, ali são ministrados e ali recebem os serviços
religiosos: Santa Ceia, Batismo, Aconselhamento e outros.

2.4 MORDOMIA DAS FINANÇAS


^Existem aqueles que pensam bastar ser dizimista fiel para que
tudo vá bem em sua vida financeira. Mas na realidade devemos
administrar nossas finanças com sabedoria e direção de Deus, sendo
o dízimo apenas uma parte deste processo. A administração das
finanças demcluir alguns elementos como orçamento financeiro,
para que não se gaste acima do que ganha; reservas para emergência
e investimentos para o futuro, como uma pfêvfcícrT^ia privada^

Alguns ensinamentos importantes das Escrituras quanto as Finanças:

• ProsEêtídade - porém, entendo que prosperidade não é


abundância de bens, mas a ausência de necessidades, ou seja, não
confunda a prosperidade com riquezas (Gn 13.2; Jó 1.8-11; Ec7.14);

• Liberalidaçier- Deus nos dá bens para o nosso bem estar, para


o bem estar da nossa família, mas também para que possamos
abgngoat-aqueles aue passam por adversida^es. Uma preocupação
sempre presente no Velho Testamento era o cuidado de Deus para
com os pobres. Havia mandamentos muito claros quanto a eles,
como os mais abastados deveriam agir para amenizar a dor e

153
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

sofrimentos alheios. No Novo Testamento encontramos semelhante


preocupação logo nos primeiros dias do estabelecimento da jovem
igreja (At. 2.44-47; 4.32-37; 6.1-6). O mesmo acontece algum tempo
depois, no encontro de Paulo, Pedro, Tiago e João (Gl. 2.9,10) e mais
tarde nas epístolas de I e II Coríntios podemos acompanhar o
empenho de Paulo em socorrer os cristãos pobres de Jerusalém.

Alguns cuidados que devemos ter em relação às finanças:

• Avareza - se as Escrituras nos ensinam a liberalidade,


conforme vimos acima, logo, fica excluído qualquer sentimento
de avareza e egoísmo em relação às nossas posses. Até porque,
conforme estudamos no Capítulo 3, Obras da Carne, a avareza é
um tipo de idolatria e os idolatras estão excluídos do Reino de
Deus (Lc. 12.15; Hb. 13.5; Jr. 6.13; Mc. 12.44).
y
• Soberba - outro perigo muito comum entre aqueles que
prosperam é permitir que seus corações se encham de um
.pensamento de superioridadeT^espj^zandq.irmãos mais simples.
A Bíblia condena atitudes como esta (I Tm. 6.17-19; Tg. 1.9-11);

• Inversão de valores - alguns cristãos deixaram se enganar pelo


dinheiro, passando a confiar somente em suas posses e abandonando
a Deus. Este é um desequilíbrio que devemos evitar a todo custo,
vigiando o nosso coração a medida que Deus nos permite crescer na
vida material (I Tm. 6.9; At 5.1-10; II Re. 5.20,25,26; Mt. 6.21).

2.5 MORDOMIA DO CORPO


O apóstolo Paulo, na primeira Epístola aos Coríntios diz que o nosso
corpo é o templo do Espírito Santo e que pelo fato de termos sido
comprado por um bom preço, o sangue de Jesus Cristo, devemos glorificar
a Deus por meio do mesmo. De imediato isto é suficiente para anular
qualquer pensamento gnóstico acerca do corpo, afinal, como estudado,
este movimento considerava toda matéria má e o corpo é matériaíftosso
corpo é a estrutura física por meio da qual vivemos neste mundo, formado
por Deus de uma maneira distinta da dos animais (Gn. 1.26,27; SI. 139.14).

Portanto, temos responsabilidades para este corpo enquanto neste


mundo. A maneira como cuidamos dele pode determinar o tempo e a
qualidade de nossas vida^ Assim, cumpre-nos alguns deveres para com
o mesmo, a saber:

• Higiene do corpo, da casa e das roupas assim evitando doenças


• Usar trajes moderados- vestes moderadas que não promovam
o apelo sexual e isto vale para homens e mulheres.

• Lazer - Jesus ia a casamentos, visitava amigos. Você e sua família


precisam de um tempo para sair da rotina e recarregar as baterias.

• Fugir da prostituição - (I Co 6.15-18, Ef 5.1-4 e Cl 3.5).

• Não fazer uso dos inimigos do corpo: fumo, bebida e drogas ou


excesso de alimentos e bebidas, ainda que sem álcool.

2.6 MORDOMIA DA ALMA


No livro de Gênesis, Deus outorga a vida ao homem, ao soprar em suas
narinas o fôlego de vida. O homem toma-se uma alma vivente. Esta ação de Deus
diferencia o homem completamente de todos os outros seres vivos, pois foi
colocado num patamar acima dos animais e abaixo de Deus. A alma do homem é
dotada de inteligência, livre-arbítrio e emoções e isto nos toma seres responsáveis
diante de Deus. Na alma estão alojadas_os seguintes aspectos da vida humana:

• Intelecto - o homem é um ser inteligente - Gn. 2.19; At. 17.10,11

• Vontade - o homem é um ser livre - Gn. 3.6; II Tm. 2.22

• Consciência - o homem possui valores natos derivados de sua


criação divina e que regem a sua vida - I Sm. 18.1; Mc. 14.34

Assim, precisamos cuidar de nossas almas, conforme exorta o


apóstolo Paulo em I Te. 5.23 e este cuidado resumem-se a três situações
específicas, a saber:

• Fechando as portas da casa - A mente é o depósito de informações e


conhecimento adquiridos ao longo dos anos e estes determinam a nossa crença,
que por sua determina o que somos. Um dos processos da conversão é a
regeneração onde o alvo principal a ser renovado é a mente do homem. No Tópico
2, item 3 (reler) estudamos acerca de como os sentidos corporais podem ser permitir
a entrada de coisas perniciosas à nossa alma (SI. 1013-6; Pv. 19.8; Fl. 4.8).

Além de controlar o que entra em nossa alma, atentemos também


para o que sai. Dentre os frutos do Espírito encontramos o domínio próprio
e somado isto às exortações de Tiago capítulo 3, deve formar-se um
conceito de cuidado com o que sai de nossa boca. No item 4 - Mordomia
das Palavras este ponto será aprofundado.
• Mantendo a casa limpa - Diz um ditado popular - eu não posso
impedir que um pássaro pouse sobre minha cabeça, mas posso impedir
que ele faça um ninho ali- além do cuidado em filtrar o que permitimos
entrar em nossa alma, devemos atentar para o que se aloja nela. Em
Anotações determinadas situações estamos expostos e não temos como impedir as
palavras, os fatos, as sensações e outras coisas de nos atingirem, mas a
decisão se isto fica ou sai é totalmente nossa.

E como manter estes cuidados? Já estudamos praticamente todas


as armas espirituais de uma vida cristã saudável, portanto, abaixo
resumiremos as estratégias espirituais para manter a alma equilibrada
— e cheia da presença de Deus.

• Palavra de Deus - precisamos manter um contato permanente


com a Bíblia e não esquecer que é poder de Deus para a vida espiritual
(Dt. 6.6; 32.46-47; Hb. 4.12; Jo. 17.14-17)

• Espírito Santo - o que eqüivale a falar de oração, afinal, não


temos como nos encher do senão pela prática da disciplina espiritual
da oração (Jo. 16.8,13; Ef. 5.18)

• Graça de Deus-os dois elementos anteriores, praticados em sinceridade


de coração, nos levam obrigatoriamente a usufruir da graça de Deus de uma
forma cada vez mais profunda (Lc. 130; 2.40; Jo. 1.16; At 4.33; Rm. 5.2; II Co.
1.12; Ef. L7; II Tm. 19; Tt 3.7; Hb. 4.16; Tg. 4.6; I Pe. 1.13; II Pe. 3.18)

2.7 MORDOMIA DO ESPÍRITO


Finalmente, temos o nosso espírito que também é uma
responsabilidade nossa, até porque como estudamos, é passível de
falhas. Acerca do nosso espírito reiteramos o fato de sua origem divina
(Gn. 2.7; Jó 12.10), o fato de ser único, como única é a nossa alma (Lc.
23.46; Ec. 3.21). Podemos destacar dois caminhos para o nosso espírito
seja mantido na presença de Deus:

• Santificação - este assunto já foi estudado em capítulos


anteriores. Devemos batalhar diariamente pelo crescimento na vida
em santidade, sabendo que com isto preservamos o nosso espírito da
corrupção do pecado, e sem prejudicar a nossa comunhão com Deus (I
Te. 5.23; Ef. 6.17; Hb. 9.14).
/
• Adoração - o nosso contato com Deus se dá por meio do nosso
espírito. Assim, tanto na oração quanto na adoração, estamos colocando-
nos em contato direto com Deus e isto fortalece sobremaneira a vida
espiritual. O poder de Deus flui em nós (SI. 19.14; Lc. 1.47; Ef. 5.18,19).

156
3. MORDOMIA DO PENSAMENTO E DAS PALAVRAS
Estes dois assuntos estão profundamente relacionados por razões
óbvias, uesus disse que da abundância o que há no coração do homem Ws
fala a boca2, portanto, não temos como separar o coração e mente das
1 v Anotações
palavras;, muito embora, como abordado acima, temos o poder do Espírito
Santo que desenvolvendo em nós o seu fruto, nos dá domínio próprio
sobre as nossas ações e palavras.

3.1 MORDOMIA DOS PENSAMENTOS


O apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios e filipenses, nos dá a
base para a gestão dos nossos pensamentos:

"Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus,


porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem
tudo, enquanto eie por ninguém é discernido. Pois, quem jamais
conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós
temos a mente de Cristo."- / Co. 2.14-16

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é


honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há
algum louvor, nisso pensai." - - FL 4.8

Outros aspectos importantes acerca dos pensamentos

• Deus conhece os nossos pensamentos (SI. 139.1,2) - alguns


cristãos se deixam enganar como se isto não fosse uma verdade.
Portanto, podemos agradar (SI. 19.14) ou desagradar (Gn. 6.5; Pv. 6.16-
19 e Pv. 15.26) a Deus mediante aquilo que está em nossa mente e em
nosso coração.

As Escrituras apresentam diversos deveres a ser observados quanto


aos nossos pensamentos

• Filtrar o que entra - Fp. 4.8


• Enchê-lo com a Palavra de Deus - SI. 119.11; I Tm. 4.15; Jsl.8
• Recordar as ações de Deus em nossas vidas - SI. 77.12;
103.2; 145.5; 119.27,48,78
• Ser dominado pelo amor - Rm 5.5; 12.9-21
• Ser dominado pela fé - Hb 11.6
• Renovação constante - Rm 12.1,2; Cl. 3.1-10
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

3.2 Mordomia das palavras


As nossas palavras não são um ato involuntário da vontade, pelo
contrário, somente acontecem, quando por uma decisão consciente
abrimos a nossa boca. Outra questão importante e já mencionada na
Anotações
introdução do assunto é que as nossas palavras refletem o que está
em nosso coração, logo, se queremos purificar o nosso falar, devemos
purificar o nosso coração. Salomão advertiu quanto a este fato no livro
de Provérbios (4.23). Portanto, temos responsabilidade por cada palavra
que sai da nossa boca e daremos contas delas, caso não venhamos a
buscar a reparação dos pecados que cometermos por meio da fala.

Caractensticas_das_palavras-que agradam a Deus:

• Palavras que produzem bons resultados -1 Pe. 3.10 e 11; Pv. 15.4
• Palavras temperadas com sal - Cl 4.6
• Preservam - o sal tem propriedades que evitam a deterioração. Da
mesma forma por meio de nossas palavras podemos conter a
corrupção e o pecado ao nosso redor.
• Sabor - podemos temperar as conversas com a graça de Deus (Ef.
4.29)
• Sede - devemos despertar nos corações o desejo de conhecer a
Deus, com sabedoria provocar os sentimentos, sem ser
inconveniente (Lc. 24.32; At. 8.26-40)
• Diferenciadoras
• Palavras oportunas - Pv 25.11
• Palavras espirituais - Cl. 3.16,17; Ef. 5.19; Dt. 6.6,7
• Palavras úteis - Fp. 4.8 S

Características das palavras que entristecem a Deus:

• Palavras mentirosas: Is. 5.20; Jo. 8.44; Ap. 21.8


• Palavras violentas - Pv. 15.1
• Palavras desenfreadas - Tg. 1.26
• Palavras lisonjeiras -1 Te. 2.5; Rm. 16.17,18. Lisonjear é louvar
com exagero, ou seja, adulação.

