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J M N
Direção Executiva • Fernando Brandão
Gerência Executiva de Missões • Samuel Mou a
Gerência Executiva de Evangelismo • Fabrício Freitas
Gerência Executiva de Comunicação • Jeremias Nunes
Gerência Executiva de Administração e Suporte • Juarez Solino
Gerência Executiva de Ação Social • Anair Bragança
Gerência Executiva de Mobilização • Milton Monte
Produção Editorial • Diogo Carvalho
Assistente de Produção Editorial • Letícia Burity Guimarães
Produção Grá ca • Camila Freitas
Assistente de Produção Grá ca • aís Velasco
Tradução • João Ricardo Morais
Revisão • Adalberto Sousa e Suzane Mou a
• Filipe Ribeiro
Capa, Projeto Grá co e Diagramação • Oliver Arte Lucas
Copyright © 2018 da Junta de Missões Nacionais da CBB. Todos os direitos reservados. Proibida a
reprodução por qualquer meio, salvo em breves citações, com indicação da fonte.
ISBN: 978-85-66207-43-9
Earley, Dave
E12t Três coisas que todo pastor deve fazer / Dave Earley; tradução de João Ricardo Morais .- Rio de
Janeiro: JMN, 2018.
148p. ; 21cm.
1.Ministério pastoral. 2. Aconselhamento para pastores. 3. Pastores --- Vida espiritual I. Junta de Missões
Nacionais. II. Título.
CDD 253
Índice para catálogo sistemático:
1. Pastores: 253.2
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Sumário
Prefácio
1. As Três Coisas
Orar
2. Seja uma Pessoa de Oração
3. Ore por seu Povo
4. Crie uma Cultura de Oração
Pregar a Palavra
5. Pregue a Palavra
6. Comunique para Transformar
7. Pregue com Poder
Multiplicar Líderes
8. Capacite Membros para o Ministério
9. Multiplique!
10. Reproduza Líderes de Pequenos Grupos Multiplicadores
Prefácio
Desde que comecei a servir na Junta de Missões Nacionais em 2012, Deus me
tem agraciado com presentes extraordinários, em especial conviver com homens e
mulheres de Deus que ensinam, inspiram e emocionam. Um deles é Dave Earley.
Antes de conhecê-lo pessoalmente, já havia lido seus livros 8 hábitos de um líder
e caz de pequenos grupos e Transformando membros em líderes, publicados em uma
edição especial de Missões Nacionais e que se tornaram leitura indispensável para
quem deseje implementar a visão de Igreja Multiplicadora em sua igreja. Em 2016
tive a honra de conviver com ele em Guarapari/ES, na Conferência Nacional
Multiplique, e em Montes Claros/MG, em um congresso regional, intermeados
por um dia livre no Rio de Janeiro. Foi uma oportunidade ímpar de passar tempo
juntos e conversar sobre evangelização, discipulado, pequenos grupos e plantação
de igrejas. Posso testemunhar que tudo aquilo que ele diz em seus livros sobre
encorajamento e cuidado do líder é uma prática que ele carrega consigo por onde
vai. Pela graça de Deus, ele viu em mim alguém por quem orar e a quem
aconselhar no ministério cristão. Mesmo durante sua curta estada no Brasil, seu
amor pela multiplicação de discípulos e pela formação de líderes foi realmente
contagiante.
Nos dois congressos em que esteve conosco, Dave pregou mensagens bíblicas e
desa adoras, que impactaram o público e levaram muitas pessoas ao
quebrantamento e à decisão de mudarem radicalmente a vida de oração e de
comprometerem-se ainda mais com a missão. Quem o ouviu, certamente se
lembrará de sua reiterada pergunta: “Você crê que Deus pode fazer coisas
melhores, maiores, mais rápidas e duradouras do que você?”. E acrescentava:
“Então, ore!”. Di cilmente alguém saiu de suas plenárias sem a convicção de que
deveria orar mais.
Outro tema abordado com seu singular jeito de cativar a plateia foi o da
evangelização relacional. Dave ilustrou princípios bíblicos essenciais para a
multiplicação de discípulos com experiências marcantes vividas por ele desde a
sua juventude, a exemplo da curiosa, porém inspiradora, história do Templo
Batista do Banheiro, narrada também neste livro. O autor mostrou, com a Bíblia e
com a vida, que todo cristão é chamado e capacitado pelo Senhor para reproduzir
discípulos.
Um terceiro tema, que deu origem a este livro, foi o das três coisas que todo
pastor deve fazer. No meio de tanta atividade, nós, pastores, somos tentados a
cuidar de tudo na igreja e deixar de lado o que é mais importante. De maneira
biblicamente convincente, Dave abordou as três coisas mais importantes na
agenda pastoral. Mil pastores e líderes naquela Conferência foram chamados a
parar, re etir e realinhar o ministério ao que a Bíblia orienta serem as prioridades
de todo pastor. Foi um momento necessário de re exão e quebrantamento. Essas
três mensagens proferidas na Conferência Nacional Multiplique 2016 estão
gravadas em vídeo e podem ser acessadas no canal de Igreja Multiplicadora no
YouTube. Espero que a leitura deste livro aguce seu interesse em assistir também
às mensagens, o que, creio, será muito abençoador.
O convívio com Dave também me proporcionou conhecer algo a seu respeito
que me surpreendeu: seu grande e antigo amor pelo Brasil. Ele relatou que há
muitos anos, ainda em sua juventude, o Espírito Santo falara ao seu coração que,
um dia, pregaria para uma multidão de pastores e líderes na América do Sul.
Ministrar a Palavra naquela conferência foi o cumprimento dessa promessa, e ele
não conseguiu esconder a alegria de ver tudo aquilo acontecendo. Meses mais
tarde, convidado pela Convenção Batista do Estado de São Paulo, Dave voltaria ao
Brasil para pregar outra vez, agora na assembleia estadual em Guarulhos, nova
oportunidade para ouvi-lo e conviver com ele mais um pouco.
Também não posso deixar de mencionar a conversa que tive com ele no
intervalo de uma conexão no aeroporto de Belo Horizonte, quando lhe falei sobre
nosso desejo de lançar mais um livro dele por meio da Junta de Missões
Nacionais, de preferência sobre as “três coisas”. De fato, um livro sobre o papel do
pastor caberia muito bem no cenário maior da visão de uma Igreja Multiplicadora.
Manifestando mais uma vez um intenso amor pelo Brasil, ele imediatamente
considerou a possibilidade, porém disse que dependia de tratativas com as
editoras com quem rmara contratos nos Estados Unidos. Ao ouvir sobre nosso
padrão semi-voluntário de retribuição do autor, ele solicitou o envio de uma
proposta por escrito, com a minuta do contrato. Qual foi a minha surpresa algum
tempo depois, quando ele retornou o e-mail com o texto exclusivo desta edição e
o contrato assinado, porém com uma anotação de próprio punho alterando os
royalties para zero!
Ao lançar este livro em setembro de 2018, Dave Earley volta a terceira vez ao
Brasil, e consolida sua partilha de vida e ministério como os brasileiros. Glória a
Deus!
Sinceramente, não sei se preciso falar sobre o livro depois disso. O que posso
a rmar é que, se você o ler de coração aberto, Deus poderá transformar a realidade
de seu ministério e ajudá-lo a experimentar um novo começo à frente da igreja que
Deus o chamou para pastorear. Ao planejar como a obra seria editorada, pensamos
em muito mais do que um livro, mas em um curso que servisse como uma espécie
de reciclagem ou atualização pastoral, tanto para pastores com um ministério
orescente como para aqueles que estão desanimados e prestes a desistir. Também
sonhamos que o livro sirva de orientação básica acerca das prioridades de um
processo de plantação de igrejas. Por isso, o lançamento do livro acontece no
contexto de um curso no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de
Janeiro, com três noites, uma para cada “coisa”, que também será gravado e
disponibilizado posteriormente. Além disso, quisemos disponibilizar vídeos
curtos de comentários do autor sobre cada capítulo, os quais podem ser acessados
por meio do QR-Code que aparece no nal de cada seção.
Louvo a Deus pela vida do Dr. Dave Earley e pelo inesperado privilégio de
prefaciar este livro. Tenho certeza que, como eu sou grato agora, você o será
depois de ser enriquecido por suas ideias.
Para encerrar, uma re exão: Será que você, pastor, está fazendo muitas coisas na
igreja e se esquecendo das três mais importantes?
Quem sabe você esteja tão preocupado agora mesmo com as tarefas pastorais e
com a falta de tempo para resolvê-las que hesite em ler este livro?
Se você se sente assoberbado, será que consegue enxergar a importância
estratégica de sossegar um pouco e ler um livro que o ajudará a priorizar as coisas
das quais deveria mesmo se ocupar, antes de quaisquer outras?
Permita-me concluir com uma breve história.
Conta-se que uma tribo no interior do continente africano sofria com a seca.
Todos os dias, os homens mais fortes eram obrigados a caminhar quilômetros sob
o calor do sol para buscar água em latas, as quais eles traziam sobre a cabeça até o
centro da aldeia, onde era servida a todos. Eles faziam isso várias vezes por dia, a
m de garantir a sobrevivência da comunidade. Um dia, um especialista em
perfuração de poços visitou aquela tribo e, depois de pesquisas, concluiu pela
viabilidade de se cavar um poço no interior da aldeia, o qual forneceria água
potável e acabaria com as fatigantes viagens em busca de água. Então, ele procurou
o chefe da aldeia e propôs coordenar uma equipe para começar imediatamente a
escavação, estimando a conclusão da obra em poucas semanas. Para sua frustração,
a resposta daquele líder foi: “Não podemos cavar o poço, pois todos os homens
estão ocupados buscando água”.
Entendeu a moral da história?
Quantas vezes, no ministério, o que é urgente se torna inimigo do primordial!
Quantas vezes estamos tão ocupados com questões secundárias que nem sequer
paramos para re etir se deveríamos mesmo estar ocupados com elas. E, enquanto
isso, o que é realmente importante, ca deixado de lado.
Minha oração por você, leitor, e sobretudo pastor, é que Deus o ajude a priorizar
as três coisas que você deveria estar fazendo agora mesmo.
Quais são elas? Você vai ter de ler para descobrir.
Deus o abençoe!
Diogo Carvalho
Gerente de Evangelismo e Editor da Junta de Missões Nacionais
1
As Três Coisas
“O trabalho desgastado do pastor, como pregação exegética sólida, oração e
discipulado, está fora de moda.” Bill Hull1
A Abordagem Errada
Moisés estava tentando ser pastor, capelão, conselheiro e juiz de todos, quando
Jetro, seu sogro, foi visitá-lo. Jetro era um pastor experiente que supervisionava
grandes rebanhos em Midiã e, ao perceber como Moisés estava lidando com o
pastoreio, viu que ele estava fazendo tudo errado.
Quando o sogro de Moisés viu tudo o que ele fazia ao povo, perguntou: Que é isso que estás
fazendo com o povo? Por que fazes isso sozinho, deixando todo o povo em pé diante de ti, desde a
manhã até à tarde? Moisés respondeu a seu sogro: É porque o povo vem a mim para consultar a
Deus. Quando têm alguma questão, eles vêm a mim; e julgo entre eles e lhes declaro os estatutos
de Deus e as suas leis. Mas o sogro de Moisés lhe disse: O que estás fazendo não é bom. Com
certeza, tu e este povo que está contigo desfalecereis, pois a tarefa é pesada demais; não podes
Evite a Armadilha
A maior parte das igrejas na América está em di culdades. Cerca de 85% das
igrejas dos Estados Unidos, por exemplo, estão estagnadas ou em declínio.2 A
maioria delas é liderada por um pastor-solo que está caindo na mesma armadilha
em que Moisés caiu. Em vez de liderar um grande rebanho saudável e em
crescimento para a Terra Prometida, esses pastores solitários estão lutando para
manter vivo um pequeno rebanho idoso. Estão concentrando todas as energias
tentando ser o pastor, capelão e conselheiro de todos, enquanto deixam de fazer as
três coisas que todo pastor realmente deve fazer.
