Você está na página 1de 37

0

Psicologia e Aconselhamento
Ministerial

PASTOR MANOEL MESSIAS ALENCAR RANGEL


ARAGUAINA - 2017

INTRODUÇÃO (Sl. 42)

Alguém já disse que aconselhamento é perda de tempo. Já outro entendeu


que seu insucesso talvez resultasse do fato dele não ter as qualificações
necessárias. Uma outra conclusão foi que alguns pastores aconselham com o intuito
1
de desempenharem o papel de psiquiatras e alimentar o seu ego de maneira pouco
saudável.

O pastor sem levar em conta o seu treinamento, nem tem o privilégio de


escolher se irá ou não aconselhar o seu povo. Eles inevitavelmente levam-
lhe os seus problemas, a fim de obter orientação e cuidado. Não é possível
evitar tal coisa caso permaneça no ministério pastoral. A sua escolha não é
feita entre aconselhar ou não aconselhar, mas entre aconselhar de
maneira disciplinada e hábil ou aconselhar de modo indisciplinado e inábil.

É bem verdade que o aconselhamento não é simples levando alguns


desistirem. Porém, se todos desistissem, para onde iriam as pessoas com os
problemas?
A fim de ajudar as pessoas, o aconselhamento busca estimular o
desenvolvimento da personalidade; ajudar os indivíduos a enfrentarem mais
eficazmente os problemas da vida, os conflitos íntimos e as emoções prejudiciais;
promover encorajamento e orientação para aqueles que tenham perdido alguém
querido ou estejam sofrendo uma decepção; e para assistir as pessoas cujo padrão
de vida lhes cause frustração e infelicidade. Além disso, o conselheiro cristão busca
levar o individuo a uma relação pessoas com Jesus Cristo e seu alvo é ajudar outros
a se tornarem, primeiramente, discípulos de Cristo e depois discipularem outros.
A fim de ser mais eficaz o terapeuta deve ser uma pessoa real, humana,
oferecendo um relacionamento genuinamente humano.
Jesus fez uso de varias técnicas de aconselhamento, dependendo da
situação, da natureza do aconselhado e do problema específico. Jesus era
absolutamente honesto, profundamente compassivo, altamente sensível e
espiritualmente amadurecido e buscou ajudar as pessoas necessitadas a se
voltarem para ele, onde podiam encontrar paz, esperança e segurança. Ele
freqüentemente ouvia suas perguntas e as aceitava antes de estimulá-las a pensar
ou agir de modo diferente.

I - BASES PARA O ACONSELHAMENTO

1. O Núcleo do Aconselhamento
2
Como todos já sabem a Bíblia contém vários exemplos de necessidades
humanas. Consideremos Jó, por exemplo. Ele era um homem piedoso, conhecido,
rico e grandemente respeitado por seus contemporâneos. De repente as coisas
mudaram. Jó, perdeu toda a sua riqueza. Sua família inteira morreu exceto a sua
mulher que, sob pressão, mostrou-se queixosa e implicante. Ele perdeu a saúde, os
amigos pouco o ajudaram e Deus deve ter-lhe parecido muito remoto. Eliú, um dos
três amigos, foi o que teve melhor êxito, na tentativa de ajudar, pois ele teve uma
disposição humilde de nivelar-se a Jó, sem uma atitude negativa.
A igreja como uma comunidade terapêutica deve possuir grupos terapêuticos
em que os membros se ajudam uns aos outros provendo apoio, desafio, orientação
e encorajamento que não seria possível de outra forma. Os corpos locais de crentes
podem oferecer apoio aos membros, cura aos indivíduos perturbados e orientação
quando as pessoas tomam decisões e seguem em direção a maturidade.

2. Os Alvos do Aconselhamento

Certo dia em que Jesus ensinava a seus seguidores, contou a razão de sua
vinda à terra: dar-nos vida em abundância e em toda a sua plenitude. Jesus tinha,
portanto, dois alvos para os indivíduos: vida abundante na terra e vida eterna no
céu. Se levarmos a sério a grande comissão, desejaremos ansiosamente ver todos
os nossos aconselhados se tornarem discípulos de Jesus Cristo. Se levarmos a
sério as palavras de Jesus, provavelmente chegaremos à conclusão de que uma
vida plena e abundante só é concedida àqueles que buscam viver de conformidade
com os seus ensinos. É verdade que tem muitos bons discípulos de Jesus que terão
uma vida eterna nos céus, mas não gozam de uma vida abundante na terra. Essas
pessoas precisam de aconselhamento que envolva mais do que evangelização ou
educação cristã tradicional.
Citaremos alguns dos outros alvos do aconselhamento:
a) Auto-compreensão – Compreender a si mesmo é, no geral, o primeiro passo
para a cura. Muitos problemas são auto-impostos, mas a pessoa que está sendo
ajudada talvez não reconheça que suas percepções são preconceituosas, suas
atitudes prejudiciais e seu comportamento auto-destrutivos.
b) Comunicação – É bem conhecido que muitos dos problemas no casamento
estão relacionados com uma falta de comunicação entre os cônjuges. A
3
comunicação deve envolver a expressão da pessoa e a capacidade de receber
mensagens corretas por parte de outros.
c) Aprendizado e Modificação de Comportamento – Quase todo, se não todo o
nosso comportamento é aprendido. O aconselhamento, portanto, inclui ajuda no
sentido de fazer com que o aconselhado desaprenda o comportamento negativo
e aprenda meios mais eficientes de agir.
d) Auto realização – Escritores humanistas recentes têm enfatizado a importância
do individuo aprender a alcançar e manter o seu potencial máximo. Já para o
cristão, um termo como “Cristo-realização” poderia ser substituído, indicando
que o alvo na vida se completa em Cristo, desenvolvendo nosso mais elevado
potencial mediante o poder do Espírito Santo que nos leva à maturidade
espiritual.
e) Apoio – Em qualquer que seja o tipo de ajuda é necessário o apoio, pois nele as
pessoas encontram a força que não tem para sobreviver diante das dificuldades
da vida.

3. Qualificações dos Conselheiros Eficazes

O que faz de alguém um bom conselheiro? Foi descoberto através de


pesquisas, que os pacientes melhoravam mais quando os seus conselheiros
demonstravam um nível elevado de Cordialidade, Sinceridade e Compreensão
empática correta.
Considerando-as:
a) Cordialidade – Este termo implica em cuidado, respeito ou preocupação
sincera, sem excessos, pelo aconselhado. Jesus demonstrou isso quando
encontrou com a mulher samaritana junto ao poço de Jacó. Com certeza, Jesus
jamais aprovou a sua vida de pecado, porém, a respeitou e a tratou como
pessoa de valor.
b) Sinceridade – O conselheiro sincero é “real”, uma pessoa aberta e franca, que
evita o fingimento ou uma atitude de superioridade. A sinceridade implica em
espontaneidade sem inflexão e honestidade sem confrontação impiedosa. Isto
significa que o ajudador é profundamente ele mesmo. Não sendo do tipo que
pensa ou sente uma coisa e diz algo diferente.
c) Empatia – Como o aconselhado pensa? Como ele se sente por dentro? Quais
os valores, crenças, conflitos íntimos e mágoas do aconselhado? O bom
4
conselheiro mostra-se sempre sensível a essas questões, capaz de entendê-las
e comunicar eficazmente essa compreensão ao aconselhado. Essa capacidade
de sentir com o aconselhado é o que queremos dizer com a compreensão
empática correta. O bom conselheiro, por exemplo, é capaz de viver
eficientemente, com poucos conflitos imobilizantes, desânimos, inseguranças ou
problemas pessoais. O conselheiro eficiente é também compassivo, interessado
nas pessoas, alerta em relação aos seus próprios sentimentos e motivos,
revelando-se mais do que ocultando-se, e bem informado no setor de
aconselhamento. O cristão poderia resumir tudo isso afirmando que o
conselheiro deve ter amor.

