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JMN – JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS

CURSO DE CAPELANIA ESCOLAR

Prof.ª Márcia Alves Doneda Fagundes


Prof.ª Bianca Diacov

APOSTILA DE:
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

1
Curso: Capelania Escolar
PLANO DE ENSINO

Disciplina: Curso:
Estágio Supervisionado I e II Capelania – 200h/a
Professor (a): Turno: Noturno
Márcia Alves Doneda Fagundes Plataforma - ZOOM
Ementa:

A disciplina tem como proposta o despertamento do capelão de orar pela


instituição educacional, a mobilização de recursos, mediante parcerias, para o
estabelecimento da Capelania Escolar, dentro da unidade escolar, com o VIVER
ESCOLA.

Tem como alvo desenvolver habilidades para a elaboração e execução do


projeto de Capelania Escolar.
Conteúdo Programático:

Unidade I:

 Primeira atitude - oração;


 Mobilização de recursos e captação de recursos;
 Como elaborar um projeto de Capelania Escolar.

Unidade II:

 Execução do projeto/ação de Capelania Escolar;


 Apresentação do portfólio das ações realizadas na unidade escolar.

Avaliações – Instrumentos e Critérios:

A avaliação acontecerá mediante a elaboração e a execução do projeto de


capelania escolar em uma unidade escolar, com temas sugeridos pelos alunos do
curso de Capelania, bem como as unidades escolares.

2
Bibliografia Básica:

Apostila: Formação Ministerial Exercício Pastoral II. Prof. Ademilson Martins Caetano.
Seminários: Batista Ana Wollerman e Batista Sul Mato-grossense. Mato Grosso do Sul,
2020.

Armani, Domingos. Mobilizar para Transformar: a mobilização de recursos nas


organizações da sociedade civil. São Paulo: Peirópolis; Recife: Oxfam, 2008, p.33.
BEZERRA, Durvalina. Ministério Cristão & Espiritualidade. 1ª ed. Belo Horizonte - MG:
Editora Betânia, 2007, p.55.

BÍBLIA MISSIONÁRIA DE ESTUDO. Versão Almeida Revista e Atualizada. ARA. Barueri.


Sociedade Bíblica do Brasil. Comentários. 2015, p.1100.

BRANDÃO, Fernando. Igreja Multiplicadora. 5 Princípios Bíblicos para Crescimento.


3ª ed., Rio de Janeiro: Convicção, 2014, p.31.

FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Despertando a Igreja para a missão de Capelania


Escolar. 1ª Ed. São Paulo: RTM – Rádio Trans Mundial, 2012.
Guia Prático de Captador de Recursos. Curso da SBB: Captação de Recursos ministrado
por Rafael Bandeira, 2020.
GUSSO, Antônio Renato. Como Entender a Bíblia – Orientações práticas para a
interpretação correta das Escrituras Sagradas. Curitiba-PR. A.D. SANTOS, 1998, p. 87.

Nilceia Cristina dos Santos, Cleusa Satico Yamamoto Sublaban, Mário Sacomano Neto,
Antônio Carlos Giuliani e Valéria Rueda Elias Spers. Revista de Gestão USP, São Paulo,
v. 15, n. especial, p. 75-91, 2008.

Pequena Enciclopédia Bíblica – O.S. Boyer


TESSARI, Raquel. Mobilização de Recursos. MPC. Congresso de Capelania Escolar,
2017.
WARREM, Rick. Uma vida com propósitos. Para que estou na terra?1ªEd., São Paulo:
Editora Vida, 2013, p. 330 e 331.

http://www.ebdonline.com.br/estudos/mordomia.htm;
https://www.bibliaonline.com.br/nvi/mt/6;
https://www.dicio.com.br/mobilizar/;
https://www.dicio.com.br/captar/ ;

https://www.dicionarioinformal.com.br/mordomia/;

https://origemdapalavra.com.br/palavras/mordomia/.

3
Curso: Capelania Escolar
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
Professor (a): Márcia Alves Doneda Fagundes1

Carga horária: 200h/a


Unidade I:
 Primeira Atitude – Oração;
 Mobilização de Recursos e Captação de Recursos;
 Como Elaborar um Projeto de Capelania Escolar;

1 - PRIMEIRA ATITUDE – ORAÇÃO

“Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na macedônia e Acaia, mas também em
todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos
necessidade de falar coisa alguma”.” (1Tes 1.8)

Antes de se apresentar na unidade escolar, essa comunidade já deve ser conhecida


diante de Deus através da oração pelo capelão escolar. Sem oração nada acontece. Que
a oração seja para o capelão escolar a primeira opção e não a última solução. “Pregar o
evangelho sem estratégia de oração é como lançar a semente em terra sem o devido
preparo”.2 John Piper, teólogo e escritor afirma: “A boa pregação nasce da oração”.
Agora esse é o seu desafio: Orar pela escola que irá apresentar o projeto, a sua
primeira atitude é adotar uma escola em oração, pois a intimidade com Deus gera
sensibilidade para ouvi-Lo, que com certeza lhe mostrará o local onde ele quererá esse
trabalho seja estabelecido e como. “Orar é sintonizar nossos sentidos com a direção de
Deus”.3 É pela oração que vem o discernimento da vontade do Pai. Durvalina registra com
ênfase: “ Atividades ministeriais não podem tomar o lugar da oração”.

Muitas escolas ficam literalmente em frente, outras ao lado dos nossos templos e
desconhecemos totalmente as oportunidades de servir, pois estamos muito distantes
separados por um “muro”. Um “muro” que pode cair quando a igreja começar a orar e
pedir a Deus oportunidades para servir e alcançar a escola.
Deus pode fazer muito do que eu e você podemos fazer, Ele pode fazer em
segundos o que podemos levar anos para realizar.

1 . Professora, Pesquisadora, Mestrando em Teologia Prática, Psicopedagoga, Capelã Escolar, Pedagoga e Missionária da
JMN – Junta de Missões Nacionais.
2 . BRANDÃO, Fernando. Igreja Multiplicadora. 5 Princípios Bíblicos para Crescimento. 3ª ed., Rio de Janeiro: Convicção,
2014, p. 31.
3 . BEZERRA, Durvalina. Ministério Cristão & Espiritualidade. 1ª ed. Belo Horizonte - MG: Editora Betânia, 2007, p.55.
4
Em Ezequiel 22:30 Deus está à procura de alguém que se posiciona em oração em
favor do seu povo: “Procurei entre eles um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha
diante de mim e em favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei nenhum”.