Além das di culdades das igrejas, a maioria dos pastores nos Estados Unidos
está enfrentando di culdades pessoais. A armadilha do pastor-solo está levando-
os ao esgotamento. O conselheiro pro ssional Michael Todd Wilson e o pastor
veterano Brad Ho mann relatam que 45% dos pastores que eles entrevistaram
a rmam já ter experimentado depressão ou burnout a ponto de precisarem de uma
licença de suas atividades.3
O Seminário Teológico Fuller encontrou os seguintes resultados: 75% dos
pastores entrevistados relatam que tiveram pelo menos uma crise signi cativa
relacionada ao estresse em seu ministério; 45% das esposas de pastores disseram
que o maior perigo para eles e para a família é o esgotamento físico, emocional,
mental e espiritual; e 40% dos pastores admitiram ter, pelo menos uma vez nos
últimos três meses, considerado deixar o pastorado.
É claro que Deus não planejou que fosse assim.
Mas onde está o problema? Como observamos acima, muitos pastores estão
gastando suas energias tentando ser o único pastor, capelão e conselheiro, e estão
falhando em priorizar as três coisas que todos os pastores realmente devem fazer.
As Três Coisas
Deus usou Jetro para falar com Moisés. Como um sábio conselheiro, Jetro disse
a Moisés que o que ele estava fazendo era errado, mas também disse o que
precisava fazer para acertar.
Ouve-me agora. Eu te aconselharei, e que Deus esteja contigo: Deves representar o povo diante de
Deus, a quem deves levar as causas do povo; ensina-lhes os estatutos e as leis, mostra-lhes o
caminho em que devem andar e as obras que devem praticar. Além disso, procura dentre todo o
povo homens capazes, tementes a Deus, homens con áveis e que repudiem a desonestidade; e
coloca-os como chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez; para que eles
julguem o povo todo o tempo. Que levem a ti toda causa difícil, mas que eles mesmos julguem
toda causa simples. Assim aliviarás o teu fardo, pois te ajudarão a levá-lo. Se procederes assim, e se
Deus desse modo te ordenar, poderás suportar; e todo este povo também voltará para casa
Agora é a Hora!
Agora é a hora de não deixarmos que os outros nos digam o que devemos ou
não fazer como pastores. Agora é a hora de deixar que a Palavra de Deus seja
nosso guia. A primeira instrução que Deus deu para um pastor na Bíblia foi para se
concentrar em três coisas:
1. Orar
2. Ensinar a Palavra
3. Multiplicar Líderes
1. Orar
Sim, Jesus é Deus, mas não perca de vista o fato de que Ele também foi um
homem de oração admirável. S. D. Gordon resume a vida de oração do líder Jesus
quando escreve o seguinte: “O homem Cristo Jesus orava; orava muito; precisava
orar; amava orar”.6 Ele acrescentou: “Jesus orava. Ele amava orar [...] Ele orava
tanto e tantas vezes que isso se tornou parte de Sua vida. Tornou-se para Ele como
respirar – involuntário”.7 E. M. Bounds concorda: “A oração preencheu a vida de
nosso Senhor enquanto esteve na terra [...] Nada é mais notório na vida de nosso
Senhor do que a oração”.8
Sim, já ouvi o argumento de que não podemos orar como Ele porque Ele é o
Filho de Deus. Mas essa é a questão. Se Jesus Cristo, o Filho de Deus e o Filho do
Homem, precisava orar, quanto mais você e eu!
Nos evangelhos há quinze relatos de Jesus orando. Onze são encontrados em
Lucas. Por quê? A resposta é que, dos quatro escritores dos Evangelhos, Lucas foi
o que mais focou o aspecto humano de Jesus. Ele queria que víssemos que, como
um líder humano, Jesus viveu uma vida de oração. Jesus era plenamente Deus e
plenamente homem. Se o homem Jesus tirou tempo para orar, quanto mais você e
eu!
2. Ensinar a Palavra
Jesus era um poderoso pregador bíblico. Seu primeiro sermão foi uma citação da
lei para Satanás (Dt 8.3; 6.16; 6.13) e sua aplicação à situação (Mt 4.1-11). O
segundo foi uma leitura dramática de Isaías 61.1 e 2 e a proclamação de que essa
porção das Escrituras estava sendo cumprida enquanto Ele falava. Como rabino,
Jesus tinha de conhecer plenamente a Palavra de Deus e ensiná-la.
3. Multiplicar Líderes
Jesus era o mestre dos discipuladores. Sendo judeu, seguia um modelo rabínico
de desenvolvimento de discípulos. Ele selecionou e chamou alguns jovens para
estar com Ele, a m de treiná-los para o ministério (Mc 1.16-20; 3.13-19). O
clímax dessa formação ministerial foi o comissionamento para também serem
fazedores de discípulos (Mt 28.18-20). Jesus desenvolveu seus líderes de tal forma
que eles foram capazes de não apenas continuar o ministério, mas de multiplicá-lo
e levá-lo ao mundo depois que Ele foi embora.
Agora é a Hora!
Agora é a hora de não deixarmos que os outros nos digam o que devemos ou
não devemos fazer como pastores. Agora é a hora de deixar Jesus, o Bom Pastor,
ser o nosso guia. O exemplo de Jesus foi o de se concentrar em três ações:
1. Orar
2. Ensinar a Palavra
3. Multiplicar líderes
deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete
homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste
serviço. Mas nós nos devotaremos à oração e ao ministério da palavra. (At 6.2-4)
Eles escolheram seguir o mesmo conselho que Jetro tinha dado a Moisés.
Pediram à igreja para ajudá-los a concentrar suas energias nas três coisas que todos
os pastores espirituais de fato devem fazer.
os apóstolos, os quais, depois de orar, impuseram-lhes as mãos. E a palavra de Deus era divulgada,
de modo que o número dos discípulos em Jerusalém se multiplicava muito, e vários sacerdotes
Agora é a hora!
Agora é a hora de não deixarmos que os outros nos digam o que devemos ou
não devemos fazer como pastores. Agora é hora de deixarmos a primeira igreja da
história ser nosso guia. O exemplo dessa igreja, que alcançou sua cidade e mudou
o mundo, é de pastores que se concentravam em fazer três coisas:
1. Orar
2. Ensinar a Palavra
3. Multiplicar líderes
1. Orar
2. Ensinar a Palavra
para a obra do ministério e para a edi cação do corpo de Cristo [...]. Nele o corpo inteiro, bem
ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a correta atuação de cada parte, efetua o
seu crescimento para edi cação de si mesmo no amor. (Ef 4.11,12, 16)
Agora é a Hora!
Agora é a hora de não deixarmos que os outros nos digam o que devemos ou
não devemos fazer como pastores. Agora é hora de deixarmos que o grande
plantador de igrejas e treinador de pastores, Paulo, seja nosso guia. Seu exemplo,
que se multiplicou em gerações após gerações de líderes depois dele, é de que os
pastores devem se concentrar em três coisas:
1. Orar
2. Ensinar a Palavra
3. Multiplicar líderes
Dave
Comecei uma plantação de igreja com alguns amigos no meu porão quando
tinha vinte e seis anos de idade. Nos cinco anos seguintes, trabalhei oitenta horas
por semana liderando aquela igreja, e ela cresceu para 350 pessoas cultuando
semanalmente. Depois de embates com o conselho de zoneamento da prefeitura,
compramos um terreno e construímos nosso próprio templo.
Ao mesmo tempo, minha esposa e eu tínhamos três lhos pequenos. Meus
parentes passavam por problemas muito difíceis. Então quei doente; muito,
muito doente.
Para começar, eu tinha apenas sessenta quilos, mas perdi dezoito em três
semanas. Meu sistema imunológico entrou em colapso. Tive uma infecção
respiratória da qual não conseguia me livrar. Tornei-me alérgico a quase tudo.
Meu açúcar no sangue despencou. Minhas articulações e músculos doíam tanto
que mal podia me mover. Estava exausto, completamente exausto, o tempo todo.
Minha doença durou três anos. Houve dias em que não conseguia sair da cama
sozinho. Algumas vezes estava tão fraco que nem conseguia me virar sozinho.
Não podia fazer muitas coisas que os pastores fazem. Não podia visitar alguém
no hospital nem participar de muitas reuniões. Parei de fazer aconselhamento.
Treinei pessoas para fazer casamentos e funerais. Deleguei a administração a
outros.
Não tive escolha senão parar de fazer todas as coisas boas que estava fazendo e
me dedicar unicamente às melhores.
Então, fazia apenas três coisas. Na verdade, eram as três que eu podia fazer.
Estudava a Bíblia durante a semana e pregava três vezes todos os domingos.
Orava por meia hora todas as manhãs com um discípulo e, depois, uma hora
sozinho. Também liderava uma vigília de oração uma vez por mês.
Discipulava um grupo de homens duas horas por semana e me encontrava com
um grupo de jovens cristãos uma noite por semana.
Fazia apenas essas três coisas, e minha igreja crescia numa média de mais de
quinhentas pessoas por semana.
Lentamente, voltei a trabalhar cinquenta horas por semana. Mas concentrava a
maior parte da minha energia e esforço nas três coisas. Orar, Ensinar a Palavra e
Multiplicar Discípulos. Comecei a investir mais tempo em oração e especialmente
em treinar líderes de pequenos grupos. Minha igreja cresceu para 125 pequenos
grupos de adultos e adolescentes e uma média de duas mil pessoas frequentando
os cultos semanalmente. 65 a 70% dos nossos membros exerciam algum
ministério semanalmente. Começamos cinco novas igrejas. Batizamos mais de
cem pessoas por ano.
Aviso!
Entendo a importância de algumas responsabilidades tradicionais de um pastor,
como casamentos, funerais, aconselhamento e visitas. Entendo a necessidade de
criar planos, fazer calendários e preparar orçamentos. Mas, em muitos casos,
enfatizamos por bastante tempo as coisas boas e negligenciamos as melhores.
Para ser o mais bíblico possível, o restante deste livro se concentrará em inspirar
e instruir pastores nas três tarefas que todos os pastores espirituais e cazes
realmente devem fazer: Orar, Ensinar a Palavra e Liderar.
E Agora?
Sugiro que um pastor invista pelo menos 25% de seu tempo em oração, 25% no
estudo e ensino da Palavra, 25% capacitando os santos e desenvolvendo líderes e
25% de seu tempo para outros deveres pastorais. Isso signi ca que, em uma
semana de trabalho de sessenta horas, ele está gastando quinze horas orando com
e pelas pessoas, quinze horas estudando e ensinando a Bíblia, quinze horas
desenvolvendo multiplicadores em potencial e quinze horas fazendo outras coisas.
Perguntas de Aplicação
Notas
1. Bill Hull, e Disciple Making Pastor, (Grand Rapids, MI: Fleming
Revell, 1988), 41.
2. Win Arn, e Pastor’s Manual for E ective Ministry, (Monrovia, CA:
Church Growth, 1988), 41, 43.
3. Michael Todd Wilson e Brad Ho man, Preventing Ministry Failure,
(Downers Grove, IL: IVP, 2007), 31.
4. H.B London Jr. e Neil Wiseman, Pastors At Greater Risk, Ventura,
CA: Regal Books, 2003, 33-60.
5. S.D. Gordon, Quiet Talks on Prayer, (Grand Rapids, MI: Baker Book
House, 1980), 211.
6. S. D. Gordon, 209.
7. E. M. Bounds, e Reality of Prayer, (Grand Rapids, MI: Baker Book
House, 1978), 69, 73.
Orar
Qual foi a primeira coisa que o Senhor, por meio de Jetro, disse para Moisés
fazer? A resposta é orar (Êx 18.19).
O que foi que Jesus modelou diante de seus discípulos tão elmente que foi a
única coisa que eles lhe pediram para ensinar? A resposta é orar (Lc 11.1).
Quando os apóstolos sentiram que o crescimento da igreja os estava afastando
de suas prioridades, qual foi a primeira coisa a que eles se dedicaram? A resposta é
oração (At 6.4).
Quando Paulo aconselhou Timóteo a respeito da liderança da igreja de Éfeso,
qual foi a primeira tarefa que ele deu a Timóteo? A resposta novamente é orar
(1Tm 2.1).
A primeira prioridade para todos os pastores espirituais e cazes é orar.
Você realmente crê que Deus pode realizar mais do que você?
Está convencido de que Ele pode produzir mudanças positivas mais rapidamente
do que você?
Você diria que Deus pode fazer coisas muito maiores do que você jamais poderia
fazer?
Você crê que o que Deus faz durará muito mais do que as coisas que os outros
podem fazer?
