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Expediente

Pr. Silas Paulo de Souza


Pastor Presidente

Pr. Enésio Barreto Rondon


Pastor Vice-presidente

Valmir Nascimento / Eduardo Leite


Coordenação Pedagógica

Jair Fernandes / Isaías F. Mendes


Coordenação Administrativa

Nayara Moraes
Revisão

Silvio Weesley Mendes Xavier


Capa

Glória Hefzibá
Diagramação

Jonas Pinho / Sílvio Santos


Marketing e Apoio
Diretoria da Igreja
Presidente Pr. Silas Paulo de Souza
Vice- Presidente Pr. Enésio Barreto Rondon
1º Secretário Pr. Rogério dos Santos
2º Secretário Pr. Cleosmar Berto Machado
1º Tesoureiro Pr. Gutemberg Brito Júnior
2º Tesoureiro Pr. Luiz Carlos da Costa Milhomem

Conselho de Educação e Cultura


Presidente Valmir Nascimento Milomem Santos
Vice-Presidente Geziel Silva Costa
Relator Valdeci do Carmo
Secretário Eduardo Silva Leite
Marcos Antônio Moreira Guimarães
Jonas Júnior Mendes
Mackloey Ronny Rubert Ferreira
Escola Bíblica Dominical - Sede
Superintendente Pr. Jair Fernandes Leite
2º Superintendente Ev. Isaías Ferreira Mendes
Coordenação Pedagógica Rosana B. Barbosa Fernandes
Marina Rodrigues de Souza
Coordenação Administrativa Diego Fabiano Souza
Tocantins
Kézia Barbosa da Silva
Apoio Pedagógico Adriana Batista da Silva
Maria Cristina da Silva
Mendes
Maristela Lopes da Silva
Tesouraria Eziel da Silva Santos
Comunicação e TI Henrique Augusto Stabilito
Moraes
Hércules Santos da Silva
Secretaria Josiane de Souza Rosa
Marco Antônio de Oliveira
Carvalho
Sumário
Palavra de Boas-vindas
Apresentação
Programação

Palestra 1 - O papel da Escola Dominial na formação integral do cristão 13


Ev. Eduardo Leite
Palestra 2 - Adolescência ontem e hoje 17
Pr. Joelson Lemos
Palestra 3 - A Escola Dominical como mantenedora
da identidade pentecostal 21
Pr. Claiton Pommerening
Palestra 4 - Adolescência vista de dentro 25
Pr. Joelson Lemos
Palestra 5 - A Escola Dominical e o perigo da aversão ao conhecimento 29
Pr. Geziel Costa
Palestra 6 - O perfil do ensino no Século XXI 35
Pr. Márcio Klauber Maia
Palestra 7 - A Escola Dominical e os desafios ideológicos 39
Pr. Claiton Pommerening
Palestra 8 - Ensinando com Afetividade 45
Pr. Márcio Kalber Maia

Mesa 1 - Os professores da EBD e a sociedade contemporânea 49


Mesa 2 - A apologética cristã na Escola Dominical 51
Mesa 3 - Hermenêutica e pós-modernidade, novos desafios
para a atual EBD 53

Workshop 1 - Aulas criativas - Alunos motivados - Prof.ª Jocinete 55


Workshop 2 - Desenvolvendo uma metodologia
que gera vida - Prof.ª Joneide 57
Workshop 3 - Mundo Adolescente - Pr. Joelson Lemos 59
Boas-vindas
BEM-VINDO AO
5º SEMINÁRIO DE ESCOLA DOMINICAL

Nesta 5ª edição do Seminário de Escola


Dominical teremos como tema “A Escola Dominical e os
Desafios Contemporâneos”, com base em Romanos 12.1-
7.
Trata-se de um evento de valorização da
educação cristã, com vistas ao aperfeiçoamento
dos nossos obreiros, superintendentes, professores,
aspirantes ao ensino e igreja em geral.
É uma grande alegria tê-lo conosco, para juntos

tão importante do Reino de Deus que é o ensino bíblico.


A nossa oração é que este Seminário seja uma
bênção para a tua vida e para a Igreja do Senhor
Jesus!

PR. SILAS PAULO DE SOUZA


Presidente da Assembleia de Deus de Cuiabá e Região
Apresentação
Tendo em vista o atual contexto em que a
sociedade se encontra e as adversidades enfrentadas
pela Igreja, neste ano o 5º Seminário da Escola
Dominical tem como tema: “A Escola Dominical e os
Desafios Contemporâneos”, com base em Romanos
12.1-7.
Diante da importância da educação cristã para
a defesa do verdadeiro evangelho em mundo que
tenta minar as bases da nossa fé, por meio de antigas

e teologicamente - sobre a relevância da Escola


Dominical para o fortalecimento do povo de Deus.
As exposições irão abranger todas as faixas etárias,
dentro da tradição pentecostal que nos caracteriza
Serão diversas plenárias, mesas e workshops,
ministrados por preletores nacionais e locais, que se
dedicam à área do ensino.
Oramos para que sejam dias especiais de
crescimento e comunhão na presença do Senhor,
na certeza de que teremos dias maravilhosos de
aprendizado e aperfeiçoamento na Palavra de Deus!
Programação

Quarta-feira - 17 de novembro
19h ÀS 21h30
ABERTURA
Dirigente: Pr. Silas Paulo de Souza
Pr. Jair Fernandes

PALESTRA 1 - 19h20 ÀS 20h10


"O PAPEL DA ESCOLA DOMINICAL NA FORMAÇÃO INTEGRAL DO CRISTÃO"
Ev. Eduardo Leite

MESA 1 - 20h20 ÀS 21h20


"OS PROFESSORES DA EBD E A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA"
Ev. Marcos Guimarães e Ev. Rony Rubert
Moderador: Ev. Valmir Nascimento

Quinta-feira - 18 de novembro
19h ÀS 21h30
Dirigente: EBD - SEDE

MESA 2 - 19h20 ÀS 20h20


"A APOLOGÉTICA CRISTÃ NA ESCOLA DOMINICAL"
Ev. Valmir Nascimento e Ev. orlando Júnior
Moderador: Pr. Jonas Pinho

PALESTRA 2 - 20h30 ÀS 21h20


"ADOLESCÊNCIA ONTEM E HOJE"
Pr. Joelson Lemos

Sexta-feira - 19 de novembro
19h ÀS 21h30
Dirigente: EBD - SEDE

PALESTRA 3 - 19h20 ÀS 20h10


"A ESCOLA DOMINICAL COMO MANTENEDORA DA IDENTIDADE PENTECOSTAL"
Pr. Claiton Pommerening

PALESTRA 4 - 20h20 ÀS 21h10


"ADOLESCÊNCIA VISTA DE DENTRO"
Pr. Joelson Lemos
Sábado - 20 de novembro
PERÍODO DA MANHÃ - 9h10 ÀS 11h30

PALESTRA 5 - 9h10 ÀS 10h


"A ESCOLA DOMINICAL E O PERIGO DA AVERSÃO AO CONHECIMENTO"
Pr. Geziel Costa

PALESTRA 6 - 10h10 ÀS 11h30


"O PERFIL DO ENSINO NO SÉCULO XXI"
Pr. Màrcio Klauber Maia

PERÍODO DA TARDE - 14h ÀS 16h30

PALESTRA 7 - 14h10 ÀS 15h10


"A ESCOLA DOMINICAL E OS DESAFIOS IDEOLÓGICOS"
Pr. Claiton Pommerening

MESA 3 - 15h20 ÀS 16h30


"HERMENÊUTICA E PÓS-MODERINADE, NOVOS DESAFIOS PARA A ATUAL EBD"
Ev. Jonas Mendes e Pr. Márcio Klauber Maia
Moderador: Ev. Valdeci do Carmo

Workshop - Manhã e Tarde


PROFESSORES DE CRIANÇAS:

Prof.ª Jocinete

Prof.ª Joneide

PROFESSORES DE ADOLESCENTES:

Pr. Joelson Lemos

Período da Noite - 19h às 21h30


ENCERRAMENTO
Dirigente: Pr. Silas Paulo de Souza e EBD

PALESTRA 8 - "ENSINANDO COM AFETIVIDADE"


Pr. Klauber Maia
O papel da Escola Dominical na
formação integral do cristão
Ev. Eduardo Leite1

Introdução
Todos conhecemos a história da construção da Escola Bíblica dominical, ou
melhor, quase todos. Sabemos ao menos o quanto esforço foi necessário para a que
ela chegasse até nós. Sabemos também que o objetivo geral era a construção de
uma vida cristã regada de princípios bíblicos. Mas, o que encontramos hoje em dia?
As escolas bíblicas dominicais ainda priorizam esse objetivo? O que se quer com
ela? Essas e outras perguntas são necessárias para pensarmos, ponto a ponto uma
escola bíblica dominical que ainda forme um cristão saudável e discípulo de Jesus.
A meu ver, a EBD (Escola Bíblica Dominical) não é apenas mais um encontro
semanal da igreja. Ela é uma agência que conscientiza seus alunos que estes são

disso eles devem ser levados ao engajamento do Reino de Deus, o que de certa
forma os levarão a observarem o mundo a sua volta e agirem como Jesus agiu no
mundo.