Nesse contexto o profeta ou o sacerdote devia ser como soldado que se posicionava
nas brechas dos muros para proteger a cidade contra invasão inimiga. O que nos leva a
crer na importância de orarmos pelas escolas de nossas cidades para que estejam de
portas abertas para receberem a mensagem de fé e de esperança. De igual modo, tb pelas
igrejas que estejam despertadas e preparadas para esse grande desafio.
“Nenhuma pessoa deve realizar a obra de Deus sem buscar o Deus da obra”,
como diz Pr. Fernando Brandão no seu livro Igreja Multiplicadora, que nos instrui que
enquanto caminhamos pelas ruas devemos orar por toda a comunidade, e também por
lugares como tribunais, faculdades, delegacias de polícias e escolas.

Devemos orar pedido a Deus que traga salvação às autoridades. Devemos orar
pelas escolas com frequência, as instituições educacionais se tornam lugares onde
crianças e jovens aprendem ideologias contrária à verdade de Deus. Orar para que
instituições se tornem lugares em que a verdade de Deus possa se manifestar. 4
A oração estabelece equilíbrios: em nossa vida interior, entre nós e o próximo
e entre nós e Deus. E, ainda hoje, nenhum projeto terá sucesso sem essa base de
sustentação espiritual.5
O Senhor Jesus deu aos discípulos a grande comissão, a missão de levar o
evangelho a todas as nações e para o cumprimento desta missão, ele ordenou que
ficassem unidos em oração. “Todos eles se reuniam sempre em oração”... Atos1:14. Com
isso Jesus ensinava que a expansão do seu reino não poderia se dar meramente através
de boas estratégias ou de programas bem formulados, nem mesmo pela voa vontade ou
disposição de encarar a missão.

Pela oração os discípulos seriam capacitados para serem testemunhas tanto em


Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, a até aos confins da terra. Antes de enviá-
los à missão, o Senhor Jesus os enviou a orar. A oração abre as oportunidades para a
expressão do poder de Deus, a oração traz encorajamento para a igreja e aos missionários
a cumprirem sua missão.
A oração prepara o coração do mensageiro para quebrar barreiras culturais, sociais
e os preconceitos religiosos.6 É o contato com o Ser divino, interação de alma, diálogo
íntimo, prazer na presença do Pai faz com que ouçamos a voz do Espírito Santo, porque
a oração que aguça a audição espiritual e dispõe o coração a obedecer para ser
testemunhas por onde ele nos enviar.
Quando você se tornou um cristão, tornou-se um mensageiro de Deus, Ele quer falar
ao mundo e as escolas usando você. Em um tribunal, não se espera que a testemunha
debata o caso, que comprove a verdade ou insista em determinado veredito. Esse trabalho

4 . BRANDÃO. 2014, p.41 e 42.


5 . Apostila: Formação Ministerial Exercício Pastoral II. Prof. Ademilson Martins Caetano. Seminários: Batista Ana
Wollerman e Batista Sul Mato-grossense. Mato Grosso do Sul, 2020.
6 . BÍBLIA MISSIONÁRIA DE ESTUDO. Versão Almeida Revista e Atualizada. ARA. Barueri. Sociedade Bíblica do Brasil.
Comentários. 2015, p. 1100.
5
é dos advogados. A testemunha simplesmente conta o que lhe aconteceu e o que viu.
Deus quer que você conte sua história.
Depois da oração, dar testemunho é uma das principais tarefas da sua missão neste
mundo. Seu testemunho pessoal é mais eficaz que um sermão, uma palestra, porque os
não cristãos veem os pastores como vendedores profissionais, mas veem em você como
um “cliente satisfeito”, logo, vão lhe dar mais credibilidade. É mais fácil relatar histórias
pessoais que explicar princípios, e as pessoas gostam de ouvi-las. Histórias
compartilhadas criam uma ponte de relacionamentos pela qual Jesus pode atravessar do
seu coração para o delas.7

Não há outra história como a sua, somente você pode contá-la, se deixar de
compartilhá-la perderá sua importância. Para adquirir experiências leva tempo, analise sua
vida e pense como ela o formou. Quando permitimos que Deus aja através de nós,
podemos fazer com que as pessoas conheçam o amor de Deus e sua graça.
Experiências esquecidas são experiências inúteis.

Deus trabalha intencionalmente em nossas vidas quando Ele permite que passemos
por experiências dolorosas, a fim de nos capacitar para que possamos trabalhar com
outras pessoas, é o que vemos em 2 Coríntios 1:4: “Ele nos conforta em todas as nossas
aflições, de modo que podemos confortar outros. Quando alguém estiver aflito, seremos capazes
de lhe proporcionar o mesmo conforto que recebemos de Deus”.

As experiências mais desafiadoras em nossas vidas, aquelas que queremos


esquecer, mas, que trouxeram arrependimento e mudança de vida, são elas que Deus
mais usa para ajudar os outros. Dentro da escola temos um rio de oportunidades para
compartilhar nossas experiências, ser testemunha do que Deus fez em nossas vidas, sem
fazer defesa ou impor a fé. Precisamos ter um coração de servo, pois isso revela
maturidade, além de descobrir as oportunidades dentro da escola para servir. Se
atacarmos a escola com julgamento ou apontamentos não permaneceremos e perderemos
totalmente as oportunidades para servir.
O Irmão André, fundador da missão Porta Abertas diz: “Você pode entrar em
qualquer lugar se for para servir”8.

Em Provérbios 18:21 diz: “O que você diz pode salvar ou destruir uma vida;
portanto use bem suas palavras e você será recompensado”; nosso semelhante
precisa ser atendido na sua necessidade através de nosso testemunho, seja através da
necessidade material, emocional ou espiritual, nossa existência só terá sentido pelo outro.
O norte da bússola é o nosso irmão e semelhante. Deus quer que você use suas
habilidades naturais e adquiridas para servir a Ele servindo aos outros.
Note os seus impulsos internos, pois eles podem indicar o ministério que Deus
pretende que você desenvolva. Quando uma pessoa está fazendo o que gosta, ninguém
precisa motivá-lo. Raramente, as pessoas se destacam em tarefas que não apreciam ou
que não lhes despertem paixão. Ás vezes, colocamos desculpas para servir e quando se

7 . WARREM, Rick. Uma vida com propósitos. Para que estou na terra? 1ª ed., São Paulo: Editora Vida, 2013, p. 330 e
331.
8 . BÍBLIA MISSIONÁRIA DE ESTUDO. Versão Almeida Revista e Atualizada. ARA. Barueri. Sociedade Bíblica do Brasil.
Comentários. 2015, p. 1404.
6
trata de sairmos dos templos parece que fica mais complicado desenvolver nossas
habilidades ancorados em nossas limitações.

E o ministério de capelania escolar não é diferente, muitos dizem:


O que posso fazer dentro da escola?
Como fazer?
Como começar?
Imagine se Deus neste momento comparasse nosso tempo e energias que
gastamos com nós mesmos em relação ao que utilizamos para servir os outros?

