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(35) "A Noss a Vida Ment al" - Trad ução do Profe ssor
Almi r Andr ade, pág. 18.
(36) "No Mund o Maio r" - Franc isco Când ido Xavi er
- Pelo Espir ito de A~dr é Luiz, Cap. IV, Estud ando o céreb ro.
MAG NET ISMO ESP IRIT UAL 31
vendo este trecho elucid ativo: «Nos lobos fronta is, exte-
rioriza ção fisiológica de centro s perisp irítico s impor tantes,
repous am milhões de células, à espera , para funcio nar,
do esforç o human o no setor da espirit ualiza ção. Nenhu m
homem, dentre os mais arroja dos pensad ores da Hu-
manid ade, desde o pretér ito até os nossos dias, logrou
jamais utilizá -las na décim a parte. São forças de um cam-
- po virgem , que a alma conqu istará, não sómen te em con-
tinuid ade evolut iva, senão també m a golpes de auto-e du-
cação, de aprim orame nto moral e de elevaç ão sublim e;
tal serviç o só a fé vigoro sa e revela dora pode enceta r,
como indisp ensáve l lâmpa da vangu ardeir a do progre sso
indivi dual.»
Não seria arroja do afirma r: alma mais evolvi da equi-
vale a pensam ento mais elevado, perisp írito mais deli-
cado, fluido mais puro e corpo físico mais sadio.
Tudo, pois, está intima mente entros ado dentro da
sabedo ria divina . ·
O perisp írito, portan to, como transm issor do fluido
magné tico, forma entre os agente s da ação.
Bezen. a de Menezes ( 46) dá-nos uma ideia do fenô-
meno físicG da ação e reação do espírit o sobre o corpo
e vice-v ersa, media nte o perisp írito. Este recebe , pelo
sistem a nervos o sensiti vo, todas as impres sões do corpo,
e, como um espelh o, reflete -as. O espírit o toma, por tal
arte, conhe cimen to delas e imprim e no perisp írito suas
volições, que são transm itidas ao corpo, media nte o con-
curso dos nervos motor es. O cérebr o, de onde decorr em
os dois sistem as de nervos , é a grand e pilha que segreg a
o fluido nervos o de que os fios de cada sistem a são sim-
ples canais condu tores, e é por isso que o cérebr o é cons-
tituído de duas substâ ncias, branca s e cinzen ta, das quais
uma segreg a o fluido sensív el e a outra o motor . Assim ,
por exemplo, se um mosqu ito nos picar, a impres são é
levada ao cérebr o pelos nervos sensív eis ou do senti-
mento , e ali gravad a no perisp írito, que é ligado a todas
as molécu las do corpo, e, no perisp irito, a alma toma
ato da
imp osiç ão das mãos, ou, até, exc lusi vam ente porara dor es
von tad e. O fluido pode forn ece r princípios rep ime nto
alec
ao cor po. A cur a se ope ra med ian te o forter cur ativ o
e reeq uilí brio das mol écu las mal sãs . O pod
sub stân cia
esta rá, pois, na raz ão dire ta da pur eza da da von-
adm inis trad a; ma s depende tam bém da ene rgiante emis-
tad e que, qua nto ma ior for, tan to mai s abu nda etra ção
pen
são fluí dica pro voc ará e tan to ma ior forç a de
es daq uele
dar á ao flui do. Dep end e ain da das inte nçõ
írit o. Os
que des eje rea liza r a cur a, seja homem ou Esp
qua is sub s-
flui dos que ema nam de um a fon te imp ura são
tân cias medie:amentosas alte rad as.
cor-
12. - A liga ção ent re o fluido mag nét ico e os ca
forç a físi
pos que o rece bem é tão ínti ma que nen hum a
icos e o
ou quí mic a pode des truí -lo. Os rea tivo s quím eriê ncia s
fogo nen hum efei to têm sob re ele. Div ersa s exp
Dr. Loe-
· for am rea liza das pelo pro fess or Reu ss e pelo Bar ão Du
wen tha l, méd icos em Moscou, e rep etid as pelo
fogo e de
Pot et (64 ), os qua is sub met era m à açã o do
o inte r-
rea tivo s químicos obj eto s mag neti zad os, que, com ien tes.
pac
med iári os, hav iam pro duz ido o son o em seu s de lav a-
Ap rese nta dos nov ame nte esse s obj etos , dep ois sulf úric o
dos em álcool, amoníaco, ácido nítr ico, ácido de olh os
con cen trad o, ácido mu riát ico etc., os pac ient es, nci a foi
ved ado s, vol tara m ao son o. A mes ma exp eriêdid os, e
feit a com a cera , o enx ofre e o esta nho , fun pre com
com um a folh a de pap el red uzid a a cinzas, sem
o mes mo êxi to. ent re
Don de se conclui que há mu ito pou ca ana log ia
em e o
os flui dos imp ond eráv eis que os físicos conhec
f1 uido mag nét ico .
mag -
13. - Por último, não é dem ais rep etir que o ito
que mu
net ism o ens aia os seu s prim eiro s pas sos e
- o flui-
pouco sab emo s sob re o seu prin cipa l veículo erão um
do -, e que só o estu do e a exp erim ent açã o pod
sahy (74) : o ser com põe-se de duas part es prin cipa is:
o corp o e o espí rito. O prim eiro, mate rial, pesado, é a
sede dos órgã os, pelos quai s o espí rito exerce a sua ati-
vida de . Sem o corp o, não pode ria este habi tar os mun -
dos com o o noss o, onde exec uta seu aprendizado, onde
adqu ire os seus conhecim ento s, onde eleva a sua mora l,
onde apri mor a as suas facu ldad es, onde se forta lece, nas
luta s e nos sofr imen tos da Terr a, para as gran des jor-
nada s do futu ro. Em regr a as religiões desc uram o cor-
po, malt ratam -no, desp reza m-no , e julg am até pont o de
fé, principio dout riná rio ou prát ica indis pens ável para
levá -lo ao Céu, enfr aque cê-lo pela s vigílias, pelo s jejun s,
pelos cilícios, pelos flagelos, pela sord ícia, pela falta de
higiene, pela falta de ar, pela falta de água , pela falta
de luz. Erro grav íssim o é este para o qual não nos can-
sare mos de cham ar a aten ção de noss os sem elha ntes . O
Espi ritism o, muit o ao cont rário do cam inho que segu em
os relig ioso s de vário s · mati zes, acon selh a que pres erve -
mos o noss o corp o dos elem ento s ou fato res que lhe di-
minu am a capa cida de de resis tênc ia, e assim terem os
que nos alim enta r, sóbr ia, mas sufic iente men te; não po-
dem os perd er a noite em praz eres inút eis ou os dias em
mau s cont ubér nios e em vícios; não deve mos entr egar -
-nos à ocio sidad e; não usar emo s vest es impr ópri as ao
clim a; não proc urar emo s exag erar o reca to até o ridíc ulo;
não sacr ifica remo s as bene sses da Natu reza em nom e
de convenções ou de u'a mor al movediça, inter mite nte,
errá tica, oriu nda dos mito s, das supe rstiç ões ou da igno -
rânc ia. E', enfim, noss o deve r, prom over a robu stez , en-
trete r a saúd e, alim enta r a exis tênc ia, por meio do exer -
cício físico, da giná stica , torn ando -se o hom em forte , não
para agre dir os seus irmã os do plan eta, não para lhes
faze r mal, senã o para resis tir às agre stias do meio am-
bien te; às intem périe s de toda a orde m, a que está su-
jeito ; às dific ulda des de todo o gêne ro, que o cerc am;
para sobr eviv er na luta pela vida, que tem por dian -
te cons tante men te, e que deve enfr enta r em bene ficio
( 83)
Edmund Bhaftes"bury - ••1nstataneous Personal
Magnetism", 1926 .
MAGNETISM O ESPIRITUAL 61
{91) H. Durv ille - "Tra ité Expé rime ntal de Mag né-
tism. e".