4. Técnica de Aconselhamento

Para melhor equipar o ajudador, temos algumas ferramentas que devem ser
utilizadas no seu trabalho de aconselhar.
a) Atenção – O conselheiro deve tentar conceder atenção integral ao aconselhado.
Isto é feito mediante a: contatos de olhos-olhar sem arregalar os olhos, como um
meio de transmitir interesse e compreensão; postura, que deve ser relaxada e
não tensa, e que em geralmente envolve inclinar-se em direção ao aconselhado
e gestos naturais, mas não excessivos ou que provoque distrações. A ajuda às
pessoas é naturalmente difícil, sendo uma tarefa exigente que envolve
sensibilidade, expressões genuínas de cuidado e estar sempre vigilante para
atender a outrem.
b) Ouvir – Isto abrange mais do que uma recepção passiva de mensagens,
segundo Armand Nicholi, o ato de ouvir envolve:
 Percepção suficiente e solução dos próprios conflitos a fim de evitar reagir de
modo a interferir com a livre expressão dos pensamentos e sentimentos do
aconselhado;
 Evitar expressões verbais ou não-verbais dissimuladas de desprezo ou juízo
com relação ao conteúdo da história do aconselhado, mesmo quando esse
conteúdo ofenda a sensibilidade do conselheiro;
 Aguardar pacientemente durante períodos de silêncio ou lágrimas, enquanto o
aconselhado se enche de coragem para aprofundar-se em assuntos penosos ou
faz pausas para reunir seus pensamentos ou recuperar a compostura;
5
 Ouvir não apenas o que o aconselhado diz, mas aquilo que ele ou ela está
tentando dizer ou deixou de dizer;
 Usar os dois olhos e ouvidos para captar as mensagens transmitidas pelo tom
de voz, postura, e outras pistas não-verbais;
 Analisar as próprias reações quanto ao aconselhado;
 Evitar desviar os olhos do aconselhado enquanto ele fala;
 Sentar-se imóvel;
 Limitar o número de excursões mentais às próprias fantasias;
 Controlar os sentimentos em relação ao aconselhado que possa interferir com
uma atitude de aceitação, simpatia, que não faz juízos antecipados;
 Compreender que é possível aceitar plenamente o aconselhado sem aprovar ou
sancionar atitudes e comportamento destrutivos para o aconselhado ou para
outros.
c) Responder – Não se deve supor, porém, que o conselheiro nada faz além de
ouvir, Jesus era um bom ouvinte, mas a sua ajuda também se caracterizava pela
ação e respostas verbais e especificas.
d) Orientar ou liderar é uma habilidade mediante a qual o conselheiro prevê a
direção dos pensamentos do aconselhado e responde de maneira a redirecionar
a conversação.
e) Refletir – É um modo de permitir que os aconselhados saibam que “estamos
com eles” e podemos compreender seus sentimentos ou pensamentos. (você
deve sentir-se; tenho a certeza de que isso o frustrou; acho que foi mesmo
divertido). Essas frases refletem o que está acontecendo no aconselhamento.
Dê sempre o tempo necessário para que o aconselhado responda estas
questões.
f) Perguntar – Caso seja feito com muita habilidade poderá extrair bastantes
informações úteis. As melhores perguntas são aquelas que exigem pelo menos
uma sentença ou duas do aconselhado. As perguntas que começam com “por
quê?” são quase sempre evitadas.
g) Confrontar – Significa apresentar alguma idéia ao aconselhado, a qual ele ou
ela talvez não percebesse de outro modo. Os aconselhados podem ser
confrontados com o pecado em sua vida, inconsistência ou comportamento
derrotista, devendo ser encorajados a modificar o seu comportamento ou
atitudes. O confronte é mais bem aceito quando apresentado de forma suave,
cheia de amor, sem uma atitude de julgamento.
6
h) Informar – Abrange a apresentação de fatos aos que precisam de informação.
Isto difere da idéia do conselheiro partilhar suas opiniões ou dar conselhos.
Informar é uma parte comum e aceita no aconselhamento. Toda vez que lhe
pedirem conselhos ou sentir-se inclinado a aconselhar, certifique-se de que
conhece bem a situação. Pergunte a você mesmo quais poderiam ser o
resultado dos seus conselhos. Você tem condições para enfrentar os
sentimentos que talvez venham a surgir no caso de sua orientação ser rejeitada
ou mostrar-se errada?
i) Interpretar – Envolve a idéia de explicar ao aconselhado o que o seu
comportamento ou outros eventos significam.
j) Apoiar e Encorajar – São partes importantes de qualquer situação de
aconselhamento, especialmente no início. Cuidado com uma pessoa empática
que mostre aceitação e lhe forneça uma sensação de segurança. O apoio inclui
a orientação do aconselhado no sentido de fazer uma avaliação de seus
recursos espirituais e psicológicos, encorajá-lo à ação e ajuda com quaisquer
problemas ou fracasso que possam resultar desta ação.
k) Ensinar – O conselheiro é um educador, ensinando através da instrução e
orientando o aconselhado à medida que ele ou ela aprende a enfrentar os
problemas da vida.

5. A Motivação do Conselheiro

Por que você quer aconselhar? Alguns conselheiros cristãos, especialmente


pastores foram praticamente obrigados a exercer essa ocupação devido às pessoas
que os procuraram espontaneamente para pedir ajuda com seus problemas. Outros
motivos:
a) Curiosidade – Ao descrever seus problemas, os aconselhados, no geral,
oferecem certas informações que não contariam a mais ninguém de outra forma.
Quando o conselheiro ou conselheira é curioso, algumas vezes esquece o
aconselhado, pressiona para obter mais detalhes e com freqüência não
consegue manter segredo.
b) A Necessidade de Manter Relações – Todos precisam de aproximação e
contatos íntimos com pelo menos duas ou três pessoas. Neste caso o
aconselhamento será muito prejudicado pela amizade ou a necessidade dela.
7
c) A necessidade de poder – O conselheiro autoritário gosta de “endireitar” os
outros, dar conselhos, e desempenhar o papel de “solucionador de problemas”.
d) A necessidade de socorro – É provável que todo conselheiro perspicaz
experimenta por vezes tais tendências, mas não deve ceder as mesmas. Como
a pessoa procura aconselhamento, está aceitando o risco de compartilhar
informação pessoal e entregar-se aos cuidados do conselheiro.

6. A Eficácia do Conselheiro

Em Romanos 12:8 lemos a respeito do dom de exortação, uma palavra cujo


significado é “andar ao lado para ajudar” e implica em atividade tais como advertir,
apoiar e encorajar outros.

7. O Papel do Conselheiro

a) Visita em lugar de aconselhamento – A visita é uma troca mútua e amigável


de informações. O aconselhamento é uma conversa centralizada num problema,
dirigida para um alvo, que focaliza principalmente as necessidades de uma
pessoa, o aconselhado.
b) Pressa em lugar de deliberação – As pessoas ocupadas, preocupadas com
um alvo, no geral querem apressar o processo do aconselhamento até um
término rápido e bem-sucedido.
c) Desrespeito em lugar de Simpatia – Alguns conselheiros classificam
rapidamente as pessoas e depois despedem os indivíduos com um confronto
rápido ou conselho rígido. Ninguém quer ser tratado com tanto desrespeito e o
ajudador que não ouve com simpatia provavelmente não dará conselhos
eficazes.
d) Sobrecarregar a sessão em lugar de moderar o aconselhamento – Devido o
seu entusiasmo com a idéia de ajudar, o conselheiro tenta às vezes fazer
demasiado numa sessão.
e) Ser diretivo ao invés de interpretativo – Este é um erro comum e, como
vimos, pode refletir a necessidade inconsciente de dominar do conselheiro.
f) Envolver-se emocionalmente ao invés de permanecer objetivo – Existe uma
linha divisória muito fina entre interessar-se e tornar-se muito perturbado,
confuso ou lutando com um problema semelhante ao do próprio conselheiro.
8
g) Atitude de defesa em lugar de empatia – A maioria dos conselheiros sente-se
às vezes ameaçados durante o aconselhamento. O conselheiro deve manter
uma atitude de vigilância caso deseje evitar esse risco.

8. A Vulnerabilidade do Conselheiro

1) Manipulação – Algumas pessoas são mestras em impor a sua vontade


controlando outros. Os conselheiros manipulados têm pouca utilidade. Os
indivíduos que tentam manipular seu conselheiro quase sempre fizeram
manipulação um modo de vida.
2) Resistência – As pessoas algumas vezes buscam ajuda por desejarem alivio
imediato da dor. A resistência é uma força poderosa que quase sempre exige
aconselhamento profissional em profundidade.

9. A Sexualidade do Conselheiro

O aconselhamento frequentemente envolve a discussão de detalhes íntimos


que jamais seriam tratados em outro lugar, especialmente entre um homem e uma
mulher que não são casados um com o outro. Isto pode despertar sexualmente tanto
o conselheiro como o aconselhado. A atração sexual por um aconselhado é coisa
comum e o conselheiro prudente deve esforçar-se ao máximo para exercer
autocontrole.
1) Proteção espiritual – A meditação sobre a Palavra de Deus, a oração e a
confiança na proteção do Espírito Santo de Deus, são elementos importantes
como protetor desta situação. Além disso, os conselheiros devem vigiar sua
mente. Nunca caia na armadilha de pensar que isso acontece com os outros,
nunca comigo.
2) Percepções dos sinais de perigo – Rassieur, aponta alguns sinais de perigos
a frente:
 A comunicação de mensagens sutis de qualidade mais íntima (sorrisos, contatos
físicos)
 O desejo do conselheiro e do aconselhado de manterem o relacionamento;
 Ansiedade, especialmente por parte do aconselhado, de divulgar detalhes de
experiências ou fantasias sexuais;
 Permissão do conselheiro para que o aconselhado o manipule;
9
 Reconhecimento por parte do conselheiro de que ele ou ela precisa ver o
aconselhado (este já é um sinal de fracasso);
 Frustrações crescentes na vida conjugal do conselheiro; e
 O prolongamento do tempo e freqüência das entrevistas, algumas vezes
suplementadas por chamadas telefônicas.
3) Estabelecimento de limites – Quando a atração sexual se faz presente e é
reconhecida o conselheiro pode interromper o aconselhamento, transferir o
trabalho para outra pessoa, ou até mesmo discutir esse sentimento com o
aconselhado.
4) Análise de atitudes – Não existe proveito algum em negar os seus instintos
sexuais. Eles são comuns, Mas quando isso estiver ocorrendo, lembre-se:
 As conseqüências sociais – Ceder à tentação sexual pode arruinar a reputação
da pessoa, seu casamento e eficácia como conselheiro.
 Imagem profissional – Lembre-se de que você é um conselheiro, e pelo menos
se espera, um homem ou mulher de Deus em direção ao amadurecimento.
 Verdade teológica – O envolvimento sexual fora do casamento é pecado e deve
ser evitado.
5) Proteção do grupo de apoio – Deveríamos contar com um grupo de pessoas
na igreja, pessoas responsáveis e confiáveis, para compartilharmos nossas
experiências e dificuldades e fraquezas. (Aqui)

10. A Ética do Conselheiro

A maioria das organizações de aconselhamento profissional desenvolveu


códigos éticos para orientar os conselheiros nas decisões morais o proteger o
público de práticas que não sejam éticas. Mas é na Bíblia que temos o nosso código
de ética final.
Cada conselheiro precisa respeitar cada individuo como uma pessoa de valor,
criado por Deus e objeto da redenção divina. Cada pessoa possui sentimentos,
pensamentos, vontade e liberdade para comportar-se como achar adequado.
Os problemas éticos surgem quando há conflito de valores e decisões
diferentes devem ser tomadas. Muitas, embora não todas, dessas decisões
envolvem questões confidenciais. Considere o seguinte:
 Um aconselhado confessa ter infringido a lei ou que pretende prejudicar alguém.
Você conta a policia ou a vitima em potencial?
10
 A filha de um líder da igreja revela está grávida e que pretende fazer um aborto.
O que você faz com esta informação?
 Um aluno formado pelo seminário que está buscando empregar-se como pastor,
revela no aconselhamento que é um homossexual ativo. Como membro da
igreja você revela isto ou não diz nada ao preencher um formulário de
recomendação?
O conselheiro tem a obrigação de manter em segredo as informações
confidenciais, a não ser quando haja risco para o bem-estar do aconselhado e de
outra pessoa.

