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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:

Mudança e Variações Linguísticas em Moçambique

Nome: Teresa Amélia Rafael

Código do Estudante:
708212827

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: Sociolinguística
Ano de Frequência: 3º Ano
Docente:

Nampula, Setembro de 2023

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Folha de avaliação

Classificação

Categorias Nota

Indicadores Padrões Pontuaçã Do Subtotal


o máxima
Tutor

 Capa 0,5

 Índice 0,5

Estrutura Aspectos  Introdução 0,5


organizacionais
 Discussão 0,5

 Conclusão 0,5

 Bibliografia 1.0

Introdução  Contextualização 1.0


(indicação clara do
problema)

 Descrição dos objectivos 2.0

 Metodologia adequada ao 2.0


objectivo do trabalho

 Articulação e domínio do 2.
discurso académico
(expressão escrita cuidada
coerência/coesão textual)

 Revisão bibliográfica 2.0


nacional e internacionais
Conteúdo Analise e relevantes na área de
discussão estudo

 Exploração dos dados 2.0

1
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos

Aspectos Formatação  Paginação, tipo e tamanho


de letra, paragrafa,
gerais
espaçamento entre linhas 1.0

Normas APA 6ª  Rigor e coerência das


citações/referências
edição em
Referências bibliográficas 4.0
citações e
bibliográfic
bibliográficas
as

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Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor
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Indice
Introdução..................................................................................................................................3

1.2. Objectivo Geral...................................................................................................................4

1.2.2. Objectivos Específicos.....................................................................................................4

1.2.3. Metodologia.....................................................................................................................4

2. Mudança e Variações Linguísticas: Língua Padrão, Dialecto e Etnolectos...........................5

2.1. Variação e Mudança Lexical e Semântica do Português: A Comparação entre PE e.........5

2.1.2. Factores que influenciam a Variação Linguística...........................................................6

2.2. Variedades do Português.....................................................................................................6

2.3. Variação e Mudança Linguística.........................................................................................7

2.3.1. A Variação Sociolinguística em Moçambique.................................................................8

2.3.2. Variante Padrão e Não Padrão.........................................................................................9

3. Conclusão.............................................................................................................................11

4. Referências Bibliográficas...................................................................................................12

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Introdução

Entretanto, convém destacar que a variação linguística é um fenômeno muito interessante que
comprova a organicidade da língua. Ao longo da história, a língua portuguesa sofreu diversas
transformações até chegar à língua que conhecemos e tão bem falamos nos dias de hoje.
Certamente ela continuará evoluindo, posto que é um elemento mutável e propriedade de seus
falantes, que a utilizam de diferentes maneiras para alcançar um fim maior: a comunicação.
O Português é língua materna para uma minoria da população e língua segunda para a maioria da
população. O Português é a única língua oficial e, por conseguinte, é utilizada em toda a
Administração Pública. É língua de escolaridade porque é a língua usada no sistema educacional,
como meio de ensino, em todos os níveis, e como matéria, com carácter obrigatório, até ao
Ensino Médio e Pré-universitário, equivalentes ao Ensino Secundário Português. Mesmo os que
não têm o Português como língua materna aprendem, durante o primeiro contacto com a escola, a
ler e a escrever em Língua Portuguesa

Apesar das línguas nacionais africanas não terem desenvolvido conceitos científicos e técnicos,
elas são importantes na transmissão de certos conhecimentos tanto culturais como sociais.

A primeira função dessas línguas nacionais é, naturalmente, ser a língua do grupo étnico que lhe
corresponde. Idioma vernacular de comunicação, ela é veículo dos valores culturais próprios a
esse grupo, e, portanto, o seu uso tem valor de identidade. Existem similaridades entre vários
países africanos com situações linguísticas idênticas ao caso de Moçambique. No entanto, as
línguas nacionais angolanas têm tido um papel importante no actual contexto sociolinguístico.

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1.2. Objectivo Geral

 Conhecer as diferentes Mudanças e Variações Linguísticas.

1.2.2. Objectivos Específicos

 Identificar as principais MudançasVariações Linguísticas que ocorrem no português em


Moçambique;
 Conceituar Mudança e Variações Linguísticas, Língua Padrão, Dialecto e Etnolectos.
 Descrever o Panorama Linguístico dem Moçambique.