I. A consciência histórico-cristã
Conscientizarmos de nossa participação quanto agentes do reino de Deus,
diz respeito a localizarmo-nos no tempo e espaço. Sim, é isso mesmo. Saber onde

consciência histórica cristã. Mas o que o cristão tem a ver com isso?
Não poucas vezes Jesus demonstrou ter consciência de sua participação
quanto agente social na Terra, “Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus
respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a

cumprir”. Mt. 5.17, e parece que não estava muito interessado que nós vivêssemos
alheios às questões inerentes aos homens “Não peço que os tires do mundo, mas
que os livres do mal. [...]. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei

expansão do Reino de Deus, então é inegável que somos agentes sociais ativos.
Bom, não podemos dizer que Jesus nos pediu para vivermos alheios às
questões político-sociais, econômicas, etc... ou seja, às questões que mexem

honestamente para com os que estão de fora, e não necessiteis de coisa alguma.” I

1 Evangelista das Assembleias de Deus em Cuiabá-MT. Possui graduação em História pela Universidade Federal de
Mato Grosso (2010); mestrado em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (2013). Doutorado em História pela
UFMT (2021). Bacharel em Teologia pela FTSA (Faculdade de Teologia Sul Americana) (2016) e pesquisador do Vivarium
Centro Oeste - UFM.

13
missão atrás da bíblia. De fato, existe um chamado para mudarmos a realidade
ajustando-a aos moldes do reino de Deus.
Conscientizarmo-nos disso é antes de tudo parte de um processo maior:
termos consciência do que é ser cristão. Há um sem-número de alunos de escolas
bíblicas dominicais que são alheios às questões que lhes cercam, por diversos
motivos são apáticos ao ambiente local que fazem parte. Um exército de indiferentes
aos problemas sociais, abarrotam as igrejas. A consciência histórica cristã permite
o indivíduo saber e compreender seu papel neste mundo. Nesse sentido, é possível

elevará o índice de uma espiritualidade cristocêntrica.


A nossa situação atual, em termos de espiritualidade cristã, é muito
semelhante à do cego de nascença de que nos fala o evangelho de João (Jo 9,1-
41), antes de reconhecer Jesus como Senhor ou a dos fariseus que não se achavam

da situação denunciada por Amós (5.21-24), fria e impiedosa. A experiência de vinte


séculos de cristianismo não impede que Jesus ainda seja tão desconhecido hoje,
quanto era para muitos naquele tempo. Jesus ainda está a perguntar: “Crês no Filho
do Homem? ” (Jo 9,35). A questão é saber se teríamos a simplicidade do cego para

denúncia contra nós mesmos. A minha hipótese é que: só quando aceitarmos isso,
poderemos recomeçar o processo de crer e reconstruirmos uma espiritualidade
cristã autenticamente evangélica.

II. O que fazer?


Professores devem saber trabalhar com o passado, presente e futuro de forma
a permitir o sujeito localizar-se entre os de sua comunidade (Igreja-local). Os alunos
precisam sentirem-se parte de um todo. Inserir no ensino teológico a terceira pessoa

social mais ampla e que às vezes escapa-nos a compreensão, esses saberes


introduzem os sujeitos em efetivo contato com o mundo que lhe cerca e que é
parte. O cristão cônscio de seu chamado e motivado deverá portar-se como agente
transformador – para o bem – social, para a expansão do Reino de Deus.

numa das igrejas da grande Cuiabá, tinha por certo que minha participação era
dizer a eles o que estava escrito nas lições bíblicas trimestrais publicadas pela CPAD
– Casa Publicadora das Assembleia de Deus. Com dois anos aproximadamente de
vida cristã, estava eu ministrando aulas para adolescentes. Mesmo sem formação
alguma na área de educação, meu entusiasmo valia por tudo. Ok! Mas se quisermos

desenvolvamos padrões de justiça acima do mínimo, nas palavras de Jesus: “Porque

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vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo
nenhum entrareis no reino dos céus” Mt 5.20.
A EBD tem relevante importância na construção dessa consciência
histórica cristã. Se levarmos em consideração sua estrutura organizacional (salas
separadas por idade, professores dispostos a aprender e a ensinar – vocação?),
sua periodicidade, sua diversidade, sua economia e sua motivação, veremos que
se trata de um lugar excelente para a construção da consciência histórico cristã.
Um lugar ímpar para o amadurecimento espiritual. Portanto, não podemos mais
desprezar a EBD.
Não podemos dar atenção a ela como a qualquer outro departamento da
igreja. Não podemos olhar para os cargos professores e superintendentes como se
olhássemos para cargos de menor importância – se é que existe. Se quisermos ter
uma EBD de excelência, temos que dar a ela o tratamento de excelência.
Trata-se de repensarmos a EBD no seu todo. Deixarmos de lado o preconceito
ou o conceito equivocado sobre ela. A EBD precisa ser inclusiva, interessante,
relevante espiritualmente e socialmente. Os professores que nela estão trabalhando
necessitam de formação atualizada e contínua. A administração precisa ser
respeitada e especializada. Não é possível gozar dos efeitos importantes da EBD se
não darmos a ela condições de existência. Não se pode esperar dela alta produção
se não a valorizarmos. Se quisermos uma igreja forte e adulta, então é necessário
investirmos na EBD. Com efeito, é evidente a necessidade de conscientizarmo-nos
de nossa situação quanto seres humanos cristãos. Se quisermos qualidade de vida
cristã teremos que tomar atitudes de mudanças. A EBD é um lugar excelente para
isso ocorrer.

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Adolescência ontem e hoje
Pr. Joelson Lemos1

Deus é perfeito e como ser perfeito que é estabeleceu todas as coisas pelo seu
próprio poder,
Eclesiastes 3:1

“Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”
João Ferreira de Almeida Atualizada

Pensando na porção do texto sagrado acima citado, não podemos


negligenciar o teor organizacional de Deus para toda sua criação, inclusive o

homem, acabei com as coisas de menino”.


A Bíblia sempre nos aponta o caminho do conhecer, ela sempre nos direciona
para a busca do saber fazer, por meio do entendimento e não da experimentação,
mas sim da instrução, o mundo indica que para aprender algo, se faz necessário
a experimentação, porém a bíblia nos indica a instrução. Vemos em nosso dia a
dia, esse movimento sendo realizado por todos nós, pois quem entre nós antes de
adquirir um eletro eletrônico não consulta o manual para saber o que possui de
funções, qual melhor maneira de mantê-lo seguro, etc... ou qual dentre nós, antes
de investir em um automóvel não consulta o manual para saber, quais itens de série,

doente, antes de levar a qualquer lugar, não procura saber se o estabelecimento

atender seu pet?


Cabe então a pergunta, por que em se tratando de Escola Bíblica, pode ser
qualquer um? O famoso cai de paraquedas.
Por que o nível de exigência não é igual ou superior ao dado quando
procuramos um automóvel, eletroeletrônico?

cinco anos, mas para lecionar em nossas Escolas Bíblicas pode ser quem está
“sobrando”?
Somos exigentes com as coisas vis deste mundo, quanto mais com as coisas
de Deus, em especial sua obra, Manoá nos dá um exemplo de zelo pela tarefa
sublime do educar, vamos conferir juntos no livro de Juízes 13. 8, 12.
“Então Manoá suplicou ao Senhor, dizendo: Ah! Senhor meu, rogo-te que o
homem de Deus, que enviaste, venha ter conosco outra vez e nos ensine o que

1 Pastor, Secretário de Educação da UAADERGS – União de Adolescentes da Assembleia de Deus de Porto Alegre/
RG. Acadêmico de Psicologia. Palestrante da CPAD.

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devemos fazer ao menino que há de nascer. “

criar o menino e que fará ele? “


Três perguntas feitas por Manoá que todo professor deve fazer quando um
aluno entra em sua sala de aula.

Antes mesmo do menino nascer ele já tinha as três respostas, Manoá procurou
“Entender, para atender”
Para continuarmos e falarmos sobre adolescência e como educá-los
precisamos voltar ao início do Século XX, quando o conceito de Adolescência
ainda não havia sido cunhado, ou seja, temos uma geração pós-guerra que

negligenciada, ainda que por desinformação, pois a própria infância não tinha seu
reconhecimento como fase do desenvolvimento.
Antes um pouco do século XX, o indivíduo passava diretamente da infância
para a idade adulta, pois na época, havia apenas os termos “juventude” ou
“puberdade”, que correspondiam simplesmente às mudanças físicas, não havendo

Guerra Mundial e o início da segunda, ou seja, entre 1918 e 1939, vemos que o
conceito de adolescência é, portanto, bastante recente.
Significado de adolescência:

vivido nesta etapa da vida, já que vem do latim ad (a, para) e olescer (crescer),
referindo-se, portanto, ao processo de crescimento do indivíduo. O termo deriva
também de adolescer, origem da palavra adoecer, fazendo com que estes

um adoecimento, ou seja, com sofrimentos emocionais, transformações biológicas e


mentais (Outeiral, 2003).
Podemos considerar a puberdade como universalmente semelhante em
termos das transformações físicas e de seu início cronológico (com raríssimas

diretamente pelo ambiente sócio-cultural no qual o indivíduo se insere Blos


(1996:269) e sua idade.

este indivíduo, não obstante ser a adolescência uma fase concreta com seus

situação igual e potencialmente prejudicial para esse indivíduo, pois seu acesso
súbito para vida adulta, também lhe trará cargas sociais que ele não tem condições
de levar, aumentando ainda mais o sofrimento que conforme Knobel (1981) na
obra “Síndrome Normal da Adolescência” deixa claro ser inerente nesse período de
nossas vidas.
“o processo de estabilização da personalidade não se consegue sem passar
por um certo grau de conduta patológica que, conforme o meu critério, devemos
considerar inerente à evolução normal desta etapa da vida” (Knobel, 1981, p.27).
O Educador de adolescentes:
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O mínimo que um educador para adolescência precisa é “Entender para
atender”, os adolescentes precisam da assistência para realizar o processo de

uma vez que eles não consigam ultrapassar a linha que divide ambas as fases,
temos indivíduos que em idade já estão avançados, porém comportamental eles
permanecem retidos na adolescência.
Sem a compreensão do contexto sócio-histórico da adolescência, teremos
uma visão míope da mesma. Muitos líderes quando assumem o ministério com

eles (Líderes) nascidos do século XX e seu público do século XXI, ou seja, método,
professores e alunos de séculos distintos. Como homogeneizar essa tríade? A
solução é estudar, procurando entender “o que” foi feito, “para quem” foi feito
e “quando” foi feito, em relação a adolescência e a partir de então, olhar para
essa geração com a visão do todo, não apenas o que as redes sociais, famílias
desestruturadas, governos sem gestão etc... falam.

