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ESCOLA BÍBLIA DOMINICAL

Sumário
ESCOLA BÍBLIA DOMINICAL ......................................................................................................................................... 1

1 – HISTÓRIA ............................................................................................................................................................... 3

2 – O CONTEXTO SOCIAL DE HOJE ............................................................................................................................... 4

3 – A RELEVÂNCIA DA ESCOLA DOMINICAL PARA OS DIAS DE HOJE ............................................................................. 5

4 – QUEBRAR OS PARADIGMAS ................................................................................................................................... 7

5 - Dicas para o Sucesso do Professor da EBD .............................................................................................................. 9

5.1. Ler várias vezes o texto bíblico ............................................................................................................................. 9

5.2. Usar material de consulta disponível .................................................................................................................. 10

5.3. Interrogar o Texto .............................................................................................................................................. 10

5.6 - PLANEJE AULAS ENVOLVENTES.......................................................................................................................... 12

5.7 - VIVA O QUE VOCÊ ENSINA................................................................................................................................. 13

5.8 - Presença aos cultos e atividades da igreja ......................................................................................................... 14

5.9 - Distante dos ventos de doutrinas ...................................................................................................................... 14

5.10 - CONQUISTE O PASTOR .................................................................................................................................... 15

5.11 - CONSCIENTIZE OS PAIS .................................................................................................................................... 15

5.12 - BUSQUE A JUVENTUDE.................................................................................................................................... 16

5.13 - MOTIVE OS PROFESSORES ............................................................................................................................... 17

5.14 - PROMOVA A ESCOLA DOMINICAL ................................................................................................................... 18

5.15 - SENDO SERVO ................................................................................................................................................. 19

5.16 - SENDO CANAL PARA O CRESCIMENTO ............................................................................................................. 20

6 - COMO MELHORAR O ENSINO NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL ............................................................................ 20

6.1 - Proibido realizar aula de improviso ................................................................................................................... 21

6.2 - Objetivos........................................................................................................................................................... 21
6.3 - Aula participativa .............................................................................................................................................. 21

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1 – HISTÓRIA

M uitos pensam que a Escola Bíblia Dominical surgiu num contexto social

de progressão, de benção, num país que não tinha problemas e que


posteriormente foi importado para outros países inclusive os de terceiro
mundo.

A realidade é totalmente outra, quando a Escola Bíblia Dominical nasceu na


Inglaterra, o contexto social daquele país era totalmente parecido com alguns
países de hoje no terceiro mundo, as crianças ficavam nas ruas, ociosas e a
mercê da delinquência.

Diante desse cenário Robert Raikes, um jornalista evangélico de 44 anos, que


trabalhava no jornal “Gloucester Journal” como redator, sensibilizado pela
condição moral e espiritual do país e com a violência crescente naquela época,
movido de uma intima compaixão pelas pobres crianças criou no dia 20 de julho
de 1780 a Escola Bíblica Dominical.

Local onde Robert Raikes realizou a Escola Bíblica Dominical


2 – O CONTEXTO SOCIAL DE HOJE

E stamos vivendo numa época conhecida com pós-modernidade, um período

de relativismos e antropocentrismo, as bases da sociedade estão vulneráveis e a


mercê de pessoas sem moral e ética.

Estamos vivenciando um tempo em que Paulo inspirado pelo Espirito Santo ao


escrever para o jovem pastor Timóteo em sua 2ª Carta no seu capítulo 3 dos
versos 1 ao 5 descreveu o seguinte “1 Sabe, porém, isto: que nos últimos dias
sobrevirão tempos trabalhosos; 2 porque haverá homens amantes de si
mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e
mães, ingratos, profanos, 3 sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, 4 traidores, obstinados,
orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, 5 tendo
aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. “
O que mais me chama atenção nesse contexto é o verso 5, que menciona que
os crentes teriam aparência de devotos, de homens religiosos, mas seria tudo
disfarce. O que os crentes querem hoje é sucesso, reconhecimento, podium. Os
pastores não se preocupam com as almas, e sim com o dinheiro, com a meta,
com o caixa dois, com o por fora, com metas financeiras e etc.
3 – A RELEVÂNCIA DA ESCOLA DOMINICAL PARA OS DIAS DE HOJE