158
RESUMO DO CAPÍTULO 05
Neste capítulo abordamos temas importantes como
Compromisso com Deus, aplicação prática, benefícios e
Anotações
conseqüências de não se ter o temor do Senhor, características dos
tempos modernos e mordomia cristã. Em linhas gerais estudamos:

• Os deveres básicos que todo homem deve atentar: temer a


Deus e guardar os seus mandamentos, tendo em vista uma prestação
de contas futura perante Deus.

• A existência uma relação profunda entre temor do Senhor e


compromisso com Deus. Quanto maior o temor, maior o nível de
compromisso experimentado no dia a dia.

• O compromisso com Deus tem como base a seriedade,


responsabilidade e a fidelidade. Uma vida de compromisso
equilibrada depende deste tripé.

• Os diversos incidentes envolvendo a Arca da Aliança, os filhos


de Eli, os filisteus, os homens de Bete-Semes, Uzá, Obede-Edom e
Davi, mostram a importância do temor no relacionamento com um
Deus santo e que aqueles que desejam servir a Deus, devem fazer
as coisas de acordo com a sua vontade e obedecendo inteiramente
à sua Palavra, para não incorrer nos erros de diversos outros
exemplos de homens que não temeram a Deus e sofreram as
conseqüências dos seus atos.

• Existem áreas chaves na vida do cristão, onde o temor do


Senhor deve ser evidenciado. São elas: pensamentos, palavras,
ações, sentidos corporais, vida financeira, uso do tempo, trajes,
relacionamento com o sexo oposto e relacionamento com as
autoridades.

• A Igreja de Cristo atravessa um período crítico e parece que a


cada dia o poder de influência do Evangelho está definhando diante
de nossos olhos. A capacidade de atingir as pessoas e instituições
tem se reduzido a níveis nunca vistos.

• O Pós-Modernismo é o período atual pelo qual passa o mundo,


no qual predomina uma série de "ismos", como: Hedonismo,
Secularismo, Pluralismo, Relativismo e Antropocentrismo.
I o Secularismo tem características principais ser antirreligioso,
um opositor a tudo o que o Cristianismo proclama. Evidentemente,
fica claro que um cristão não pode adotar o Secularismo em sua
vida diária, contudo, tendências secularistas são manifestadas
quando os valores cristãos são menosprezados ou não vividos.
Quando sorrateiramente Satanás e o mundo infiltram pensamentos
e idéias travestidas de piedade ou religiosidade, mas que conspiram
contra a pureza da vida cristã, contra a verdade do Evangelho (Gl.
1.6-9).

• 0 cristão é um mordomo das coisas que recebeu de Deus tais


como: tempo, bens, corpo, alma, espírito, pensamentos e palavras,
dos quais prestará contas a Deus.

• Compreender os aspectos desta doutrina é aprofundar a nossa


compreensão daquilo que é sagrado, das nossas responsabilidades
quanto às coisas que recebemos e que certamente delas daremos
contas a Deus e também da necessidade de viver na dependência
de Deus.
VIVÊNCIA CRISTÃ

NOTA
INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
VIVÊNCIA CRISTÃ
AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 5
Série: Data de Entrega:

Prezado aluno, através desta auto-atividade você terá a oportunidade de


rever o conteúdo estudado neste capitulo. Esta é uma atividade avaliativa,
portanto, faça-a com atenção e dedicação. Boa revisão!

Questões

1.Quais são os deveres básicos que, segundo Salomão, todo homem tem
diante Deus? Qual a principal razão para que o homem os cumpra?

2.Temor do Senhor e Compromisso. Comente.

3.Cite um evento bíblico que demonstre a falta de temor do Senhor ou


outro evento que demonstre o temor do Senhor.

4.Quais são as áreas chave da vida cristã onde o temor do Senhor deve ser
evidenciado?

5.Quais as principais características dos tempos pós-modernos no que diz


respeito a Igreja de Cristo?

6.Quais são as filosofias que fazem parte do Pós-Modernismo?

7.0 que é Hedonismo? Como ele afeta o Cristianismo?

8.0 que é Relativismo? Como ele afeta o Cristianismo?

9.0 que é ser um mordomo cristão?

lO.Quais são as principais áreas da Mordomia Cristã?

161
CAPÍTULO 06
perdão e Reconciliação
Tópico 1 - Perdão

1 INTRODUÇÃO
Chegamos agora a um dos pontos mais importantes da vida
cristã - a questão do perdão. Este assunto reveste-se de muita
importância devido às implicações na vida pessoal, espiritual e
ministerial do cristão. É um dos itens essenciais para a vida cristã.

A importância do cristão como ministro da reconciliação,


agindo como um mediador entre Deus e os homens que ainda
não chegaram ao conhecimento da verdade.

Este tema está profundamente relacionado com a questão


do amarás ao teu próximo como a ti mesmo. É um regulamentador.
É algo imprescindível e nele se baseia toda a obra redentora de
Jesus Cristo, o grande mediador que nos reconciliou com Deus • "T"
por meio do perdão dos nossos pecados.

Como comentei em outros capítulos, este é um momento não


somente de aprendizado, mas, sobretudo da prática da vida cristã. É
o momento para aprender e praticar o perdão. Portanto, durante as
aulas tenha em mente ou procure trazer a memória situações nas
quais você precisa perdoar-se, situações nas quais o perdão precisa
ser concedido ou pedido e, finalmente, situações nas quais você possa
promover a reconciliação de pessoas com o nosso Pai.

"O perdão é a chave para a liberdade. //

(Autor desconhecido)

"Somente o perdão /impa sua consciência.


(Autor desconhecido)

'A mais divina das vitórias é o perdão


(Friedrich von Schiiier)

"Imagino que para lidar com as diferenças entre nós e as


outras pessoas, temos que aprender compaixão,
ITQ - INSTITUTO TEOLOGICO QUADRANGULA

autocontrole, piedade, perdão, simpatia e amor - virtudes


sem as quais nem nós, nem o mundo, podemos sobreviver."
(Wendell Berry)

"O fraco jamais perdoa, o perdão é característica do forte."


(Mahatma Gandhi)

"O seu arrependimento é o princípio do perdão divino."


(Autor desconhecido)

"A vingança nos torna iguais ao inimigo;


o perdão faz-nos superiores a eie."
(Autor desconhecido)

"O perdão é a remissão de uma punição merecida."


(Sêneca)

2 DEFINIÇÃO
0 Dicionário Houaiss define assim o perdão:

"1. Remissão de pena, de culpa ou de dívida; desculpa, indulto; 2. Ato


pelo qual uma pessoa é desobrigada de cumprir o que era o seu
dever ou obrigação por quem competia exigi-lo; 3. Forma de
civilidade com que se pede desculpa."

jAIlen Dvorak faz o seguinte comentário acerca do perdão:

"A palavra grega traduzida como "perdoar" significa literalmente


cancelar ou remir. Significa a liberação ou cancelamento de uma
obrigação e foi algumas vezes usada no sentido de perdoar um débito
financeiro. Para entendermos o significado desta palavra dentro do
conceito bíblico de perdão, precisamos entender que o pecador é um
devedor espiritual. Até Jesus usou esta linguagem figurativa quando
ensinou aos discípulos como orar: "e perdoa-nos as nossas dívidas, assim
como nós temos perdoado aos nossos devedores" (Mateus 6.12').JJ

Podemos ainda dizer qu^perdfojá:

• Abandonar todo ódjoj^essentimento. Perdoar não é um


sentimento éjjjjia_decisão;
• Não permitirjjue asjenDJçuajrçgí&do^
causem danos em si mesmo ou aos outros;
• Abandonar todo o^[reito,de vingança (At. 7.59,60); (

• Voltar a tírer o melhor sobre aquela pessoa (I Co. 13:5-7),

Anotações

3 A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO
O perdão reveste-se importância capital na vida do cristão a partir do
momento que se torna condição sine qua non para a consumação de sua
aceitação por parte de Deus. O nosso relacionamento com Deus principia
com base no perdão e isto se vê até mesmo na simples oração de confissão
que fazemos ao receber o Senhor Jesus Cristo como o nosso Salvador
pessoal.

Logo, podemos perceber que a obra da redenção nada mais é do


que a aplicação do perdão de Deus aos homens. Sem perdão dos pecados
não haveria salvação e simplesmente a humanidade estaria destinada à
condenação eterna! Infelizmente parece que o homem moderno perdeu
a noção do que significa esta condenação eterna e, por conseguinte não
consegue mensurar a grandeza do Evangelho e esta incapacidade percebe-
se dentro e fora da Igreja de Cristo. Que os não cristãos falhem nesta
compreensão é algo, digamos assim normal, porém, quando o mesmo
ocorre entre aqueles que já receberam o Evangelho, causa certa
preocupação.(No Evangelho de João (Jo. 10.11), Jesus fala acerca da vida
em abundância que está em seu poder conferir aos que o amam. Ele laia
isto em contraposição ao que o diabo vem realizar, ou seja, matar, roubar
e destruir. Apesar de ser tão clara a situação de conflito entreosjdois estilos
de vida, muitos preferem seguir a -morte, ã perda e a destruição, em
detrimento da oportunidade de uma vida abundanteLem Deus. |

4 PERDÃO APLICADO A MINHA VIDA


No item anterior já pudemos ver parcialmente como o perdão
impacta a vida pessoal do cristão. Neste item abordaremos mais alguns
aspectos práticos do perdão. Paulo, escrevendo a Timóteo diz:

"Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo


as profecias que houve acerca de ti, miiites por elas boa
milícia; Conservando a fé e a boa consciência, rejeitando a
qual alguns fizeram naufrágio na fé/' - I Tm. 1.18,19

Temos ainda outras referências enfatizando a consciência do cristão


- At. 23.1; Rm. 9.1; I Co. 8.10,12; 10.27-29; II Co. 1.12; 4.2; 5.11; I Tm.
1.5,19; 3.9; 4.2; II Tm. 1.3; Tt. 1.15; Hb. 9.9,14; 10.22; 13.18; I Pe. 2.19;
3.16) - onde enfatiza-se por diversas vezes a importância de uma boa
consciência diante de Deus e dos homens. Uma boa consciência, sem
dúvida, é fruto de um coração purificado pelo sangue de Cristo, portanto,
perdoado dos seus pecados ou falhas. A consciência é o primeiro dos
aspectos práticos do perdão na vida pessoal do filho de Deus.

4.1 CONSCIÊNCIA
É a faculdade do Espírito do homem que é sensível à verdade inata
(Rm. 2.14.15). A consciência do homem pode ser cauterizada privando-
o da sensibilidade do certo e do errado.

4.2 BENEFÍCIOS DA CONSCIÊNCIA LIMPA


• Ministério sincero e vida franca (II Co. 4.1,2).
• Confiança ao orarmos e aproximarmo-nos de Deus (Hb. 10.19,22)
• Uma oportunidade de servir a Deus em verdade e não realizamos
obras mortas (Hb. 9.14).
• Conquista de um amor genuíno (I Tm. 1.5,6).
• Capacidade para testemunhar (I Pe. 3.15,16).

4.3 ATITUDES DE QUEM NAO TEM A CONSCIÊNCIA LIMPA


• Fuga - A pessoa usa meios para amortecer a consciência, tais
como: alcoolismo, perversão sexual, drogas, sono exagerado, glutonaria
e outras coisas.

• Compensação - A Psicologia denomina esta situação como


sub/imaçãoe indica a ação boa que alguém pratica com a finalidade de
encobrir ou compensar ações erradas ou negativas. A compensação pode
ser uma atividade religiosa, social ou filantrópica.

• Preocupação - Não dar descanso à sua mente, concentrar-se


excessivamente no trabalho. É o hiperativismo, a ansiedade em manter
a mente sempre ocupada para não pensar nos erros cometidos.

• Auto-engano - Racionalizar e justificar o seu comportamento


culpando o outro. É o que chamamos de transferência de culpa e a
Bíblia chama de justiça-própria. Isso fica bem claro no Jardim do Éden,
em que Adão colocou a culpa em Eva, que por sua vez culpou a serpente
(Gn. 3.12,13).

