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APOSTILA DE:
CAPELANIA ESCOLAR I
1
GRADE CURRICULAR
CAPELANIA ESCOLAR - 200h - ON-LINE
2
Curso: Capelania Escolar
PLANO DE ENSINO
Disciplina: Turno:
A disciplina tem como proposta despertá-los para enxergar a escola como um campo de
batalha na visão missionária e que através dessa capacitação ter uma atitude que considere
uma resposta para a escola. Que o capelão tenha condições de propiciar dentro do universo
escolar um momento de reflexão e apontamento de uma direção que poderá ser descoberta,
a fim de se encontrar consigo mesmo, com sua família, sua comunidade, com sua
espiritualidade e desenvolver suas potencialidades, focando suas energias em um estilo de
vida e tendo suas esperanças renovadas.
3
Compreender o valor do ato de sentar e dar atenção a uma pessoa ferida ou desorientada;
Conhecer leis que regem o Ensino Religioso, que dão abertura para o serviço de Capelania
Escolar e o que significa Estado Laico;
Noções básicas das problemáticas que estamos vivendo dentro das escolas sejam públicas,
privadas confessionais ou não;
Requisitos básicos para uma atuação na resolução de conflitos;
Orientações para pais e responsáveis que tenham crianças ou adolescentes passando por
momentos de conflitos e comportamentos de risco.
Conteúdo Programático
CAPELANIA ESCOLAR I
4
CAPELANIA ESCOLAR II
Bibliografia Básica:
FERREIRA, Damy. Capelania Escolar Evangélica. 1ª ed. São Paulo: RTM – Rádio Trans
Mundial, 2008.
FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Despertando a Igreja para a missão de Capelania Escolar.
1ª Ed. São Paulo: RTM – Rádio Trans Mundial, 2012.
Bibliografia Complementar:
AGUIAR, Ferreira. Cura Pela Palavra. 1ª edição 1998. Editora Betânia. Belo Horizonte-MG.
Constituição da República Federativa do Brasil, 05 de outubro de 1988 com alterações
adotadas pelas emendas constitucionais de 2010. Brasília-DF.
COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão- Edição século 21. 2ª edição. Ed. Vida Nova.
São Paulo, 2016.
CURY, Augusto. Manual para Jovens estressados, mas muito inteligentes! 3ª ed.
Academia, São Paulo, 2015.
5
CURY, Augusto. O Homem mais inteligente da História. Rio de Janeiro: Ed. Sextante, 2016.
ECA- Estatuto da Crianças e Adolescente. Dispositivos Constitucionais Pertinentes Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília-DF.
FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Pedagogia da cadeira. 2ª ed. RTM – Rádio Trans Mundial,
2014.
FERREIRA, Sérgio. Violência Escolar. RTM – Rádio Trans Mundial, 2014.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Dispositivos Constitucionais Pertinentes Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996, 4ª ed. Brasília -DF.
LOBO, Marisa Franco Ferreira Alves. A Ideologia de Gênero na Educação. 4ª edição. Marisa
Lobo Ministério. Curitiba- PR, 2017.
MELGOSA, Julian. O Poder da Esperança. 1ª edição. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí-SP,
2017.
PIPER, John. Alegrem-se os Povos. 1ª ed., São Paulo: Editora Cultura Cristã, 200
PRIOLO, Lou. Resolução de Conflitos. 1ª Edição 2017. Nutra Publicações. São Paulo -SP.
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying Mentes perigosas nas Escolas. Editora Fontonar. Rio
de Janeiro- RJ.
6
CAPELANIA ESCOLAR I
Mesmo que esse material esteja sob o tema de Capelania Escolar, é necessário
conhecer as origens da capelania, para que possamos ter uma visão melhor desse
assunto. Entende-se que lidar com pessoas é diferente de lidar com máquinas. As
máquinas não contestam, não discordam, não sentem dor, angústia, medo e nem se
expressam. São programadas para fazer o que pretendemos. A Capelania lida com
pessoas reais, de carne e osso. Elas sentem, se ressentem, sentem-se motivadas
quando elogiadas e magoadas quando rejeitadas. Lidar com pessoas envolve lidarmos
com problemas. É lidar com palavras. Por esse motivo precisamos ter muito
conhecimento, prontidão ao ouvir e sensibilidade ao falar.2
1 Mestre em Teologia Prática – Linha de Pesquisa: Educação, Espiritualidade e Docência; Psicopedagoga, Capelã
Escolar, Capelã Hospitalar, Coordenadora e Professora do Curso de Capelania Escolar pela JMN e Seminário Batista Sul Mato-
grossense; Pedagoga e Missionária da JMN – Junta de Missões Nacionais e da ACIBASM (Associação Centro das Igrejas Batista)
e da CBSM (Convenção Batista Sul-mato-grossense).
2 FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Despertando a Igreja para a missão de Capelania Escolar. 1ª Ed. São Paulo: RTM –
Rádio Trans Mundial, 2012, p .31.
7
Embora sua importância já venha sendo reconhecida há algum tempo, nunca nos
deparamos com situações tão gritantes, no que diz respeito à necessidade de apoio
espiritual e emocional à sociedade, como acontece na atualidade. Não há precedentes
que tenham nos deixado tão horrorizados com os noticiários televisivos, como ficamos
neste tempo em que estamos vivendo.
3 SANTOS, Ivanaldo Ferreira. Capelania Cristã: oportunidades, desafios e relevância social. A.D. Santos
Editora. Curitiba. 2017, p. 18.
4 ANTUNES, André. A vida de São Martinho: Estudo Introdutório, Tradução e Comentário. 2014.
Universidade de Coimbra. Portugal. Dissertação Mestrado. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10316/27980>. Acesso em
28 dez. 2018, p. 6.
8
duas partes e deu a metade para aquele homem que parecia não suportar mais a baixa
temperatura. Naquela mesma noite, teve um sonho. No sonho, Jesus Cristo aparecia
com a metade da capa que dera ao mendigo. Aquela experiência fez com que entregasse
sua vida a Jesus Cristo com objetivo de ajudar a todos os que sofriam. Quando contou
o sonho para outras pessoas, ele chamou à metade daquela capa de capa pequena ou
“capela”. Essa capa foi preservada, no sétimo século guardada em um oratório que por
isso, passou a chamar-se capella. Com o passar do tempo esse termo passou a designar
qualquer oratório e, com isso, o sacerdote que era encarregado desses oratórios passou
a ser chamado de cappellanus – capelão. Em torno do século XIV, a palavra capella
passou a designar generalizadamente qualquer pequeno templo destinado a acolher o
Cristo no acolhimento dos irmãos mais necessitados.5
O jovem soldado que fora batizado aos dezoito anos, desafiou o imperador César
Juliano, quando foi convocado para a batalha contra os bárbaros, declarando que não
pegaria em armas para combater e que participaria da batalha desarmado. Diante do
disparate movido pela recente experiência religiosa, o soldado Martinho foi recolhido à
prisão.
Para guardar essa relíquia foi construída uma cabana, denominada de capela,
pois acomodava a capa de eminente cristão. A fim de que recebesse um religioso como
seu guardião, o guardião da capela ficou conhecido como “capelão”. Desta forma, no
rústico ambiente militar da antiguidade, deu-se origem ao cargo de capelão.8
Na França, era costume transportar a relíquia religiosa, como o oratório de
Martinho de Tours, para os acampamentos militares em tempo de guerra. Montava-se
5 CORDEIRO, Rubens. O Trabalho de Capelania no Sistema Batista Mineiro de Educação. WORKSHOP. Belo
Horizonte. 11 de dez. 2008.
6 BÍBLIA SAGRADA, Nova Versão Internacional. NVI, Bíblica Brazil. Niterói. 2014.
7 ANTUNES, 2014. p. 36.
8 SANTOS, Ivanaldo Ferreira. Capelania Cristã: oportunidades, desafios e relevância social. A.D. Santos
Editora. Curitiba. 2017, p. 28.
9
uma tenda especial e a relíquia era posta ali, onde era mantido um sacerdote para ofícios
religiosos e aconselhamento. A tenda foi chamada de “capela”. A Capelania tem sua
origem no terreno militar, pelo menos com esse nome. Naturalmente, sempre houve, em
todos os tempos, pessoas que ministravam a outras em momentos de necessidades. 9
É no momento mais difícil da vida que as pessoas buscam a Deus com maior
intensidade. E é nesse momento, também, que um ombro amigo que cuida sem
julgamento, faz toda a diferença. Visando esses momentos, com pessoas qualificadas
para ajudar, foi instituída a Capelania que se apresenta hoje.
9 CORDEIRO, Rubens. O Trabalho de Capelania no Sistema Batista Mineiro de Educação. WORKSHOP. Belo
Horizonte. 11 de dez. 2008, p. 6.
10 SANTOS, 2017, p. 19.
10
Capelania - uma atividade cuja missão é colaborar na formação do ser humano
na sua integralidade, seja física, emocional, espiritual. Oferecendo oportunidades de
conhecimento, de reflexão, desenvolvimento e aplicação dos valores e princípios ético-
cristãos e da revelação de Deus para o exercício saudável da cidadania. Através da
capelania tem-se a oportunidade de ministrar o amor de Deus, como também, de
descobrir os meios de auxiliar as pessoas que estão com problemas, a enfrentar
realisticamente as suas frustações, medos e desapontamentos.
Quem faz deste preceito um estilo de vida cotidiano não merece reconhecimentos
especiais, pois está apenas atendendo a uma ordenança do Criador. As pessoas têm a
obrigação ética de velar por seus semelhantes, considerando-se como princípio básico
de humanidade que a solidariedade não é facultativa, mas uma missão. A Bíblia
prescreve que o homem deve amar o próximo como a si mesmo.
11
ao lado da educação, pastores faziam o trabalho de aconselhamento pastoral – isto era
a capelania em ação.11
A história do Colégio Batista Brasileiro, em Perdizes, bairro de São Paulo,
começou a partir da compra de uma escola de uma missionária Presbiteriana de
Campinas, que havia sido iniciada em 1890.
A grande iniciadora daquele Colégio Batista Brasileiro foi a missionária Anna
Luther Bagby, esposa do pioneiro Batista W.B. Bagby. Chegando ao Brasil, uma das
grandes dificuldades dos missionários era lidar com um povo de alto índice de
analfabetismo.
Era muito difícil evangelizar um povo que não podia ler sequer a Bíblia. Um dos
missionários da época conta que ao chegar a certo distrito no interior do Brasil para
pregar o Evangelho, não encontrou ninguém que soubesse ler.12 Não só os batistas, há
outras lindas histórias de dedicação e cuidado com pessoas, que evidenciam o serviço
de capelania nas escolas, tais como os presbiterianos, metodistas, luteranos, católicos
e outros. A mais conceituada universidade do mundo, a Universidade de Harvard, foi
iniciada com a finalidade de treinar pastores e congregacionais para a tarefa mais nobre
do mundo, comunicar a mensagem do Evangelho de forma a impactar a sociedade da
sua época.13
Apesar de o ensino contemporâneo priorizar a informação, a orientação, a
formação, e a interação, é evidente que as pessoas inseridas no ambiente escolar,
público ou privado, anseiam por cuidados da capelania.