MAGNETISMO ESPIRITUAL 65
,Í'
Capítulo IX
"O Espiritis mo e o Magneti smo nos dão a
chave de uma imens-idade de fenlJmenos sobre os
quais a ignordn cia teceu u1n sem número de fá-
bulas, em que os fatos se apresen tam exagera dos
pela irr.agina ção. O conheci mento lúcido dessas
dua~ ~cias que, a bem dizer, formam uma úni-
ca, nwstran do a realidad e das coisas e sua8 ver-
dadeiras causas, constitu i o melhor preserv ativo
contra as ideias supersti ciosas, porque revela o
que é possível e o que é i~mpossível, o que está
nas leis da Naturez a e o que não passa de ridícu-
la crendice . "
72 MAGNETISMO ESPIRITUAL /
/
ro ( *). Quando
exp lor ar o tra jet o raquidiano pelo sop es, o doente, que
cheguei ao nível das vér teb ras lombar ira s insuflações,
até ent ão não se mo ver a sob as pri me qu e lhe hav ia eu
mexeu-se ràpidamente, per gu nta nd o ar- lhe qu e a mi-
en ter rado no dorso. Custou-me dem on strente o me u sop ro
nh a ação tin ha sido uniforme e tão sóm orosa. Tive qu e
hav ia det erm ina do aqu ela sen saç ão dollo, e, depois de
recom eça r mu ita s vezes pa ra convencê- str ado que ao nível
mu ita s provas, ficou cla ram ent e dem onia um a região, mui-
das pri me ira s vér teb ras lombares hav açã o dif ere nte da
to limitada, que recebia do sopro um a
ixo. Es se po nto
que era exe rci da tan to acima qu ant o aba so que lev a preci-
cor res po nd ia ao principal tronco nervo
os órg ãos de sta
sam ent e a enervação à bexiga e a tod oss, qu and o o tra ta-
dependentes. No fim de alg um as sem ana o ner vo sa, a sen -
me nto magnético regularizou a circulaçã
des apa rec eu e a
sibilidade mó rbi da desse ponto lom bar , sem pa rad as e
ene rva ção se fazia, de ent ão em diante
sem obstáculos.»
mu ita ate nç ão
E' cer to que devemos ag ir sem pre com con seq uên cia s
as
e prudência. Mas não devemos tem er pro vo cam os de ter -
da ação ma gn éti ca, porque assim como
gn eti zad o, ass im
mi nad as rea çõe s no org ani sm o do ma cis o con fia r. A fal -
também podemos faz er cessá-Ias. E' pre
( 11 3), faz o ti-
ta de confiança, diz Aubin Ga uth ier vez de o de sej ar;
mo rat o; teme-se o efeito magnético, em taç ão; os efe ito s
uie
se ele se apr ese nta , é recebido com inq
ulo, ou im pel em
imprevistos enchem de pas mo o incréd se da ria m em ha -
a im pru dên cia s e exa ger os, qu e nã o
cri tér io e a expe-
vendo po r dir etr ize s a reflexão, o
riência.
Já vimos que se pode ma gn eti zar ou ind ife ren tem ent e
com as du as
com a mã o dir eit a ou com a esq ue rda po lar ist as, ten do
mãos. Assim, porém, não ent end em os
ma is adi ant e. -
( •) Sobre as ins ufl açõ es fal are mo s
(No ta do Au tor .)
(11 3) A. Gauthter _:_ "Magnétls
me et Somnambulfsme".
86 MAGNETISM O ESPIRITUAL
1
MAGN ETISM O ESPIR ITUA L 95
1-
96 MAGNETISMO ESPIRITU AL
das dos negativ istas, que não observam, que não experi-
mentam e que não estudam .
Na cura do coxo colocado à entrada do templo, não ,
devem passar despercebidas as minúcia s da cena: «Pedro,
fitando os olhos nele juntam ente com João, disse: olha
pa.ra nós».
A express ão portugu esa - fitando os olhos -,
parece-nos, não é bastant e rigorosa . Do mesmo modo,
a traduçã o latina - Intuens aurem ln eum Petrus cum
Ioanne, dlxlt: Respice in nos. Ao nosso ver, a traduçã o
do texto para o Esperan to (136) nos dá ideia mais
precisa da ação: - «Kaj Pedro, fikse rigardanre lin,
kun Johano, diris: Rigardu nin» - (traduç ão literal:
E Pedro , olhando-o f"ixament.e, com João, disse: Olha
para nós).
A traduçã o em Esperan to, como se vê, acresce nta
ao verbo olhar o advérbio flkse (fixame nte). Não se
trata de uma questão merame nte de preferên cia linguís-
tica, mas de precisão da ideia que melhor está em con-
sonânci a com os princípios gerais da magnetização.
De sorte que Pedro olhou fixamen te o coxo e a este
disse: olha para nós. ~ evidente que havia mister do
encontr o dos olhares ; de modo contrári o, não seria pas-
sível transmi tir e receber pelos olhos os fluidos podero-
sos que iriam operar a cura.
~ também evidente que Pedro tinha segura intuição
de que a cura que se ia operar não estava circuns crita
tão somente ao corpo físico, mas, pelo merecim ento do
coxo, ela atuaria mais profundamente, restituin do-lhe a
saúde da alma: «e entrou com eles no templo, andando ,
saltand o e louvando a Deus».
O olhar de Pedro e de João foi o olhar da fé, aquele
que transmi te os fluidos quintessenciados de amor e
benevolência em socorro dos nossos semelha ntes.
A Humani dade não pode ainda valer-se dessa práti-
ca maravil hosa e dela obter instantâ neamen te os resul-
tados que puderam conseguir os discípulos de Jesus.
( MARCOS, 4 : 23 a 25.)
. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
"Jesus percorria todas as cidades e aldeias,
ett.8inanào nas sinagogas, pregando o e1>angel11o
do reino e curando todas as doenças e en/et'TM-
dades. Vendo ele as turbas, compadeceu-se àe'la8,
porque estavam aflitas e exaustas como ovelhaB
sem pastor. Entllo disse a seus discfpulo8: a aea--
ra, na verdade, é grande, mas os trabalhadorea
s4o poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara, Q"18
encie trabalhadores para ela . "
(161 ) Alla n Kar dec - ., O Eva nge lho segu ndo o Esp i-
ritismo" .
(162 ) Medeiro8 e Alb uqu erqu e - "O Hipnotismo", p. 5.
118 MAGNETISMO ESPIR ITUAL
{
130 MAGNETISMO ESPIRITUAL
(MATEUS, 10:42.)
que 110 campo tocar a alguém que for m.orto pe"la espada,
ou a um cadáver, ou a um osso de homem, ou a um.a sepul-
tura, estará imundo sete dias. Para o iniundo se tomarão
da cinza da queima da oferta pe'lo pecado, e se deitarão por
cima de'la águas vivas dentro dum vaso. Um home~ limpo~
tomando hissopo, molhá-lo-á na água e o aspergirá Bobre
a tenda, sobre todos os vasos, e sobre a8 pessoas que esta-
-vam ali, e sobre aquele que tocou no osso, ou ao que foi mor-
to, ou ao que /a"leceu, ou 4 sepultura. O limpo aspergirá o
imundo ao terceiro dia e ao sétimo; purificá-'lo-á no sétimo
dia, e aquele que era imundo lavará os seus vestidos, banhar-
-se-á em dgua e ficará limpo à tarde .. Porém o homem que
estiver imundo, e n4o. se purificar, será extirpado do meio da.
assembleia, porque contaminou o santuário de Jeová, a água
de purí/icaç4o ndo foi aspergida sobre e"le; está iniundo. Isto
lhea será por estatuto perpétuo: quem àspergir a água de
purí/icaçlLo, lavará os Beus vestidos; e quem tocar a dgua
de purificaçlío, eBtard imundo até à tarde. Tudo quanto o
fm•ndo tocar, ficará imundo; e a pessoa que tocar essa8 cai-
a.as, ficar4 mtinda até 4 tarde." (NôMEROS, 19:1-22.)
( 199) JfeBmer - "Memórias, pág. 64 .
MAGNETISMO ESPIRITUAL 139
*
* *
~ possível a ação do homem sobre si mesmo?
Evidentemente é. E a isto se chama automagneti-
zação ou ipsomagnetização.
O processo é o mesmo. Usam-se na automagnetiza-
ção as imposições, os passes, as fricções e insuflações.
Ê bem de ver que nem sempre é fácil agir sobre
determinadas partes do próprio corpo, o que torna, por
conseguinte, muito restrita a sua aplicação. Por igual,
é impossível a aplicação quando o indivíduo já está domi-
nado pela doença, em estado de fraqueza ou debatendo-se
em febre. Assim como não pod~mos e não devemos, em
situação de doentes, magnetizar os nossos semelhantes,
assim, também, não nos podemos magnetizar a nós mes-
mos, em tal estado, porque a ação daí resultante seria
completamente inoperante.
De sorte que a automagnetização é mais útil e pro-
veitosa quando aplicada preventivamente contra as en-
fermidades, ou quando, em tempo, se pressente a apro-
ximação do mal.
Por isso, Gauthier (208) aconselha que os magneti-
zadores tenham sempre em sua casa um vigoroso arbus-
to magnetizado e um reservatório de água magnetizada,
como também outros objetos usados para a magnetiza-
ção intermediária, a fim de que se previnam contra todas
as eventualidades.
O mesmo autor asseverou: «Devo à ação magnéti-
ca, exercida sobre mim mesmo, a conservação de minha
saúde muitas vezes comprometida por longos e penosos
trabalhos.»
No mesmo sentido dá seu testemunho Alfonse Bué
do a cau sa
prio provocara com os seus passes. Cessan efeito.»
que a produzia, cessou consequentemente o tran sm itin -
Por meio de sugestões, Du Pot et acabou
a hou ver a
do ao moço est uda nte a convicção de que nad
acontecido. E, concluindo, afir mo u: s in-
«Esse pobre rap az não possuía senão faculdade
for ça mus-
telectuais muito limitadas, e a ext rao rdi nár ia írio, hav ia
cular, de que se ach ava possuído dur ant e o del
igualmente desaparecido.» se usa
Já dissemos acima que, na automagnetização, ámos
omend
o processo comum de magnetização que rec e-se atu ar
nos capítulos anteriores deste livro. Assim, pod pés, por
sobre o conjunto do organismo, da cabeça aosras já co-
meio de imposições e passes, segundo as reg cia lme nte
nhecidas. Pode-se do mesmo modo agi r da par
mão e do
sobre todas as par tes do corpo ao alcance
nosso sopro.
