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Energia de Cura

Mediunidade de Cura e Magnetismo.

Como descreve Kardec em O Livro dos Médiuns, os médiuns curadores são “os que têm o poder de curar ou de aliviar
o doente, pela só imposição das mãos, ou pela prece”.

O magnetismo espiritual é um fenômeno que possibilita a transferência do fluido vital.

O fluido vital, por sua vez, é o princípio que animaliza a matéria e conecta o espírito ao corpo.

Ou seja, é o que dá vida momentânea à carne. O magnetismo espiritual também está atrelado à cura.

No entanto, a consciência da ação é diferente da praticada pelo médium curador, como esclarece Kardec em O Livro
dos Médiuns (capítulo XIV, Item 175):

“Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao
passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de
magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas
circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de
médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação.”

O que é o Magnetismo?
Segundo o Dicionário Houaiss, magnetismo “é o conjunto de fenômenos associados às forças produzidas entre
circuitos em que há uma corrente elétrica, ou entre magnetos.” Em O Livro dos Espíritos, na questão 27 a, a
espiritualidade esclarece que “O quechamais fluido elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido universal,
que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode
considerar independente.”
Segundo informações trazidas pela Revista Espírita (1869, p. 288/289), “Sendo o magnetismo o fluido
circulante que cada criatura assimila à sua maneira e em graus diferentes, pode-se ver nele esse imenso encadeamento
e essa imensa atração que une e desune, atrai e repele todos os seres criados, fazendo de cada um deles uma pequena
unidade que vai, obedecendo à mesma lei, confundir-se na majestosa unidade do Universo. O magnetismo que, aliás,
não passa do processo de que nos servimos para a concentração e a liberação do fluido, é essa associação magnífica
de todas as forças criadas.
O fluido é o circulante que põe os seres em vibração uns com os outros.” O nome Magnetismo vem de
Magneto (O imã, também conhecido como magneto, é uma substância que possui a capacidade de atrair substâncias
magnéticas (ferro ou outros metais). Magnetismo, portanto, é o processo de atração e repulsão entre energias.
Todos os corpos da natureza emitem energia, e, portanto, em contato uma com as outras, essas energias se
atraem ou repelem, agem umas sobre as outras, em intensidades diversas, de acordo com variadas circunstâncias.
Emmanuel esclarece: “O magnetismo é um fenômeno da vida, por constituir manifestação natural em todos os seres.
Se a ciência do mundo já atingiu o campo de equações notáveis nas experiências relativas ao assunto, provando a
generalidade e a delicadeza dos fenômenos magnéticos, deveis compreender que as exteriorizações dessa natureza,
nas relações entre os dois mundos, são sempre mais elevadas e sutis, em virtude de serem, aí, uma expressão de vida
superior.”
Emmanuel – O Consolador, questão 26.

Existem vários tipos de magnetismo?

Sim. Na Revista Espírita de 1864, página 21, temo a seguinte informação: “há vários
gêneros de magnetismo, em cujo número estão o magnetismo animal e 5 o magnetismo
espiritual que, conforme a ocorrência, pode pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de
magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada
dirige a Deus.”

Com relação à Prece, o instrutor Aniceto esclarece que “o trabalho da prece é mais
importante do que se pode imaginar no círculo dos encarnados. Não há prece sem
resposta. E a oração, filha do amor, não é apenas súplica. É comunhão entre o
Criador e a criatura, constituindo, assim, o mais poderoso influxo magnético
que conhecemos.”
Os Mensageiros, capítulo 25.

No livro A Gênese, Kardec nos informa que: “A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras: 1º pelo próprio
fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à
força e, sobretudo, à qualidade do fluido; 2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre
um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja
para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está
na razão direta das qualidades do Espírito; 3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve
de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semiespiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual.
Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias,
o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador.”
A Gênese, Capítulo 14, item 33.

Recomendações ao aplicador de passe

Ao passista, recomenda-se o seguinte:


Conhecimento doutrinário e conduta equilibrada;
Bom estado de saúde física e mental. Evidentemente, o equilíbrio orgânico é importante para doar suas
próprias energias, embora secundado pelos recursos fluídicos do Plano Superior. Para tanto, deve evitar tudo quanto
importa no desgaste ou perda de energia: excessos sexuais, alimentação excessiva ou imprópria, hiperácida,
hipercarnívora, demasiadamente energética.

Segundo o Espírito Alexandre em Missionários da luz:


[...] O excesso de alimentação produz odores fétidos, pelos poros, bem como das saídas dos pulmões e do estômago,
prejudicando as faculdades radiantes [...] O álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios nos centros
nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando os melhores esforços na transmissão de elementos
regeneradores e salutares.
Equilíbrio das emoções. O seareiro na tarefa do passe deve lutar contra fatores que reduzam as suas
possibilidades magnéticas, como mágoas excessivas, a paixão desvairada, inquietudes, desequilíbrios nervosos vários,
que constituem barreiras à passagem das energias auxiliadoras;
Como meta a ser atingida ao longo do tempo, deverá o médium aplicador de passe esforçar-se por conquistar
grande domínio sobre seus pensamentos, sentimentos, acentuado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida,
fé vigorosa e racional. Enfim, deverá desenvolver as qualidades que atraem os bons Espíritos, como a bondade, a
simplicidade de coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas materiais. Assim, deverá ter como meta a
sua transformação moral.

Quanto mais elevarmos nosso pensamento em preces, maior será o poder de nossa irradiação.
É importante transcrevermos parte do diálogo entre os Espíritos Hilário e Aulus, constante na obra Nos
domínios da mediunidade, capítulo 17:
– Por que motivo a energia transmitida pelos amigos espirituais circula primeiramente na cabeça dos
médiuns?
– Ainda aqui – disse Áulus –, não podemos subestimar a importância da mente. O pensamento influi de
maneira decisiva na doação de princípios curadores. Sem a ideia iluminada pela fé e pela boa vontade, o médium não
conseguirá ligação com os Espíritos amigos que atuam sobre essas bases.
Apresentamos, a seguir, um despretensioso esquema, objetivando ilustrar o mecanismo do passe:
» APLICADOR DE PASSE
Elevação do padrão vibratório (prece) + vontade de servir ao próximo;
» RECEBIMENTO DE ENERGIAS
Por meio dos centros vitais superiores e irradiadas pelos benfeitores espirituais;
» CONJUGAÇÃO
Fluidos do médium + fluidos espirituais (propriedades terapêuticas);
» TRANSMISSÃO
Pela imposição das mãos, sobre o coronário do assistido.