****************************************************************************
11 FERREIRA, Damy. Capelania Escolar Evangélica. 1ª Ed. São Paulo: RTM – Rádio Trans Mundial, 2008. p.
30.
12 Centenário da Convenção Batista do Estado de São Paulo. Damy Ferreira, Edição da Convenção, São
Paulo. 2002, p. 91.
13 FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Despertando a Igreja para a missão de Capelania Escolar. 1ª Ed. São Paulo:
RTM – Rádio Trans Mundial, 201, p. 37.
12
FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA CAPELANIA
"A Bíblia que está caindo aos pedaços, geralmente, pertence a alguém que não está”.
(C.H. Spurgeon)
Jamais podemos perder de vista que a obra capelâmica inclui a dimensão básica
do cuidar. É claro que existem cursos de vários níveis e em áreas diversas, destinados
a capacitar profissionais que se dedicam à promoção do bem-estar do ser humano.
Mais que isso, é um serviço que deve ser prestado sob uma perspectiva que reflita
a representação divina, a observância de valores e princípios bíblicos e cristãos, além
de métodos que expressem o amor compassivo de Deus. Trata-se, portanto, de um
serviço cujo executor, ou seja, o capelão precisa enriquecer sua capacitação com
ferramentas e experiências providas dessa fonte e de conhecimentos específicos das
problemáticas da atualidade.
Quando José foi vê-los na manhã seguinte, notou que estavam abatidos. Por isso
perguntou aos oficiais do faraó que também estavam presos na casa do seu senhor:
“Por que hoje vocês estão com semblantes tristes”? Eles responderam: “Tivemos
sonhos, mas não há quem os interprete.” Disse-lhes José: “Não são de Deus as
interpretações? Contem-me os sonhos”.
13
José teve a sensibilidade de perceber que seus amigos não estavam bem, que
precisavam compartilhar suas inquietações e suas angústias. Ele ouviu atentamente,
sem julgamento cada um deles.
A própria Grande Comissão delegada por nosso Senhor Jesus Cristo à sua igreja,
inclui espaços a serem contemplados pelos serviços ou atividades típicas de capelania.
Os onze discípulos foram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes
indicara. Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. Então, Jesus
aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na
terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes
ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. (Mateus 28.16-20 - grifo
nosso)
Mais tarde Jesus apareceu aos onze enquanto eles comiam; censurou-lhes a
incredulidade e a dureza de coração, porque não acreditaram nos que o tinham visto
depois de ressurreto. E disse-lhes: "Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a
todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será
condenado. Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão
demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno
mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão
curados". (Marcos 16.14-18 – grifo nosso)
14
Os apóstolos prestavam auxílio espiritual por onde passavam. Evidentemente, o
maior exemplo bíblico de todos é Jesus Cristo, cuja obra caracterizou-se por muitos atos
de capelania:
a) Abençoou as crianças – Mt 19.13-15;
b) Curou os enfermos – Mt 14.14;
c) Consolou os aflitos – Lc 7.12-13;
d) Tocou e limpou os leprosos – Mc 1.40-41;
e) Alimentou os famintos – Mt 14:15-16.
Por meio do exemplo, Jesus mostrou aquilo que espera que seus discípulos façam
na obra cristã: atos voluntários de capelania, levando a Palavra de Deus, a esperança, o
consolo e o amor de Deus. Ele nos afirma que podemos realizar conforme sua palavra
nos versículos abaixo:
Atos 1.8 – “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e
serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os
confins da terra"
É uma missão que possui limites dentro das quais, se bem cumprida, servirá de
meio para canalização da graça de Deus junto aos públicos assistidos, resultando em
benefícios para as pessoas que ali trabalham suas respectivas famílias, instituições e a
sociedade em geral.
Nesse sentido, urge que a Igreja esteja devidamente equipada para atender as
demandas apresentadas pelas escolas, hospitais, presídios, quartéis, empresas,
instituições parlamentares, palácios governamentais, organizações esportivas e assim
sucessivamente, pois todos esses espaços fazem parte do mundo a ser alcançado por
Cristo, por meio da igreja.
Uma das formas que a Igreja tem encontrado para cumprir sua missão nos
espaços institucionais sejam públicos ou privados, é por meio do serviço de capelania.
15
se preocupa com o bem-estar do ser humano; que ama e o enxerga com olhos de
amor.15
Capelania é a arte de fazer bem ao outro. Fazer o bem é bíblico. “Aquele que sabe
que deve fazer o bem e não faz, nisso está pecando”.16 “E não cansemos de fazer o
bem, pois a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos”.17 “Por isso, enquanto
tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da
fé”.18
CAPELANIA ESCOLAR
15 FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Despertando a Igreja para a missão de Capelania Escolar. 1ª Ed. São Paulo:
RTM – Rádio Trans Mundial,2012.
16 Tiago4:17;
17 Gálatas 6:9;
18 Gálatas 6:10.
19 Livro Pescadores de Crianças – Charles H. Spurgeon.
16
Anexo III – Ler o texto: Ensinando e Impactando Vidas!
Conforme LDBE20 - Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional.
A criança que tem uma boa base espiritual, dificilmente caminha por caminhos de
perigos. Aprende a orar por agradecimento, por necessidade, por intercessão. Aprende
as histórias da Bíblia que podem ser aplicadas em sua vida, por meio de filmes,
desenhos que ensinam de maneira mais fácil, livros com figuras que facilitam o
17
aprendizado. Aprende a louvar e a cantar. Há estudos os quais afirmam que a maioria
das crianças que frequentam igrejas, independente de qual for, apresentam melhor
desempenho na escola. Participa mais da aula, tem iniciativa, é mais inteligente e
criativa porque também, foi mais estimulada. Sabe se comportar em ambientes variados,
porque conhece os limites, dados por seus professores e líderes. Geralmente os pais
fornecem base educacional em seu lar.
Para tal, numa atuação infinitamente maior do que a execução do ensino religioso,
surge o serviço da capelania escolar. A proposta deste serviço consiste numa
modalidade humanitária de apoio familiar aos estudantes e funcionários da educação
infantil, do ensino fundamental I e II, Ensino Médio e Modalidades de Ensino das redes
públicas e privadas.
18
A atuação da Capelania Escolar trabalha o foco da
solidariedade humana na aproximação aos aflitos, na
promoção da verdadeira humanidade com orientação para a
vida, e no incentivo a uma espiritualidade saudável. Vai
exatamente ao encontro das necessidades emocionais,
espirituais e comportamentais das pessoas, sejam alunos e seus
familiares, profissionais da educação e funcionários da escola,
com ações práticas que visam atender suas necessidades.
A equipe da Capelania Escolar precisa estar apta para lidar com comportamentos
de conflitos, essas reações de violência que acontecem no ambiente escolar, e saber
trabalhar com uma equipe multidisciplinar (psicólogos, pedagogos, líderes religiosos,
médicos e outros) na busca de soluções. Não é um simples emprego é uma missão.
Milhares de jovens e seus familiares podem ser influenciados e ajudados por um
trabalho bem feito da capelania dentro das escolas públicas e privadas.
19
Tais interferências propiciam momentos de reflexão e o apontamento de uma
direção que poderá ser descoberta ao encontrar-se consigo mesmo, com sua família,
sua comunidade, com sua espiritualidade, levando o indivíduo a desenvolver suas
potencialidades, focando suas energias em um novo estilo de vida, por ter as suas
esperanças renovadas.
Essa é uma das grandes dificuldades encontradas nos documentos históricos dos
colégios confessionais ao se buscar a atuação dos primeiros capelães escolares.
A capelania escolar é um dos ramos da capelania voltada para a ação pastoral dentro
das escolas (infantil, fundamental, média e universitária). É a fé se concretizando no dia
a dia da escola através dos atos solidários, na presença amiga quando se enfrentam as
dores da alma e no anúncio da mensagem de Cristo.
22 CORDEIRO, Rubens. O Trabalho de Capelania no Sistema Batista Mineiro de Educação. WORKSHOP. Belo
Horizonte. 11 de dez. 2008.
23 CORDEIRO. 2008.
20
Chegando ao Brasil, uma das grandes dificuldades dos missionários era lidar com um
povo com alto índice de analfabetismo. Era muito difícil evangelizar um povo que não
podia ler sequer a Bíblia. Um dos nossos missionários da época conta que ao chegar a
certo distrito no interior do Brasil para pregar o Evangelho, não encontrou ninguém que
sabia ler. [...]
Desta forma, a execução desse serviço terá como pano de fundo, muitas vezes,
não somente as salas de aula, os pátios escolares, auditórios ou a sala de atendimento
para aconselhamento, mas também, outro importante meio de convivência social do
aluno, ou seja, sua casa. Em alguns casos, fazer essa trajetória será, simplesmente,
inevitável.
Posso repetir “faça aos outros, o que gostaria que fizessem para você” até cansar, mas
não conseguirei viver assim se não amar o próximo como a mim mesmo; só poderei
aprender esse amor quando aprender a amar a Deus; e só aprenderei a amá-lo quando
aprender a obedecê-lo.
Sendo assim, será fácil entender que logo após o início da implantação da
capelania dentro da escola, problemas existentes e já detectados são trazidos ao
conhecimento deste serviço recém estabelecido. Isto porque as necessidades são
gritantes e os pedidos para solução são urgentes.
21
bíblicos de cor é útil, mas não o suficiente se as lições não forem praticadas. Dentro da
escola temos enormes oportunidades de praticar a fé, sem fazer proselitismo.
O escritor Philip Yancey, falando sobre a vida cristã na prática, diz que a principal
questão para o cristão é a forma como ele trata os outros, especialmente àqueles de
quem discorda totalmente, podemos dizer os que tem outras escolhas religiosas – que
é preciso tratá-los como amor e respeito. 24
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
24 Devocional Presente Diário – Momentos Devocionais. Rádio Trans Mundial 2018. V. 21. São Paulo-SP.
22
Francis Schiffer, “A morte da razão”. Cada geração defronta com este
problema de aprender como falar ao seu tempo de maneira comunicativa. É um
problema que não pode resolver sem uma compreensão da situação existencial,
em constante mudança, com que se defronta. ... temos que conhecer e entender
as formas de pensamento da nossa geração.
Falamos com muitos, mas raramente falamos com alguém, sempre digo que:
uma conversa pode salvar a vida de uma pessoa, um diálogo sem apontamento e
sem julgamento.
Dentro das escolas brasileiras nos deparamos que essas situações que é uma
realidade:
23
escolhendo viver de maneira que possam dar uma oportunidade ao arrependimento e
ao perdão.