Se for assim, então essa declaração de fé exigirá que você faça da oração uma
prioridade em seu ministério. Se você realmente crê que Deus pode fazer coisas
maiores, mais rapidamente e melhores do que você, você vai orar. Deus pode fazer
mais em segundos do que podemos realizar em anos. Ele pode fazer tudo melhor,
maior e mais duradouro do que podemos imaginar.
Portanto, a questão se torna de que forma podemos cooperar com Deus para
sermos mais in uentes na vida das pessoas que pastoreamos. A resposta, claro, é
por meio da oração. Se você realmente crer nisso, você vai orar.
Nos últimos trinta anos, estudei quase cem líderes e pastores cristãos
muitíssimo in uentes. Comecei com o patriarca Abraão no Antigo Testamento e
cheguei ao pastor-evangelista do século 20, Billy Graham. Todos eles tinham
diferentes origens, habilidades, dons, experiências e níveis de instrução. Mas
tinham um denominador comum: vida de oração forte. A oração certamente não
é o único ato de liderança pastoral, mas é o denominador comum indiscutível
daqueles que promovem a diferença espiritual em cada geração e em qualquer
contexto.
Henry Blackaby a rma o seguinte: “Mais do que qualquer outra coisa que os líderes
façam, é a sua vida de oração que vai determinar sua e cácia”.4 O autor do século 19
Andrew Murray disse que a oração na vida do pastor deveria ser considerada
“como a parte mais elevada da obra a nós con ada, a raiz e a força de todos as outras
obras [...] Não há nada que precisemos estudar e praticar como a arte de orar bem”.5
J. C. Ryle, outro famoso líder cristão do século 19, escreve assim:
Li a vida de muitos cristãos eminentes que estiveram na terra desde os tempos bíblicos. Alguns
deles, vejo que foram ricos, e alguns pobres. Alguns instruídos, alguns indoutos [...] alguns eram
calvinistas, e alguns eram arminianos [...] Mas uma coisa eu vejo que todos tinham em comum.
A oração é o fator determinante. Quanto mais oramos, mais Deus opera. Muitas
vezes não conseguimos perceber a maneira surpreendente como o nosso Deus
onipotente limitou sua atividade às nossas orações.
Por exemplo, o profeta Ezequiel mostrou como as orações de um único
intercessor teriam sido o fator determinante na libertação de Israel do cativeiro
babilônico.
Busquei entre eles um homem que levantasse o muro e se pusesse na brecha diante de mim por
esta terra, para que eu não a destruísse, mas não achei ninguém. Por isso, derramei minha
indignação sobre eles; eu os consumi com o fogo do meu furor; z com que seu caminho lhes
Hudson Taylor foi um missionário inglês na China. Ele fundou a Missão para o
Interior da China, que se tornou milagrosamente in uente para Deus naquela
nação. Ao tempo de sua morte, a missão compreendia 205 estações missionárias
com mais de 800 missionários e 125 mil cristãos chineses. Como ele fez isso? Ele
descobriu: “Somente é possível mover os homens a Deus pela oração”.9
Pastores espirituais sábios aprendem a priorizar a oração a m de maximizar o
seu impacto.
Nada.
Não estou querendo dizer que foi difícil encontrar um item ou dois. Eu não encontrei nada. Tudo o
que Deus faz no trabalho ministerial, Ele o faz por meio da oração. Observe:
10
... Tudo o que Deus quer fazer em sua vida Ele subjugou a uma coisa: oração.
Ocupado Demais para NÃO Orar
pois orar é economizar tempo [...] Deus pode multiplicar nossa capacidade de fazer uso do tempo.
Se dermos ao Senhor o que lhe é devido, teremos o su ciente para todos os propósitos necessários.
Quanto a isso, busque primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas. Seus outros compromissos serão resolvidos suavemente se você não se esquecer do
11
George Müller foi um dos mais surpreendentes líderes espirituais que o mundo
já viu. Ele era um pastor talentoso, educador, lantropo e evangelista. Quando
ainda era um jovem pastor, atravessou um momento muito atarefado. Na verdade,
muitas vezes encontrou-se ocupado demais para orar como convém. Seu biógrafo
escreve:
Depois de aprender a lição de estar ocupado na obra do Senhor, muito ocupado, de fato, para orar,
ele disse a seus irmãos que quatro horas de trabalho após uma hora de oração realizaria mais do
12
que cinco horas sem oração. Esta regra, doravante, ele elmente manteve.
A oração permite que Deus faça mais em dias, horas, minutos ou mesmo
segundos, do que poderíamos conseguir sem Ele em meses, ou mesmo anos, de
trabalho. Com que frequência temos ensinado, encorajado e aconselhado pessoas
com pouco ou nenhum resultado? Quantas vezes temos compartilhado nossa fé
com aparentemente pouco ou nenhum avanço em relação às defesas da outra
pessoa? Mas, quando Deus age, Ele promove mudanças nas pessoas em segundos
que não seríamos capazes de produzir em anos. A oração é um poderoso meio de
economizar tempo. Uma vez que entendamos esse princípio, vamos aprender a
dizer: “Estou ocupado demais para não orar”.
Martinho Lutero
Jerry Falwell foi o fundador altamente in uente e pastor da famosa Igreja Batista
omas Road, que teve uma membresia de dezenas de milhares. Ele também
fundou a Liberty University, que tem mais de 50 mil estudantes. Quando Falwell
ainda era um universitário, ele aprendeu o imenso valor de ter um tempo diário de
oração. Ele foi ao deão acadêmico e pediu a chave do terceiro andar do prédio da
administração. Lá, ele orava das 13h30 às 17h todas as tardes, clamando a Deus
que abençoasse seu ministério como professor do quinto domingo da escola
dominical. Valeu a pena. A classe cresceu de dois meninos para 57 antes de maio.15
A maioria de nós precisa de nir um ou mais momentos diários de oração se
esperamos construir uma vida de oração dinâmica. Podemos escolher manhã,
tarde e/ou noite, mas precisamos escolher pelo menos um momento, ou vários
momentos, para a oração.
E Agora?
Determine um momento ou momentos para orar todos os dias. Tenha um lugar
ou lugares para o seu encontro diário com Deus. Comece orando mais do que
jamais orou antes.
Citações
“Muito tempo gasto em oração é o segredo de tudo. A oração que é sentida como uma
força poderosa é o produto mediato ou imediato de muito tempo gasto em oração.
Nossas orações curtas devem seu sucesso e e ciência às orações longas que as
precederam.” E. M. Bounds16
“O maior problema que en entamos não é a oração não respondida, mas a oração
não feita.” Adrian Rogers17
Perguntas de Aplicação
Notas
deixa-me, para que a minha ira se acenda contra eles e eu os destrua; e farei de ti uma grande
nação. Moisés, porém, suplicou ao SENHOR seu Deus [...] E o SENHOR se arrependeu do castigo
Leia de novo, lentamente. Deus disse que ia destruir os hebreus, mas Moisés
intercedeu a favor deles. E Deus mudou de ideia! A oração intercessória é a única
coisa na terra poderosa o su ciente para fazer o nosso soberano Deus mudar de
ideia!
O que é surpreendente é que esta demonstração do poder da intercessão não foi
um evento único. Mais de uma vez, o povo a quem Moisés liderou queixou-se de
Deus. Mais de uma vez, Moisés orou por seu povo. Mais de uma vez, Deus
respondeu às suas orações intercessórias (Nm 14.11-20; Dt 9.8-29). O salmista
resume o poder da intercessão de Moisés em uma declaração contundente:
Ele havia decidido destruí-los, mas Moisés, seu escolhido, intercedeu diante dele, para evitar sua
O termo “interceder” signi ca “ car entre”. Usado para a oração, descreve o ato
de ir a Deus e pedir em favor de outra pessoa.
A palavra “oração” é um termo geral que signi ca “falar com Deus”. “Intercessão”
é mais especí co. Descreve ir a Deus em favor de outra pessoa. Portanto, enquanto
toda intercessão é oração, nem toda oração é intercessão.
O líder missionário Wesley Duewel escreve: “Você não tem um ministério maior
ou uma liderança mais in uente do que a intercessão”.1 Foi E. M. Bounds quem disse:
“Falar com os homens sobre Deus é uma grande coisa, mas falar com Deus sobre os
homens é ainda maior”.2
Portanto, também pode salvar perfeitamente os que por meio dele se chegam a Deus, pois vive
Por que as orações de Moisés eram tão poderosas? O segredo é revelado no nal
de Êxodo 32. Moisés não estava apenas abnegadamente disposto a desistir de ser o
pai e rei de uma grande nação, mas estava disposto a desistir de sua própria
entrada no paraíso. Olhe atentamente para a oração de Moisés.
Assim, Moisés voltou ao SENHOR e disse: “Esse povo cometeu um grande pecado, fazendo para si
um deus de ouro. Mas, agora, perdoa-lhe o pecado; ou, caso contrário, risca-me do teu livro que
Ousadia Implacável
Abraão foi um líder espiritual falho, mas muito in uente. Ele foi o pai espiritual
de todos os crentes e o pai biológico dos judeus.
Como você pode se lembrar, Deus e dois anjos haviam se revestido de forma
humana a m de visitar Abraão e contar a Sara que ela daria à luz um lho dentro
de um ano. Depois do jantar, os três convidados se levantaram para ir embora, e o
Senhor contou a Abraão que eles também tinham vindo para investigar a maldade
extrema de Sodoma. Percebendo que o julgamento estava prestes a acontecer,
Abraão se posicionou corajosamente entre o Senhor e Sodoma, intercedendo em
favor do povo daquela cidade.
Mas Abraão permaneceu em pé diante do SENHOR. Chegando-se Abraão, disse: “Destruirás o
justo com o ímpio? Se houver cinquenta justos na cidade, destruirás e não pouparás o lugar por
causa dos cinquenta justos que ali estão? Longe de ti fazer tal coisa, matar o justo com o ímpio,
igualando o justo ao ímpio; longe de ti fazer isso! Não fará justiça o juiz de toda a terra? ”. (Gn 18.22-
25)
cinza; e, se de cinquenta justos faltarem cinco, destruirás toda a cidade por causa dos cinco? ” Ele
Eu provavelmente teria parado aqui, satisfeito e em paz. Mas Abraão não parou.
Ele era implacável em suas orações. Mais quatro vezes buscou a Deus em favor de
Sodoma. Cada vez ele apelou por uma maior graça e misericórdia.
E Abraão continuou a falar-lhe: “E se achares ali quarenta? ”.
E ele concordou mais uma vez: “Não o farei por causa dos quarenta”.
E Abraão disse: “Não se ire o Senhor, se eu ainda falar. E se achares ali trinta? ”.
E ele concordou de novo: “Não o farei, se eu achar ali trinta”.
E Abraão tornou a dizer: “Mais uma vez me atrevi a falar ao Senhor. E se achares ali vinte? ”.
E Abraão continuou: “Não se ire o Senhor, pois falarei só mais esta vez. E se achares ali dez? ”.
O SENHOR concordou: “Não a destruirei por causa dos dez”. (Gênesis 18.29-32)
Jesus tinha um coração enorme pelas pessoas. Seu coração é muito bem
resumido em duas palavras – “Jesus chorou” ( Jo 11.35). Considere como Ele se
tornou um homem de dores e experimentado nos sofrimentos (Is 53.3). Observe
as lágrimas descendo por sua face enquanto contemplava a dor do povo – “E
quando se aproximou e viu a cidade, chorou por ela” (Lc 19.41).
Jesus, o intercessor de coração partido, derramou lágrimas por aqueles a quem
veio servir.
Vendo as multidões, compadeceu-se delas, porque andavam atribuladas e abatidas, como ovelhas
Nos dias de sua vida, com grande clamor e lágrimas, Jesus ofereceu orações e súplicas àquele que
podia livrá-lo da morte e, tendo sido ouvido por causa do seu temor a Deus. (Hb 5.7)
Davi chorou por causa dos insultos ao nome de Deus (Sl 69.9,10).
Josias chorou por seu povo (2Rs 22.19).
Uma multidão se reuniu como resultado das lágrimas de Esdras (Ed
10.1,2).