De acordo com o Espírito André Luiz em Mecanismos da mediunidade:


Ao toque da energia emanante do passe, com a supervisão dos benfeitores desencarnados, o próprio enfermo
na pauta da confiança e do merecimento de que dá testemunho, emite ondas mentais características, assimilando os
recursos vitais que recebe, retendo-os na própria constituição fisiopsicossomática, por meio das várias funções do
sangue
José Herculano Pires, na obra Obsessão, o passe, a doutrinação, assevera: “O passe espírita é simplesmente a
imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus como se vê nos Evangelhos [...]”.
José Raul Teixeira na obra Diretrizes de segurança esclarece o seguinte:
Porque as energias penetram o centro coronário e são distribuídas por essas “linhas de forças”, à semelhança
de qualquer medicamento, elas vão atingir as áreas carentes. Se estivermos com uma problemática cardíaca, por
exemplo, não haverá necessidade de aplicarmos as energias sobre o músculo cardíaco, porque em penetrando nossa
intimidade energética, aquele centro lesado vai absorver a quantidade, a parcela de recursos fluídicos de que
necessita. Do mesmo modo, se temos uma dor na ponta do pé e tomamos um analgésico, que vai para o estômago, a
dor na ponta do pé logo passa. Então, o nosso cosmo energético está, como diz a Doutrina Espírita, ligado célula por
célula ao nosso corpo somático. [...]
Portanto, o centro coronário, situado no alto da cabeça, é o encarregado de supervisionar os demais centros
vitais, assim como é aquele que assimila os estímulos do Plano Superior. Todavia, não devemos descurar a necessidade
de aprimorar o conhecimento, como esclarece o Espírito Áulus na obra Nos domínios da mediunidade:
Então – disse Hilário –, para curar, serão indispensáveis certas atitudes do Espírito...
– Indiscutivelmente não prescindimos do coração nobre e da mente pura, no exercício do amor, da humildade
e da fé viva, para que os raios do poder divino encontrem acesso e passagem por nós, em benefício dos outros. Para
a sustentação de um serviço metódico de cura, isso é indispensável.
– Entretanto, para o esforço desse tipo precisaremos de pessoas escolhidas, com a obrigação de efetuar
estudos especiais? – Importa ponderar – disse Áulus, convicto – que em qualquer setor de trabalho a ausência de
estudo significa estagnação. Esse ou aquele cooperador que desistam de aprender, incorporando novos
conhecimentos, condenam-se fatalmente a atividades de subnível [...].
Podemos assegurar que, verdadeiramente, são os Espíritos Superiores que conhecem a situação real do
atendido, as possibilidades de ajudá-lo em face de seus compromissos nas provas, a natureza dos fluidos de que
necessita e assim por diante. Logo, a manipulação de recursos advindos do passe é dos Espíritos.
André Luiz nos afirma em Missionários da luz, capítulo 19 – Passes, que no Mundo Espiritual:
Postávamo-nos, agora, ao lado de um cavalheiro idoso, para cujo organismo Anacleto me reclamou atenção.
Analisei-o acuradamente. Com assombro, notei-lhe o fígado profundamente alterado. Outra nuvem
igualmente muito escura, cobria grande parte do órgão, compelindo-o a estranhos desequilíbrios. Toda vesícula biliar
permanecia atingida. E via-se, com nitidez, que os reflexos negros daquela pequena porção de matéria tóxica
alcançavam o duodeno e o pâncreas, modificando o processo digestivo. Alguns minutos de observação silenciosa
davam-me a conhecer a extrema perturbação de que o órgão da bile se sentia objeto. As células hepáticas pareciam
presas de perigosas vibrações.
Enderecei ao amigo espiritual meu olhar de admiração.
– Observou? – disse ele, bondosamente – Toda perturbação mental é ascendente de graves processos
patológicos. Afligir a mente é alterar as funções do corpo. Por isso, qualquer inquietação íntima chama-se desarmonia
e as perturbações orgânicas chamam-se enfermidades.
[...]
Anacleto continuou de pé e aplicou-lhe um passe longitudinal sobre a cabeça, partindo do contato simples e
descendo a mão, vagarosamente, até a região do fígado, que o auxiliador tocava com a extremidade dos dedos
irradiantes, repetindo-se a operação por alguns minutos. Surpreendido, observei que a nuvem, de escura, se fizera
opaca, desfazendo-se, pouco a pouco, sob o influxo vigoroso do magnetizador em missão de auxílio. O fígado voltou
à normalidade plena. Mais alguns minutos e nos encontramos diante de uma senhora grávida, em sérias condições de
enfraquecimento. Anacleto deteve-se mais respeitoso. [...]
Logo após, muito cuidadosamente, atuou por imposição das mãos sobre a cabeça da enferma, como se
quisesse aliviar-lhe a mente. Em seguida, aplicou passes rotatórios na região uterina. Vi que as manchas microscópicas
se reuniam, congregando-se numa só, formando pequeno corpo escuro. Sob o influxo magnético do auxiliador, a
reduzida bola fluídico-pardacenta transferiu-se para o interior da bexiga urinária.
A escolha do tipo de passe foi precedida de exame perfeito, já que os Espíritos encarregados desse trabalho
podem ver o funcionamento de nossos órgãos, o que para nós, encarnados, é impossível.
Fica bastante claro, com o estudo da Doutrina Espírita, que no plano dos encarnados, por total
desconhecimento das “técnicas” de manipulações dos fluidos, não há como selecionar na aplicação do passe esse ou
aquele tipo.
Como vemos, o passe dispensa rituais e regras criadas pelos homens e não encontramos amparo doutrinário
para muitas das práticas em nosso Movimento Espírita.
José Herculano Pires no livro Obsessão, passe e doutrinação nos diz que:
O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje envolveram alguns teóricos
improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e
toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista
e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e
hipnóticas de um passado já há muito superado. Os espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas
coisas, mas à prece e a imposição das mãos. Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no
poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas de ridículas gesticulações.
As encenações preparatórias: mãos erguidas ao alto e abertas, para suposta captação de fluidos pelo passista,
mãos abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para melhor assimilação fluídica, braços e pernas descruzados para não
impedir a livre passagem dos fluidos, e assim por diante, só servem para ridicularizar o passe, o passista e o paciente.
A formação das chamadas pilhas mediúnicas, com o ajustamento de médiuns em torno do paciente, as correntes de
mãos dadas ou de dedos se tocando sobre a mesa – condenadas por Kardec – nada mais são do que resíduos do
mesmerismo do século passado, inúteis, supersticiosos e ridicularizantes.
Comentário de Allan Kardec em O livro dos espíritos, questão 555:
O Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância
teceu uma infinidade de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento
esclarecido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma só é o melhor preservativo contra as ideias
supersticiosas, porque, ao mostrar a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, revela o que é possível e o que é
impossível, o que está nas Leis da Natureza e o que não passa de uma crença ridícula.
Conforme nos orienta Herculano Pires em Obsessão, passe e doutrinação:
O passe espírita é prece, concentração e doação. Quem reconhece que não pode dar de si mesmo, suplica a
doação dos Espíritos. São eles que socorrem aqueles por quem pedimos, não nós, que em tudo dependemos da
assistência espiritual.
A aplicação do passe deve, portanto, guardar coerência com as orientações doutrinárias, fundamentadas na
Codificação Kardequiana.