Cap itulo XV II
"Fitt.alm,ente, irm4os, tu.do o que é 1J87"dadei-
ro, tudo o que vener ável, tudo o qu.e é justo,
tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo
o que é de boa fama , se há al,gum a 'Virtu de e se
M algum louvo r, seja isso o que ocupe os oossos
pensamentos. O que tamb ém aprendestes, rece-
be3tes e ouvis tes de mim e em mim vistes , '880
pratic ai; e o Deus de paz serd convosco. "
1
l
J
MAGNE TISMO ESPIRI TUAL 159
l
160 MAGNETISM O ESPIRITUAL
l
166 MAGN ETISM O ESPIR ITUAL
(226) Dr. Ed. Bert hole t - "Les lrltats et lecr attit ude
à l'éga rd de la guér isson spiri tuell e et du Mag nétis
me" .
( •) Convém ter em men te que o Dr. E. Bert
médico laure ado pela Univ ersid ade de Laus anne . - hole t é
(Not a
do Auto r.).
MAGNETISM O ESPIRITUAL 175
do mag-
Eis-nos chegados a um dos pontos capitais
netismo, que é o sonambulismo. coisas, é
Sabe-se que o sono, na ordem natural das à exis-
vel
um fenômeno necessârio e mesmo indispensâ
tência dos homens e dos animais. agentes
A Ciência, porém, capaz de prescrever os strou-se
mo
terapêuticos suscetíveis de provocar o sono,
incapaz de apontar a · sua natureza essencial. r e ana-
O que importa, diz Teste (228), é determina ter-se-
feito,
lisa r a causa natural e imediata do sono. Issoda Fisiologia.
-ia resolvido o mais interessante problema alimen-
Na verdade, sabe-se que a saúde perfeita, a ma do
a cal
tação sadia, os exercícios moderados, e mais
ões mais fa-
espírito e dos sentidos, constituem as condiç s à produ-
voráveis ao sono. Mas as condições favoráveiestranhas à
ção de um fenômeno podem ser, entretanto, abusos de
causa que o determina. Assim, a doença, os excitação do
alimentação, a inatividade ou a fadiga, a
1
,·enct'f'~ r inírg icas. Gauth _ier ( 235) nos apon ta o caso
âa tnrnin a Mada lena Dura nd. que. afeta da aos 7 a.nos, de
11.m. tumo r ~cer oso na boea, foi abandonada. pela Me -
d1rma. que JUigou inexe quíve l a opera ção. Essa crian ça.
em estad o sonambúlico. no dia previ amen te por ela in -
dica.do, fêz a incisão e cortou com o bistu ri o tumo r .
cujas partes lhe saíam pela boca; depois dessa prime ira
opera ção, reaJiw u outra s, até que a cura se verifi cou.
O sonam bulism o produ zido pelos proce ssos magn éti-
cos conse gue apura r e regul ar essas preci osas facul da-
des, ao passo que o sonam bulism o provo cado pelos hipno -
tista.s não conse guiu realiz ar esses efeito s, segun do a opi-
nião insus peita do Dr. Jame s Braid , citad o por Bué (236 ):
«Os magn e:tiza dores - diz Braid , o funda dor do
hipno tismo - asseg uram posit ivam ente pode r realiz ar
certo s efeito s que eu nunc a pude provo car com o meu
método, se bem que o tenha tenta do. Os efeito s a que
aludo são, por exemplo, ler a hora num relóg io coloc ado
por detrá s da cabeç a ou na cavid ade epigá strica , ler
carta s dobra das ou um livro fecha do, recon hecer o que
se passa a distâ ncia de algun s quilô metro s, adivi nhar
a natur eza das enfer mida des e indic ar-lhe s o trata ment o
sem possu ir conhe cimen tos médic os, ·mag netiz ar sonâm -
bulos na distâ ncia de muito s quilô metro s, sem que eles
tenha m conhe cimen to da opera ção que se propõ em a fa-
zer. Devo dizer, a este respe ito, que não julgo razoá vel,
nem mesm o conve nient e, pôr em dúvid a as afirm ações
de exper imen tador es, home ns de talen to e de obser vação ,
cuja palav ra const itui autor idade em outra s maté rias,
sob prete xto de que não fui pesso alme nte teste munh a
dos fenôm enos, ou que não pude repro duzi- los, quer pelo
meu método, quer pelo deles.»
Onde estar á a razão dessa difer ença? Será porqu e
(235) Aubin Gauth ier -- "Hist oire du Somn ambu lisme ",
,·01. II pág . 189 .
(236) Alfo11se Bué - "Le Magn étism e Curat if".
j
187
MAGNETISMO ESP IRIT UAL
,
os hipnotistas, agindo violentamente sobre os sentidos-
desequilibram o sistema nervoso, ao passo que os mag
netizadores, agindo de preferência sobre o «plexus solar»,
denominado «o cérebro da vida orgânica», conseguem me-
lhor estabelecer aquele equilíbrio?
Ca pít ulo XX
"De: 1de o com eço, as cois as par ecem niis
rio.!a.,: o :com eta, o raio , a auro ra, a chu va, são te-
outro:J ta'1,tos fenô men os mis teri oso s par a aqu ele
que 0:1 vê pela prim eira vez. Tud o pare ce
zoáv el, enca rado sob ttm pon to de vist a con ra-
nien te; a., poss ibili dad es do Uni vers o são infive-
ni-
tas, com o a sua exte nsã o físic a. Por que pro cura
sem pre neg ar "a prio ri" a imp ossi bilid ade dasr
coisa:J que deco rrem de nos sa con cepç ão ord
nár ia f i-
Não dev emo s recu ar dian te de pro blem
gum , desd e que se apr esen te a opo rtun idadae al-
abo rdá- lo. Não dev emo s hesi tar em pro sseg uir de li-
vrem ente a inve stig açã o das leis, mis teri osa s em-
bora , que rege m a vida e o espí rito ; o que
mos , nad a é ao lado do que nos rest a apresab nde
e-
r.
Que rer rest ring ir a noss a pesq uisa , aos terr ,it6-
rios já mei o con quis tado s, é eng ana r a fé dos ho-
men s que luta ram pelo dire ito de livr e exa me, e
trai r as espe ranç as mai s legí tima s da Ciên cia ...''
( OLIVER LOD GE - "Ph anth om Wal ls". )
Vim os que o son amb ulis mo é nat ura l, ou pro voc
Ma s não só o mag neti smo e o hip not ism o pod ado .
pro voc ar esse esta do. Cau sas out ras, mu itas vez em
desc onh ecid as, pod em igu alm ente pro voc á-lo . es ain da
Os auto res pou co se deti ver am no estu do des sas
sas. Que m mai s amp lam ente exa min ou o assu cau -
nto foi o
Dr. Pro spe r Des pine ( 237 ), con sag rand o-lh e todo
o Ca-
(237 ) Dr. Pro 3per Des pine - ":i;'; tude Scie ntif ique sur
le Som nam buli sme ", 188 0.
JR9
l\-{AON ETI SM O ESP IRI TU AL
e ne m pe la s de sc ar ga ,s elétricas, a sensi-
pelas pi cadas re ve la va , at ra vés de ligeiras
bilidade dos m ús cu lo s se
in flu ên ci a de um a po de rosa corrente
contrações . sob a
el~trica.
o ao se u es ta do no nn al , F. não guardava a
Voltand oc orrido dura nte a crise,
br an ça do qu e ha vi a
n e_nor le m
1
ra çã o er a de qu in ze a trinta horas.
cn Ja du
, ne st e úl tim o ca so , a inexistência quase
Verificam os da de , o qu e nem sempre
qu er se ns ib ili
absoluta de qual m agnéticos. Estes, segund
o
co m os so nâ m bu lo s
ocorre
ge ra l do s ex pe rim en ta do res, se apresentam at é
a opin ião s ac en tuada. Deleuze ( 238),
sens ib ili da de m ai
co m uma ic ad o vá rios casos em que a
de ha ve r ve rif
v. g., depois ad a pe lo s médicos, acrescenta:
in sensibilida de er a co nf irm
m bu lo s nu nc a a m an ife staram; pelo con-
«Os meus sonâ s é 1n ais de licada do que no
ilida de de le
tr ário, a sensib ac to du m co rp o não magneti-
estado de vigília . O co nt
gr ad áv el, o to qu e de pessoa es tr an ha
za do lhes é desa m es m o a ce rteza de que cer-
al . Te nh o
lhes faz muito m ta ra m co nv ul sões e desperta-
to s sonâmbulos ex pe rim en ém
por te re m sid o to ca do s bruscamente por algu
ram,
o com eles.»
qu e não estava em relaçã ente confirma que a sensibi-
Ga uthier ( 239) igualm mbulo chega a causar es-
sonâ
lidade moral e físic a do anações físicas dos seres vi-
panto. Assim como as emos sonâmbulos ressentem, por
,
vos os afetam fortemente ento dos que os cercam e dos
igual, os efeitos do pensam to trazem. O fluido de cada
en
se ntim entos que no mom mbulo. Daí a perturbação que
pessoa é sentido pelo sonâ desannonia dos fluidos.
a
lhe ca usam a diferença e r que os sonâmbulos são ge-
t , pois, um erro supo
ralmenb} insensíveis. vezes, em consequência
se ns ibili da de oc or re , às
A in ou de magnetização inten-
ed isp os iç ão na tu ra l
de uma pr
sa e mal dirigida ( 240) .
