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Cronos Reia
Hades Perséfone
Epítetos e etimologia
Nome grego Transliteração Grafia latina Significado
Άιδης Άδης Haidês, Hadês Hades O Invisível
Αιδης
Aidês, Aidôneus Ades, Aidoneus O Invisível
Αιδωνευς
Edoneu - Uma forma variante de Aïdês. (Hom. Il. v. 190, xx. 61.)
Ctônio - Tem o mesmo significado que Ctônia, e por isso é aplicado para os
deuses do mundo inferior, ou das sombras (Hom. II. ix. 457; Hesíod. Op. 435;
Orph. Hymn. 17. 3, 69. 2, Argon. 973), e aos seres que são considerados
como nascidos da terra. (Apolodoro iii. 4. § 1; Apolon. Rod. iv. 1398.) É
também usado no sentido de "deuses do lugar", ou "divindades nativas".
(Apolon. Rod. iv. 1322.)[18]
Eubuleu - Eubuleu ocorre também como um sobrenome de várias divindades,
e descreve-as como deuses do bom conselho, como Hades e Dioniso.(Schol.
ad Nicandro. Alex. 14; Hin. Órf. 71. 3; Macrob. Sat. i. 18; Plat. Simpós. vii. 9.)[18]
Éubulo - Este nome ocorre como um sobrenome de várias divindades que
eram consideradas autores de bons conselhos, ou como bem-dispostos
embora, quando aplicado a Hades é, como Eubuleu, um mero eufemismo.
(Hin. Órf. 17. 12, 29. 6, 55. 3.)[18]
Isódetes - de deô, o deus que trata a todos igualmente, é usado como
sobrenome de Hades para expressar sua imparcialidade. (Hesíq. s. v.), e
Apolo. (Bekker, Anecdot. p. 267.)[18]
Plutão - foi inicialmente usado como epíteto de Hades, deus do mundo inferior
e, posteriormente, usado como seu próprio nome. Neste último sentido ocorre
a primeira vez em o doador da riqueza, em um primeiro apelido de Hades, o
deus do mundo inferior e, posteriormente, também utilizada como o nome
verdadeiro do deus. No último sentido que ocorre pela primeira vez
em Eurípides.(Herc. Fur. 1104 ; comp. Lucian, Tim. 21.)[18]
Polidegmo ou Polidectes - ou seja, "aquele que recebe muitos", ocorre como
um sobrenome de Hades. (Hom. Hin. in Cer. 431; Ésq. Prom. 153.)[18]
Mais comuns eufemismos para Hades
Nome Transcrição
Transliteração Grafia latina Significado
grego lusófona
A Riqueza
Πλουτων Ploutōn Pluto Plutão
(ploutos)
Ζευς Zeus do
Zeus Khthonos Zeus Cthonius Zeus Ctônio
Χθονος Submundo
Θεων Deus do
Theōn Khthonos Theon Chthonius Teão Ctônio
Χθονος Submundo
Epítetos mais usados por Homero
Transcrição
Nome grego Transliteração Grafia latina Significado
lusófona
Soberano de
Пολυσημαντων Polysēmantōr Polysemantor Polisemantor
Muitos
Hospedeiro de
Пολυδεγμων Polydegmōn Polydegmon Pilidegmo
Muitos
Epítetos usados em poesias e tragédias
Transcrição
Nome grego Transliteração Grafia latina Significado
lusófona
Hospedeiro de
Пολυξενος Polyxenos Polyxenus Polixeno
Muitos
Recebedor dos
Νεκροδεγμων Nekrodegmōn Necrodegmon Necrodegmo
Mortos
Νεκρων Salvador dos
Nekrōn Sōtēr Necron Soter Nécron Sóter
Σωτηρ Mortos
Culto
Bastante disseminado era o culto a Hades, tanto entre gregos quanto, depois, pelos
romanos (na variante de Plutão).[12] Brandão diz contudo que "as inscrições mostram que
mesmo assim era muito pouco cultuado na Terra, possuindo, com certeza, apenas um
templo em Elêusis e outro menor em Élis, que era aberto somente uma vez por ano e por
um único sacerdote".[19]
Entretanto, era tão temido que seu nome não era pronunciado, senão raramente. Vigorava
o temor de, nomeando-o, atrair-lhe a cólera. Preferiam, assim, referirem-se a ele por meio
de eufemismos, como Plutão — "o rico", em razão das riquezas advindas dos
subterrâneos (daí ser representado por uma cornucópia com tesouros).[2] Dentre
os epítetos com os quais era referido, encontram-se em Homero (Ilíada 9, 457) os
seguintes: "o Forte", "o Invencível" e o já mencionado "Zeus do Inferno".[20]
Na Grécia, seus mais importantes templos ficavam em Pilos, Atenas, Olímpia e Élida.
Neste povo dedicavam ao deus o narciso, o cipreste e o buxo.[12] O templo de Pilos era
uma construção magnífica e, próximo ao rio Corelo, na Beócia, possuía um altar que, por
razões místicas, era partilhado com Atena.[21]
Em Roma, um grande festival ocorria em fevereiro - as februationes - que durava doze
noites.[12] Também era chamado Carístia, uma vez que as oblações eram feitas à morte.
[21]
Nele eram sacrificados touros e cabras negras, enquanto o sacerdote que presidia o
cerimonial ostentava uma coroa com folhas de cipreste. Uma vez a cada cem anos eram
realizados em sua honra e tributo aos mortos os jogos chamados Seculares.[12] Era ilícito o
sacrifício diurno, pois o deus tinha aversão à luz. [21]
Hacquard registra que era invocado num ritual onde se batia na terra com as mãos ou
varas, sendo-lhe também sacrificados touros ou ovelhas negras, no período noturno.