A ssim como na época de Robert Raikes, o mundo continua precisando da

Palavra de Deus, e a EBD é a agência de Deus nessa última hora para ensinar os
princípios e as leis do Deus Todo Poderoso que pode mudar o mais vil pecador
em um embaixador do Reino.
Infelizmente estamos observando o caos que tem tomado conta das famílias de
hoje em dia; os princípios bíblicos tem sido suplantado pelo princípios que a
sociedade quer ditar de forma desrespeitosa aos nossos filhos.
As escolas que deveriam transmitir conhecimento e ser um local sinônimo de
respeito, formação e ética, agora são sinônimas de incerteza. Todo pai espera
que a escola seja uma agência capacitadora, formando pessoas para assumir
posições na sociedade que requer conhecimento, porém, muitas escolas se
tornaram esconderijo de traficantes, drogados e ladrões.
O problema se intensifica quando fazemos uma analise do papel da Igreja
evangélica na sociedade brasileira. Temos visto o aumento de desigrejados, a
proliferação da famigerada teologia da prosperidade e das inovações mais
bizarras já vista pela humanidade.
O que mais entristece é ver o descaso da igreja evangélica com os necessitados,
com os órfãos e com as viúvas. A sociedade é negligenciada e os fiéis são
obrigados a estudar em escolas precárias e cada vez mais humanistas. O caos
tomou conta, porém, a Escola Dominical tem a oportunidade de fazer a
diferença. Ela pode ensinar os princípios divinos, os preceitos de Deus, virtudes
e costumes saudáveis que podem mudar a vida de qualquer pecador, família em
caos ou sociedade arruinada.
4 – QUEBRAR OS PARADIGMAS

S egundo o Dicionário Houssais, a palavra paradigma sig. “um exemplo que

serve como modelo”.


Durante anos a Escola Bíblica Dominical em algumas igrejas vem sofrendo com a
baixa porcentagem de participação de seus fiéis que preferem os cultos em
detrimento do ensino na EBD.

Em algumas regiões do Brasil o povo mesmo de denominação cristã evangélica


não procura crescer, estudar, se formar, se reciclar, terminar os estudos, fazer
um curso, uma faculdade. Tudo isso acaba refletindo na Escola Bíblica
Dominical, que continua sofrendo com a baixa participação dos fiéis da igreja.

Se a Igreja almeja o sucesso e o aperfeiçoamento de todos os membros no


corpo de Cristo, é imprescindível que haja um apoio de todos nesse trabalho,
membros, obreiros, professores e o pastor.
Não adianta os professores estarem fazendo seu papel lecionando a aulas se o
pastor da congregação não participa, se os membros não investem em
materiais.

Apoiemos essa causa, pois é a obra de Cristo!


5 - Dicas para o Sucesso do Professor da EBD

E spiritualmente preparado, o professor vai buscar o preparo bíblico

adequado à aula que pretende ministrar. Não deve se contentar com uma
ligeira leitura do texto da revista ou de um comentário bíblico, mas aventurar-se
por um mergulho profundo nas Escrituras.
No preparo de uma aula para a Escola Dominical, o professor precisa levar em
conta os seguintes passos:

5.1. Ler várias vezes o texto bíblico

Leia o texto até que o sentido e as principais idéias do mesmo esteiam bem
claras em sua mente.

Uma boa coisa é ler o texto em diferentes versões da Bíblia. Embora não haja
diferenças quanto ao sentido, há versões que optam por palavras que,
eventualmente, podem ser mais familiares ao professor. Às vezes uma versão é
mais feliz do que outra na escolha de algumas palavras e expressões. Por
exemplo, comparando o texto de Colossenses 3.21 na versão revisada da
tradução de João Ferreira de Almeida com a versão do Padre.

Matos Soares, temos o seguinte: "Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que
não fiquem desanimados" (Almeida – Versão Revisada). "Pais, não provoqueis à
indignação a vossos filhos, para que não se tornem pusilânimes" (Matos
Soares).

Note como a comparação das duas versões ajuda na compreensão e enriquece


o entendimento da orientação paulina. Se o professor fizer o mesmo com três
ou quatro versões diferentes, verá resultado ainda maior em termos de
entendimento dos textos bíblicos.
As paráfrases1 também são muitos úteis para ajudar na compreensão das
passagens bíblicas, embora tenhamos de com elas tomar cuidado, posto que a
preocupação do texto parafraseado não é com a tradução fiel, mas sim com a
popularização.