11. O Conselheiro dos Conselheiros

A Bíblia descreve Jesus como o Maravilhoso Conselheiro. Ele é o Conselheiro


dos conselheiros, sempre disponível para encorajar, dirigir e conceder sabedoria e
aos ajudadores humanos. É através da leitura bíblica e da oração que mantemos a
luz de Cristo acessa em nossos corações. Mas Deus também opera através de
outros seres humanos em nossas vidas. Ele ajuda os conselheiros por meio de
outras pessoas com que, Ele pode partilhar suas opiniões, relaxar e ocasionalmente
chorar. Sem o apoio, e o encorajamento e a opinião de um amigo cristão confiável, o
trabalho do conselheiro será provavelmente mais árduo e menos eficiente.
O aconselhamento pode trazer satisfação, mas não é um trabalho fácil.
Quando mais cedo isto seja reconhecido e encarado honestamente, tanto mais
satisfatório será nosso ministério de ajuda e mais eficaz o nosso aconselhamento.

12. As Crises no Aconselhamento

Como é natural todos experimentamos altos e baixos espirituais e temos às


vezes de aplicar um esforço extra para tratar de emergência ou problemas
inesperados, mas ao nos aproximamos da idade adulta, cada um de nós desenvolve
um repertório de soluções de problemas baseado em sua personalidade,
treinamento e experiências passadas.
Surgem, porém, às vezes, situações mais graves que ameaçam nosso
equilíbrio psicológico. Essas situações recebem o nome de crises. Elas podem ser
esperadas ou inesperadas, reais ou imaginárias, factuais ou potenciais.
11
Uma crise é um perigo porque ameaça vencer a pessoa ou pessoas
envolvidas. As crises envolvem a perda de alguém ou algo importante, a mudança
brusca de nosso papel ou posição, ou o aparecimento de pessoas ou
acontecimentos novos ou ameaçadores.
As crises, porém, dão às pessoas a oportunidade de mudar, crescer e
desenvolver meios melhores de superá-las.

13. A Bíblia e os Tipos de Crises

Os escritores contemporâneos identificam três tipos de crise, cada uma das


quais contém exemplos tanto modernos quanto bíblicos.
 As crises acidentais ou situacionais – ocorrem quando surge uma ameaça
repentina ou perda inesperada. A morte de um ente querido, uma doença súbita
da reputação e posição.
 As crises de desenvolvimento – surgem no curso do desenvolvimento humano
normal. Entrada na escola, ida para a faculdade, ajustes no casamento,
aceitação de criticas, aposentadoria e outros.
 As crises existenciais – Surgem quando somos forçados a enfrentar as
verdades perturbadoras, tais como a compreensão de que:
 Sou um fracasso;
 Sou velho demais para alcançar meus objetivos de vida;
 Fui deixado para traz numa promoção;
 Sou um viúvo agora – novamente solteiro;
 Minha vida não tem propósito;
 Estou aposentado, e outros.

14. Intervenção nas Crises

O aconselhamento em situações críticas tem vários objetivos:


 Ajudar a pessoa a enfrentar eficazmente a situação difícil e voltar ao nível
comum de comportamento;
 Diminuir a ansiedade, apreensão e outros tipos de insegurança que possam
persistir depois de ter passado a crise;
12
 Ensinar técnicas para solução de crises, afim de que a pessoa fique mais bem
preparada para antecipar e tratar das crises futuras;
 Considerar os ensinos bíblicos sobre as crises, a fim de que a pessoa aprenda
com as mesmas e cresça como resultado dessa experiência.

15. Como o conselheiro pode ajudar nessas crises? De diversos modos:

1) Fazer contato – As pessoas em crises nem sempre procuram ajuda de um


conselheiro. Na maioria das vezes somos nós que devemos nos aproximar
delas, mostrando cordialidade, compreensão e interesse genuínos.
2) Reduzir a Ansiedade – Os modos calmos e descontraídos do conselheiro
podem ajudar a reduzir a ansiedade do aconselhado, especialmente quando
esta calma é acompanhada de segurança. Ouça com paciência e atentamente
enquanto o aconselhado descreve a sua situação, forneça fatos que lhe dêem
segurança, mostra aprovação quando algo for feito eficientemente.
3) Focalize os problemas – Em épocas de crise é fácil ser vencido pelo que
parece um amontoado de fatos e problemas confusos.
4) Avaliar os Recursos – A disposição do conselheiro em prestar ajuda é um
recurso importante para o aconselhado em crise, mas existem outros. Os
recursos espirituais incluem a presença interior e a orientação do Espírito Santo,
juntamente com palavras e promessas consoladoras das Escrituras.
5) Planejar a Intervenção – Depois de avaliar o problema e considerar os recursos
disponíveis, é interessante decidir sobre um curso de ação que pergunte
especificamente: “o que faremos agora?”
6) Encorajar Ação – Certas pessoas são capazes de decidir qual a melhor atitude
a tomar e depois ficam com medo de prosseguir com o plano. O conselheiro
deve, portanto, encorajar o aconselhado a agir, avaliar o seu progresso, e
modificar os planos e atos sempre que a experiência indicar a sabedoria desta
atitude.
7) Interferir no Ambiente – As vezes é necessário modificar o ambiente do
aconselhado. Ao agir assim, procure descobrir os sentimentos do aconselhado a
respeito de tal ajuda.

II - QUESTÕES PESSOAIS
13
1. Ansiedade

Há autores que definem a era moderna como a Idade da Ansiedade,


associando a este acontecimento psíquico a agitada dinâmica existencial da
modernidade; sociedade industrial, competitividade, consumismo desenfreado e
assim por diante.
Diz-se que a simples participação do indivíduo na sociedade contemporânea
já preenche, por si só, um requisito suficiente para o surgimento da Ansiedade.
Portanto, viver ansiosamente passou a ser considerada, uma condição do homem
moderno ou um destino comum ao qual, todos estamos, de alguma maneira,
atrelados.
Com certeza, até por uma questão biológica, podemos dizer que a Ansiedade
sempre esteve presente na jornada humana desde a caverna até a nave espacial.
A novidade é que só agora estamos dando atenção à quantidade, tipos e efeitos
dessa Ansiedade sobre o organismo e sobre o psiquismo humanos, de acordo com
as concepções da prática clínica, da medicina psicossomática e da psiquiatria.
Ela foi denominada a “emoção oficial da nossa época”, a base de todas as
neuroses, e o “fenômeno psicológico” mais difundido hoje.
A ansiedade poderia ser definida como um sentimento íntimo de apreensão,
mal-estar, preocupação, angústia e ou medo, acompanhado de um despertar físico
intenso. Ela pode surgir como uma reação a um perigo específico identificável ou
uma resposta a um perigo imaginário com a expressão “angústia vaga, flutuante”.
São vários os tipos de ansiedade identificados, mais para nossos propósitos
vamos considerar apenas algumas delas: aguda e crônica, normal e neurótica,
moderada e intensa:
 Ansiedade aguda – surge repentinamente, sua intensidade é grande, e
pequena em sua duração.
 Ansiedade crônica – em contraste, é persistente e duradoura, mais tem menor
intensidade. Os indivíduos cuja ansiedade é crônica parecem preocupar-se o
tempo todo em responder a diversas situações.
 Ansiedade normal – Se manifesta quando existe uma ameaça real ou uma
situação de perigo. A ansiedade é proporcional ao perigo. Ela pode ser
reconhecida, controlada e reduzida, especialmente quando as circunstâncias
exteriores se modificam.
14
 Ansiedade neurótica – Envolve sentimentos intensamente exagerados de
desespero e medo, mesmo quando o perigo é pequeno ou inexistente. Ela não
pode ser enfrentada nem tratada racionalmente, talvez por ser um resultado de
conflitos íntimos inconsistentes.

2. A Bíblia e a Ansiedade

O termo ansiedade na Bíblia é usado de dois modos, como aflição ou


angústia e como um sentimento sadio de preocupação.
Nas Epístolas do Novo Testamento, tanto Pedro como Paulo repetiram esta
conclusão: “Não andeis ansiosos de coisa alguma”
A ansiedade manifesta-se através da aflição e angustia é resultado de um
afastamento de Deus. Quando o homem se afasta de Deus e faz de si mesmo o seu
deus, é inevitável a intensificação da ansiedade.
De modo contrário, a ansiedade na forma de uma preocupação realista não é
condenada nem proibida. Embora que Paulo tenha recomendado que não
deveríamos estar ansiosos por coisa alguma. Mais isso se trata de preocupação fora
da normalidade.

