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Universidade Católica de Moçambique

Centro de Ensino à Distância

Tema: A relação entre a língua e a cultura de um povo

Nome: Flora João Nhamalipe


Código do Estudante: 708211341

Curso: Lic. em Ensino de Língua


Portuguesa
Disciplina: Sociolinguística
Ano de Frequência: 3º Ano
Tutor: Nelson Orlando Doris

Gurué, Setembro de 2023


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 Introdução 0.5
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 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
3.0
(expressão escrita
Conteúdo
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.5
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas


Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução ..................................................................................................................................5

Objectivo geral .......................................................................................................................5

Objectivos específicos............................................................................................................5

Metodologia usada .................................................................................................................5

Relação entre língua e Cultura de um povo ...............................................................................6

Relação entre pensamento, linguagem e cultura........................................................................8

Cultura....................................................................................................................................8

Pensamento...........................................................................................................................10

Características ......................................................................................................................11

Linguagem............................................................................................................................12

Conclusão .............................................................................................................................14

Bibliografia...........................................................................................................................15
Introdução
È obvio que a língua é um produto social e o sistema linguístico influencia, de certa
maneira, a nossa maneira de abordar e interpretar o mundo. Porém, a relação entre língua e
cultura já não é bionívoca como pode parecer, pois que a língua evolui mais de vagar que a
cultura.

Por meio da linguagem, o ser humano expõe o seu discurso e, assim, se posiciona
dentro da sociedade, seja de forma políti ca, ideológica, cultural e/ou social. As pessoas se
expressam de várias formas, dentre elas, a arte e a própria literatura. A literatura pode se tornar
o veículo das manifestações culturais e ideológicas de uma determinada sociedade, ela é, por
vezes, o único instrumento capaz de dar voz as pessoas que vivem em comunidades autóctones

Objectivo geral
 A relação entre a língua e a cultura de um povo.

Objectivos específicos
 Compreender a relação existente entre língua/pensamento e cultura;
 Fundamentar o contributo de Sapir e Whorf na relação entre língua e cultura;
 Reconhecer a língua como meio de expressar o que pensamos para a cultura.

Metodologia usada
Na abordagem do presente trabalho de pesquisa utilizei: manuais, artigos entre outros
manuais que falam do tema a ser pesquisado. Tendo m conta Bibliografias actualizadas.

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Relação entre língua e Cultura de um povo
A língua é um produto social e o sistema linguístico influencia, de certa maneira, a
nossa maneira de abordar e interpretar o mundo. Porém, a relação entre língua e cultura já não
é bionívoca como pode parecer, pois que a língua evolui mais de vagar que a cultura.

Saussure (1975, p.94) afirma que “a língua é um sistema cujas partes podem e devem
ser consideradas em sua solidariedade sincrônica”. Mais adiante, ele ainda explica que:

É sincrônico tudo quanto se relacione com o aspecto estático da nossa ciência,


diacrônico tudo que diz respeito às evoluções. Do mesmo modo, sincronia e diacronia
designarão respectivamente um estado de língua e uma fase de evolução (SAUSSURE,
1995, p.96).

WHORF entende que a língua tem de ser vista com todos os seus componentes,
acrescentando que a gramática modela as ideias e a actividade mental e altera os pontos de
vista da sociedade (sistema linguístico) e não só o léxico. SAPIR, por sua vez, admite que a
língua é identificada pela cultura, e que ela, de facto, evolui mais lentamente que a cultura.
Quer dizer, tanto SAPIR como WHORF admitem o facto da existência de um princípio de
relatividade linguística. Porém, tal facto pode ser difícil de ser provado, visto que isso
significaria que sem uma língua comum, não haveria sociedade humana. Não existe relação
entre a forma da língua e a forma de cultura daqueles que a falam. Apenas o vocabulário pode
ser indicador sensível de cultura.

As teorias de SAPIR e WHORF suscitaram acesos debates entre linguistas de vários


quadrantes. A noção de universais linguísticos foi uma tentativa de demonstrar e negar a teoria
de relatividade linguística, pelos seguintes motivos: ficou provado que existem aspectos que
são comuns a todas as línguas; assim, fica claro que diferentes sistemas linguísticos não podem
corresponder a diferentes visões do mundo.

PIAGET opõe-se à teoria da relatividade linguística, argumentando que o mundo não


tem nada a ver com as influências da língua e nem a língua é responsável pelo pensamento. A
língua não é apenas uma espécie de função simbólica, ela facilita a função simbólica sobre o
pensamento. Ou seja, a língua e o pensamento são elos num ciclo genético. Em última análise,
ambas dependem da inteligência que antecede a língua e é independente dela. A línguas não é
preponderantemente, mas sim, é um instrumento que pode facilitar o desenvolvimento do
pensamento.

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Os estádios do pensamento são universais. Antes dos 2 anos, o pensamento é pré-
verbal, mas depois a fala é racional, isto é, quando o pensamento começa a ser verbal. Até por
volta dos 7 anos, a língua realiza tanto a função interna de guiar e orientar o pensamento, assim
como a sua função externa, que é a de comunicar com os outros o resultado do seu pensamento.
No pensamento existe uma parte que não é verbal (discurso incompleto). Para VIGOTSKY, o
pensamento desenvolve-se mais cedo que a língua. E, segundo CHOMSKY, existem
pensamentos, que através da língua, podem expressar e entender realidades recíprocas.

A língua, o ato concreto, mantém estreita relação com a sociedade, ou seja, o falante,
através do seu contexto social, se posiciona na sociedade uti lizando a língua como seu
instrumento. Sobre isso, Silva e Sousa (2017) citam que:

A língua não se realiza num vácuo social. Ela não existe fora da sociedade, da mesma
forma que a sociedade não existe sem ela. A relação entre língua e sociedade não é uma
relação em que uma determina a outra, mas de interação entre elas, em que uma se
refrata na outra, num sistema de influências (SILVA; SOUSA, 2017, p.263).

Podemos entender, então, que língua e sociedade estão intrinsecamente ligadas, uma
existe por influência da outra, e não podemos fazer, nos nossos estudos, a separação das duas,
pois uma se ampara na outra. Nos estudos da Linguística, se encontra uma disciplina chamada
Sociolinguística, nesta disciplina, são estudadas as relações existentes entre língua e sociedade.
Lyons (1981, p.245) cita que, segundo a definição mais ampla de Sociolinguística, trata-se do
“estudo da língua em relação à sociedade”, ou seja, a língua inserida num contexto social de
comunicação e não mais isolada em si mesma. Mais adiante Lyons (1981, p.245) ainda diz que
o mesmo ponto de vista deve ser adotado em relação à definição de etnolinguísti ca “como o
estudo da linguagem em relação à cultura – considerando ‘cultura’ no senti do em que é usada
na antropologia e de modo mais geral nas ciências sociais”.

A língua não foge da sociedade, assim como a sociedade não foge da língua, como já
foi citado por Sousa e Silva (2017) o que existe é uma relação de infl uência, mas devemos
entender que uma não é superior à outra. Eles ainda comentam que:

A palavra é a materialidade da língua, é nela que a língua se realiza, mas não só na


palavra em si, mas em todo um contexto no qual está envolto o falante. O contexto de
fala não pode ser excluído da signifi cação linguísti ca e é em decorrência desse
contexto que a língua evolui, transforma-se (SOUSA; SILVA, 2017, p.264).

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É nesse contexto social que a língua está incluída, é por meio dele que a comunicação ocorre,
tornando possível o entendimento entre os falantes. A língua não é estática, ela anda num
constante estado de evolução, e, é com o auxílio da sociedade, no momento da comunicação
que ela evolui. Assim como a língua evolui com a ajuda da sociedade, a sociedade evolui com
a ajuda da língua. É no momento da evolução que a língua muda, causando então uma
transformação que é perceptível através do tempo. Lobov (2008) apud Sousa e Silva (2017)
argumenta que:

[...] Não se pode entender o desenvolvimento de uma mudança linguísti ca sem levar
em conta a vida social da comunidade em que ela ocorre. Ou, dizendo de outro modo,
as pressões sociais estão operando conti nuamente sobre a língua, não de algum ponto
remoto no passado, mas como uma força social imanente agindo no presente vivo
(LABOV, 2008, p. 21 apud SOUSA; SILVA, 2017, p.264).

Relação entre pensamento, linguagem e cultura


Cultura
Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um conceito desenvolvido
inicialmente pelo antropólogo Edward Burnett Tylor para designar o todo complexo e
metabiológico criado pelo homem. São práticas e ações sociais que seguem um padrão
determinado no espaço. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras
morais que permeiam e identificam uma sociedade. Explica e dá sentido à cosmologia social;
É a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.

Diversos sentidos da palavra variam consoante a aplicação em determinado ramo do


conhecimento humano:

 Sociologia - o conceito de cultura tem um sentido diferente do senso comum.


Sintetizando simboliza tudo o que é aprendido e partilhado pelos indivíduos de um
determinado grupo e que confere uma identidade dentro do seu grupo que pertença. Na
sociologia não existem culturas superiores, nem culturas inferiores pois a cultura é
relativa, designando-se em sociologia por relativismo cultural, isto é, a cultura do Brasil
não é igual à cultura portuguesa, por exemplo: diferem na maneira de se vestirem, na
maneira de agirem, têm crenças, valores e normas diferentes... Isto é, têm padrões
culturais distintos.
 Filosofia - cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a
natureza ou comportamento natural. Por seu turno, em biologia uma cultura é

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normalmente uma criação especial de organismos (em geral microscópicos) para fins
determinados (por exemplo: estudo de modos de vida bacterianos, estudos mico
ecológicos, etc.). No dia-a-dia das sociedades civilizadas (especialmente a sociedade
ocidental) e no vulgo costuma ser associada à aquisição de conhecimentos e práticas de
vida reconhecidas como melhores, superiores, ou seja, erudição; este sentido
normalmente se associa ao que é também descrito como “alta cultura”, e é empregado
apenas no singular (não existem culturas, apenas uma cultura ideal, à qual os homens
indistintamente devem se enquadrar).

Dentro do contexto da filosofia, a cultura é um conjunto de respostas para melhor


satisfazer as necessidades e os desejos humanos. Cultura é informação, isto é, um conjunto de
conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos
vindouros.

A cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo
os seus problemas ao longo da história. Cultura é criação. O homem não só recebe a cultura
dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de
humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura
é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem
sentido à vida dos seres humanos.

O uso de abstração é uma característica do que é cultura: os elementos culturais só


existem na mente das pessoas, em seus símbolos tais como padrões artísticos e mitos.
Entretanto fala-se também em cultura material (por analogia a cultura simbólica) quando do
estudo de produtos culturais concretos (obras de arte, escritos, ferramentas, etc.). Essa forma
de cultura (material) é preservada no tempo com mais facilidade, uma vez que a cultura
simbólica é extremamente frágil.

A principal característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo: a capacidade


de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que uma possível
evolução biológica. O homem não precisou, por exemplo, desenvolver longa pelagem e grossas
camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes mais frios – ele simplesmente adaptou-
se com o uso de roupas, do fogo e de habitações. A evolução cultural é mais rápida do que a
biológica. No entanto, ao rejeitar a evolução biológica, o homem torna-se dependente da
cultura, pois esta age em substituição a elementos que constituiriam o ser humano; a falta de
um destes elementos (por exemplo, a supressão de um aspecto da cultura) causaria o mesmo

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efeito de uma amputação ou defeito físico, talvez ainda pior além disso a cultura é também um
mecanismo cumulativo. As modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte,
de modo que a cultura transforma-se perdendo e incorporando aspectos mais adequados à
sobrevivência, reduzindo o esforço das novas gerações.

A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre


mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes
sociedades. Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a invenção ou introdução
de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras culturas. Há também a
descoberta, que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido
pela própria sociedade e que ela decide adotar.

Pensamento
Pensamento e pensar são, respectivamente, uma forma e processo mental. Pensar
permite aos seres modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de
acordo com suas metas, planos e desejos. Palavras que se referem a conceitos e processos
similares incluem cognição, senciência, consciência, ideia e imaginação. O pensamento é
considerado a expressão mais "palpável" do espírito humano, pois através de imagens e idéias
revela justamente a vontade deste.

O pensamento é fundamental no processo de aprendizagem (vide Piaget). O


pensamento é construto e construtivo do conhecimento. O principal veículo do processo de
conscientização é o pensamento. A atividade de pensar confere ao homem "asas" para mover-
se no mundo e "raízes" para aprofundar-se na realidade.

Etimologicamente, pensar significa avaliar o peso de alguma coisa. Em sentido amplo,


podemos dizer que o pensamento tem como missão tornar-se avaliador da realidade.

Segundo Descartes (1596-1650), filósofo de grande importância na história do


pensamento, "a essência do homem é pensar. Por isso dizia: "Sou uma coisa que pensa, isto é,
que duvida, que afirma, que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que
também imagina e que sente".

O pensamento faz a grandeza ou a pequenez do homem. A grandeza decorre do


pensamento bem pensado, que avalia a multiplicação do real e se esforça para desvendá-lo
atentamente, saboreando sua riqueza e diversidade. Tal pensamento aprendeu a filosofar: a
desejar amorosamente a verdade, a amar a sabedoria.

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A pequenez humana decorre do pensamento obscuro, mesquinho que desconhece o
sabor da busca do saber. Esse tipo de pensamento transforma-se em meio de ocultação da
realidade. Por meio dele a atividade pensante, em vez de servir à liberdade pode transforma-se
em instrumento de dominação social.

Em linguagem comum, a palavra pensar cobre numerosas e diversas atividades


psicológicas. É as vezes um sinônimo de "tender a acreditar", especialmente se não for com
total confiança ("Eu acho que vai chover, mas não tenho certeza"). Outras vezes denota o grau
de atenção ("Eu fiz isso sem pensar" ou qualquer coisa que esteja na consciência, especialmente
se isso se referir a alguma coisa fora do ambiente imediato ("Isso me fez pensar na minha
avó").

Características
O pensamento lógico se caracteriza por operar mediante conceitos e raciocínios.

 Existem padrões que possuem um começo no pensamento e criam umfinal, iso acontece
em miléssimos de segundos, por sua vez milhares de começos e finais fazem disso um
pensamento lógico; este depende do ambiente externo e para estar em contato com ele
dependemos dos cinco sentidos.
 O pensar sempre responde a uma motivação, que pode estar originada no ambiente
natural, social ou cultura, ou no sujeito pensante.
 O pensar é uma resolução de problemas. A necessidade exige satisfação.
 O processo de pensamento lógico sempre segue uma determinada direção. Esta direção
vai em busca de uma conclusão ou da solução de um problema, não segue propriamente
uma linha reta e sim um formato ziguezague com avanços, paradas, rodeios, e até
mesmo retrocessos.
 O processo de pensar se representa como uma totalidade coerente e organizada, no que
diz respeito a seus diversos aspectos, modalidades, elementos e etapas.
 O pensamento é simplesmente a arte de ordenar as matemáticas, e expressá-las através
do sistema linguístico.
 As pessoas possuem uma tendência ao equilíbrio, uma espécie de impulso para o
crescimento, a saúde, e ao ajuste. Existem uma série de condições que impedem e
bloqueiam esta tendência. O aprendizado de um conceito negativo de si mesmo é uma
das condições bloqueadores mais importantes. Um conceito equivocado ou negativo de

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si mesmo deriva de experiências de desaprovação ou ambivalência que o sujeito passou
nas etapas iniciais de sua vida.

Linguagem
Saussure (1995) considera a linguagem como sendo social e individual; psíquica;
psico-fisiológica e fí sica. Portanto, nos seus estudos, ele faz a fusão entre Língua e Fala. Para
ele, a Língua é definida como a parte social da linguagem e que só um indivíduo não é capaz
de mudá-la. O linguista afirma que “a língua é um sistema supra-individual uti lizado como
meio de comunicação entre os membros de uma comunidade”, portanto “a língua corresponde
à parte essencial da linguagem e o indivíduo, sozinho, não pode criar nem modificar a língua”
(COSTA,2008, p.116).

Linguagem é qualquer e todo sistema de signos que serve de meio de comunicação de


idéias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc.,
podendo ser percebida pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a distinguirem-se várias
espécies de linguagem: visual, auditiva, tátil, etc., ou, ainda, outras mais complexas,
constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos.

A teoria de Chomsky nos indica que o ser humano carrega uma predisposição genéti
ca que permite a ele a aquisição da linguagem. Chomsky (1998, p.22) utiliza o termo “estado
inicial” para conceituar o que seria um aparelho de aquisição da língua. Chomsky (1998) ainda
afirma que:

Ora, se todos os seres humanos estão aptos a adquirirem uma língua, a experiência
vivida pelos sujeitos seria um “dado de entrada” no sistema (permitindo a assimilação
de palavras e se significados) e a língua propriamente dita, um “dado de saída”. Cada
língua em parti cular é uma manifestação específi ca do estado inicial uniforme
(CHOMSKY, 1998, p.24).

Os elementos constitutivos da linguagem são, pois, gestos, sinais, sons, símbolos ou


palavras, usados para representar conceitos de comunicação, idéias, significados e
pensamentos. Embora os animais também se comuniquem, a linguagem propriamente dita
pertence apenas ao Homem.

Não se devem confundir os conceitos de linguagem e de língua. Enquanto aquela


(linguagem) diz respeito à capacidade ou faculdade de exercitar a comunicação, latente ou em

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ação ou exercício, esta última (língua ou idioma) refere-se a um conjunto de palavras e
expressões usadas por um povo, por uma nação, munido de regras próprias (sua gramática).

Noutra acepção (anátomo-fisiológica), linguagem é função cerebral que permite a


qualquer ser humano adquirir e utilizar uma língua. Por extensão, chama-se linguagem de
programação ao conjunto de códigos usados em computação.

O estudo da linguagem, que envolve os signos, de uma forma geral, é chamado


semiótica. A linguística é subordinada à semiótica porque seu os elementos constitutivos da
linguagem são, pois, gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras, usados para representar
conceitos de comunicação, idéias, significados e pensamentos. Embora os animais também se
comuniquem, a linguagem propriamente dita pertence apenas ao Homem.

Não se devem confundir os conceitos de linguagem e de língua. Enquanto aquela


(linguagem) diz respeito à capacidade ou faculdade de exercitar a comunicação, latente ou em
ação ou exercício, esta última (língua ou idioma) refere-se a um conjunto de palavras e
expressões usadas por um povo, por uma nação, munido de regras próprias (sua gramática).

Noutra acepção (anátomo-fisiológica), linguagem é função cerebral que permite a


qualquer ser humano adquirir e utilizar uma língua. Por extensão, chama-se linguagem de
programação ao conjunto de códigos usados em computação.

O estudo da linguagem, que envolve os signos, de uma forma geral, é chamado


semiótica. A linguística é subordinada à semiótica porque seu objeto de estudo é a língua, que
é apenas um dos sinais estudados na semiótica. A função biológica e cerebral da linguagem é
aquilo que mais profundamente distingue o homem dos outros animais. Podemos considerar
que o desenvolvimento desta função cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a
libertação da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par do desenvolvimento
de órgãos fonadores e da mímica facial.

Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada e escrita, o homem -


aprendendo pela observação de animais - desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos
em diferentes países, não só para melhorar a comunicação entre surdos, mas também para
utilizar em situações especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que se
encontram fora do alcance do ouvido, mas que se podem observar entre si.

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Conclusão
Por meio da língua, o indivíduo se manifesta dentro da sociedade e se posiciona
ideológica e culturalmente. Existe uma relação intrínseca entre língua e cultura, sobretudo, para
o processo de manifestação de um discurso dentro da sociedade.

As ligações existentes entre língua, cultura e sociedade, pois, a língua é o instrumento


de comunicação que possibilita a elas produzirem seus discursos e ideologias; a cultura é o
retrato verossímil de uma vida em comunidade, elas não produzem cultura do nada, elas
produzem com o auxílio da língua; e a sociedade é o local no qual elas têm a possibilidade de
se revelarem com todas as suas concepções ideológicas e as suas manifestações artísticas,
culturais e discursivas.

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Bibliografia
CHOMSKY, Noam. Linguagem e mente: pensamentos atuais sobre antigos problemas.
Tradução Lúcia Lobato. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998.

LABOV, William. Padrões sociolinguísticos. Tradução de Marcos Bagno, Maria Marta


Pereira Scherre e Caroline Rodrigues Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

LYONS, John. Linguagem e linguística: uma introdução. Rio de Janeiro: Ltc, 1981

SASSURE, F. Curso de Linguística Geral. SP: Cultrix,1975.

SILVA, Paulo Cesar Garré; SOUSA, António Paulino de. Língua e Sociedade: influências
mútuas no processo de construção sociocultural. Revista Educação e Emancipação, São
Luís, v. 10, n.3, set/dez.2017.

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