O que é o Passe?
Segundo definição do instrutor Áulus (Mecanismos da Mediunidade, capítulo 17):

“O passe é uma transfusão de energias, alterando o campo celular. Vocês sabem que na própria ciência humana de
hoje o átomo não é mais o tijolo indivisível princípios subatômicos, e que, antes desses princípios, surge a vida mental
determinante... Tudo é espírito no santuário da Natureza. Renovemos o pensamento e tudo se modificará conosco.
Na assistência magnética, os recursos espirituais se entrosam entre a emissão e a recepção, ajudando a criatura
necessitada para que ela ajude a si mesma. A mente reanimada reergue as vidas microscópicas que a servem, no
templo do corpo, edificando valiosas reconstruções. O passe, como reconhecemos, é importante contribuição para
quem saiba recebê-lo, com o respeito e a confiança que o valorizam.”

O Espírito Emmanuel assim define o passe:

“Assim como a transfusão de sangue representa uma renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de
energias psíquicas, com a diferença de que os recursos orgânicos são retirados de um reservatório limitado, e os
elementos psíquicos o são do reservatório ilimitado das forças espirituais.”
O Consolador, questão 98.

“Os passes, como transfusões de forças psíquicas, em que preciosas energias espirituais fluem dos mensageiros do
Cristo para os doadores e beneficiários, representam a continuidade do esforço do Mestre para atenuar os sofrimentos
do mundo.”
Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida, capítulo 153.

André Luiz ensina que “O passe não é unicamente transfusão de energias anímicas. É o equilibrante ideal da mente,
apoio eficaz de todos os tratamentos.” (Opinião Espírita, capítulo 55) O passe, portanto, não possui somente a
finalidade de tratamento físico, mas também psíquico, pois, como ensina Kardec, sobre os fluidos: “Sob o ponto de
vista moral, trazem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de
hipocrisia, de bondade, de benevolência, de amor, de caridade, de doçura, etc. Sob o aspecto físico, são excitantes,
calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, suporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores,
expulsivos; tornam-se força de transmissão, de propulsão, etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões,
das virtudes e dos vícios da Humanidade e das propriedades da matéria, correspondentes aos efeitos que eles
produzem.”
A Gênese, capítulo 14 item 17.
OS MÉTODOS DE CURA

Além do passe, que é o mais conhecido, a cura pode ser obtida pelos seguintes meios: pela prece, pelo
receituário mediúnico, em reuniões de desobsessão, através de operações sem instrumental cirúrgico, por meio de
operações com uso de instrumental cirúrgico, pelo tratamento a distância e, acrescentemos, por outros meios
espirituais desconhecidos. Afinal, apesar de seu avanço, o Espiritismo não é uma doutrina completa, a ponto de
informar sobre tudo.
Basta dizer que às vezes somos surpreendidos por acontecimentos que fogem completamente aos
conhecimentos que possuímos, doutrinariamente. De qualquer maneira, é o Espiritismo que nos dá as melhores e
mais firmes indicações sobre o mecanismo das curas e os meios de obtê-las. Dá-nos ele, inclusive, a possibilidade de
interpretar inúmeros casos em que as curas acontecem, fora do ambiente doutrinário e sob condições bastante
interessantes. O próprio estudo dos processos de cura oferece-nos material para interpretar e compreender outros
casos. É o que relembraremos rapidamente a seguir.

A PRECE
A prece é um dos meios pelos quais a cura de um mal pode ser alcançada. Mas é, também, um meio dos mais
difíceis, haja vista a pequena capacidade que grande parte dos seres humanos tem para orar. Isto porque a oração
não é um ato mecânico, que se realiza pelos lábios. Não. A prece é algo que depende enormemente do pensamento
e da vontade, pois sem estes ela se transforma em algo sem maior expressão. Quando os homens aprendem
verdadeiramente a orar, indubitavelmente conseguem sucesso em muitas coisas, inclusive na solução de seus
problemas de saúde.
A confirmação de que se pode obter cura através da prece pode advir do conhecimento (que vimos atrás) da
ação do pensamento sobre os fluidos, que nos esclarece como a coisa acontece. Mas pode advir também da
informação do “Livro dos Espíritos”: – “Podemos obter curas só pela prece?” indaga Kardec, ao que os espíritos
respondem: “Sim, às vezes Deus nos permite; mas talvez o bem do doente seja o de sofrer ainda e então vocês pensam
que a prece não foi ouvida”.
Esta resposta enseja, além da confirmação do poder da prece na cura, uma reflexão sobre o fato de nem todo
doente poder ser curado. Isto está explícito na resposta dos espíritos, que afirmam ser a doença, muitas vezes, “o bem
do doente”. Todos sabemos que isto acontece em vários níveis, ou seja, sempre que o doente é possuidor de
compromissos denominados cármicos, que devem se prolongar para além do momento em que está recebendo o
tratamento, a cura deixa de acontecer. Um indivíduo de grande força de vontade e orando com sinceridade, pode
ainda assim não alcançar o que deseja se isto for o melhor para ele.
Aliás, André Luiz nos mostra um exemplo que ilustra bem esse fato: havendo desencarnado, a mãe de um
jovem prossegue no mundo espiritual sofrendo com a doença do seu filho encarnado, preso ao leito. De tanto implorar
aos espíritos mais esclarecidos o alívio das dores do seu filho, ela recebe a informação de que será atendida. Tão logo
os espíritos realizam a cura, o jovem retoma uma vida perdulária, acabando por voltar ao vício do alcoolismo, que
havia motivado a sua doença. Com isto, também retorna a doença e o jovem volta ao leito. A mãe, embora com muito
sofrimento, acaba por compreender que a dor é “o bem do doente”.
Como a questão da cura total é extremamente complexa, uma vez que os resultados variam de caso para caso,
é bom estar prevenido. Pode o indivíduo não estar em condições de obter a cura total, seja porque o seu estado físico
está comprometido irremediavelmente, seja porque o seu processo cármico o recomenda. Mas, entre a cura total e a
cura parcial muita coisa pode ocorrer, ou seja, há pessoas que, depois determinado tratamento, alcançam resultados
parciais, que diminuem em parte o seu sofrimento, sem extingui-lo definitivamente. Quando isto acontece, de duas
uma: ou a pessoa compreende e assume sua situação, ou ela não aceita o pequeno resultado, e continua descrente
de tudo.
Isto pode ocorrer com dirigentes mal preparados. Estes poderão entrar em um processo de descrença ante a
doutrina pelo simples fato de não conseguir resultados positivos para todos aqueles que os procuram. A maneira de
enfrentar essa situação, que será inevitável nas casas espíritas dedicadas à prática da cura espiritual, é fortalecer o
conhecimento, a fim de compreender que na maioria das vezes a cura total ou parcial não depende exclusivamente
dele, mas de um conjunto de fatores nos quais entram o pensamento, os fluidos, os intermediários, os espíritos e o
próprio paciente.
Retornemos à prece. Apesar do estágio em que nos encontramos atualmente, somos ainda muito deficientes
na hora de realizarmos uma oração. Esta deficiência é que nos impede de obter bons resultados em nossos propósitos.
A prece deveria se constituir em matéria de constante estudo nos centros espíritas, mas estudo verdadeiro e não se
tornar objeto de considerações puramente místicas, que impedem alcançar a sua essência.