3. Causas

A ansiedade surge, escreveu Freud, quando o ego reconhece uma ameaça


clara à pessoa. Escritores que vieram mais tarde, desviaram-se deste conceito
freudiano e descreveram a ansiedade como sendo menos um conflito interno e
instintivo e mais o resultado de pressões ou ameaças culturais do mundo em que
vivemos.
Se examinarmos cuidadosamente essa e outras teorias, talvez venhamos a
concluir que a ansiedade surge em resultados de ameaça, conflito, medo,
necessidades insatisfeitas, diferenças individuais.
1) Ameaça – Depois de uma pesquisa, o psicólogo Rollo May, concluiu que a
ansiedade vem como o desencadear de uma ameaça a algum valor que o
individuo considera essencial à sua existência como pessoa.
2) Conflito – Outra causa da ansiedade é o conflito. Quando a pessoas é
influência por duas ou mais pressões, surge um senso de insegurança que leva
frequentemente à ansiedade.
15
3) Medo – Como indicamos antes, alguns conselheiros distinguem entre o medo e
a ansiedade. Vamos reconhecer, porém, que a mesma apreensão intima que
caracteriza a ansiedade pode também surgir em resposta ao medo. O medo e a
ansiedade são, portanto, similares, embora talvez não sejam idênticos.
4) Necessidades insatisfeitas – Durante muitos anos os psicólogos e outros
escritores tentaram identificar as necessidades básicas dos seres humanos, e
concluíram que seis são fundamentais:
a) Sobrevivência
b) Segurança
c) Sexo
d) Significado
e) Auto realização
f) Personalidade (senso de identidade)
5) Diferenças individuais – Todos sabem, como é natural as pessoas reagirem de
modo diferente às situações que produzem ansiedade.

4. Os Efeitos da Ansiedade

 Reações Físicas – É do conhecimento comum que a ansiedade pode provocar


úlceras, dores de cabeça, alergia na pele, dor nas costas e vários outros
problemas físicos.
 Reações psicológicas – Pesquisas mostram que a ansiedade reduz o nível de
produtividade, sufoca a criatividade e originalidade, prejudica a capacidade de
um bom relacionamento com outros.
 Reações Defensivas – Quando a ansiedade cresce, a maior parte dos
indivíduos se apóia inconscientemente em atitudes e pensamentos que
amortecem a dor da ansiedade e os capacita a enfrentá-la. Algumas vezes as
pessoas fogem através do álcool, drogas e outros.
 Reações Espirituais – A ansiedade pode motivar-nos a buscar ajuda divina,
quando esta poderia se ignorada de outra forma. Mais a ansiedade também
pode-nos afastar de Deus justamente na ocasião que mais precisamos dEle.

5. Depressão
16
Depressão não é uma doença. Embora em certos casos disfunções orgânicas
possam desencadear sentimentos depressivos, muitos sintomas e distúrbios
(temporários ou crônicos) definidos como depressão são conseqüências de hábitos
não-bíblicos e ou reações pecaminosas para com circunstâncias e pessoas. Lidando
biblicamente com os seus pecados e decidindo viver de modo agradável ao Senhor,
você pode vencer a depressão que tem origem numa vida em desacordo com a
Bíblia (Gn. 4:3-7; Sl. 32:1-5; 42:11; 55:22; João 15:10,11; II Cor. 1:3-6).

6. Como é?

Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de


tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação
corporal como dores e enjôos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um
grupo de sintomas centrais:
 Perda de energia ou interesse
 Humor deprimido
 Dificuldade de concentração
 Alterações do apetite e do sono
 Lentificação das atividades físicas e mentais
 Sentimento de pesar ou fracasso
Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no
batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos
de melhoria e piora, são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está
melhorando sozinho quando durante alguns dias o paciente sente-se bem.
Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os
sintomas simultâneos, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. Até que se faça o
diagnóstico praticamente todas as pessoas possuem explicações para o que está
acontecendo com elas, julgando sempre ser um problema passageiro.

III – O ponto de vista de Deus - 1

Princípio bíblico (1) Algumas vezes, os sintomas definidos como depressão


podem ser precipitados pelo pecado (Gn. 4:3-14; Sl. 32:3-5), ou seja, por uma vida
orientada para agradar ao “eu” e não ao Senhor. Caso você não se arrependa,
17
confesse o seu egocentrismo e volte a viver de modo bíblico, poderá experimentar
ainda maiores dificuldades (Sl. 38:1-4; Col. 3:25; Heb. 12:5-11)
Princípio bíblico (2) Para amar a vida e ver dias felizes, você deve se afastar
do mal e obedecer à Palavra de Deus (I Pd. 3:10-12). Apesar de se sentir deprimido,
você pode viver de modo bíblico, por meio dos recursos que provê pela sua graça
(Sl. 19:7-11; Mt. 11:28-30; Rom. 8:11-14,26; II Cor. 12:9,10; Fil. 4:6,7,13; Hb.
4:15,16)

1. A sua esperança

Princípio bíblico (3) A despeito de quão difícil determinada situação possa


parecer, o Senhor Jesus Cristo já venceu (João 16:33). Deus não permitirá na sua
vida nada que escape ao controle dEle ou esteja além da sua habilidade para
suportar sem pecar (Gn. 50:20; Jer. 29:11; Rom. 8:28,29; I Cor. 10:13; II Cor.
12:9,10; Fil. 4:13).
As provações são pra o seu bem (Rom. 5:3-5; I Pd. 1:6,7) e, à medida que
você responde biblicamente às dificuldades, você dá oportunidade para que o poder
de Deus se manifeste na sua vida (II Cor. 4:7-18; 12:9,10).
Princípio bíblico (5) O conforto divino (Sl. 119:50; II Cor. 1:3-5,7) e o cuidado
de Deus estão ao seu dispor para sustentá-lo nas dificuldades (Sl. 34:8; 42:11;
55:22; Lam. 3:32; Mt. 11:28-30; Hb. 4:15,16).

2. A sua mudança

Princípio bíblico (6) Despoje-se da desobediência à Palavra de Deus e


revista-se de um viver disciplinado e fiel na desobediência à Palavra (Gn. 4:7; Rom.
6:11-13,19; I Tm. 4:7-11), expressão do seu compromisso de agradar a Deus e não a
si mesmo (II Cor. 5:14,15; Gal. 5:16,17).

3. A sua prática

Princípio bíblico (7) Trace planos de acordo com a Bíblia para cumprir as
responsabilidades que Deus lhe confiou, e siga a sua agenda a despeito de qualquer
sentimento depressivo que você possa experimentar (Ef. 5:15-17; Tg. 4:17). Cumpra
todas as suas responsabilidades e tarefas de coração, como para agradar ao
18
Senhor (Mt. 5:16; I Cor.10:31; Col. 3:17,23,24). Se você pecar, confesse os seus
pecados a Deus (I João 1:9) e, seguindo as diretrizes bíblicas, confesse-os também
àqueles contra quem você pecou (Tg. 5:16).
Sentir-se deprimido não é um fenômeno novo, pois os sintomas atualmente
definidos como “depressão” caracterizou a experiência de alguns personagens
bíblicos. A Palavra de Deus não apenas o ajuda a enfrentar o problema da
depressão, mas também mostra como você pode ser mais que vencedor mesmo em
meio a sentimentos depressivos (Sl. 19:7-14; 119:165; I Cor. 1:25; 3:18-20; 10:13; II
Tm. 3:16,17; II Pd. 1:2-10; I João 5:4,5).

4. O que é a “depressão”?

Muitos a definem “depressão” como uma condição caracterizada por


sentimentos de desalento e/ou culpa, resultando em falta de esperança e
interrupção das atividades. Com freqüência, a depressão tem sido classificada por
alguns integrantes da classe médica como “doença” e considerada, atualmente,
como a enfermidade maior freqüência na medicina geral. Todavia, a despeito da alta
incidência da “depressão”, as ciências médicas admitem que as suas causas ainda
são amplamente desconhecidas.

5. Entendendo a depressão

1) Quem está sujeito a experimentar sentimentos depressivos?

Ninguém está completamente imune aos sentimentos depressivos (I Cor.


10:12,13). Personagens bíblicos também experimentaram aquilo que hoje seria
classificado como “depressão”. Conforme você verá nos exemplos abaixo, o fator
que desencadeou a depressão em suas vidas foi uma ênfase no “eu”, que os
conduziu ao pecado. Este, por sua vez, conduziu a “depressão”:
 Elias reagiu às ameaças de Jezabel temendo pela própria vida, entregando-se
ao desespero e fugindo, mesmo após uma grande vitória (I Rs. 19:1-4);
 Davi pecou, não se arrependeu e, então, perdeu a esperança (Sl. 38);
 Descontente com a obra soberana de Deus, Jonas irou-se contra Ele e desejou
a morte (Jonas 4:1-11);
19
 Pedro negou a Cristo mentindo e praguejando, o que o levou a chorar
amargamente (Mt. 26:69-75), e
 Judas traiu a Jesus e depois sentiu remorso. Após jogar as trinta moedas de
prata no templo, ele cometeu suicídio, enforcando-se (Mt. 27:1-5).

Nota: Já que você também está sujeito a experimentar “depressão” em


conseqüência do pecado, os exemplos bíblicos estão registrados para o seu ensino,
afim de que você possa perseverar (obedecer à Palavra de Deus) e ter esperança
(Rom. 15:4).

6. Quais os possíveis fatores que levam à “depressão”?

Vários fatores podem contribuir para que você “fique deprimido”. Há


numerosos fatores físicos que não envolvem pecado. Todavia, ao enfrentar
problemas físicos, você deve se guardar de reagir às dificuldades em desacordo
com a Bíblia. A lista que damos a seguir não é exaustiva, mas aponta para a
importância de você proceder a um auto-exame cuidadoso e bíblico para determinar
quais mudanças o Senhor quer que você faça na sua vida (Pv. 11:14; Is. 55:8-11; Mt.
7:1-5; I Cor. 11:31; Fil. 4:6,7; Tg. 1:5,22-25).
 Fatores físicos: doença, parto, cirurgia e o respectivo processo de recuperação,
desequilíbrios hormonais ou químicos, disfunções orgânicas, falta de sono, dieta
não salutar, fadiga, fenômenos do ciclo menstrual ou distúrbios físicos diversos
(hipoglicemia, diabetes, disfunções glandulares).
 Respostas contrárias à Bíblia diante de certas situações da vida:
deficiências físicas (paralisia, perda de membros, cegueira, surdez), perda do
emprego, divórcio, morte de alguém querido, quebra de um relacionamento,
dificuldades financeiras, acidentes, aposentadoria, perseguição, crises, traumas
ou doenças.
 Desobediência à Bíblia mediante: alimentação incorreta, excesso de trabalho,
descanso insuficiente, abusos de substâncias químicas (drogas, álcool,
medicamentos), falta de exercício físico, ausência de devocionais diárias, vida
de oração infiel, falha em perdoar aos outros, falta de comunhão com outros
crentes.
20
7. Os efeitos da “depressão”.

Ninguém gosta, na verdade, de ter problemas, mas estes algumas vezes


podem servir a um propósito útil. Quando estamos fisicamente enfermos, por
exemplo, não precisamos trabalhar, as pessoas nos cobrem de atenção ou de
simpatia. Porém, as pessoas feridas emocionalmente compreendem que os
benefícios da depressão não são realmente satisfatórios. Tais pessoas começam a
odiar o que estão fazendo e, com o tempo, acabam odiando-se a si mesmo. Isto
como vimos, produz mais depressão. Com isso gerando:
 Infelicidade e Ineficiência – Os indivíduos deprimidos quase sempre se sentem
desanimados, desesperançados e miseráveis. Sua vida é então caracterizada
pela ineficiência, um mínimo de realização e crescente dependência de outros.
 Reações Mascaradas. A pessoa está sorrindo por fora e ferida por dentro e
expressa essa dor de modo a esconder o desespero íntimo.
 Retração – Quando a pessoa se sente desencorajada, desmotivada, aborrecida
com a vida e lhe falta autoconfiança, surge quase sempre o desejo de afastar-se
de outros.
 Suicídio – Certamente não existe um meio mais fácil de escapar do que tirar a
própria vida.

8. Vencendo a depressão

 Lembre-se de que Deus prometeu cuidar de você em qualquer situação (Sl.


23:1-6)
 Confesse a Deus todos os pensamentos pecaminosos (I João 1:9) e recorra ao
auxilio divino para mudar o estilo de pensar pecaminoso (I Tes. 5:17; Hb.
4:15,16).
 Lembre-se de que seu amor por outros demonstra o seu amor a Deus (I Jo. 2:9-
11).

9. O Aconselhamento e a Depressão

O conselheiro deve procurar contato verbal, desempenhando um papel mais


ativo do que geralmente faria com outro aconselhado. Declarações otimistas,
encorajamento, fazer perguntas, fazer elogios periódicos e ensinar com gentileza as
21
Escrituras, tudo isso pode ajudar. O confronto, as perguntas esquadrinhadoras,
exigências para que haja ação, e abordagens não-diretivas devem se evitadas,
especialmente no início, desde que tais técnicas quase sempre aumentam a
ansiedade e isto produz mais desânimo e pessimismo.
O suicídio é um ato considerado por muitas pessoas deprimidas. Por isso o
conselheiro não deve hesitar em perguntar se o aconselhado tem pensado em
suicídio.

10. Ira e Amargura

Ira e amargura são dois sinais evidentes de que você está se concentrando
em si mesmo e deixando de confiar na soberania de Deus para dirigir a sua vida.
Crendo que Deus faz com que todas as coisas cooperem juntamente para o bem
daqueles que lhe pertencem e o amam, você pode reagir às aprovações com alegria
em vez de ira ou amargura (João 14:15; Rom. 5:3-5; 8:28,29; Ef. 4:31; Tg. 1:2-4; I
Pd. 1:13-16; I João 5:3).
Propósito – Apresentar o ponto de vista bíblico sobre ira e amargura;
desenvolver um plano para vencer Ira e Amargura.
Nota: Ira e amargura são terrivelmente prejudiciais ao amor bíblico, aos
relacionamentos harmoniosos e à maturidade em Cristo. Fracassar em despojar-se
da ira e da amargura entristece o Espírito Santo, dá oportunidade a Satanás para
agir na sua vida, enfraquece o seu testemunho diante de outros e rompe a unidade
no corpo de Cristo. Lidar biblicamente com a ira e a amargura requer obediência
completa à Palavra de Deus em todas as circunstâncias e com todas as pessoas,
ainda que os seus sentimentos ordenem o contrário (Mt. 5:16; Rom. 14:19; I Cor.
13:4,5; II Cor. 2:10,11; 5:14,15; Gal. 5:17-26; Ef. 4:1-3,26,27,31,32; 6:11; Col. 3:8-15;
Hb. 12:15).

IV – O ponto de vista de Deus - 2

A ira que se desperta ou se expressa rapidamente é característica da velha


natureza independente de Jesus Cristo e é contrária às Escrituras (Gal. 5:19,20; Col.
3:8; Tg. 1:19,20). A amargura relaciona-se à ira e demonstra uma grande
insatisfação com a soberania de Deus em sua vida. A amargura surge de uma vida
22
voltada para agradar o eu em vez de agradar ao Senhor (At. 8:18-23; Rom. 3:10-18;
e causa muitos problemas. Hb. 12:15.

1. A sua esperança

Visto que a Palavra de Deus ordena que você abandone a ira e a amargura
(Sl. 37:8; Ef. 4:31; Col. 3:8), é possível fazê-lo (I Cor. 10:13; Hb. 2:17,18; 4:15,16).
Você não precisa defender ou proteger aquilo que você entende ser os seus
“direitos” (Sl. 37:23; 84:11,12; I Pd. 2:19-25), porque Deus faz com que todas as
coisas cooperem juntamente para o bem daqueles que lhe pertencem e o amam
(Rom. 8:28,29).

2. A sua mudança

Você deve ter domínio próprio (Pv. 25:28), ser tardio para se irar (Tg. 1:19) e
rápido em lidar com a ira (Ef. 4:26,27), despojando-se de toda raiva, amargura,
exaltação, dissensão, fala abusiva e contenda. Você não deve levar em conta as
injustiças sofridas (Mt. 5:21,22; I Cor. 13:5; Ef. 4:31; Col. 3:8; I Tm. 2:8; Tito 1:7), mas
se revestir de paciência, bondade, humildade, tolerância para com os outros,
compaixão, perdão, amor e domínio próprio (Ef. 4:31,32; Col. 3:12-14).

3. A sua prática

Enumere as circunstâncias ou relacionamentos em que você é (ou foi)


tentado a ficar irado ou amargurado (Pv. 9:6; 14:16; Mt. 7:1-5; Gal. 5:16-21). Formule
um plano bíblico para não pecar naquelas determinadas situações e um plano de
emergência para lidar com a ira e a amargura que possam surgir rápida e
inesperadamente (Pv. 28:13; Ef. 4:26,27; I Ts. 5:22; II Tm. 2:15,22; Tg. 1:19; I Pd.
1:13-16).
Respostas não bíblicas à Ira e à Amargura - Exemplos de atos não-
bíblicos registrados nas Escrituras e resultantes da ira e da amargura.
 Caim, irado, matou o seu irmão. Como resultado, tornou-se um homem fugitivo e
errante (Gn. 4:5-8,11,12).
 Simeão e Levi eram homens de vontade própria que assassinaram outros em
sua ira cruel. Como resultado suas famílias foram dispersas (Gn. 49:5-7).
23
 Saul ficou irado e tentou matar o seu filho mais velho (I Sam. 20:30-33).
 Uzias, confrontado pelo sacerdote devido à sua infidelidade para com o Senhor,
ficou raivoso e foi tomado pela lepra até o dia de sua morte (II Cron. 26:16-23).

4. Maneiras não-bíblicas de lidar com a ira e a amargura

1) Explodir em raiva ou mau humor, agredir pessoas ou objetos, física ou


verbalmente (isto desconsidera) Pv. 16:32; Mt. 7:12; Rom. 14:19; I Cor. 13:4,5;
Gal. 5:19,20,22,23; Col. 3:17).
2) Expressar externamente a ira batendo num travesseiro ou outro objeto,
enquanto pensa ou fala na pessoa com quem você está irado ou amargurado
(isto desconsidera) Sl. 19:14; II Cor. 10:5; Fil. 2:3,4; 4:8,9; Col. 3:2.
3) Negar que você está irado ou amargurado (internalizar a ira), (desconsidera), Ef.
4:15,25; Tg. 3:14; 5:16; I João 1:8-10.
4) Caracterizar a sua ira como indignação justa, e a sua amargura como
justificável, em vez de examiná-las biblicamente e responder de modo
apropriado (desconsidera), Is. 5:20,21; 55:7-9; Mt. 7:1-5; Ef. 4:31; Hb. 12:15; Tg.
1:19-25; 3:13-4:2

5. Justificativas não bíblicas para a ira e a amargura

 Responsabilizar outros ou as suas ações pela própria ira ou amargura


(desconsidera – Ez. 18:20; Mc. 7:20-23; I Cor. 10:13; Ef. 4:31,32; Col. 3:12-14).
 Alegar que circunstâncias passadas, presentes ou ainda futuras o levaram à ira
ou à amargura (desconsidera Mt. 15: 18,19; Rom. 5:3-5; 8:28,29; Tg. 1:2-4).
Se você fracassar em lidar biblicamente com a ira, a sua desobediência
às Escrituras aumentará inevitavelmente (Gn. 4:5-8; I Sam. 18:7-9; Ef. 4:26,27).