O Profeta Chorão
Um dos grandes servos intercessores é o profeta Jeremias, que foi rotulado como
“o profeta chorão”. Ouça a profunda carga emocional em suas palavras, quando
escreve: “Estou a ito por causa da a ição da lha do meu povo; ando de luto; o
espanto apoderou-se de mim” ( Jr 8.21). E: “Ah, se a minha cabeça se tornasse em
águas, e os meus olhos, numa fonte de lágrimas, para que eu chorasse de dia e de noite
os mortos da lha do meu povo!” ( Jr 9.1).
Por amor angustiante, ele alertou o seu povo:
Se não ouvirdes, chorarei secretamente, por causa do vosso orgulho; e os meus olhos chorarão
amargamente e se desfarão em lágrimas, porque o rebanho do SENHOR foi levado cativo. (Jr 13.17)
Jeremias escreveu outro livro da Bíblia que, devido ao seu conteúdo manchado
de lágrimas, se tornou amplamente conhecido como Lamentações. Nele, ele
registra a tristeza de Deus por causa do pecado do Seu povo e da destruição de
Jerusalém. Uma de suas características surpreendentes é que o pranto de Deus
resulta em lágrimas que escorrem pela face de Jeremias.
Por isso estou chorando; os meus olhos, sim, os meus olhos se desfazem em águas... (Lm 1.16)
Os meus olhos já se consumiram com lágrimas; estou perturbado; meu coração se derrama de
tristeza por causa da destruição do meu povo, porque os meninos e as crianças de peito desfalecem
Torrentes de águas correm dos meus olhos por causa da destruição do meu povo. Os meus olhos
derramam lágrimas sem cessar, sem interrupção, até que o SENHOR atente e veja lá do céu. (Lm
3.48-50)
O Apóstolo Chorão
O ministério de intercessão de Paulo é regado de lágrimas. Ele resumiu seu
ministério em Éfeso lembrando os anciãos de que ele estava “servindo ao Senhor
com toda a humildade, e com lágrimas” e “que durante três anos não cessei, dia e noite
e com lágrimas” (At 20.19,31). Ele disse aos coríntios: “Porque vos escrevi em meio
a muita tribulação e angústia de coração, com muitas lágrimas” (2Co 2.4).
A recusa de seu povo, os judeus, em irem a Cristo o levou a escrever:
Digo a verdade em Cristo, não minto. Minha consciência dá testemunho comigo, no Espírito Santo,
de que tenho grande tristeza e incessante dor no coração. Porque eu mesmo desejaria ser
amaldiçoado e excluído de Cristo, por amor de meus irmãos, meus parentes segundo a carne. Eles
“Tentem Lágrimas”
Na história mais recente, o fundador do Exército da Salvação foi um homem de
intercessão marcada por lágrimas. William Booth tinha um zelo incomum e
controverso por Jesus. Ele viveu a vida de um soldado espiritual como o fundador
do Exército da Salvação e pregou o evangelho para as pessoas menos favorecidas
de seu tempo.
Duas pessoas de quem ele cuidava partiram para encontrar um novo trabalho,
mas encontraram fracasso e oposição. Frustrados e cansados, apelaram a Booth,
que lhes enviou um telegrama com apenas duas palavras: “TENTEM
LÁGRIMAS”.
Eles seguiram seu conselho e testemunharam um poderoso avivamento.7
compromisso, que os carreguemos em nossos corações todos os dias de nossa liderança [...]
Devemos tocar Seu trono constantemente por nosso povo. Pecamos contra o Senhor se não o
fazemos.
Recusar-se a Desistir
Perguntas de Aplicação
Notas
Orem Primeiro
Paulo escreveu uma carta a Timóteo, o jovem que liderava a estratégica igreja em
Éfeso, a partir da qual pretendia evangelizar toda a Turquia e grande parte da Ásia.
Em uma carta cheia de conselhos, Paulo disse para Timóteo tornar uma atividade a
sua principal prioridade.
Antes de tudo, exorto que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os
homens, pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e
serena, em toda piedade e honestidade. Isso é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que
deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Porque há
um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem. Ele se entregou em
resgate por todos, para servir de testemunho a seu próprio tempo. Digo a verdade, não minto, para
isso fui constituído pregador e apóstolo, mestre dos gentios na fé e na verdade. Quero que os homens
orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ódio nem discórdia. (1Tm 2.1-8)
1. Orem Primeiro
“Antes de tudo, exorto que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por
todos os homens” (1Tm 2.1).
A expressão “antes de tudo” fala tanto de cronologia quanto de prioridade. Paulo
queria que Timóteo zesse da oração evangelística a primeira coisa de sua agenda e a
prioridade número um de sua vida e de sua igreja.
“Súplicas” fala sobre pedir a Deus para suprir uma necessidade, principalmente da
mesma pessoa que está orando. “Orações” é um termo geral e pode incluir reuniões
de oração. “Intercessões” refere-se a pedidos em favor de outros. “Ações de graças”
refere-se à gratidão a Deus por bênçãos recebidas. A questão não é que Paulo esteja
listando quatro maneiras de orar, mas sim que ele utiliza vários aspectos diferentes
da oração para chegar a uma só conclusão: a igreja deve se concentrar na oração.
Uma das principais razões para a existência de uma igreja é cobrir sua cidade com
oração. Mas a oração não deve ser um m em si mesmo. A oração deve preparar as
pessoas para o evangelismo e o discipulado. A oração torna mais difícil a ida de
pessoas da sua cidade para o inferno. Sem uma base rme de oração, todo o seu
esforço evangelístico produzirá poucos frutos duradouros.
“Exorto que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os
homens [...] Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e
cheguem ao pleno conhecimento da verdade [...] Cristo Jesus, Ele se entregou em resgate
por todos...” (1Tm 2.1, 3-6).
A oração evangelística por todas as pessoas está enraizada no fato de que Deus
quer que todas as pessoas sejam salvas e de que Jesus morreu por todos. Barclay
escreve que “poucas passagens no Novo Testamento enfatizam tanto a universalidade do
evangelho como essa. A oração deve ser feita por todos os homens; Deus é o Salvador que
deseja que todos os homens sejam salvos; Jesus deu a sua vida em resgate por todos.
Como Walter Lock escreve: ‘A vontade de Deus para salvar é tão ampla quanto a sua
vontade de criar’”.2 Paulo queria que Timóteo soubesse que, para o evangelho se
espalhar, deveria haver oração. Ao que tudo indica, a igreja seguiu essa exortação. O
livro de Apocalipse mostra que o evangelho não apenas se espalhou por Éfeso, como
também pelas cidades circunvizinhas: Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadél a e
Laodiceia.
Infelizmente, mesmo nas igrejas americanas em que ainda há um culto de meio de
semana, a reunião de oração não é mais uma reunião de oração. Normalmente, é
mais um estudo bíblico do que um culto de oração. E o pouco de oração que tem, é
em favor das pessoas que estão enfermas. No entanto, como James W. Bryant
observa, “raramente a igreja ora para que o perdido seja salvo. Gastamos mais tempo
orando para manter os cristãos fora do céu do que para manter as pessoas perdidas fora
do inferno!”3
E se a sua igreja começasse a ver como sua a responsabilidade de orar por todos
em sua comunidade a m de serem salvos? E se ela e continuasse a orar até que
todos fossem salvos?
A Igreja em Chamas
Durante a faculdade eu fui membro ativo de uma igreja que estava em chamas por
Deus. O templo cava lotado durante os cultos. Jovens eram vocacionados para o
ministério. Perdidos eram salvos e batizados todas as semanas.
Qual era o segredo?
Mil pessoas reunidas toda quarta-feira à noite para orar. Pedidos de oração pelos
perdidos eram lidos e seguidos de oração. Uma vez o pastor deu a cada um de nós
uma página da lista telefônica da cidade e nos disse para orar por todas aquelas
pessoas até que fossem salvas. Mais tarde, aquela igreja cresceu para 9 mil pessoas,
porque ela orava pelos perdidos.
3. Orem em Favor das Autoridades Civis para que sua Igreja Seja Livre
“Antes de tudo, exorto que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por
todos os homens, pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos
uma vida tranquila e serena, em toda piedade e honestidade” (1Tm 2.1,2).
As autoridades públicas podem ajudar na propagação do evangelho ou impedi-la.
Permissões, autorizações e políticas muitas vezes restringem ou abençoam o
ministério da igreja conforme a decisão subjetiva da autoridade. Devemos orar para
que o Senhor dê à igreja graça e converta o coração dos líderes para, consciente ou
inconscientemente, tomarem atitudes que nos ajudem a cumprir a Grande
Comissão.
Comunidade
“Quero que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ódio nem
discórdia” (1Tm 2.8).
Desde os dias de Josué, os líderes cristãos levam seu povo a dar passos de fé. Não é
incomum pastores liderarem o rebanho para andar em torno de uma propriedade
clamando ao Senhor que aquele seja o local das novas instalações da igreja. Outros
oram na direção dos assentos do santuário, pedindo a Deus que os preencha e toque
todos os que sentarão neles no domingo. Paulo pareceu estar encorajando Timóteo a
reunir os homens de sua igreja para orar pelos perdidos de todas as partes da cidade.
Ultimamente, alguns adaptaram os princípios aplicados por Josué na conquista de
Jericó como um meio de evangelismo e batalha espiritual. Eles o chamam de
“caminhada de oração”. Caminhada de oração tem sido de nida como “orando,
vendo e percebendo”. Feita coletiva ou individualmente, a caminhada de oração é
uma forma de intercessão discreta que leva o intercessor à batalha. Enquanto as
crentes andam pela vizinhança, eles oram pelas pessoas nas casas, empresas e escolas
e pelas igrejas, para que o nome de Deus seja honrado, seu reino venha e sua vontade
seja feita naquela pessoa, família ou empresa.
Por exemplo, você pode dar a cada membro da igreja um mapa de sua cidade e lhe
pedir para orar diariamente por um pedaço dele, bairro a bairro. Você pode rasgar as
páginas da lista telefônica, entregá-las aos membros e pedir que orem pelas pessoas
cujos nomes estão na folha que receberam. Você pode levar seu povo a orar por
todos os cartazes de “Vende-se” que encontrarem, para que essas propriedades sejam
compradas em completo alinhamento com a vontade de Deus.
Quando Jesus andou na terra, o seu corpo físico era a morada principal de Deus
( Jo 1.14). Se você quisesse chegar a Deus, você precisaria ir a Jesus.
Mas, desde o Pentecostes, a igreja é o corpo de Cristo (1Co 12.12-27). A igreja é o
santuário de Deus tanto individual (1Co 6.19,20) quanto coletivamente (1Co
3.16,17). Claramente, desde o dia de Pentecostes, a igreja deve ser uma casa de oração
para todas as nações.
Portanto, uma vez que a igreja deveria ser uma casa de oração, faz sentido que os
discípulos tenham passado uma semana intensa de oração coletiva antes de
inaugurar a primeira igreja na história (At 1.13,14).
Isso explica por que a primeira igreja devotou-se à oração (At 2.42).
Não deve nos surpreender que, quando confrontada com a perseguição, a igreja
clamou por maior ousadia para testemunhar (At 4.24-31).
Também era de esperar que, quando tiveram de escolher entre duas coisas boas, os
apóstolos escolhessem dedicar à oração e ao ministério da palavra (At 6.1-4).
Não é de admirar que, quando seus líderes foram jogados na prisão, a igreja tenha
se reunido e clamado a Deus (At 12.1-5).
Claro que, quando Paulo aconselhou Timóteo, disse-lhe que sua primeira
prioridade como pastor devia ser certi car-se de que a igreja estava orando para que
todos os homens fossem salvos (1Tm 2.1-8). Ele queria que Timóteo edi casse uma
casa de oração para todos os povos.
Assim, a reunião de oração é um medidor de graça, e a partir dela podemos medir a quantidade de
trabalho divino realizado entre um povo. Para que Deus esteja perto de uma igreja, ela deve orar. Para
Ele não estar lá, um dos primeiros sinais de sua ausência será a indolência na oração.5
Em sua autobiogra a, Spurgeon descreveu sua gratidão por ter sido abençoado
com uma igreja de oração: “Sempre dou toda a glória a Deus, mas não me esqueço
de que Ele me deu o privilégio de ministrar desde o início a um povo de oração.