RECEITUÁRIO MEDIÚNICO

A mediunidade receitista foi tratada por Kardec de maneira objetiva. Diz ele em “O Livro dos Médiuns” que a
especialidade dos médiuns receitistas “é a de servir mais facilmente de intérpretes aos espíritos para prescrições
médicas. Não devemos confundi-los com os médiuns curadores, porque eles não fazem absolutamente mais do que
transmitir o pensamento do espírito e não têm, por si próprios, nenhuma influência”.
Com a popularização do Espiritismo, este tipo de mediunidade foi tomada de muitas preocupações, criando-
se em torno dos médiuns receitistas uma aura de medo. Espalhou-se a preocupação de que as receitas espirituais
pudessem, pelo menos no Brasil, contrariar as leis e trazer para a Doutrina alguns prejuízos. Surgiu então a orientação
de que as receitas dadas por médiuns deveriam passar pelo crivo dos médicos, passando estes a responsabilizarem-
se por elas.
Se, em algum momento, esta preocupação teve sua razão de ser, a verdade é que a presença do médico ao
lado do médium receitista passou a ser encarada em muitos centros espíritas como uma necessidade inadiável, a
ponto de inibir o trabalho mediúnico.
Ainda hoje, certas instituições de peso no movimento espírita divulgam a necessidade da presença desse
médico de plantão e se não fosse o bom senso de muitos deles, nós não veríamos chegar às mãos dos pacientes as
receitas. Simplesmente porque muitas delas, como um dia avisou Herculano Pires, contrariam as orientações dos
médicos encarnados. Isso sem falar dos centros espíritas que, tomados de verdadeiro pânico, deixaram de abrigar em
seu recinto o médium receitista, chegando alguns a proibir a sua presença. Era preciso não contrariar as orientações
vindas de cima.
O que serviu para um certo momento já não tem mais valor hoje. Ao invés de divulgar esse tipo de orientação
absurda, precisamos na verdade é valorizar o trabalho dos médiuns receitistas, dando-lhes apoio, sem perder de vista,
é claro, o controle que todo e qualquer tipo de mediunidade deve ter, para não se transformar em arma contra a
Doutrina e os homens.
A mediunidade receitista é, no processo de cura, muito importante e às vezes complementar do tratamento
espiritual. Os espíritos que atuam neste setor, normalmente ex-médicos encarnados, se utilizam de conhecimentos
adquiridos em vidas passadas e aprimorados na Espiritualidade. Suas receitas chocam muitas vezes os profissionais da
medicina, uma vez que a combinação de remédios nem sempre segue o comportamento tradicional. Há espíritos que
combinam diversos tipos de remédios, misturando alopatia e homeopatia, enquanto outros seguem uma dessas linhas
apenas.
Os resultados do receituário mediúnico via de regra, seguem o mesmo padrão dos demais tipos de tratamento
espiritual, ou seja, a cura total, parcial ou nenhum resultado efetivo ficam na dependência do encarnado e dos seus
compromissos cármicos. Como os médiuns receitistas, segundo Kardec, não exercem nenhuma influência no
receituário, é de se crer que a ação de seu pensamento não tenha influência no resultado da cura, ao contrário do passe
onde a influência é quase total. De qualquer maneira, os médiuns estão sempre submetidos aos interesses dos espíritos,
isto é, são os espíritos que determinam o que receitar.
OPERAÇÕES ESPIRITUAIS
A cura através do que se convencionou chamar operações espirituais parece ser recente, especialmente aquelas
em que os médiuns utilizam instrumental cirúrgico. Não há registros de fatos dessa natureza do século passado. Allan
Kardec não as menciona, embora, na Revista Espírita ele se refira à mediunidade nos médicos, chegando inclusive a
apontá-la como de grande interesse para o futuro.
As operações espirituais, que se popularizaram entre nós com o aparecimento do “médium da faca
enferrujada”, José Arigó, formam objeto de muita discussão no movimento espírita, havendo aqueles que não as
aceitam e outros que chegam até a combatê-las. Ao tempo de Arigó, as discussões se tornaram intensas, a ponto
daquela mediunidade escandalizar conhecidos trabalhadores do movimento espírita, que temeram pelo futuro. Após
sua morte, o clima serenou, voltando a ficar tenso com o aparecimento do agora médico Edson Queiroz (que
desencarnou no dia 5 de outubro de 1991, assassinado).
Eis aí uma mediunidade que poderíamos chamar de “risco”, uma vez que exige muita determinação por parte
do médium e coragem do paciente em se submeter à cirurgia. O “risco” é menor quando a operação é realizada sem
instrumentos cirúrgicos, como acontece com determinados médiuns, que se utilizam apenas das mãos. Mas quando os
espíritos solicitam o bisturi, a situação se modifica e deixa muitas pessoas desnorteadas, já que a maioria absoluta das
cirurgias neste caso é feita em condições precárias sob o ponto de vista médico, normalmente sem o uso de anestesia
e assepsia, com a agravante do espírito operador fazer uso de recursos como sujar propositadamente o local da incisão,
chegando até a mandar cuspir nos cortes.
É aí talvez que o escândalo aumenta. Muitos médicos e alguns deles bons espíritas não conseguem ver sentido
nesse ato, acabando por se opor a esse tipo de tratamento. Com Arigó o escândalo chegou até ao receituário mediúnico
que ele às vezes fornecia aos pacientes, contendo todas as evidências de uma verdadeira contradição. No entanto, até
o presente momento, não há registro de pacientes que tenham se utilizado aquelas receitas e tido sua condição
