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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Turma: G

O contributo da história oral para o desenvolvimento das pesquisas sobre as sociedades


africanas

Nome de Estudante: Lúcia Norberto Fernando Cipriano


Código de Estudante: 708212371)

Curso: Licenciatura em ensino de História


Disciplina: História das Sociedades II
Ano de Frequência: 2º ano

O Tutor: Sulemane Ibraimo Issufo

Quelimane, Agosto de 2022


Classificação
Nota
Categoria Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
Aspetos  Capa 0.5
organizacionais  Índice 0.5
 Introdução 0.5
Estrutura
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
Introdução  Contextualização
 Indicação clara do 1.0
problema
 Discrição do
1.0
objectivo
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
de trabalho
Análise e  Articulação e
discussão domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo expressão escrita
cuidada, coerente,
coesão textual.
 Revisão
bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
Formatação  Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspetos
paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6Ed, em das citações
4
bibliográficas citações e referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos............................................................................................................................. 4

1.1.1. Objetivo geral .................................................................................................................... 4

1.1.2. Objectivos específicos ....................................................................................................... 4

1.3. Metodologia usada ............................................................................................................... 4

2. O contributo da história oral para o desenvolvimento das pesquisas sobre as sociedades


africanas ...................................................................................................................................... 5

2.1. Definição de conceitos ......................................................................................................... 5

2.1.1. Conceito história oral ........................................................................................................ 5

2.1.2. Conceito fonte histórica .................................................................................................... 6

2.2. Contexto do surgimento da história oral como fonte histórica ............................................ 7

2.3. Factores que determinaram o uso da história oral como fonte histórica .............................. 8

2.4. Importância da história oral para a pesquisa em história. .................................................... 9

3. Conclusão........................................................................................................................... 10

4. Referências bibliográficas .................................................................................................. 11


1. Introdução
O presente trabalho da disciplina de História das Sociedades II tem como tema “O contributo da
história oral para o desenvolvimento das pesquisas sobre as sociedades africanas”.

A história oral é uma história do tempo presente, pois implica uma percepção do passado como
algo que tem continuidade hoje e cujo processo histórico não está acabado. A presença do passado
no presente imediato das pessoas é razão de ser da história oral. Nesta medida, a história oral não
só oferece uma mudança para o conceito de História, mas, mais do que isto, ela garante sentido
social à vida de depoentes e leitores que passam a entender a sequência histórica e a sentirem-se
parte do contexto em que vivem.

Ela é uma alternativa à história oficial, consagrada por expressar interpretações feitas, quase
sempre, com o auxílio exclusivo da documentação escrita e oficial. Ela se apresenta como forma
de captação de experiências de pessoas dispostas a falar sobre aspectos de sua vida mantendo um
compromisso com o contexto social. A base da história oral é o depoimento gravado; portanto, os
três elementos que constituem a condição mínima da história oral são: o entrevistador (que pode
ser mais de um), o entrevistado (que podem ser vários), e a aparelhagem de gravação (que pode
ser apenas de som, como também de imagem, com filmagens, envolvendo outros participantes,
além do entrevistador, e com outras implicações).

A história dos povos africanos era transmitida oralmente. Era pacientemente passada de boca a
ouvido, de mestre a discípulo ao longo do tempo. De modo geral, a importância maior da fala sobre
a escrita está presente ainda hoje na cultura de muitos povos, nos vários cantos do planeta.

O presente trabalho tem como objectivo compreender o contributo da história oral para o
desenvolvimento das pesquisas sobre as sociedades africanas.

Em termos metodológicos, a pesquisa quanto à abordagem é qualitativa e quanto aos


procedimentos metodológicos é uma pesquisa bibliográfica.

Estruturalmente, o trabalho tem três partes a saber: primeira de introdução constituído por;
objectivos e metodologia, segunda parte da revisão da literatura (marco teórico) discussão das
questões relacionadas ao estudo da arte da área da pesquisa e última parte que traz conclusão da
pesquisa bem com as referências bibliográficas dos autores citados ao longo da pesquisa,
obedecendo as normas da UCM.

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1.1. Objectivos

Para o presente trabalho foram traçados os seguintes objectivos:

1.1.1. Objetivo geral

Compreender o contributo da história oral para o desenvolvimento das pesquisas sobre as


sociedades africanas.

1.1.2. Objectivos específicos


 Conceituar história oral e fonte histórica;
 Descrever o contexto do surgimento da história oral como fonte histórica;
 Explicar os factores que determinaram o uso da história oral como fonte histórica;
 Identificar a importância da história oral para a pesquisa em história.
1.3. Metodologia usada
Para Gil (2014) “metodologias da pesquisa são caminhos que levam a efeituar-se um certo estudo,
são as metodologias que vão ditar como fazer o mesmo, o que deve fazer” (p.186).