Somos especialistas em dar desculpas e respostas prontas. Quero desafiá-lo a


buscar, com todo o seu coração, no Senhor através da oração, onde Ele quer que você O
sirva.

Não importa a sua idade. Da mesma forma que Deus rejeitou as desculpas de Sara,
quando ela disse estar muito velha para que o Senhor a usasse, ele também rejeitou as
objeções de Jeremias, quando este alegou ser muito jovem. 9 Quem diz com toda
autoridade é a mais recente formanda em Capelania Escolar da 3º turma de 2019, Alice
Duarte Pinasso com 80 anos de idade indo nas escolas ouvir e aconselhar os
adolescentes. Dizendo: - Não desista meu filho, eu venci você também vai. Não importa a
duração de sua vida, mas a contribuição que você ofereceu. Não importa quanto viveu,
mas como viveu.10

Só estamos plenamente vivos quando estamos ajudando outros. Se você não está
servindo, está apenas existindo. Deus quer usá-lo para fazer a diferença neste mundo,
olhe para a escola do seu bairro, da sua cidade e comece a orar por ela, certamente
ascenderá dentro do seu coração um amor pelas pessoas preciosas que lá estão.

Oseias registra a realidade de seu povo, e a falta de conhecimento de Deus, o que


não é diferente em nossos dias.

Veja: Oseias 4:1b -2:


[…] a fidelidade e o amor desapareceram desta terra, como também o conhecimento de
Deus. Só se veem maldição, mentira e assassinatos, roubo e mais roubo, adultério e
mais adultério; ultrapassam todos os limites. E o derramento de sangue é constante.

Ele continua no capítulo 4:6:


Meu povo foi destruído por falta de conhecimento. Uma vez que vocês rejeitaram o
conhecimento, eu também os rejeitos como meus sacerdotes; uma vez que vocês
ignoram a lei do seu Deus, eu também ignorarei seus filhos.

9 . WARREM, Rick. Uma vida com propósitos. Para que estou na terra?1ª ed., São Paulo: Editora Vida, 2013, p. 345.
10 . WARREM. 2013, p. 265.
7
Embora seja sábio aprender com nossas experiências, é mais sábio aprender com
as experiências dos outros. Imagine quantas frustrações, decepções, angústias e tristezas
poderiam ser evitadas se aprendêssemos a extrair lições de tudo que acontece com as
pessoas que nos cercam, mas principalmente com os ensinos práticos, orientações,
exortações, os princípios e valores que norteiam a vida do homem que foram registrados
nas Escrituras Sagradas. E estão ao nosso alcance nas mais variadas versões de acesso
fácil e rápido. O conhecimento aumenta a responsabilidade, o que em Filipenses 4:9 nos
alerta: “Ponham em prática o que vocês receberam e aprenderam”.

Os livros de ciências falam de ciências, de religião verdadeira fala a Bíblia. Ninguém


deve preocupar-se com a possibilidade de a narrativa da criação em Gênesis estar ou não
de acordo com a hipótese científicas modernas. Devemos sim, buscar nestes relatos a
mensagem religiosa para nós. O autor humano não era nenhum cientista e não pretendia
dar-nos um relato pormenorizado de como tudo foi feito. Ele procura mostrar, e o faz de
forma brilhante, quem é o criador do universo.11
Dentro da escola há uma necessidade enorme de estar sempre em sintonia com
Deus através da oração para compartilhar sua mensagem com a intencionalidade de levar
ao coração do público alvo a resposta para sua vida naquele momento. Revelando através
de nossas vidas o Deus criador e sustentador de todas as coisas. Uma frase de Charles
Spurgeon tem sido um bálsamo para esse ministério desafiador nas instituições
educacionais: “Faça de tudo para que essa mensagem chegue aos ouvidos, e Deus
fará com chegue ao coração”.
É confiar que todo trabalho seja de Deus!

2 - MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS E CAPTAÇÃO DE RESCURSOS

Um bom começo é promover um processo de estudo e reflexão sobre a


singularidade da mobilização de recursos, envolvendo todas as pessoas e instâncias da
instituição. Algumas dificuldades iniciais são muito comuns. Uma delas é a dificuldade em
compreender o caráter diferenciado da mobilização de recursos em relação à captação de
recursos.

Mobilizar: Colocar alguém ou um grupo de pessoas para fazer alguma coisa, geralmente
uma tarefa, campanha, ação coletiva: “mobilizou o município em prol dos mendigos; mobilizaram
se na construção do jardim.”12 Dar movimento;
Sinônimo: soltar, mover, mexer, desprender, arregimentar, movimentar, agitar.

Capitar: Conseguir (para si) através de capacidade, habilidade ou mérito; atrair: captou
elogios dos pais; colher ou guardar; apanhar: captar os apontamentos do professor; captar os
raios solares. Fazer com que o sinal chegue aos receptores (rádio ou TV): captar o sinal de áudio

11 . GUSSO, Antônio Renato. Como Entender a Bíblia – Orientações práticas para a interpretação correta das Escrituras
Sagradas. Curitiba-PR. A.D. SANTOS, 1998, p. 87.
12 . https://www.dicio.com.br/mobilizar/
8
e vídeo da TV e do som. Entender (alguma coisa); compreender: captou a mensagem do texto.
Economia: Recolher recursos através da venda de títulos de créditos.13
Sinônimo: apanhar, dominar, atrair, desviar, ganhar, aproveitar.

Muitas organizações sem fins lucrativos encontram dificuldades na mobilização e a


solidificação da captação de recursos financeiros destinados a projetos sociais, já que mais
organizações dessa natureza surgem a cada ano e as instituições financiadoras não
tendem a surgir na mesma proporção.
A mobilização de recursos não se restringe à obtenção de dinheiro, uma vez que
são necessários também voluntários, bens físicos, equipamentos ou bens não duráveis
(como alimentos e roupas). Para a constante entrada de recursos, é importante o equilíbrio
entre atender às expectativas e exigências dos doadores em relação à aplicação dos
recursos (financeiros ou não) e oferecer aos beneficiários serviços de qualidade e que
realmente supram suas necessidades e agradem aos doadores.14
O sucesso na captação de recursos depende do relacionamento que se estabelece
com os doadores, que são pessoas ou instituições que geralmente compartilham da
missão, valores e objetivos da organização.15

2. 1 - QUAIS OS RECURSOS?
1. Dinheiro;
1. Material;
2. Pessoas;

Um dos aspectos de uma boa gestão refere-se à administração de seus recursos


financeiros, de pessoas e de materiais. A arrecadação de recursos de forma permanente
exige que a organização elabore campanhas promocionais destinadas à arrecadação de
fundos ou contribuições permanentes, que, por sua vez, exigem uma forte competência
em planejamento, gestão e marketing pela instituição (VALARELLI, 1999b).