agravada. Pelo contrário, centenas de casos estudados demonstraram, quando pouco, uma acentuada melhoria do
estado geral do paciente.
A mediunidade, de modo geral, traz em si mesma o perigo da má aplicação. A cura através das operações
espirituais se presta muito ao charlatanismo e ao enriquecimento ilícito. Mas esse tipo de coisa existe na sociedade
como um todo, de modo que não podemos condenar o processo apenas por existirem pessoas de comportamento
condenável. Isto é uma outra questão.
Tivemos a felicidade de acompanhar de perto os dois tipos de mediunidade de cura: através do uso de
instrumental e sem o uso dele. Conhecemos alguns médiuns que se utilizam apenas das mãos para realizar a intervenção
e cujos resultados demonstraram um grande número de acertos. O curioso de um destes médiuns é que, após a cirurgia,
que se dava sem nenhum tipo de corte, o local da incisão era protegido por gases e esparadrapos como se o corte
tivesse sido feito. Exames posteriores, através do raio X, apontavam no local da incisão um corte interno, próprio de
uma cirurgia. O paciente, após o ato operatório, era aconselhado a seguir um procedimento típico de uma cirurgia pelos
processos conhecidos.
Em casos dessa natureza, em que o paciente não apresenta nenhum sinal exterior, a intervenção dos espíritos
é a única maneira de explicar a cirurgia. De qualquer modo, a participação do médium aparece como importante; caso
contrário, a cirurgia teria sido feita de maneira diferente. Se concluirmos que o médium tem uma participação
importante em casos como esse, deveremos concluir que também o seu comportamento mental tem implicações
positivas no caso – talvez possamos dizer mais, que os fluidos manipulados pelos espíritos operadores contem com a
participação do médium. É importante estudar o caso, porque quase nunca nos lembramos da participação do
intermediário, que é o médium.
As cirurgias feitas através de instrumental cirúrgico ficaram populares entre nós, após Arigó, e mais
recentemente por Edson Queiroz. Em nosso livreto Médicos-médiuns tivemos ocasião de analisar o fato. Edson seria a
repetição em gênero e grau de Arigó, não fossem duas únicas questões: Edson é médico e vem de berço espírita.
Ademais, no presente instante estamos como que impossibilitados de analisar o seu como sendo um caso da
atualidade espírita, uma vez que ele se enquadra em pelo menos duas classificações dadas por Kardec em O Livro dos
Médiuns: “Médiuns mercenários – os que exploram a sua faculdade”. “Médiuns ambiciosos – os que, sem porem preços
em sua faculdade, esperam tirar alguma vantagem dela”.
Porém, ao tempo em que ele merecia do movimento espírita o apoio e a atenção, sua faculdade foi
comprovadamente verdadeira. Acompanhamo-lo em diversas atividades, tanto em São Paulo, como em Recife, em
Montevidéu e Salvador, enfim, um sem número de vezes em que nos foi possível observar o fenômeno sob vários
aspectos: o do uso de bisturi e demais instrumentos, o uso constante de agulhas, a ausência completa de anestesia e
assepsia, os variados tipos de operações, que iam desde a retirada de um simples pterígio até uma incisão mais profunda
no seio, para a retirada de um caroço qualquer.
Os inúmeros casos acompanhados por Nazareno Tourinho – no primeiro e melhor livro que se escreveu sobre
Edson – constantes ainda da primeira fase de sua mediunidade, onde nenhuma denúncia de pagamento monetário
havia sido feita, mostra a magnitude do fenômeno e sua utilidade. Estamos convictos de que a principal finalidade da
mediunidade de cirurgia é mesmo a de chocar as criaturas humanas, o que esta mediunidade faz muito bem ao não
utilizar de modo visível a anestesia e assepsia – fato este que jamais resultou em danos para os pacientes – além da
maneira como os Espíritos operadores agem, com palavras e atitudes que realmente escandalizam as pessoas mais
sensíveis.
Enquanto vai chocando as pessoas, vai também realizando uma ação curativa para muita gente, que se vê assim
beneficiada pelos médiuns operadores.
TRATAMENTO A DISTÂNCIA
Este processo de cura, embora bastante conhecido, mas ainda pouco explorado, consiste em reunir, em data,
horário e local previamente estabelecidos, de maneira disciplinada e permanente, um certo número de pessoas de boa
vontade, para, em recolhimento e prece, destinarem energias (fluidos) para as pessoas necessitadas. Em vista do que
falamos no início sobre o poder do pensamento e sua ação sobre os fluidos, ficam claros para nós as possibilidade deste
tipo de reunião.
É evidente que ao dirigirmos nosso pensamento de modo coletivo em direção a pessoas necessitadas, as
energias que emanamos tenderão a alcançar o seu objetivo, não só estabelecendo resultados positivos sobre problemas
físicos e espirituais, como também sobre questões de ordem moral. Em nosso livro Você e os Espíritos (ainda por editar),
tratamos desta questão e apresentamos diversos exemplos da atuação do pensamento.
Quando o grupo dispõe de médiuns de comprovada capacidade de doação fluídica, os resultados podem ser
ainda mais promissores. Atualmente, há uma tendência em certos meios espíritas, de utilizar as energias de médiuns
bem dotados, carreando-as para fins terapêuticos, ao invés de fenômenos de materialização. A observação tem
demonstrado que em muitos núcleos, os resultados são às vezes surpreendentes.