Tivemos reuniões de oração que tocavam nossas almas. Cada um parecia
determinado a abalar a Cidade Celestial pelo poder da intercessão”.6
Em seu livro Only a Prayer Meeting (Apenas Uma Reunião de Oração), Spurgeon
apresentou várias razões para o sucesso da reunião semanal de oração de sua igreja,
além de sugestões para tornar as reuniões de oração mais e cazes, entre elas:
1. O pastor deve tornar a reunião de oração sua prioridade. Seu amor pela
oração, quando se torna evidente, “promoverá um amor correspondente
pela reunião de oração” entre seu povo.
2. Trabalhe para ter orações concisas. “O comprimento é o golpe mortal ao
fervor, e a brevidade é o assistente do zelo”.
3. Convença todos a orar em voz alta. “Dá vida e sentido a tudo o que
estamos fazendo ouvir aqueles lábios trêmulos proferir agradecimentos por
uma nova vida que acaba de ser recebida, e ouvir aquela voz embargada
confessando o pecado do qual acaba de escapar”.
4. Encoraje os participantes a enviar pedidos especiais de oração com
frequência. “Esses pequenos pedaços de papel, por si sós verdadeiramente
orações, podem ser utilizados como combustível para o fogo em toda a
assembleia”.
5. “Não permita que o canto, a leitura das Escrituras, ou a pregação tome o
lugar da oração. Lembre-se de que nos encontramos para a oração; e que
seja oração”.7
Em 1972, aos 29 anos de idade, Jim Cymbala tornou-se pastor da difícil, dividida e
quase falida igreja chamada Brooklyn Tabernacle. Apenas duas dúzias de pessoas
compunham a igreja e, em seu primeiro domingo como pastor, a oferta arrecadada
foi de 85 dólares. Jim tinha apenas educação universitária secular e se sentiu incapaz
de liderar uma igreja tão doente em um bairro tão difícil. Humilhado, destroçado, e
percebendo que a igreja estava condenada sem um novo agir de Deus, ele começou a
clamar a Deus em oração.
Durante uma viagem de férias à Flórida, Jim sentiu Deus falando com ele no fundo
de sua alma: “Se você e sua esposa levarem meu povo a orar e invocar meu nome,
você nunca deixará de ter algo novo para pregar. Eu vou prover todo o dinheiro
necessário, tanto para a igreja quanto para sua família, e você nunca terá um edifício
grande o su ciente para conter as multidões que Eu enviarei em resposta”.8
Jim voltou para seu povo com esperança renovada. Diante deles, contou-lhes sobre
sua nova resolução: “A partir deste dia, a reunião de oração será o termômetro de
nossa igreja. O que acontecer na terça-feira à noite será o medidor com o qual
julgaremos o sucesso ou o fracasso, porque essa será a medida pela qual Deus nos
abençoará”.9
Eles começaram a levar a oração a sério. Às vezes, faziam um clamor coletivo ao
Senhor, todos orando em conjunto, ou oravam de mãos dadas em um grande círculo,
ou, ainda, falavam dos seus fardos especiais. Os métodos variavam, mas o foco era
único – a oração.
Deus respondeu. Nas semanas seguintes, as respostas tornaram-se perceptíveis.
A vida dos membros de sua congregação foi poderosamente mudada. Animados
pelo que Deus estava fazendo, eles começaram a trazer amigos, vizinhos e membros
da família. Pessoas desesperadas, machucadas e destruídas começaram a vir e
encontrar libertação e transformação radicais.
Deus começou a enviar viciados, prostitutas, homossexuais, advogados, homens
de negócios e motoristas de ônibus. Havia latinos, afro-americanos, caribenhos e
brancos. As pessoas começaram a uir de Manha an, Bronx, Queens e Long Island.
Dentro de poucos anos, a igreja já não cabia no templo e passou a se reunir em uma
escola secundária local. Alguns anos mais tarde, a escola tornou-se muito pequena.
Então eles oraram.
Deus respondeu, dando-lhes um teatro de 1.400 assentos na rua principal na
entrada do Brooklyn. Apesar de enviarem equipes para começar novas igrejas ao
redor da cidade, eles tinham de realizar quatro cultos de domingo para acolher todos
os que queriam vir.
O grupo musical desorganizado e destreinado e o coral que não sabia ler partituras
introduziram uma animada reunião de oração de trinta minutos antes de seus
ensaios. O ministério de música da igreja começou a melhorar e se expandir. O
poder de seu louvor se tornou tão grande que muitas vezes Jim ignorou seu sermão e
foi direto ao apelo.
Talvez você saiba o restante da história. O coral, mais tarde, tornou-se
mundialmente famoso, com álbuns vencedores do Grammy Award. A história da
igreja de Jim, Fresh Wind, Fresh Fire (Vento Novo, Fogo Novo), tornou-se um best-
seller.
Qual foi o segredo?
Como Cymbala escreve: “Deus tinha formado um grupo de pessoas que queriam orar,
que acreditavam que nada era grande demais para Ele”.10
Je erson, Oregon, tem uma população de 2.200 pessoas. Vários anos atrás, ela
também tinha um pastor muito desanimado. Dee Duke tinha desistido de seu
primeiro amor, a agricultura, para assumir o papel de pastor da difícil Igreja Batista
de Je erson. Depois de doze anos, ele estava esgotado e amargurado, planejando
pedir as contas.
Mas, durante uma conferência de quatro dias, tudo isso mudou. Na reunião de
oração dos pastores, o pastor Duke percebeu que tinha tentado tudo menos a
oração. Convencido de sua arrogância espiritual, falta de oração, espírito
independente e presunção de que poderia realizar qualquer coisa por meio do
trabalho árduo, decidiu mudar. Ele voltou para sua igreja, confessou sua falta de
oração à congregação e dedicou-se a orar e a levar sua igreja a se tornar uma casa de
oração. Ao fazê-lo, traçou sete objetivos especí cos:
Desenvolvemos modos criativos para alcançar os perdidos. Quase todos na igreja começaram a orar
12
por amigos perdidos, colegas de trabalho, familiares, missões e países ao redor do mundo.
Em outra igreja:
Aplicação
Decida liderar sua igreja a se tornar uma casa de oração para sua cidade. Como
Dee Duke, estabeleça metas e planos especí cos para tornar sua igreja uma casa de
oração. Use algumas das ideias apresentadas neste capítulo.
Pregue a Palavra
Últimas Palavras Famosas
As últimas palavras de uma pessoa são signi cativas. Elas devem ser
consideradas altamente importantes porque naquele momento decisivo, seu
coração, paixão e prioridades, tudo ui junto em uma ideia clara. Muitos
concordam que, de todos os conselhos que Paulo deu a seu pupilo, Timóteo, nas
cartas de 1ª e 2ª Timóteo, talvez o mais valioso seja o último.
As últimas palavras escritas por Paulo a Timóteo estão cheias de emoção. Ele
escreve com um espírito de convencimento porque está chegando ao nal de sua
vida. Ele é um prisioneiro, e está mais velho agora. Paulo em breve perderá sua
vida no martírio, quando sua cabeça será separada do corpo. É um apelo nal ao
jovem que vai dar continuidade ao seu ministério. Ele deve passar o bastão com
sucesso para o jovem pastor.
Assim, Paulo resume tudo o que tinha ensinado a Timóteo em uma sentença
nal, encontrada no último capítulo que escreveu. Nesse seu último discurso ao
jovem pastor, Paulo deixa-o com uma missão solene, séria, rigorosa e signi cativa.
Eu te exorto diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e
pelo seu reino, prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo, aconselha, repreende e exorta
Pregar a Palavra
O Novo Testamento fala de “pregação” por meio de uma variedade de palavras:
Pregar a Palavra
Quando Paulo se referia à Palavra, o que ele queria dizer? Podemos encontrar
duas pistas no contexto imediato. A primeira é encontrada imediatamente antes
da ordem de “pregar a palavra”. (Tenha em mente que nas cartas originais, as
divisões de capítulos e versículos não existiam).
... desde a infância sabes as Sagradas Letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que
há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para
repreender, para corrigir, para instruir em justiça; a m de que o homem de Deus tenha
capacidade e pleno preparo para realizar toda boa obra [...] prega a palavra... (2Tm 3.15-17; 4.2)
Obviamente, quando Paulo disse “prega a palavra”, ele estava dizendo a Timóteo
para pregar as Escrituras inspiradas por Deus. A palavra “Escritura” signi ca
simplesmente “escrito” ou “letra”. Isto signi ca que a Palavra de Deus veio a nós de
uma forma escrita contida em um livro – o livro de Deus. Isto signi ca que o seu
preparo e sua pregação devem ser baseados na Palavra, orientados pela Palavra,
saturados pela Palavra, equilibrados pela Palavra e éis à Palavra.
Uma vez que foi o Espírito de Deus que inspirou a Palavra, a preparação e a
pregação de um sermão também devem ser dadas pelo Espírito, formadas pelo
Espírito, conduzidas pelo Espírito e ungidas pelo Espírito.
Paulo queria que esse princípio estivesse muito claro para Timóteo. Como
pastor, pregar é o que você faz e a Palavra é o que você prega.
Por que Pregar a Palavra
“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de
quem o tens aprendido; pois desde a infância sabes as Sagradas Letras, que podem
fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2Tm 3.14,15).
Quanto ao poder da Palavra para salvar almas, John MacArthur escreve:
Os judeus costumavam gloriar-se de que seus lhos beberam na Lei de Deus com o leite de sua
mãe, e que isso era tão marcante em seus corações e mentes, que era mais fácil para eles esquecer
seus nomes do que a Lei de Deus. A Lei foi a tutora que conduziu a Cristo [...] Conclusão: ele está
dizendo que você sabe que a Palavra de Deus tem o poder para salvar [...] O que mais você deveria
pregar?
quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há
quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? [...] Portanto, a fé vem pelo ouvir, e o
para instruir em justiça; a m de que o homem de Deus tenha capacidade e pleno preparo para
1. Urgente
Quando Paulo deu a ordem para “pregar a Palavra”, seu uso do verbo aoristo e os
imperativos seguintes acrescentam seriedade e objetividade ao imperativo.
Timóteo devia pregar a Palavra como nunca tinha pregado antes.
2. Persistente
Paulo não só disse a Timóteo “Pregue a Palavra”, como também disse quando
pregá-la. Ele disse: “prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo...” (2Tm 4.2).
A ordem “insiste” é de um verbo que signi ca “ que a postos”, ou “esteja
acessível”. Ela transmite a ideia de estar sempre de prontidão.
A frase “a tempo e fora de tempo” responde à pergunta de quando um pastor
deve pregar a Palavra. A resposta é que Timóteo devia pregar a Palavra se a
oportunidade parecesse favorável ou não, conveniente ou não, e se a mensagem
fosse bem ou mal recebida. Ele devia pregar a Palavra persistentemente, todo o
tempo e o tempo todo. Nunca deveria haver uma época na vida ou uma ocasião
em que o pastor não pudesse trazer uma mensagem conforme a situação.
3. Persuasiva
A ordem seguinte de Paulo foi muito simples – “Convença”. Esta palavra implica
“prove seu argumento”. O pastor deve mostrar as razões por trás do porquê de
certos atos serem pecaminosos. A pregação deve provocar uma convicção de
pecado e apontar para a sua con ssão. A boa pregação não é diferente de uma
cirurgia – ela corta para expor, e remove o que está errado para que, por m,
ocorra a cura.
4. Corajosa
5. Encorajadora
A ordem para “exortar” carrega a ideia de “caminhar ao lado para ajudar, inspirar,
aconselhar e motivar”. O encorajamento é o oxigênio da alma e a exortação é uma
chamada à ação. A boa pregação a ige o confortado, conforta os a itos, e chama
ambos a obedecerem às Escrituras.
6. Paciente
Paulo ordenou a Timóteo que pregasse a palavra “com total paciência”. O termo
que o apóstolo Paulo usou signi ca “paciência controlada; longanimidade,
perseverança, tolerância”. Em outras palavras, o pastor não deve esperar que será
capaz de pregar algo uma vez e que todos os seus ouvintes compreenderão
plenamente o ensino e para aplicá-lo imediatamente em sua vida. O pastor não
deve se cansar nem desistir de pregar a Palavra continuamente e de desa ar seu
povo a vê-la e vivê-la.
7. Clara
Paulo lembrou a Timóteo que sua pregação também devia incluir “ensino”. A
ideia é tornar a verdade simples e clara. A boa pregação instrui e inspira. Ela ajuda
as pessoas a aprender, entender e aplicar a Bíblia por si mesmas.