Na gestão da captação de recursos financeiros, as organizações devem utilizar os


meios de comunicação (contatos, telefones, e-mails) com o propósito de aumentar a
consciência dos potenciais doadores sobre a organização, além de apresentar de forma
clara os objetivos, a missão da organização e as razões pelas quais o possível apoiador
deveria oferecer seus recursos (ADULIS, 2002a; TACHIZAWA, 2007). Dessa forma, as
organizações devem profissionalizar a gestão de suas atividades e aprimorar o seu
relacionamento com os doadores e parceiros.

Uma das questões-chave do ponto de vista da mobilização de recursos é a


qualificação das estratégias e instrumentos de comunicação institucional. Afinal, não há
como mobilizar relações de apoio e parceria sem uma boa capacidade de se apresentar,
se posicionar, oferecer informação e mostrar-se transparente e credível. O desafio é tratar

13 . https://www.dicio.com.br/captar/
14 . Nilceia Cristina dos Santos, Cleusa Satico Yamamoto Sublaban, Mário Sacomano Neto, Antônio Carlos Giuliani e Valéria
Rueda Elias Spers. Revista de Gestão USP, São Paulo, v. 15, n. especial, p. 75-91, 2008
15 . SZAZI, 2005; PEREIRA, 2006; TACHIZAWA, 2007.
9
a comunicação não como mero canal de publicação do trabalho, mas sim como estratégia
de ação política, como uma dimensão intrínseca da estratégia de intervenção e da vida
institucional como diz Domingos Armani.16
É tarefa básica da mobilização de recursos dar novo sentido para o ato de cooperar
e unir à uma instituição. Talvez este seja um bom começo para desatar o nó da
inefetividade do atual modelo de governança. Afinal, quando tomamos a iniciativa de
convidar alguém para fazer parte, associar ou que vai receber o projeto, temos de preparar
nossos argumentos, o que vamos oferecer, o que vamos pedir, como propomos nos
relacionar, qual o sentido que damos à existência de associados na instituição? Estar
preparado.
Ter respostas adequadas, convincentes e sedutoras para estes tipos de perguntas,
vai nos fazer pensar na “arrumação da casa” antes de dar o primeiro passo. Este é o
espírito da mobilização de recursos.

2.2 - QUAL O PRINCÍPIO BÍBLICO?


Mordomia Cristã – É o manejo responsável dos recursos do Reino de Deus, do que
nos foi confiado, ou a um grupo17. Mordomia é administração dos bens espirituais e
materiais, tanto no aspecto individual quanto no coletivo do ser humano. Administra aquilo
que Deus colocou em suas mãos.

Mordomia: Vem de mordomo, do Latim major domus, “administrador de uma casa”.18


Para entender a mordomia da Trindade:
1. O Pai deu O Filho;
2. O Filho deu sua vida;
3. O Filho deu o Espírito Santo;
4. O Espírito Santo é o mordomo entre nós; Consolador, ajudador., intercessor,
garantia da salvação e tantas outras muitas ações de doação em nosso favor.

Deus é um Deus doador. A doação faz parte de sua essência.


Fomos criados para ter um coração doador. A queda do homem corrompeu essa
essência. Louvamos a Deus que em Cristo podemos tornar parte dessa essência
novamente. Quanto maiores nossos conhecimentos, privilégios e preparo maior nossa
responsabilidade. Quem usa seus talentos e recursos com estratégias frutíferas receberá
mais responsabilidades. Deus providencia os recursos materiais de que precisa para
efetuar sua missão, caba e nós encontrá-los e organizá-los dentro de um planejamento
estratégico.

Em Lucas 19:11-27 na parábola das dez minas, as moedas entregues aos dez
servos são como talentos, os dons, as habilidades, os conhecimentos, o treinamento, os
recursos materiais e tecnológicos que Deus confia aos seus servos. No ínterim entre a

16 . Armani, Domingos. Mobilizar para Transformar: a mobilização de recursos nas organizações da sociedade civil. São
Paulo: Peirópolis; Recife: Oxfam, 2008, p.33.
17 . https://www.dicionarioinformal.com.br/mordomia/
18 . https://origemdapalavra.com.br/palavras/mordomia/
10
ascensão e volta de Cristo devemos usar responsavelmente e multiplicar tudo que nos é
confiado na missão. Os frutos da obra missionária são esperados por Deus.
Não tem haver valor ou importância ou quantidade, mas em ir ao encontro do que
está sem esperança para caminhar, ensinando a linguagem do amor.

Segue uma pesquisa detalhada sobre MORDOMIA:

1. Definição
a. Webster: a atividade de ser mordomo.
b. Michaelis:1 Cargo ou funções de mordomo; mordomado. 2 Série de vantagens
que certos empregados recebem do empregador, público ou privado, como
complementação salarial, com isenção de impostos sobre a renda.
c. Dicionário de Strong: Não há a palavra mordomia, por isso vamos definir a palavra
mordomo.
• Gerente de uma casa, mordomo, tesoureiro. A palavra vem do verbo gerenciar,
administrar.

2.Atitudes esperadas: gerenciar, administrar bem, primeiro a propriedade interna


(mente e consciência) e depois a propriedade externa (corpo e bens);

3.Textos básicos: Gn 1.4-5; 2.15; 3.17-18; Pv 15.19; At 5.1-5; 2Co 10.3-4;


4. Palavras-chave: cultivar, proteger, gerenciar, produzir, perseverar,
responsabilidade.

5. Atitude interna: consciência

6. Atitude externa: santidade e prioridades ordenadas

7. Distorção: passividade, preguiça. Avareza, consumismo voraz.

8. Pontos essenciais
a. O princípio da mordomia funciona do menor para o maior; primeiro, administramos
esferas menores e só depois, as maiores.
b. Tudo pertence a Deus, por isso devemos administrar bem. Somos apenas
mordomos.
c. Reconhecer o valor dos bens e não desperdiçar nada.
d. Somos responsáveis por tudo o que temos e por nosso ser.
e. A consciência é a mais sagrada de todas as propriedades.

9. Os princípios e o ensino
a. Como lido com a mente?
b. Como o cuidado com meu interior é refletido no cuidado externo (corpo)?
c. Qual a minha relação com os bens materiais?
d. Cuido dos meus padrões de pensamento?
e. Executar mudanças de dentro para fora?

10. Temas da vida cristã para ser trabalhados com base no caráter
a. Como a memorização de versículos ajudam no cuidado da mente.
11
b. A importância da meditação na palavra para o cuidado da consciência?
c. A organização exterior como reflexo da organização interior.

11. Exemplos de como o indivíduo revela o caráter cristão sobrenatural e


uma consciência cristã:

Interno Externo
1. Estabelecimento de prioridades para o 1. Cumprindo responsabilidades em áreas
coração e mente com relação ao padrão de menores antes de atingir áreas maiores, de
Deus de administração. acordo com as prioridades adequadas.