A DESOBSESSÃO E A CURA
O Espiritismo encara a obsessão em seus variados graus como uma doença cujo portador deve ser tratado
convenientemente. A ação de um espírito sobre um encarnado, levando-o a cometer atos tidos como anormais por
nossa sociedade, é que tem não poucas vezes enchido os nossos institutos psiquiátricos. Daí, pois, a importância de
uma doutrina como a espírita, capaz de dar à doença e ao doente uma visão nova e diferente, com condições de ir ao
fundo da questão e obter resultados realmente satisfatórios. E mais, uma doutrina que é capaz de avançar no
diagnóstico e indicar quando a doença é causada por espíritos e quando ela, na verdade, foi criada pela própria mente
da criatura enferma, oferecendo, a partir daí, o remédio capaz de levar à cura – quando menos, de aliviar os sofrimentos.
A Desobsessão será tratada com mais profundidade em matérias posteriores.
Este nosso breve estudo procurou demonstrar, de modo rápido, que a atividade de cura no centro espírita, se
constitui em importante trabalho, que não deve ser relegado a segundo plano nem ser tratado sob o estigma dos
preconceitos. O Espiritismo é das poucas doutrinas que têm condições de desenvolver métodos e atividades de
tratamento que alcançam resultados verdadeiramente importantes. Seja se utilizando da presença de médiuns, seja
educando pessoas de boa vontade, seja, enfim, desenvolvendo em cada ser humano que participa de atividades
espíritas a consciência de que cada um de nós é verdadeiramente um “deus” e pode agir como ativo participante da
obra divina.
A maior necessidade dos espíritas atuais talvez seja conhecer, compreender e saber utilizar a Doutrina Espírita
na prática. Neste sentido é que os centros espíritas deveriam dirigir suas atenções. O mundo de coisas a serem feitas
pelos espíritas é grandioso, mas, com toda a certeza, estamos fazendo apenas uma pequenina parte do que nos cabe
por desconhecermos as nossas próprias potencialidades. É preciso descobri-las.
Como é uma cirurgia espiritual?
Bruno Lazaretti
São procedimentos que visam curar o espírito e, indiretamente, o corpo. Os espíritas acreditam que o corpo
físico está associado ao perispírito – espécie de aura formada por elementos químicos desconhecidos que só existem
no plano espiritual. As doenças seriam reflexos de alterações perispirituais, causadas por desequilíbrios morais. Ou seja,
para curá-las, cura-se o perispírito. Para tanto, um médium encarna o espírito de um médico e assume o tratamento.
Como a doutrina espírita não tem práticas homologadas e reguladas, as técnicas cirúrgicas variam de acordo com o
médium e o centro espírita. Alguns nem tocam o paciente, outros usam cristais e há ainda os que fazem incisões com
aparelhos cirúrgicos. (estes últimos não recomendáveis pelos espíritas).
PASSE LIVRE
O passe é a “transmissão de fluidos espirituais benéficos” realizada pelos médiuns. O médium passa as mãos
diante ou acima das pessoas a serem curadas. Também pode ser feito pelo olhar, pelo sopro e até a distância – sem o
paciente presente -, por irradiações mentais. O passe que antecede a cirurgia é coletivo.
A Cura Espiritual
Geralmente, as pessoas que procuram tratamento espiritual, já estão fazendo algum tipo de recuperação por meios
médicos convencionais (alopatia, fisioterapia, quimioterapia etc.) ou estão se submetendo a tratamentos com
acupuntura, homeopatia e outras técnicas naturalistas. Muitas dessas pessoas só procuraram a cura por métodos
espíritas porque não estavam satisfeitas com seus tratamentos, porque estes se prolongavam muito, sem resultados
satisfatórios, ou porque, em alguns casos, a situação era desesperadora e sem expectativas de cura.
Os consulentes de centros espíritas buscam, além da cura física, a vital, a emocional e a psíquico-espiritual para
resolverem seus conflitos familiares, problemas amorosos, problemas de negócios, questões judiciais etc. Essas pessoas
ficam sabendo, através de amigos ou parentes, de algum centro que faz excelentes trabalhos de cura espiritual e, assim,
quando chegam a esse centro, já estão com uma atitude positiva, esperançosa e confiante. E isto já é um dos requisitos
para estar receptivo à cura.
Habitualmente, o paciente, no centro espírita, passa por uma triagem, uma consulta e só então é estabelecido algum
tipo de tratamento espiritual adequado para cada tipo de desequilíbrio ou doença. O tratamento básico prescrito
geralmente conta com desobsessão, passes, doutrinação espírita e a leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo.
Quando há necessidade de cirurgia espiritual, é recomendado também algum tipo de alimentação especial e
moderação de vícios como cigarro e álcool. O paciente é aconselhado, ainda, a evocar o auxílio do dr. Bezerra de
Menezes e de outros médicos do plano espiritual, além de orar a Jesus.
Todas essas orientações são muito importantes, entre outras razões, porque, desta forma, o paciente é
obrigado “a fazer sua parte”. Com essa participação ativa no tratamento, ele se torna mais receptivo à cura.
Algumas recomendações muito importantes para se facilitar a obtenção da cura são: a reforma íntima, a leitura
de caráter espiritual, os entretenimentos sadios, a manutenção daquela atitude que Jesus denominou como “vigiai e
orai”, praticar o silêncio e a prece e ter moderação em tudo que fizer.