115.
uctions Pr at iq ue s" , pág.
(238) Delettze - "I ns tr "T ra ité Pr at iq ue du Magné-
-
(239) A ubiri Gaut hier e" , pá g. 586.
lism
tis me et du Somnam bu tru cti on s Pr at iq ue s" , pág. 119.
(24 0) Deleu ze - "I ns
192 MAGNETISMO msPIFUTU AL
,
duração do estado letárgico. Casos há em que o paciente
entregue à própria sorte, pode assim permanecer durante
trinta ou mais dias, ou então sucumbir.
A catalepsia se caracteriza pela imobilidade dos mús--
culos e pela fixidez das atitudes em que o paciente é
colocado pelo experimentador. Assim, se lhe for erguido
um braço, nesta posição ficará indefinidamente.
Nesse estado, os olhos permanecem grandemente
abertos, fixos, com o semblante imobilizado, apresentan-e
do o paciente uma fisionomia impassível, sem emoção
sem fadiga.
. O operador, por meio de sugestões, pode fazer o pa-
ciente exprimir as mais diversas emoções, sem a menor
resistência. Assim, pode provocar nele a mímica do ê~-
tase religioso, da cólera, da alegria, do desgosto, da afli-
ção, da repulsão, etc.
lt muito conhecida a experiência que se faz com
as pessoas em estado ·cataléptico, que são colocadas em
posição horizontal entre duas cadeiras, tendo sobre elas
o corpo apenas apoiado pela cabeça e pelos pés. Nessa
situação, a contração dos músculos é de tal ordem, que ão
o corpo pode resistir aos maiores pesos. Ess a contraçdo
muscular, tão extraordinária e que ninguém em esta u-
normal poderia apresentar, prolonga-se por vários min
tos, numa completa rigidez.
O cataléptico é verdadeiramente um autômato nas
mãos do magnetizador, perdendo toda a liberdade de ação
e de movimentos. Não anda, não fala, não ouve, não
pensa, senão por determinação do experimentador, rque
poderá fazê-lo rir, chorar, cantar, gritar, sen tir calo ou
frio, etc.
Se o magnetizador disser, v.g., ao cataléptico : -
Ah? Que linda música! - vereis que ele passa ime
dia-
tamente à atitude de guem procura ouvir par a em segu i-
da responder: - Oh I é verdade I nunca ouvi mús
ica tão
bonita! E o seu semblante apresenta desde logo
uma
expressão de contentamento ( 255).
(255) -Dr. J. B. Mor and - "Le Magnétisme Animal"~
pág . 128 .
200 MAGNETISMO ESP IRI TUAL
a me-
Precisamen te porque o cataléptico não oferece
prestan -
nor resistência às detenninações do operador, lhe são
do-se assim às situações cômicas ou ridículas que ntações
impostas, é o estado preferido par a as represe de re-
via
públicas, par a deleite dos auditórios, que , em ulos par a
gra, ignoram os graves perigos desses espetác
experimen-
os pobres pacientes, que são atraídos par a a
como pode
tação. Pode ocorrer um desequilíbrio nervoso
sempre di-
sobrevir uma con trat ura generalizada, que é
fícil de ser debelada. cat a-
Além dos três estados apontados - letargia,
dam sep a·
lepsia e sonambulismo -, alguns autores estu
-lo corno
radamente o êxtase, com tendência a encará
out ro gra u do sono magnético. ma is
Kardec ( 256) considera o êxtase um estado
apurado de emancipação da alma. and a
No sono e no sonambulismo, diz ele, o Esp írit o em
etra
em giro pelos mundos terrestres. No êxtase, pen , com
eos
um mundo desconhecido, o dos Espíritos etér avia, lhe
os quais ent ra em comunicação, sem que, tod tran s-
os
seja lícito ultrapas-s ar certos limites, porque, se prendem
o
pusesse, totalmente se partiriam os laços que
do fulgor,
ao corpo. Cerca-o, então, resplendente e desusaconhecem,
inebriam-no harmonias que na Ter ra se des amente
pad
indefinível bem-estar o invade, gozando anteci
pousa um
da beatitude celeste, e bem se pode dizer que
pé no limiar da eternidade.
ter- .
Nesse estado, desaparecem todos os pensamentoscons-
que
restres, cedendo lug ar ao sentimento apurado, Int eira -
titui a essência mesma do nosso ser imaterial. ext átic o
o
mente entregue a tão sublime contemplação,
nea.
encara a vida apenas como paragem momentâ âm-
Dá-se com os extáticos o que se dá com os son , e
lucidez
bulos:_ mais, ou menos perfeita podem ter a
e a com-
o Espírito mais, ou menos est á apto a conhecer
nos ele-
preender as coisas, conforme seja mais, ou me ltação do
vado. Muitas vezes, porém , há neles mais exa
(256 ) Alk w Kar dec - "O Liv ro dott Esp írito s", p . 234.
j
M .\ ON J.:-fJ~MO E;SPJRJT t' AL
em todos os sentidos;
manuseia-os, apalpa-os, alonga-os e do olf ato : cheira-os
submete-os, em seguida, ao exam sentido Instintivo, de-
por muito tempo; e o olfato, essetre os animais, parece
senvolvido em tão alto gr au en estado primitivo que
aqui, po r analogia, desempenhar,
no
a importância especial.
caracteriza o sono magnético, um
1
Capítulo XXD
"O mais santo não serd o que se isola em
nltares do auprem,o orgulho espiritual, emtando
o contacto dos que padecem, por temerem a de-
gradaç4o e a imundfcie, m,as, sim, aquele que
descer da própria grandeza, estendendo mãos fra-
ternas aos miserdveis e sofredores, elevando-lhes
a alma dilacerada aos planos da alegria e do en-
tendimento."
r o sentido
religiosos; em outros, ainda, deve predomina
essencialmente enérgico.
sempre
Como quer que seja, a gar ant ia do êxito está
na vontade inalterável do magnetizador.
a quem
Fournel (259) diz ter feito um sonâmbulo,
a mesa, no
ordenara, tom ar um chapéu que esta va sobre
um a pes-
meio do gabinete, e ir colocá-lo na cabeça de
soa da reunião. «Eu não exprimia esta vontad e, falando,
traç and o as
acrescenta elP., ma s somente com um sinal,
ina r no
linhas que lhe dava a per cor rer e que iam term s por
erto
chapéu.» O sonâmbulo, que tinh a os olhos cob
indicada
um pano, ergueu-se da cadeira, seguiu a direção péu no
cha
pelo dedo, avançou par a a mesa, tomou o
eça da pes-
meio de vários objetos, e foi colocá-lo na cab
soa indicada.
o re-
Diz Ochorowicz ( 260) que os gestos facilitam
cor ren tes
resultado, por força dos seguintes motivos: l 9 as tân cia ;
dis
de ar, que quase sempre são mui sen tida s a
os ges tos ;
2° as impressões auditivas, que acompanham 49
a
s, mu ito ativ as em cer tos son âm bul os;
3 as atraçõe
11
s", apud
( 259) Fou rne l - ºEs sais sur les probabilité
. 303 .
pág
Dr. J. Ochorowicz - .,A Sugestão Mental",
( 260) Dr. J. Ochorowicz - Obr. e Ioc.
cita das .
( 261) Abb é de Far ia - "De Ia cause du
sommeil lu-
cide", IntroducUon, pág . XXXIV .
2t0 M An NE'flSMO IIlSPUl.trtJ A'"
onde
guendo-o com esforço e trazendo-o par a um canto,
amassam folhas com os pés e com as mãos.
or
Ret irad a a sugestão, não guardaram. eles a men
al.
lembrança do ocorrido, voltando logo ao estado norm
VIII. PACIENTES: - Gabriela, 18 anos de idade,
costureira, Benoit e Emílio.
SUGESTÃO: - «Vocês despertarão no momento em
idade
que M. A. asso ar o nariz. Gabriela esta rá com a
Benoit
de 30 anos e será dona de um atelier de costura;
uma
e Emílio serão as costureiras do atelier. Benoit será ílio
jovem de 15 anos de idade e chamar-se-á Felícia. Em na.
será uma jovem de 18 anos, com o nome de Valenti
«Todos estarão no atelier, não verão e nem ouvirão
ante s,
ninguém, a não ser eu. Ao cabo de alguns inst
uma
vocês sentirão muito calor e mau cheiro, e abr irão sar
janela; ouvirão música militar ao longe e verão pas á
gar
o 113° Regimento; Madame L., aqui presente, che
então par a encomendar um vestido.