-
166
4 . 4 DESCULPAS PARA NÃO UMPAR A CONSCIÊNCIA - MT.5:48
• Errar é humano ninguém é perfeito!
• A ofensa foi tão pequena, você que é muito sensível!
• Aconteceu há tanto tempo atrás!
Anotações
• Águas passadas não movem moinhos!
• A outra pessoa estava mais errada do que eu!
• As coisas têm melhorado entre nós!
• A pessoa não vai entender. O que eia vai pensar de mim?
• Foi só uma bobagenzinha! Eu não fiz nada demais!
• Envolve dinheiro que não tenho.
• Não tenho mais contato com a pessoa envolvida.
• Vou consertar mais tarde - procrastinação.
• Basta a minha disposição: nunca mais vou fazer isto!

4.5\ CONSCIÊNCIA LIMPA


E a alegria interior e a paz de Espírito que resultam de ter acertado
todos os erros pessoais e com aqueles a quem ofendemos! Quando
aplicamos os princípios de Deus obtemos vitória.

4.5.1 PRINCÍPIOS PARA TER CONSCIÊNCIA LIMPA


• Examinar-se - SI. 139.23,24; I Co.ll:31. É fundamental um auto-
exame bastante profundo e sincero. Buscar dentro de si algo que possa
estar causando mal estar na consciência.

• Confessar - SI. 51.3,4. Não é apenas generalizar, dizendo: eu


errei, mas ninguém é perfeito. É nomear os erros, reconhecê-los e
confessá-los um a um, diante de Deus e, se for o caso, diante dos
envolvidos.

c ' • Pedir perdão - Quando uma pessoa ofende outra, precisa


reconhecer o erro e pedir perdão a pessoa ofendida. Nada substitui o
perdão. É um ato de humildade de ambas as partes - quem pede e
quem concede - Mt. 5.23,24; At. 24.16; Tg. 5.16.
Tópico 2
m rçws Uma parábola moderna
Anotações
1. INTRODUÇÃO
Perdão, o cancelamento de uma dívida - Na definição do termo
perdão vimos que a palavra grega traduzida como "perdoar" significa
literalmente cancelar ou remir. Significa a liberação ou cancelamento
de uma obrigação e foi algumas vezes usada no sentido de perdoar
um débito financeiro. A relação devedor e credor é um exemplo notável
para a compreensão do mecanismo do perdão. Veja o quadro abaixo:

Dívida - é uma falta cometida pelo devedor contra o credor e que,


obrigatoriamente, precisa ser paga. É gerada quando algo
que pertence ao credor foi retirada pelo devedor em
confiança com base num relacionamento comercial e
credenciais apresentadas.
DTl(MoroorI SOM A DV ID
IA
TLM Hf CURSOSH IUM QUtIA-AI
Su
l afdnponM i* Su l açf«lposuvea Devedor - é parte frágil no processo visto que é o
I «Iftlr o (Mgxnr nli Px.rarad»id
ín
CvoH
ld
l MU Solici taro canccal mene
t causador do conflito, não tem poder sobre a situação, não
tem recursos para quitá-lo, que é a única forma de livrar-
se do problema. A sua única saída é solicitar o
cancelamento da dívida e dependerá para isto da ação que
credor decidir tomar. A única forma de eliminar a dívida é
por meio de recursos financeiros.

Credor-é parte que pode solucionar o problema visto que detém


poder sobre a dívida, tem recursos para quitá-la. Pode exigir o pagamento,
submetendo o devedor a uma situação de isolamento comercial. Se esta
for a atitude do credor, quem perde? Ambos perdem e priva-se de
continuar ou abrir a possibilidade de continuar o relacionamento
comercial. O credor pode cancelar a dívida, arcando com o prejuízo. O
cancelamento da dívida tem um preço. Alguns ignoram que quando uma
dívida é cancelada ela o é do lado do devedor, mas não do lado do credor.
Por exemplo: Se eu adquiro um aparelho de DVD e não pago e tenho
minha dívida perdoada, então quem pagou? 0 Credor assume o
pagamento, ou seja, o prejuízo; mas a dívida foi paga.

Agora vamos substituir os elementos na figura por uma situação


de conflito entre pessoas. Veja como fica:

Conflito - é a ofensa cometida pelo ofensor contra o ofendido e que,


obrigatoriamente, precisa ser solucionado. A relação de confiança é
quebrada.

168
VIVÊNCIA CRISTÃ

Ofènsor-é parte frágil no processo visto que é o causador do conflito,


a sua atitude demonstra que não tem poder sobre a situação, a qual foi
causada por conta de uma vida espiritual fragilizada ou por um momento
de descuido. Não tem como fazer com que a situação desapareça. A única
alternativa é pedir perdão, ficando a mercê da decisão que o ofendido Anotações
tomar. A única cédula que elimina o conflito é a cédula do perdão.

Ofendido - é parte que pode solucionar o


conflito visto que, espiritualmente falando
apresenta uma vida espiritual em ordem,
contando assim o poder de Deus para resolver o
conflito, este é recurso que possui para fazê-lo. DETÍM O POOER SOBRE O MÃO TEM O PODER SOBRE O
PROREMA PROBLEMA
Pode exigir a reparação negando-se a perdoar e, TEMCOMUÇOES ESminKS BWA MÃOEIM CONDÇ IÕES ESPIRIUAS
K BOI VER PARA REJSOVí ER
submetendo com isto, o ofensor a uma situação Stuafões possáü Stupkfpaaáail
btiprquco probelma seja resolvida Resolvera probe
lma
de constrangimento, visto que sempre saberá Perdoara ofensor Pedir perdio
que alguém tem algo contra ele. Se esta for a
atitude do ofensor, ambos perdem e privam-se
de continuar ou tentar restaurar o
relacionamento quebrado. O ofendido pode
perdoar o conflito, suportando a ofensa em amor. O perdão da ofensa
tem um preço. Perdoar é algo necessário, porém, não é fácil.

