Será porque têm uma experiência mística, porque acreditam na autoridade da Igreja, porque
encontram vestígios….
Teísmo:
. Omnipotente: sumamente poderosa. Pode fazer tudo o que logicamente se pode fazer.
- Moralmente perfeita. Tudo o que deseja é bom. Há, no entanto, coisas boas que implicam
aceitar menos boas. Talvez isso acontece segundo a perspetiva teísta.
- Criadora. De todo o Universo com tudo o que ela contém. Criou tudo o que é espácio-
temporal.
- As divindades teístas são pessoas. Pessoa é diferente de ser humano. Pessoa tem estados
mentais, caraterísticas psicológicas. Não espécie humana. É uma divindade pessoal. Tem
estados psicológicos. Tem quereres, desejos, conhecimento de coisas.
Para nós Deus é o Deus teísta. A questão que colocamos é se existe um Deus com estas 6
caraterísticas.
. O cosmológico;
. O ontológico;
. O argumento do mal. Defende que Deus não é compatível com a existência do mal gratuito
no mundo.
Afirma que todas as coisas foram causadas por qualquer coisa que lhes é anterior. Não há nada
que tenha simplesmente irrompido e começado a existir sem ter uma causa.
Porque sabemos que o universo existe, podemos seguramente presumir que toda uma série
de causas e efeitos produziram o universo tal como é hoje.
Como trata de informação sobre como funciona o mundo, é um arg. aposteriori. Argumento
empirico.
Dentro dos argumentos cosmológicos, uns partem da ideia de que o universo nem sempre
existiu, outros da ideia de que existiu sempre.
Parte da ideia de que umas coisas são causadas por outras para depois concluir que tem de
existir uma causa que é a causa de todas as causas. A causa 1ª-
Premissa 1 : Tudo o que existe no mundo tem de ter 1 causa. (premissa aposteriori pq só
olhando para o mundo vejo que está sujeito à causalidade).
Premissa 2: Se tudo tem uma causa segue-se que o universo tb tem de ter uma causa (dado
que o universo é algo que existe no mundo).
Premissa 4: Se a cadeia causal não regride infinitamente tem de existir uma 1ª causa.
Deus é incausado logo a causa de tudo para o qual não conhecemos a causa.
Dificuldades
Se tudo tem uma causa, Deus também terá de ter uma causa. Ou então será a causa de si
mesmo. Logo seria a causa da sua geração. Mas se sempre existiu porque precisaria de se
gerar? Existiria antes da sua geração.
Então?
Outra dificuldade que podemos colocar é a de que garantias temos que o universo não é
incriado e eterno?
O facto da nossa perceção do mundo assentar na causalidade, daí não se segue que haja uma
causa 1ª.
A premissa três parece cometer a falácia do falso dilema. Apresenta apenas duas opções para
explicar as coisas que existem no mundo quando podemos pensar em mais possibilidades
relevantes. Não poderíamos, a título de exemplo, propor várias primeiras causas diferentes?
Assim, a conclusão (5) já não seria que há apenas uma primeira causa.
Por outras palavras, se S. Tomás de Aquino queria concluir que há apenas uma causa primeira
teria de explicar porque razão a possibilidade de haver várias primeiras causas não é plausível.
S. Tomás de Aquino argumenta que se não existe uma primeira causa, também não existe
qualquer cadeia causal e nada existiria, ou seja, deixaria de haver tudo o que é causado por
essa causa primeira. Por isso, conclui que as cadeias causais não podem regredir
infinitamente, como se lê na premissa 4. Porém, há aqui um problema. Por definição, uma
cadeia causal que regride infinitamente não tem uma primeira causa. Portanto, é falso que,
se retirássemos a causa primeira (ou seja, se esta não existir), a cadeia causal e tudo o que
existe no mundo deixaria de existir.
Objeção à conclusão 5: não implica o Deus teísta
Por fim, em relação à conclusão 5, mesmo que se possa concluir que existe uma causa, nada
garante que essa causa seja o Deus teísta. Ou seja. A primeira causa da cadeia causal não
precisa de ter todos os atributos tradicionais do teísmo, como a omnipotência, a omnisciência,
ou a suma bondade.
Analisa por ti mesmo se poderá haver uma boa resposta para estas objeções-
Tarefa
“Se o mundo e o universo têm um início primeiro, alguma coisa tem claramente de ser
postulada para dar conta desta origem do mundo e do movimento. O que surge de novo
tem de ter origem em alguma coisa inovadora, dado que nada se faz a si próprio vir da
potência ao ato, ou do não ser ao ser”.