Algumas virtudes e conceitos precisam ser buscados e vivenciados para preparar o doente, a fim de aproveitar
melhor o trabalho de cura espiritual que lhe é amorosamente ofertado. Entre outras qualidades, podemos citar a
humildade, a compreensão, o perdão, a caridade, o amor, a fé e a gratidão.
A humildade é uma condição em que se aceita a própria situação sem culpa, sem julgamento e sem criticar
ninguém ou a si próprio, melhorando a maneira de se comunicar com todas as pessoas. De forma prática, poderíamos
dizer que algumas pessoas de condição social, intelectual e financeira acima da média de repente se vêem sentadas ao
lado de pessoas simples e pobres, sentindo-se deslocadas. Deus sabe o que faz! Essas diferenças, quando reunidas, têm
uma razão especial: o sofrimento não faz distinção, a lição a ser aprendida é a da humildade e da convivência solidária.
E isto torna a pessoa receptiva à cura.
A compreensão vem antes do perdão pois primeiro é necessário entender a si próprio, conhecer as motivações
pessoais, para então ser capaz de compreender o outro, as limitações e os erros de ambos, abrindo o caminho para a
melhora. Ser compreensivo torna o paciente receptivo à cura.
O perdão, como já falamos, vem depois da compreensão, pois se compreendemos nossos erros, os do próximo
e todas as questões envolvidas, então somos capazes de perdoar a nós mesmos e ao nosso irmão. Jesus falou
exaustivamente da necessidade do perdão incondicional. O perdão verdadeiro não é de natureza intelectual, tem que
estar impregnado dentro de nossos sentimentos. A compreensão mental auxilia, mas não é tudo. Exercer o perdão abre
campo para a pessoa ficar receptiva à cura.
Praticar a caridade e buscar o amor
Para entender a necessidade da caridade, vejamos as palavras de São Paulo: “Quando mesmo que se tivesse a
linguagem dos anjos, o dom da profecia que penetrasse todos os mistérios e ainda tivesse fé, se não tiver caridade não
somos bons cristãos (ou bons espíritas)”.
Atualmente, ouvimos muito na mídia a convocação para sermos voluntários. Ser voluntário é ser caridoso. A
grande maioria dos trabalhadores dos centros espíritas são voluntários. E que tipo de caridade um doente poderá fazer?
Poderá, ao adentrar na casa, dar um bom dia sorrindo, ser gentil com os presentes, sentar-se silenciosamente, orar e
pedir a Jesus e a Deus que abençoe essa casa espírita, todos os médiuns, os guias espirituais e as outras pessoas que
também estão lá buscando tratamento.
Estas são pequenas atitudes que melhoram seu campo energético e facilitam a recepção das energias de cura.
Além disso, a pessoa pode se informar sobre as necessidades da casa e colaborar com aquilo que lhe for possível. Se o
paciente se predispor a prestar a caridade a todos no centro e em seu próprio mundo (família, amigos, trabalho etc.)
estará se tornando mais receptivo à cura.
Sobre o amor, o Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo XV, afirma que ele é o maior mandamento. Jesus
disse: “Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o seu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. Esse é o maior e
o primeiro mandamento. O segundo mandamento é semelhante ao primeiro: Amarás ao teu próximo como a ti
mesmo”. Na verdade, a maioria das pessoas confundem o amor verdadeiro (amor divino, espiritual) com paixão, apego,
controle, algo muito pessoal e separatista.
Se quisermos aprender e desenvolver o sentimento do amor em nós, que comecemos a ler e a pensar sobre o
assunto, orando e pedindo a Deus que purifique nossos sentimentos e transforme nosso amor. O amor cura, salva, faz
milagres, é o maior poder do universo. Todo aquele que busca a cura espiritual deve se esforçar para desenvolver o
amor uno, o amor universal, pois assim estará se tornando receptivo à cura.
Tenha fé e seja grato pela cura
Quanto à fé, Jesus disse que se a tivéssemos do tamanho de um grão de mostarda, seríamos capazes de remover
montanhas. E quais seriam essas montanhas? Nossas doenças, nossas dificuldades e tudo aquilo que nos parece
impossível. Na fé verdadeira não há dúvidas, ainda que tudo pareça impossível. Lembrem-se de algumas parábolas de
cura, onde Jesus dizia para a pessoa que foi curada: “A tua fé te curou”.
Ainda que não tenhamos uma fé tão grande, podemos orar ardorosamente e pedir a Jesus e a Deus que nos
deem a graça desta. Se você quer ser curado espiritualmente, não fique criticando, julgando ou procurando encontrar
coisas que impedirão sua cura. Tenha fé, busque-a incessantemente, pois assim você se abrirá para as bençãos da cura
espiritual. Torne-se receptivo à cura!
A gratidão é uma condição indispensável para o processo não só de cura espiritual, mas de toda a trajetória
evolutiva. Ore, agradeça e abençoe a tudo e a todos, não somente os que estão próximos, mas também o planeta, a
galáxia e o universo! Agradecer tornará você apto para receber a cura.
Enfim, se você deseja ser curado, desenvolva todas as virtudes aqui citadas e muitas outras encontradas na
literatura espírita. Desta forma, você ficará bem espiritualmente e bastante receptivo à cura. Que Deus abençoe sua
busca espiritual e seu trabalho de cura!
Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição especial 02.
CIRURGIAS ESPIRITUAIS
Cirurgias diretas:
No caso de operações diretas, os técnicos desencarnados utilizam o ectoplasma do médium de fenômenos
físicos, e também os fluidos nervosos emitidas pelas pessoas presentes, e esta aglutinação polarizada sobre o enfermo
presente possibilita resultados mais eficientes e imediatos.
Cirurgias processadas a distância
Em tais casos os técnicos siderais operam no perispírito dos enfermos, e o duplo etérico se encarrega de
transmitir para o corpo físico todas as reações específicas da interação processada naquele.
Pelo fenômeno de repercussão vibratória manifesta seus efeitos lenta e gradualmente no corpo de carne.
Os espíritos servem-se dos instrumentos operatórios do vosso setor utilizando a substância astralina do seu
ambiente próprio, usam os moldes ou duplo etéricos das ferramentas adotadas pelos médicos terrenos.
Todos os objetos ou seres possuem seu molde ou duplo astral.
Os espíritos operadores desmaterializam as ferramentas dos médicos terrenos, e manuseando as matrizes
etéricas das mesmas operam o corpo perispiritual na parte que se apresenta afetada.
A intervenção na matriz perispiritual leva tempo para corrigir as deformações nos órgãos afetados em sua
contraparte carnal.
Cirurgias Mediúnicas – Incorporação
O espírito quando opera incorporado no médium é sempre auxiliado por companheiros experimentados na
mesma tarefa, os quais cooperam e ajudam no controle da intervenção cirúrgica.
Os médicos desencarnados trocam opiniões e antecipadamente examinam as anomalias dos enfermos a serem
operados. Entidades experimentadas na ciência química preparam os fluidos anestesiantes e cicatrizantes e depois o
transferem do mundo oculto para o mundo físico conforme o necessário.
O SOPRO CURADOR
O sopro curador divide-se em:
Quente: Quando empregado contra queimaduras
Frio: Para a ação dispersiva, acúmulos de fluidos, principalmente nos estados congestivos, depressão nervosa, vertigens
e colapsos cardíacos.
Aplicação:
O passe pelo sopro quente é transmitido pela boca, assoprasse com o ar aquecido do estômago sobre o local
ou toda a pessoa doente, como no gesto de quem deseja aquecer as mãos atacadas pelo frio.
O passe pelo sopro frio consiste no assoprar-se com o ar vindo dos pulmões, é gesto natural do homem e é de
ação dispersadora dos maus fluidos.
Divisão do sopro
Quente: Estimulante, Cicatrizante, Descongestionante
Frio: Calmante Revigorante, Dispersador de fluidos
Sopro – Requisitos
Este trabalho requer conhecimento profundo no manejo de fluidos, moral muito elevada e assistência espiritual
enobrecida nos exemplos evangélicos.
Hálitos impregnados de fluidos viciados pelo álcool, fumo, vapores de condimentação e molhos apimentados
não se prestam para fins terapêuticos do sopro.
Se o que entra pela boca, sem o necessário cuidado de seleção contamina o sopro, que diríamos então da boca
que não se resguarda de palavras de baixo calão que criam nuvens escuras em torno de sua aura e as irradia para o
próximo… É preciso conservar a pureza da boca e a santidade das intenções
É imprescindível que o homem possua estômago sadio, boca habituada a falar BEM, com abstenção do mal e a
mente reta interessada em auxiliar.
PASSES

Deve o passista cultivar as seguintes qualidades.