5.2. Usar material de consulta disponível

Para tirar dúvidas com relação a palavras, expressões, localidades, pessoas etc,
o professor deve lançar mão do material de consulta que estiver à disposição:

dicionários2, concordâncias3, comentários4 e manuais5 bíblicos, que, uma vez


consultados poderão ajudar muito. São livros elaborados por especialistas e só
podem ser úteis ao professor. Um bom dicionário da língua portuguesa também
é indispensável para a compreensão segura da leitura. Só para exemplificar a
importância de manuais bíblicos verificamos em João 4.3,4 que Jesus "deixou a
Judéia, e foi outra vez para a Galiléia. E era necessário passar por Samária". Para
descobrir por que era necessário que Jesus passasse por Samária, basta
procurar num manual bíblico o mapa da Palestina nos tempos de Jesus. O
professor estudioso entenderá que o texto faz referência à geografia da
Palestina. Ele verá que estando na judéia (Sul) e desejando voltar para a Galiléia
(Norte) precisará atravessar Samária (Centro). Observe como uma simples
consulta a um material de pesquisa acrescenta informações que certamente
elucidarão o texto e seu significado para os alunos.

5.3. Interrogar o Texto


O professor deve fazer várias perguntas ao texto com o objetivo de Identificar
promessas, ordens, mandamentos, princípios, doutrinas, orientações e lições no
texto em estudo. Cada leitura pode ser feita tendo o professor, disponível, um
bloco de notas, para que anote todas as suas conclusões sobre o texto, inclusive
dúvidas e inquietações. O material de consulta, e aqui entram as revistas da
Escola Dominical (as edições para professores, dicionários bíblicos e da língua
pátria, mapas, concordâncias e etc), ajudará o professor a confirmar ou não
suas observações. O importante é que o professor se antecipe o quanto puder a
qualquer dúvida que poderá surgir em sala de aula. Caso não consiga, por si só,
solucionar alguma dúvida, o professor deve procurar a ajuda de alguém mais
bem preparado como o pastor ou um professor mais experiente, para que não
fique, ele mesmo, sem entender algo do texto que vai ensinar. No entanto,
mesmo com toda pesquisa e tendo procurado antecipar-se a qualquer questão
sobre o texto, o professor pode ser surpreendido por uma pergunta sobre a
qual não havia pensado ainda. Quando isso acontecer, a melhor coisa a fazer é
ser humilde e comprometer-se com a classe em trazer uma palavra sobre o
assunto na próxima aula. Agindo assim, o professor demonstrará seriedade e
responsabilidade para com o seu ministério, além de lembrar a seus alunos, que
em matéria de Bíblia, na prática, todos estamos sempre aprendendo. É certo,
porém, que se o professor for dedicado e zeloso, pesquisador incansável da
Palavra de Deus, raramente estará em dificuldades diante de sua classe. Mostra
a experiência que ao se descuidar da pesquisa muitos professores da Escola
Dominical acabam por cair no descrédito diante dos seus alunos, inviabilizando
assim sua continuidade na docência cristã.

5.4. Fazer um esboço detalhado do texto

Depois de ler o texto várias vezes e de estudá-lo em profundidade, o professor


está pronto para esboçá-lo de forma detalhada e seqüencial. Divida-o em
partes, decida o que vai ser ensinado em cada tópico, dimensione à luz das
informações do capítulo anterior cada etapa da sua aula. Ao fazer um esboço, o
professor estará criando um esquema que o auxiliará na exposição de seu texto.
No esboço, o professor conta com considerável material, produto de sua
pesquisa. Estará ainda estruturando, mesmo que incipientemente, o conteúdo
de sua aula.