Referências:
JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA: Atualizada
OUTEIRAl, J. (2003). Adolescer. Rio de Janeiro: Revinter.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.

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A Escola Dominical como mantenedora
da identidade pentecostal
Claiton Ivan Pommerening1

“Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós”. 2Tm 1.14

modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu


amor”. Jo 15.10

A Escola Dominical é um espaço de aprendizagem que prioriza o estudo


da Bíblia, tendo como principal enfoque a vida cristã prática. Para alcançar este
objetivo lança mão da Teologia Pentecostal explicada de forma simples e clara aos
seus alunos. Essa sistemática de ensino tem sido a principal causa das Assembleias
de Deus no Brasil conseguirem manter uma hegemonia doutrinária e conseguirem
ter, ainda que com alguns percalços, uma identidade pentecostal.
Claro que nas identidades, tanto de pessoas quanto de instituições, não
existem somente características positivas, também estão embutidas algumas falhas
e problemas, e tudo pode se cristalizar com a tradição, neste sentido, é preciso
sempre de novo aplicar um dos preceitos da Reforma Protestante: “Igreja reformada,

pensar a identidade Assembleiana a partir da EBD, fortalecendo o que é bom e


transformando o que requer mudança.
1. O que é identidade

comportamento hegemônico de um grupo, o desenrolar da vida no âmbito cristão


ou fora dele, acontece na esfera social, no espaço público, nos lugares onde as mais

outras. A existência humana acontece num cruzamento de ideologias marcadas


pelo espírito de época, fruto do quadro social, político, econômico e religioso que

2. Fatores que podem influenciar negativamente a identidade

crescimento da teologia reformada, do cessacionismo, do neopentecostalismo,

1 Doutor e Mestre em Teologia. Graduação em Teologia e em Ciências Contábeis, especialização em Teologia e


Bíblia. Atualmente é diretor da Faculdade Refidim e do Colégio Evangélico Pr. Manoel G. Miranda. Editor da Azusa Revista
de Estudos Pentecostais e editor executivo da Revista REPAS - Rede de Estudos Assembleianos. Membro fundador da RAE -
Rede Assembleiana de Ensino. Escritor e articulista da CPAD. Pastor auxiliar na Assembleia de Deus em Joinville (SC). E-mail:
claiton@ceeduc.edu.br.

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do neoanti-intelectualismo, do fundamentalismo religioso, do tradicionalismo, da
institucionalização e tantos outros, mas aqui nos deteremos em apenas alguns.
2.1 As doutrinas calvinistas
O calvinismo é um ramo da igreja cristã muito piedoso e aplicado aos estudos
bíblicos e teológicos, entretanto algumas ideias centrais deste modelo teológico
estão em confronto com as ideias pentecostais e são irreconciliáveis. Neste sentido,
deve-se respeitar o que eles pensam, livre de atitudes combativas ou beligerantes,
mas ensinar corretamente as verdades pentecostais, tão belamente esboçadas na
Declaração de Fé lançada pela Editora CPAD (SILVA, 2017). Este perigo é presente

organização sistemática das doutrinas calvinistas, pois geralmente não veem esta
organização em sua igreja.
2.2 O anti-intelectualismo
Como a membresia das ADs era, no início, majoritariamente de pessoas
com pouca instrução, se estabeleceu a cultura e o sentimento de inferioridade em
relação a pessoas cultas ou letradas em alguns de seus membros. Mais de 100 anos
se passaram, a membresia da igreja teve acesso a formação acadêmica variada
e em boa medida superou o preconceito. Mas pelo fato de a cultura do sentimento
de inferioridade não ter sido vencida completamente por alguns, e porque muitas
pessoas letradas não se portam como alguém que, tendo mais conhecimento,
precisam ter responsabilidade e humildade com o conhecimento que adquiriu,
podem criar-se antagonismos. Em contrapartida, existe também um preconceito
de muitas pessoas de menos instrução que não admitem a condição de letramento
daqueles que buscaram formação.

que estuda Teologia naturalmente terá uma evolução intelectual maior do que o
restante da membresia no conhecimento de Deus, e se tal evolução for vista como
ameaça e não como contribuição para a maturidade espiritual da igreja, todo o
trabalho estará sendo em vão. Crescer em graça e conhecimento é o curso natural
da vida, o problema não está no crescimento, mas na estagnação e na paralização
do mesmo.
2.3 O neopentecostalismo

a uma teologia séria e relevante, que tenha seu espaço e acolhida na igreja e

tem sido o mínimo de preparo que muitos líderes têm tido, o que é bom, porém a
teologia acadêmica é a que previne contra desvios doutrinários. Somente esta sabe
argumentar com clareza diante dos subliminares apelos, disfarces e nuances que a
Teologia da prosperidade impõe.
O Neopentecostalismo trabalha com forte ênfase no Antigo Testamento,
em detrimento do Novo Testamento e do Evangelho, alegoriza o texto bíblico e se

3. Identidades a serem mantidas

existência. É constantemente deixar que as nossas vidas, de modo individual, e a


vida da igreja como um todo, sejam continuamente confrontadas com a verdade

22
do evangelho, única identidade digna de ser preservada. Uma verdade que nos

dos nossos erros e nos convoca a uma constante renúncia e abandono de toda e
qualquer prática que fere os princípios éticos que Deus requer do seu povo.
3.1 Incentivo às experiências pentecostais
Como consequência direta do calvinismo, surge o cessacionismo, fazendo

as manifestações extáticas da experiência pentecostal. Em nome da ordem no culto


e para evitar meninices e bizarrices, que devem ser combatidas mesmo, usam-se
argumentos que inibem qualquer demonstração de êxtase ou experiência que possa
acontecer no culto ou fora dele. Se engessarmos a liberdade do Espírito Santo nada
sobrará da vivacidade do pentecostalismo. Isso é indicativo de que na EBD pode-se

No livro de João 3.8, Jesus diz “o vento sopra onde quer, ouves a sua voz,
mas não sabes donde vem, nem para onde vai, assim é todo que é nascido do
Espírito”, dando-nos a entender que o Espírito Santo é incontrolável, imprevisível,
seus direcionamentos não podem ser calculados e transpassam a inteligibilidade
humana, mas ao mesmo tempo age em simbiose com a inteligência humana.
3.2 A importância do estudo bíblico
A leitura bíblica pentecostal não é feita somente com pressupostos racionais,
mas com equilíbrio desde sempre foi efetuada na dinâmica da experiência com
o Espírito Santo, neste sentido, cabe deixar que o Espírito Santo leve o coração do
crente e da comunidade ao quebrantamento diante de suas verdades, bem como
ao conforto, tão peculiar à pessoa do Espírito Santo, pois o Sola Scriptura não
existiria sem a iluminação e inspiração do Solus Spiritu Sanctus
2017, p. 46-59), pois o Espírito Santo, sendo Deus, é maior do que a escritura, mas
ambos são maiores do que a experiência.
3.3 Profundidade teológica nas pregações e ensinos.
Com todo o acesso à teologia que temos hoje não cabe mais a desculpa
de que muita gente não considera uma instrução bem elaborada como sendo
da parte de Deus. O acesso e facilidade com que hoje se tem à Teologia deveria
servir de incentivo aos líderes e pastores de promoverem um amplo acesso à uma
teologia pentecostal. Isso levaria à ensinos e pregações melhor fundamentados
nas escrituras e consequentemente geraria um melhor aproveitamento por
parte do povo. A educação teológica deve ser vista com seriedade, pois sua
pouca importância permite a ascensão dos teólogos cessacionistas, liberais e
tradicionalistas, que geram atraso para o crescimento saudável do movimento
pentecostal.
CONCLUSÃO
A preservação da identidade pentecostal tem resultados abrangentes entre
os crentes, pois a marca principal da Assembleia de Deus foi a democratização do
Espírito, conferindo novo sentido de existência, todos sentem-se autorizados a falar,
porque é o Espírito quem fala por todos, consequentemente, o senso de relevância
pessoal na sociedade preenche a existência de cada um.
Assim, cabe à educação proporcionada nas classes de EBD preservarem e
incentivarem as boas condutas da identidade pentecostal, permitindo que as novas

23
gerações sigam o legado deixado por esta igreja que incluiu milhões de pessoas
no Reino de Deus. Isso sem esquecer as novas dinâmicas sociais e espirituais que
exigem novos modelos contextualizados de ser igreja.

