Você está na página 1de 10

Atendimento Fraterno

O que é Atendimento Fraterno ou Diálogo Fraterno?

O atendimento fraterno pelo diálogo consiste em receber fraternalmente aquele que busca
o Centro Espírita, dando-lhe a oportunidade e expor, livremente e em caráter privativo e
sigiloso, suas dificuldades e necessidades. Acolher, de forma fraterna e solidária, dentro
dos princípios do Evangelho à luz da Doutrina Espírita, ouvindo e orientando com respeito,
atenção e humildade. Essa forma de bem proceder, deve ser estendida também àquele
(a) companheiro (a), trabalhador (a) do Centro Espírita, que se sinta necessitado (a).

Roteiro

Não há um roteiro obrigatório, o que existe são boas práticas disseminada pela
experiência e busca da coerência. O que iremos apresentar abaixo é apenas uma
proposta.
1. Apresentação do Atendente: Apresentar-se sucintamente com nome, procure
evitar currículos longos ou históricos de atendimentos, pode passar a ideia de
arrogância, ou melindrar o atendido.
2. Apresentação do Atendido: Pergunte apenas o nome, outras informações
pessoais, se necessário faça na etapa seguinte.
3. Conhecimento do problema/necessidade: Não fazemos diagnóstico no
atendimento fraterno, apenas podemos investigar, a fim de, identificar e encaminhar
para o profissional adequado, nosso trabalho é apenas no viés espiritual, QUANDO
ele houver.
4. Orientação: A orientação pode se dar através da prescrição de frequência as
doutrinárias, tratamento bioenergético e sugestão de procura de ajuda profissional.

Fundamentos práticos da Relação de Ajuda

a) Ouvir ativamente
Ouvir não é uma atitude passiva na qual nada se faz, é uma atitude ativa e participativa.
Ouvir é essencial à compreensão do outro.

- Ouvir o que é dito e observar o que não é dito


• Os silêncios: o que o outro não diz;
• O tom da voz: calmo, irritado, nervoso;
• A altura da voz: alto, baixo, moderado e mudança da linha de base;
• A postura: rigidez, descontração, concentração;
• A mímica: sorriso, choro, contrações, colorido da face;

- Observar as incoerências
Elas geralmente revelam as dificuldades que o Outro está encontrando para comunicar
suas ideias e sentimentos. Exemplo: “Não me importo com o que as pessoas de mim” ....
“tive que sair de casa porque não aguentava mais”.

b) Compreender
As atitudes das pessoas têm sempre uma causa, embora, nem sempre sejam claras ou
identificáveis. Às vezes, as causas dos comportamentos são inconscientes. Certos
comportamentos socialmente desajustados, geralmente não se mostram isolados, e, sim,
envoltos num emaranhado de lembranças, recalques, ideias fixas, ambivalências, etc.

c) Comunicar o que ouvimos e compreendemos


De nada adianta ouvir, compreender e não comunicar. É importante que a Outra Pessoa
perceba que a estamos compreendendo, aceitando, respeitando e confiando na
capacidade dela, o que pode ser expresso através de respostas compreensivas, tais
como: uma verbalização, um sorriso, olhando nos olhos ou um gesto como oferecer um
lenço;

Medidas objetivas

a) O local

O ambiente acolhedor e seguro contribui para a pessoa sentir-se melhor. Devemos tomar
os seguintes cuidados:
Privacidade: A atendido tem que ter a absoluta certeza que está em privativo, se ouvir
vozes vindo de outros cômodos por exemplo pode ficar recluso, pois, se ele ouve também
podem ouvir ele.
Conforto: Aqui pode ser algo simples, não é necessário um estofado, uma simples cadeira
serve, porém, atender alguém em pé por exemplo já fica desconfortável.
Silêncio: Quanto maior o silêncio, maior a segurança do atendido em se abrir, e maior
será a capacidade de concentração.
Obs: conforme item i, do Subtítulo Dicas Importantes, do Capítulo 6, do livro Orientação
para o Atendimento Espiritual no Centro Espírita da FEB é importante atender a pessoa
de preferência a sós.

b) Tempo
Embora bastante variável, o tempo necessário para um Diálogo Fraterno é em torno de 30
à 60 minutos. As primeiras conversas, em geral, são mais demoradas. Algumas vezes, o
Atendente toma a iniciativa de limitar o tempo

c) Sigilo
Não comente nada de outras pessoas com o atendido, isso passa a impressão que o que
ele disser será dito a outros. Se precisar citar exemplos, faça de forma ilustrativa sem
qualquer chance de identificar o autor do relato, se possível, diga que é um exemplo,
assim passará a impressão que é apenas um exercício de imaginação.

Lembretes úteis

a) Seja você mesmo


O que você diz ou não diz não é tão importante quanto a “forma” como você diz. Se você
não consegue encontrar as palavras certas, mas se sente genuinamente preocupado, sua
voz e seus modos mostrarão isso.

b) Aprenda a acolher bem


Um acolhimento atencioso é sempre um bom início e deve ser propiciado pelo atendente
em todas as formas de apoio.

c) Relacione-se com a pessoa, não apenas com o problema


Tente estabelecer uma relação com a qual a pessoa possa ganhar apoio e força. Informe
seu nome e esteja atento para o dela. Estabeleça um clima de confiança e aproximação.
Pessoas deprimidas podem estar retraídas e serem difíceis dê se relacionar. Demonstre
que você está disponível, busque aproximar-se com sensibilidade, valorize-a, aceita-a
sem restrições. Se o for possível saber da necessidade com antecedência e você não se
sentir a vontade, direcione para outro atendente.

d) Esteja no nível do outro


As pessoas que nos procuram são frequentemente sensíveis à rejeição. A atitude de
aceitação incondicional, sem críticas e com respeito, é imprescindível para ajudar a
restaurar a dignidade, a confiança e a autoestima, que elas sentem que perderam.

e) Olhe a capacidade:
Não se concentre só na fraqueza ou na doença. Isso o ajudará se você transmitir algo
sem ser artificial, valorizando o outro e reconhecendo que ele está fazendo o melhor que
pode para cuidar de si mesmo. Muitas vezes é possível perceber e dizer: “Você sente que
o seu esforço não é reconhecido“.

f) Dê sua atenção total


Esteja atento à vivência emocional da pessoa, mais do que aos fatos, e ao que não é dito
tanto quanto ao que é dito. Responda de forma que o outro perceba que está sendo
entendido. Não há pressa. Deixe a pessoa falar o quanto precisar. Você não tem que dizer
algo inteligente quando há uma pausa; o silêncio fecundo é restaurador interno. E é
insubstituível.

g) Facilite o desabafo
Mostre atenção e interesse. Facilite para que ela prossiga em sua exposição, sem intervir.
“Você gostaria de falar sobre isso...”, ou “Você me dizia que..”, ou “Ahnhan...”, ou
“Continue”, ou “Mmmmm”.

h) Vá em direção ao sofrimento
Dê ao outro uma chance de expressar os sentimentos, quaisquer que sejam: raiva,
desespero, medo, culpa, ansiedade.
Às vezes, você precisa prover uma abertura, para que a pessoa fale sobre seus próprios
segredos; coisas íntimas, que ela não diz a ninguém e talvez não interesse a outras
pessoas. Por exemplo, “Você parece aborrecido...”.

i) Tente ver as coisas pelo ponto de vista do outro

Esteja do lado dela, não do das pessoas que a magoam ou que ela pode estar magoando.
Responda com compreensão aos sentimentos dela, mesmo que as causas que ela
apresente pareçam irracionais ou improváveis. Exemplo:
Ela: “Minha nora está tentando me envenenar...”.
Você: “Você está com medo de ser envenenada...”.

j) Deixe as respostas virem do outro

O primeiro problema apresentado pode ser a introdução para outros problemas. Você
pode achar que encontrou uma solução e ficar tentado a apresentar uma consideração
apressada, por pensar que já tem tudo analisado, estruturado e quer passá-la à pessoa e
provar a validade dela.
Não se precipite. As informações podem ser incorretas e sem fundamento. O seu ângulo
de visão pode ser diferente do dela. E, ainda, você pode estar lhe roubando algo
significativo e dignificante, não deixando que descubra as coisas por si mesmo.