«Gabriela, você tomará as medidas; Mme. L., pag ar-
cos;
-lhe-á uma conta anterior com três moedas de 20 frandesse
você n~o saberá escrever e, por isso, enc arre gar á o
mister Felícia, a fim de que ela pãsse o recibo, com
papel e a tint a que se encontram na mesa.
(Felícia, no momento em que assinar o seu nome,
V. terá paralisados os braços e ~ pernas.»
O efeito: - A cena começa como foi indicada.
Ga-
Emí-
briela distribui o trabalho, e, quando vira as costas, e a
lio e Benoit, que cosem vestidos imaginários, põem-spar a
cochichar, projetando um passeio, antes de voltarem eles
a casa dos seus pais. Quando Gabriela os olha, di-
curvam a cabeça sobre o trabalho. Benoit se levanta abr ir
zendo que se sente mal com o excessivo calor, e vai
em à
a janela, aprestando o ouvido. Os outros se reún nel,
janela; um faz notar o tambor-mor, o outro, o coroda a
que passam. Benoit afirma que está sendo executa re-
marcha militar do Regimento. Depois, todos os três
tomam o seu trabalho.
Mme. L. pede para que sejam tomadas as medidas
216 MAGNETISMO ESPIRITU AL
j
Capítulo XXIII
"A caridade é aofredora, é benigna; a cari-
dade não é invejosa, não trat a com le1J1andad6,
n4o se ensoberbece."
- Não o encontro.
- Bem. Vou ajudá-lo. O militar estava no hoepital
de Gros-Caillou, e . . .
- Não informe is mais nada . . . ferido. . . na cabe-
ça . . . na coxa . . . fratura dupla. . . queda do cavalo . . .
Tínheis razão. . . Esse homem não está mais no hospi-
tal . . . Está morto!
O sexto caso ocorreu com a sonâmb ula Rosália. De-
pois de magnetizada, Teste indagou que desejava m os
assisten tes que a sonâmb ula visse. Respondeu-se-lh e:
uma menina.
Teste aproximou-se de uma cadeira, e, por meio de
alguns passes, procuro u fixar nessa cadeira a imagem.
Em seguida, conduziu a paciente para junto da cadeira.
Houve um momento de hesitação, mas a sonâmb ula final-
mente disse:
- Vejo muito bem: é a pequena Hortêns ia.
Rosália é conduzida para outra sala, enquant o Teste
procura, pela mudanç a de lugar da cadeira, embara çar
a sonâmbula para que não reconheça a pequena Hortên-
sia. Aconteceu, entretan to, que o magneti zador hesitou,
colocando mentalmente a cadeira em diversos pontos do
salão, antes de fixá-la definitivamente num lugar.
Em seguida, despertou a sonâmbula, conduzindo-a
novamente para o salão. Mas, com grande espanto para
o magnetizador, a paciente não via apenas uma, mas seis
crianças.
Por meio de passes transver sais, o magneti zador pro-
cura desmanc har a multiplicidade das crianças . Todos
os esforços foram inúteis.
Curioso em conhecer a causa do que ocorrera , Teste
adormece novamente a paciente e lhe pede a explicação
do enigma.
- Tudo muito claro - responde a sonâmbula. -
Se não tivesse mudado a cadeira de lugar, eu teria visto
apenas uma criança. Mas, com a mudança, em toda a
parte do salão em que colocou a cadeira, o fluido que
a atravessava formou outras tantas crianças semelha ntes.
MAGNETISMO ESPIRITUAL 227
sem interrupção,
O sonambulismo durou oito dias, no dia. Sua mãe,
no no
voltando ela ao seu estado na tur al te sequer, informa-
nã o na ha via deixa do um ins tan
que espaço de tempo, de
va-a de tud o qu an to pa ssa va ne sse
visto, e que nenhuma
modo que todos quantos a tivessem ado, não viessem a
est
suspeita tiveram do seu verdadeiro mória.
me
ac red ita r que ela havia perdido a
de trê s semanas.
Sua permanência no campo foi
cri se qu e ha via anun cia do , e qu e ela mesma dirigiu,
A tod as as prescrições
realiz ou -se int eg ral me nte . Cu mp riu
regressando comple-
anunciadas no estado sonambúlico,
tamente curada.
dentre muitos ou-
Chegamos ao oitavo e último caso de Deleuze.
obra
tro s que se encontravam na citada vertência pa ra aque-
Esse caso constitui uma séria ad passatempo pa ra
ro
les que fazem do magnetismo me
satisfazer incontida curiosidade.
a voltada inteira-
Uma senhora, cuja atenção estav Magnetizada po r
eceu.
mente pa ra os seus dois filhos, ado ente o sonambulismo.
seu marido, manifestou-se imediatamsuas crises, a ma rch a
Nesse estado, a senhora anunciou a um dos seus filhos,
da doença, e deu úteis conselhos u marido, encantado
que se encontrava indisposto. Se va e com a facili-
tra
com a penetração que ela demons os assuntos, deixou
ers
dade de discorrer sobre os mais div o depois de curada,
sm
que ela continuasse livremente. Me ntinuou a pô-la em
co
po r mera curiosidade seu marido
estado sonambúlico.
paciente se exal-
Em pouco tempo a imaginação da coisas extraordi-
a ver
tou de tal modo, que ela começou
indicou ao seu marido
nárias e importantes. Assim é que is de suma importân-
o lugar onde estavam ocultos papésido levados e escon-
cia pa ra su a família, que haviam falecido havia muitos
didos por um dos seus parentes, já e de graves perigos.
anos, em tempos de perturbação sos detalhes, todas as
E apresentou ainda, com minuciora a descoberta desses
providências a serem tomadas pa
papéis ses essas visões,
Tendo-se prolongado durante trê s me
237
MAGNETISMO ESP IRIT UA L
bran-
sem que ela conservasse, ao despertar, a menor lem
rde-
ça, e como tudo que dizia estava perfeitamente coo em
nado, com absoluta clareza, seu marido, que não via
lveu
tudo isso senão um fenômeno incompreensível, resoitiva
verificar os fatos par a chegar a uma conclusão pos
sobre a sua veracidade.
Transportando-se par a os lugares que lhe haviam-
tam
sido indicados, não sómente nada encontrou, mas iam
b~m se certificou de que as redondezas, que lhe hav e-
sido minuciosamente descritas, não eram em nada sem evi-
lhantes à descrição. Nessas condições, concluiu pela her,
dente fantasia de tudo quanto lhe rela tara sua mul
no estado sonambúlico.
Uma sonâmbula clarividente foi então posta em con-
ilo
tacto com essa senhora, tendo concluído que tudoãoaquuma
que ela indicava com visos de verdade não era sen se en-
ilusão ocasionada pela extrema exaltação em que ambu-
contrava a paciente, em virtude de abuso do son
lismo.
n
Capítulo XXV
"Le Bpiriti8me ne fait que continuer de mar-
cher dan8 la voie ouverte par le magnétitme et
nous conduire plus loin et en plus grand nombre
dans le domaine de la spiritualité.
Toute la différence entre le Bpiritisme et le
Magnéti81ne, c'est que les moyens et procédés de
communication avec les Esprits sont dif férenta.
En magnétisme, le seul moyen à'entrer en
rapport avec les 4mes eles morts, c'est l'intérme-
àiaire du somnambule. Or, les bons somnà'"mbulea
sont assez rares; tout le monde ne trouve pas
l'occasion de recourir à leur ministere pour obte-
mr la démonstration désirée."
( ROUXEL - "Rapports du Magné-
tisme et du Spiritisme". )
l
242 MAGNETISMO ESPffiITU AL
isso,
em luga res düerent.es. Fica i sabendo, todavia, que
mui tas vezes, não é senão sua imagem, uma espé
cie de
tod as as
desdobramento da sua pessoa, que pode tom ar
formas e ser encontrado em diferentes lugares, sem dei-a
x~.r o lug ar que ocupa no mundo esp iritu al.
Meu Gui
a
nao responde exclusivamente a uma só pessoa, mas
mui tas que se ach am sob sua influência.
a
A princípio, diz Cahagnet, fiquei esp anta do com
tempo,
revelação que um Esp írito pode esta r, a um só
Mas
em dife rent es luga res e fala r a dive rsas pessoas. o
a reflexão nos leva à confirmação do fato , tom and o com
obser-
pon to de par tida e como pro vas mat eria is o que
ânc ias.
vamos nos sonâmbulos, par a os qua is não há dist
rro-
Em sessões subsequentes voltou Cah agn et a inte
gar o sonâmbulo sobre o mesmo assunto.
des
- Dissestes-me que no mundo esp iritu al há cida
e luga res conforme o desejo de cada Esp írito .
Disses-
jado, o
tes-me também que não se via senão o obje to dese
do Es-
que faz pen sar que isso seri a o efei to da cria ção
eter na-
pírito, e não propriamente luga res que exis tem
mente.