[14]
Além dos romanos, os etruscos tomaram emprestado aos gregos o casal que governava
o Submundo, chamando-os de Aita e Persipnei.[13]
Análise do culto
Otto regista que a visão do deus na ótica da religião grega teve dois momentos distintos: o
primitivo e o posterior, registado por Homero.[20]
Embora o deus figure em diversas passagens da obra homérica, e se relacione com outros
tantos mitos de deuses e heróis, Hades não é objeto de qualquer adoração, nem se relata
maiores cuidados com relação à memória dos mortos - ao contrário das épocas anteriores.
Ali o pós-vida transforma as almas em meros espectros ou sombras, sem memória ou
personalidade; na época pré-homérica, contudo, como em todos os demais povos, havia
no pós-morte a manutenção da individualidade, e uma possível forma de ligação daqueles
com o mundo dos vivos - esta ligação, em Homero, é praticamente inexistente. [20]
Mistérios eleusinos
Ver artigo principal: Mistérios de Elêusis
Os mais importantes dentre os cultos greco-romanos eram os Mistérios de Elêusis, que
tinham por base o mito de Deméter e sua filha Core/Perséfone, raptada pelo deus dos
mortos.[10] Essa veneração teve lugar na Grécia por vários séculos, somente
desaparecendo no século VI, quando o santuário foi destruído pelos bárbaros invasores.[10]
Cultos órficos
Ver artigo principal: Orfismo (culto)
No culto que teria sido iniciado por Orfeu, o seu renascimento (com anterior catábase - ou
volta ao mundo inferior) foi a base para a crença na metempsicose, espécie
de reencarnação (neste caso, transmigração das almas) em que os mortos voltam a
experimentar novas existências até atingirem a purificação. [2][3]
Tendo cumprido duas encarnações a alma desceria ao reino de Hades, onde purgaria
seus pecados, e estaria pronta para gozar um destino feliz ao lado dos deuses. Para isto,
mister ser iniciada nos mistérios órficos; sem este conhecimento, contudo, ficaria presa de
um eterno ciclo de renascimentos, daí ser importante o rito iniciático. [14]
A doutrina órfica teve penetração em toda a cultura grega, chegando mesmo a influir em
doutrinas de filósofos como Pitágoras e Platão, e em trabalhos de poetas e escultores da
Antiga Grécia.[14]
Alegoria
Hércules
Sala dos Gigantes, no Palácio de Te, retrata cena da luta de Hércules contra os gigantes.
Teseu
O heroi Teseu, que já havia praticado o rapto de Hipólita (rainha das Amazonas), e
de Ariadne, combinara com o amigo Pirítoo, cujos laços se estreitaram após
a Centauromaquia, que raptariam por esposas de ambos apenas filhas de Zeus e
humanos, visto serem os dois, eles próprios, de origem divina: Teseu filho de Zeus e
Pirítoo de Posídon. Após tirarem a sorte, acordaram que a Teseu caberia Helena, e ao
outro a própria Rainha dos Infernos, Perséfone. Ambos se auxiliariam na tarefa, mas
Teseu — então aos cinquenta anos, encontra Helena ainda impúbere, e a esconde. Junto
a Pirítoo, desce ao Reino dos Mortos.[23]
No Submundo, foram bem recebidos por Hades. Cometeram, então, duas das atitudes
mais temerárias ali: convidados ardilosamente para um banquete pelo deus infernal,
sentaram-se e comeram: sentar significa, ali, intimidade e permanência; comer, a fixação.
Ficaram, portanto, presos às suas cadeiras.[23]
Quando da catábase de Hércules, o herói tenta livrá-los, mas os deuses permitiram que
somente Teseu fosse liberto, ficando Pirítoo preso na Cadeira do Esquecimento.[23]
Perseu
Hades e Serápis
Menard narra uma história em que o Zeus infernal é considerado o mesmo deus
egípcio Serápis, cuja origem e atributos permanecem obscuros.[28]
Governava Ptolomeu II Filadelfo a cidade de Alexandria, que procurava embelezar
quando, num sonho, foi-lhe ordenado por Serápis que buscasse no Ponto uma estátua que
lhe fosse dedicada. Havia tal monumento em Sinope, dedicado ao Zeus infernal. O rei de
Sinope anuiu ao pedido, mas o povo do lugar se insurgiu, cercando o templo a fim de
impedir a retirada da imagem: a estátua, então, erguera-se e foi, andando, ao navio que a
transportou para o Egito.[28]
Dada a sua grande semelhança com Hades, o Imperador Juliano, procurando saber as
distinções entre Plutão e aquele deus, obteve do Oráculo de Delfos a seguinte resposta:
"Júpiter Serápis e Plutão são a mesma divindade". [28]
Hades e Esculápio
Era ainda Esculápio (Asclépio) um mortal quando, ao restituir a vida a um morto, despertou
a ira de Hades. Como castigo, o Zeus atende ao pedido do irmão e o fulmina com seu raio.
Sendo o médico filho de Apolo, o deus resolve vingar-se atacando os ciclopes que,
no Etna, fabricavam as armas do Olímpico. Zeus, por conta disto, pune seu filho,
condenando-o a passar um ano como escravo de Admeto, rei da Tessália. Depois de sua
morte, contudo, o próprio Zeus admite Esculápio como deus. [9]