6. A ira de Deus

 Ainda que as Escrituras descrevam a ira de Deus (Ex. 4:14) Ele permanece
santo (Lev. 11:45) e isento do pecado (Jó 34:10).
 Deus é tardio para se irar e ao mesmo tempo misericordioso, gracioso,
compassivo, perdoador e cheio de bondade e verdade (Nem. 9:17; Naum 1:3).
24
 A ira de Deus dirigi-se sempre contra a rebeldia ou desobediência às suas
ordens santas e justas (Dt. 29:14-21,24-28; Lam. 3:42,43; Sof. 2:2,3; Rom. 2:5;
Hb. 3:7-11).

7. A ira de Jesus

 Jesus ficou irado diante da hipocrisia e legalismo dos líderes religiosos e ao


mesmo tempo entristecido por causa da dureza dos seus corações
 Na primeira multiplicação do Templo (João 2:13-16), a Bíblia não nos diz que
Jesus ficou irado, mas que Ele foi motivado por um ciúme divino (zelo) pela
casa do seu Pai (João 2:17). Em seguida, Ele respondeu às perguntas dos
líderes religiosos (João 2:18-21). Igualmente não está registrado nas
Escrituras que Jesus ficou irado na segunda purificação do Templo (Mt.
21:12,13; Mc. 11:15-17; Luc. 19:45,46). Naquela ocasião, após purificar o
Templo, Ele curou um doente e respondeu às questões dos líderes religiosos
(Mt. 21:14-16; Mc. 11:17,18).

8. A ira que não é pecaminosa.

 São extremamente raras e excepcionais as ocasiões em que as Escrituras


registram a ira de uma pessoa fiel a Deus sem que esta seja acompanhada de
pecado (Ex. 16:20; Lv. 10:16-20; I Sam. 11:6; 20:34; II Rs. 13:19; Ne. 5:6).
 Se as Escrituras afirmam que é possível para um filho de Deus irar-se e não
pecar (Ef. 4:26,27), então é possível fazê-lo (Rom. 6:12,13; I Cor. 10:13; I Pd.
1:13-16).
 Para ficar irado e não pecar, você deve obedecer à Palavra sem nenhuma
exceção (II Tm. 3:16,17) e seguir integralmente o exemplo de Deus (Mt. 5:48; Ef.
5:1) e do nosso Senhor Jesus Cristo (I Pd. 1:14-16; 2:21,22).

9. A ira pecaminosa

1) As Escrituras afirmam que a ira do homem não pode produzir a justiça de Deus
(Tg. 1:20). A sua ira, seja em forma de expressão explosiva ou disposição
interior, deve ser decididamente abandonada se você tem o desejo de ser
conformado à imagem de Jesus Cristo (Ef. 4:31; Col. 3:8,10).
25
2) Explosões de ira são parte das obras da carne (Gal. 5:19,20) e características
do estudo (Pv. 29:11). Além de evidenciar a ausência do fruto do Espírito (Gal.
5:22,23), a pessoa explosiva multiplica as transgressões (Pv. 29:22) e não está
apta para assumir responsabilidades na liderança da igreja (Tito 1:7).
3) Com frequência, a ira é um prelúdio para pecados mais graves e está aliada a
estes (Gn. 4:5-8). A ira dirigida a outros é condenada pelo Senhor (Mt. 5:22), e
mostra uma falta de amor bíblico (I Cor. 13:4-8).

10. A ira e o homem interior

 O seu coração se revela por meio dos seus sentimentos, palavras e ações (Mt.
12:34,35), de modo que a ira pecaminosa mostra que você tem vivido para
agradar a si mesmo (II Cor. 5:15; Gal. 5:16-21; Col. 1:10).
 Com freqüência, o fracasso em lidar biblicamente com a própria ira revela-se
quando você julga outros pelo mesmo pecado (Rom. 2:1).

11. Conclusões sobre a ira:

 É possível ficar irado e não pecar


 Seguindo o exemplo de Deus Pai e do seu Filho Jesus Cristo, a ira é justa
apenas quando despertada por uma transgressão específica da Palavra de
Deus e permanece justa apenas se levada a efeito com um espírito compassivo
(Nem. 9:17; Sl. 86:15; 103:8-14; Mc. 3:5).
 Você não deve permitir que a ira prevaleça e assuma o controle da sua mente
ou da sua conduta, pois Satanás usará de tal situação como oportunidade para
atingir sua vida (Ef. 4:27). Você deve viver de modo agradável ao Senhor,
independentemente de quaisquer sentimentos (II Cor. 5:15; Gal. 5:17; Ef.
4:31,32; Col. 1:10).
A amargura impede o seu crescimento espiritual e prejudica os seus
relacionamentos. Ela causa muitos problemas, devendo ser abandonada com
presteza e substituída por bondade e perdão compassivos (Ef. 4:31,32; Hb.
12:14,15; Tg. 3:8-18.
a) A amargura constitui-se de falta de arrependimento e associa-se com:
 Guardar uma ira rancorosa contra alguém que errou ou que você supõe ter
errado contra você (I Sam. 30:1-6).
26
b) A amargura resulta de uma vida voltada para agradar a si mesmo. Com
freqüência, ela caminha em direção a ferir outras pessoas e, se não for
tratada biblicamente, resulta ela em maiores pecados. Por exemplo:
 Carece da graça de Deus (Hb. 12:15)
 Causa problemas a outros (Hb. 12:15)
 Finalmente vai uni-lo a pessoas não piedosas e imorais (Hb. 12:15-17
c) A amargura não deve caracterizar a sua vida em Cristo e deve ser
abandonada. Você pode vencer a amargura lembrando-se daquilo que a
bíblia diz e respondendo biblicamente.
 A amargura é pecado e contamina a muitos (Hb. 12:15). Você deve confessar
a sua amargura como pecado para receber o perdão e purificação de Deus (I
João 1:9).

12. Vencendo a Ira e a Amargura

Ira e amargura costumam estar numa vida sem Jesus Cristo. Estes hábitos
pecaminosos não devem fazer parte da nova vida em Cristo. Seguindo no caminho
de Deus, você pode vencer estas práticas pecaminosas do homem natural, ainda
que a ira e a amargura tenham dominado a sua vida durante anos (João 15:3-5;
Rom. 6:12-14; II Cor. 5:17; Ef. 4:22-24,31,32; I Ped. 1:13-16)

13. Pense biblicamente

 Confesse a Deus todos os seus pensamentos pecaminosos (I João 1:9) e


recorra ao auxilio divino para mudar o estilo de pensar pecaminoso (I Ts. 5:17;
Hb. 4:15,16; Tg. 1:5)
 Lembre-se de que o perdão que você recebeu de Deus é a base para que você
conceda perdão aos outros (Mt. 18:21-35; Ef. 4:32; Col. 3:13)
 Lembre-se de que seu amor por outros demonstra o seu amor para com Deus (I
João 2:9-11; 3:14-16; 4:7-11, 20,21)

14. Fale biblicamente

 Não se detenha em difamação, mexerico, discussão, nem use palavras que não
sejam para edificação (Pv. 10:18; Ef. 4:29,31; 5:4; Col. 3:8; II Tm. 2:24; I Pd.
27
2:1). O seu falar deve ser verdadeiro e gracioso, de acordo com a necessidade
do momento, sabendo como responder a cada pessoa (Ef. 4:15, 25, 29; Col.
4:6).
 Não traga à tona o pecado alheio de modo acusador ou vingativo, seja diante
dos outros, de você mesmo ou da pessoa que pecou (Col. 3:8; Ef. 4:29)
 Confesse os seus pecados ao Senhor e àqueles contra quem você falhou na
prática do amor bíblico, incluindo os pecados relacionados ao fracasso em
cumprir as suas responsabilidades. Confesse qualquer pecado de que possa se
lembrar e que ainda não tenha confessado (Tg. 5:16; I João 1:9)

15. Aja biblicamente

 Conceda perdão aos outros assim como Deus o concedeu a você (Ef. 4:32; Col.
3:13)
 Identifique todos os sinais de perigo – tais como situações, lugares e contatos
pessoais que resultam em tentação – e tome providências imediatas para evitá-
los, fugir deles ou resistir à tentação (Sal. 1:1; Pv. 27:12; I Cor. 10:13; 15:33; II
Tm. 2:22; Tg. 4:7; I Pd. 5:8,9).
 Corrija os erros cometidos e busque reconciliar-se com aqueles que você
ofendeu. Lembre-se de que embora você já tenha confessado os seus pecados,
você precisa mostrar ativamente a seriedade do seu propósito de mudar.
 Com bondade e sensibilidade justamente para com aquelas pessoas com que
você costuma ficar irritado (EF. 4:31,32).
 Desenvolva um plano de emergência para lidar com situações típicas em que
você se vê tentado a pecar por meio de ira e amargura, considerando as
seguintes diretrizes:
1) Peça ajuda a Deus sem demora (I Tes. 5:17; Hb. 4:15,16; Tg. 1:5)
2) Aplique o seu plano de emergência logo que você perceber que está sendo
tentado a pecar cedendo à ira ou à amargura (I Tes. 5:22; II Tm. 2:19-22)