Refrências:

SILVA, Esequias Soares da. Declaração de fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

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Adolescência vista de dentro
Pr. Joelson Lemos1

Entender a adolescência nos seus três estágios torna nossa tarefa de ensiná-

analisar um marco de cada estágio para elucidarmos o que estamos abordando.


Vamos lá, bem-vindos adolescência.
Primeiro Estágio – Adolescência Inicial
Nela o indivíduo está vindo da Infância, as questões motora e sensoriais
já estão bem estabelecidas, porém é agora que junto a entrada na fase ocorre
também o período púbere, conjunto de características de quem se encontra no
período de puberdade, na qual ocorre o desenvolvimento dos caracteres sexuais

O aluno adolescente inicial, chega em nossas classes com a visão do adulto


ainda um pouco infantilizada, ou seja, ainda existe a percepção do adulto como a

essa percepção mudará subitamente, pois com a carga hormonal advinda da


puberdade, suas habilidades cognitivas também se aceleram e aprimoram-se

até então existia, não ocorre por mera função natural, as relações com a primeira
estrutura organizada de sociedade (Sua Família), lhe servirão de base para
compreensão de quem e onde ele é, e onde está no momento.
Compreender o processo de luto que está ocorrendo neste momento é
fundamental, pois a ciência de que o corpo não é mais infantil, os olhares não são
mais para alguém com um comportamento infantil e por esse motivo a proteção
também não é a mesma dada a ele em sua infância, o farão perder totalmente
qualquer parâmetro social que até o momento ele tinha como estrutura, chamamos
esse processo de tríplice Luto.
O Tríplice Luto:
Para que a adolescência inicial possa ter seu start, é necessário estar
concretizado o período de latência, ainda na vida infantil, que corresponda a uma
espécie de preparação do ego para as transformações pulsionais que verão a
ocorrer em seguida. Assim, o desenvolvimento das funções do ego levará a uma
resistência maior a regressão e desintegração, ou seja, a maior capacidade de
defender sua integridade de maneira autônoma.
Esse fortalecimento do ego vai permitir que o adolescente enfrente uma séria
de perdas, com consequente aquisição de novos referenciais.
Perdas no Tríplice Luto:
A primeira perda que o adolescente precisa assimilar é a mudança em relação
“corpo infantil” para seu novo “corpo adolescente”, que corpo é esse? Agora, o

1 Pastor, Secretário de Educação da UAADERGS – União de Adolescentes da Assembleia de Deus de Porto Alegre/
RG. Acadêmico de Psicologia. Palestrante da CPAD.

25
corpo sensório motor, está doendo, me fazendo sentir coisas que não entendo,
dizem que é desajustado, dorme de um jeito e acorda de outro etc...
A auto-imagem que o adolescente inicial tem dele mesmo é impressa pelos
que o cercam. Fora da infância, a adolescência é o período que mais aumentamos

adolescência além de temos os outros percebendo por nós, sentimos a dor física
desse crescimento em nós mesmos.
Como aprender? Seja o conteúdo que for, se o indivíduo está em sofrimento

A próxima perda, também tem uma implicação direta na resiliência adquirida


pelo aparelhamento do ego, estou falando da “identidade infantil” que ele agora
deixará para assumir sua nova “identidade adolescente”.
Falar de identidade é referenciar diretamente quem o sujeito representa.

brusca do mundo adulto sobre o iniciante adolescente. Imagine que, nos primeiros
onze anos de nossa vida o que desenvolvemos foi, se não, a identidade de sermos

os direitos, tudo que nos situa no mundo e está baseado na identidade infantil que
aprendemos operar durante todo esse período, então com que direito o mundo
adulto (através de falas como “você não é mais uma criança”), arranca desse
adolescente toda sua história? Nosso maior erro está em justamente fazer isso e,
como se fosse um ato sádico, irônico, dizemos que a adolescência é o período de
busca de identidade, mas pergunto, quem arranca a identidade do adolescente
quando ele ingressa no estágio inicial? Não é o adulto?
Bem, você agora deve estar se perguntando, o que fazer? Simples, não
arranque a identidade antiga, faça um Upgrade (Atualização), para nova identidade,
explicando que agora, ele precisa atualizar seu Status (Condição), ele não subiu
de nível, pois nenhuma fase é maior que a outra, ambas as três são igualmente
importantes, ele, porém trocou de nível.

estou falando da perda dos “pais da infância”, é isso mesmo! Agora, toda proteção

ele passa de protegido para exigido e a forma pela qual os pais realizarem esse
processo, conduzirá como ele buscará sua independência.

Pois bem, o próximo estágio nos responde, veremos agora o segundo estágio da
adolescência, a chamada adolescência média.
Segundo Estágio – Adolescência Média
É agora que o seguinte pensamento “o que eu penso que sou”, “o que os outros
pensam que sou”, “o que eu penso, que os outros pesam que sou”. Knobel (1981),
surge.
No estágio inicial, três questões precisam ser resolvidas, pois são elas que
respondem as três questões acima, propostas por Knobel. Primeiramente, o
adolescente precisa aprender a lidar com o novo corpo, operar sua nova identidade
e sentir-se protegido. Esse estágio também é conhecido como “período dos grupos”,

26
lhe ensinar a lidar com as transformações do seu corpo, o grupo que lhe der uma

grupo cristão) ou uma metamorfose ambulante (conforme os grupos do mundo se


denominam) O grupo vai determinar o que eu penso que os outros pensam que eu
sou, ou seja, o quanto eles me protegem, vai nortear minha sensação de segurança
dentro do grupo, no caso de um grupo cristão, a cobertura espiritual do grupo, vai
tratar toda insegurança na vida desse adolescente, pois o Deus que tudo pode
é quem os protege, mas se for um grupo do mundo, as inseguranças por conta de
escolhas erradas e desaprovação social, só aumentará a frequência com que

verdadeira.
Chegamos a o terceiro e último estágio da adolescência, chamado de

Espero que até aqui o Espírito Santo já o tenha trazido luz a respeito da
adolescência dos seus alunos, e o quanto precisamos “Entender, para atender”.
Terceiro Estágio – Adolescência Final
Agora o adolescente já passou por todos os processos existenciais básicos,
porém está estabelecido em um grupo que já vimos ser muito importante para
sua formação, pois bem, a função deste estágio é aparelhar o adolescente para
o ingresso na próxima fase, o mundo adulto. Entrar no mundo adulto sem as
ferramentas básicas é suicídio social, por esse motivo, que é agora onde vamos
trabalhar a tríade cognitiva.
Tríade Cognitiva:
A vida adulta esta pautada em três pilares, sem os quais ninguém consegue

não entramos na vida adulta. O adolescente ao entrar nesse estágio avança


cognitivamente ao ponto de desenvolver sua maturidade ponderando situações

agora precisa ser trabalhado sua independência do grupo, pois ele precisará criar
seu próprio grupo futuramente, ao casar-se, e com as responsabilidades sociais

ele próprio precisa ter a satisfação e sentir a dignidade de receber o seu próprio
recurso, possibilitando seu sustento de forma autônoma.
Resumo
A adolescência é a fase da assistência, como o cérebro do adolescente não

ações que são pertencentes ao mundo adulto, porém o seu cérebro em formação
precisa ser treinado, a Bíblia em Deuteronômio 6.6 em diante, vai evidenciar muito
isso, quando nos aconselha a “inculcar” do original no Grego, abrir a cabeça e
colocar dentro.
Porém precisamos aprender como fazer isso, e o método é “Entender, para
atender”, os adolescentes na grande maioria das vezes não eram por negligência,

27
mas por falta de assistência.

Referências:
JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA: Atualizada
OUTEIRAl, J. (2003). Adolescer. Rio de Janeiro: Revinter.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.