1.2.3. Metodologia

Entretanto metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem percorridos, para se


realizar uma pesquisa ou um estudo.

Tratou-se de uma pesquisa de carácter exploratório, uma vez que levantamos os aspectos da
realidade, caracterizando-se também por esta ser uma pesquisa de cunho bibliográfico,
documental e investigativo.

A busca bibliográfica baseou-se na pesquisa sobre: Mudança e Variações Linguísticas em


Moçambique.

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1 2. Mudança e Variações Linguísticas

2.1. Variação e Mudança Lexical e Semântica do Português: A Comparação entre PE e PM

A variação é uma propriedade inerente a qualquer língua (viva e saudável) e pode observar-se
quer contemporaneamente, manifestando-se como diversidade dialectal ou sociolinguística, quer
historicamente, revestindo então a feição de mudança linguística.

Os dois tipos de variação encontram-se profundamente imbricados, sendo as variantes dialectais


ora vias de acesso ao passado da língua (oferecidas ao observador contemporâneo) ora
manifestação de novas mudanças.

 Variação Linguística
A variação de uma língua é a forma pela qual ela difere de outras formas da linguagem
sistemática e coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um deles é
a língua. Esta pode variar de acordo com alguns factores, tais como o tempo, o espaço, o nível
cultural e a situação em que um indivíduo se manifesta verbalmente.
Variação de uma língua é a forma pela qual defere de outras formas da linguagem sistemática e
coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços, e um deles é a língua. Esta pode variar de
acordo com alguns factores, tais como: o tempo, o espaço, o nível cultural e a situação em que o
individuo se manifesta verbalmente.

 Variação Geográfica: os Dialectos


As variedades nacionais de uma língua não apresentam uma uniformidade interna, mas são
constituídas por variantes geográficas que denominam-se dialectos. Os dialectos do português
europeu não são muito distintos entre si, talvez por razões de carácter histórico nas quais ressalta
o facto de Portugal ser o país europeu com as fronteiras mais antigas.

 Variação Sociolinguística e Situacional: Sociolectos e Registos


Além da variação dialectal, as línguas também apresentam variantes decorrentes dos diferentes
grupos sociais a que pertencem os falantes (etários, socioculturais, socioprofissionais) e que são
denominadas sociolectos.

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2.1.2. Factores que influenciam a Variação Linguística

Existem, pois, diversos factores de variação possíveis, nomeadamente associados a aspectos


geográficos e sociolinguísticos, à evolução linguística e ao registo linguístico.

Referimo-nos claramente a factores sociais ou culturais (escolaridade, profissão, sexo, idade,


grupo social etc.) e geográficos (tais como o português do Brasil, o português de Portugal, os
falares regionais etc.).

2.2. Variedades do Português

As variedades do Português surgem por variação e mudança linguística como resultado do


contacto histórico da população de língua materna portuguesa com falantes de outras línguas ao
longo do processo da expansão e colonização.

Etnoletos: variedade falada pelos membros de uma etnia (termo pouco utilizado, já que
geralmente ocorre em uma área geograficamente definida, coincidindo, portanto, com o
conceito de dialecto.

Dialectos: dialecto é uma forma particular, adoptada por uma comunidade, na fala de uma
língua. Nesse sentido pode-se falar de Português Brasileiro, Português Angolano, Português
Moçambicano, etc.

É preciso também ter presente que os dialectos não apresentam limites geográficos precisos - ao
contrário, são borrados e graduais - daí se considerar que os dialectos que constituem uma
língua formam um continuum sem limites precisos.

 Variedade Europeia (P.E)


É a língua portuguesa falada em Portugal continental e nos arquipélagos da Madeira e dos
Açores. Com o convencionar de que a variedade de Lisboa se constitui como língua padrão, o
português foi dividido em dois grandes grupos dialectais: o setentrional, ao norte, e o centro -
meridional, ao sul e arquipélagos.

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 Variedades Africanas

É a língua portuguesa com desvios resultantes do contacto com as línguas locais dos países de
expressão lusófona em África. Em geral, as variedades africanas de língua portuguesa que têm
sido alvo de descrição são as do português de Angola e de Moçambique.

