As obras Lusíadas e Mensagem compartilham semelhanças como uma visão mística e missionária da história de Portugal, mas diferem no tom e foco. Enquanto Lusíadas é uma épicas histórica, Mensagem é mais abstrata e interpretativa, focando na essência do povo português e sua necessidade de cumprir uma missão futura. Ambas usam heróis como D. Sebastião para simbolizar valores, mas de forma diferente.
As obras Lusíadas e Mensagem compartilham semelhanças como uma visão mística e missionária da história de Portugal, mas diferem no tom e foco. Enquanto Lusíadas é uma épicas histórica, Mensagem é mais abstrata e interpretativa, focando na essência do povo português e sua necessidade de cumprir uma missão futura. Ambas usam heróis como D. Sebastião para simbolizar valores, mas de forma diferente.
As obras Lusíadas e Mensagem compartilham semelhanças como uma visão mística e missionária da história de Portugal, mas diferem no tom e foco. Enquanto Lusíadas é uma épicas histórica, Mensagem é mais abstrata e interpretativa, focando na essência do povo português e sua necessidade de cumprir uma missão futura. Ambas usam heróis como D. Sebastião para simbolizar valores, mas de forma diferente.
Trabalho realizado por: André Simões e Natacha Silva
Introdução
“A Mensagem é algo mais, muito mais, que uma
mera viagem temporal e espacial pela mitologia, pré-história e história de Portugal. É essencialmente uma viagem pelo mundo labiríntico dos mistérios e dos enigmas e dos símbolos e dos signos secretos, em demanda da verdade.” Relação intertextual Lusíadas narrativa épica que analisa acontecimentos futuros.
Mensagem Poema épico-lírico. Portugal está “mal” e
precisa de uma nova força anímica (época de decadência)
Povo Português Sujeito de acção heróica.
Camões Perpetuação dos heróis. Pessoa Descobre a pré-destinação. “Novo heroísmo”. Relação intertextual Semelhanças:
۰ Concepção mística e missionária da história portuguesa,
preocupação arquitectónica: ambas obedecem a um plano cuidadosamente elaborado, o reverso da vitória são as lágrimas e o sofrimento. Relação intertextual Diferenças:
۰ Os Lusíadas foram compostos no início do processo de
dissolução do império e Mensagem publicada na fase terminal de dissolução do império;
۰ Os Lusíadas têm um carácter predominantemente
narrativo e pouco abstracto, enquanto que Mensagem tem um carácter menos narrativo e mais interpretativo e cerebral;
۰ Nos Lusíadas o Adamastor é sinónimo de lágrimas e
mortes, sofrimento e audácia que as navegações exigiram, enquanto que na Mensagem simboliza os medos e terrores vencidos pela ousadia; Relação intertextual Diferenças:
۰ Nos Lusíadas o tema é o real, o histórico, o factual (os
acontecimentos, os lugares), na Mensagem o tema é a essência de Portugal e a necessidade de cumprir uma missão;
۰ Para Camões os deuses olímpicos regem os acidentes e
as peripécias do real quotidiano, para Pessoa os deuses são superados pelo destino, que é força abstracta e inexorável; Relação intertextual Diferenças:
۰ Nos Lusíadas os heróis são pessoas com limitações
próprias da condição humana, mesmo se ajudados nos sonhos pela intervenção divina cristã ou pelos deuses do Olimpo, em Mensagem os heróis são mitificados e encarnam valores simbólicos, assumindo proporções gigantescas;
۰ Lusíadas: narrativa comentada da história de Portugal,
Mensagem: metafísica do ser português; Lusíadas: heróis e mitos que narram as grandezas passadas. Mensagem: heróis e mitos que exaltam as façanhas do passado em função de um desesperado apelo para grandezas futuras. Os Lusíadas: A Mensagem
o Homens reais com o Heróis mitificados,
dimensões heróicas carregando mas verosímeis; dimensões simbólicas o Heróis de carne e osso, bravos mas o Heróis individuais nunca infalíveis; exemplares (símbolos) o Herói colectivo: o povo português o Virtudes e manhas Os Lusíadas: A Mensagem:
o D. Sebastião (rei o D. Sebastião mito “loucura
menino) a quem Os sadia” Lusíadas são o Sonho, ambição (D. dedicados; “tenro e Sebastião é a última figura novo ramo” da história a ser mencionada, como se se quisesse dizer que Portugal mergulhou, depois do seu desaparecimento num longo período de letargia) Relação intertextual
Em ambas as obras há uma referência muito especial a D.
Sebastião Modelo a seguir Corajoso jovem Batalhador trazia esperança Exemplo visto como um herói
Defensor da pátria
Exemplo a seguir Relação intertextual
A atitude heróica é importante parar aproximação de
deus, mas o herói não pode esquecer que o poder baseado na justiça, na lealdade, na coragem, e no respeito é mais valioso do que o poder exercido violentamente pelo conquistador – a opção clara pelo poder espiritual, pelo poder moral, pelos valores… Relação intertextual Na mensagem a voz narrativa da épica tradicional dá, constantemente, lugar a voz lírica, num discurso analítico – critico, que reflecte sobre o passado heróico de conquistas, vibrando com o espírito do povo português, e expressa a visão e as emoções do “eu” face ao acontecer histórico, muitas vezes num tom profético. Os poemas, em geral breves, apresentam uma linguagem metafórica e musical, bastante sugestiva, com frases curtas, apelativas e, frequentemente, aforísticas, onde abundam a pontuação expressiva e as perguntas retóricas. Símbolos e Mitos Camões vê Portugal como cabeça da Europa; Fernando Pessoa valoriza o seu papel na civilização ocidental ao coloca-lo como o rosto “ com que fita” o mundo (“O dos Castelos”);
O épico fala dos heróis que construíram e alargaram o
Império Português, para que a sua memória não seja esquecida, enquanto Pessoa escolhe aquelas figuras históricas predestinadas a essa construção imperial mas, através delas, procura simbolizar a essência do ser português que acredita no sonho e se mostra capaz da utopia para a realização de grandes feitos; Símbolos e Mitos N´Os Lusíadas há a viagem à Índia; Na Mensagem temos a avaliação do esforço, considerando que a gloria advêm da grandeza da alma humana, apesar das vidas perdidas e toda a espécie de sacrifícios dos nautas mas também de mães, filhos e noivas;
A fantasmagoria do Adamastor mostra que o homem
tem de superar-se para ultrapassar os problemas com que depara, enquanto o Mostrengo permite contrapor o medo com a coragem que permite que o homem ultrapasse os limites; Símbolos e Mitos
Camões fala do Ulisses e de outros mitos, mas Pessoa
mostra a importância do mito como um nada capaz de gerar os impulsos necessários á construções da realidade (“Ulisses”); Os mitos permitem a Pessoa fazer a apologia da sua missão profética. Pessoa considera-se investido no cargo de anunciador do Quinto Império.