2. A INICIATIVA DA RECONCILIAÇÃO
Mas quem deve procurar a conciliação? O ofendido ou o ofensor?
Esta é uma discussão que divide a muitos. Aqueles que lutam
ferrenhamente por seus direitos sempre se posicionam ao lado do
ofendido, exigindo que o ofensor tome a iniciativa. Outros pensam
que o dever é do ofendido, visto que, espiritualmente está ou deveria
estar em melhores condições do que o ofensor. Outros ainda acham
que ambos têm a obrigação de tomar a iniciativa. O que diz a Bíblia?

"Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele
só; se te ouvir, ganhaste teu irmão; Mas, se não te ouvir, leva ainda
contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou três
testemunhas, toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar,
dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o
como um gentio e publicano." - Mt. 18.15-20

"Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e ai te lembrares de que


teu irmão tem alguma coisa contra ti, Deixa ali, diante do altar, a tua
oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e, depois, vem e
apresenta a tua oferta. Conciiia-te depressa com o teu adversário,

169
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

enquanto estás no caminho com eie, para que não aconteça que o
[••M|HfJ adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te
encerrem na prisão. Em verdade te digo que, de maneira nenhuma
sairás dali, enquanto nãopagares o último ceitii."-Mt. 5.23-26
Anotações
Qesus, no Evangelho de Mateus foca a iniciativa sobre o ofendido, como
aquele que deve fomentar a reconciliação. As razões para isto são as que
Í3Eat3^fettítdarsÇírfiã;i7lsto^Qe a situação demonstra que o ofendido terá
mais condições de aproximar do ofensor que, se arrependido de suas ações
estará envergonhado e terá mais dificuldades para buscar a reparação do
erro, senão, certamente não procurará o ofendido para sanar o problema.
Evidentemente este é um princípio geral, mas não a r e g r a , p o r q u e ,
encontramos exemplos inversos nas Escrituras. O filho pródigo pecara contra
o pai, mas arrependido voltou e humilhou-se em busca de perdão. Hagar
ofendera a sua senhora, Sara, mas depois voltou e humilhou-se diante d e l a . J

3. PERDÃD - EMDÇÃO OU FE?


Perdoar é um mandamento da Palavra de Deus. Não é um sentimento, nem
depende de nossa vontade ou emoção1. A Palavra declara:

"Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns


aos outros, como também Deus, em Cristo vos perdoou" - Ef. 4.32

"Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, casa alguém tenha


queixa contra outrem. Assim como o Senhor nos perdoou, assim também
perdoai vós" - 0.3.13

0 meio mais simples de distinguir um sentimento de uma ação é observar


como o texto bíblico se refere a ele. Não se pode ordenar um sentimento e
você não encontrará nenhum mandamento focado em sentimentos. Porém, /
quando as Escrituras ordenam - amai - perdoai - suportai - ele está falando
de ação. Perdão é uma decisão que se toma, muitas vezes em fé e contra as £>
circunstâncias. Quando, de coração, ainda que machucados decidimo-nos pelo
perdão, podemos contarcom o poder de Deus para a cura completa^ Somente
o seu poder pode fazer com Jesus, Estevam e até mesmo Paulo tenham tido
atitudes tão claras de perdão contra os seus algozes.

4. OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO PERDÃO


a. 0 perdão é condicional /
Se existe uma palavra que está relacionada ao perdão, esta palavra é
arrependimentdjSusca-se o perdão quando o erro acontece e o agente é
convencido de sua falha. Enquanto o arrependimento não acontece não
VIVÊNCIA CRISTÃ

há espaço para o perdão). Aqui está o papel do Espírito Santo que, segundo
o Evangelho de João (16.8), é quem convence o mundo do pecado, da
justiça e do juízo. Estudamos anteriormente acerca da consciência e como
esta pode ser cauterizada, tornando-se insensível aos apelos do Espírito
para o arrependimento. Um exemplo clássico foi o pecado de Davi com Anotações
Betseba, registrado em II Sm. 12, do qual destaco o versículo 13:

"Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. Tornou Natã a Davi:
Também o Senhor perdoou o teu pecado; não morreras."

Veja ainda as palavras do filho pródigo:

"Disse-lhe o filho: Pai, pequei conta o céu e diante de ti; já não sou digno
de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei
depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-ihe um anel no dedo e
aiparcas nos pés; trazei também o bezerro, cevado e matai-o; comamos,
e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-
se perdido, e foi achado. E começaram a regozijar-se." - Lc. 15.21-24

E temos ainda outros exemplos como o próprio rei Davi no episódio onde
contra a vontade de Deus enumera o povo (II 24.10); o arrependimento de Jó
no final de sua tribulação (Jó 42.5,6) e o apóstolo Paulo (At. 9).

b. O perdão não elimina as conseqüências do pecado cometido


[Existem situações onde mesmo havendo o perdão, o ofensor
sofrerá as conseqüências do seu ato. Nestas situações, reveste-se de
maior importância ainda a capacidadejd^taHgjjerdoar-s>a si mesmo,
porque carregará consigooor algum tempo ou por toda a vida, a
lembrança do seu desatinojUm exemplo das Escrituras:

"Por que desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de


seus olhos? A Urias, o heteu, mataste à espada, e a sua mulher
tomaste para ser tua mulher; sim, a eie mataste com a espada dos
amonitas. Agora, pois, a espada jamais se apartará da tua casa,
porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu,
para ser tua mulher. Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua
própria casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os
teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas
mulheres à luz deste sol. Pois tu o fizeste em oculto; mas eu farei
este negócio perante todo o Israel e à luz do sol."- II Sm. 12.9-12

Situações atuais que demonstram esta realidade:


• Gravidez antes ou fora do casamento;
• Crimes diversos como roubo, assassinato e outros;
• Transgressões trabalhistas, e outros.

171
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

Tópico 3
Deus esquece?
Anotações
1. INTRODUÇÃO
^Deus esquecer algo parece um contrassenso para quem é
Onisciente e nadá lhe escapa, seja no passado, seja no futuro. Mas
como entender este "esquecimento" de Deus então? O uso do termo
esquecer é um uso conotativo, que enfatiza a perfeição do perdão
divino. Voltemos aqui ao exemplo da dívida comum usada no tópico
anterior. Quando o credor perdoa a dívida, vimos que na realidade ele
assumiu esta dívida e cancelou o efeito da mesma contra o devedor,
porém, as informações ficam registradas. Não impedem mais o crédito
daquele que era um devedor, mas as informações ficam armazenada^

No salmo 139.16 o salmista declara que todos os nossos dias foram


registrados minuciosamente no livro de Deus. Quando o Evangelho
entra em nossas vidas, nossas dívidas são canceladas por que Cristo
pagou o preço por nossos pecados, mas a dívida fica registrada, sem
efeito algum contra o salvo (Cl. 2.11-15).