2.3. Variação e Mudança Linguística

Primeiramente, vale ressaltar aqui que Variação e Mudança Linguística do Português em


Moçambique é um tema muito discutido devido a sua complexidade, a questão da língua no
continente africano onde moçambique faz parte, não é só um assunto de nacionalidade, um
assunto cultural, mas sim, e em grande medida, um assunto de classe social, articulada a muitos e
variados interesses de ordem económica e política.

Uma coisa é certa: o desenvolvimento do Português em Moçambique ou de qualquer variedade


noutro espaço do mundo, incluindo variedades nativas, não é prerrogativa de ninguém, apesar de
o ter sido por direito histórico num passado colonial. Poderá ser incómoda, para alguns
quadrantes, a perda dessa propriedade, mas certamente as sociedades puristas não impedirão mais
a natural ocorrência das mudanças linguísticas, nem procurarão repôr um passado de imaginada
excelência linguística.

Moçambique seria, em termos africanos, considerado um país de elevada diversidade linguística


média, ao que correlativamente poderíamos acrescentar que a sua abrangência multicultural é
também média, em termos continentais.

Mas, a meu ver, uma coisa são as definições que caracterizam os elementos presentes numa
sociedade, outra é o verdadeiro nível de integração e interacção dos diferentes grupos em
sociedade, o que realmente faz jus a uma determinada categorização de um país como sendo
multicultural, um país em que as pessoas se sintam livres em termos dos seus costumes, hábitos,
religião, liberdades individuais sem perseguição, expressão linguística em enquadramento de
política oficial, ao mesmo tempo que se aprende a língua definida como dominante e se assumem
as leis do país.

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Ribeiro (2010) O conceito de multiculturalismo tem-se prestado a diversas interpretações e
variados entendimentos, as línguas faladas nativamente por moçambicanos gozem de direitos
idênticos através de uma política linguística oficial democrática e mais justa.

A oposição ao multiculturalismo é, em parte, alimentada por sentimentos de que as minorias


ocupam demasiado espaço, estão indo mais longe do que deviam e que estão, por um lado, a
exceder as formas limitadas de autonomia que o conceito de multiculturalismo impõe e, por outro
lado, a complicar a homogeneidade que este conceito pretende conter.

E ao nível do ensino, no que toca à aplicação do modelo educacional em vigor, incluindo na


preparação de programas, manuais e unidades didácticas escolares, e tendo como pano de fundo o
sistema de educação bilingue, recentemente introduzido em Moçambique.

Para alguns moçambicanos, a língua materna é o Português, para outros, o Árabe e várias línguas
asiáticas, mas para a esmagadora maioria dos moçambicanos as línguas maternas são as línguas
bantu, família de línguas que é falada nas regiões equatorial e austral de África. As principais
línguas bantu de Moçambique com o maior número de falantes das vinte e duas são: o
Emakhuwa com uma percentagem superior a 25% do total da população moçambicana, o
Xichangana (11%), o Cisena (9%), Elomwe (8%), o Echuwabo (7%) e o Cishona (6.5%). O
Português, como língua materna, representa cerca de 6%.

2.3.1. A Variação Sociolinguística em Moçambique

Entretanto, Ss variações em língua portuguesa em Moçambique abrangem as dimensões, que


incluem aspectos fonético-fonológicos, morfo-sintácticos, semântico-pragmáticos e retóricos. Um
fator evidente que dá um aspeto único ao português falado em Moçambique é a variação do
sotaque que, muitas vezes, surge em conexão com uma transferência de propriedades das línguas
maternas moçambicanas.

Entre os traços que mostram este tipo de transferências incluem-se os seguintes: a)


Ensurdecimento das oclusivas sonoras, típicas dos falantes nativos do emakhuwa. O sistema
fonológico do emakhuwa só contém oclusivas surdas e, por isso, não contempla uma distinção
fonológica entre oclusivas sonoras e surdas, como o português faz.

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Exemplo: (PE)/bola/...(PM) /bola/....(emakhuwa) /pola/ (PE) /burro/...(PM) /burro/....(emakhuwa)
/purro/.