1. Tópica
3. Narrativa
Uma boa mensagem narrativa não disseca uma história bíblica. Em vez disso, ela
conta a história de uma forma fascinante enquanto destaca o tema principal e,
ainda assim, dá atenção às características históricas importantes. Um sermão
narrativo pode ser uma releitura do livro de Rute ou Jonas, ou da história do lho
pródigo.
4. Expositiva
Citação:
“Em meu próprio ministério, tenho visto o que a pregação da Palavra pode fazer em
igrejas e na vida das pessoas; e eu a rmo que nada pode tomar o seu lugar.” Warren
Wiersbe7
Notas:
Ele surgiu no deserto como uma explosão, como um raio e ganhou súbita
proeminência nacional. A Palavra de Deus era fogo em seus ossos e em sua boca.
Em cumprimento à profecia de Isaías, João Batista preparou o caminho do Senhor.
Sua estranha personalidade e forte mensagem de arrependimento demoliam
montanhas espirituais e nivelavam caminhos íngremes. As multidões começaram
a uir até ele para serem batizadas em reconhecimento de sua necessidade por
justiça verdadeira.
Ele não usava os afagos de um evangelho de prosperidade, mas um pedaço de
pau de repreensão. Ele destruía fachadas e acabava com a falsidade. Ouça sua
mensagem:
Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi frutos próprios de
arrependimento; e não comeceis a dizer a vós mesmos: Abraão é nosso pai; porque eu vos digo que
até destas pedras Deus pode dar lhos a Abraão. E o machado já está posto à raiz das árvores;
aquela que não produzir bom fruto será cortada e jogada no fogo. (Lc 3.7-9)
Em vez de rejeitarem João e irem embora, as pessoas eram atraídas por sua
honestidade e franqueza. Sua mensagem era tão cheia do Espírito e de verdade
que não podia ser refutada. Era tão persuasiva, aguçada, poderosa e prática, que os
ouvintes respondiam a ela como todo pregador espera que seu público responda.
A multidão lhe perguntava: “O que devemos fazer?” (Lc 3.10).
“O que devemos fazer?” Soa familiar? No primeiro capítulo deste livro falamos
sobre Jetro dando a Moisés três prioridades nas quais devia construir o seu
ministério. A primeira prioridade era a oração. A segunda, ensinar o povo a viver a
Palavra de Deus. Jetro disse o seguinte:
Ensina-lhes os estatutos e as leis, mostra-lhes o caminho em que devem andar e as obras que
Os critérios para avaliar um sermão não são a boa sacada do título, a esperteza
do esboço, o elemento de entretenimento na apresentação, nem as imagens no
PowerPoint. Também não são a quantidade de palavras gregas ou referências
gramaticais utilizadas, nem as percepções históricas mencionadas. Em última
análise, um sermão é medido por seu impacto na vida das pessoas. Ele produz as
mudanças que irão tornar os ouvintes mais parecidos com Jesus?
2. Estudo Diligente
O estudo diligente da Bíblia tem dois aspectos principais. Primeiro, ele requer
uma “escavação” do texto com o objetivo de determinar a mensagem principal que
o autor queria comunicar ao seu público original.
Segundo, estudar para um sermão é se esforçar para encontrar a grande ideia do
texto, com o objetivo de decidir a melhor maneira de comunicá-lo ao seu público.
Dependência ativa do Espírito de Deus é expressa pela fé e pela oração. Faz todo
o sentido buscar o auxílio do Espírito Santo neste processo. A nal, foi ele quem
escreveu a Bíblia (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21). Seu trabalho é nos guiar em toda a
verdade ( Jo 16.13). Portanto, podemos ir a Ele em oração esperando que Ele nos
revele o que quis dizer com as palavras contidas no Livro do qual Ele é o autor.
A escuta é a compreensão ativa de que Ele dará uma profundidade de percepção
que não pode ser alcançada pelo mero intelecto humano. Precisamos pedir a Deus
para falar conosco e abrir nossos olhos para vermos a verdade maravilhosa de sua
Palavra (Sl 119.18). Precisamos pedir que Ele nos mostre o que a porção bíblica
que estamos estudando signi ca.
Além disso, cooperar com o Espírito Santo na preparação do sermão envolve
ainda mais dependência dele para nos mostrar como Ele quer que apliquemos a
grande ideia da passagem bíblica escolhida para nosso público. A nal, Ele conhece
todos que estarão lá. Ele sabe o que eles estão passando. Ele conhece suas ideias
preconcebidas. Portanto, Ele sabe a melhor maneira de apresentar-lhes a verdade
da Palavra para que ela tenha o máximo impacto na vida deles.
5. Questionamento Convincente
6. Desa o Direto
João deu ao seu público um desa o direto. Ele disse: “Produzi utos próprios de
arrependimento” (Lc 3.8). Em outros termos, “Palavras não adiantam mais. Vocês
dizem que são tementes a Deus de verdade? Então provem!”. Ou seja: “Provem ou
calem-se”.
Isso é o que diferencia um sermão de uma palestra, e um pregador poderoso de
um professor chato. Na mensagem sobre oração que mencionei acima, eu
simplesmente parei em um ponto, pedi ao público para que cada um me olhasse
nos olhos, e então disse: “Desa o você a orar mais no restante deste ano do que
você jamais orou em toda a sua vida”.
Nunca subestime o poder de um desa o direto. O desa o direto é o ponto-
chave de toda a questão. É a razão de você ter estudado e orado tanto. É a razão
pela qual Deus reuniu essas pessoas para ouvir a Palavra de Deus. Sem o desa o
direto, as pessoas poderiam muito bem car em casa e ler um comentário sobre
essa passagem particular das Escrituras. Com um desa o direto, os santos são
impulsionados a agir, as almas são salvas e vidas são transformadas.
O desa o direto move a mensagem da cabeça do ouvinte para seu coração.
Move-se do intelecto para a vontade. Passa de um simples pensamento agradável
para uma vida transformada.
Isso se chama “pregar para um veredicto”. Robert Coleman, professor de
evangelismo e discipulado no Seminário Teológico Gordon-Conwell, escreve:
O teste da pregação é, em última análise, o que os homens fazem com ela. A decisão é o que conta
[...] o pregador deve fazer todo o possível para deixar o assunto simples, e então, chamar a
congregação à responsabilidade. Destinos eternos estão em jogo. Por essa razão, o apelo para um
compromisso é a questão mais decisiva da mensagem. O pregador sábio, portanto, deve dar tanto
ou mais consideração ao convite do que a qualquer outra parte do sermão [...] Esta é a coroação da
mensagem.
tudo o que você lhe ensinou moral, ética e teologicamente, a menos que ele se convencesse de
uma razão para não fazê-lo? O que você diria neste [domingo] de manhã se você soubesse que isso
estaria em jogo? De fato, para o lho de alguém lá fora esta pode ser sua última chance. Agora
7. Aplicação Especí ca
A mensagem de João passou de muito boa para ótima após seu desa o. Isso foi
porque ele não só lhes disse o que Deus disse – arrependam-se; o que fazer –
provar que eles se arrependeram; mas também lhes disse como fazê-lo. Ele lhes deu
uma aplicação muito especí ca:
Então as multidões lhe perguntavam: O que devemos fazer? Ele respondia: Quem tem duas
túnicas, reparta com o que não tem nenhuma, e quem tem alimento, faça o mesmo. Vieram
também alguns publicanos para ser batizados e perguntaram-lhe: Mestre, que devemos fazer? Ele
lhes respondeu: Não cobreis mais do que o prescrito. E também alguns soldados perguntaram: E
nós, que devemos fazer? Ele lhes disse: De ninguém tomeis nada à força, nem façais denúncia
Perguntas de Aplicação?
Citações
“O próprio sermão é um poderoso agente de mudança.” Leith Anderson5
“Toda vez que comunico, quero pegar uma simples verdade e alojá-la no coração do
ouvinte. Quero que ele saiba aquela única coisa e o que fazer com ela.” Andy Stanley6
“Da maneira que entendo, maturidade espiritual é medida pela aplicação, não pela
contemplação.”8 Andy Stanley7
“Quando você se compromete a pregar para que haja mudança de vida, seu preparo
não está completo até que você tenha respondido a duas questões muito importantes: E
daí? E agora?” Andy Stanley e Lane Jones8
Notas:
quinto mês, graças à boa mão do seu Deus que estava sobre ele. Porque Esdras tinha-se disposto
Faça e Ensine
“Fiz o primeiro relato, ó Teó lo, acerca de tudo o que Jesus começou a fazer e a
ensinar” (Atos 1.1).
Jesus foi um grande pregador. Milhares de pessoas se reuniam para ouvi-lo
ensinar. Suas palavras foram tão signi cativas que estão registradas em livros de
couro e impressas em tinta vermelha. Inúmeros livros foram escritos e palestras
dadas sobre suas palavras.
Contudo, o ministério de Jesus foi mais do que palavras poderosas. Suas palavras
foram con rmadas por uma vida excepcional. Ele fez coisas espantosas e, por isso,
foi capaz de dizer com poder palavras impactantes.
Lucas, o autor do Evangelho que leva seu nome, começou o livro de Atos com
um comentário interessante. Ele descreveu seu evangelho como um relato de
“tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar”.
Fazer e ensinar: isso deveria ser um lema para todos os comunicadores do
evangelho. Todo rebanho conhece o seu pastor. Se sua vida fracassar em con rmar
suas palavras, ninguém vai escutá-lo. John MacArthur observa: “Atrás do conteúdo
de sua mensagem está o caráter do expositor”.2
Um grande sermão nasce de uma grande vida. Alguém observou que uma
mensagem preparada na cabeça atinge a cabeça. Uma mensagem preparada no
coração, o coração. Mas apenas uma mensagem preparada na vida transforma
outras vidas.
Os sermões mais poderosos são frequentemente aqueles que, em certo sentido,
são a mensagem de vida do pregador. Sua história cruza com a história das
Escrituras. Seu sermão não é meramente teórico, nem algo que ele simplesmente
leu em um livro ou ouviu alguém abordar em um podcast. A dor, a alegria, as
perguntas e a luta são do próprio pregador. Elas dão peso a suas palavras.
Seja um Exemplo
Em sua primeira carta a Timóteo, Paulo deu ao jovem pastor sugestões e
advertências sobre a pregação. O interessante é que cada ordem para pregar
aparece no contexto de uma ordem igualmente importante para que ele fosse
exemplo naquilo que estivesse ensinando. Observe nas palavras de Paulo um uxo
de ida e vinda direcionado à pregação e vida de Timóteo.
Ordena e ensina essas coisas. Ninguém te menospreze por seres jovem, mas procura ser exemplo
minha chegada, aplica-te à leitura, à exortação e ao ensino. Não deixes de desenvolver o dom que
há em ti, que te foi dado por profecia, com a imposição das mãos dos presbíteros. Ocupa-te dessas
coisas, dedica-te inteiramente a elas, para que todos possam ver teu progresso. Tem cuidado de ti
mesmo e do teu ensino; persevera nessas coisas. Dessa forma, salvarás tanto a ti mesmo como os
Viva a Mensagem
Grandes comunicadores do evangelho não só vivem na Palavra quando
precisam estudá-la, mas também vivem a Palavra. Somente quando vivermos a
mensagem que pregamos o Senhor atuará por meio dela com sua presença e um
novo poder espiritual.
Discutiremos o que signi ca viver a sua mensagem de dois ângulos: o macro e o
micro. No nível macro, viver a mensagem envolve o grande retrato de sua vida. O
curso geral de sua vida está sendo vivido em obediência à mensagem da Bíblia? É
um ímã que constantemente atrai outros a Cristo? Em nível micro, viver a
mensagem é uma questão de tentar obedecer a tudo o que está na passagem da
Escritura que Deus lhe deu para pregar naquela semana. Você está vivendo a
mensagem que está prestes a comunicar?
Deixe-me oferecer três lembretes sobre a importância de viver a mensagem que
você prega.
Embora seja verdade que o pregador deva ter livros, programas de computador,
internet e mídia para ajudá-lo na preparação e pregação do sermão, eles não são
sua principal ferramenta. Spurgeon escreve:
Nós somos, em certo sentido, nossas próprias ferramentas, e, portanto, devemos nos manter em
ordem [...] meu próprio espírito, alma e corpo são meu maquinário mais próximo para o serviço
sagrado; minhas faculdades espirituais e minha vida interior são meu machado de batalha e
armas de guerra.