26 Devocional Presente Diário – Momentos Devocionais. Rádio Trans Mundial 2018. V. 21. São Paulo-SP.
27 https://pt.wikipedia.org/wiki/Arrependimento. Acessado dia 31 de janeiro de 2019, as 21:56m.
28 https://pt.wikipedia.org/wiki/Remorso. Acesso dia 31 de janeiro de 2019. As 22:03m.
24
Esses e outros temas, a Capelania escolar tem condições
de atuar cooperando com a escola, que tem a função de formar
cidadãos saudáveis, já que ela é um lugar privilegiado para
tomada de ações preventivas, diante do tripé que fundamenta
sua existência:
2º - Objetivo da escola: Que cada pessoa seja capaz de fazer uma escolha
para melhorar.
“Tenho encontrado por vezes uma experiência espiritual mais profunda em crianças de
10 e 12 anos do que em muitas pessoas de 50 e 60 anos.” (Charles H. Spurgeon)29
25
É um serviço de apoio espiritual comprometido com uma visão da integralidade
do ser humano: corpo, emoções, intelecto e espírito. Ela tem a função de orientar e
encorajar nos momentos de crise, buscando reavivar a fé e a esperança. Faz-se
presente nos momentos em que as crises da vida são compartilhadas nos
aconselhamentos, nas visitas, nas conversas informais, consolando e ouvindo.
Uma grande necessidade, hoje, é: De que forma, como igrejas, poderemos cuidar
e discipular os alunos que estão dentro de nossos templos, para que possam ser
bênçãos nas escolas que estão matriculados?
26
Fornecer diretrizes às pessoas atendidas para viverem a verdadeira humanidade,
com vistas a um melhor relacionamento com Deus, com ela mesma, e com o próximo;
Ser o elo entre a escola (mestres e funcionários) e alunos/pais;
Ser um espaço de aconselhamento e de despertamento de consciência e vocação
Participar dos eventos e datas comemorativas da escola;
Fazer visitas as residências, hospitais e outros logradouros para atender
necessidades de membros da comunidade escolar;
Promover a socialização dos funcionários;
Ser um lugar de ministração de palavras de consolo, exortação e conforto para
quem esteja passando por momentos de tensão e necessidade;
Ser um espaço de encorajamento de alunos, família e funcionários, ajudando-os
a se fortalecerem nos momentos de crise;
Promover o desenvolvimento psicossocial e da autoestima, diminuindo o stress
do homem, e despertando vias para a realização pessoal;
Colaborar no processo de disciplina dos alunos em parceria com os serviços de
orientação educacional quando for necessário;
Participar das campanhas sociais da escola (sensibilização, arrecadação,
distribuição, divulgação e avaliação);
Estabelecer parcerias com grupos externos para o bom funcionamento deste
projeto, respeitando a filosofia do mesmo;
Participar, via interdisciplinaridade e transversalidade, das atividades
pedagógicas da escola;
Respeitar o direito do indivíduo quando este não quer ajuda;
Estimular o desejo da pessoa de se relacionar com Deus;
Encaminhar o estudante ou pessoa que faça parte da comunidade escolar, a uma
igreja à disposição da escola, para atendimento necessário desde que a instituição
religiosa seja estruturada, em nível de pessoal e espaço, e de assistência somente, no
que estiver ao seu alcance, mantendo sempre o respeito às individualidades religiosas,
isto é, com o consentimento daqueles que necessitam de ajuda;
Transmitir para os pais, líderes e mestres princípios de autoridade responsável,
sábia e influenciadora;
Ser um lugar de auxílio amoroso, sempre que necessário, dando orientação ao
aluno sobre o procedimento inadequado que teve, levando a uma reflexão sobre seus
atos;
Ouvir pessoas aflitas, muitas só querem ser ouvidas;
Ser um canal de mediação de conflitos e tensões, principalmente quando eles
podem ser resolvidos por uma boa conversa ou aconselhamento;
Programar a apresentação de palestras com embasamentos educativos,
preventivos, reflexivos, espirituais e emocionais;
Programar atividades recreativas para maior interação dos alunos, como
apresentações de teatros, coreografias, músicas, coral, banda, recitais, histórias,
palestras e dinâmicas;
Intervalo lúdico – Atividades mobilizando a igreja para ações dentro das escolas
na hora do intervalo com: banda de música (ministério de louvor) – crianças,
adolescentes, jovens/adultos; grupos de dança (coreografia); grupos de teatro;
brincadeiras; dinâmicas e outras ações.
27
DEPOIMENTOS:
28
- Professores fazendo parte do processo de transformação dos alunos;
- Famílias buscando e recebendo ajuda;
- Pais e familiares mais esperançosos;
- Cooperação da comunidade escolar nas ações preventivas ligadas a problemas
como bullying, ideação suicida, autolesão, violência, drogas e outros vícios.
- Leva a criança e o adolescente a relacionar-se com Deus em sua essência,
alcançando suas famílias!
31 FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Despertando a Igreja para a missão de Capelania Escolar. 1ª Ed. São Paulo:
RTM – Rádio Trans Mundial, 2012, p. 33.
29
A Parábola do Bom Samaritano aparece unicamente em Lucas 10. 30-37. A qual
poderia ser contada assim, segundo FERREIRA:
Aproximação – é uma atitude corajosa por parte de quem tem, bem claro em
sua mente e coração, a sua verdadeira vocação – Somos chamados para servir.
30
Semelhantemente os cultos de louvor, os eventos missionários e a comunhão
dentro do ambiente de celebração, traz à reflexão que desfrutar aquele delicioso
momento de edificação e compartilhamento, tem fim e muitas vezes, vamos para nossas
casas e nos acomodamos no sofá.
Dentro dessa visão, não é exagero dizer que temos uma vocação para o serviço
a favor do reino pelo outro. A vida é boa quando você está feliz; mas a vida é muito
melhor quando os outros estão felizes por sua causa. Feliz aquele que consegue
enxergar, no outro, o resultado de suas realizações.
32 Mt. 8:1-3.
33 WRIGHT, Christopher J.H. A Missão do Povo de Deus. 1ª ed., 1ª reimpressão. São Paulo: Vida Nova, 2015.
34 Mt. 8:15.
31
O apelo aos nossos corações é demasiadamente simples:
- Fomos salvos para ser santos;
- Fomos salvos para servir;
E para isso, não podemos passar de largo, diante das necessidades da escola
ferida.
“Vocês não dizem: ‘Daqui a quatro meses haverá a colheita’? Eu lhes digo: Abram
os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita”. (João 4:35 – NVI).
“Erguei os vossos olhos, e vede o campus, pois a escola está branca para a ceifa!”
(Pr. Marcelo Gualberto). O campus das universidades e das escolas estão brancos
para a ceifa!
A atitude do bom samaritano foi reativa. Ele viu a necessidade, mas ele também
reagiu como que dizendo: - Eis- me aqui! Ele tomou a vítima em seus braços e prestou
assistência.
“A mão do Senhor não está encolhida para que não possa salvar”. (Isaías 59.1)
Seria muito bom que a Igreja refletisse nos seus atos, a personalidade e os
interesses de Deus em socorrer os pecadores. É bom lembrar que tais pecadores cheios
de deficiência e dificuldades podem ser encontrados bem perto de nós, na nossa
comunidade, dentro do ambiente escolar.
Os problemas enfrentados na escola são idênticos aos problemas da sociedade.
A questão presente é: “o que pode ser feito para que a educação resulte em pessoas
32
melhores, em famílias melhores e numa sociedade melhor”?35 Os graves problemas
sociais que enfrentamos estão muitos ligados à falta de princípios que possam orientar
a vida pessoal e social. A Igreja pode ser a resposta diante desses problemas quando
for despertada e tomar essa atitude.
Um diálogo, ouvir, pode ser uma mão estendida e canal dessa comunicação,
sempre digo que podemos salvar a vida de uma pessoa simplesmente conversando com
ela, acreditando nela – não conhecemos sua dor, o que essas pessoas menos precisam
é de julgamento, isso não tem idade, tem validade para todas as gerações.
Você fará a diferença em dez, para as crianças e adolescentes que estão nas
escolas?
35 SEIBERT. Erni Walter. A Bíblia na Escola – O Livros dos Livros na Comunidade Escolar. Sociedade Bíblica
do Brasil, SP 2000, p. 5.
33
Ter humildade para descer como Paulo teve, quando o jovem Êutico estava
precisando de um abraço para salvar sua vida. Registrado em Atos 20, o jovem Êutico
caiu da janela e foi levantado morto. Paulo parou suas atividades eclesiásticas para
atender o moço no chão: “Paulo desceu, inclinou-se para o rapaz e o abraçou...” (v.10).
Isso fala de humildade para descer ao mesmo nível do outro. Abaixar-se para socorrer
tem se tornado uma atitude rara.
No ambiente escolar, o capelão é como quem serve. Ele se inclina para atender
o caído, o necessitado, o ferido e o decepcionado. Isso é um chamado para a Igreja. Ele
deve se inclinar para levantar o fraco, ministrando a ele o amor restaurador de Deus.
O que teria acontecido, se o bom samaritano deixasse sua viagem para outro dia?
Ele jamais teria sido útil para aquele que carecia tanto de sua ajuda.
Assim, a Igreja que quer adotar uma escola, precisa estar no lugar certo e na hora
certa. Ela precisa estar no caminho que vai para a escola, precisa transpor seus muros,
encontrar as oportunidades de oferecer ombro para os que choram.
Mas quem está representando a Igreja dentro da escola? Eis uma ótima pergunta.
Temos constatado que um capelão escolar, treinado, e que tenha um coração na obra
36 Mt.20.28
37 FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Despertando a Igreja para a missão de Capelania Escolar. 1ª Ed. São Paulo:
RTM – Rádio Trans Mundial, 2012. P. 70 e 71.
34
de Deus, pode ser aquele que desce pelo caminho de Jericó levando remédio e todos
os suprimentos de uma caixinha de primeiros socorros.
Quanto aos capelães, o que eles sabem, funciona como um fator de credibilidade
a mais nas suas abordagens. Isso demonstra que ele precisa ter conteúdo bíblico, mas
também deve ter um conhecimento amplo da cultura, da sociedade, da história e da
legislação.
Ao ensinar, o capelão deve ser prático, com habilidade para contextualizar a lição
à realidade dos seus alunos. Vale lembrar que no ambiente escolar desfilam diversas
linhas religiosas, confissões e filosofias, que precisam ser todas respeitadas, isso não
significa concordar com elas em tudo, mas significa que, ao discordar, se for necessário,
é preciso fazê-lo com ética, amor e respeito.38
******************************************************************************
38 FERREIRA, Sérgio Rodrigues. Violência Escolar – A Bíblia e as alternativas de enfrentamento desse mal.
São Paulo, Rádio Trans Mundial, 2014, p. 15.
35
Entre as igrejas históricas, no último século, os luteranos também investiram na
educação, e a ULBRA- Universidade Luterana do Brasil, conta hoje com quase 200 mil
alunos e é mais um exemplo de que a escola é uma forma revolucionária de cumprir a
missão de transformar uma geração. Estão presentes nos estados do Rio Grande do
Sul em várias cidades, Rondônia, Amazonas, Palmas, Tocantins, São Paulo, Goiás e
Pará.
Também no século XIX, visionários da Igreja Presbiteriana iniciaram atividades
voltadas para o ensino da engenharia. Despertado por essa visão, o engenheiro
americano Jonh Theron Mackenzie destinou em seu testamento uma vultosa quantia
para a construção de uma faculdade de engenharia em São Paulo. Como fruto desse
investimento, o Sistema Mackenzie de Ensino, em sua configuração de hoje dispensa
comentários.
36
1º P – PESSOAS - Mateus 25: 34 a 46. “Tive fome e me deste de comer, tive
sede...”
• Quais as necessidades (escola/pessoas);
• Acolher (ouvir sem julgar, estamos juntos);
• Aconselhamento;
• Visitas (alunos, famílias, profissionais da educação);
• Aplicar princípios que vem de Deus (cuidar em momentos de dor, tristeza,
necessidade de ser ouvido);
• Ministério de oração (dentro e fora da escola – Ex.: Filme desafiando gigantes –
capelão orando nos armários);
• Mediador (uma ponte diante de uma situação que não domina);
• Compaixão (misericórdia);
• Cuidado (empatia, amor);
• Servir (abraçar, o outro na sua necessidade);
• Projeto Socioeducativo (drogas, violência e outros);
• Ganhar pessoas para você (confiança);
• Valorizar os sonhos das pessoas (reavivar a fé e a esperança).
2º P – PALAVRAS –
• Departamento de Comunicação (você e eu);
• Julgamento = Deus e Convencimento = Espírito Santo);
• Saber comunicar de forma clara;
• Estou aqui para servir a escola;
• Apresentar um projeto (o que posso oferecer);
• Encontro com os professores (deixar bem claro sua função de capelania – ombro,
apoio);
• Compartilhar sobre Deus a partir de 3 histórias
• A minha história;
• A história do outro;
• A história de Deus.
• Palavra branda (leve, macia, meiga) acalma o furor. “A resposta branda desvia o
furor, mas a palavra dura suscita a ira”. (Provérbios 15.1).
37
• Deixar bem claro no projeto o problema, como resolver, qual a contribuição, a
metodologia, recursos necessários e esperados.
• Oportunidade de crescimento;
• Uma oportunidade para trabalhar valores, princípios, valores e outras virtudes;
38
• Sempre teremos diante de nós para que possamos resolver;
• Com sabedoria e conhecimento transformará em grandes oportunidades para o
exercício da capelania;
• Diante dos atendimentos não focar no problema, ter no início sempre uma
abordagem positiva, falando coisas boas e solicitando para falar
de coisas boas;
• Não utilizar termos tais como: mas, contudo, entretanto...
• Não converter as pessoas;
• Buscar em Deus sempre soluções para os problemas;
• Procure desarmar as pessoas diante dos problemas;
• Se não tiver conhecimento na área, busque ajuda;
• Estratégias: oportunizar a entrada dos Gideões, pois têm dificuldade para entrar
nas escolas - Problema: a escola é carente de alunos que tem uma pessoa masculina
como referência e com desempenho profissional – os gideões são homens de negócios
com tempo flexível para a entrega dos Novos Testamentos - Solução: Sugerir que um
desses venha a escola para relatar sua vida e sua trajetória de vida e de sucesso, com
isso ganha confiança da instituição e aí fica mais fácil para realizar seu trabalho;
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo
conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. (Filipenses 4.6)
39
Respire aliviado, não é assim! Pedagogia da Cadeira
significa sentar e ouvir alguém, sentar e conquistar a sua
confiança, sentar e ensinar, consolar, cuidar e auxiliar ao que
passa pela dor.
“Sempre terá uma cadeira vazia à sua espera para te
ouvir”.
A ideia é demonstrar o valor do ato de sentar e dar atenção
a uma alma ferida ou desorientada. E, embora a experiência do autor de “Pedagogia da
Cadeira” seja a sua atenção no ambiente escolar, as informações contidas neste
trabalho podem ajudar a qualquer pessoa que queira ajudar o outro. Serve para o amigo,
o pai, a mãe, o pastor, a professora, o padre, o psicólogo ou o terapeuta, principalmente
porque exalta a prática da abordagem individual, coisa que está em falta, hoje em dia.
Pode se dizer que “pedagogia da cadeira” é o conceito teórico da prática do
atendimento espiritual e que a capelania é parte da prática.
Vale lembrar como vimos nas leis mencionadas anteriormente, que a Constituição
Federal em seu artigo 5º, inciso VII, assegura a prestação de assistência religiosa em
entidades civis ou militares de internação coletiva, aos que se interessam em praticar a
Pedagogia da Cadeira como capelães, tal prática é assegurada pelos termos da lei.
40
ALGUMAS CAPELANIAS E SUA MISSÃO:
1 - Capelania Militar
2 - Capelania Prisional
41
3 - Capelania Policial
4- Capelania Ambiental
5 - Capelania Parlamentar
Embora seja uma das áreas mais novas do serviço de capelania, a participação
do capelão é de extrema importância. Dentro do parlamento, seja Federal, Estadual ou
Municipal, por força da função, o capelão estará bem próximo àqueles que definem o
dia a dia da sociedade, por meio das Leis. Pelo que, ações espirituais bem elaboradas
42
do capelão ou de sua equipe, poderão, sem dúvida, ressaltar valores morais e espirituais
indispensáveis para a felicidade geral da nação.
No Brasil, mais precisamente, em Brasília – DF existe um trabalho de capelania
parlamentar desenvolvido sob a responsabilidade da Frente Parlamentar Evangélica do
Congresso Nacional. Denomina-se Capelania da Frente Parlamentar Evangélica (FPE),
iniciada em 2003. A finalidade da capelania é prestar assistência religiosa e espiritual a
deputados, senadores, funcionários e seus familiares por meio de atos e atividades que
expressem amor, conforto e esperança.
6 - Capelania Empresarial
43
semanais em horários de almoço; organização de conjunto coral; participação em
encontros sociais, passeios, exibição de filmes.
Capelania empresarial, também chamada de corporativa é o nome que tem sido
dado ao trabalho de assistência religiosa e espiritual realizado em empresas. O
funcionamento da Capelania Empresarial ocorre de acordo com os entendimentos
estabelecidos com a direção de cada empresa. O trabalho realizado é de natureza
interdenominacional. A metodologia de trabalho inclui a utilização dos pequenos grupos
que se dedicam ao estudo de temas do interesse comum e à oração.
Os capelães empresariais podem exercer suas atividades com ônus para as
respectivas igrejas ou empresas interessadas. O alvo principal da capelania
empresarial, proposto pelo Capelão Edilaney, é: “A Capelania Empresarial é um serviço
proativo de apoio, assistência espiritual e aconselhamento voltado ao que é mais
importante dentro de uma empresa, os seus funcionários”.
7 - Capelania Esportiva
8 - Capelania Hospitalar
Em virtude da grande rotatividade dos enfermos, nos leitos dos hospitais, haverá
sempre a necessidade da identificação apropriada do capelão. Além disso, realizar
visitas em todos os leitos; estar apto para utilizar os meios de conforto e restauração
física, emocional e espiritual, tais como a oração, a Bíblia, guias de estudos devocionais,
folhetos, livretos evangelísticos; quando permitido, utilizar-se da capela do hospital para
a realização de cultos regulares; incluir, sempre que possível, a assistência inclusive
aos profissionais lotados no ambiente visitado.
44
CAPELANIA ESCOLAR I
Espera-se também que o capelão tenha uma formação mínima na área ministerial
de aconselhamento e visitação, ou que tenha em seu currículo cursos ou
especializações em capelania. O capelão escolar é aquela pessoa de maior idade, de
ambos os sexos, com perspectivas voltadas para a fraternidade universal e com
experiência em relações pessoais.
A pedagogia é muito necessária nesse contexto, uma vez que no caso do ensino
da educação religiosa, esta matéria é muito relevante. Entende-se que, o desafio é onde
quer que esteja inserido o ser humano, seja criança, adolescente, jovem ou adulto, a
parte espiritual precisa ter tratamento diferenciado e especializado.
42 Mestranda em Teologia Prática, Psicopedagoga, Capelã Escolar, Pedagoga e Missionária da JMN – Junta de Missões
Nacionais e da ACIBASM (Associação Centro das Igrejas Batista) e da CBSM (Convenção Batista Sul-mato-grossense).
45
- Ser parte do corpo, interessado no progresso, sustentação e na boa imagem da
instituição onde trabalha;
- Ter um comportamento irrepreensível no relacionamento dos alunos. Não
permitir excesso de intimidade e de liberdade com sua pessoa e vice-versa;
- Ser íntegro. Não usar de sua posição para oferecer vantagens e obter favores
dos alunos ou pais;
- Privilegiar a competência. Não se sustentar apenas pela simpatia e o bom
relacionamento com os alunos, mas, principalmente, pela sua habilidade pedagógica,
fundamentada no conhecimento;
- Ter maturidade para aceitar e reagir às críticas, fazendo delas parte da base
para seu próprio crescimento;
- Não discutir descontroladamente para defender a Bíblia, mas ensiná-la e divulgá-
la com sabedoria e através de um testemunho de vida saudável;
- Ter uma linguagem que comunique com clareza às faixas etárias com as quais
vai trabalhar;
- Ter formação na área de capelania e ou aconselhamento;
- Procurar sempre se atualizar, através de cursos que contribuam para seu
aprimoramento;
- Vestir-se adequadamente, evitando roupas indiscretas ou inadequadas à sua
condição;
- Cuidar da saúde e apresentar-se bem-disposto física e emocionalmente;
- Zelar pelo seu corpo, exercitando-o, lutando contra a má postura e o uso
inadequado da voz.
46
a superar seus problemas, encontrar significado e alegria na vida e tornar-se indivíduos
saudáveis e bem ajustados, tanto mentalmente quanto emocionalmente. A maioria dos
conselheiros possui pós-graduação e tem passado anos aprendendo o seu ofício. A
palavra "aconselhamento" pode ter significados múltiplos, incluindo oferecer conselhos
e encorajamento, compartilhar sabedoria e habilidades, definir objetivos, resolver
conflitos entre outros conceitos. Os conselheiros normalmente sondam o passado (quer
o problema tenha acontecido há uma semana ou durante a infância) numa tentativa de
reparar o presente. Às vezes, eles exploram os possíveis efeitos de desequilíbrios
físicos e químicos que podem causar problemas fisiológicos. Uma parte importante do
aconselhamento é resolver e restaurar os conflitos entre as pessoas.
Canal ilustradamente, resumo de livros que podem ser muito úteis neste serviço.
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47
procurado, nem desconfortável em ter que se relacionar com pessoas que nunca viu.
Seu maior desejo é conseguir chegar perto dos aflitos, adquirir sua confiança, e ser-lhe
um ajudador.
Perrengues Pedagógicos.
Para entendermos a realidade de um professor!
Personalidade - Capelão escolar é uma figura amável e idônea, que ama a vida
e o próximo. Ele é uma pessoa humilde, honesta e educada, disposta a ouvir mais do
que falar. Deve ser alguém sempre misericordioso e bondoso com aqueles a quem
serve. Tem sempre uma palavra de ânimo e estímulo para os abatidos. É uma pessoa
de muita esperança e muitas perspectivas para o futuro. Sua pessoa transmite paz,
estabilidade, alegria, e muita disposição para viver e ajudar o próximo.
48
serenidade para falar palavras que sejam realmente “bem-ditas”, que tragam paz e
reflexão, que promovam mudanças, não pela força da imposição, mas pela coerência
dos seus argumentos respaldados por uma ação que faça sentido.
*******************************************************************************
43 FERREIRA, Damy. Capelania Escolar Evangélica. 1ª Ed. São Paulo: RTM – Rádio Trans Mundial, 2008.
49
Art. 1º. – A Capelania Escolar é uma atividade religiosa de cunho espiritual que
lida com indivíduos em formação física, mental e espiritual, que frequentam escolas
públicas e particulares, procurando dar-lhes orientação religiosa e espiritual, dentro do
respeito à liberdade religiosa de cada pessoa e de cada família.
Art. 2ª. – O Capelão deve inteirar-se do regimento interno da escola em que atua
e das normas disciplinares dos alunos, professores e funcionários, respeitando-os
plenamente.
Art. 3ª - A atuação do capelão não deve contrariar o trabalho de professores,
pedagogos, psicólogos e diretores, nem lhes embarcar os programas, mas sim,
cooperar para o bom desempenho dos alunos.
Art. 4º. – Os programas do capelão devem ser elaborados dentro de uma visão
integrada aos programas educacionais da escola para que possa contribuir para o
aproveitamento dos estudantes.
Art. 5º. – O trabalho do capelão com os alunos não deve contrariar orientações
das famílias. Quando alguma família não permitir que seu filho participe dos programas
da capelania, isto deve ser respeitado.
Art. 6º. – A área de educação a ser trabalhada pelo capelão é apenas a educação
religiosa e o aconselhamento pastoral. Não deverá ele entrar na área dos pedagogos
nem dos psicólogos da Escola, mesmo que tenha habilitação profissional na área. Se
na sua atividade surgirem casos desta área, ele deverá encaminhar os alunos para
aqueles profissionais.
Art. 7º. – Assuntos de disciplina não deverão ser acolhidos pelo capelão, a menos
que seja solicitado pela direção da Escola.
Art. 8º. – Igualmente, casos de avaliação pedagógica, em que alunos se julguem
injustiçados por professores e educadores, não devem ser acolhidos ou tratados pelo
capelão, especialmente quando exercerem suas atividades em Escola Pública ou
Particular não confessional.
50
Art. 14 – Casos de gravidade ocorridos com estudantes menores de idade
deverão ser relatados aos pais, naturalmente dentro dos cuidados que exige cada
questão.
Art. 15 – A gravidez de adolescente é um caso especial de grande gravidade,
porque envolve corrupção de menores, que exige os seguintes cuidados:
a) Esperar que o caso lhe venha ao conhecimento, ou pela própria pessoa ou
pela direção da escola, ou, ainda, pelos pais;
b) Averiguar se os pais estão sabendo do fato e qual a atitude deles;
c) Jamais ser drástico com a adolescente, mas tratá-la como pessoa e com muito
cuidado, sem, contudo, aprovar a sua atitude errada;
d) Uma vez que o caso aconteceu, jamais incentivar o aborto, em nenhuma
hipótese; Ver Estatuto da Criança e do Adolescente e Código Penal.
e) Levar a adolescente a valorizar a vida que tem dentro dela e prepará-la para
encarar esse desafio;
f) Não procurar resolver o problema do parceiro, a menos que seja solicitado e
principalmente se for também da escola;
g) Manter o equilíbrio de tratamento: nem a privilegiar pelo feito, nem a
menosprezar pelo erro.
Art. 16 – Todo o procedimento que envolver esses problemas especiais com
estudantes deverá ser relatado à direção da escola, a quem de direito, uma vez que a
primeira responsabilidade sobre o aluno é dela.
51
Art. 24 – Também a capelania não poderá discrepar da disciplina geral adotada
pela escola. Capelania e direção da escola deverão, também, falar a mesma língua.
52
Art. 41 – Se o capelão for também psicólogo e exercer essa atividade fora da
escola, não deverá encaminhar para o seu consultório particular alunos da escola com
problemas da área, para não configurar vantagem econômica auferida através da sua
condição de capelão.
*******************************************************************************
44 FERREIRA, Damy. Capelania Escolar Evangélica. 1ª Ed. São Paulo: RTM – Rádio Trans Mundial, 2008.
53
O Estado brasileiro é laico e não laicista. Isto é, ele assume que as instituições
e as políticas públicas não devem sofrer ingerência direta de um credo religioso
específico. Como laico entende que o Estado deve orientar suas ações no diálogo
com o interesse dos cidadãos, independente das orientações religiosas dos
assistidos. Apesar de laico, o Estado não ignora que um percentual considerável
de sua população seja religioso.
A origem do pensamento laico - a partir do Iluminismo no século XVIII alguns
filósofos começaram a analisar a convivência entre o poder político e o poder religioso
ao longo da história. Filósofos como Voltaire e Kant afirmaram que a estreita relação
entre política e religião levou inevitavelmente a posturas dogmáticas e totalitárias. Desta
maneira, o laicismo pretendia que o estado como instituição que representa toda a
coletividade não dependesse dos critérios morais de ordem religiosa.
Significado de laico – que ou aquele que não pertence ao clero nem a uma
ordem religiosa; leigo, que ou aquele que é hostil à influência, ao controle da Igreja e
do clero sobre a vida intelectual e moral, sobre as instituições e os serviços públicos.
O Estado Laico é o Estado onde cada cidadão pode professar a religião que
melhor lhe convir. Estado laico – Brasil adota esse sistema.
Nos países que não são laicos (teocráticos), a religião exerce o seu controle
político na definição das ações governativas. Nos países teocráticos, o sistema de
governo está sujeito a uma religião oficial. Alguns exemplos de nações teocráticas são:
Vaticano (Igreja Católica), Irã (República Islâmica).
55
importante como no primeiro, mas ainda assim tem bastante e mais influência do que
em um Estado laico.46
No Brasil, ainda não existe uma lei federal que versa sobre
a capelania escolar. Mas existe a lei a seguir que dá condições para
a regulamentação dessa atividade; uma vez o ensino religioso não
preenche a natureza da Capelania pelo que tem a contribuir no
universo escolar.
56
Brasil, vedadas quais quer formas de proselitismo. (Redação
dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os
procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino
religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e
admissão dos professores.
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão a entidade civil,
constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a
definição dos conteúdos do ensino religioso.
Constituição Federal - Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
57
ECA – Art. 70º. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação
dos direitos da criança e do adolescente.
ECA – Art. 71º. A criança e o adolescente têm direito à informação, cultura, lazer,
esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitam sua condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Uma grande conquista no Estado do Mato Grosso do Sul, onde no dia 21 de março
de 2019, foi sancionada uma Lei Estadual que autoriza os serviços voluntários de
Capelania Escolar nas escolas públicas e privadas no estado. Mas ainda neste momento
está em fase de normatização para a atuação da Capelania escolar nessas referidas
escolas. Tempo ainda de preparação de mais capelães escolares comprometidos e com
persistência.
58
Art. 4º Os Serviços Voluntários de Capelania só poderão ser ministrados se houver
manifestação dos interessados nesse sentido, não sendo obrigatória a participação de alunos,
professores e demais funcionários, em nenhuma das atividades oferecidas.
Art. 5º A assistência emocional e espiritual de que trata a presente Lei será exercida pelos
Serviços de Capelania Escolar, reconhecidos pelo Conselho Estadual de Capelania.
§ 1º O acesso às dependências dos estabelecimentos de ensino, na conformidade do caput
deste artigo, fica condicionado à apresentação, pelo Capelão, de credencial específica.
§ 2º A credencial mencionada no § 1º, deverá conter, além da identificação pessoal, foto
recente e terá validade não superior a um ano.
Art. 6º São requisitos indispensáveis de credenciamento dos Capelães interessados:
I - idade igual ou maior a 2l (vinte e um) anos;
II - estar no pleno exercício de seus direitos políticos, se brasileiro, e em situação regularizada
no País, se estrangeiro;
III - possuir conduta moral e profissional ilibadas;
IV - possuir habilitação de entidade devidamente registrada no Conselho Estadual de Capelania;
Art. 7º O Serviço Voluntário de Capelania Escolar poderá ser exercido por representantes de
todas as vertentes religiosas, vedada qualquer distinção entre elas e o proselitismo.
Parágrafo único. A instituição que prestar o Serviço mencionado no caput deste artigo, deverá
ser legalmente constituída, obedecidos os requisitos e os limites de atuação impostos pela legislação
vigente.
Art. 8º Os locais e os horários para prestação do Serviço Voluntário de Capelania Escolar, serão
estabelecidos pela direção das Instituições de Ensino, ouvidos os representantes das instituições
credenciadas no Conselho Estadual de Capelania.
Art. 9º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
59
melhor para nossas crianças e jovens, não faltam leis! Elas precisam ser conhecidas,
para desenvolver projetos para encaminhar as crianças e adolescentes ao
conhecimento de princípios, valores, perdão e a graça de Deus!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, Ferreira. Cura Pela Palavra. 1ª ed. Editora Betânia: Belo Horizonte, 1998
BÍBLIA SAGRADA, Nova Versão Internacional. NVI, Bíblica Brazil. Niterói. 2014.
COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão- Edição século 21. 2ª Edição. Ed. Vida
Nova. São Paulo, 2016.
Constituição da República Federativa do Brasil, 05 de outubro de 1988 com
alterações adotadas pelas emendas constitucionais de 2010. Brasília -DF.
CORDEIRO, Rubens. O Trabalho de Capelania no Sistema Batista Mineiro de
Educação. WORKSHOP. Belo Horizonte. 11 de dez. 2008.
60
CURY, Augusto. Manual para Jovens estressados, mas muito inteligentes! 3ª Ed.
Academia, São Paulo, 2015.
CURY, Augusto. O Homem mais inteligente da História. Rio de Janeiro: Ed. Sextante,
2016.
CURY. Augusto. Academia da Gestão – Curso – Online. Em busca do Autocontrole.
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying Mentes perigosas nas Escolas. Editora
Fontonar. Rio de Janeiro- RJ.
SPURGEON. Charles H.- Pescadores de Crianças. Sheld Publicações. São Paulo,
2014.
61
WRIGHT, Christopher J.H. A Missão do Povo de Deus. 1ª ed. São Paulo: Vida Nova,
2015.
Links acessados:
ANTUNES, André. A vida de São Martinho: Estudo Introdutório, Tradução e
Comentário. 2014. Universidade de Coimbra. Portugal. Dissertação Mestrado.
Disponível em: <http://hdl.handle.net/10316/27980>. Acesso em 28/12/18. p.6.
Via conceitos.com: https://conceitos.com/laicismo/
O significado de Estado Laico está na categoria:
https://www.significados.com.br/estado-teocratico/
https://www.youtube.com/watch?v=ihB3_GWSKuk
https://www.youtube.com/watch?v=Xmk6YlYVFNw
https://www.youtube.com/watch?v=3ZxlAphZYOc
https://www.youtube.com/watch?v=sPmpRO60m30
https://www.youtube.com/watch?v=oUCKdRSD0Bs
https://www.youtube.com/watch?v=s5zpv-JyBAk
https://www.youtube.com/watch?v=tiFXElvvBK8
https://www.youtube.com/watch?v=COZzF4dJaXU
62
ANEXO I
Eu posso fazer mais que isso!
A mãe, com apenas 26 anos, parou ao lado do leito de seu filhinho de seis anos, que estava
morrendo de leucemia. Embora o coração dela estivesse pleno de tristeza e angústia, ela
também tinha um forte sentimento de determinação.
Como qualquer outra mãe, ela gostaria que seu filho crescesse e realizasse seus sonhos.
Agora, isso não seria mais possível, por causa da leucemia terminal. Mas, mesmo assim, ela
ainda queria que o sonho de seu filho se transformasse realidade.
Ela tomou a mão de seu filho e perguntou: "Billy, você alguma vez já pensou o que você
gostaria de ser quando crescer? Você já sonhou o que gostaria de fazer com sua vida?"
"Mamãe, eu sempre quis ser um bombeiro quando eu crescer."
A mãe sorriu e disse: " Vamos ver se podemos transformar esse sonho em realidade."
Mais tarde, naquele mesmo dia, ela foi ao corpo de bombeiros local, na cidade de Phoenix,
Arizona, onde se encontrou com um bombeiro de enorme coração, chamado Bob. Ela
explicou a situação de seu filho, seu último desejo e perguntou se seria possível dar ao seu
filhinho de seis anos uma volta no carro dos bombeiros em torno do quarteirão.
O bombeiro Bob disse: "Veja, NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! Se você estiver com
seu filho pronto às sete horas da manhã, na próxima quarta-feira, nós o faremos um bombeiro
honorário por todo o dia. Ele poderá vir para o quartel, comer conosco, sair para atender as
chamadas de incêndio!" "E se você nos der as medidas dele, nós conseguiremos um uniforme
verdadeiro para ele, com chapéu, com o emblema de nosso batalhão, um casaco amarelo
igual ao que vestimos e botas também. Eles são todos confeccionados aqui mesmo na cidade
e conseguiremos rapidamente."
Três dias depois, o bombeiro Bob pegou o garoto, vestiu-o em seu uniforme de bombeiro e
escoltou-o do leito do hospital até o caminhão dos bombeiros. Billy ficou sentado na parte de
trás do caminhão, e foi levado até o quartel central.
Ele estava no céu. Ocorreram três chamados naquele dia na cidade de Phoenix e Billy
acompanhou todos os três. Em cada chamada ele foi em veículos diferentes: no caminhão
tanque, na van dos paramédicos e até no carro especial do chefe do corpo de bombeiros. Ele
também foi filmado pelo programa de televisão local.
Tendo seu sonho realizado, todo o amor e atenção que foram dispensadas a ele acabaram
por tocar Billy, tão profundamente que ele viveu três meses a mais que todos os médicos
haviam previsto.
Uma noite, todas as suas funções vitais começaram a cair dramaticamente e a enfermeira-
chefe, que acreditava no conceito de que ninguém deveria morrer sozinho, começou a
chamar ao hospital toda a família.
Então, ela lembrou-se do dia que Billy tinha passeado como um bombeiro, e ligou para o
chefe e perguntou se seria possível enviar algum bombeiro para o hospital naquele momento
de passagem, para ficar com Billy.
O chefe dos bombeiros respondeu: "NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO!" Nós
estaremos aí em cinco minutos. E faça-me um favor? Quando você ouvir as sirenes e ver as
luzes de nossos carros, avise no sistema de som que não se trata de um incêndio. É apenas
o corpo de bombeiros vindo visitar, mais uma vez, um de seus mais distintos integrantes.
E você poderia abrir a janela do quarto dele? Obrigado!" Cinco minutos depois, uma van e um
caminhão com escada Magirus chegaram ao hospital, estenderam a escada até o andar onde
estava o garoto e 16 bombeiros subiram pela escada até o quarto de Billy.
Com a permissão da mãe, eles o abraçaram e seguraram e falaram para ele o quanto eles o
amavam.
Com um sopro final, Billy olhou para o chefe e perguntou: "Chefe, eu sou mesmo um
bombeiro?" "Billy, você é um dos melhores"- disse o chefe. Com estas palavras, Billy sorriu e
63
fechou seus olhos pela última vez.
E você, diante do pedido de seus amigos, filhos e parentes, tem respondido: "EU POSSO
FAZER MAIS QUE ISSO!"?
ANEXO II
A AUTORIDADE DO PROJETISTA
ANEXO III
Relata a Sra. Teresa, que no seu primeiro dia de aula parou em frente aos seus alunos da 5ª
série primária e, como todos os demais professores, lhes disse que gostava de todos por
igual. No entanto, ela sabia que isto era quase impossível, já que na primeira fila estava
sentado um pequeno garoto chamado Ricardo.
A professora havia observado que ele não se dava bem com os colegas de classe e muitas
vezes suas roupas estavam sujas e cheiravam mal. Houve até momentos em que ela sentia
prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.
Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar
dos alunos, para tomar conhecimento das anotações. Ela deixou a ficha de Ricardo por
último. Mas quando a leu foi grande a sua surpresa.
Ficha do 1º ano: "Ricardo é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos sempre estão
em ordem e muito nítidos. Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele."
Ficha do 2º ano: "Ricardo é um aluno excelente e muito querido por seus colegas, mas tem
estado preocupado com sua mãe que está com uma doença grave e desenganada pelos
médicos. A vida em seu lar deve estar sendo muito difícil."
Ficha do 3º ano: "A morte de sua mãe foi um golpe muito duro para Ricardo. Ele procura fazer
o melhor, mas seu pai não tem nenhum interesse e logo sua vida será prejudicada se
ninguém tomar providências para ajuda-lo."
Ficha do 4º ano: "Ricardo anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos.
Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula."
Deu-se conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada. Piorou quando lembrou dos
lindos presentes de Natal que os alunos lhe haviam dado, com papéis coloridos, exceto o de
Ricardo, que estava enrolado num papel de supermercado.
Lembrou que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver uma
pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade.
Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um
pouco de perfume sobre a mão. Naquela ocasião Ricardo ficou um pouco mais de tempo na
escola do que o de costume. Relembra, ainda, que ele lhe disse que ela estava cheirosa
como sua mãe.
Naquele dia, depois que todos se foram, a professora chorou por longo tempo... Em seguida,
decidiu mudar sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos,
especialmente a Ricardo.
Com o passar do tempo ela notou que o garoto só melhorava. E quanto mais ela lhe dava
carinho e atenção, mais ele se animava. Ao finalizar o ano letivo, Ricardo saiu como o melhor
da classe.
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Seis anos depois, recebeu uma carta de Ricardo contando que havia concluído o segundo
grau e que ela continuava sendo a melhor professora que tivera.
As notícias se repetiram até que um dia ela recebeu uma carta assinada pelo Dr. Ricardo
Stoddard, seu antigo aluno, mais conhecido como Ricardo. Mas a história não terminou aqui.
Tempos depois recebeu o convite de casamento e a notificação do falecimento do pai de
Ricardo. Ela aceitou o convite e no dia do casamento estava usando a pulseira que ganhou
de Ricardo anos antes, e também o perfume.
Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo e Ricardo lhe disse ao
ouvido: "Obrigado por acreditar em mim e me fazer sentir importante, demonstrando-me que
posso fazer a diferença."
E com os olhos banhados em lágrimas sussurrou: "Engano seu! Depois que o conheci
aprendi a lecionar e a ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma do educando. Mais do
que avaliar as provas e dar notas, o importante é ensinar com amor mostrando que sempre é
possível fazer a diferença..."
(Autor Desconhecido)
ANEXO IV
Construindo Pontes
Os irmãos Júlio e João moravam em fazendas vizinhas, separadas
apenas por um riacho. Sempre trabalharam lado a lado, dividiam as
ferramentas e cuidavam um do outro. Um dia, tiveram um grande
desentendimento. Foi a primeira grande briga em toda a vida deles.
O que começou como um pequeno mal-entendido virou uma troca de
palavras desagradáveis, seguidas por semanas de total silêncio.
Numa manhã, Júlio, o irmão mais velho, foi atender a porta. Era um
homem segurando uma caixa de ferramentas de carpinteiro, que disse:
- Senhor, estou procurando trabalho! Sou carpinteiro e talvez o senhor
possa me dar algum serviço para fazer.
Júlio, pensativo, respondeu:
- Acho que tenho um serviço para o senhor, sim!
- Aquela fazenda do outro lado do riacho é de meu vizinho, na
realidade, meu irmão mais novo. Brigamos muito e não posso mais suportá-
lo. Construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não precise
mais vê-lo.
Disse isso e foi para a cidade fazer algumas compras. O carpinteiro,
então, foi fazer seu trabalho. No final do dia, Júlio voltava para casa,
exatamente no momento em que o carpinteiro terminava seu serviço.
Júlio, porém, não queria acreditar no que via. O carpinteiro não construiu
cerca alguma. Em seu lugar estava uma ponte ligando as duas fazendas.
Irritado e desapontado, Júlio gritou para o carpinteiro:
- Você é muito atrevido em construir esta ponte após tudo o que lhe
contei!
No entanto, as surpresas não terminaram.
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Quando Júlio olhou para a ponte, viu seu irmão se aproximando do
outro lado, correndo com os braços abertos.
De repente, num impulso, Júlio e João já estavam abraçados, chorando
no meio da ponte. Finalmente tinham feito às pazes.
Emocionados, viram o carpinteiro arrumando suas ferramentas e indo
embora. Júlio, então falou:
- Não vá! Espere! Fique com a gente mais alguns dias, tenho muitos
outros projetos para você.
O carpinteiro sorriu e disse:
- Obrigado. Adoraria ficar, mas tenho muitas outras pontes para
construir.
ANEXO V
A CADERNETA VERMELHA
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Parecia ouvir sinos, o choro da cidade inteira enquanto quatro caixões seguiam
para o cemitério.
As páginas sucediam ora outras curtas, ora outras longas anotações, cheias
das respostas que revelam o quanto, em silêncio e amargura o pai havia amado.