Este estudo foi desenvolvido fundamentando-se na abordagem qualitativa, com a compreensão de


que é a melhor maneira de se aproximar dos objetivos desse estudo, uma vez que a abordagem
qualitativa que segundo Vergara (2013) “se preocupa com um nível de realidade não quantificado,
aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e
não captável em equações, médias e estatísticas” (p. 46).

O procedimento metodológico que orientou esta pesquisa fundamentou-se numa abordagem


pesquisa bibliográfica.
Para Marconi e Lakatos (2013), a pesquisa bibliográfica:
[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,
materiais cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto
com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...] (p. 57).
Nesta óptica, a autora baseou se em artigos, manuais que abordam acerca do tema do presente
trabalho

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2. O contributo da história oral para o desenvolvimento das pesquisas sobre as
sociedades africanas
2.1. Definição de conceitos
2.1.1. Conceito história oral

“A História oral devolve a história às pessoas em suas próprias palavras. E ao lhes dar um passado,
ajuda-as também a caminhar para o futuro construído por elas mesmas” (Thompsom, 1998, p. 337)

De acordo com Campos (2002) a “história oral relaciona-se com as histórias e as memórias
pessoais contadas por determinados indivíduos sobre o seu passado e o processo formal de recolha
e análise dessas informações, por parte dos historiadores” (p. 32).

De acordo com Campos (2002) há três modalidades de história oral:

História oral de vida, história oral temática e tradição oral. Na história oral de vida o sujeito
tem maior autonomia para dissertar o mais livremente possível sobre sua experiência
pessoal; a ele é dado espaço para que sua história seja encadeada segundo a sua vontade.
Na história oral temática há maior objetividade: a partir de um assunto específico e
preestabelecido, busca-se o esclarecimento ou opinião do entrevistado sobre algum evento
definido. Ela tem características bem diferentes da história oral de vida, pois detalhes da
vida pessoal do narrador apenas interessam na medida em que revelam aspectos úteis à
informação temática central. Na tradição oral, o foco é a permanência dos mitos, a visão
de mundo de comunidades que têm valores filtrados por estruturas mentais asseguradas em
referências do passado remoto, que se manifestam pelo folclore e pela transmissão
geracional (p. 33).

Já houve muitas classificações para a expressão história oral. Alguns já a classificaram como
método, técnica e teoria. No entanto, há um consenso no meio académico em considerar a mesma
como uma metodologia de pesquisa. Conforme diz Ki-Zerbo, “A história da África, como a de
toda a humanidade, é a história de uma tomada de consciência. Nesse sentido, a história da África
deve ser rescrita”. Por sua vez, Alberti (2005, p. 155), afirma que:

A história oral é uma metodologia de pesquisa e de constituição de fontes para o


estudoda história contemporânea, surgida em meados do século XX, após a
invenção do grava-dor à fita. Ela consiste na realização de entrevistas gravadas com

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indivíduos que participaram de, ou testemunharam acontecimentos e conjunturas
do passado e do presente”.

Nora (1993) define memória e história, “a memória é a vida, aberta à dialéctica da lembrança e da
amnésia. A história é a reconstrução problemática e incompleta do que não mais existe”. Neste
contexto, a memória é o lugar do presente eterno; a história, uma representação do passado. A
memória é colectiva, enquanto a história é universal. A memória enraíza-se no concreto, nos
objectos e gestos. A história vincula-se às continuidades temporais. A memória é o absoluto,
enquanto que a história, o relativo. Assim, constitui-se uma história crítica da memória. Nesse
contexto, de acordo com Mata (2017, p. 9), “a memória apresenta-se também como tessitura da
história que, juntamente com os instrumentos científicos ‘oficiais’, permite uma visão holística,
ou pelo menos prismática, do desempenho na/da história, contaminando discursos culturais e
científicos e operando em territórios distintos, embora complementares”

Diante dos comentários dos autores acima percebo que a história oral é um conjunto de
procedimentos que se inicia com a elaboração de um projeto e continua com a definição de pessoas
a serem entrevistadas, com o planejamento da condução das gravações, com a transcrição, com a
conferência do depoimento, com a autorização para o uso, arquivamento e com a publicação dos
resultados os quais, regra geral, devem, a priori, voltar aos entrevistados para revisão.

2.1.2. Conceito fonte histórica

Na visão de Nora (1993) as fontes da história “são todas as informações, vestígios e objectos
deixados pelos seres humanos do passado”.

Mata (2017, 13) “as fontes históricas são os itens materiais e imateriais (ou seus vestígios) que são
produzidos pela ação humana. As fontes históricas são fundamentais para que o historiador possa
realizar o seu trabalho de investigação do passado humano”

Na minha visão as fontes históricas orais referem-se aos materiais que pessoas produziram de
forma oral. São exemplos desse tipo de fonte: entrevistas, gravações, relatos e histórias que pessoas
contam sobre algum acontecimento. Nesse tipo de fonte, pode-se incluir também as lendas e os
mitos, que uma geração passa para a outra.