28
A Escola Dominical e o perigo
da aversão ao conhecimento
Geziel Silva Costa1

devemos considerar as objeções que existiram. O Escolasticismo, que tem origem


no Luteranismo, tornou a interpretação bíblica dogmática, rígida e exigindo
conformidade intelectual inferiorizando a experiência pentecostal e a importância do
mover do Espírito Santo.2
O PIETISMO
organizou grupos de estudos (collegia pietatis) e sugeriu uma reforma teológica,
para ele os estudantes deveriam sair da universidade diplomas de piedade, não
com diploma demostrando intelectualidade. As universidades deveriam serem
3

disseminando o individualismo e o Anti-intelectualismo. O Movimento Pentecostal


foi atingido por estes ideais, como também as igrejas de Santidade, os Nazarenos e
Assembleia de Deus.4
CHARLES FOX PARHAM, que frequentou a Escola Teológica fundada por Frank
Sandfor, cujo o nome da escola teológica era: “O Espírito Santo e Nós”. O ensino
da escola era a leitura da Bíblia somente, e o professor era o Espírito Santo. Era
contra todo o intelectualismo e também era anti-academicista. Parham fundou
uma escola similar com 40 alunos, enfatizando também que somente a Bíblia era
5
Embora o pentecostalismo tenha surgido em um ambiente teológico, o
Anti-intelectualismo estava presente. Até para os cristãos que falavam línguas, a
glossolalia habilitaria tais cristãos para as missões sem depender de um estudo da
língua e da cultura. Mesmo negando todo preparo teológico o trabalho da rua Azuza
foi amplamente conhecido.
JONH WESLEY lutou contra o racionalismo e o envolvimento politico da igreja
anglicana. A racionalidade da igreja anglicana promoveu a frieza espiritual e o
desprezo pelos dons e movimento do Espírito Santo. Wesley, Charles seu irmão e

por apenas pessoas acadêmicas.6

1 É pastor da Assembleia de Deus no Setor- Jardim Guanabara, Cuiabá/MT. É Mestre em Teologia, Pedagogo e
escritor.
2 RIVERA, Dário Paulo Barrera. Tradição, transmissão e emoção religiosa: sociológica do protestantismo
contemporâneo na América Latina. São Paulo: Olho D’água, 2010. p.141
3 SPENER, Phillip Jacob. Pra Desideria. Curitiba/São Bernardo do Campo: Encontrão/Ciências da Religião,
1996.p.109
4 OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã: 2000 anos de Tradição e Reformas. São Paulo: Vida,2001. p.503
5 CURRIS, Hennetha; LANG, Stphem J; PETERSON Randy. Os 100 acontecimentos mais importantes da história do
cristianismo: do incêndio de Roma ao crescimento da igreja na China. São Paulo, SP; Editora Vida, 2003.p.174
6 WALTER, Williston. História da Igreja Crista. Rio de Janeiro e São Paulo: Juerp/Aste, 1983.p.201

29
O ANTI-INTELECTUALISMO NA SEGUNDA ONDA AVIVALISTA
1-Peter Cartwright (1785-1872). Com grande destaque no movimento
pentecostal Americano, era contrário à seminários, escolas e toda a formação
teológica e intelectual. Acreditava que Deus agia na vida do leigo e não na vida do
7

2-Charles Finney (1792-1875). Apesar de um bom jurista, era contrário a


formação teológica no pentecostalismo. Ele não admirava a ignorância dos leigos,
mais os resultados da evangelização deles. Como Cartwright, era contra o sermão
escrito.8
3-Dwight L. Moody (1837-1899). Apesar de ter um seminário (Moody Bible
Institute) era anti-intelectualista, contra o simbolismo bíblico e as linguagens

Bíblia não era para ser entendida toda.9 Praticamente todo cristão que se diz anti-

ideias contra a formação teológica em textos como 1Co que fala sobre a “sabedoria
deste mundo”. Ou que o conhecimento produz orgulho (cap. 8) interpretam que “a

sem instruções, e que Jesus ocultou a Palavra aos sábios e entendidos... com a
unção do Espírito não é necessário que ninguém vos ensine (1Jo 2.27).10

A PROPOSTA DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NÃO VEIO DOS SUECOS


Apesar de Gunnar Vingren e outros missionários suecos serem teólogos, não
veio deles o projeto educacional teológico. Assim como Parham, os missionários

evangelização e toda a obra divina. Para os leigos, negros e mulheres, pregarem,


ensinarem ou terem uma liderança, era uma oportunidade, tende em vista que na
sociedade eram desprezados, na igreja ocupavam espaços e possuíam esta honra.
Anders Johansson, que esteve na rua Azuza, levou o pentecostalismo para a Suécia
em, 1906. Pethrus que se dizia a favor dos estudos seculares, todavia era contrário
aos seminários teológicos.11
Segundo informações de Ozean Gomes12 não era prioridade imediata a
implantação de seminários teológicos no Brasil porque:
• 1 - Falta de recursos (professores e materiais)
primeiros anos não recebiam salários)
• 3 - Analfabetismo brasileiro
• 4 - Falta de tempo dos obreiros (trabalhavam quase integral, dia e noite)
• 5 - As investidas das igrejas históricas contra o pentecostalismo (as igrejas
históricas tinham formação teológicas mais se manifestavam contrários aos dons e
ao movimento espiritual).
• 6 - A mentalidade apocalíptica afetou a educação teológica.

7 NANEZ, Rick. Pentecostal de Coração e Mente. São Paulo. Editora Vida, 2007p.168ss.
8 NANEZ, 2007p.171
9 NANEZ, 2001.p.176
10 NANEZ, 2007.p.62,7ss
11 PETHRUS, Lewi. A vida e obra do Missionário Sueco que expandiu a Mensagem Pentecostal no Brasil e no
Mundo. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.p.264
12 GOMES, José Ozean. Educação Teológica no pentecostalismo brasileiro. Fonte Editorial. São Paulo, 2013p.50

30
A HERANÇA ANTI-INTELECTUAL DA ASSEMBLEIA DE DEUS
Embora Vingren fosse formado em teologia, de acordo com Freston13 não
despertou interesses em fundar instituições teológicas no Brasil porque:
1. O Luteranismo caminhava de braços abertos com o Estado.
2. A Educação teológica no luteranismo era privilegiada
3. O liberalismo teológico era prejudicial ao pentecostalismo
4. No brasil o analfabetismo era intenso 75% da população14
5. Educação superior direito de classes abastadas.
Nos primeiros anos de fundação da AD, pensar de fato em seminários, era
complexo, devido à pobreza, os missionários tinham pouco sustento, os pastores
brasileiros tralhavam de dia, não tinham tempo para estudar. As tensões das igrejas
históricas contra o movimento pentecostal também afetaram o desenvolvimento
teológico. Também a mentalidade apocalíptica evitava os estudos teológicos. Os
missionários falavam contra os estudos teológicos. As publicações no mensageiro
da paz, desencorajava a implantação de institutos teológicos.15
Os missionários suecos estiveram na frente da liderança da igreja de 1911-
1930. Portanto 19 anos. Vingren, o que mais de destacou. Depois Samuel Nystron,

16

. Convenção de Natal 5 a 4 novembro 1930. Após este fato, surge as


17

primeiras discussões sobre o ensino teológico. De 16 a 23 de maio de 1943 na 4ª

Sequentemente os treinamentos de líderes começaram a partir das escolas


bíblicas. O modelo de Educação Teológica de escolas bíblicas, pelo pastor Nikolai
Fredrik Severin Gwndtvig na Dinamarca em 1844, depois copiado pela Noruega em
1864, e na Suécia 1868 e Finlândia 188318.
O contexto social educacional da Suécia, a grande maioria dos membros em
1920 (26 mil membros) tinham apenas o ensino médio. No Brasil não era diferente.
Lewi Petrus – Tomou Aversão ao ensino teológico formal por uma discussão
com o Anders Petri Framklin, líder da missão sueca, que defendia a estruturação
das missões, bom como uma estrutura teológica formal avançada. Petrus defendia
apenas cursos rápidos e se opôs ao ensino teológica formal. Até escreveu contra os
estudos acadêmicos na sua obra “o pregador e sua formação”.

ao chegarem em solo brasileiro estabeleceram instituições de ensino diferente da


mentalidade sueca. Os dois missionários americanos que fomentaram a educação
teológica foram Nels Lawrence Olson (chegou 1938) e Jonh Peter Kolenda (1939). No
início da década de 40, começaram um curso por correspondência. Mesmo contra a

13 FRESTON, Paul. Protestantes e políticas no brasil: da Constituinte ao Impeachment. Campinas SP. Tese de
doutorado IFCH -Unicamp 1993.p.73
14 Ghiraldelli JR, Paulo. Introdução à Educação Escolar Brasileira; História, Política e Filosofia da Educação. [versão
prévia] 2001.p.21
15 KESLLER, Gustavo. O batismo no Espírito é bíblico e necessário. “Mensageiro da paz” fevereiro de 1950. In
MESQUITA, Antônio Pereira de (ed). Artigos Históricos Mensageiros da paz Vol.2 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.p.45
16 DANIEL, Silas. História das Convenções Gerais das Assembleia de Deus no Brasil. Rio de Janeiro, CPAD. 2014
17 ALENCAR, Gedeon. Assembleia de Deus. Origem, Implantação e Militância (1911-1946) São Paulo Arte Editorial
2010.
18 ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Roi de Janeiro; CPAD, 2007. p.282

31
resistência lutaram até fundar o Instituto Bíblico em São Paulo19.
João Kolenda e Ruth Doris Lemos, sete anos de luta depois de sua chegada ao
Brasil, conseguiram fundar o IBAD em 1958. Na década de 60. O ensino da formação
teológica volta à pauta da convenção geral. Macalão discorda dizendo que seria
“perigoso” porque a muita sabedoria esfria o obreiro20.
Kolenda sugeriu um curso bíblico por correspondência e a leitura de livros
indicados. Vigil Smith 1946 propôs que Kolenda arrecadasse fundos para a compra
de um terreno para a construção do instituto.
Na convenção de Natal em 1948 as falas de
Leonard Petterson – aprender com Jesus
Eugênio Pires – Capacitados por Jesus
Gustav Nordlund – Não afastar da Bíblia
Franscisco Pereira Nascimento – Não cair no formalismo
Nels Nelson – A igreja metodista esfriou

Impossibilitaram a criação de institutos bíblicos, bem como as falas de


liderança quando escreviam que os discípulos de Jesus eram indoutos, pescadores
e carpinteiros e foram chamados por Jesus que capacita. Ou que o melhor
seminário é a joelhologia, pois teólogo são secos, vazios do Espírito Santo . A CPAD
teve papel fundamental na Educação Teológica. Aos poucos com as publicações

Santo na interpretação dos textos bíblicos foi esmaecendo.