2. A administração do coração em sua devoção 2. Administração da vida em seu serviço como


a Cristo. homem para a glória de Deus.

3. Uma consciência limpa de ofensa, pura, 3. Uma consciência sem ofensa diante do
incorruptível e santa diante de Deus. homem, guardando os relacionamentos.

4. Coisas eternas consideradas prioritárias 4. As coisas temporais administradas de


trazendo à pessoa favor diante de Deus. forma correta trazendo à pessoa favor diante
dos homens.

5. Preparação interior do coração para o 5. Aumento da responsabilidade para incluir


governo de Deus. áreas exteriores de governo.

12. Tabela distorções do princípio

Extremo Interno da Passividade Extremo Externo da Glutonaria

Viver em neutralidade, esperando receber a Viver em medo e ansiedade sobre o futuro.


ação de outrem.

Não desejar estabelecer prioridades. Tentar guardar ou consumir tudo de uma vez.

Não ter consciência e alvo de responsabilidade. Não ter sabedoria para administrar e cuidar
das responsabilidades.
Dar importância às coisas menores. Perder o que tem.

12
2.2.1 - A DEUS PERTENCE TODAS AS COISAS:
Salmos 24:1 e 2 - Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que
nele vivem; pois foi ele quem fundou-a sobre os mares e firmou-a sobre as águas.

Salmos 50:12 - Se eu tivesse fome, precisaria dizer a você? Pois o mundo é meu,
e tudo o que nele existe.

Salmos 89:11 - Os céus são teus, e tua também é a terra; fundaste o mundo e tudo
o que nele existe.

Salmos 95:3-6- Pois o Senhor é o grande Deus, o grande Rei acima de todos os
deuses. Nas suas mãos estão as profundezas da terra, os cumes dos montes lhe
pertencem. Dele também é o mar, pois ele o fez; as suas mãos formaram a terra seca.
Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador;

I Coríntios 10:26 - pois "do Senhor é a terra e tudo o que nela existe".

Então tudo o que temos e que somos nos foi confiado por Ele. Todos esses recursos
podem ser usados para a construção do seu Reino. Não há escassez!
Porque sentimos que não temos recursos?

2.2.2 - AS PESSOAS ADMINISTRAM OS RECURSOS DE DEUS.


A Mordomia Efetiva é aquela que o servo diz: Eu quero o Reino de Deus acima de
tudo! Tem um estilo de vida e discipulador.

Mateus 25:14-30:

E também será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus


servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois,
e a outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade. Em seguida
partiu de viagem. O que havia recebido cinco talentos saiu imediatamente,
aplicou-os, e ganhou mais cinco. Também o que tinha dois talentos
ganhou mais dois. Mas o que tinha recebido um talento saiu, cavou um
buraco no chão e escondeu o dinheiro do seu senhor. Depois de muito
tempo o senhor daqueles servos voltou e acertou contas com eles. O que
tinha recebido cinco talentos trouxe os outros cinco e disse: ‘O senhor me
confiou cinco talentos; veja, eu ganhei mais cinco’. "O senhor respondeu:
‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o
muito. Venha e participe da alegria do seu senhor! ’ "Veio também o que
tinha recebido dois talentos e disse: ‘O senhor me confiou dois talentos;
veja, eu ganhei mais dois’. "O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom
e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe
da alegria do seu senhor! "Por fim veio o que tinha recebido um talento e
disse: ‘Eu sabia que o senhor é um homem severo, que colhe onde não
plantou e junta onde não semeou. Por isso, tive medo, saí e escondi o seu

13
talento no chão. Veja, aqui está o que lhe pertence’. O senhor respondeu:
‘Servo mau e negligente! Você sabia que eu colho onde não plantei e junto
onde não semeei? Então você devia ter confiado o meu dinheiro aos
banqueiros, para que, quando eu voltasse, o recebesse de volta com
juros. Tirem o talento dele e entreguem-no ao que tem dez. Pois a quem
tem, mais será dado, e terá em grande quantidade. Mas a quem não tem,
até o que tem lhe será tirado. E lancem fora o servo inútil, nas trevas, onde
haverá choro e ranger de dentes.

A Parábola dos talentos diz que Ele distribuiu segundo a capacidade. ...“a cada um
de acordo com a sua capacidade” v.15. Ele confiou aos seus servos!
Como vamos dar da forma como Deus deu registrado em João 3:16: "Porque Deus
tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer
não pereça, mas tenha a vida eterna”.

2 Coríntios 8:7: “Todavia, assim como vocês se destacam em tudo: na fé, na


palavra, no conhecimento, na dedicação completa e no amor que vocês têm por nós,
destaquem-se também neste privilégio de contribuir”.
Nosso coração precisa estar alinhado ao coração de Deus, o que está no coração
Dele para o nosso coração.

2.2.3 - A MORDOMIA EFETIVA É APRENDIDA.


O desenvolvimento do caráter de uma pessoa tem uma intima relação como ela
administra o seu dinheiro, os recursos que Deus lhe confiou.

1 Timóteo 6:17-19:

Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam
arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza,
mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa
satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas
obras, generosos e prontos para repartir. Dessa forma, eles
acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para
a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida.

Mateus 6:21: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração”.
(Mente);
Efésios 4:28: O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil
com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade.
O mordomo vai de receptor a doador. Rafael Bandeira 19 diz: “Se você não semear,
não obterá um retorno, todo captador de recursos é antes de tudo um doador”.

19 Bacharel em administração, especialista em gestão de projetos sociais e mestrando em políticas


públicas. Pesquisador e escritor, é autor do livro “O Deus de Todo Recurso” (Editora Esperança, 2020).
14
Onde houver mordomos efetivos haverá recursos locais disponíveis. “Nós somos
aqueles que servem, nós conectamos pessoas aos recursos gerando as mudanças que
elas querem ver no mundo”.20
O mordomo vai administrar. MORDOMO - Administrador dos bens de uma casa ou
de um estabelecimento alheio. (Pequena Enciclopédia Bíblica – O.S. Boyer).
Promover a causa da generosidade, não é uma questão de valores, mas de
princípios. Quem sabe você já tenha a experiência de que sempre haverá recursos para
bons relacionamentos, boas instituições que realizam bons projetos e produzem bons
resultados.
Porque as pessoas doam?

1 - Culpa e medo – motivações da individualidade;


2 - Obrigação e satisfação – razões do coletivo;
3 - Obediência e Adoração – motivações orientadas à Deus, olhando para Ele;

As pessoas doam generosamente porque:


A - Credibilidade do solicitante pois vêm nele: Integridade – responsabilidade no
cargo – maturidade (independente da idade) – histórico e confiam os valores.