2.3.2. Variante Padrão e Não Padrão

Mateus (2006) destaca que temos em qualquer língua as chamadas variantes padrão e variantes
não padrão. Os princípios que regulam as propriedades das variantes padrão e não-padrão
geralmente extrapolam critérios puramente linguísticos.
Na maioria das vezes o que se determina como sendo variante padrão relaciona-se à classe
social de prestígio e a um grau relativamente alto de educação formal dos falantes. As
variantes não padrão geralmente desviam-se destes parâmetros.
Assim, a variante padrão ou língua padrão, que na sociolinguística anglófona se denomina
standard language, é a variedade culta formal do idioma. Há quem tome o termo norma culta,
indevidamente, como sinônimo de língua padrão.
Ocorre que a língua culta, isto é, a das pessoas com nível elevado de instrução, pode ser formal
ou informal. A língua padrão é a culta, sim, mas limitada à sua vertente formal.

A língua apresenta-se como património comum, principal meio e instrumento de identidade do


ser humano, e unidade nacional. É expectável que o uso da língua no discurso de um dado
indivíduo reflita, entre outros fatores, aspetos da sua formação, da sua vivência sociocultural, do
seu gosto pessoal e do contexto comunicativo em que se encontre.

De acordo com Preti (2003) a expressão registo linguístico designa o modo de um falante usar a
língua, de acordo com a situação comunicativa em que participa, tendo em conta as suas
intenções e os objetivos na situação de comunicação e o seu nível social e/ou cultural, como atrás
se referiu, que são fatores que condicionam o grau de formalidade de língua utilizado.

Todavia, o nível de linguagem depende também da situação em que se encontra o emissor e o


receptor a quem se dirige e a relação que têm um com o outro.

De acordo com as situações da comunicação, são várias as designações de tipologia de registo:

O registo cuidado recorre à expressão bem elaborada; tem perfeição estrutural e precisão
vocabular, exige um grau de formalidade maior.

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O registo corrente (média ou normal) usa termos e estruturas correntes de acordo com a norma,
com o padrão, já exige menor grau de formalidade.

O registo familiar, usado nas relações do quotidiano entre familiares ou amigos, com vocabulário
pouco rigoroso, e uma formalidade reduzida.

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3. Conclusão

Portanto, é interessante observar que na língua portuguesa existem diferentes registros, variações
diafásicas que resultam da adequação de seu uso nas diferentes situações comunicacionais,
fenômeno que possibilita que um mesmo falante adote diferentes registros em um mesmo dia.

A variante não padrão é associada ao nível coloquial ou popular da língua, que já tratamos nessa
aula. Em síntese, quando se fala desse tema, convem referir que as variedades linguísticas é
importante, portanto, sabermos identificá-las, avaliarmos a adequação ao ambiente e ao
contexto e nos livrarmos de todo e qualquer preconceito linguístico.

Mas temos que ter em mente que em nossos textos acadêmicos, em nossas redações para
concursos ou textos e relatórios de nossa área profissional, é a variante padrão que precisa
prevalecer. É necessário evitarmos gírias, regionalismos e os elementos típicos da linguagem
coloquial: repetições desnecessárias, cacoetes, abreviações.

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4. Referências Bibliográficas

Azevedo, F. J. F. (2010). Metodologia da Língua Portuguesa. Porto: Colecção Universidade,


Plural Editores. Lda

Carvalho, J. G. H. (1969). Estudos Linguísticos. Coimbra: Atlântida Editora, S. A. R. L

Chicuna, A. M. (2009). Portuguesismos nas Línguas Bantu. Para um dicionário Português-


Kiyombe. Lisboa: Editorial Presença.

Cintra, L. F. (1972). Sobre Formas de Tratamento na Língua Portuguesa. Livros Horizonte.

Mateus, M. (2005). A mudança da língua no tempo e no espaço. Em M. Mateus, & F.


Nascimento, Pinto. (2007). A Língua portuguesa em mudança. Lisboa: Caminho.

Mateus, M. H. M. et al. (2003). Gramática de Língua Portuguesa: 7ª Edição. Lisboa: Editora


Caminhos-SA.

Mateus, M. H., Brito, A. M., Duarte, I., & Faria, I. H. (2006). Gramática da língua portuguesa.
Lisboa: Caminho.

Ribeiro, H. et al (2010).. Gramática Moderna da Língua Portuguesa. Lisboa: Escola editora.

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