5.5. Alistar as lições mais importantes do seu texto

No decorrer do seu estudo, o professor deve ir anotando ensinamentos práticos


que se constituirão em material para o momento da aplicação do texto bíblico
durante a aula. Aqui o professor deverá pensar em seus alunos, na realidade de
vida deles. Cada texto da Bíblia está recheado de lições preciosas para nossas
vidas, a questão é tão-somente identificá-las e pinçá-las para posterior
utilização. Uma coisa muito importante a ser salientada é o fato de que as
principais e mais agudas lições de um texto não estão em sua superfície, mas
em sua profundeza. Quanto mais profundo for o mergulho, mais perto dos
tesouros estará o professor. Muitos erram e ficam embevecidos com algumas
verdades da superfície, se bastam com elas e partem para compartilhá-las, sem
o devido aprofundamento. As maiores bênçãos do estudo da Bíblia se
encontram, quais tesouros há muito submersos, lá no fundo, exigindo tempo,
paciência e coragem por parte de quem quer conquistá-los. O professor da
Escola Dominical precisa ser apaixonado pela Bíblia, deve experimentar dia-a-
dia o que o salmista chama de ter prazer na lei do Senhor (SI 1.2). Este prazer se
dá, em toda a sua plenitude, quando o professor se descobre como um
mergulhador a desvendar os mistérios e as maravilhas da Palavra eterna de
Deus.

Recorde os passos para um preparo bíblico eficaz: Ler várias vezes o texto Usar
material de consulta Fazer perguntas ao texto Fazer um esboço detalhado do
texto Alistar as lições mais importantes.
5.6 - PLANEJE AULAS ENVOLVENTES

Aquele modelo de aula onde os alunos permanecem sentados, na mesma


posição, do começo ao fim, está complemente ultrapassado. Sabemos que em
muitas igrejas ainda se usa este sistema arcaico e negativo para o ensino na
Escola Dominical. Nosso desejo é que tais igrejas alcancem o progresso no que
diz respeito ao ensino bíblico. Cari Rogers apresenta uma interessante
abordagem deste tema, versando sobre O Processo Educacional e seu Futuro.
Ele compara o modelo tradicional de ensino com o que chama de aprendizagem
centrada na pessoa. Uma coisa que vale a pena ser destacada aqui é que o
tempo daquelas aulas onde o aluno, seu potencial, seu conhecimento e sua
cultura eram desconsiderados já ficou para trás e insistir nisso é uma atitude
infrutífera e fadada ao fracasso.

Na Escola Dominical as aulas precisam ser envolventes. Os alunos precisam se


sentir à vontade para contribuir, obviamente, que de uma maneira planejada e
facilitada pelo professor. Tanto na metodologia adotada quanto na sua
aplicação, a aula deve envolver os alunos de tal forma que gratifique a todos
pelo sentimento de ter participado da descoberta de verdades eternas.

5.7 - VIVA O QUE VOCÊ ENSINA

Sem sombra de dúvida aqui está o principal elemento motivador dos alunos de
uma classe na Escola Dominical: a vida do professor. Quando o professor
consegue demonstrar, através de atitudes e comportamentos, que procura
colocar em prática, na própria vida, os princípios que ensina em classe, seus
alunos verificarão que é possível praticar a Bíblia no dia-a-dia. Muitos
professores se equivocam ao pensar que fora da sala de aula não são
observados por seus alunos. Na verdade, com o tempo todos os alunos
observam seus professores, e como é triste quando constatam que ele não dá a
mínima importância para o que lhes ensina em sala de aula. E pode-se notar
com certa clareza a catástrofe que é ter diante de uma classe da Escola Bíblica
Dominical alguém cuja vida não se constitui num exemplo para os seus alunos. É
um chavasquismo e um esforço tremendo no sentido oposto aos objetivos e
postulados da igreja de Deus. A atitude do professor deve ser sempre de
comunhão com Deus e submissão à sua Palavra. Ao encontrar algum ensino ou
princípio bíblico que ainda não observa em sua própria vida, deve ser humilde
em começar a praticá-lo, assim ganhará mais autoridade diante dos seus alunos
e reforçará neles o sentimento do valor da Bíblia como norteadora de suas
atitudes e ações. Ao verem que o professor se esforça para viver de acordo com
a Palavra de Deus, serão motivados a fazer o mesmo. Tem se dito muito que em
nossos dias vivemos; uma crise de modelos sem precedentes na história. Isso
chama nossa atenção, como professores da Escola Dominical, para a
responsabilidade que temos diante daqueles que assumimos como nossos
alunos. Somos responsáveis por eles e pelo seu crescimento espiritual sadio e
coerente.

O professor dever ser exemplo na sociedade, dentro da família, se for casado


deve ser fiel ao seu cônjuge e filhos, deve ser abnegado, respeitoso, assíduo,
viver uma vida de oração, deve amar o próximo, ser dizimista, deve pregar a
palavra de Deus com reverência e etc.

5.8 - Presença aos cultos e atividades da igreja

Um professor da Escola Dominical que não participa assiduamente dos cultos e


das atividades de sua igreja jamais cooperará com a motivação dos seus alunos
em prol dos objetivos da igreja. Será sempre um peixe fora d'água. Seus alunos
aprenderão com seu mau exemplo a serem membros alheios e desinformados,
sempre distantes da vida da igreja. Professores presentes aos cultos e aos
trabalhos da igreja são sempre bons exemplos de cooperação e integração.
5.9 - Distante dos ventos de doutrinas

Vez por outra surgem no seio da igreja pessoas ou grupo de pessoas com
tendências doutrinárias diferentes daquelas estabelecidas e aceitas pela igreja.
A pessoa, normalmente, se sente insatisfeita com sua igreja e passa a
freqüentar outra de confissão diferente. Não satisfeita em ficar na nova igreja
volta à de origem para conquistar simpatizantes e tentar convencê-los do erro
das doutrinas que professam. Se um crente deve abster-se de qualquer
aproximação dessa natureza, que se dirá de um professor da Escola Dominical.
Ele nunca deve se envolver com este tipo de movimento, pelo contrário, tem de
permanecer firme nas doutrinas que abraçou com sua igreja. O professor
desempenhará o papel de mestre, tirando dúvidas e demonstrando aos seus
alunos e demais membros da sua congregação as bênçãos da

5.10 - CONQUISTE O PASTOR

O ponto de partida precisa, necessariamente, ser o pastor da igreja. Está mais


do que constatado que se o pastor está à frente tudo é bem mais fácil. Ele
precisa ser conquistado pelos educadores da igreja. Em muitos casos o pastor
não tem qualquer formação educacional, muitos têm uma visão distorcida,
voltada somente para a evangelização. Há os que sequer mostram interesse
pela Escola Dominical. Assim, o primeiro passo é chamar o pastor e mostrar a
ele a importância e o potencial da Escola Dominical. Muitos pastores não
ajudam a Escola Dominical simplesmente porque não sabem como fazê-lo.
Nesse caso é importante que os educadores da igreja o instruam com sabedoria,
informando a ele quais seriam suas atribuições como supervisor geral do
programa educacional da igreja. Por sua vez, o pastor precisa ter humildade e
discernimento espiritual para cooperar com os líderes e educadores de sua
congregação, no afã de dinamizar a Escola Dominical. Se for sábio, além de uma
equipe bem motivada e disposta, o pastor experimentará como é maravilhoso e
seguro o crescimento que nasce do trabalho de uma Escola Dominical dinâmica.

5.11 - CONSCIENTIZE OS PAIS

O próximo passo é atingir o coração dos pais. É preciso mostrar-lhes que,


através da Escola Dominical, a igreja está lhes ajudando na educação religiosa
dos seus filhos. Eles precisam entender que devem investir na vida espiritual de
seus filhos desde a infância, pois se a criança aprende a gostar da igreja, da
classe, das pessoas da igreja; ao crescer tenderá a integrar-se ainda mais. Se na
infância a criança não for ensinada a gostar da igreja se afastará completamente
na primeira chance que tiver. Os pais precisam compreender que é através do
seu exemplo e do seu estímulo que os filhos assimilarão a importância da igreja
em suas vidas. Aqui entram em destaque o culto doméstico, a disciplina e a
responsabilidade para com Deus, a oração em família e os diálogos entre pais e
filhos acerca de Deus e do Evangelho. Se os educadores da igreja conseguirem
atingir o coração dos pais, ao ponto de fazê-los entender que precisam levar a
sério a Escola Dominical, tanto para si próprios quanto para os seus filhos,
então, um novo e bonito começo se avizinha.