Robert McCheyne escreveu a um pastor expressando a mesma noção:
Lembre-se de que você é instrumento de Deus – creio, um vaso escolhido para Ele para levar Seu
nome. Em grande medida, de acordo com a pureza e perfeição do instrumento, será o sucesso. Não
são grandes talentos que Deus abençoa tanto como grande semelhança com Jesus. Um ministro
Todo pastor deveria viver uma vida que zesse o inferno tremer.
Decida não se contentar em viver nada menos do que uma vida de entrega,
ardente, radicalmente justa, extravagantemente amorosa, centrada em Deus,
repleta da Palavra, que exalte a Cristo e que pise em Satanás. Decida ser um pastor
cujas habilidades Deus leve ao máximo de seu potencial. Torne-se alguém que
“chute a porta”, espiritualmente falando. Alguém que arrebata as almas das chamas
do inferno. Seja um guerreiro tão santo que sua vida cause dores de cabeça ao
próprio inferno.
Paulo era um homem assim. Lucas registra o triste relato dos exorcistas judeus
que tentaram expulsar demônios em nome de Jesus e de Paulo. Como você se
lembra, os demônios não caram impressionados, e os esmurraram alegando:
“Conheço Jesus, e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?” (At 19.15).
Em seu livro clássico Por que tarda o pleno avivamento?, Leonard Ravenhill
explica por que Paulo era tão bem conhecido no inferno. Baseando-se no fato de
que Paulo via a si mesmo como cruci cado com Cristo, Ravenhill escreve:
Ele não tinha ambições – e por isso não tinha inveja de nada. Ele não tinha reputação – e por isso
não tinha pelo que lutar. Ele não tinha posses – e, portanto, nada com que se preocupar. Ele não
tinha “direitos” – assim, portanto, não poderia sofrer dano. Ele já estava quebrado – assim
ninguém poderia quebrá-lo. Ele estava “morto” – assim ninguém poderia matá-lo. Ele era o menor
dos menores – então, quem poderia humilhá-lo? Ele tinha sofrido a perda de todas as coisas –
então quem poderia defraudá-lo? Será que isso lança alguma luz sobre por que o demônio disse:
“sei quem é Paulo”? Por causa desse homem repleto de Deus, o inferno teve dores de cabeça.
Entregue a Mensagem
O pastor el deve estudar a Palavra, obedecer à Palavra e também ensinar a
Palavra. Como já vimos, o objetivo desse ensino é a mudança signi cativa na vida
dos ouvintes. Mas, para que isso ocorra, é necessário verdadeiro poder espiritual.
O Espírito Santo deve operar e mover-se no coração dos ouvintes de uma forma
que nenhum ser humano poderia fazer.
Pregadores antigos chamam a pregação com poder de “unção divina”. Lee Eclov
de ne unção divina como “a unção do Espírito Santo em um sermão para que algo
sagrado e poderoso seja adicionado à mensagem que nenhum pregador pode gerar, não
importam quão grandes sejam suas habilidades [...] O sermão e o Espírito se
encontram para formar uma enxurrada espiritual”.6
Chaves para Liberar a Unção Divina na Pregação
1. Ore
Tenho um amigo que assumiu uma jovem igreja logo depois de se formar na
universidade. Depois de alguns anos de pastoreio, ele sentiu a necessidade de ir
para um seminário. Enquanto o seminário lhe deu um poço mais profundo e
amplo de onde tirar água viva, todo o estudo deixou-o espiritualmente seco. Ele
sentiu como se tivesse perdido poder em sua pregação.
Sugeri que, nas próximas duas semanas, ele tentasse passar uma hora orando
para cada hora que passasse estudando para o sermão. Ele decidiu tentar.
Quando o encontrei duas semanas depois, ele me cumprimentou com um
grande sorriso. “Uau!”, ele disse. “Os dois últimos domingos foram os melhores
que tivemos em muito tempo. Havia esquecido o poder da oração na pregação”.
Charles Spurgeon era um comunicador poderoso. Ele dizia aos alunos: “A oração
irá singularmente ajudá-lo na entrega de seu sermão [...] Ninguém é tão capaz de
pleitear com os homens como aqueles que estão lutando com Deus em favor deles”.7
Abaixo, z uma lista de vários pedidos que você pode fazer a Deus com relação a
sua pregação:
Ore pedindo orientação quanto ao que Deus quer que você pregue.
Ore por iluminação à medida que você lê repetidamente o texto.
Ore por discernimento ao estudar o texto.
Ore por direção ao começar a elaborar o sermão.
Ore por sucesso (Gn 24.12), bênção (Gn 32.26), presença divina
(Êx 33.15), sabedoria (2Cr 1.10), favor (Ne 1.11), energia e
perseverança (Ne 6.9), e especialmente poder do alto (Lc 24.49)
enquanto prega.
Ore as orações de Paulo em favor de seu rebanho (Rm 1.8-10,
15.5,6,13; Ef 1.15-19, 3.14-19; Fp 1.9-11; Cl 1.9-12; 1Ts 1.2,3, 3.11-
13; 2Ts 1.11,12; Fm 1.4-6).
Sugiro também que você peça ao seu povo para orar por você enquanto você se
prepara e prega todas as semanas (1Ts 5.25; 2Ts 3.1; Rm 15.30; Ef 6.19; Cl 4.3).
Recrutei uma equipe de doze homens que oram por mim todos os dias. Eles se
dividem em quatro equipes, e cada uma delas ora uma vez por mês durante os
cultos de domingo. Suas orações dão poder a minha pregação.
2. Seja real
3. Seja passional
Jeremias foi o um profeta passional. Para ele, a pregação não era um mero
exercício intelectual. Sua pregação era um esforço angustiante para convencer
almas. Ele tomava a Palavra de Deus literalmente e a via como poderosa. Não é à
toa que ele escreveu: “Não é a minha palavra como fogo, diz o SENHOR, e como
martelo que esmaga a rocha?” ( Jr 23.29).
Paixão na pregação é aquela mistura gloriosa do poder da Palavra e do Espírito
de Deus com um pregador cujo coração está em chamas. Paixão é o que faz a
diferença entre o sermão resultar em apenas uma boa conversa ou em vidas
transformadas. Uma paixão genuína compensa todas as di culdades técnicas do
pregador. O zelo piedoso atrai uma multidão e impacta vidas.
Conta-se que John Wesley foi visitado por um jovem pastor. “Estou muito
impressionado com a popularidade e o impacto de seu ministério”, disse o jovem.
“O que você sugere que eu faça para obter a mesma quantidade de adeptos?”.
Wesley olhou-o nos olhos e respondeu: “Eu me coloco em chamas, e o povo vem
para me ver queimar”.9
Quando falo da paixão de um pregador, estou falando sobre um sentimento
intenso, motriz, dominador. Estou falando de um coração santo com um fogo que
se recusa a apagar.
A paixão é o que mexe com as emoções, afetos, devoções e decisões do orador e
do ouvinte. A paixão ui de uma convicção implacável de que o que Deus lhe deu
para dizer é vitalmente importante. É o coração ardente do pregador e caz.
Oradores e cazes derramam seu coração. Eles colocam tudo de si no que estão
fazendo. Não estão distraídos, mas focados no momento, aproveitando a
oportunidade.
Tenho uma simples regra: “Se eu não estou apaixonado por um sermão, não o
prego. Portanto, tenho que fazer o que for preciso para levar meu coração ao ponto
de se apaixonar pelo que estiver pregando”.
Como um comunicador da Palavra de Deus, você tem o incrível privilégio de
levantar-se e falar em nome de Deus diante das pessoas. Você tem a imensa
responsabilidade de dizer palavras que podem impactar o destino eterno de seus
ouvintes. Você tem o privilégio de falar das coisas que realmente importam. Você
fala de céu, inferno, cruz, pecado e salvação. Você tem a honra de exaltar bem alto
o nome de Jesus! Se isso não o incendeia, você deve esquecer a ideia de ser um
pregador e arranjar outro emprego.
Poucas coisas podem iniciar ou concluir uma mensagem de forma mais e caz do
que uma boa e bem contada história. Dan Baty dá quatro dicas principais para
contar uma história de forma a desencadear maior poder em sua mensagem.
Aplicação
Citações
outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos para a obra do
ministério e para a edi cação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé e do
plenitude de Cristo; para que não sejamos mais inconstantes como crianças, levados ao redor por
todo vento de doutrina, pela mentira dos homens, pela sua astúcia na invenção do erro; pelo
contrário, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Nele o
corpo inteiro, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a correta atuação de
cada parte, efetua o seu crescimento para edi cação de si mesmo no amor. (Ef 4.11-16)
Usei essa tradução neste capítulo porque ela mostra mais claramente o processo
que Paulo deu para termos uma igreja perpetuamente saudável e em crescimento.
Se você posicionar os versículos verticalmente, o processo se torna mais claro.
Ele designou uns como [...] pastores e mestres
para o aperfeiçoamento dos santos
para a obra do ministério,
para edi cação do corpo de Cristo (Ef 4.11,12).
Em outras palavras:
Cristo deu à igreja pastores. Para quê?
Para que eles aperfeiçoem os santos. Para quê?
Para que os santos façam a obra do ministério. Para quê?
Para que o corpo cresça.
Será que, se uma igreja não estiver crescendo, é porque os santos não estão
fazendo a obra do ministério? Será que, se os santos não estão fazendo a obra do
ministério, é porque os pastores falharam em aperfeiçoá-los para fazê-la?
Portanto, o papel dos pastores e mestres não é fazer o ministério.
Deixe-me dizer isso novamente: o papel dos pastores e mestres não é fazer o
ministério.
O papel dos pastores e mestres é aperfeiçoar os santos para a obra do ministério.
Uma das maiores razões pelas quais muitas igrejas nos Estados Unidos são
ine cazes, doentes, em declínio e disfuncionais é que elas adotaram um processo
exatamente oposto ao que a Bíblia ensina. Na maioria das igrejas tradicionais
americanas, a igreja contrata um “ministro” para fazer todo o ministério enquanto
os membros se assentam para vê-lo trabalhar e para criticar seus esforços.
Um dos maiores equívocos dos seminários de teologia é que muitos deles estão
treinando pessoas vocacionadas por Deus e cheias de dons espirituais para
abraçarem carreiras como ministros quando, na realidade, deveriam treiná-las para
aperfeiçoar os santos para que eles façam o ministério. Isso deve parar!
E, como a igreja tem negligenciado Efésios 4, os membros não vivem mais em
missão nem em serviço no ministério. Em vez disso, eles se tornaram
consumidores queixosos reclamando porque seu “ministro” contratado, treinado
em seminário e escolhido não os visitou no hospital.
Pastores demais nos Estados Unidos são capelães. Membros demais são
espectadores.
Apenas quando os pastores levarem a sério o aperfeiçoamento dos santos para
fazer a obra do ministério a igreja será o que Cristo morreu para que ela fosse.
Pastores devem aperfeiçoar os santos para o ministério.
Santos
À igreja de Deus em Corinto, aos santi cados em Cristo Jesus, chamados para serem santos (1Co
1.2).
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus em
Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão com os bispos e
Aos santos e éis irmãos em Cristo que estão em Colossos (Cl 1.2).
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, aos santos e eis em Cristo Jesus que estão
A palavra traduzida para santos é “hagios”, que signi ca santo, separado. Quando
Paulo chama alguém de “santo”, está descrevendo quem ele é “em Cristo”. Ele está
falando de sua posição. Quando uma pessoa é salva pela fé em Jesus Cristo, seu
status espiritual muda e ela é vista por Deus como justa e santa, separada para Ele.
Uma razão por que temos tão poucos membros de igreja servindo em um
ministério é os pastores terem falhado em ensinar seu povo quem eles são –
santos. Como resultado, se eu fosse à sua igreja e pedisse para todos os santos
levantarem a mão, poucos levantariam. Eles cariam envergonhados de levantar a
mão. Por quê? Porque eles não se veem como santos, não se chamam de santos e,
por conseguinte, não vivem ou ministram como santos. Como resultado, eles
saem perdendo por não viverem o nível de vida que Jesus conquistou para eles por
meio de seu sangue, e a igreja falha em não se tornar tudo o que poderia ser.