Referências:
ALENCAR, Gedeon. Assembleia de Deus. Origem, Implantação e Militância (1911-1946) São Paulo Arte
Editorial 2010.
ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal
BRENDA, Albert W. Ouvi um recado do céu
Os 100 acontecimentos mais importantes da
história do cristianismo: do incêndio de Roma ao crescimento da igreja na China
Vida, 2003.
DANIEL, Silas. História das Convenções Gerais das Assembleia de Deus no Brasil. Rio de Janeiro, CPAD.
2014
FRESTON, Paul. Protestantes e políticas no brasil: da Constituinte ao Impeachment. Campinas SP. Tese
de doutorado IFCH -Unicamp 1993
Ghiraldelli JR, Paulo. Introdução à Educação Escolar Brasileira; História, Política e Filosofia da Educação.
[versão prévia] 2001
GOMES, José Ozean. Educação Teológica no pentecostalismo brasileiro. Fonte Editorial. São Paulo, 2013
KESLLER, Gustavo. O batismo no Espírito é bíblico e necessário. “Mensageiro da paz” fevereiro de 1950.

CPAD, 2004
Pentecostal de Coração e Mente. São Paulo. Editora Vida, 2007
OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã: 2000 anos de Tradição e Reformas. São Paulo: Vida,2001.
PETHRUS, Lewi. A vida e obra do Missionário Sueco que expandiu a Mensagem Pentecostal no Brasil e no
Mundo. Rio de Janeiro: CPAD, 2004
RIVERA, Dário Paulo Barrera. Tradição, transmissão e emoção religiosa: sociológica do protestantismo
contemporâneo na América Latina. São Paulo: Olho D’água, 2010.

19 BRENDA, Albert W. Ouvi um recado do céu: Biografia de J.P.Kolenda. Rio de Janeiro: CPAD,1984. p.118
20 DANIEL, Silas. História das Convenções Gerais das Assembleia de Deus no Brasil. Rio de Janeiro, CPAD.
2014.p.194

32
SPENER, Phillip Jacob. Pra Desideria
Religião, 1996.
WALTER, Williston. História da Igreja Crista

33
34
Pr. Márcio Klauber Maia1

Quais as competências e habilidades necessárias para alunos e professores


para o ensino atual

Introdução
O ensino de Jesus era poderoso e produzia impacto na vida das pessoas. Ele

19.47,48 NVI) e maravilhado com o seu ensino (Mt 7.28,29 NVI). A admiração das
pessoas não era pela oratória de Jesus, mas porque ele aplicava a Palavra de Deus
à vida dos ouvintes, entendendo suas dores, necessidades e anseios.
À mulher samaritana Ele revelou a sua condição de casamentos destruídos,
mas ofereceu um relacionamento com um Deus onipresente, que nunca a
abandonaria. Mas para isso Jesus soube atrair a atenção da aluna, gerar desejo em
aprender e motivar a uma mudança de vida e atitude. Na Escola Dominical também
queremos alunos que aprendam e experimentem uma mudança de vida.
Todas as mudanças que ocorreram no cenário da educação nesse período de
pandemia do coronavírus, revelaram com maior ênfase a necessidade de utilização
de tecnologias educacionais e de práticas e metodologias educacionais que
promovam engajamento e participação mais efetiva dos alunos. Para resultados
melhores, precisamos adotar métodos melhores.
Alunos protagonistas no processo de aprendizagem
O psiquiatra norte americano William Glasser (1925 – 2013) apresentou a
Pirâmide de Aprendizagem, na qual faz uma representação dos índices de retenção
das informações que os alunos recebem, de acordo com os sentidos envolvidos e as
atividades que realizam. Segundo a teoria, a média de retenção das informações é a

ensinamos aos outros.


O que podemos aprender com essa representação é que devemos incluir no
planejamento das nossas aulas atividades que serão realizadas pelos alunos, que
envolvam o aluno de forma integral. Através dessas atividades podemos promover
uma participação mais ativa, tirando os alunos de uma posição de receptores

os alunos realizam, mais aprendem. Precisamos motivar os alunos a serem

1 Márcio Klauber Maia é ministro do evangelho, bacharel em Teologia, MBA em Gestão Escolar, professor
do CETADEB - Centro Educacional Teológico das Assembleias de Deus no Brasil e da ESTEADEB – Escola Teológica das
Assembleias de Deus no Brasil em Natal/RN, Capelão Escolar no Centro Educacional AgnusDei e responsável pelo canal
EBDweb no YouTube e o perfil EBD Transformadora no Instagram. É autor dos livros O Caminho do Adorador (CPAD) e O
Que Nunca te Contaram sobre o Namoro (Santorini). É casado e pai de quatro filhas.

35
protagonistas no processo de aprendizagem.

ou que o aluno deve ser paparicado e nunca deve ser contrariado ou reprovado.

participação ativa na construção do seu próprio aprendizado. O papel do professor


é conscientizar o aluno e criar os meios para que isso aconteça.
Para que o protagonismo do aluno aconteça o professor NÃO DEVE:
1) Transmitir o conteúdo, sem se preocupar em despertar a curiosidade e

2) Preocupar-se apenas em apresentar o currículo e cumprir com a tarefa de

4) Planejar aulas expositivas, sem dar ao aluno a oportunidade de questionar,


debater e produzir conteúdo a partir de trabalho coletivo e colaborativo entre os

5) Ser “bonzinho” com o aluno, nunca questionando ou avaliando o que o aluno


realmente aprendeu.
O aluno protagonista é aquele que:
1) Entende que o aprendizado não está limitado à sala de aula nem à

2) Sabe que é o principal responsável pelo seu desenvolvimento e age com

4) Desenvolve a capacidade de questionar, pesquisar, investigar, analisar e

5) Adquire autonomia, podendo gerenciar suas atividades, escolher o local


e o momento de estudo individual fora da sala de aula e a forma de colaboração e
cooperação com os seus colegas, no seu tempo e no seu ritmo.
O professor pode ajudar o aluno a se tornar protagonista do seu processo de

apontam caminhos por onde se pode chegar a camadas mais profundas do


conhecimento. Através das perguntas o aluno conversa com o texto, com o outro e

o aluno a pesquisar. Desperte no aluno a curiosidade e o prazer de descobrir coisas

questões adequadas para uma boa pesquisa. Planeje atividades que exijam essas
habilidades.
O professor como mediador
O professor não deve se apresentar como aquele que detém o conteúdo, mas
o que facilita a construção do conhecimento. Não deve exercer o papel de instrutor,
mas de mediador. Mediar é facilitar o processo de construção de novos saberes,

36
orientando o aluno, a partir de suas experiências, motivando o desejo de aprender e

O professor mediador deve transformar a sala de aula em um ambiente


colaborativo, no qual os alunos possam aprender uns com os outros, através
das relações sociais, tendo o professor como guia, que fornece as ferramentas
adequadas para que o desenvolvimento cognitivo ocorra da forma mais apropriada.
Precisamos entender que o aluno constrói o conhecimento e que o papel do
professor é intermediar a relação entre o aluno e o saber.
As informações estão disponíveis para todos, em todos os lugares,
principalmente através da Internet. Essas informações, entretanto, nem sempre são

mediador, dois papéis principais: motivador e facilitador. O professor motivador


deve despertar o potencial, elogiar o esforço e estimular curiosidade de cada
aluno, gerando o interesse na construção de saberes. O professor facilitador deve
criar condições favoráveis para a aprendizagem, de cada um e de todos, apoiando
o desenvolvimento de seus alunos. Ele deve ter um planejamento adequado, criar
um espaço organizado, proporcionar um ambiente favorável, onde o aluno tenha
autonomia e realize atividades criativas e orientadas para seu desenvolvimento
cognitivo.

com mais autonomia, está subestimando a capacidade criativa e produtiva que


cada aluno tem. Como professor mediador:
1) Ajude a desenvolver a autoestima do aluno com atividades que valorizem

4) Transforme cada erro em um momento de aprendizado e motivação.


O planejamento de uma aula deve sempre incluir atividades pedagógicas,
que promovam a participação ativa dos alunos. Essas atividades precisam ser

objetivos da aula.
Algumas observações importantes para o planejamento dessas atividades:

idade, a escolaridade, o número de alunos na classe, o conhecimento que os alunos

c) Programe as atividades de acordo com o tempo disponível. A aula deve ter

Deixe os alunos realizarem as atividades, mas mantenha o foco e a orientação da


aula.
Conclusão
A necessidade de mudanças e adaptação exige que os professores e alunos

37
que enfrentamos. Cada tempo, cada momento da história e cada geração exige

guerreiros habilidosos e momentos de paz exigem pessoas com outras habilidades.


A Bíblia diz: “Tendo, pois, Davi servido ao propósito de Deus em sua geração,
adormeceu” (At 13.36 NVI). Davi foi um grande conquistador e suas habilidades
foram importantes para o seu tempo e sua geração. As habilidades exigidas dos

que exigem habilidades e competências próprias desse momento. Precisamos


entender essas necessidades e desenvolver as competências que atendam as
demandas de hoje.

