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ESCUTA ATIVA

A arte de ouvir
Escuta Ativa
■ A habilidade da escuta ativa é essencial para a boa comunicação e para
um saudável desenvolvimento pessoal e profissional.

■ A maioria das pessoas pensa que se comunicar bem é saber falar direito,
ou até mesmo saber escrever.

■ Pouquíssimas se lembram de quão essencial é, para a comunicação,


saber escutar!

■ Todo mundo acha que sabe!


■ Quando uma pessoa está falando com você, você está prestando atenção
nela de verdade ou está pensando aflitivamente na resposta que vai dar?

■ Quando você pergunta a opinião de alguém, está realmente disposto a


escutar?
■ Em um mundo em que todos querem falar mais alto que os outros,
ouvir é uma habilidade que certamente precisamos desenvolver.

■ Saber escutar é fundamental para estabelecer e fortalecer conexões,


melhorar as relações e crescer pessoal e profissionalmente.
■ Consiste em escutar atentamente o interlocutor, não só com os ouvidos,
mas com todos os sentidos em alerta.

■ É conseguir, ao ouvir um discurso sobre um problema, focar atentamente


no interlocutor e buscar entender o máximo possível do que está sendo
dito, de quais são as intenções, as preocupações e os anseios contidos
no discurso que se ouve, atentando-se também para todas a mensagens
que a linguagem corporal de quem fala está transmitindo.
■ A escuta ativa é uma das habilidades mais importantes da
inteligência emocional, e se conecta de forma direta com a empatia
de conseguir olhar nos olhos das pessoas e não deixar que as suas
próprias vivências e experiências de vida promovam julgamentos à
fala delas.
A arte de escutar...
■ Vai além do ouvir e inclui o silêncio e o tempo para
processar.
■ A escuta é um processo de recepção, atribuição de
significado e/ou de resposta a partir de uma
mensagem verbal e/ou não verbal.
■ O propósito não é apenas ouvir para registrar uma
opinião, é compreender o que está por trás, para
além da aparência, uma porta para o diálogo e
revisão das próprias certezas, uma chance de
enxergar outras possibilidades e modos de ser das
coisas.
■ O bom escutador deve respeitar o interlocutor e ser curioso – abrir-se
a outra visão de mundo.
■ Compreensão da realidade como construção social complexa e,
portanto, o reconhecimento de seu caráter multifacetado e das várias
visões e percepções possíveis sobre o mesmo fenômeno, objeto e
situação.
Dicas de como praticar a Escuta Ativa
1. Olhe atentamente para o interlocutor durante sua fala, para que ele se sinta seguro e
você compreenda o assunto em toda a sua amplitude.
2. Escute as pessoas atentamente, evitando pensar em outras coisas.
3. Não faça outras atividades enquanto conversa com uma pessoa.
4. Evite selecionar na fala do outro somente aquilo que o agrada, recusando toda
comunicação que seja uma crítica ou que não satisfaça uma expectativa.
5. Procure ouvir o outro com empatia, se colocando no lugar deste, procurando sentir
como ele sente a questão.
6. Durante a escuta procure não julgar o outro, com suas perspectivas pessoais.
7. Antes de iniciar o procedimento de escuta desligue o celular e não fique olhando para
o relógio.
8. Evite conversar enquanto anseia por outros compromissos.
9. Não concluir os pensamentos do seu interlocutor antes que ele termine de falar.
Escuta ativa na área de saúde

■ Apresenta-se como uma estratégia de comunicação essencial para a


compreensão do outro, pois é uma atitude positiva de calor, interesse e
respeito, sendo assim terapêutica.

■ A Escuta Terapêutica pode ser definida como um método de responder


aos outros de forma a incentivar uma melhor comunicação e
compreensão mais objetiva das preocupações pessoais.
■ No cuidado, a escuta pode minimizar as angústias e diminuir o
sofrimento do assistido, pois por meio do diálogo que se desenvolve,
possibilita ao indivíduo ouvir o que está proferindo induzindo-o a uma
autorreflexão.
■ A prática da escuta significa o reconhecimento do sofrimento do
paciente, pois o ato de ouvir assume que há algo para se ouvir,
oferecendo a este a oportunidade de falar e expressar-se.
■ Muitas vezes, a pessoa necessita apenas de alguém que a escute para
que possa ordenar e organizar sua própria experiência e, mesmo que a
solução para seus problemas pareça distante ou até impossível, o simples
falar causa uma sensação de alívio imediato, o que impede que o
indivíduo se desestruture por experimentar um nível de tensão acima de
seu limite (adoecimento, internação, acidentes, cuidados diversos á
saúde).
■ O processo de escuta exige tornar-se consciente do que se está fazendo
quando se está a ouvir e entender que há uma diferença entre saber ouvir
e apenas receber dados.
■ O propósito não é apenas ouvir para registrar uma opinião, é
compreender o que está por trás, para além da aparência, uma porta
para o diálogo e revisão das próprias certezas, uma chance de
enxergar outras possibilidades e modos de ser das coisas.
■ Na atuação do profissional da saúde , a escuta se faz importante pela
própria necessidade das pessoas de conversar. Conversar significa,
em sua origem, “dar voltas com o outro”.
– Outro ângulo e significados.
■ O profissional da saúde desenvolve escuta sensível para dar voltas
com o outro com ética e cuidado.
“Construímos o mundo a partir de laços afetivos. Esses laços
tornam as pessoas e as situações preciosas, portadoras de
valor. Preocupamo-nos com elas. Tomamos tempo para
dedicarmos a elas. Sentimos responsabilidade pelo laço que
cresceu entre nós e os outros. A categoria cuidado recolhe todo
esse modo de ser. Mostra como funcionamos enquanto seres
humanos”.

Lenonardo Boff
A ESCUTATÓRIA – RUBEM ALVES

“Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi


anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a
falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um
curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se
matricular. Escutar é complicado e sutil…Parafraseio o
Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que
é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma”.
Daí a dificuldade: a gente não aguenta ouvir o que o
outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente
tem a dizer…Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa
arrogância e vaidade: No fundo, somos os mais bonitos… Tenho um velho amigo, Jovelino,
que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua
experiência com os índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo
silêncio. Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em
silêncio, abrindo vazios de silêncio, expulsando todas as ideias estranhas. Todos em silêncio,
à espera do pensamento essencial. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro.
Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo
que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. A música
acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar – quem
faz mergulho sabe – a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres
dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não
havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim, Deus é isto: a beleza que se
ouve no silêncio. Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a
importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é
quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.
Ouçamos os clamores dos famintos e dos despossuídos de humanidade que
teimamos a não ver nem ouvir. É tempo de renovar, se mais não fosse, a nós
mesmos e assim nos tornarmos seres humanos melhores, para o bem de cada um
de nós. É chegado o momento, não temos mais o que esperar. Ouçamos o
humano que habita em cada um de nós e clama pela nossa humanidade, pela
nossa solidariedade, que teima em nos falar e nos fazer ver o outro que dá sentido
e é a razão do nosso existir, sem o qual não somos e jamais seremos humanos na
expressão da palavra”. Rubem Alves

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