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Portanto as sociedades africanas subsaarianas eram orais, isto é, o saber era tradicionalmente
transmitido pela palavra falada. Assim, grande parte da memória das sociedades subsaarianas foi
preservada pela tradição oral.

2.2. Contexto do surgimento da história oral como fonte histórica

De acordo com o historiador Thompson (2002, p. 70), a “História Oral foi o primeiro tipo de
história. Durante séculos as fontes orais eram usadas como a única maneira de transmitir a história
dos antepassados”.

“No século V a.C., o historiador grego Tucídides transpõe para a palavra escrita os relatos da
Guerra do Peloponeso, representando um dos primeiros e mais notáveis exemplos da importância
do registo das tradições e histórias passadas de geração para geração” (BLOCK, 2002, p. 9).

Contudo, a disseminação da palavra impressa obscura a palavra falada. As práticas historiográficas


reduzem a importância das fontes orais, o que resulta igualmente na redução da significância dos
testemunhos orais. Alguns autores ao longo da História fazem por expressar o seu interesse na
tradição oral, estudando crenças e costumes, de onde resultam produções literárias como o
Romanceiro e Cancioneiro Geral de Almeida Garrett (datado de meados do século XIX

Segundo Block (2002) a partir da “Segunda Guerra Mundial, a combinação de novas tecnologias
de imagem e som e a necessidade de propor novas formas de captação das experiências vividas
durante o conflito popularizou o uso das entrevistas gravadas. Isso impulsionou o desenvolvimento
da metodologia da história ora” (p.10).

A primeira experiência da história oral como actividade organizada é de 1948, quando o professor
Allan Nevis lançou The Oral History Project na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
Isso se deu depois da Segunda Guerra Mundial, quando a combinação de avanços tecnológicos
com a necessidade de propor novas formas de captação de experiências importantes como as
vividas então por combatentes, familiares e vítimas dos conflitos passou a indicar uma nova
postura dos pesquisadores em face das entrevistas (THOMPSON, 2002, p. 72). Nessa época, o
rádio já era um importante meio de divulgação e as entrevistas tornaram-se populares. O
jornalismo, portanto, deu um auxílio significativo para o avanço da história oral. Os primeiros
programas de entrevistas visavam pessoas de destaque e apenas mais recentemente é que os grupos
menos favorecidos começaram a integrar a ordem de prioridades dos pesquisadores. As revistas e

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jornais ajudavam a divulgar os depoimentos, juntamente com as fotografias de quem os narrava
(CAMPOS, 2002, p. 34).

Alberti (2007) argumenta que;

A narrativa é um dos principais alicerces da metodologia de história oral, que pressupõe a


gravação de entrevistas de caráter histórico e documental com atores e/ou testemunhas de
acontecimentos, conjunturas, instituições e modos de vida da história contemporânea. Ao
contar suas experiências, o entrevistado seleciona e organiza os acontecimentos de acordo
com seus referenciais do tempo presente, imprimindo-lhes um sentido e transformando
aquilo que foi vivenciado em linguagem. As entrevistas de história oral revelam o trabalho
da linguagem em cristalizar imagens que remetam a, e que signifiquem novamente, a
experiência. Esses relatos do passado, na opinião de Alberti, tornam as entrevistas
especialmente ricas. A propósito disso, ela cita o historiador Lutz Niethammer, para quem
“as histórias dentro da entrevista são o maior tesouro da história oral porque nelas se
condensam esteticamente enunciados objetivos e de sentido” (p.2).

No caso de esquecimento, para ajudar suprir essa falha, podem-se usar instrumentos que servem
de apoiar a memória, como fotografias, objectos e outras coisas que possam ajudar o entrevistado
a se recordar melhor dos factos em pesquisa.

Analisando percebo a fonte oral não é fidedignidade das fontes é a que elas são carregadas de
subjetividade, em África olhamos como mitos. Essa subjetividade muitas vezes é percebida, mas
é ela que muitas vezes faz a diferença, pois as fontes orais contam-nos não apenas o que um povo
ou um indivíduo fez, mas também os seus anseios, o que acreditavam estar fazendo ou fizeram.

Mas, como qualquer outro documento, as fontes orais merecem um minucioso trabalho de crítica
e interpretação, cabendo ao pesquisador usar a história oral de maneira correta e buscar os factos
que forem relevantes ao seu trabalho, porque a partir dos depoimentos orais é possível ter infinitas
representatividades.

2.3. Factores que determinaram o uso da história oral como fonte histórica

Na visão de Campos (2002, p. 35) a história oral tardou a se desenvolver em Africa por causa de
dois factores: a falta de tradições institucionais não-acadêmicas que se empenhassem em
desenvolver projetos registradores das histórias locais e a ausência de vínculos universitários com
os localismos e a cultura popular.