38
A Escola Dominical

Claiton Ivan Pommerening1

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus

altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o


entendimento à obediência de Cristo.” 2Co 10.4,5

vós batizados em nome de Paulo?” 1Co 1.12-13

Todo ser humano desenvolve pensamentos e ideias a partir daquilo que foi
sendo adquirido pela educação dos pais, da escola, dos amigos, da sociedade
e da igreja, e que regem e orientam a vida no sentido da tomada de decisões, de

ideias e ideais sobre a vida e toda a sua complexidade.

e considera que o seu modo de vida é o único que estaria correto, podendo impô-
las de tal forma que possa usar até mesmo a agressividade para tentar convencer
alguém, nesse sentido, seus pensamentos e ideias transformaram-se em ideologia
prejudicial.
Ideologia é tudo aquilo que se pensa sobre um assunto como sendo algo que
tem uma completude redentora em si. Se torna prejudicial quando é defendida de
forma patológica, daí se transformando em um ídolo, porque procura substituir a
centralidade do universo em Deus numa ideia, pessoa ou coisa. Se alguém defende

da ideologia do outro, possivelmente está incorrendo em idolatria. É nesse ponto


que as ideologias podem gerar violência, quando se transformam em fanatismo e
fundamentalismo.
As ideologias são um conjunto de princípios, que contam uma história que

que alguém ou algum grupo desempenhará o papel do messias, conduzindo a um

1 Doutor e Mestre em Teologia. Graduação em Teologia e em Ciências Contábeis, especialização em Teologia e


Bíblia. Atualmente é diretor da Faculdade Refidim e do Colégio Evangélico Pr. Manoel G. Miranda. Editor da Azusa Revista
de Estudos Pentecostais e editor executivo da Revista REPAS - Rede de Estudos Assembleianos. Membro fundador da RAE -
Rede Assembleiana de Ensino. Escritor e articulista da CPAD. Pastor auxiliar na Assembleia de Deus em Joinville (SC). E-mail:
claiton@ceeduc.edu.br.

39
1. A ideologia é a idolatria do pensamento.

quando o diabo tentou Adão e Eva ele disse: "Porque Deus sabe que no dia em que
dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e

imposta ao casal, que uma ideia (conhecer o bem e o mal) poderia sobrepujar a
harmonia existente no paraíso, tornando-se assim mais importante e melhor do que
aquilo que Deus havia feito.
Portanto, conhecer o bem e o mal tornou-se uma idolatria, mais importante do
que a comunhão que o casal tinha com Deus. A idolatria é a adoração prestada a

por alguma coisa ou pessoa, uma paixão exagerada por algo ou por uma ideologia.
A ideologia sempre é uma parte retirada do todo, portanto fragmentária e
descolada da realidade, mas que se defende a todo custo. Por ser retirada do todo,
e vista como sendo o todo, se torna um ídolo e carrega propostas de salvação.
Toda ideologia acaba sendo uma espécie de religiosidade e promete uma espécie
de salvação aqui na terra em detrimento da salvação pela graça, impondo a
salvação pelo fanatismo, pela revolução e pela violência. A ideologia criada pelo
diabo na queda foi uma narrativa soteriológica redentora, no sentido de o diabo
criar um problema que não havia e dar uma falsa solução salvadora para o homem:
“conhecer o bem e o mal”.
Criar um problema, que muitas vezes nem existe, e apresentar uma solução
falsa, como o diabo fez, está presente em todas as ideologias, por isso elas são
fragmentárias da verdade completa. A ideologia é uma imitação da religião
verdadeira e traz conforto àqueles que nunca tiveram uma fé genuína, pois a

complexos. Se alguém se opõe a este sistema de pensamento é considerado um


herege.

dentre tantas outras: a ideologia reacionária quer reviver o idealismo e o paraíso


idílico (que nunca houve) no passado mítico, por isso precisa ser contra o

quer construir um futuro utópico impossível de ser alcançado, por isso precisa ser
contra o conservadorismo, pois a tradição atrapalha. Ao evidenciar suas fraquezas

fraquezas para que se torne evidente que elas não conseguem dar conta da
complexidade da vida, da sociedade e da política.
Todos nós temos um pouco de ideologia, quando não nos esforçamos para

adoramos, daí reside o problema das ideologias. Entretanto, não é possível não ter
nenhuma ideologia, o problema é como nós tratamos com ela e a organizamos em
relação ao Evangelho.
2. Entender Lei e Evangelho nos livra das ideologias
Assim como Lei e Evangelho são coisas distintas, embora complementares,
é preciso separar igreja do estado, como Martinho Lutero escreveu em seu livro
Os dois Reinos. Segundo Lutero, Deus é o soberano do mundo inteiro e governa de

40
duas formas: o mundo secular por meio da Lei (força) e o Reino espiritual através do
Evangelho (graça), sem intromissão de um reino no outro.
Lutero proibiu que cristãos permitissem que governantes temporais
se intrometessem em seus corações em assuntos de fé declarando que "se
você se entregar a ele e deixá-lo levar embora sua fé e seus livros, você terá
verdadeiramente negado a Deus". "[...] se ele invadir o domínio espiritual e
constranger a consciência, sobre a qual apenas Deus deve presidir e governar, não
devemos obedecer de forma nenhuma, mesmo à custa de nossos pescoços."
Se queremos fazer do reino do mundo o Reino de Deus transformamos as
coisas do mundo em ídolos. Constantino fez isso quando cristianizou a Europa,
e o papado o fez durante um longo tempo quando esteve mancomunado com
imperadores e quando ungia os reis. É o Reino de Deus que deve invadir o reino do
mundo e transformá-lo através da prática da justiça, da misericórdia e da alegria

18.36), por isso, as ideologias são tentativas de transformar o Reino de Deus numa
caricatura muito inferiorizada em relação à realidade plena do Reino de Deus.
3. O Evangelho e as ideologias
O evangelho é incomparavelmente superior às ideologias. Ele está acima

Evangelho, ou vice-versa, é reducionista ao Evangelho. Aquilo que as ideologias


possam ter de bom lhes é emprestado do Evangelho, inverter esta ordem é idolatrar
as ideologias e desfazer a completude do Evangelho.
A postura do cristão diante das ideologias é submetê-las ao senhorio de Cristo,
ao crivo de sua Palavra e à subserviência ao Evangelho, de outra forma, as igrejas
serão engodadas e engolidas pelas ideologias, pois elas têm um alto poder de
atratividade e encantamento. “Porque aparecerão falsos profetas e falsos messias,
que farão milagres e maravilhas para enganar, se possível, até o povo escolhido de
Deus.” (Mc 13.22)
4. Possíveis soluções ao enfrentamento das ideologias
A Escola Dominical poderá ser o principal espaço de orientação e
transformação da igreja no sentido de deixar se orientar pelo Evangelho e
abandonar as fraquezas das ideologias, através do discernimento correto delas e do
exercício da compaixão.
4.1 O discernimento dos tempos não é feito por hipócritas (Lc 12.56)
As ideologias geralmente precisam de um messias para guiar seus adeptos
ou ao passado idílico ou ao futuro utópico. Ambos, tanto o passado quanto o

que não é adepto da ideologia professada é caracterizado como sendo do mal,


numa constante bipolaridade e dualismo, geralmente falsamente criado, para
apocalipticamente e apoteóticamente convencerem muita gente.
As ideologias, para conseguirem gerar o efeito desejado por seus propositores,
lançam mão do fenômeno da pós-verdade, esta demonstra a credibilidade e a força
que as teorias da conspiração assumiram nos últimos tempos, em que as verdades
são misturadas com meias verdades, mentiras, ilações, calúnias e difamações para
que as mentes e os sentidos sejam cativados para a guerra ideológica. Foi isso que

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4.2 A compaixão como cura para as paixões ideológicas e para o Brasil.
O ambiente de guerra ideológica contínua, onde obrigatoriamente o cristão

realidades se transformam em raiva e ódio, até mesmo nos ambientes familiares, o


que vai gerando mais sofrimento e dor, criando um ciclo vicioso no qual as pessoas
se encontram presas.
A solução para isso se encontra no modelo de espiritualidade de Jesus
demonstrado nos Evangelhos. Nele vemos Jesus sentindo compaixão dos
sofredores, dos doentes, dos pobres, das crianças e todos os que sofriam, inclusive
dos que impetravam sofrimento sobre os outros. Por isso, Ele chorou na morte de

que fazem”. (Lc 23.34).


Portanto, para vencer neste mundo perdido que gera tanto sofrimento e dor
e para não sermos engodados por ideologias é necessário ter a mesma postura

sofrimento daqueles à sua volta. A comunicação dele com os outros era baseada no
desejo de entender o sofrimento e compreender o outro e não de julgar moralmente
ou provar que Ele estava certo em alguma coisa. Para amar é preciso compreender,
quem compreende sente compaixão. A compaixão nos livra de nos enredarmos com
julgamentos morais e com a raiva em relação ao pensamento contrário que o outro
apresenta. (HANH, 2017).
CONCLUSÃO
A Bíblia é o registro da intervenção de Deus na história para salvar seu povo,

Cabe salientar Paulo que, acostumado a lidar com ideologias antagônicas ao


Evangelho, adverte que, “ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie
outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” (Gl 1.8). E
ainda, aconselha a levar cativo todo entendimento à obediência de Cristo (2Co
10.5). Dessa forma, poderemos entender a nós mesmos e o mundo que nos cerca e,
misericordiosamente, exercer a compaixão de Jesus.