Outro argumento contra o esquecimento simples e puro, é natureza


que Deus colocou no homem e veremos no item a seguir.

2 PERDOAR É ESQUECER?
Em Gênesis 1.26,27 lemos o relato da criação do homem. Uma
das principais características do homem é que ele foi criado à imagem
e semelhança de Deus.^Trazemos em nosso ser os atributos do nosso
Deus e a memória, a capacidade de lembrar, são partes destes
atributos. Uma compreensão desta natureza, ainda que corrompida
pelo pecado, revela muito do que Deus é, afinal, Ele_repâitiu conosco
uma fagulha do que Ele mesmo éTJ

Todos já tivemos alguma experiência de perdão, seja ativa ou


passiva, e pergunto: Esquecemos dos fatos que geraram a necessidade
de perdoarmos ou sermos perdoados? Obviamente que não. Porém,
o efeito das lembranças é completamente diferente na vida de quem
perdoou ou foi perdoado do que na vida daquele que não perdoou ou
foi não foi perdoado. Para o primeiro grupo é apenas um lembrança
que até pode ser usada como lição de vida, cujas experiências
enriquecem e acrescentam maturidade. No segundo grupo a
lembrança é de dor ou desconforto, ira, amargura ou ressentimentos.
^Quando ocorre o perdão, o efeito negativo da lembrança é anulado]
Assim, enquanto escrevo este tópico passam pela minha mente
inúmeros acontecimentos onde precisei de perdão ou precisei perdoar,
antigos e novos, porém, nenhunnaJieELd^^^ a Anotações
testemunhar do ocorrido, como uma aula aprendida.

\ Perdoar é muito mais que esquecer. Porque se for somente isto


pergunto: E se um dia eu lembrar? Qual será a minha reação? Não somos
máquinas, não somos computadores que podem ter suas memórias
deletadas. Somos mais. Temos o poder de Deus que age a favor dos que o
amam e os capacita a agir de formas elevadasT?

3 QUANDO EU PERDOO
Um dos melhores textos para estudarmos neste item é a Parábola
do Credor Incompassivo - Mateus 18.23-35. Leia a parábola antes de
prosseguirmos. Estudamos no tópico anterior que o perdão é
condicional e uma das necessidades é o arrependimento. Porém, existe
outro aspecto condicional do perdão tão importante quantofò) meu
perdão está atrelado ao perdão que estou disposto a dar aos outros.
Se eu perdoar, serei perdoado, caso contrário, sofrerei as conseqüências
da minha dureza em aceitar as falhas alheias, não reconhecendo que
sou tão falho quanto qualquer outra pessoa. Este aspecto do perdão
aparece muito claramente na oração modelo do Pai Nosso:

"...e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos


perdoado aos nossos devedores;..."

Paulo, na Epístola aos Efésios, exorta o seguinte:

"Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como é


digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade
e mansidão, com ionganimidade, suportando-vos uns aos outros
em amor, procurando diligentemente guardar a unidade do
Espírito no vínculo da paz." Ef. 4.1-3

Observe que ao empregar o termo suportai fica explicitada a idéia


de que todos estão no mesmo nível, ou seja, todos são passíveis de
pecar uns contra os outros. Isto deveria exacerbar o sentimento de
misericórdia em nossos corações e não o contrário.

A tolerância para com as minhas imperfeições, seja da parte dos


homens, seja da parte de Deus, dependerá da minha tolerância para

173
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com as fragilidades alheias. Somos todos devedores a Deus. No Evangelho


de Mateus Jesus censura o julgamento temerário, ou seja, imprudente,
sem fundamento, onde se minimizam as próprias falhas e maximizam-
se asfalhasalheias. A lente da análise pessoal ou extra-pessoal é a Palavra
de Deus, é justiça (Jo. 7.24)^A condenação de Jesus (Mt. 7.1-5) não é
contra o ato de julgar e sim contra a forma como o mesmo é realizado.
Julgamentos acontecem o tempo todo, são inevitáveis, porém, podemos
evitar o preconceito, a injustiça. Podemos exercitar o amor e a
misericórdia sabendo que a qualquer momento podemos necessitar dela
também e talvez não tenhamos nenhum crédito a reaver (Tg. 2.13jJ

4 QUANDO EU NÃO PERDOO


( o homem que fora perdoado deixa a prisão e logo encontra
alguém que lhe devia algum dinheiro. Ele manda prender o homem
até que o pague. Um contrassenso-como uma pessoa presa pagará a
sua dívida? Isto é o que fazemos com alguém quando não perdoamos
os seus pecados ou quando alguém não nos perdoa. O indivíduo fica
numa situação sem saída. Está impedido de quitar o seu débito, afinal,
precisaria de liberdade para conseguir obter os recursos necessário^
Está criado o impasse.

Perceba que a falta de perdão causa uma quebra de relacionamento. O


ofendido precisa abrir mão dos seus direitos, caso contrário o problema nunca se
resolverá. E mais, o ofendido que nega o perdão, como já vimos compromete a
sua própria vida, já que também e um devedor a Deus.