- Há luga res que existem eter nam ente . Mas a faci-
mai s
lidade que se tem de comunicar-se com eles, e de não
o os
os ver, faz pen sar que não exis tem real men te com
ao vos-
objetos terr estr es. Dar-vos-ei um exemplo. Est ou
al. De-
so lado em um lug ar qua lque r do mun do esp iritu
casa ,
sejo esta r em um plano, em um jard im ou em uma
aí me acharei e verei o que quero, sem deix ar o meu
e que-
luga r; man ifes tais igualmente os vossos desejos,
esta reis
reis esta r em uma igre ja ou em out ro luga r, aí
sequer.
sem, entr etan to, me ter deixado um inst ante
aos dois
Ess as dua s coisas são sim ultâ nea men te visíveis
mis téri o
desejos e no mesmo luga r. Como vêdes, é um
, entr e-
incompreensível, que os homens neg arão , mas que
tanto, é absolutamente verdadeiro.
- A descrição que me fizestes faz duv idar que
haj a
alguma coisa de real no mundo dos Esp írito s e
- Tudo que há é mai s real do que aí na Ter ra, ond
plano
tudo perece ou mud a de forma, ao pas so que no
m a
espiritual todos esses objetos são imperecíveis e faze
244 MAGNETISM O ESPffiITUAL
·
Adélia, todavia, não abandonara a intenção -de suicí-
dio atra vés do êxtase. Ent re ela e o magnetizador estava
trav ada uma luta de sutilezas, a ponto de este último não
mais desejar magnetizâ-la. Ela tentou várias vezes rein
-
cidir nessa falta. Mas, a cada tentativa, ela sentia que
sua cabeça era fortemente impelida para frente, por mão
invisível, ao mesmo tempo que música barulhenta a ator-
mentava, fazendo fracassar a intenção suicida. De outras
vezes, alguém gritava aos seus ouvidos: isso é proibido.
Era o seu irmão que operava todos esses prodígios, além
de outros, para afastá-la do seu intento.
AL 247
MA GNETISMO ES PI RI TU
•*
*
magnífica experiência de
Citaremos, agora, ou tr a
Bué (268). e encontrei, diz ele, ho uv
e
nt re os so nâ m bu lo s qu
«E iti u
ja no tá ve l cl ar iv id ên ci a não somente m e pe rm
um cu riências de tra ns m is sã o
de
as m ai s cu rio sa s . ex pe r-
fazer stâ ncia, como ai nd a me fo
en to e vi dê nc ia a di
pensam ra s.
da s mais in te re ss an te s cu .
u m eios de ul tim ar um a os
nece ca nt ad or a jovem de 24 an -
so nâ m bu lo er a um a en pu
Meu ela definhava, sem que
«Havia muitos anos que
a moléstia.
dessem da r um nome à su
".
Al ph ou se Bt té - "L e M ag né tis m e Cu ra tif
(268)
MAGNETISMO ESPIR ITUAL
ent ão águ a
«Chegou a sex ta cris e; me u san gue , até
e beladona, al-
ver me lha , começava a esp ess ar- se; rhus
ura l, ao mes-
ter nad as, aca bar am por dar -lh e um a cor nat
a e apu rav a;
mo tem po que o ma gne tism o o for tifi cav
s, o que hav ia
as reg ras apa rec iam ent ão em épocas fixa
sse gui a, ent re-
dez ano s não aco nte cia : a Na tur eza pro
peção not áve l;
tan to, na sua obr a est raté gic a, com circuns
rem a: a vid a e
est ava tud o apa relh ado par a a lut a sup
bate decisivo.
a mo rte, face a face, iam dar -se um com
ele o age n-
«Pe rse ver ant e como a Na tur eza , de que é
tismo, vendo
te principal, o ma is fiel e zeloso, o magne
ria a gan har ,
um novo inimigo a combater, um a nov a vitó as par tes
ent e
dob rou de esforços cor ajo sos ; não sóm tam bém tod o
o
doe nte s for am imp reg nad as de fluido, com
inu nda da. Son s
o me u cor po; fiquei lite ralm ent e ban had a,
dos , ruí dos du-
sur dos , sem elh ant es a lam ent os ina rtic ula
-se ouv ir no
rad our os e de pav oro sa sonoridade, fizeram uto , deci-
red
ová rio ; era o inimigo que, forçado no seu
ers ário háb il
dia-se afin al aba ndo nar a pra ça. Como adv
o o tum or pelo
e implacável, o ma gne tism o hav ia ata cad
int eri or do fru -
cen tro , e, sem elh ant e ao ver me que rói o
-se e per der -se
to, ele fazia cor rom per o tum or, dissolver
em cor rim ent o. lis a fim de
«Ficámos nes te pon to; tomo carbo vegeta
e; me us sof ri-
faz er des apa rec er qua lqu er tra ço de cloros
is ins upo rtáv eis ,
me nto s são atrozes, ina udi tos e tan to ma
s, ant es que ~e
qua ndo se pro lon gam ao des per tar. Ma
dois me ses a
pas sem dois meses, vir á a cur a. An tes de
do a sua obr a.
Na tur eza e o ma gne tism o ter ão term ina
icação inf atig á-
Cinco meses de lab ore s pacientes, de ded
res sur reiç ão ...
vel, bas tar ão par a rea liza r est a prodigiosa
o do ma g-
«E ago ra que se ous e neg ar a pod ero sa açã
que o ma gne -
netismo. Que se ten ha a aud áci a de diz er
tismo não exi ste ...
ça e obt er
«Eu bem o sei ; par a pro voc ar a confian
do progresso»,
aprovação da nos sa sociedade «ch am ada
dad e sup erio r;
é necessário o apoio, a san ção dum a aut ori
dulos, os ho-
ao mesmo tempo, cépticos obs tina dos e cré
nta da por mãos
me ns repelem a luz que não lhe s é apr ese admitem como
legalmente aut ori zad as, quando, ent ret ant o,
256 MAGNETISMO ESPIRITU AL
-lhe a. origem e a na tu re
za , vendo o estado dos ór
e predizendo a. época das gãos
su as crises, e.orno ainda, em
não tivesse conhecimento bo
algum da medicina homeo ra
tica, ha vi a indicado os re pá-
médios que convinham ao
es ta do e deviam favorecer-l seu
he a cura.
Capítulo XXVII
"Desde que a C~ncia sai da observação ma-
terial dos fatos, em se tratando de oa apreciar
e explicar, o campo está aberto 48 conjeturas.
Cad!l um arquiteta o seu mtemazi nho, disposto
a sustentá-lo com fervor, para /azA-Zo prevale-
cer. Não vemos todos os dimr as mai8 opostM
opiniões serem alternativamente preconizadas 6
rejeitadas, ora repelidas como erros absurdos,
para logo depois aparecerem proclama das como
verdades incontestáveis 1 Os fatos, eis o verda-
deiro critério dos nossos jidzos, o argumento sem
réplica. Na aus~ de fatos, a dúvida se jus-
tifica no homem ponderado . ,,
ALLAN KARDEC.
J
MAGNETIS MO ESPIRITUAL 269
(27 9) Alb ert de Roc has - "Le s Vie s Suc ces sive s", p. 148.
( 280 ) Gab riel De' lann e - Ob r. cit. , pág . 157 .
272 MAGNETISMO IDSPlRITtJAL
I
273
MAG NETI SMO ESPf fiITU AL
< •• •
1 Recordais as experiências de regressão da me-
mória que realizastes comigo por meio do sono magné-
tico? Vossas pergu ntas me levaram a dizer-vos que, em
uma existência anterior, havia habitado a Ãfrica, onde
fôra asass inada por um golpe de punhal. Narr ei à mi-
nha mãe, esboçando um sorriso, essa comunicação. Qual
não foi minha surpr esa quando ela me respondeu que,
duran te minha primeira infância, queixava-me muit as ve-
zes de experimentar a sensação brusc a de uma punh a-
lada, sensação inexata, evidentemente, para minh a vida
atual, mas que poderia ter certa relação com o assas sí-
nio de que teria sido vítima em uma existência anter ior.
«Acrescentarei, como circunstância inter essan te, que
um espírito amigo, engenheiro e homem digno, a quem
tive a ideia de falar de minha existência anter ior e do
assassínio de que teria sido vítima, ao mesmo tempo do
país que teria habitado, respondeu-me: «O Espír ito de
um dos meus amigos, Charles Carlier, disse-me que vos
conhece muito bem e de vos ter outro ra conhecido na
Arábia.» Isso me foi dito da forma mais categ órica e
mais positiva.'.'>
*
* *
Passemos a uma outra classe de fenômenos, a que
tivemos oportunidade de nos refer ir anteriormente.
~ a que se refer e à trans miss ão das sensações e
dos estados emotivos, que tanto pode ocorr er do mag-
netizador ao paciente, como deste àquele, como efeitos
reflexo-magnéticos, como ainda às pessoas posta s em
relação com os sonâmbulos.