IV - PROBLEMAS CONJUGAIS

Antes do casamento, as pessoas que se amam tendem a enfatizar suas


semelhanças e negligenciar suas diferenças. Existe quase sempre a crença de que
"o nosso amor será diferente", mas as tensões crescem e aparecem quando duas
28
pessoas, vindas de ambientes diversos e com personalidades diferentes, começam
a viver juntas na mais íntima de todas as relações humanas. Os esforços mútuos
para ajustar-se, disposição para transigir e a experiência de aprender como
solucionar conflitos, tudo isso ajuda os casais a conviverem e moldarem um
casamento cheio de amor e funcionando relativamente bem. Mas, isto é geralmente
difícil. Os atritos e tensões, no geral, acabam explodindo. No tempo que a separação
e o divórcio eram malvistos ou condenados pela sociedade, havia uma inclinação e
um esforço do casal, no sentido de resolver seu problema. Nos dias atuais, quando
o divórcio aparece como normalidade, há uma tendência em escolher essa solução,
que não exige renúncia das atitudes individuais do casal.
Existem lugares em que o casamento pode ser dissolvido legalmente quando
um ou ambos os cônjuges simplesmente decidem que não desejam mais continuar
casados. "Diferenças irreconciliáveis" ou "rompimentos sem volta" tornaram-se
causas para divórcio. O casamento, união permanente criada por Deus, vem sendo
tratado cada vez menos seriamente e cada vez mais como um arranjo temporário.

1. A Bíblia e os Problemas Conjugais

Os propósitos do casamento, o papel do marido e esposa, a importância do


sexo e a missão dos pais, são todos discutidos na Bíblia. O fracasso no casamento
é mencionado na lei do Velho Testamento e tratado em mais detalhes por Jesus e
Paulo, em suas discussões sobre o divórcio.
A Bíblia praticamente não trata dos problemas que causam tensões no
casamento. Uma das poucas abordagens, encontramos no livro de Provérbios.
O livro de Provérbios descreve pitorescamente as dificuldades em conviver
com uma mulher briguenta e aborrecida: “O gotejar contínuo no dia de grande
chuva, e a mulher rixosa, são semelhantes; contê-la seria conter o vento”. (Pv 19:13;
21:9,19;27:15,16). Só não ataca com igual veemência as atitudes errôneas do
homem em virtude do contexto social naquele momento: uma sociedade machista.
Deve ser lembrado que o conflito conjugal é quase sempre um sintoma de
algo mais profundo, tal como egoísmo, falta de amor, falta de perdão, ira, amargura,
problemas de comunicação, ansiedade, abuso sexual, bebedice, sentimentos de
inferioridade, pecado e rejeição deliberada da vontade de Deus por suas criaturas.
Cada um desses elementos pode ocasionar a tensão conjugal... e cada um é
discutido na Bíblia. Assim sendo, embora a Bíblia trate apenas indiretamente e de
29
passagem do conflito conjugal as questões subjacentes aos problemas no
casamento são consideradas em detalhes.

2. As Origens dos Problemas Conjugais

“Deixa o homem pai e mãe, e se una à sua mulher, tornando-se os dois uma
só carne” (Gn 2:24). A análise dos três verbos é importante. Deixar, envolver sair da
família que estava, para constituir nova família; unir, o termo hebraico tem
significado de aderir, juntar, colar; e tornar-se uma só carne, tem um significado
muito profundo: o casal não compartilha somente seus corpos, mas seus bens
materiais, pensamentos e emoções, alegrias e sofrimentos, esperanças e temores,
sucessos e fracassos. Podemos comparar o casal aos braços direito e esquerdo,
nunca se agredindo, sempre se apoiando; ou às pernas, quando a direita está no ar
lá está a esquerda dando seu apoio, e vice-versa. Isto não implica em que as duas
personalidades sejam esmagadas ou suprimidas. As peculiaridades permanecem e
são combinadas com as do outro cônjuge a fim de tornar completo o
relacionamento. Quando o relacionamento de uma só carne está ausente o casal
tem um casamento incompleto.
Os problemas no casamento surgem porque o marido e a mulher desviaram-
se de alguma forma dos padrões bíblicos descritos em Gênesis 2:24 e detalhados
em partes posteriores das Escrituras. A moderna psicologia, sociologia e disciplinas
relacionadas esclarecem algumas das maneiras em que os indivíduos se desviam
dos padrões bíblicos para o casamento.
1) Comunicação Defeituosa: É a mais comum causa de conflitos. A comunicação
é defeituosa quando a mensagem enviada não é a mesma recebida.
Num livreto de muito discernimento, Judson Swigart identificou oito maneiras
em que as pessoas dizem “eu te amo”. Se o marido diz “eu te amo” comprando
presentes, mas a esposa quer ouvir essas três palavras expressas verbalmente,
existe falta de comunicação entre eles. A mensagem enviada não é a recebida.
As mensagens são enviadas verbalmente (com palavras) e não-verbal (com
gestos, tom de voz, expressões faciais, etc..). Quando as mensagens, verbais e não-
verbais se contradizem, surge uma mensagem dupla que leva à incerteza e quebra
da comunicação. Consideremos, por exemplo, a mulher que diz verbalmente: “Não
me importo que você viaje a negócios”, mas cujo tom resignado de voz e falta de
entusiasmo deixam entrever o sentimento: “Na verdade não quero que você vá”. Na
30
boa comunicação, a mensagem verbal corresponde à não-verbal e a mensagem
enviada é aquela recebida.
É preciso acrescentar que a comunicação é uma interação aprendida. Aquilo
que não é bom pode ser transformado e aperfeiçoado.
1) Atitudes Egocêntricas Defensivas: Há uma tendência de se culpar os outros
para defender-se ou justificar-se de algumas atitudes. Na tentativa de proteger-
se e desejando manter uma posição predominante, menospreza-se ou
manipula-se de modo sutil o cônjuge. Marido e mulher que não reconhecem
essas atitudes defensivas e egocêntricas provocam tensão; e aqui está o maior
mal, porque esse tipo de defesa é tão forte que chega a impedir que marido ou
mulher reconheçam que estão ou também estão errados.
2) Tensão Interpessoal: As pessoas levam para o casamento duas ou mais
décadas de experiências, modo e perspectiva de vida diferentes. Essas
diferenças devem ser resolvidas mediante a tolerância. A má vontade em
modificar-se gera tensão. Muitas vezes o casal quer resolver seus conflitos, mas
não sabe como agir. As tensões originárias podem estar associadas aos
seguintes pontos:
a) Sexo: A maior parte dos casais têm problemas sexuais, de tempos em tempos, e
que causam outros. Não é objetivo deste comentário, discutir as origens dos
problemas sexuais, mas, incluem falta de conhecimento correto, expectativas
irreais, medo de um mau desempenho, diferenças no impulso sexual, atitudes
repressivas quanto ao sexo e privacidade insuficiente. A impaciência, a frigidez
(e a infidelidade, principalmente para as pessoas do mundo), são, talvez, os
problemas sexuais mais comuns, que prejudicam o desempenho sexual e geram
tensão.
b) Papéis: A Bíblia especifica com clareza os papéis do homem e da mulher. Mas,
atualmente, a reavaliação desses papéis, em virtude das mudanças culturais, dá
margem a conflitos e tensões.
c) Religião: A Bíblia adverte sobre os problemas quando um crente e um incrédulo
tentam viver juntos na sociedade conjugal. Inúmeros conselheiros observaram
tensões quando existem diferenças no grau de interesse religioso ou dedicação,
preferências denominacionais e perspectivas quanto à educação de amigos,
ponto de vista ético, a quem fazer doações de caridade ou uso do tempo aos
sábados ou domingos. A religião pode ser uma força unificadora e forte no
casamento, mas pode igualmente mostrar-se destrutiva.
31
d) Valores: O que é realmente importante na vida? Como gastar nosso tempo?
Quais nossos objetivos? Essas questões referem-se aos valores. O centro dos
conflitos e das tensões conjugais acha-se na preferência e escolha dos valores.
e) Necessidades: Por quase um século, os psicólogos vêm discutindo sobre a
existência das necessidades humanas. A maior parte deles concorda que cada
um de nós precisa de alimento, descanso, ar e libertação do sofrimento, mas
existem também as necessidades psicológicas tais como necessidade de amor,
segurança e contato com outros. Além disso, é possível que haja necessidades
pessoais singulares, tais como necessidade de dominar, controlar, possuir,
realizar ou ajudar. Se um dos cônjuges tem necessidade de dominar, enquanto o
outro deseja ser controlado, haverá compatibilidade. Mas se ambos querem
dominar, isto cria o potencial para o conflito.
f) Dinheiro: Quanto e em quê gastar? O que acontece quando há falta de dinheiro,
para se adquirir o que se deseja? E o que acontece quando não há dinheiro para
as necessidades básicas? Quando marido e mulher têm respostas diferentes os
conflitos podem aparecer.
3) Pressões Externas: Algumas vezes as tensões conjugais são estimuladas por
pressões externas, como: parentes que fazem exigências ou criticam o casal;
exigências profissionais que pressionam, criando fadiga; filhos, em diversas
situações...
4) Tédio: Com o passar dos anos, o casal se estabelece na rotina; acostumam-se
um ao outro; algumas vezes deslizam sem perceber para a auto-absorção, auto-
satisfação e auto-piedade, coisas que podem fazer desaparecer o prazer da vida
a dois.