– Boa vontade
– Prece e mente pura
– Elevação de sentimentos e amor
A prece especialmente, representa elemento indispensável para que a alma do passista estabeleça comunhão direta
com as forças do bem, favorecendo, assim, a canalização, através da mente, os recursos magnéticos das esferas
elevadas.
A oração é prodigioso banho de forças, tal vigorosa corrente mental que atrai.
Para o êxito da tarefa deve-se expulsar as preocupações do dia a dia e sorver do plano espiritual substancias
renovadoras.
O que impossibilita o êxito:
– Mágoa excessiva e paixões
– Alimentação inadequada e alcoólicos
– Desequilíbrio nervoso e inquietude
A alimentação excessiva favorece o vampirismo da criatura por entidades infelizes, o mesmo o correndo com os
alcoólicos em demasia.
O passista que não confia no alto limita sua capacidade de receptiva, fecha as portas da casa mental, obstruindo o
acesso a recursos magnéticos.
FLUIDOS PROJETADOS A DISTÂNCIA – (Passes)
Pode ser ministrado com eficiência desde que haja uma sintonia entre aquele que administra e o que recebe.
Nesse caso, diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho de auxílio, favorecendo a realização e a prece
silenciosa será o melhor veículo de força condutora.
Por serem fluidos mais fracos do que os doados pelo médium de efeitos físicos (Ectoplasma) são submetidos a
um tratamento químico especial pelos operadores invisíveis afim de se obterem resultados positivos
Fatores que impedem que os fluidos transmitidos a distância sejam da mesma eficácia do que os do médium na
intervenção direta.
– Falta vontade disciplinada
– Vibração emotiva fervorosa
– Não tem boa saúde
– Fumam muito
– Abusam de alcoólicos
– Alimentação carnívora
Para suprir as necessidades fluídicas os espíritos bem feitores se utilizam também de vibrações espirituais de fiéis de
outras crenças ou religiões, quando se encontram reunidos em seus templos, imantados em preces, cânticos ou
devoções.
FLUIDIFICAÇÃO DA ÁGUA
Em espiritismo entende-se por água fluida aquela em que os fluidos medicamentosos foram imergidos, por
ação magnética de médiuns ou por intervenção de Espíritos benfazejos.
Os processos de fluidificação da água consistem em:
1 – Pelas próprias pessoas
2 – Pelos médiuns
3 – Pelos Espíritos do bem
A fluidificação de água pelos espíritos pode processar-se na presença do médium, ou a distância. No primeiro
caso não dispensa a concentração do médium, no segundo faz-se a exposição da vasilha ao sereno da noite.
A água recebe-nos a influência ativa da força magnética e princípios terapêuticos que aliviam e sustentam, que
ajudam e curam.
Os médiuns vegetarianos, sem vícios deprimentes e libertos de paixões violentas, são capazes de produzir curas
prodigiosas pelo emprego da água fluidificada, a qual ainda é super ativada pelo energismo mobilizado pelos espíritos
desencarnados em serviço socorrista aos encarnados.
Ao ingerir a água fluidificada, isto é, um conteúdo potencializado no seu energismo, o homem recebe
diretamente e em estado de pureza esta carga de forças vitalizadoras.
Não é o bastante os médiuns fluidificarem a água, eles precisam melhorar sua saúde física e sanar seus
desequilíbrios morais, exige também do médium o fiel cumprimento das leis de higiene física e espiritual afim de elevar
o padrão qualitativo de suas irradiações vitais.
O êxito mediúnico de passes e fluidificação da água é afetado, quando os médiuns são negligentes a sua higiene
física e mental.
Jesus era pobre, mas asseado, suas mãos eram limpas e ele evitava até alimentação indigesta ou tóxica.
Entramos em contato todos os dias com poeira, substâncias tóxicas, enfermos e na falta de limpeza prévia ela
se transforma, à hora dos passes, em desagradável chuveiro de fluidos contaminados pelos germes e partículas nocivas
a transmitirem-se ao consulente.
Os consulentes se tornam mais receptivos aos fluidos terapêuticos mediúnicos quando os recebem de passistas
que se impõe pelo melhor aspecto moral, asseio e delicadeza.
O êxito depende fundamentalmente do estado de receptividade do consulente.
“E qualquer que tiver dado só que seja um copo d’água fria por ser meu discípulo, em verdade vos digo que de
modo algum, perderá seu galardão” Jesus – Mateus 10:42
AUTO CURA:
Quando a criatura possui a convicção sincera e pura lembrada por JESUS no exemplo do grão de mostarda e da
Fé que remove montanhas ela mesmo pode dispensar o curandeiro, o médium e os médicos e assim recuperar-se
completamente.
“Vós sois Deuses” JESUS
Se não fosse assim o mestre teria dito!
ÊXITO DAS CURAS MEDIÚNICAS
O próprio Jesus não pode curar todos os enfermos, pois enquanto alguns não possuíam a fé “Que remove montanhas”,
outros não estavam em condições de livrar-se dos seus sofrimentos e mazelas físicas determinadas pela lei do Carma.”
A saúde do corpo físico é menos importante do que o equilíbrio espiritual da alma.
OS IMPEDIMENTOS QUE NÃO PERMITEM A CURA
A perfeição das leis cósmicas não permitem curar externamente quem não quer curar-se internamente.
Poses mentais descontroladas dificultam a análise perispiritual, o diagnóstico fica comprometido.
Vícios desregrados destroem as possibilidades de êxito do além, pois tornam o perispírito sujo e oleoso que formam
uma cortina opaca, intransponível.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Vibrações balsamizantes conseguem acalmar o sofrimento do enfermo, porém, em nenhuma hipótese evitarão que se
processe o determinismo da Previdência Divina quanto a sua vida ou morte.
O verdadeiro sentido da Vida é Amor! E o amor é um estado de espírito de doação incondicional que nos impõe
no dever de pensarmos também nas aflições dos outros.
Assim todo o gesto ou ato que tenha em vista satisfazer a nossa vaidade, ou nosso orgulho, é sempre uma realização
desfavorável ao próximo, pesando na balança da Justiça Divina contra nós mesmos.
“Bem aventurados os que sofrem porque deles é o Reino dos Céus” JESUS
“Só pelo amor será salvo o homem” JESUS
Pesquisa realizada por Leandro Brancher de Oliveira
OBRAS CONSULTADAS
Evangelho
Mediunidade de Cura – Ramatis
Mecanismos da Mediunidade – André Luis
Nos domínios da Mediunidade – André Luis
Os mensageiros – André Luis
Curas e passes espirituais – Wenefledo
Estudando a mediunidade – Martins Peralva
Referencia do texto metodos de cura

CURAS FÍSICAS E ESPIRITUAIS - Verdade Luz

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