k) Responda às perguntas com honestidade e sensibilidade

Algumas perguntas revelam apenas uma atitude de polidez; outras, uma espécie de
sondagem prévia: é o outro se preparando para entrar em algum assunto importante que
não sabe como iniciar (um quebra gelo – puxar assunto). Acolher as perguntas, considerar
o contexto e responder o mais compreensivamente possível, e voltar o foco da conversa
para a pessoa, sem ficar muito tempo com a palavra. As perguntas são uma forma de
comunicação como outra qualquer. Não há razão para nos sentirmos ameaçados.
É comum ouvirmos dizer. Antigamente não tinha essas frescuras de ansiedade. Na
verdade sempre existiu, o que não havia era diagnóstico. Ansiedade era comumente
conhecida por Histeria ou Neurose, enquanto depressão era chamada de melancolia,
Síndrome do Pânico por sua vez era alcunhada como "Nervos Fracos" ou "Cabeça
Fraca".

* Ansiedade.
- Sintomas mentais
1. Medo e preocupação excessiva;
2. Irritabilidade;
3. A dormência ou formigamento no rosto, lábios ou nos braços;
4. Desânimo, desinteresse por coisas antes prazerosas;
5. Alterações no sono;

- Sintomas físicos
6. Palpitação;
7. Tremores;
8. Suor frio;
9. Tensão muscular;
10. Sensação de pressão ou aperto no peito;
11. Falta de ar, respiração ofegante e
12. Dificuldade de engolir ("bolo na garganta"), por espasmo do esofagiano.

* Depressão.
- Sintomas
1. Sensação de vazio ou tristeza
2. Falta de vontade para realizar atividades que davam prazer
3. Falta de energia e cansaço constante
4. Irritabilidade
5. Dores e alterações no corpo
6. Problemas de sono
7. Perda de apetite
8. Falta de concentração
9. Pensamento de morte e suicídio
10. Abuso de álcool e drogas
11. Lentidão

* Sindrome do Pânico.
- Sintomas
1. Sensação repentina e excessiva de ansiedade ou medo;
2. Sensação de falta de ar/Hiperventilação;;
3. Aperto no peito;
4. Coração acelerado;
5. Tremores;
6. Sudorese. Aumento da produção de suor;
7. Calafrio;
8. Tontura;
9. Boca seca;
10. Vontade urgente de ir ao banheiro;
11. Zumbido nos ouvidos;
12. Sensação perigo iminente;
13. Medo de morrer.
14. Náusea

* Suicídio.

O suicida não quer acabar com a vida, quer acabar com o sofrimento:

Mitos e Fatos sobre suicídio


1. Mito: suicídio é hereditário
- Fato: Quando várias pessoas de uma mesma família se matam, isso não ocorre em
razão da hereditáriedade. Na verdade, aqueles que ficam sentem-se culpados por
considerarem que não fizeram nada.
2. Mito: Quem fala em suicídio não se mata.
- Fato: de cada 10 pessoas que se mataram ou tentaram, 8 disseram que o fariam.
3. Mito: O suicídio ocorre sem aviso.
- Fato: Suicidas costumam deixar pistas, como mudanças de hábitos, mudanças de
discurso, medos sem justificativas.
4. Mito: A pessoa que se mata estava decidida a morrer.
- Fato: Ao lado do desejo de fugir da vida existe sempre o instinto de conservação.
5. Mito: A pessoa que já pensou ou tentou o suicídio será sempre candidata a ele.
- Fato: A pessoa pode estar passando por um mal momento, mas sessada a causa sessa
também o impulso.

* Problemas espirituais.
- Obsessão;
- Fascinação;
- Subjugação;
- Mediunidade negligenciada;

Problemas emocionais
- Perda de Entes queridos.
- Solidão.
- Sentimento de Culpa.
- Rejeição.
- Decepção.
- Separação.
- Mudanças.

Do Atendente:
- Apresentação pessoal:
- Características do Atendente:
- Distanciamento Emocional:

Do atendimento:
- Ambiente:
- Investigação:
- Micro expressões faciais:

Dos cuidados:
- Ab-reação: descarga emocional pela qual um indivíduo se liberta do afeto que
acompanha a recordação de um acontecimento traumático. Pode ser provocada, por
exemplo, por hipnose, ou ocorrer de forma espontânea no decorrer do processo
psicoterápico.
- Positividade Tóxica:

Bibliografia

CVV. Centro de Valorização da Vida. Manual do Voluntário 2018.


FEB. Orientação para o Atendimento Espiritual no Centro Espírita. 1ª Edição, 2019.

Você também pode gostar