S. Tomás de Aquino
Embora S. Tomás de Aquino tenha enunciado três versões do arg, cosmológico, ficando ao
critério do professor enveredar por uma delas, aí vai a 2ª
- “Se um universo requer um Deus para explicar a sua existência, o que explica a existência do
próprio Deus? Da mesma maneira, ou Deus existiu desde sempre ou apenas apareceu ou
então deve ter tido uma causa. No entanto, é tão implausível pensar que Deus sempre existiu
ou que tenha simplesmente surgido, como pensar que também foi assim com o universo. O
próprio raciocínio que nos leva a propor um deus como causa do universo deve levar-nos a
propor um supra deus como causa de Deus. E, claro, o supradeus também precisa de uma
causa, o supradeus e assim infinitamente. Portanto, seja quais forem as voltas que dermos, o
que obtemos no fim é igualmente implausível. É tão implausível um deus incausado, e é tao
incrível uma série infinita de causas como uma série infinita de deuses.”
ARGUMENTO TELEOLÓGICO
Não fundamenta a existência de Deus a partir da criação do Universo mas a partir da sua
finalidade.
Deus justifica o fim do Universo. Se o Universo existe, existe por uma razão especial, não por
mero acaso.
Muitas coisas no universo revelam ordem e desígnio e funcionam segundo essa ordem. Como
é o caso da cadeira, cujo desígnio é servir para alguém se sentar.
Como a analogia do relógio. Alguém vê um relógio. O plausível é assumir que foi criado por
alguém. O relógio tem partes, partes que encaixam umas nas outras, funções específicas e um
criador.
O olho também tem partes, que encaixam umas nas outras, funções específicas. O olho e as
suas partes também tiveram de ter um criador.
Se todas as coisas na natureza tem finalidade, também o Universo tem a sua finalidade ou
desígnio. Uma coisa sem inteligência necessita de um Ser que o oriente.
“ Vemos que as coisas sem inteligência, como os corpos naturais, atuam tendo em vista uma
finalidade, e isto é evidente, a partir do facto de atuarem sempre, ou quase sempre, da
mesma maneira, de modo a obter o melhor resultado. . Assim, é óbvio que não é
fortuitamente mas antes como desígnio, que atingem as suas finalidades. Ora, o que não tem
inteligência não pode direcionar-se a uma finalidade, a menos que seja direcionada por um ser
dotado de conhecimento e inteligência, como a flecha é disparada para o alvo pelo arqueiro.
Logo, existe um ser inteligente por meio do qual todas as coisas naturais são direcionadas
para as suas finalidades; e é a este ser que chamamos Deus.
Darwin considera que os seres são o que são por necessidade de adaptação. (Evolução das
espécies (evolucionismo)
Para Darwin somos resultado de uma evolução. Os filósofos que vão dentro desta linha
defendem este argumento mas designando-o como Argumento do Ajuste Perfeito.
Argumento ontológico
Isto porque se Deus não existisse ou se apenas existisse no pensamento ou na realidade, não
seria aquele ser maior do que o qual nada pode ser pensado.
Na premissa 2 afirma-se que se Deus só existisse como entidade mental (e não na realidade),
poderíamos conceber um ser mais perfeito do que Deus.
E porquê?
Porque dessa forma poderíamos conceber um ser que, para além de existir enquanto
pensamento, também existiria na realidade.
Na premissa 3 advoga-se que não se pode conceber um ser mais perfeito do que Deus.
Porquê? Porque estamos a partir da definição de Deus como “o ser maior do qual nada pode
ser pensado”. Assim, afirmar que Deus é o ser maior do qual nada pode ser pensado é afirmar
Deus como o ser maximamente perfeito, ou seja, o ser com todas as qualidades
( omnipotência, omnisciência, suma bondade, entre outras).
Aceitando-se estas premissas, terá de se aceitar a conclusão de que Deus existe na realidade
dado que o argumento é logicamente válido.
Esta critica foi apresentada por um monge contemporâneo de Sto Anselmo, chamado Gaunilo.
Gaunilo definiu “ilha perfeita” como ”uma ilha maior do que a qual nada pode ser pensado” e
conclui, pelas mesmas razões de Anselmo, que essa ilha existe na realidade.
Objeção 2
Pode verificar-se um problema na 2 premissa do argumento.
Uma das razões a favor dessa premissa assenta na ideia de que existir na realidade torna algo
mais perfeito do que existir apenas no pensamento.
Contra esta ideia, Kant defende que a existência não é um verdadeiro predicado.