Referências:
HANH, Thich Nhat. A arte de se comunicar. São Paulo: Editora Vozes, 2017.

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Ensinando com Afetividade
Pr. Márcio Klauber Maia1

Introdução
Jesus realmente se importava com os seus alunos. Sua mensagem era
importante, mas o relacionamento com os alunos estava em primeiro lugar. Até
porque, ninguém recebe a mensagem se, primeiro, não receber o mensageiro.

respondeu: “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e
de todo o seu entendimento.” Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo,
semelhante a este, é: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.” (Mt 22.37-
39 NVI). Ele estava nos ensinando que o princípio maior da mensagem do evangelho
é o fortalecimento de relações sólidas, duradouras e íntimas, com Deus e com os
homens.
O livro de Provérbios nos recomenda: “Procura conhecer o estado das tuas

das ovelhas para representar o cuidado, a orientação e a proteção que as pessoas


necessitam receber de seus líderes e orientadores. O salmista mostra o cuidado de
Deus, quando tirou Israel da escravidão do Egito e “fez com que o seu povo saísse
como ovelhas e os guiou pelo deserto, como a um rebanho” (Sl 78.52).
A palavra hebraica traduzida por “estado” também pode ser traduzida por face
ou semblante. Fala de procurar entender o estado mental e emocional, de conhecer
as pessoas. Você já se perguntou por que aparece a imagem do nosso rosto

emoções e disposição.

de cada um, podemos transformar sua realidade, despertando dons e talentos

oportunidade, oferecendo suporte e acolhendo cada um, individualmente.

Ponha o coração, ame, seja vulnerável, tenha empatia, se envolva emocionalmente


com os alunos. Olhe nos olhos, dê atenção, seja receptivo, valorize a participação
e comemore as conquistas de cada um. Ao planejar as aulas e atividades, não
devemos fazer pensando no conteúdo, mas nas características e necessidades dos

1 Márcio Klauber Maia é ministro do evangelho, bacharel em Teologia, MBA em Gestão Escolar, professor
do CETADEB - Centro Educacional Teológico das Assembleias de Deus no Brasil e da ESTEADEB – Escola Teológica das
Assembleias de Deus no Brasil em Natal/RN, Capelão Escolar no Centro Educacional AgnusDei e responsável pelo canal
EBDweb no YouTube e o perfil EBD Transformadora no Instagram. É autor dos livros O Caminho do Adorador (CPAD) e O
Que Nunca te Contaram sobre o Namoro (Santorini). É casado e pai de quatro filhas.

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nossos alunos e em como eles podem ser motivados a aprender aquele conteúdo.
Uma aula afetiva
Uma aula afetiva é aquela que fortalece as interações sociais, os vínculos
que afetam a relação entre o aluno e o professor e os alunos, entre si. É, portanto,
uma aula onde o aluno se sente valorizado como pessoa, que tem respeitada sua
fala e seus sentimentos. Em uma aula afetiva deve haver elogios e palavras de
carinho. Pode haver, também, abraços e palmas, mas não é somente isso. É uma
relação de respeito mútuo e consideração. O professor que valoriza o aluno oferece
acolhimento, uma escuta atenciosa, espaço para que o aluno expresse seus
sentimentos e ideias. É quando existe um ambiente que incentiva o diálogo e faz
com que o aluno perceba que é importante e valorizado nesse ambiente.

maior motivação para aprender. Para oferecer afetividade o professor não precisa
ser o melhor amigo de cada aluno, mas permitir a troca de experiências, a liberdade
de expressão e despertar no aluno a alegria de participar da aula, sem medo de
errar, mas com vontade de aprender.
Devemos enxergar o aluno como uma pessoa, com sentimentos e
personalidade, que foi salva por Deus (que investiu o mais alto preço em sua

alcançar maturidade espiritual. O aluno precisa enxergar o professor como o seu


mentor espiritual, que tem grande dedicação e satisfação em acompanhar o seu
desenvolvimento espiritual.
A afetividade no processo de desenvolvimento da aprendizagem, envolve
o acreditar que o aluno é capaz de se tornar uma pessoa mais independente na
resolução de problemas na sala de aula e na vida e mais participativo, interagindo
com o meio social que vive. Logo, o papel do professor não é apenas repassar
informações, mas ajudar o aluno a tomar consciência de si, dos outros, da
sociedade em que se vive e entender qual o seu papel dentro dela. Aprender a se
aceitar como pessoa e aceitar o outro com suas qualidades e defeitos.
A prática de vida autêntica o ensino

perceber que estamos praticando as lições que ensinamos. Devemos viver em


verdade e integridade, para que o caráter de Cristo seja apresentado ao mundo
através de cristãos praticantes, que buscam imitar a Jesus e viver conforme a sua
palavra. Professores dispostos a ensinar o que a Bíblia diz e viver conforme o que
ensinam.
Jesus criticou os professores de sua época, dizendo: “Os mestres da lei e

pratiquem tudo que eles dizem e obedeçam-lhes, mas não sigam seu exemplo, pois
eles não fazem o que ensinam” (Mt 23.2,3 NVT). Aqueles mestres se guiavam pelo
ditado: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” e isso não funciona como
método pedagógico. É a prática dos ensinamentos que dá autoridade ao professor
para ensinar.
Os ouvintes de Jesus percebiam que Ele “ensinava com verdadeira autoridade,
diferentemente dos mestres da lei” (Mt 7.29 NVT), porque viam quem Ele era.
Ninguém pode dizer que é cristão se não pratica o que Jesus ensinou. E ninguém

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convidou para sermos seus alunos, recomendou: “aprendam de mim, pois sou
manso e humilde de coração” (Mt 11.29 NVI). Ele estava dizendo que era manso, por
isso podia ensinar sobre mansidão.
Competências socioemocionais no ensino
Precisamos aprender a tratar os outros com o devido respeito e amabilidade,
sendo tolerantes e sabendo apreciar as diferenças entre nós. Desenvolver a
empatia, aprendendo a ouvir atentamente e se comunicar de maneira clara e
objetiva. Também precisamos compreender o outro e os seus sentimentos. Pergunte

com as reações do outro?


Competências socioemocionais são habilidades que desenvolvemos para
lidar com nossas emoções durante as situações diárias e estão ligadas à nossa
capacidade de conhecer, conviver, pensar, sentir, decidir e agir. Essas competências
vão nos ajudar a ter boa interação com as pessoas e o nosso entorno, sendo
amigáveis, sociáveis e sermos cooperativos com as outras pessoas.
Elas podem ser observadas nos nossos comportamentos ou atitudes para se
relacionar conosco mesmo e com os outros, estabelecer objetivos, tomar decisões
e a nossa ação e reação frente a estímulos de ordem pessoal e social. Deus nos
deu orientações para a nossa formação como seres integrais e, portanto, essas
orientações são para a nossa vida espiritual e, também, emocional, ética e social.
O desenvolvimento dessas competências começa com cada pessoa, tendo
consciência de suas emoções e sentimentos, reconhecendo seus limites e buscando

possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18).
Esse autocontrole nos ajudará a sermos consistentes nas reações emocionais,
sem variações bruscas de humor. A Bíblia fala sobre uma das características do
fruto de Espírito que é a temperança ou domínio próprio (Gl 5.22), que é muito

atenção e concentração, e isso vai ajudar nos mecanismos de aprendizagem.

ansiedade vai experimentar queda nos níveis de atenção e concentração e perda no


desenvolvimento da aprendizagem.
As emoções também desempenham papel importante na motivação do aluno

aumentando a facilidade na aquisição do conhecimento.


A aprendizagem envolve esse conjunto de estímulos que compreende
memória, atenção, interesse, desejo, motivação, entre outros fatores, e precisamos
levar isso em consideração para o processo de aprendizagem dos nossos alunos.
Precisamos criar um ambiente emocionalmente favorável em nossas aulas,

estimulados.

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Ensinar e amar
Precisamos ajudar o aluno a aplicar as verdades em sua vida, a partir do
que aprendeu. Mas ele será conduzido a essa prática se perceber que o professor
realmente se importa com ele. O professor demonstra que se importa com o aluno
quando oferece apoio, acolhimento, valorização e inspiração.

de Maria (Jo 19.27). Ele restaura a fé de Tomé, que não estava presente no primeiro
encontro (Jo 20.24-29) e resgata a liderança de Pedro, depois que ele o negou (Jo
21.15-17).

não como membros de uma turma ou um número em um diário de classe, pois


valorizamos cada um, independente de quantos são.

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Os professores da EBD e a
sociedade contemporânea
Marcos Guimarães e Rony Rubert
Moderador: Valmir Nascimento

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na Escola Dominical
Valmir Nascimento e Orlando Júnior
Moderador: Pr. Jonas Pinho

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Jonas Mendes e Márcio Klauber Maia
Moderador: Valdeci do Carmo

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Aulas criativas - Alunos
motivados
Prof.ª Jocinete Amorim

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Desenvolvendo uma
metodologia que gera vida
Prof.ª Joneide

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Mundo Adolescente
Pr. Joelson Lemos

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