B. A paixão do doador harmoniza com a agenda do solicitante.

• Têm compromisso com o serviço;


• Têm entendimento da missão;
• Estão pessoalmente envolvidos com o ministério;
• Possuem valores semelhantes;

C. A qualidade de estilo de comunicação.

• Conciso
• Conteúdo • Claro
• Compreensível

• Métodos Quanto mais pessoal o método, mais generoso o comprometimento.

• Qualidade Confiança, quanto mais entusiasmo, maior o desejo de participar.

2.2.4 - QUEM PODERÁ PARTICIPAR DESSE PROJETO COMIGO?


 1º passo:
- Faça uma lista de possíveis pessoas/ parceiros;

20 Guia Prático de Captador de Recursos. Curso da SBB: Captação de Recursos ministrado por Rafael
Bandeira. 2020.
15
- Igrejas/ pessoas;
- Família;
- Empresas;

 2º passo:
- Escreva uma carta/ projeto de trabalho;
- Orçamento;
- Motivação através de sua história;
- Registra seu chamado;
- Trabalho que pretende realizar;

 3º Passo:
- Tenha um planejamento/ controle financeiro;
- Mantenha todos os parceiros informados dos desafios e das conquistas;
- Lista de suas necessidades; tenha sempre fácil;

 4º Passo:
- Tenha controle de suas contas pessoais;
- Antes de fazer a mordomia de seu projeto, necessita da mordomia do
seu dinheiro;
- Você é responsável pelo manejo de seu dinheiro;

 5º Passo:
- Ao abordar pessoas, algumas tem barreiras internas para doação ou
parceria, saber comunicar e expor seu projeto;
- Boa comunicação - Nada acontece até que ideias sejam transmitidas de
uma pessoa para outra. Todo ministério de sucesso é o resultado de uma comunicação
interpessoal efetiva. Necessidade de quebra de barreiras internas.
- Você precisa falar;

2.2.5 - PRESTAÇÃO DE CONTAS


Prestação de contas também faz parte da mordomia. O Senhor volta para pedir
prestação de contas. Mateus 25:19 - “Depois de muito tempo o senhor daqueles servos
voltou e acertou contas com eles”.
Enviar relatório de gratidão, prestação de conta e atividades realizadas. Falar para
a pessoa parceira, igreja, empresa: - VOCÊ FAZ PARTE DESSE PROJETO!
Segundo Peter Drucker (EXAME, 2000:24), a fonte de recursos tem mudado de
forma substancial. Não é desejável ter somente doadores – a empresa deve transformá-
los em contribuintes/parceiros, por meio de sua identificação, da eficiente utilização dos
recursos e da apresentação aos doadores dos resultados advindos dos recursos doados.
Esse processo requer a profissionalização das organizações que demandam doações. 21

21 Nilceia Cristina dos Santos, Cleusa Satico Yamamoto Sublaban, Mário Sacomano Neto, Antônio Carlos
Giuliani e Valéria Rueda Elias Spers. Revista de Gestão USP, São Paulo, v. 15, n. especial, p. 75-91, 2008.

16
Que Deus, dono de tudo e de todos, te sustentará e providenciará todos os
recursos necessários para o desenvolver este projeto!

3 - COMO ELABORAR UM PROJETO DE CAPELANIA ESCOLAR


Para iniciar o projeto é preciso conhecer a instituição, coletar dados específicos com
os diretores ou gestores, traçar um perfil: história da escola, quantidade e idades dos
alunos, distribuição das séries, função e quantidade de colaboradores, filosofia de trabalho,
hierarquia, relação aluno-professor, relação pai-professor, atividades esportivas e
artísticas oferecidas pela escola, características da comunidade onde ela está inserida,
expectativas e necessidades da escola no âmbito educacional e relacional, instalações
(serão necessárias para se propor um espaço para a capelania), tecnologia e outras.
Enfim, o máximo de informações, pois através delas o capelão poderá apresentar
propostas que de fato serão relevantes como fatores de transformação da escola. Após
conhecer e detectar a necessidade da escola concentre-se nos problemas que a afetam
diretamente, exemplo: indisciplina, violência, drogas.
Busque ações viáveis de intervenção para solução dos mesmos, lembrando que seu
papel é apoio e assistência espiritual, reavivar a fé, através dos ensinamentos de Jesus,
nas crises da vida. Assim que tiver a relação das possíveis ações, deve-se escrever o
projeto antes de apresentá-lo, pense em iniciar com projetos executáveis, simples, mas
que busquem ser eficientes. Para escrever o projeto é necessário: Saber quem vai ler e
autorizar; procure ser sucinto. Deixe claro o problema identificado e como se pretende
tratar está dificuldade. Nem sempre você terá oportunidade de explicar cada item do seu
projeto, especialmente se não tiver afinidade e amizade com o diretor ou para quem estará
entregando o projeto. Por isso seja direto, mas explique com detalhes as ações e os
objetivos do projeto.22
O problema – Sabemos que todo que todo projeto vem a existir por um problema.
Necessário se fazer um levantamento de como esse problema afetam a escola, quais as
ações de intervenção proposta para a solução e que papel você terá dentro da execução
das mesmas, e as outras intervenções quem fará e como. Importante ter tudo registrado.
Para diagnosticar os problemas exige sensibilidade, embora saibamos que os focos
principais de preocupação da escola são: violência, drogas, sexualidade e crise de
autoridade e a lista continua. Poderá encontrar queixas das famílias, a ausência dos pais
na escola, casos pontuais de estresse, depressão, ansiedade, indisciplina, ideação suicida

22 FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Capelania Escolar. Despertando a Igreja para a missão de Capelania
Escolar. 1ª Ed. São Paulo: RTM – Rádio Trans Mundial, 2012.p. 61.

17
e tantos outros. Importante no projeto mostrar o problema ou os problemas deixando bem
claro o que pretende tratar com a execução do projeto.

Temos como referência ainda em vigor em nosso país, o ensino religioso.


Reconhecido pelo Ministério da Educação como disciplina do conjunto de outras áreas de
conhecimento, visa, entre outros objetivos, proporcionar ao educando o conhecimento dos
elementos básicos que compõem o fenômeno religioso, a partir das experiências religiosas
percebidas no contexto em que vive.
Conforme LDBE - Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes
e Bases da Educação Nacional. Art. 33:

O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da


formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado
o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas
quais/quer formas de proselitismo.

