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INTRODUÇÃO
A Bíblia é a Palavra de Deus enviada aos homens. Nela, encontramos a Didática divina, desde o
Velho Testamento até o Novo Testamento. Com Jesus Cristo, encontramos a perfeição do ensino ,
em seus discursos, nas parábolas, nas interrogações, nos diálogos e na prática de sua doutrina.
O professor da EBD, além de ser uma pessoa dedicada ao ensino, precisa ter uma formação
mais ampla, para que possa atender às demandas, na igreja local, por parte de um alunado cada
vez mais exigente, em termos de conhecimento e cultura, sem perder a visão de que é um servo
de Deus, que necessita dramaticamente da graça de Deus e da unção do Espírito Santo, para
cumprir bem sua tarefa, no novo milênio. Neste trabalho, esperamos contribuir para o entendimento
desse tão importante tema para o papel do professor da EBD.
1. APRESENTADO-SE A DEUS . "Procura apresentar-te a Deus..." (v.2). Tudo o que fazemos deve
ser como para Deus e não aos homens (Cl 3.23).
Tiago adverte que muitos não queiram ser mestres (professores), visto que "receberemos mais
duro juízo" (Tg 3.1).
Este é um ponto fundamental. Um obreiro que evangeliza, como Timóteo, precisa saber manejar a
Palavra. Um obreiro que ensina precisa mais ainda desse manejo. Quem ensina é professor, é
mestre. "Deus deu uns para apóstolos....e outros para pastores e doutores" (Ef 4.11). Para ter esse
manejo, é preciso que o professor tenha certos cuidados:
Embora não seja indispensável, seria interessante que o professor da EBD, tendo condições,
fizesse um Curso Teológico. Nele, não se faz um excelente professor da EBD pois este é feito por
Deus. Contudo, o curso dá uma visão ampla do estudo sistemático da Palavra de Deus, a partir da
Teologia Sistemática e suas divisões; da Hermenêutica, da Homilética, da História da Igreja, da
Geografia Bíblica, Ética Pastoral, Didática, Psicologia, etc.
A Bíblia diz: "Examinai tudo. Retende o bem..." (1 Ts 5. 21). Os que criticam o estudo da
Teologia, hoje, certamente o fazem, motivados por um falso complexo de superioridade, ou por
ignorância quanto à sua utilidade para o ministério do ensino na casa do Senhor.
1. CONCEITOS
1.1. DIDÁTICA. "A técnica de dirigir e orientar a aprendizagem; técnica de ensino"; "O estudo
desta técnica". (Dic. Aurélio). "É a ciência, a arte e a técnica de ensinar". Como ciência, baseia-se
em princípios científicos, chamados de "leis do ensino"; como arte, envolve a prática e a habilidade
em comunicar conhecimentos; como técnica, utiliza métodos e recursos que facilitam o processo
ensino-aprendizagem.
1.2. ENSINAR. Segundo GRIGGS (P. 16), "Ensinar não é somente uma ciência, mas, também,
uma arte. O professor é mais um artista do que um cientista".
1.5. EDUCAÇÃO RELIGIOSA. "...é um programa de ensino bíblico, cuja finalidade visa à
integração da pessoa na igreja, seu desenvolvimento espiritual e maturidade cristã" (Diretrizes da
Ed. Religiosa nas Assembléias . de Deus, p. 1). A educação religiosa é desenvolvida:
Segundo GRIGGS (p. 18-20), o professor cristão deve ser amigo,procurando relacionar-se bem
com os alunos; deve ser intérprete,traduzindo para os alunos aquilo que lhes é
ensinado;planejador,procurando adaptar as lições, os currículos às necessidades dos
alunos;aprendiz,estando disposto a colocar-se no lugar dos que querem sempre aprender mais
para ensinar melhor.
Além disso, o professor cristão deve ser um EXEMPLO para seus alunos. "Assim falai, assim
procedei..." (Tg 2.12). Na escola secular, o professor pode ser um mero transmissor de
conhecimentos. Na Igreja, é diferente. O professor tem que ser didático e exemplar.
O professor, na igreja, precisa ser "...APTO PARA ENSINAR" (2 Tm 2.24), precisa ser uma
pessoa DEDICADA AO ENSINO (Rm 12.7) e, como OBREIRO, precisa apresentar-se "...a Deus
aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da
verdade" (2 Tm 2.15).