5.12 - BUSQUE A JUVENTUDE

Em muitas igrejas a juventude está alheia a tudo o que acontece. Não se


envolve, não participa, não se interessa. A igreja, por seu lado, ignora o fato,
agindo como se nada estivesse acontecendo. Notamos que de há muito tem
caído a presença jovem na Escola Dominical. Os educadores, apoiados pelo
pastor da igreja, precisam abrir o diálogo com a juventude, descobrir o que está
havendo, encontrar saídas em conjunto. Em muitos casos a secularização dos
jovens é a principal causa do seu afastamento, mas não conclua isso sem antes
conversar com a juventude. Pode estar havendo desinteresse em função de
quem está ensinando ou por causa dos assuntos apresentados, do horário etc.
Sentando-se à mesa juntos, pastor, educadores e jovens, certamente surgirão
caminhos que poderão mudar o quadro vigente. Querer forçar os jovens a
chegar mais cedo para a Escola Dominical, fechar as portas para o diálogo,
ignorar o fato, adotar uma postura de crítica e queixas; nada disso resolverá o
problema. Os jovens precisam ser despertados e convencidos, através do
diálogo e do respeito mútuo, quanto ao valor e a importância da Escola
Dominical para suas vidas.

5.13 - MOTIVE OS PROFESSORES

Tudo pode estar absolutamente correto: alunos presentes, material didático


apropriado, ambiente de ensino adequado etc, mas se o professor não estiver
preparado e motivado, tudo vai se perder. É, exatamente isso que tem
acontecido em muitas igrejas, o despreparo e a desmotivação de professores
têm colocado a perder todo empenho, inclusive financeiro, que as mesmas têm
empregado em favor da Escola Dominical. O Dr. Charles A. Tidwell, uma das
pessoas mais respeitadas no campo da Educação Cristã, nos Estados Unidos,
salientou num dos seus livros a importância do professor, inclusive sobre os
demais obreiros, na execução bem-sucedida do programa de ensino-
aprendizagem da Escola Dominical. Neste livro, o Dr. Tidwell alista cinco
principais tarefas da Escola Dominical: arregimentar pessoas para o estudo da
Bíblia, ensinar a Bíblia, testemunhar para as pessoas sobre Jesus e levá-las a
serem membros da igreja, ministrar para alunos e não alunos da Escola
Dominical e conduzir os alunos a um culto verdadeiro. Para o cumprimento de
todas estas tarefas, o papel desempenhado pelo professor é de importância
fundamental. E tarefa do pastor e dos educadores da igreja despertar o
interesse, motivar e conscientizar os professores da Escola Dominical da sua
importância e valor no ministério de ensino da igreja. Quando isso não ocorre, o
resultado pode ser o enfraquecimento e até a falência da Escola Dominical. O
Dr. Tidwell informa que nos Estados Unidos, denominações como a Metodista e
a Presbiteriana Episcopal tiveram o número de arrolados na Escola Dominical
decrescido em 25% entre 1970 e 1980. Embora ele não especifique as razões de
tal decréscimo, podemos facilmente entender que a fuga dos objetivos
fundamentais da Escola Dominical estava incluída entre essas razões. E na
posição de garantir que as tarefas da Escola Dominical sejam de fato cumpridas
de forma efetiva, está o professor. A questão emergente, porém, é como
motivar professores que, durante anos e anos vêm avalizando um modelo
retrógrado e decadente de ensino na Escola Dominical, onde impera o famoso
"faz-de-conta": Ele faz-de-conta que ensina e o aluno que aprende; a igreja faz-
de-conta que tudo está bem, quando, de fato, nada, está bem. Se um professor
está há anos envolvido neste "faz-de-conta" terrível, vai precisar de muita
paciência e atenção por parte dos líderes e do pastor para ter resgatado seu
potencial de educador. Deve-se começar mostrando ao professor uma
estatística de sua classe, em termos de presença, pontualidade, evasões etc. Em
seguida, deve-se informar a ele sobre estratégias de retomada de crescimento
(e aí os capítulos iniciais deste livro poderão ajudar). Chegará, então, o tempo
de ajudar a recuperar a confiança da classe no trabalho do professor. Tudo será
possível se as coisas forem feitas sob oração e dependência do nosso Deus. O
esforço deve ser no sentido de conquistar o professor e nunca de abrir mão do
seu trabalho. Numa comparação feita entre o profeta e o sacerdote,
Washington Roberto Nascimento identificou o profeta com o jequitibá, árvore
forte e milenar; quanto ao sacerdote, comparou-o ao eucalipto, planta frágil e
fugaz. Disse que um eucalipto nunca se transformará em jequitibá, a menos que
dentro dele haja um jequitibá adormecido. O mesmo podemos dizer do
professor acomodado a um sistema retrógrado: se houver nele um educador
adormecido, poderá se transformar num professor dinâmico e criativo. A tarefa
do pastor e dos líderes da igreja é exatamente a de despertar o educador
adormecido no interior de alguns professores da Escola Dominical.
5.14 - PROMOVA A ESCOLA DOMINICAL

"Há tremendos benefícios em se participar da Escola Dominical. O problema é


que a igreja não tem promovido efetivamente seus benefícios e valores". Com
esta declaração, Jerry Wilkins começa a fundamentar a argumentação do seu
atual e empolgante livro Marketingyour Sunday School – Strategies for the 21
st. Century (Promovendo sua Escola Dominical - Estratégias para o Século 21).
Ignorar a necessidade de se promover não apenas o que a Escola Dominical
oferece, mas o que ela representa em termos de benefícios para aqueles que
dela participam, é não atentar para a principal ferramenta de crescimento
empresarial e institucional do nosso tempo: o marketing. Tudo depende de
como você anuncia, que tipo de imagem você gera em torno do seu produto ou
serviço. Na maioria das Escolas Dominicais do nosso país não existe nenhuma
estratégia de marketing definida, quase nenhuma propaganda é feita. As
pessoas precisam descobrir sozinhas o que é, como funciona e a relevância da
Escola Dominical. Isso é simplesmente absurdo! Num mundo de alta
competitividade, onde cada um tenta arrastar as pessoas na direção de suas
propostas, cruzar os braços e não ter qualquer estratégia de marketing é aceitar
a falência gradual. Os vizinhos da sua igreja sabem o que é a Escola Dominical,
sabem que há uma em sua igreja, como funciona, que benefícios oferece aos
participantes, quanto custa participar, quem pode fazê-lo? Uma simples e
criativa mala-direta informando o que é e como funciona a Escola Dominical
pode atrair pessoas interessadas no estudo da Bíblia. A promoção precisa
também atingir os membros da igreja. Quais são os prejuízos de não participar
da Escola Dominical, que vantagens são apresentadas aos que passarem a dela
participar? Ao partir para uma estratégia de promoção da Escola Dominical, a
igreja começa a demonstrar, pelo menos, que ela própria acredita no que está
oferecendo. Se alguém promove o que faz, crê na sua eficácia.
5.15 - SENDO SERVO

Ser professor implica servir a Deus e ao próximo. O espírito de serviço prevalece


no coração do professor da Escola Dominical. A consciência de quem é o seu
Senhor é de fundamental importância na vida do professor. O professor serve a
Deus dentro e fora da sala de aula, serve-o com alegria e disposição, trabalha
para o seu Senhor com espontaneidade e prazer. Este serviço implicará muitas
vezes renúncia, e renunciar é uma característica indispensável na vida de quem
se propõe a ensinar.

5.16 - SENDO CANAL PARA O CRESCIMENTO

Servir a Deus na condição de professor da Escola Dominical é colocar-se


estrategicamente na posição de canal para o crescimento da igreja. Através da
Escola Dominical, como já vimos, a viabilização do crescimento da igreja é certa
e segura. Neste, sentido veremos que do resultado do trabalho do professor
dependerá o crescimento. Como bem lembrou Valdir Steuernagel: "a qualidade
de discípulos que o Evangelho produzir, no contexto de uma igreja, será o
atestado de quão saudável ou enfermo foi o crescimento desta igreja". O
professor é a figura principal neste processo de 'controle de qualidade'. Como
canal de crescimento, o professor não bloqueará o desenvolvimento da obra,
mas contribuirá para que as oportunidades de crescimento sejam devida e
sabiamente aproveitadas. O professor não é o responsável pelo crescimento de
sua igreja, mas um dos canais através dos quais tal crescimento se dará, pois
"para que a igreja cresça é preciso que o evangelho seja pregado e vivido e
encontre uma resposta positiva". Cumprindo seu papel de canal, o professor
será um instrumento para o crescimento de sua igreja.
6 - COMO MELHORAR O ENSINO NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

N ós, professores da escola bíblica dominical muitas vezes rejeitamos a

didática e as técnicas acreditando que qualquer aula está muito boa e que
basta passar o conteúdo que a aula será um sucesso; isso é um engano,
pois a nossa aula precisa ser a melhor possível, porque Deus conta conosco
para sermos um canal que ensinará valores e princípios aos nossos alunos.