Desta forma, através do reconhecimento de que o ensino religioso é parte integrante


da formação básica do cidadão, pode-se facilmente observar, também, o reconhecimento
legal, ainda que indireto, de que o ser humano precisa receber o devido apoio ao
desempenho de sua espiritualidade e desenvolvimento como pessoa qualificada,
mediante a Constituição Federal:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da


família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
Os graves problemas sociais que enfrentamos hoje, estão muito ligados à falta de
princípios e valores que orientam a vida pessoal, familiar e social23. Perigos que estamos
enfrentando todo dia dentro das escolas das cidades e até no campo geram consequências
dolorosas, imensuráveis, uma dor gigantesca que pode trocar de papel se não forem
cuidadas e tratadas. De vítimas passam a serem agressoras.
A Igreja está inserida na sociedade e não pode se esquecer dessa honrosa
oportunidade de servir a Deus e da sua responsabilidade missionária integral diante das
constantes e crescentes carências do ser humano, seja na área física, emocional ou
espiritual. Assim, pelo fato de ser a Igreja, ser um lugar do constante convívio dos que

23 SEIBERT. Erni Walter. A Bíblia na Escola – o Livros dos Livros na Comunidade Escolar. Sociedade
Bíblica do Brasil, SP, 2000
18
querem trabalhar para Deus, ela torna-se também o melhor local para a mobilização e para
a preparação dos que se sentem chamados à missão. O cumprimento da missão
integral promove saúde total aos assistidos. Uma igreja revestida do poder do Espírito
Santo abre seus olhos para os de fora, perto ou longe, nos lugares improváveis onde Cristo
gostaria que passássemos.24

3.1 - O PROJETO DEVE CONTER:

 Título do projeto – Nome: VIVER ESCOLA

 Apresentação – Mencionar a instituição mantenedora, o nome da unidade


educacional que receberá a prestação de serviço deste projeto. Endereço
completo, contato das instituições mencionadas. A pessoa responsável pelo
projeto, Capelão Escolar, coordenador do projeto, bem como os integrantes da
equipe.

 Justificativa (o que justifica a existência do projeto, o que ele pode melhorar na


escola, mostrar o problema). Em que pode contribuir para mudanças positivas?
A justificativa serve para o convencimento de que a ideia é praticável, necessária
e contribuirá para o melhoramento do convívio, e para mudança de
comportamento dos envolvidos. Partindo do problema apresentado, o autor do
projeto deve apontas os pontos favoráveis, muito relevante ter conhecimento de
leis, da filosofia da escola para adequar a justificativa às expectativas da escola.
Investigue uma base legal, leis que dão base para atuação do projeto.

 Objetivos (o que se espera alcançar com o projeto, sugere a resolução do


problema) – Geral e Específico: Aonde quer chegar com o projeto.

 Metodologia (a maneira detalhada de execução do projeto, passo a passo,


quem será envolvido, tempo de duração). É a explicação detalhada da maneira
como será executado o projeto, passo a passo, na busca dos resultados
esperados. Nesse espaço cabe explicar em qual período se dará os
atendimentos, e quais serão os métodos de interação, abordagem que serão
utilizados.

 Cronograma: o tempo de duração do projeto é uma informação muito importante


que interessa muito ao gestor da unidade de educação escolar. Pode ser um
projeto de intervenção breve, um dia, uma manhã, ou pode ser um projeto geral

24 BÍBLIA MISSIONÁRIA DE ESTUDO. Versão Almeida Revista e Atualizada. ARA. 2015. Barueri.
Sociedade Bíblica do Brasil. Comentários rodapé. p.1.070.
19
para um tempo longo. Isso possibilita que o capelão se reúna com os gestores
para rever o projeto e criar novas alternativas de ajuda prática para a escola.

 Avaliação: Relevante trabalhar na conservação dos resultados. Que poderá ser


assim: O acompanhamento será realizado através do uso de indicadores obtido
através do número de alterações disciplinares do ano anteriores em comparação
com a média das transgressões cometidas do ano que iniciou o projeto. Essa
comparação poderá ser feita trimestralmente a contar do início do projeto.

 Recursos financeiros (serão necessários, existe possibilidade de parceria, de


onde virão); quando a capelania estivar estabelecida na escola, necessário
solicitar uma sala para ouvir, aconselhar a comunidade escolar, que seja arejada,
limpa para receber as pessoas. Importante buscar parceria com a igreja para que
invistam nesse projeto. Nessa parte do projeto deve ficar claro de onde virão os
recursos para a viabilidade do plano de ação.25

Roteiro do Projeto:
1. Título do projeto
2. Apresentação
3. Justificativa
4. Objetivos
a - Objetivo Geral:
b - Objetivos Específicos:
5. Metodologia
6. Cronograma
7. Avaliação
8. Recursos

3.2 - IDEIAS PARA DESENVOLVER PROJETOS:


 Produção e apresentação de vídeos, discussão de temas, filmes, fazer um
livro, trazer contadores de história bíblica/moral, debates, passeios a instituições,
palhaçaria, balões, teatro, música, gincanas, seminários, artesanato etc.
 Usar a tecnologia para envolver alunos e família no projeto da Capelania.

25 FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Capelania Escolar. Despertando a Igreja para a missão de Capelania
Escolar. 1ª Ed. São Paulo: RTM – Rádio Trans Mundial, 2012.p. 63.

20
Como você pode notar a capelania na escola pode ser ampla e dinâmica, mas como
diz Pr. Marcelo Gualberto, líder da MPC (Mocidade Para Cristo do Brasil), a mensagem
que transforma vidas continua a mesma, mas as ferramentas para apresentá-las podem
melhorar sempre.
Seja um instrumento de Deus para a mudança desta geração, seja criativo, trabalhe
em grupo, envolva pessoas em seu projeto, faça parcerias (com igrejas/empresas), use a
tecnologia a seu favor, dê o seu melhor, ame.

3.3 - FUNDAMENTAÇÃO LEGAL


Mesmo que a legislação não seja citada diretamente no projeto, é ideal que o
capelão conheça a base que o autoriza a realizar ações voluntárias na escola. Pois terá
mais aceitação de seu projeto por meios dos gestores.
Como vimos a Lei 9394/ denominada Lei das Diretrizes e Bases da Educação (LDB),
é uma parte específica da legislação brasileira que regulamenta as ações educativas, ou
seja, apresenta fatores norteadores sobre o que se pretende que aconteça nas escolas e
da mesma forma o que é permitido.26
Vejamos alguns modelos:

1º - Projeto de solidariedade humana – projetos de ajuda ao próximo e de apoio a


pessoas ou classe de pessoas que sofrem, são bem-vindos na escola, e a legislação citada
regulamenta tais ações, como podemos observar no artigo abaixo:

Art. 2ª – A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos


princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem
por finalidade o pleno desenvolvimento de educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Para o capelão escolar isso significará que ações de solidariedade serão vistas com
bons olhos pela escola, e isso encontra respaldo legal para sua execução. Há muito
caminhos pelos quais o capelão possa demonstrar solidariedade e atingir a comunidade
carente com seus projetos. Essa ação deve constar em suas propostas, tornando o seu
plano de ação tanto útil para a escola, quanto apoiado pela lei.