3. Os Efeitos dos Problemas Conjugais

É difícil separar os efeitos das causas dos problemas conjugais. Por exemplo,
dificuldades sexuais geram tensões e provocam problemas na cama. Mas, o
conselheiro deverá observar os vários efeitos específicos da tensão conjugal. Os
principais efeitos, que o autor identifica, dos problemas conjugais são:
1) Confusão e Desespero: "não há mais conserto...nada vai melhorar...por que
tentar?"
32
2) Afastamento: vivem juntas, até na mesma cama, mas, emocionalmente,
divorciadas. Pelo afastamento emocional, evitam o sofrimento e o estigma do
divórcio por parte da sociedade.
3) Abandono: Quando as pressões ficam muito intensas, alguns vão embora,
deixando atrás de si sentimentos feridos, incertezas, confusão e famílias
esfaceladas.
4) Divórcio: É uma solução radical, permanente e legal de um relacionamento
antes satisfatório. Muitas vezes deixando de lado as diretrizes bíblicas para o
mesmo.

4. O Aconselhamento e os Problemas Conjugais

É uma tarefa difícil e exige observação e habilidade. Geralmente um dos


cônjuges tem uma atitude cética quanto ao valor do aconselhamento, talvez
demonstrando resistência ou hostilidade.

1) Observe-se a Si Mesmo

Você é crítico, inclinado a condenar, a tomar partido... sente-se com temor de


que o aconselhamento possa fracassar? Sua reputação como conselheiro jamais se
apóia num único caso. E lembre-se: seu papel é de instrumento de cura, nas mãos
do Espírito Santo, a serviço do casal. Crie um ambiente de descontração, de
compreensão, de uma discussão sincera e construtiva.
E, cuidado! Discussões íntimas podem despertar sentimentos sexuais e
outros; admita e trate desse problema. Não dê margem a que a aconselhada faça
comparações sobre sua pessoa, “bondoso e compreensível”, com seu marido. O
marido, por sua vez, poderá encará-lo como uma ameaça a seu casamento.

2) Alerta a Pontos Especiais:

 O casal deve ser entrevistado junto ou um de cada vez? Separados, às vezes,


proporciona perspectivas diferentes. Juntos, em quase todos os casos, o
progresso é mais rápido.
 Aconselhamento em grupo é desejável? Casais com problemas semelhantes
podem beneficiar-se.
33
 O Conselheiro deve trabalhar sozinho? Casais maduros podem aconselhar
juntos. Isto permite que o casal aconselhado tenha uma perspectiva masculina e
feminina.
 Os casamentos têm personalidades? Os casamentos não são todos iguais e não
podem ser tratados do mesmo modo.

a) Determine Alvos de Aconselhamento: Procure combinar alvos definidos e


realistas com o casal. Você, particularmente, trace objetivos no seguinte sentido:
 Identificar e compreender a questão específica que está criando os problemas
conjugais;
 Ensinar o casal a comunicar-se construtivamente;
 Ensinar técnicas para solução de problemas e tomar decisões;
 Ajudar os aconselhados a compreenderem a relação de aconselhamento;
 Manter juntos marido e mulher;
 Ensinar o casal a construir uma união baseada nos princípios bíblicos.
b) Concentração nas Pessoas: Primeiro tente compreender as pessoas, depois
seus problemas. Fatores emocionais e de personalidade interferem e impedem
as pessoas agirem com o fim de adotar soluções práticas.
c) Concentração nos Problemas: Os problemas são os sintomas de que algo
está errado. Por isso, é necessário que sejam identificados.
d) Concentração nos Processos: Como o casal se comunica; como eles
interagem em público e em particular? Como resolvem os pontos de discórdia?
Como reagem quando cada um vê um problema de maneira diferente? Como
criticam um ao outro? Eles procuram estimular os pontos positivos um do outro?

3) Como Evitar os Problemas Conjugais

É necessário que se previnam os problemas conjugais pelo ensino aos jovens


sobre o casamento e o sexo; e aos casados desenvolver permanentes encontros e
debates, onde sejam:
a) Ensinados os princípios bíblicos do casamento;
b) Enfatizada a importância do casamento;
c) Ensinados princípios de comunicação;
d) Estimulados o enriquecimento e o aperfeiçoamento do matrimônio;
e) Encorajado o aconselhamento.
34
4) O processo de restauração e disciplina

Você demonstra amor bíblico quando dá passos em direção a restaurar um


irmão em Cristo surpreendido em pecado ao voltar ao seu primeiro amor por Jesus
Cristo, mas também dá aos demais envolvidos no processo de restauração
oportunidade contínua para examinarem a profundidade do seu amor pelo Senhor
(Mt. 7:1-5; João 14:15; I Cor. 13:4-8; Gal. 6:1,2; Col. 3:12,13; I Ts. 5:14,15; Hb. 10:23-25;
Apoc. 2:4,5).
Nota: Há três maneiras de se disciplinar - Disciplina normativa; Corretiva e
cirúrgica.
 Normativa – Através de estudos e pregações – É a maneira mais eficiente,
porém, a menos usada.
 Corretiva – Através de conselhos diretos e exortação bem aberta.
 Cirúrgica – Através do afastamento das atividades da igreja e do seu
afastamento do rol de membros da igreja.

5) Como disciplinar?

Pais rígidos, dogmáticos criam filhos desajustados, inseguros quanto ao amor


paterno; outros filhos não tomam nada a sério porque seus pais não param de
brincar e sempre acham engraçadas as ações malcriadas dos filhos.
É proibido disciplinar àquele que não tem o fruto do Espírito (paciência e
bondade)
Padrão bíblico (Mt. 18:15-17) – 1 – Se teu irmão pecar, vai a ele... 2 – Se não
te ouvir, leva testemunhas... 3 – Se não te ouvir, leva-o a igreja...
A disciplina deve favorecer o crescimento da igreja porque cria o clima e
prepara o solo de tal maneira que o crescimento surge espontaneamente.
a) Passos iniciais para a restauração de um irmão que pecou:
 Lembre-se de que o processo bíblico de restauração é para os irmãos em Cristo
que pecaram transgredindo diretamente a Palavra de Deus. O processo de
restauração e disciplina não deve ser usado para repreender aqueles que têm
preferências ou opiniões diferentes das suas. Em questão de preferências e
opiniões, a Palavra de Deus o instrui a considerar os outros superiores a si
mesmo (Fil. 2:3,4) e não julgar (Rm. 14:1-19; 15:1,2).
35
 Para admoestar um crente que está em pecado, você deve usar apenas a
Palavra de Deus e não o seu bom senso (Pv. 6:23; Is. 55:8-11; II Tm. 3:16,17;
Hb. 4:12. Para restaurar um irmão você deve: 1 – Conversar em particular,
apontar os pecados que ele precisa abandonar e indicar as passagens da
Palavra de Deus que identificam aquela maneira de agir como pecado (Rm.
6:1,2; Col.3:1-9). 2 – Estar pronto para aconselhar de modo bíblico, e não de
modo pessoal.
 Com sinceridade, procurar trazer o seu irmão de volta a um relacionamento com
o Senhor e com outros irmãos (Mt. 18:15; Gal. 6:1,2).
 Falar palavras que edificam, de acordo com a necessidade do momento, para
transmitir graça àqueles que o ouvem (Ef. 4:29; Col. 4:6).
 Estar pronto para lhe ensinar o plano de Deus para a restauração, envolvendo o
arrependimento, a confissão, a reconciliação e a volta a um estilo de vida
agradável ao Senhor (Rom. 12:18; Col. 1:9-12; 3:10-24; Tg. 5:16; I João 1:9;
Apc. 2:4,5).
b) Quando o seu irmão se arrepende a certa altura do processo de
restauração, você deve:
 Conceder clara e sinceramente um perdão pleno (Mt. 18:35; Luc. 17:3,4).
 Fornecer instruções bíblicas, para ajudá-lo a vencer os pecados e desenvolver
um estilo bíblico de vida (II Tm. 3:16,17).
c) Passos seguintes a serem tomados quando um irmão em Cristo não se
arrepende
 Você deve levar consigo uma ou duas pessoas para serem testemunhas da
recusa persistente (Mt. 18:16).
 As testemunhas devem ser imparciais pabra que nenhuma delas pareça tomar
partido na questão (Lev. 19:15; Pv. 24:23; I Tm. 5:21).
d) Se um crente professo que não se arrepende precisa ser tratado como alguém
que não pertence à família de Deus (Mt. 18:17), lembre-se do seguinte:
 Você e os demais envolvidos no processo de restauração e disciplina não
devem ignorar a pessoa que não se arrepende, mas evitar a conversa numa
comunhão livre e irrestrita como que manteriam com outros crentes.
 Embora não se arrependa, ele pode optar por freqüentar aos cultos da igreja –
ele não pode ministrar, participar da Ceia ou fingir que não há um problema com
o qual ele precisa lidar.
36
 Lembre-se que a disciplina é um motivo de tristeza (Hb. 12:11) não apenas para
aquele que está sendo disciplinado; Deus Pai e o Espírito santo também se
entristecem com o pecado de um individuo (Ez. 18:23,30-32; Ef. 4:30).
Pense Nisso: O que queremos e precisamos é ganhar almas para Jesus e
não perder aquelas que já ganhamos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aconselhamento Cristão – edição Século 21 – Gary R. Collins. Vida nova, São


Paulo, 2015.

Ajudando uns aos Outros pelo Aconselhamento - Gary R. Collins. Vida nova, São
Paulo, 2013.

Manual do Aconselhamento. Jay E. Adams. Editora Fiel, São Paulo, 2000.

A Arte do Aconselhamento Pastoral. H. Clinebel. Sinodal, São Leopoldo, RS,


2012.

Auto Confrontação - Manual de Discipulados. John C. Brogerb

Você também pode gostar