A Obra do Ministério
Paulo disse aos efésios que a responsabilidade dos pastores era aperfeiçoar os
santos para a obra do ministério. De alguma forma, nós nos afastamos do
entendimento de que cada crente é um santo e que cada santo pode e deve
cumprir o ministério.
A frase “a obra do ministério” é importante. Quando Paulo fala da “obra”, ele usa
um termo (ergon) que se refere a uma ocupação, esforço, empreendimento ou
negócio. O termo “ministério” é uma palavra que simplesmente signi ca “serviço”
(diakonais).
O que Paulo está dizendo é que todos os santos devem fazer do serviço cristão
ativo um estilo de vida. Eles podem ter um dia de trabalho como policiais,
enfermeiros ou advogados, mas sua real ocupação é servir ao Senhor por
intermédio da igreja.
Um dos aspectos mais importantes da Reforma Protestante foi o despertamento
para o princípio bíblico do sacerdócio do crente. O ponto era que cada crente
tinha acesso a Deus, podia ler a Bíblia por si e servir a Deus. Foi uma tentativa de
acabar com a divisão não bíblica entre clero e leigos.
Colocar o ministério nas mãos de uns poucos especialistas é extremamente
ine caz. Por exemplo, em um modelo convencional, uma igreja com setenta
membros e um pastor só teria um ministro.
Por outro lado, usando o modelo de Efésios 4, a mesma igreja teria setenta
ministros. Ou seja, o ministério seria cumprido sete mil vezes mais! Essa igreja
não permaneceria sendo uma igreja de setenta membros por muito tempo, pois
eles seriam aperfeiçoados e enviados para ministrar à comunidade.
1. Oração
grande Pastor das ovelhas, vos aperfeiçoe em toda boa obra, para fazerdes a sua vontade,
realizando em nós o que perante ele é agradável, por meio de Jesus Cristo, a quem seja a glória
2. A Palavra de Deus
para instruir em justiça; a m de que o homem de Deus tenha capacidade e pleno preparo para
Paulo disse que a Palavra era su ciente para aperfeiçoar Timóteo e seus homens
para toda boa obra. Não é de admirar que Paulo tenha dito a Timóteo para pregar
a Palavra (2Tm 4.2), nem que Jesus tenha orado por seus discípulos para que o Pai
os santi casse pela verdade da Palavra de Deus ( Jo 17.17).
Não é de admirar que Jetro tenha dito a Moisés para concentrar parte de sua
energia em “ensinar-lhes os estatutos e as leis, e mostra-lhes o caminho em que devem
andar e as obras que devem praticar” (Êx 18.20). Já estudamos essa ferramenta em
capítulos anteriores.
3. Treinamento Intencional
Grupos
Como você sabe, a igreja de Corinto era desajustada. Uma das principais
motivações de Paulo para escrever-lhes a carta que chamamos de Primeira aos
Coríntios foi trazê-los à unidade. Nela, ele os exorta a se unirem em uma maior
unidade. Ao fazer isso, ele usa o termo kataridzo.
Irmãos, rogo-vos em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que entreis em acordo quando
discutirdes, e que não haja divisões entre vós; pelo contrário, sejais unidos no mesmo pensamento
Como pastor, eu achava difícil aperfeiçoar os santos para o ministério até que
comecei a colocar uma ênfase maior em pequenos grupos. Em pequenos grupos
saudáveis, os santos servem ativamente uns aos outros. Em vez de terem um
“ministro” pro ssional para servi-los, eles ministram uns aos outros. Eles oram uns
pelos outros. Eles encorajam e desa am uns aos outros. Cada grupo também pode
se envolver mais ativamente nas necessidades da comunidade. Discutiremos essa
ferramenta no último capítulo.
Funciona
Funcionou 2 Mil Anos Atrás
O pastor da igreja em Éfeso era Timóteo. Como já a rmamos, Paulo disse a
Timóteo para se concentrar em três coisas: Oração (1Tm 2.1), Pregação da
Palavra (2Tm 4.2) e Multiplicação de Discípulos (2Tm 2.2).
Deve ter funcionado, porque descobrimos que a igreja de Éfeso se multiplicou
para começar novas igrejas em Filadél a, Sardes, Pérgamo, Tiatira, Laodiceia e
Esmirna (Ap 2,3).
Funciona Hoje
Perguntas de Aplicação
Citação
Notas
1. Win Arn, e Pastor’s Manual for E ective Ministry, (Monrovia, CA:
Church Growth, 1988), 41, 43.
2. Homer Kent, Ephesians: e Glory of the Church, (Moody Press,
Chicago, IL: 1971), 72.
3. 275.
Multiplique!
“Jesus veio para salvar o mundo, e por esse m Ele morreu, mas em seu caminho para a
cruz, concentrou sua vida em fazer alguns discípulos. Esses homens foram ensinados a
fazer o mesmo até que, através do processo de reprodução, o evangelho do Reino
chegasse até os con ns da terra.” Robert Coleman1
ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo; ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas que vos ordenei; e eu estou convosco todos os
Potenciais
No batismo de Jesus, João Batista apontou para Ele e disse: “Este é o Cordeiro de
Deus!” ( Jo 1.36). Alguns jovens famintos ouviram isso e caram curiosos sobre
Jesus. Ele os convidou para passar o restante do dia com Ele ( Jo 1.37-39). A
próxima coisa que sabemos é que Ele formou um pequeno grupo de jovens com
quem se relacionou ( Jo 2.1).
Quando eu era adolescente, meu pastor de jovens foi Lee Simmons. Ele
derramou sua vida em vários jovens que mais tarde se tornaram pastores, inclusive
eu. Ele tinha um sonho de nos ajudar a amadurecer em Cristo e no ministério. Ele
demonstrou para nós como se vive um ministério e caz. Ele selecionou algumas
pessoas que acreditava terem ministério potencial – (Creio que alguns de nós o
selecionamos mais do que ele a nós) – e construiu um relacionamento com elas.
Ele jogava so ball conosco, nos ensinou a praticar esqui aquático e wrestling.
Estávamos tanto em sua casa que isso às vezes irritava sua esposa. Ele nos
in uenciou porque teve um relacionamento conosco.
2. Ore por Algumas Pessoas Fiéis a Fim de Derramar sua Vida Nelas
Mais tarde, Jesus tinha um grupo de jovens com quem havia construído
relacionamentos. Seu próximo passo foi estreitar seu foco em doze homens nos
quais iria estratégica e intencionalmente derramar sua vida. Como Ele os
escolheu?
Naqueles dias, Jesus se retirou para um monte a m de orar; e passou a noite toda orando a Deus.
Depois do amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais também
Jesus nos mandou orar para que o Senhor da seara envie trabalhadores para a
seara (Mt 9.37,38).
Uma estratégia que uso para formar uma equipe de potenciais discípulos é
reuni-los, compartilhar com eles a visão da colheita e fazê-los juntar-se a mim em
oração pela colheita. Várias grandes coisas acontecem. Primeiro, oramos pela
colheita. Em segundo lugar, consigo saber quais têm um coração para a colheita.
Em terceiro lugar, eles ganham um fardo pela colheita. Em quarto lugar, o Senhor
me dirige a quais deles devo convidar para um relacionamento intencional de
discipulado.
Gosto de orar por meus discípulos a mesma oração que Jesus orou pelos seus.
Ela está registrada em João 17 e inclui diversas petições:
Perguntas de Aplicação
Citação:
“Jesus passou a maior parte de seu tempo com seu pequeno grupo de líderes. Ele
concentrou sua energia neles, mentoreando-os e mostrando-lhes como viver a vida do
Caminho.” M. Sco Boren 5
Notas:
Paulo disse a Timóteo para tomar aquilo que tinha aprendido e transmiti-lo a
outros. Para que você esteja na situação em que está hoje, sendo um pastor ou até
mesmo pensando em se tornar um, Deus está obviamente atuando em sua vida.
Ele o salvou, deu-lhe dons, usou-o e chamou-o. Além disso, ele lhe ensinou muitas
coisas.
Você tem mais a dar do que possa imaginar. Eu o desa o a começar a fazer
algumas listas. Inicie com uma lista das coisas pelas quais Deus fez você passar.
Anote as grandes lições de vida que Ele lhe ensinou. Identi que as dez mais
importantes que você poderia ensinar a um jovem cristão. Que lições você poderia
compartilhar com ele sobre viver a vida cristã? O que você aprendeu sobre o
ministério cristão? Quais foram as dez passagens ou versículos mais importantes
que Deus ministrou em sua vida?
Agora pegue os itens de suas listas e elabore uma pequena lição ou mesmo um
estudo bíblico sobre cada um. Isso pode se tornar o ponto inicial de seu ministério
de discipulado. Então, à medida que você aprende coisas novas, elabore novas
lições e passe-as adiante também.
Eu era apenas um estudante de dezenove anos do segundo ano da faculdade
quando comecei a fazer discípulos intencionalmente. Não sabia muita coisa nem
tinha muito o que oferecer, mas tinha o su ciente para começar com alguns jovens
que estavam apenas um ou dois passos atrás de mim. Eu sabia o quê, por quê e
como ter um tempo diário a sós com Deus, orar, memorizar versículos, conduzir
alguém a Jesus e liderar um pequeno grupo.
Então, foi isso que lhes transmiti.
Como já mencionei, nove meses depois todos eles estavam liderando seus
próprios pequenos grupos multiplicadores! Eles estavam treinando outros em
como ter um tempo a sós com Deus, como orar, memorizar versículos, conduzir
alguém a Jesus e liderar um pequeno grupo. No ano seguinte, todos os seus grupos
se multiplicaram.
Paulo disse a Timóteo que tomasse aquilo que tinha aprendido com ele e
transmitisse a homens éis (2Tm 2.2). A palavra “transmitir” signi ca con ar e
carrega a ideia de fazer um depósito em um banco.
Deus fez um rico depósito de verdade em sua vida. Você tem a sagrada
obrigação de depositar cuidadosamente essa verdade na vida de outros. Esta
transmissão não acontece em uma reunião curta e ocasional. Acontece ao longo
de meses e anos à medida que você regularmente investe sua vida na vida de
líderes em formação.
Penso que o melhor sistema é me reunir semanalmente com um discípulo
potencial no meu grupo pequeno E TAMBÉM me reunir com ele em outro
momento da semana fora do grupo.
Não há um padrão que dite quantas vezes por semana são necessárias para fazer
o devido depósito na vida do homem el. Por exemplo, eu discipulo um jovem
que agora é um pastor dinâmico de uma igreja muito grande. Ele e sua esposa
eram do meu grupo pequeno, mas eu também me encontrei com ele uma ou duas
vezes por semana para almoçar durante um período de três anos. Ele e sua esposa
também vieram a nossa casa para jantar todas as semanas durante cerca de um
ano.
A regra de ouro é: quanto mais frequentemente você se reúne, melhor. Isso é
uma verdade especialmente nos estágios iniciais.
Estamos todos tão ocupados fazendo o que pensamos que seja “ministério”, que
muitas vezes perdemos o verdadeiro ministério que acontece quando
simplesmente “gastamos tempo” com nossos discípulos. Esse não era
frequentemente o principal método de Jesus? Imagine quantas horas Ele deve ter
gastado apenas andando e falando com seus discípulos.
Grupo
Peço aos líderes de grupo que se comprometam com várias práticas todas as
semanas fora da reunião do grupo. Na realidade, tento fazer com que todos os
membros do grupo desempenhem estas atividades tão rapidamente quanto
possível.
Nós também dividimos nossas reuniões de grupo em várias partes. Tento fazer
com que aqueles a quem estou capacitando comecem a liderar essas várias partes
o mais rápido possível.
Paulo lembrou a Timóteo que os homens éis em quem ele investiria deveriam
ser capazes de “também ensinar a outros” (2Tm 2.2). O depósito de Paulo na vida
de Timóteo foi para um propósito único e primordial: para que ele o passasse
adiante, investindo em outros.
Não perca de vista seu objetivo: a multiplicação.Ao falar do quadro maior dos
pequenos grupos multiplicadores, Joel Comiskey escreve:
Reprodução [de Pequeno Grupo] é tão central para um ministério [de pequeno grupo] que o
objetivo da liderança [de grupo] não está cumprido até que os novos grupos também estejam se
reproduzindo [...] O tema da reprodução deve guiar o ministério [de grupo]. O m desejado é que
Perguntas de Aplicação