2º - Projeto que beneficie e crie laços com as famílias – A sugestão da lei é que
a escola trabalhe com projetos que possa aproximar a família da escola, e integrar a
comunidade à escola e vice-versa. Artigo 12 da LDB:

Art.12- As instituições de ensino terão a incumbência de:

26 FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Capelania Escolar. Despertando a Igreja para a missão de Capelania
Escolar. 1ª Ed. São Paulo: RTM – Rádio Trans Mundial, 2012.p. 64.
21
VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando
processos de integração da sociedade com a escola;

Entre os processos de integração da sociedade com a escola estão iniciativas como


a Capelania Escolar, que visa estabelecer vínculos com as famílias visando resgatar os
valores morais, espirituais perdidos na pós-modernidade.
A articulação mencionada presume um relacionamento proativo, que ocorre ao
tomarmos a iniciativa de aproximarmos das famílias, como agentes de auxílio, mediadores
de conflito, e orientadores. Uma visão resumida do conceito de capelania, pois poderemos
perceber inúmeras oportunidades de servir à família, que estão implícitas na frase
“articular-se com as famílias e a comunidade”. Isso nos leva ao ato de elaborar projetos
entre eles criando laços de amizade e convívio saudável.

3º - Projeto que reforce os valores fundamentais – Como valores como respeito,


honestidade e amizade.

Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão,


ainda, as seguintes diretrizes:

I – a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos


direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à
ordem democrática;

A LDB, em seu artigo 27, inciso I, conforme citado na íntegra acima, apresenta como
diretrizes para os conteúdos curriculares, a difusão de valores como respeito, honestidade,
fraternidade, amizade e dialogo, e esses são apenas exemplos de temas a serem
trabalhados pelo capelão, e incluídos no seu projeto.27

4º - Projeto que colabora na formação de atitudes positivas – No artigo 32 da


LDB, a lei dá abertura para o trabalho que a capelania escolar propõe, pois, a convivência
ética do capelão no ambiente escolar coopera muito na formação de caráter e
personalidades das crianças e adolescentes. Diante do texto do artigo citado, o capelão
tem total respaldo da lei para trabalhar com valores, com as famílias e ensino bíblico.
Veja o artigo na íntegra:
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove)
Anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6(seis) anos de
idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:

III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em


vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de
atitudes e valores;

27 FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Capelania Escolar. Despertando a Igreja para a missão de Capelania
Escolar. 1ª Ed. São Paulo: RTM – Rádio Trans Mundial, 2012.p. 66 e 67.
22
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de
solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta
a vida social.

Seriam muitos outros exemplos para demonstrar a legalidade de um trabalho


voluntário na escola pública, que tenha por finalidade trabalhar valores familiares, éticos,
morais, espirituais e sociais na vida da comunidade escolar.

3.4 - DIVULGUE AS AÇÕES DO VIVER ESCOLA E CAPELANIA NA ESCOLA


 Os dias e horários de atendimento da Capelania devem ser impressos e estar
disponíveis em locais de acesso ao público, ou se o capelão possuir mais
recursos, pode ser entregue a cada família. É importante deixar claro que este
setor está à disposição da família de cada aluno que precise de uma orientação
espiritual. É importante também, divulgar que a assistência espiritual prestada,
não acarretará custos adicionais.

 Deixe claro nesse mesmo impresso os casos em que se aplica a prestação de


serviços da Capelania: luto, desajustes familiares, indisciplina dos filhos,
envolvimento com drogas, sexualidade precoce e outros.

 Lembrar que se o aluno está envolvido em conflitos, desajustes familiares, crise


emocional ou outro problema, ele poderá desenvolver psicoses e neuroses que
terão ecos negativos no ambiente estudantil, resultando em baixa no rendimento
do aprendizado e aproveitamento escolar.

 Deve-se destacar que a capelania não faz proselitismo. As ações visam apenas
o bem-estar espiritual e psicológico do indivíduo, trazendo assim melhora
significativa em sua qualidade de vida.

 Incentive os alunos a darem depoimentos acerca do que Deus tem feito em sua
vida através da capelania, o testemunho edifica e glorifica a Cristo.

 Por último, não se esqueça de prestar relatório acerca das atividades da


capelania, uma oportunidade de testemunhar para mais pessoas acerca dos
feitos do nosso Deus.

23
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas instituições que adotaram o Projeto de Capelania Escolar, notou-se uma
melhora significativa no ânimo dos professores, coordenadores, alunos e seus pais. Esse
ambiente favorável tem repercussão direta na melhora do aprendizado, no ambiente
fraterno em classe e extraclasse, na transformação de vidas e consequentemente de
famílias através do evangelho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Apostila: Formação Ministerial Exercício Pastoral II. Prof. Ademilson Martins Caetano.
Seminários: Batista Ana Wollerman e Batista Sul Mato-grossense. Mato Grosso do Sul, 2020.

Armani, Domingos. Mobilizar para Transformar: a mobilização de recursos nas organizações


da sociedade civil. São Paulo: Peirópolis; Recife: Oxfam, 2008.

BANDEIRA, Rafael. Guia Prático de Captador de Recursos. Curso da SBB: Captação de


Recursos: 2020
.
BEZERRA, Durvalina. Ministério Cristão & Espiritualidade. 1ª ed. Belo Horizonte - MG: Editora
Betânia, 2007.

BÍBLIA MISSIONÁRIA DE ESTUDO. Versão Almeida Revista e Atualizada. ARA. 2015. Barueri.
Sociedade Bíblica do Brasil. Comentários rodapé.
BRANDÃO, Fernando. Igreja Multiplicadora. 5 Princípios Bíblicos para Crescimento. 3ª ed.,
Rio de Janeiro: Convicção, 2014.

FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Capelania Escolar. Despertando a Igreja para a missão de


Capelania Escolar. 1ª Ed. São Paulo: RTM – Rádio Trans Mundial, 2012.
GUSSO, Antônio Renato. Como Entender a Bíblia – Orientações práticas para a interpretação
correta das Escrituras Sagradas. Curitiba-PR. A.D. SANTOS, 1998.

Nilceia Cristina dos Santos, Cleusa Satico Yamamoto Sublaban, Mário Sacomano Neto, Antônio
Carlos Giuliani e Valéria Rueda Elias Spers. Revista de Gestão USP, São Paulo, v. 15, n.
especial, p. 75-91, 2008.

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Sociedade Bíblica do Brasil, SP, 2000.

WARREM, Rick. Uma vida com propósitos. Para que estou na terra?1ª ed., São Paulo: Editora
Vida, 2013.

https://www.dicionarioinformal.com.br/mordomia/
https://www.dicio.com.br/captar/
https://www.dicio.com.br/mobilizar/

24

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