Nas igrejas, é comum o ensino tradicional em que o ALUNO NÃO É O CENTRO do ensino. É por
isso que muitos alunos iniciam o ano na Escola Dominical, mas, 3 meses depois, não vão mais à
EBD.
5) Variava o método de ensino conforme a ocasião e o tipo de ouvintes, como se pode ver a seguir:
Lições práticas (Jo 4.1-42) - falou da água para atrair a mulher samaritana;
Pontos de contato (Jo 1.35-51): o relacionamento entre André, João, Pedro, Filipe Natanael;
Solução de problemas (Mt 22.15-21). Pediu uma moeda e questionou os deveres para com Deus
e as autoridades;
Técnica de perguntas. Jesus fez mais de cem perguntas para levar as pessoas a entender sua
mensagem;
Parábolas. O Mestre utilizou grandemente o recurso das parábolas para evidenciar as verdades
eternas;
Oportunidades (Mt 26.17-30; Jo 13.1-20). Ele aproveitou a ocasião da Páscoa, e lavou os pés
dos discípulos para ensinar sobre sua morte e sobre a humildade do servo;
Trabalho em grupo (Mt 5 a 7; Jo 14 a 17). Tanto pregava a grandes grupos (as multidões) como
a pequenos grupos (os discípulos); na casa de Lázaro, Marta e Maria, etc.
Ele levava o discípulo a aprender a resolver problemas. Na multiplicação dos pães, Ele disse:
"Dai-lhes vós de comer..." (Lc 9.13a). Ele não trabalhava só. Valorizava o GRUPO. Formou um
grupo de 12 discípulos para fazer o trabalho com Ele. Incentivava os discípulos a praticar o
aprendizado. Enviou 12, de dois em dois; depois, enviou 70, de dois em dois.
1. MÉTODOS DE ENSINO
A palavra método vem do grego, méthodos, com o significado de "caminho para chegar a um
fim"; ... "processo ou técnica de ensino" ; "modo de proceder; maneira de agir" . (Dic. Aurélio) . Na
prática, os métodos envolvem as técnicas, como forma de operacionalizá-los.
Nas igrejas, de modo geral, os métodos de ensino da Palavra de Deus continuam sendo os mais
tradicionais, predominando do MÉTODO EXPOSITIVO. Este, com a unção de Deus, tem efeitos
extraordinários no aprendizado. Contudo, outros métodos e técnicas podem ser utilizados nas
igrejas, desde que haja condições para isso (pessoal qualificado, recursos materiais, espaço ,
etc..).
"A ênfase está na necessidade de se atender às diferenças individuais, como por exemplo ritmo
de trabalho, interesses, necessidades, aptidões, etc.". Predominam as atividades individuais (de
estudo e pesquisa).
O estudo dirigido : leva o aluno a aprender a estudar, Ter bons hábitos de estudo, explora o
pensamento reflexivo; bom método para estudo da lição da EBD, quando o professor pode
trabalhar com a turma, passando exercícios para o Domingo seguinte.
O ensino por fichas : exige muito trabalho, pois há pelo menos 5 (cinco) tipos de fichas (Ficha de
informação, ficha de exercício, ficha de controle, ficha de recuperação e ficha de
desenvolvimento) . Na EBD pode ser simplificado, com a distribuição de fichas, com tópicos da
lição, numa classe pequena: ficha de informação, com o assunto a ser estudado, ficha de exercício
e ficha de avaliação (exige mais trabalho do professor), ou uma ficha única, com informação,
exercício e avaliação ;
O ensino por módulos: nesse método são definidos três elementos; 1) Objetivos educacionais; 2)
ensino individualizado e 3) avaliação baseada nos objetivos definidos.
1.2.Métodos de ensino socializado.
Algumas técnicas grupais podem ser bem aproveitadas nas classes da EBD:
Discussão dirigida: um problema pode ser apresentado pelo professor e todos os alunos o
discutem, sob sua orientação. Ex. Qual o papel das obras para em relação à salvação? Os usos e
costumes devem ser preservados? A participação do crente na política, etc.
Dramatização. Tem grande efeito na EBD. Uma classe pode preparar uma dramatização sobre o
assunto da lição. Por ex. O clamor dos povos não-alcançados (missões); o valor do perdão; o bom
Samaritano, etc.