Lafontaine (281) transcreve um curioso folhetim do
Sr. A. Lebrun com o titulo : «Transmissão das dores
de uma pessoa a outra», em que vem narra do o seguin-
te fato:
«Há dias encontrei dois poetas e um prosador. E
I
Capítulo XXIX
"O pen.,amento, utilizado como força magtt.é-
tica, poderia reparar bMtant~ d~orden. ,, de3-
truir muitas chagM sociais. Projetan do resoluta
e frequentemente nossa uontade ttobre os perver-
ttott, os transviad os, poderwm os con.,olar, conven-
cer, aliviar, curar. Por esse exer~ tte obteriam
ndo só resultados para o melhoram ento da es-
pécie, mas também se poderia dar ao pemame nto
ttma acuidade e uma /orça de penetraç4o incal-
culáveis . "
)
MAGNETISM O E SPI RIT UA L
de ter
minha vida interior. Lembro-me perfeitamente
iedade e
sido assaltado, então, por uma espécie de ans
receu-me
pesar por coisas inacabadas; a minha vida apa
qual uma profissão de fé.
o, ou
Aproximei-me de mim, ou antes, do meu corp
etáculo ,
do que acreditava ser já o meu cadáver. Um esp tem-
: con
que não compreendi logo, me atra iu a atenção
do meu
plei-me respirando, porém, vi mais o interior
em débeis
peito, e dentro dele o coração bat ia lentamente
gue, de
palpitações, mas com regularidade. Via meu san
Nesse mo-
um vermelho de fogo, correndo nas arté rias . ope de
mento compreendi que devia ter tido uma sínc ação
a
car áte r particular, a menos que as pessoas sob
de tud o
de uma síncope, pensava à parte, se esqueçam
ão, receei
quanto lhes ocorra durante o desmaio. Ent
perder a lembrança quando voltasse a mim ...
gun-
Sentindo-me mais animado, olhei ao redor, per
depois,
tando a mim mesmo até quando ia isso dur ar;
que con-
não fiz · mais caso do meu corpo, do outro eu,
o a ilu-
tinuava a repousar. Via a lâmpada continuand
ito per to
minar silenciosamente, pensei que ela esta va mu
segurei
do meu leito e poderia incendiar-lhe o cortinado: la, po-
gá-
o botão, isto é, na chave da torcida par a apa
sa! Sentia
rém, ainda aí, encontrei novo motivo de sur pre
por assim
perfeitamente o botão com a roseta, percebia,
ora desse
dizer, cada uma das suas moléculas, mas, emb
o movi-
voltas com os dedos, estes executavam sozinhos
mento, e debalde eu procurava mover o botão.
bora
Então, examinei-me a mim mesmo e vi que, em tia
o sen
minha mão pudesse pas sar atra vés do corpo, eu
branco, se
perfeitamente, e ele me pareceu vestido de
coloquei-
neste ponto a memória não me falha. Depois,
Em vez
-me diante do espelho, em fren te da chaminé.
a vista
de ver minha imagem no espelho, reparei que , pri-
-me
parecia .estender-se sem estorvo, e apareceram
quadros e
meiro, a parede, depois a par te posterior dos finalmen-
dos móveis que existiam na cas a do vizinho, e,
luz nesses
te, o interior do seu quarto. Notei a falt a de amente
aposentos, que a vista devassava, e divulguei clar
280 MAGNETISMO ESPIRITUAL
r essur gia na E spirit ualid ade, recor dei, certa mente in8pi-
rado pelos amig os que ali me socor riam, a enorm idade
dos meus débit os para com a carcaça que me retive ra
no Plane ta por exten sos e abenç oados anos. Devia-lhe
à coope ração precio so amon toado de conhe cimen tos, cujo
va lor inesti máve l naque la hora recon hecia . Cabia -me ven-
cer o ma l-esta r e a repug nânci a.
Tranq uilize i-me. Come cei a consi derar o corpo , mir-
rado e frio, como valios o comp anhei ro do qual me afas-
taria em defin itivo. Enqu anto perdu rou a nossa entro -
sagem , benef iciara -me ao conta cto da luta huma na. Jun-
to dele, recol hera bênçã os inext inguí veis. Sem ele, por
que proce ssos conti nuari a o apren dizad o? Fixei -o, enter -
necido, mas, aume ntand o o meu intere sse pela organ i-
zação da carne , imóve l, incap az de separ ar emoç ões e
seleci oná-la s, afund ei-me nas impre ssões de angú stia. Mi-
nhas energ ias parec iam retran sferir -se, acele radam ente,
ao envol tório aband onado .
Insup ortáv el const rangi ment o marti rizav a-me . Perce -
bi os confl itos da carne desgo verna da. A difere nça apre-
senta da pelos órgão s impu nha-m e terrív el desag rado. ~
Capítulo XXX
"O pensamento é o gerador dos in/racor-
pú.,culos ou da8 linhas de /orça do mundo svb-
atômico, criador de correntes de bem ou de mal,
grandeza ou decad~ncia, vida ou morte, segundo
a 1)0>itade que o exterioriza e dirige. E a moradia
dos homens ainda está mergulhada em fluidos °"
em pensamentos vivos e semicondensados de ea-
treiteza espiritual, brutalidade, angústia, ,ncom-
preensão, rudeza, preguiça_, má vontade, egoísmo,
injustiça, crueldade, separação, discórdia, indife-
rença., ódio, sombra e miséria .. . "
a extensão, trans--
observação seguinte. e. ap esa r da su a do doente e da
crevo-a por inteiro. porque dá, a.cerc
de tal modo inte-
sua moléstia. detalhes mu ito preciMs. caso que vou ex-
ressantes. que eu não poderia fa.7.er do
po r uma pin tur a mais empolgante.
eira da insu-
Nada pode da r melhor uma ideia verdadples narração
sim
ficiência da art e médica. do que est a a enfermidade e
de um homem cruelmente atacado pel e cinco anos, à
te
pedindo, debalde, durante mais de vinentos. Mostra-nos,
Medicina um alívio aos seus sofrim
stres dessa arte,
também, como às vezes os maiores me podem tra nsv iar -
imbuídos de um pirronismo intratável, as de seu s pre-
im
-se nos seus julgamentos e tor na r vítdos compromissos,
conceitos pessoais aqueles que, à fé toriedade de que
no
cheios de cega confiança na elevada
gozam, vêm apelar pa ra as sua s luzes.
«Angers, 24 de Setembro de 1873.
«Senhor.
21 an os) , fui
«No inverno do ano de 1850 ( tin ha eu dos rins, que
tia
subitamente afetado de violenta molésaguda que pa rti a
em breve se complicou com uma do r ento ao nervo ciá-
do quadril direito e descia, em seguim nas.
tico, até ao joelho e à ba rri ga das per tivesse apa-
«Tintureiro de profissão, é provável que ra o rio, a
cina pa
nhado um resfriado ao pa ssa r da ofi ra o hospital e
pa
fim de lav ar as lãs ; tive que en tra r
banhos sulfurosos,
seguir um tratamento. Tomei alguns vesicatórios volan-
sem resultado; depois, aplicaram-me ·pernas.
s
tes sobre os rins, coxas e ba rri ga da meira aplicação,
«Não tendo produzido efeito est a pri
curados com clori-
deixaram-na, e os vesicatórios foram
dias, tendo melho-
dratio de morfina. Ao fim de alg un s
mi nh a constituição
rado, - o que atribuo an tes à força da
sai r do hospital.
do que ao próprio tra tam en to -, pudepo r isso que expe-
Longe est av a de considerar-me curado, o o lado direito
rimentava sempre dores atrozes em todAconselharam-me
e era obrigado a caminhar de muletas.
288 MAGNETISMO ESPIRITUAL
i
MAGNETISMO ESPIR ITUA L 28S)
)
Capftulo XXXI
"O poder da fé se demo?"stra, de mo~o direto
e especial na ação magn ética; por seu ,nterm é-
dio, o hor:iem atua sobre o fluido , agente uni~e r-
sal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma im-
pulsão por assi·m dizer irresisUvel. Daí _decorre
que aquele que, a um grande poder flufdi co nor-
mal, junta ardente fé, pode, só pela força d<!' s-ua
vontade dirigi da para o bem, opera r esses singu -
lares fenômenos de cura e outros, tidos antig a-
mente por prodígios, mas que não passa.m de
efeitos de uma lei natur al. Tal o motiv o por que
Jesus disse a seus apóstolos: se não o curaste~,
foi porque não tendes fé."
porém
ses gera is, que passaram a ser feitos por cautela,
num espaço de tempo menor.
Comecei pela insuflação quente, que, como é sabido,
é um processo dilatador, dissolvente e tônico. a
Coloquei, sobre as mãos da paciente, uma de cad
iquei
vez, um peãaço de flanela dobrado em quatro. Apl
por
a boca sobre a flanela, e, armazenando ar, soprei,
reg ar
uma expiração muito lent a e prolongada, sem emp n-
qua
contração, nem força. Ao fim de cada insuflação,
distan-
do me falt ava o sopro, afas tava a boca, e, assim
tava
ciado, aspirava o ar par a encher os pulmões e vol
a iniciar out ra insuflação.
os
Assim procedi pelo espaço de dois meses, findos
sem
quais passei a fazer uso da massagem magnética,
apre-
ante s ter deixado de not ar as sensíveis melhoras
dob rar
sentadas, podendo a paciente já fechar a mão e
os dedos, embora sentindo ainda um pouco de dor. que,
Passei ao processo da massagem magnética,
pres-
como se sabe, pode consistir de fricções, malaxações,
sões, percussões e de outros movimentos.