O “velho” escrevia de madrugada. Momento da solidão, num grito de silêncio,
porque era desse jeito que ele era, ninguém o havia ensinado a chorar e a dividir
suas dores, o mundo esperava que fosse durão para que não o julgassem nem fraco
nem covarde.
E, no entanto, agora José Roberto estava tendo a prova que, debaixo daquela
fachada de fortaleza havia um coração tão terno e cheio de amor.
A última página. Aquele dia que em que havia partido:
-“Deus, o que fiz de errado para meu filho me odiar tanto? Por que sou
considerado culpado, se nada fiz, senão tentar transformá-lo em um homem de
bem?”
Meu Deus não permita que esta injustiça me atormente para sempre. Que um
dia ele possa me compreender e ME perdoar por eu não ter sabido ser o pai que ele
merecia ter.”
Depois não havia mais anotações e as folhas em branco davam a ideia de que
tinha morrido naquele momento, José Roberto fechou depressa a caderneta, o peito
doía.
O coração parecia haver crescido tanto, que lutava para escapar pela boca.
Nem viu o ônibus entrar na rodoviária, levantou aflito e saiu quase correndo porque
precisava de ar puro para respirar.
A aurora rompia no céu e mais um dia começava.
Uma lágrima brotou como orvalho, e erguendo os olhos para o céu dourado, de
repente, sorriu e desabafou-se numa confissão aliviadora:
-“Se Deus me mandasse escolher: Eu juro que não queria ter tido outro pai
que não fosse você meu velho!
- Obrigado por tanto amor, e me perdoe por haver sido tão cego!”
ANEXO VI
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Após a palestra o chamei para uma conversa em particular e sugeri a ele que viesse me
procurar na biblioteca da escola, onde temporariamente me encontro readaptada, sempre que
pudesse ou se sentisse deprimido, precisando de um ombro amigo para desabafar ou ouvir um
conselho. Eu disse a ele que poderia ajudá-lo.
Como professora, psicopedagoga e Capelã, pude utilizar dos meus conhecimentos para ajudá-
lo a sair da zona de conflito na qual ele estava passando.
A palestra foi muito importante para identificar e resgatar essa vida. Vamos usar um nome
fictício, Bruno. Nos primeiros atendimentos ele sempre chegava reclamando de tudo e de todos,
dizendo que as aulas eram chatas, que professores e colegas não gostavam dele. Que todos
o perturbavam e o deixavam muito irritado. Estava totalmente desanimado, desmotivado, sem
alegria. Era visível em sua expressão.
Logo na primeira semana após a palestra, ele me procurou. Nessa primeira conversa mais ouvi
as queixas dele do que falei, intervi com poucos conselhos para que ele pudesse se acalmar.
Como ele estava no horário de uma aula que não poderia ficar mais tempo sendo atendido,
conversamos por dez minutos.
Para que eu pudesse entender melhor a problemática, resolvi investigar a situação, procurando
a professora regente para me explicar quem era o Bruno dentro de sala aula, expor para mim
como era o comportamento dele, as atitudes diante dos colegas e até mesmo qual era a
reclamação de outros professores.
A professora já cansada de tanto reclamar dele na coordenação e tentar ajudá-lo, me disse que
ele já era caso perdido. Que tumultuava a sala, ficava o tempo todo entregando os colegas para
professores, era fofoqueiro, cuidava da vida de todos, ficava julgando o comportamento dos
outros colegas querendo ser juiz na situação, discutia com professores e ficava argumentando,
discutia também com os colegas porque dizia que não levava desaforo para casa, usava
apelidos pesados para os colegas com os quais não se dava muito bem, demonstrava muita
irritabilidade e por vezes ameaçava agredir colegas de sala. A professora não me deu
esperança! Mas claro, como uma pessoa que não perde a esperança e a fé em Deus que tudo
pode, eu disse para ela que tudo poderia mudar, tínhamos que acreditar na esperança de
mudança para Bruno.
Todas as vezes que Bruno sentia vontade, me procurava durante as aulas que eram mais
tranquilas para os professores liberar. Eu o deixava livre, não tínhamos uma agenda. Foram
em torno de quinze atendimentos de outubro até início de dezembro.
Durante os aconselhamentos, ele sempre parecia angustiado e sua fala demonstrava sempre
baixa autoestima. Ao longo das conversas fui orientando-o a mudar o comportamento, mesmo
que ele considerasse estar sempre certo (o que muitas vezes não era o caso, mas nesse
momento era a estratégia a ser usada até que ele percebesse isso), pois eu dizia a ele que
mais valia usar da sabedoria para evitar discussões e desgastes do que provar que estava
certo. E então começamos o trabalho de mudança de comportamento, pensamentos, de
posicionamento diante das investidas dos colegas e tudo mais.
No início Bruno teve muita dificuldade, pois dizia que não conseguia se controlar, não conseguia
pensar em tudo que conversávamos para agir de forma pacífica. Mas no decorrer dos dias, fui
incentivando-o e dizendo o que devia fazer para cada momento que ele reclamava. Ao mesmo
tempo percebia uma carência, pois não tinha o pai presente e a mãe dispunha de pouco tempo,
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pois trabalhava muito. Fui aos poucos ganhando a confiança dele e demonstrando o quanto ele
tinha importância para mim.
Em alguns aconselhamentos eu utilizava histórias reais de vida de pessoas que mudaram seu
modo de viver, de ver a vida e de se relacionar e obtiveram sucesso. Então, eu disse para ele
a frase que é título desse relatório, “Tudo muda quando você muda”. E todas as vezes que ele
reclamava de alguma situação eu perguntava para ele: e o que você está fazendo para que a
situação mude? Onde você acha que precisa mudar para que tudo mude? Aos poucos ele foi
entendendo que as atitudes dele na maioria das vezes causavam os conflitos. E sempre que
eu o encontrava no recreio, aproveitava a oportunidade para lembra-lo e logo dizia, tudo muda
quando você muda e ele com um sorriso me acompanhava na frase.
Um mês depois, já na segunda quinzena de novembro tivemos resultados positivos, ele mesmo
vinha me contar como havia se comportado em determinados momentos, como estava se
sentindo melhor, estava mais calmo, não se irritava tanto, e quando se irritava lembrava que
tudo mudaria se ele mudasse. Eu sempre o aplaudia e elogiava, e ele ficava todo feliz.
Houveram dias em que Bruno chegava dizendo que o mundo estava desabando sobre a cabeça
dele, que não queria mais viver, tinha vontade de mudar de escola, que a vida não fazia mais
sentido porque ninguém gostava dele mesmo. Mas fui ensinando a linguagem do amor de Deus,
eu disse a ele o quanto Deus o amava e se importava com ele, que estava cuidando dele o
tempo todo, e fui mostrando detalhes do cuidado de Deus sobre a vida dele.
Já no início de dezembro, finalizando o ano letivo para sair de férias, Bruno estava com outro
semblante, era outro menino, mais alegre, tinha novas amizades, conseguiu ser aprovado para
o ano seguinte. E ele mesmo dizia para mim: viu, tudo muda quando você muda!
No ano seguinte em 2019, já no 6º ano com 11 anos, sempre passava na minha sala para me
dar um abraço. Todo feliz, pois não havia reclamação de professores e estava bem com os
colegas, só havia um que ainda ele se estranhava, mas evitava. Chegou a fazer três visitas na
igreja onde congrego, se sentiu bem, mas não permaneceu pois já fazia parte de outra
denominação.
Enfim, aquele garoto que estava totalmente desanimado, querendo desistir de tudo e de sua
vida, hoje é uma pessoa feliz, animado, participativo e cheio de vida.
Sinto que cumpri minha missão por meio do Espirito Santo que me dava todas as dicas de
aconselhamento e por isso tivemos um resultado abençoado! Grata a Deus pela oportunidade
de ser instrumento na vida de Bruno, fazer a diferença e mostrar que ele também pode fazer
diferença na vida de outros.
Adriana Gonçalves Silva de Andrade
Professora, Capelã Escolar, Coordenadora da Capelania Escolar MS, graduada no Curso
Normal Superior, Habilitação no Magistério da Educação Infantil e Anos iniciais do Ensino
Fundamental pela UEMS, pós-graduada em Psicopedagogia Institucional, Clínica e Hospitalar
pela UNIASSELVI, pós-graduanda em Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica pela
NOVOESTE. adrigsa@bol.com.br
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IGREJA E ESCOLA, UMA PARCERIA QUE FUNCIONA
Um exemplo vivo, de que Escola e Igreja uma parceria que funciona, aconteceu
no Estado do Mato Grosso do Sul, na cidade de Japorã mais precisamente em uma
comunidade indígena chamada Aldeia Porto Lindo da etnia guarani, a 480 km da Capital,
na região Sul do Estado. A Escola Municipal José de Alencar – Extensão Dr. Nelson de
Araújo deu início no ano de 1962 na Aldeia Porto Lindo com a chegada de dois casais
de missionários enviados pela Missão Evangélica Caiuá com sua sede em Dourados.
Ao chegar nesta comunidade começaram a trabalhar na área de saúde e de
assistência familiar. Como eles falavam o idioma, no contato com os líderes da aldeia,
foram abrindo caminho para o desenvolvimento cultural. A alfabetização aconteceu a
partir do contato dos missionários com as famílias. Que tinha literatura em guarani,
inclusive parte da bíblia que era lida e explicada no idioma. Muitos se converteram a
Cristo sentindo vontade de aprender a ler a bíblia e os cânticos. O povo recebeu com
muito entusiasmo e interesse de aprender a ler e escrever, que pediram para ensinarem
no seu próprio idioma.
Os missionários vendo que isso era uma necessidade e que fazia parte de
seu trabalho começaram a planejar e procurar uma maneira de começar esse
processo de ensino. Havia muita dificuldade de espaço físico, pois tudo era mato e
não havia recursos pedagógicos. Querendo ver o progresso daquele povo, os
missionários começaram embaixo das árvores o trabalho de alfabetização, onde
cadeiras era o chão, a mesa as próprias pernas e o quadro era um tambor de 200 litros
cheio de água, para não tombar. Ali os indígenas adultos se reuniam todos os dias para
receberem as lições, nas quais incluía a leitura da bíblia para o crescimento espiritual
dos mesmos. Posteriormente, surgiu a primeira sala de aula feita de pau-a-pique e
coberta de tabuinhas, dando oportunidade para as crianças menores.
Os objetivos eram ensinar a ler e escrever em seu próprio idioma, para isso, era
usada uma coleção de oito cartilhas em português, que eram traduzidas para o guarani.
Para não perder seu próprio idioma, tudo que era ensinado eram nos dois idiomas já
citados. As pessoas que ensinavam eram leigas, vendo a necessidade e continuação
dessas crianças, sete anos depois chegou ao campo missionário uma professora. No
ano de 1969, com sua chegada, deu início ao curso primário, com a professora Maria
Aparecida da Silva. Com recursos próprios, ela confeccionava o material pedagógico
que era utilizado na sala de aula. Como aumentava o número de alunos, houve
necessidade de fazer parceria com o município, para adquirir recursos financeiros e
auxiliar na merenda e pagar a cozinheira.