4.1 O PERDÃO É SAÚDE SOB DIVERSOS A S P E C T O S


a. O homem perdoado passa a gozar dos benefícios do Calvário
para a sua saúde. Jesus levou sobre si todas as nossas enfermidades e
fraquezas. É uma promessa de Deus a saúde para os que lhe obedecem
(Ex. 15.16; Is. 53)|Òs pecados confessados a Deus eliminam as
possibilidades de efeitos psicossomáticos (SI. 32; 38; Pv. 17.22; 28.13^

b. O perdão evita a amargura, a ira, a cólera; coisas que se


alimentadas causaram muitos males físicos e emocionais aos que
se deixam dominar por tais sentimentos. Pessoas que não
perdoam apresentam perda de produtividade mental, pois suas
mentes estão absorvidas pelo conflito não resolvido ou não
perdoado. Além disso, o seu sistema imunológico fica prejudicado
abrindo espaço para enfermidades infecciosas. E isto comprovado
nas Escrituras conforme vimos acima e pela medicina atual. Não
perdoar é mal negócio sobre todos os aspectos.
VIVÊNCIA CRISTA

RESUMO DO CAPfTULO 06
• O Perdão é um assunto que se reveste de muita importância
devido às implicações na vida pessoal, espiritual e ministerial
Anotações
do cristão. É um dos itens essenciais para a vida cristã
saudável e impacta a vida pessoal, os relacionamentos
interpessoais e a reconciliação entre Deus e os homens

• Uma boa consciência, sem dúvida, é fruto de um coração


purificado pelo sangue de Cristo, portanto, perdoado dos
seus pecados ou falhas. A consciência é o primeiro dos
aspectos práticos do perdão na vida pessoal do filho de Deus.

• A palavra grega traduzida como "perdoar" significa


literalmente cancelar ou remir. Significa a liberação ou
cancelamento de uma obrigação e foi algumas vezes usada
no sentido de perdoar um débito financeiro. Podemos então
simplificar dizendo que o perdão é o cancelamento de uma
dívida.

• Perdoar é um mandamento da Palavra de Deus. Não é um


sentimento, nem depende de nossa vontade ou emoção.

• Perdoar é muito mais que esquecer. Porque se for somente


isto pergunto: E se um dia eu lembrar? Qual será a minha
reação? Não somos máquinas, não somos computadores que
podem ter suas memórias deletadas. Somos mais. Temos o
poder de Deus que age a favor dos que o amam e os capacita
a agir de formas elevadas.

• A pessoa que perdoa se credencia a ser perdoada porque


o perdão pessoal está atrelado ao perdão que se está
disposto a dar a outros. Quem perdoa, será perdoado, caso
contrário, sofrerá as conseqüências da dureza em aceitar as
falhas alheias, não reconhecendo que ser tão falho quanto
qualquer outra pessoa.

• 0 perdão influencia sobre a saúde pelas seguintes razões:


o homem perdoado goza dos benefícios do Calvário para a
sua saúde; o perdão evita amargura, ira, cólera, sentimentos
negativos que geram diversos males físicos, sendo esta
característica do perdão alvo de diversos estudos que estão
acontecendo no mundo secular.
ITQ - INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRAIVIGULAR

• Deus estabeleceu um pacto com o povo de Israel,


condicionado à obediência aos seus mandamentos e um dos
itens deste pacto estava relacionado ao papel de Israel como
o reino sacerdotal, ou seja, Deus esperava que Israel se
tornasse uma nação missionária, um reino que estivesse
entre Deus e as outras nações. Como portadores dos oráculos
divinos, eles deveriam anunciar a Palavra, o favor e o desejo
de Deus em trazer para junto de si todos os povos da terra.

' • Devido à falha de Israel, o pacto foi transferido para a Igreja


- o novo reino sacerdotal. A igreja ocupa um lugar especial
na presença de Deus (Ef. 2.4-7) - propriedade peculiar; tem
a incumbência de andar dignamente diante do Senhor (Ef.
4.1-3; 5.7,8) - nação santa e cumpre-lhe cumprir a sua
vocação levando o perdão de Deus a todos os homens.

• O efeito do Evangelho nas vidas dos homens é algo que


não pode ou não deveria ser uma dúvida para os filhos de
Deus. Ao designar os discípulos como testemunhas, Jesus
deixa claro que estes devem falar daquilo que
experimentaram e ouviram. A testemunha tem a função de
evidenciar um fato. A capacidade de convencermos o mundo
acerca da superioridade do Evangelho está diretamente
ligada a nossa experiência com o mesmo.

• Para atuar adequadamente como ministros da


reconciliação, como reino sacerdotal, precisamos
primeiramente santificar as nossas vidas diante de Deus.
N0TA
INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
VIVÊNCIA CRISTÃ
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 6
Nome: Série: I Data de Entrega:

Prezado aluno, através desta auto-atividade você terá a oportunidade de


rever o conteúdo estudado neste capitulo. Esta é uma atividade avaliativa,
portanto, faça-a com atenção e dedicação. Boa revisão!

Questões:

1. Por quê o perdão é um assunto tão importante para a vida cristã?

2. Como o cristão pode obter uma boa consciência diante de Deus e dos
homens?

3. Por quê podemos dizer que o perdão é o cancelamento de uma dívida?

4. Por quê o perdão é um ato de fé e não de emoção?

5. Perdoar é esquecer? Comente.

6. Quais as conseqüências que podem sobrevir sobre a vida daqueles que


negam o perdão?

7. Como o perdão influencia a saúde pessoal?

8. Qual foi o pacto firmado com Israel e que foi transferido para a Igreja?

9. Como este pacto afeta o ministério do cristão e a vida daqueles que não
conhecem a Deus?

177
F FINAL
Caro(a) Aluno(a)!

Foi muito gratificante caminhar com você em Vivência Cristã. Esta disciplina é
fundamental pois é básica para qualquer estudante de teologia, principalmente aos que
visam o crescimento espiritual e a formação para o exercício do ministério. Ela é constituída
de princípios imutáveis e que nos acompanham durante toda a vida cristã. Tenho certeza
que você foi fortalecido e enriquecido com os nossos estudos.

Me despeço na certeza de que esta disciplina introdutória ao Curso Livre de Teologia da


IEQ contribuiu construindo o alicerce para os demais conhecimentos que trarão a edificação
e a formação que você deseja.

No amor de Cristo

O Autor
• REFERÊNCIAS

ANDERS, Max. Crescimento Espiritual. São Paulo: Vida, 2001.

ANDERS, Max. O Espírito Santo. São Paulo: Vida, 2001.

ANDERSON, Lynn. A Canção do Pastor. São Paulo: Quadrangular, 1996.

BARCLAY, William. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova, 1985

BAUMAN, Z. Vidas desperdiçadas. Modernidade líquida. Amor líquido. O mal-estar na pós-


modernidade. [S. I.: s. n.] [20—].

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