Seminário. Uma vez a cada período, para jovens e adultos, ao invés de haver classes
separadas, pode haver um seminário para o grupo maior, permitindo-se exposição, seguida de
perguntas e respostas sobre o assunto da lição;
Painel de debates. Um assunto polêmico pode ser apresentado por pessoas que conheçam bem
o tema, e , depois, os alunos podem emitir suas opiniões, sob a coordenação do superintendente
da EBD ou de outra pessoa apta para o uso dessa técnica.
Nas igrejas, é comum o ensino tradicional, embora já existam iniciativas e práticas do ensino
moderno. Interessante é notar que JESUS usava métodos e técnicas avançados de ensino. Ele
levava o discípulo a aprender a resolver problemas. Na multiplicação dos pães, Ele disse: "Dai-lhes
vós de comer..." ( Mt 14.16b). Ele não trabalhava só. Valorizava o GRUPO. Formou um grupo de
12 discípulos para fazer o trabalho com Ele. Incentivava os discípulos a praticar o aprendizado.
Enviou 12, de dois em dois; depois, enviou 70, de dois em dois (Lc 10.1).
Na EBD, os métodos de problemas e pesquisa como atividade discente são os mais aplicáveis.
Vale salientar que há diversas técnicas de ensino que podem ser utilizadas, na EBD, sem que
sejam necessários gastos excessivos. O mais importante é a "DEDICAÇÃO AO ENSINO" (Rm
12.7b) sob a unção do Espírito Santo. As carências e deficiências podem ser compensada com a
graça de Deus.
São recursos utilizados pelo professor, na execução de um método ou técnica de ensino, visando
"auxiliar o educando a realizar sua aprendizagem de modo mais efetivo"... "um instrumento para a
consecução dos objetivos traçados" no plano de aula. São os recursos audiovisuais.
Os materiais auxiliares são variados, e podem ser utilizados de acordo com as condições de
cada igreja local. Dentre esses, temos
régua, lápis, borracha, giz, pincéis, massas, tesouras, cartolina , agulha, tecido;
discos, CD´s, fitas cassete, gravadores, rádio, globos, flanelógrafo, quadro de pregas,
transparências, retroprojetores, monitor de vídeo, projetor de multimídia, computador, etc.
Um provérbio chinês diz: "O que eu ouço, esqueço; o que eu vejo, lembro; se eu faço,
aprendo".
Estudiosos afirmam que a aprendizagem ocorre por meio dos cinco sentidos:
- 1 % pelo paladar
- 1,5% pelo tato
- 3,5% pelo cheiro
- 11 % pela audição
- 83% pela visão
Jesus disse: "Sem mim, nada podeis fazer" (Jo 15.5) . Com essa afirmação, o Senhor quer dizer-
nos que, sem seu poder, sua direção, sua unção, nada podemos fazer de real, efetivo e eficaz. S.
Paulo, um excelente mestre nas Escrituras, tinha a convicção disso, quando afirmou: "Ele é o que
opera em vós tanto o querer quanto o efetuar" (Fp 2.13) .
O professor, na igreja, pode ser formado, com curso de graduação, especialização, mestrado e
até doutorado em Educação. Entretanto, se não tiver a unção do Espírito Santo, seu ensino não
atingirá os objetivos. O Espírito Santo é o Professor invisível da igreja. Jesus disse: "Mas aquele
consolador...esse vos ensinará todas as coisas.... (Jo 14.26)
CONCLUSÃO
O professor da EBD é um obreiro a serviço do ensino na igreja local. Diante disso, deve ser
pessoa de oração, dedicada ao ensino, sendo exemplo para os alunos. Sua conduta, diante da
classe, e na vida pessoal, é fundamental para que os alunos se interessem em ir à igreja, para
ouvir a ministração das lições a serem ensinadas. O maior desafio ao professor está contido em
Rm 12.7: "...se é ensinar, que haja dedicação ao ensino". No novo milênio, que se prenuncia cheio
de desafios culturais, éticos e educacionais, é necessário que o professor da EBD procure, dentro
da realidade da igreja local, preparar-se melhor para desincumbir-se da abençoada e difícil tarefa
de ensinar a Palavra de Deus a seus alunos.
BIBLIOGRAFIA
- CGADB. Diretrizes e Bases da Educação Religiosa nas Assembléias de Deus no Brasil. CPAD,
Rio, 1988.
- GANGEL, Keneth & HENDRICKS, Howard G. Manual do Ensino, CPAD, Rio, 1999.
- GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. CPAD, Rio, 17a. Ed, 1997.
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR