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O Texto Dramático
Turma: AH
Nome do Docente:
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Índice
1. Introdução .......................................................................................................................... 5
3. Conclusão ........................................................................................................................ 16
iv
1. Introdução
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1.1. Objectivos de Trabalho
1.1.3. Metodologia
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2. Texto dramático
A palavra dramática provém “de palavra latina «drama», nome genérico de toda
criação literária que desenrola um acontecimento dentro de um espaço e um tempo
determinado que está escrito em diálogo.” (Toro, 2011, p. 29).
Contudo, é importante não confundir o texto dramático com a sua conversão em teatro como
espectáculo, mesmo que a sua finalidade principal seja a encenação para um público.
Na opinião de Alves e Antunes (2005, p. 47), o texto dramático integra-se “no modo
literário do Drama (em português, e até noutras línguas, Drama e dramático apresentam
significados muito semelhantes), enquanto o texto teatral é especificamente um texto
espectacular.”
Ocorre ainda observar que o objectivo principal do texto dramático é “ser lido, sendo
conservadas as formas e expressão linguística originais. O diálogo, neste caso é o elemento
principal.” (Silva, 2007, p. 13).
Neste sentido, considera-se que, neste género literário, é fundamental a existência de
mais do que uma pessoa, dado que assenta na comunicação directa entre as personagens
(Toro, 2011). O público também entra neste jogo, já que também existem monólogos.
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O texto dramático, isto é, o texto integrável no modo do drama 1 pertence à literatura e
deve ser objecto de análise da teoria da literatura, mas já o mesmo não se passa com o texto
teatral, que é um específico texto espectacular e que, por conseguinte, constitui um fenómeno
de semiose só parcialmente literária.
O texto dramático caracteriza-se pelo seu radical de apresentação, pois o seu autor
textual está oculto, dissimulando, quer em relação aos receptores do texto, cabendo às
personagens, aos agentes da história representada, que comunicam entre si e com os
receptores do texto, a assunção da responsabilidade imediata e explícita, sem mediadores
intratextuais, dos actos de enunciação.
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de Calvo (s.d., p. 20), “O diálogo teatral é diferente da narrativa porque o nome do
personagem é sempre escrito antes do que ele vai dizer.”
Rocha (2007, p. 65) relembra que as didascálias, presentes no texto dramático, “são o
equivalente às descrições no romance.” A mesma autora (Rocha, 2007, p. 75) refere que as
didascálias têm uma dupla função: “por um lado, elas permitem ao leitor de se reportar a uma
visão do mundo que facilita a leitura das réplicas e, neste caso, falamos de didascálias
diegéticas; por outro, elas formam um texto instrutório que visa directamente a realidade
cénica do autor e, nesse caso, falamos de didascálias cénicas.”
Texto secundário (ou didascálico) que se destina ao leitor, ao encenador da peça ou aos
atores.
Acção – é marcada pela actuação das personagens que nos dão conta de
acontecimentos vividos.
Estrutura externa – o teatro tradicional e clássico pressupunha divisões em actos,
correspondentes à mutação de cenários, e em cenas e quadros, equivalentes à mudança de
personagens em cena.
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O teatro moderno, narrativo ou épico, põe completamente de parte as normas
tradicionais da estrutura externa.
Estrutura interna:
Exposição – apresentação das personagens e dos antecedentes da acção.
Tipos de caracterização:
Directa
– A partir dos elementos presentes nas didascálias, da descrição de aspectos físicos e
psicológicos, das palavras de outras personagens, das palavras da personagem a
propósito de si própria.
Indirecta
– a partir dos comportamentos, atitudes e gestos que levam o espectador a tirar as suas próprias
conclusões sobre as características das personagens.
Espaço
– O espaço cénico é caracterizado nas didascálicas onde surgem indicações sobre
pormenores do cenário, efeitos de luz e som.
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2.4. Texto Teatral
Texto teatral constitui um texto que só parcialmente depende do sistema semiótico
literário, que não faz parte do corpus textual denominado “ literatura” e que cujas
características comunicacionais não se identificam com as da comunicação literária.
O texto teatral modeliza a própria comunicação humana de modo específico,
utilizando meios semióticos que não ocorrem nos textos de nenhuma arte, pois que produz a
modelização dos movimentos de comunicação com o material dos movimentos comunicativos
(linguagem, gesto e mímica). Esta modelização realiza-se no espaço dramático e no espaço
cénico e resulta das falas e da acção dramática das personagens, da presença corporal e do
desempenho dos actores, das características da encenação. Esta comunicação intercénica
funciona como fonte de uma comunicação extracénica, uma comunicação em que os
receptores são os espectadores, o público que assiste à representação do espectáculo e cujas
reacções de aplauso ou de desagrado podem gerar consideráveis efeitos de feedback na
comunicação intercénica.
O emissor do texto teatral é um emissor plural, uma cadeia de emissores, um
“microgrupo criador” desempenhando cada membro do microgrupo funções semanticamente
diferenciadas, embora independentes.
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A compreensão de prática social confirma-se na ênfase da própria concepção de língua
a partir do uso, por isso o ensino-aprendizagem também precisa partir do pressuposto de que
“as línguas se fundam em usos e não o contrário”, como Marcuschi (2010, p. 16) apresenta.
Entretanto, antes de adentrar nas especificidades do texto teatral, pertencente aos
géneros literário e teatral, faz-se necessário situá-lo nas definições de Bakhtin (2010) de
géneros primários e secundários.
É importante salientar que os géneros primários (simples) não carecem de
desenvolvimento, nem são tidos como desorganizados; eles são oriundos, isso sim, de uma
comunicação verbal ou não verbal espontânea. Com isso, a distinção que se deve ter é que o
género primário se faz presente na comunicação discursiva imediata. À medida que estes
géneros integram os complexos (géneros discursivos secundários) transformam-se e adquirem
um carácter especial, passando do imediatismo para a concretize. Ainda na colaboração da
distinção entre os géneros discursivos primários e secundários Dolz e Schneuwly (2011)
elencam as dimensões do género discursivo primário como sendo a troca, interacção, controle
mútuo pela situação, assim como o funcionamento imediato do género como entidade global
comandando todo o processo, como uma só unidade e também não havendo nenhum ou
pouco controle meta - linguístico da acção linguística em desenvolvimento.
Segundo Bronckart (1993), os géneros discursivos primários (ou livres) estabelecem
uma relação imediata com as situações nas quais são produzidos, assim estruturados pela
acção ao ponto que os géneros discursivos secundários (estandardizados) seriam estruturados
na acção que estabelecem com a situação mediada pela produção. Desta forma, distingue-se
do género discursivo primário submetendo-se a um estruturante próprio, convencional, de
natureza especificamente linguística do tipo: narração, discurso teórico, romance etc. O texto
teatral, por sua vez, enquadra-se, como ponto de partida, no género discursivo primário
(simples) formado nas condições das comunicações verbal e não verbal imediatas e
espontâneas, aquele da ideologia do quotidiano e também na interacção e no controle mútuo
da situação.
Por isso, Pavis (2002, p. 7), por considerar prudente, elenca as seguintes ferramentas
necessárias de tomada de consciência do texto teatral para sua leitura e interpretação:
a) Situar o texto teatral historicamente nas classificações de clássico, realista, absurdo,
existencialista e outros;
b) Verificar se o texto teatral é de teoria teatral ou do teatro propriamente dito e;
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c) Utilizar-se de diferentes mecanismos de leitura, pois a palavra em acção é mais
presente no texto teatral do que em outros géneros ou para o teatro.
De acordo com Ubersfeld, (1996):
O teatro é uma arte paradoxal. Podemos ir mais longe e ver a mesma arte do
paradoxo, tanto na produção literária primeira representação concreta, tanto
eterna (indefinidamente reproduzível e repetível) e instantânea (nunca
reprodutível como idêntico a si mesmo): arte performática que é um dia e
nunca o mesmo no dia seguinte8 ( p. 11).
Esta arte paradoxal, levantada por Ubersfeld, explica-se e se aplica pelas múltiplas
leituras do texto teatral, sempre engajadas e motivadas pelo momento histórico social dos seus
participantes (professores e aprendentes). Assim, é uma representação concreta, pois se trata,
antes de tudo, de uma produção literária, visto aí sua perenidade como género teatral
pertencente ao género literário e do qual faz parte o texto teatral; é também instantânea, como
arte performática podendo ser encenada ou lida dramaticamente. No caso da leitura, fazendo-
se valer de técnicas teatrais, ou seja, da teatralidade.
A distinção entre texto dramático e texto teatral parece, portanto, reflectir não só
diferentes circuitos de distribuição, como também práticas estéticas e ideológicas distintas.
São duas visões de tradução de teatro que geram dois tipos de tradução diferentes, de acordo
com duas noções distintas: uma mais próxima do texto em si e outra mais próxima do estilo
específico da representação de uma dada companhia. Se numa tradução orientada para a
representação serão as expectativas do público a ter uma grande influência nas opções de
tradução, numa tradução orientada para a publicação pesarão certamente mais as convenções
do género. Aquando da análise de uma tradução, deve ser tido em conta o facto de que são
simultaneamente argumentos de espectáculo e textos literários e que o tradutor pode seguir
normas diferentes dependendo como encara a função da sua tradução.
Para facilitar o uso e a compreensão do texto teatral em ambientes de ensino -
aprendizagem, assim como os demais textos, nos quais estão contidos muitos elementos
informativos a serem trabalhados ao mesmo tempo, faz-se necessário, de acordo com
Pietraróia (1997, p. 94) “facilitar as leituras, ensinando o aprendente a descobrir pontos de
referência sólidos, tais como a percepção dos índices visuais e da estrutura do texto, o
reconhecimento do tema, das ideias principais e etc.”. Além disso, acreditando no
melhoramento da performance na leitura e na compreensão do texto teatral, deve-se propor
aos aprendentes, segundo Pietraróia, (1997):
Informações culturais pertinentes para determinado texto, favorecer a
construção e a activação de esquemas contextuais prévios adequados,
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facilitando assim a integração das novas informações àquelas que o leitor10
já possui e propor numerosas actividades de pré-leitura que ajudariam o
leitor a criar ou a activar esquemas relativos ao texto que será lido (p. 93).
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3. Conclusão
Os textos dramáticos parecem, portanto, poder funcionar fora do sistema teatral e este
funcionar sem eles, sendo que pode ainda suceder certos textos pertencerem aos dois sistemas
ou transitarem de um para o outro. Neste sentido, afigura-se como importante o facto de a
tradução dos textos dramáticos ser normalmente entregue a tradutores de narrativa ficcional,
enquanto a tradução dos textos teatrais, quando não feita pelo próprio encenador, é deixada à
responsabilidade de alguém bastante próximo do mundo do teatro. O texto teatral é o principal
elemento dentro da apresentação cénica. O texto teatral representa uma história criada por um
Autor, encenada por Atores, contada para um Público. Por ser basicamente narrado por meio
de diálogos, é chamado de texto Dramático. Através dos textos, todos os elementos que
compõem uma peça teatral são determinados: lugar, tempo em que se passa as cenas ou a
história, características das personagens, etc. Os autores ao pensarem, ou criarem, seus textos
dramáticos fundamentam-se em teorias, que reflectem todo um momento histórico de uma
sociedade. Uma teoria dramática influencia directamente no desenvolvimento dos diferentes
géneros teatrais. O texto dramático realiza-se como texto teatral através de um complexo
processo de transfiguração intersemiótica ou através de um complexo processo de
retextualização. O texto principal do texto dramático deixa de ser comunicado como um texto
escrito, submetido às regras, às convenções e ao condicionalismo da comunicação literária,
para se transformar num texto oralmente realizado por instâncias de enunciação ficticiamente
encarnadas por actores, por comediantes e comunicado por espectadores pelo canal vocal-
auditivo.
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4. Referências bibliográficas
Toro, A. G. (2011). Teatralidad: Cómo y por qué enseñar textos dramático. Barcelona: Graó.
Ubersfeld, Anne.(1996). Para ler o teatro. São Paulo: Perspectiva.
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