O propósito principal na EBD é que os nossos alunos cresçam em todos os


aspectos, como está escrito na Bíblia, na graça e no conhecimento, e que
eles sejam capacitados para pregarem, ensinarem e defenderem a fé. Para
isso orientamos que os leitores leiam, meditem e o mais importante
pratiquem as dicas a seguir:

6.1 - Proibido realizar aula de improviso

Sempre se planeje antes, ore, pesquise, estude o tema, debata com alguém,
tire suas dúvidas. isso vai valorizar intensamente sua aula, o aluno sempre
percebe quando o professor não se preparou, quando ele está inseguro, e
assim o professor mata o aluno, pois tira o estímulo do mesmo e é por isso
que muitas vezes o aluno deixa de freqüentar a EBD, pois ele vem e só
escuta besteiras.

É preciso se fazer uma aula com profundidade, com conteúdo. Eu


aconselho você pesquisar em enciclopédias, manuais bíblicos, Bíblias de
estudos, comentários bíblicos, dicionários bíblicos, revistas teológicas ou
cristãs de boa qualidade.

Se possível faça um curso teológico o mais rápido possível para ter um


repertório global teológico mais consistente. Sabemos que a revista da
CPAD usada em muitas igrejas já vem com algum subsídio, mas não é o
suficiente para o professor; a revista não deve ser uma fonte exclusiva da
sua aula; ela deve funcionar como um roteiro, o enriquecimento da sua aula
é uma tarefa essencial e só você pode fazer isso, é uma questão de
compromisso, interesse e força de vontade de fazer o melhor possível para
Deus e respeitar os seus alunos.
6.2 - Objetivos

Lembre-se que escola dominical é uma escola e não um culto de adoração,


louvor ou oração, portanto nunca fuja do assunto em pauta, nada de
contar testemunhos, cantar, orar, contar anedotas, contar casos, entrar por
assuntos paralelos, pois este não é o momento adequado. Cumpra sempre o
que está proposto nos objetivos daquela aula, porque se não tudo perde o
sentido, é uma pura perda de tempo e revela um total descaso do professor
com a proposta da Escola Bíblica. Geralmente quem faz isso é o professor
preguiçoso que não se preparou, que está ali de improviso. Isso é
lamentável, mas acontece muito; portanto, vigie.

6.3 - Aula participativa


Deixe o aluno participar ativamente da aula, abrindo espaço para ele
questionar, tirar suas dúvidas, expor suas opiniões; isso tornará suas aulas
mais dinâmicas, participativas, porém evite as polêmicas desnecessárias. Se
por acaso um ou outro aluno tentar polemizar e não se não conseguir o
consenso, peça para tratar particularmente com ele em outra oportunidade,
mas dê seqüência à aula, agora cuidado nunca deixe seu aluno sem
resposta, nunca deixe seu aluno na incerteza. Se no momento você não
souber da resposta, a melhor saída é ser honesto, diga que no momento não
sabe, mas que vai pesquisar e na próxima aula trará a resposta, mas não
esqueça você assumiu o compromisso, então realmente traga a resposta na
aula seguinte sob pena de cair no descrédito da turma.

Esperamos ter contribuído com algumas dicas para melhor a sua EBD, e
ajudar o seu ministério no objetivo que o SENHOR planejou e deseja que
você alcance, que é o amadurecimento e colheita de bons frutos para a
glória de Deus.

Sucesso em Cristo!!!

Ev. Luiz Flávio

Bibliografia:
1 - Paráfrase é a tradução livre ou desenvolvida de um texto. Refere-se aqui a inúmeras traduções da
Bíblia que não seguem a rigidez de uma tradução literal ou clássica. O sentido é preservado numa
tentativa de tornar o texto mais claro ao leitor mais simples.

2 - DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1980, 660p. e também DOUGLAS, J.D.
(Editor Organizador). O Dicionário da Bíblia 2 vol., São Paulo: Vida Nova, 1983.

3 - A concordância mais completa em português é a Concordância Bíblica. Brasília: Sociedade Bíblica do


Brasil, 1975, 1.101p.

4 - Merecem indicação o Comentário Bíblico Broadman, da Juerp; os comentários da Série Cultura Bíblica,
da Mundo Cristão e Vida Nova; e os comentários do Antigo Testamento de António Neves de Mesquita,
publicados pela Juerp.

5 - Sugerimos aqui HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. 2 vol., São Paulo: Vida Nova.

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