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Neste sentido, percebe se aqui a partir a falta de meios para gravar uma narrativa de alguém que
conta uma história constitui um dos factores para que um dado conhecimento se torne público,
mais, nos tempos actuais as medias já relatam através de rádios e redes sócias. A falta de
instituições e acadêmicos que investigam histórias Africana constitui um factor importante para o
uso da história oral e a sua confiabilidade em Moçambique particularmente.

2.4. Importância da história oral para a pesquisa em história.

Para Block (2002) a história enriquece as “representações possíveis da memória colectiva; a


História fornece símbolos e conceitos para que a sociedade pense sobre si mesma e sobre sua
relação com o passado; ao oferecer instrumentos para preservação da memória social, a História
contribui para sua recuperação e difusão; a história, através da narrativa, fertiliza a memória,
contribuindo para reactivação das lembranças” (p. 17).

As fontes são muitas vezes as únicas fontes disponíveis para escrever a história de Moçambique.

De acordo com Block (2002, p. 20) as fontes de tradição oral são de “extrema riqueza para o auxílio
e efectiva construção da historiografia África em particular Moçambicana. Nas sociedades
africanas a memória oral é muito forte, muito rica e vinculada de geração a geração”.

Entretanto, em grande parte do continente africano, Moçambique incluindo, a transmissão oral dos
legados culturais é muito importante. Num continente onde a população é maioritariamente
analfabeta, a tradição oral tem um papel importante. Para legarem conhecimentos as próximas
gerações (literários, musicas, coreográficos, técnicos, etc) o povo africano desenvolveu uma
grande capacidade de memorização.

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3. Conclusão
Ao terminar conclui-se que:

A história oral trata dos mais variados temas como: estigmatização, identidade, redes migratórias,
redes de apoio local, vivências subjetivas, memórias, dentre outros, por isso tem se mostrado
vantajosa como metodologia para a construção e análise dos movimentos migratórios,
reconstruindo a memória dos imigrantes;

O estudo da história do continente africano e, particularmente, em Moçambique apresenta uma


peculiaridade em relação ao estudo da história universal de uma forma geral: a importância que se
dá à oralidade ou à tradição. É verdade que o relato oral, apesar de ser uma forma muito abrangente
de conhecimento, no contexto africano, apresenta alguma problemática para a pesquisa histórica.
Um deles é o facto de que o relato de um conhecimento pode mudar dependendo da pessoa que o
relata e quando ela o relata, podendo ocorrer que certos detalhes, cruciais para se compreender o
facto histórico, sejam perdidos. Outro aspecto é que determinados povos conseguem relatar factos
ocorridos até 4 ou 5 gerações antes da geração actual, fazendo com que acontecimentos ocorridos
há mais tempo, e que poderiam ser relevantes, sejam perdidos e não estudados. Contudo o relato
oral pode servir como base para uma pesquisa mais aprofundada, usando a arqueologia, a
linguística e a história comparada com a de povos que habitavam próximos para poder confirmar-
se;

Tanto a memória quanto a história oral, possuem um substrato comum: são antídotos do
esquecimento. São fontes de imortalidade;

Nas sociedades tradicionais africanas as narrativas orais configuram os pilares onde se apóiam os
valores e as crenças transmitidas pela tradição e, simultaneamente, previnem as inversões éticas e
o desrespeito ao legado ancestral da cultura.

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4. Referências bibliográficas
ALBERTI, Verena (2005). Manual de História Oral. (3ª.ed). Rio de Janeiro. Edição FGV.

ALBERTI, Verena. (2007). Manual de História Oral. (4ª.ed.). Editora FGV. pp. 85-100.

BLOCK, Marc (2002). Apologia à História ou o Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar

CAMPOS, de Flávio (2002) O jogo da História. São Paulo: Moderna. p. 32-40

GIL, A. C. (2014). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (6ª.ed.). São Paulo: Atlas

MARCONI, M. & LAKATOS, E. M. (2013). Metodológica do trabalho cientifico. (7ª ed.). São
Paulo: Atlas

MATA, Inocência (coord) (2017). Discursos Memorialistas Africanos e Construção da História.


Macau: Edições Colibri.

NORA, Pierre. (1993). Entre memória e história: a problemática dos lugares. São Paulo: Cortez,

THOMPSON, Paul. (1998). A voz do passado: História Oral. São Paulo: Paz e Terra

THOMPSON, Paul (2002). Vozes do Passado: História Oral. (2ª Ed.). Rio de Janeiro: Paz e Terra

VERGARA, S. C. (2013). Projetos e relatórios de pesquisa em administração. (5ª ed.). Rio de


Janeiro: Atlas.

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