Em 1982, a escola passou a ser conveniada com a prefeitura de Mundo Novo-
MS, recebendo assim ajuda de recursos pedagógicos, podendo contar com mais uma
professora missionária, chamada Eva Maria dos Santos, aumentando mais salas de aula
dando melhor educação aos indígenas. Seu sistema era diferenciado, porém
construtivista, dando liberdade aos povos indígenas criarem e estabelecerem sua
própria política pedagógica para não ferirem seus conceitos habitual e cultural.
A escola passou a se chamar Extensão Dr. Nelson de Araújo, em homenagem ao
primeiro médico missionário que viera trabalhar com os índios Kaioá na região de
Dourados, na sede da Missão Evangélica Caiuá. O resultado dessa alfabetização ao ar
livre, contam hoje com mais de 350 professores indígenas na região, dando
continuidade à educação diferenciada bilíngue.
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Em 1993 foi firmado um convênio com a prefeitura de Japorã-MS que até hoje
está ativo essa parceria, recebendo da mesma os recursos pedagógicos, merenda
escolar, folha de pagamento para todos os profissionais da educação da escola, que
conta com mais de 25 funcionários, mais de 300 alunos matriculados. Hoje dentro da
aldeia tem mais de quatr escolas organizadas com milhares de alunos.
Foi organizada uma biblioteca com mais de 4.000 livros em seu acervo que está
à disposição da comunidade estudantil. Tem o nome de Biblioteca Missª Olinda Cordeiro
de Oliveira, missionária que trabalhou como coordenadora e se esforçou bravamente
para que estes livros chegassem na escola. Desde o seu início a Escola mantém uma
educação diferenciada que trabalha com uma metodologia para alcançar as crianças
levando uma mensagem de amor, paz e esperança através da Palavra de Deus. Usando
vários métodos, como histórias ilustradas nas salas para que os alunos possam imitar
as atitudes corretas dos personagens mencionados.
No início de cada período se faz um devocional com a equipe para iniciar as
atividades pedindo a bênção e a proteção de Deus. Todas as quartas-feiras, e até hoje
realizam atividades em grupos, culto no templo com todos os alunos e funcionários em
cada período. Tem inúmeros relatos de crianças que foram alcançadas pela graça de
Deus, e hoje são líderes em sua comunidade que servem a Deus com suas famílias.
O conhecimento de princípios e valores transformam pessoas que transformam a
realidade onde estão inseridos.
Em 2015 essa comunidade acreditou na educação e se tornou a primeira aldeia
do país a receber uma faculdade com o curso de pedagogia. Foi recebida com festa
pela comunidade indígena onde o líder declara Roberto Carlos comenta com alegria:
“Nossa raiz era a natureza e ela sumiu, agora temos que seguir a trilha da educação
para conquistar novos caminhos. Ser um professor. Hoje nasce o futuro dos povos
guarani de Porto Lindo. Sinto orgulho de fazer parte dessa história. É a primeira
faculdade dentro de aldeia no Brasil”. O capitão da Aldeia Miguel Cáceres declara:
“Estamos muito felizes hoje. Nosso povo vai poder ter futuro melhor. Aprender para ser
professor é um sonho”47.
Acredito no meu coração que esse foi o legado deixado pelos missionários
professores que foram conduzidos por Deus a iniciar um processo de
alfabetização em 1962. Igreja e Escola uma parceria que funciona!
E foi nessa mesma escola que tive o privilégio de trabalhar como coordenadora
por seis anos, de 2007 a 2013. E foi lá que recebi de Deus o chamado para ver a escola
como um campo missionário. Durante esses anos aprendi a amar aquele povo e me
apaixonar pela educação, tivemos muitas experiências maravilhosas da ação do poder
de salvar e do amor de Deus naquele lugar. Recentemente recebi uma mensagem de
gratidão de um irmão indígena: -“Obrigada missionária por acreditar e nos ajudar a
estudar. Hoje sou um mestre da educação, para melhor atender meu povo”.
Logo que chegamos neste campo missionário, tivemos uma experiência marcante
de um jovem com 15 anos de idade chamado Fred que cresceu estudando nesta referida
escola. Sua vida também não era muito fácil, ele ajudava seus pais, cortava lenha,
ajudava nas plantações e nas colheitas, era um menino muito obediente. Seus pais eram
caciques (feiticeiros) invocavam espíritos, e não acreditavam nos ensinos que eram
47 https://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/indios-apostam-na-educacao-e-aldeia-de-ms-tem-
primeira-faculdade-do-pais. Acessado em 25 de junho de 2020.
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ministrados pelos professores missionários. Porém esse jovem fez uma linda escolha
em sua vida.
Quando ele completou 15 anos de idade, fora acometido por um tumor em seu
braço, mas seus pais não o levaram para o médico, somente com rezas e feitiçarias
queriam curar o jovem rapaz. O tumor foi evoluindo cada vez mais, e esse moço já
estava quase sem forças de tanta dor e a infecção tomava por todo o corpo. Neste
estágio bem fraco tomou seu caderno, com muitas dores ele escreveu assim: Jesus é
a única solução para o meu povo! Mostrava essas palavras para todos de sua casa,
ali em seu leito. Esse jovem morreu em sua casa, seus pais acreditavam que os espíritos
iam curar o seu filho.
Sua casa era bem perto da sede da Missão onde nós morávamos, ficamos
sabendo e fomos ao velório com os professores da escola, ao chegarmos lá vimos o
altar de invocação dos espíritos montado no chão, e os caciques no fundo da casa.
Entramos e vimos o seu corpo estendido em um caixão, sem flores somente coberto
com um lençol. Foi então que sua cunhada nos mostrou o que ele havia escrito antes
de morrer. Nesse momento entendemos porque os caciques estão longe e não havia
danças e invocação naquele recinto. Ele era de Deus e foi para Ele. Esse rapaz havia
feito a escolha de entregar a sua vida para Deus. Naquele momento tivemos a grande
oportunidade de pregar a Palavra de Deus, que liberta, que salva e renova esperança
para seus familiares e em seguida oramos pela família.
Todos os velórios na aldeia são feitos com invocações de espíritos, danças,
muitos bêbados e muitas outras coisas abomináveis diante de Deus. Passam a noite
com uma batida de rezas que escutávamos de muito longe. Mas nesse velório foi
diferente, parecia que os caciques e os feiticeiros não tinham forças para se levantar,
pois Deus estava ali. A noite foi tranquila, não se teve barulho de nada. No outro dia o
Missº. Marcos Antônio meu esposo foi chamado pela família para levar o corpo do rapaz
no cemitério da Aldeia. E quando no cemitério o irmão desse rapaz disse o seguinte:
Missionário Marcos: temos o costume de enterrar todos os pertences quando uma
pessoa de nosso povo morre. Mas essa aqui a Bíblia do meu irmão vai ficar comigo, eu
quero conhecê-la como o meu irmão conhecia. Essa bíblia ele havia ganho dos Gideões
Internacionais na escola onde estudava. Esse jovem havia feito a melhor escolha em
sua vida.
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QUAL SEU LIMITE?
Não importa a sua idade. Da mesma forma que Deus rejeitou as desculpas de Sara,
quando ela disse estar muito velha para que o Senhor a usasse, ele também rejeitou as
objeções de Jeremias, quando este alegou ser muito jovem.
TIMIDEZ ME INGESSAVA:
Aos 16 anos ouvindo um programa de rádio chamado Novo Caminho com o Diácono
Arão Salgado e Irmã Elzi, senti Deus falar claramente ao meu coração: - Seja você o primeiro
a tomar uma decisão ao lado de Cristo. Não resisti e entreguei naquele momento meu coração
para Jesus, que a partir de então, Ele encheu meu coração de seu amor e pelas pessoas,
principalmente as que ainda não tinha feito uma decisão por Cristo incluindo minha família,
familiares e todos que faziam parte da minha vida.
Procurei uma igreja Batista na cidade de Vicentina-MS onde morava, e encontrei um
casal de Seminarista Pedrinho Novask e Dilza que me recebeu com carinho, me preparando
para o batismo. Certo de meu chamado por compartilhar esse amor que estava no meu coração,
a partir desse momento em minha vida fui despertada para ler a sua Palavra, me lembro que
as vezes dormia abraçada com minha Bíblia.
Casei-me com 20 anos com Marcos Antônio, hoje pastor batista, e o chamado ardendo
no meu coração, sempre participava de congressos, assembleias, seminários, treinamentos, e
como esses eventos me realizava.
No fundo desejava algo mais, em 1995 conclui minha primeira faculdade, mas a vontade
fazer um curso ministerial era enorme. Porém a timidez era um grande desafio, optei com um
curso técnico em contabilidade e minha primeira faculdade foi ciências contábeis por aversão
de estar à frente de um público.
Logo após minha conversão essa situação foi sendo gradativamente transformada. Ao
chegar na igreja me entregaram uma revista e comecei a ministrar aulas para os adultos na
classe da Escola Bíblica. Desde o dia que me apresentei na igreja até hoje não parei de
trabalhar no ministério, faz 30 anos.
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Em 2001 Deus me permitiu iniciar meu primeiro curso na área ministerial, Licenciatura
em Educação Religiosa, agora com nossos dois filhos Felipe e Denyse.
Louvo a Deus pela minha infância, adolescência e juventude pois foi um treinamento de
Deus em minha vida para saber lidar com tantas atividades e no cuidado com as pessoas. Deus
estava me preparando.
Louvo a Deus pelas experiências missionárias, formação ministerial e profissional que
tive o privilégio de realizar e que no momento faço. Ouvi recentemente: Se você atende a
vários chamados em sua vida, um dia receberá um chamado específico.
Eu era uma improvável, Deus transformou minha vida por completo, encheu meu
coração com seu amor e levantou meus olhos para ver o campo branco para a ceifa. Jesus
disse: “Orai ao Senhor da seara que envie trabalhadores para sua colheita”. Essa tem sido
minha oração, e como resposta estou indo, me preparando a cada dia para cumprir a missão
recebida do Senhor e trabalhando na multiplicação de líderes capacitados para a sua seara.
No início do ano passado tive o privilégio de participar do período de colheita no sítio dos
meus pais, agora na colheita de soja. Vendo o sonho dos meus pais e meus irmãos realizados
em terem colhedeiras e maquinários para que a colheita possa ser feita com rapidez e agilidade.
Em Colossenses 3:14 diz: Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo
perfeito. Tudo que Deus faz está baseado no amor.
O amor é o recurso mais abundante no universo, porque Deus é amor. Ele é a fonte.
Não existe falta de amor no universo e sim a manifestação desse amor.
Nós fomos criados para ser um canal da entrega desse amor, para multiplicar e
frutificar o amor de Deus.
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