Preferi a fricção digital, que se executa com a mão
e um
aberta, ficando os dedos ligeiramente afastados ido o
pouco curvados, sem crispações, nem rigidez, ergu pele.
a
punho, par a que só a ponta dos dedos aja sobre lizar
Da altu ra do antebraço da paciente fazia des
força,
lentamente os meus dedos, sem empregar nenhuma
ureci-
mas apenas fazendo ligeira pressão nas par tes end
das dos tendões, até à extremidade dos dedos.
Essas fricções continuaram durante cerca de dois
dessa
meses. Um mês, porém, já havia decorrido do início ada
prática, quando a paciente me comunicou, com justific ...
o
alegria, que havia recomeçado os seus estudos de pian
Era a cura em toda a sua verdade.
a
Realmente, ao completar o décimo segundo mês,
an•
paciente deu por terminado o seu tratamento, julg mba·
do-se capaz de pra tica r todos os movimentos dese
raçadamente, sem nenhuma dor. ,
Antes de encerrar este relatório, em que procurei
, que-
principalmente, pôr em relevo os processos seguidos
ro destacar um fato, à margem do tratamento.
302 l\r{AONETISMO ESP IRITUAL
J!: o seguinte:
Assistia ao tratamento, durante todo o transcurso
das sessões, o marido da paciente que ficava sentado em
uma poltrona, a cerca de um metro, ao lado da sua esposa.
Verifiquei certa vez um movimento singular, como
o de uma pessoa em estado de aflição ou angústia, que
partia do marido da paciente. Atento como estava !º
ato da magnetização, não quis prestar maior ate.nçao
ao fato.
Ao fim da sessão tudo foi explicado. i que o esposo
da paciente, que se mostrou de uma extrema sensibili-
dade, não podia arredar a perna direita do assoalho, por
mais ingentes esforços que fizesse, o que o tornou irre-
quieto e nervoso. Apliquei-lhe alguns passes de disper-
são, batendo o ar com a mão direita em direção a sua
perna, e tudo se normalizou.
Esse fenômeno se repetiu por algumas vezes, já não
causando nenhuma apreensão. Ao contrário, tornou-se
motivo de hilaridade, porque, ao findar-se a sessão, quan-
do o esposo demorava erguer-se da poltrona, a pacien-
te lhe perguntava: quer que lhe retire o pé do «ato-
.
le1ro» ?
.... »
Esse caso, descrito com simplicidade e clareza, me-
rece a atenção dos estudiosos. Além de servir de modelo
para um tratamento regular, revela o poder da nossa
vontade e da nossa fé, postas ao serviço do bem. Imenso
é o manancial de recursos de que Deus .nos dotou, e que
se acham armazenados dentro de nós para o socorro aos
nossos semelhantes.
Capítulo XXXIl
nós adm i-
"Ce rta me nte ! nin gué m ma is do que
tive mo s pra -
ra as conquistas da Ciê nci a; sempre
corajosos dos
zer de render jus tiça aos esforços
os lim ites do
~dbios que fize rar n rec uar cada dia
é tud o. Bem
desconhecido. l'tlas a Ciência não
larecer a llu -
dúv ida ela tem con trib uíd o par a esc
do sempre
m.anidade; ent reta nto , tem-se mostra
e me lho r.,,
imp ote nte para a tor nar mais feli z
ta his tór ia
Deixei par a o derradeiro capítulo a cur
destes esc rito s sobre o magnetismo. ento, asse-
Ainda no início, esboçámos o nosso pensam
verando:
«~ tempo, por tan to, de seguir o ma
gnetismo a su~
Ele nos conduzirá
tra jet óri a, den tro dos seus postulados.
uilo que os seus
ao domínio pleno da Espiritualidade. Aq ren atu ral - o
sob
adversários repeliram po r lhes parecer
a adesão da ver-
fluido - continua a receber, dia a dia, es, o descobre
dadeira Ciência, que, nas sua s observaçõ
em tudo e por toda a parte. gnético, são
«O que chamais fluido elétrico, fluido ma priamente
é, pro
modificações do fluido universal, que não is sut il e que
ma
falando, senão a ma tér ia mais perfeita, ro dos Espíri-
se pode considerar independente ( «O Liv os magnetiza-
tos», per gun ta 27 a). Foi esse fluido quemais tarde, re-
dores pressentiram e que o Espiritismo, unic·ações dos
conheceu e proclamou, segundo as com eriências.
Espíritos e atr avé s de observações e exp
1 1 1 1 1 1 1 t
t t 1 1
t t I t I t t I t t 1 1
t t t f t t t
f t t t t t I
I t I t I t I
a f t f t I t
304 MAGNETISM O ESPIRITUAL
do
das aparições, das transfigurações, da transmissão das
pensamento, da fascinação, das curas instantâneas,esses
obsessões e possessões, etc. Demonstrando que me-
fenômenos repousam em leis naturais, como os f enô re-
nos elétricos, e em que condições normais se podemhoso
produzir, o Espiritismo derroca o império do maravil or
e do sobrenatural e, conseguintemente, a fonte da mai sibi-
parte das superstições. Se admite a cr.ença na pos qui-
lidade de certas cois as consideradas por alguns com~ ras
méricas, também impede que se creia em muitas out..
cuja impossibilidade e irracionalidade ele· demonstra, gue
«Resulta., portanto, de tudo quanto vem exposto
re os
o magnetismo repousa sobre as propriedades e sob en-
atributos da alma, devendo ser, por isso~ classificado
tre os fenômenos de ordem psíquica, ou espiritu al.
o
«O Espíriro quer, o perispírlto transmite e o corp
executa, eis a síntese do mecanismo de toda a açã
o mag-
nética.
«A vontade de fazer o bem parte do Espírito, que
is-
o deseja e o quer; essa vontade é determinada ao per rme-
pírito, corpo fluídico que o envolve, e que é o inte tido
diário das suas manifestações, agindo no duplo senerior
de força centrüuga e centrípeta., isto é, recebe do extsmi tir
e transmite ao Espírito, e recebe deste par a tran corpo
ao exterior; a exec'1ção é feita por intermédio do
fisico, que emite os fluidos do perispírito.
«O Espírito, a vontade, o perispírito, o fluido e o
s do
corpo físico - são, pois, os elementos integrante
fenômeno magnético.»
Esse pensamento que esboçámos no início do nosso
trabalho, e que acaba de ser transcrito, era o em mesmo
es-
que nos dominava, antes mesmo de cogitarmos
crever este livro.
No princípio do ano de 1950,. tendo ido visitar, ema
ei
Belo Horizonte, pessoas de minha família, aproveit poldo.
oportunidade, estendendo a viagem até Pedro Leosegu n-
Cheguei àquela cidade precisamente em uma
da-feira, dia em que se reúne o Centro «Luiz Gon zaga».
Par a lá me dirigi, tomando lugar à mesa. Enq uanto
ium
os presentes debatiam o ponto do Evangelho, o méd
306 MAGNETISMO ESPIRITUAL
balhadores legítimo8
O ternpo, contudo, é estreito . Os tra
pou cos . As ded ica çõe s fiéis esc asseiam. N oo perca, de886
-'OO
olhar percuciente .
modo, o mapa que se desdobra ao
l reclama esse tipo
Nosso campo de realizações no Brasi
gnético em seus variados
de tra balho. O passe, o socorro ma
idos, a seleção dos reB-
ma tizes, o estudo progressivo dos flu
rentes psíquicas, a orien-
pec tivos doadores, a formação de cor
divisão de trabalhos nesse
tação das energias ectoplásmicas, a
tic ula r, a esp ecializaç ão de ser vid ores, com definição exa--
par
a ambientação dos recur-
ta dos tJalores passivos e positivos,
às mfrntes enfermiças,
sos espirituais, a assistência imperiosa
itismo evangélico espera
todo um mundo novo dentro do Espir
a Jesus e a si me sm os.
desbravadores e missionários fiéis
aí quanto aqui. Es -
Há problemas e experiências, tanto
esperem tJocês nos círcu-
tamos longe da equação final. Não
m substituir-lhes os bra-
los carnais que nossas mãos venha
o é universal .
ços. A instituição do esforço própri se incumbisse ds
E desejaríamos que sua inteligência
abo rar con osc o nes se vas to reino de "descobertas novas",
col
reve'ladas.
ou de identificação de verdades não prio mundo, perrmr
O Espiritismo, qual acontece ao pró
aprimoramento final. A
nece criado, ma s muito distante do
obra desalia-nos. eça e abençoe.
Que o Senhor nos proteja, nos fortal
Beu menor servidor,
IsM AE L SOUTO
I·
1
.' .
j.·.