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PLANTAÇÃO DE IGREJAS

DISSEMINANDO UMA IGREJA


CRESCENTE
Hildeberto Júnior
C. Massagli
2019 by FATIN

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser


reduzida ou transmitida de qualquer modo ou qualquer outro meio, eletrônico
mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por
escrito,
da FATIN.

Editores:
Gerson Francisco de Arruda Júnior
Hildeberto Alves da Silva Júnior
Stéfano Alves dos Santos
Supervisora de produção Editorial: Gerli Alves
Coordenadora de Produção Editorial: Hilgerly Gomes
Revisão: Roberval Felix
Assessoria Técnica: Thalyson Gomes
Capa: Editora IGP
Ilustrações e arte: Flávio Marinho
Impressão e Edição: IGP
2ª Edição

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CDD

S586p Silva Júnior, Hildeberto Alves da


Plantação de igrejas [Recurso eletrônico on-line]: disseminando uma
igreja crescente / Hildeberto Júnior, Clodoaldo Massagli; edição e revi-
são:
Regiane Ibernon Prates, Marcio Augusto Prates; capa, diagramação e
projeto gráfico: Renato Dantas; coordenação editorial e revisão final:
Regiane Ibernon Prates. – 1. ed. – Poá, SP : AME; Revival, 2019.

Formato: EPUB
Modo de acesso: lojarevival.com.br.
ISBN: 978-85-68069-21-9 (e-book)
Inclui bibliografia

1. Igrejas evangélicas – História. 2. Missão da Igreja. 3. Missionários.


4. Discipulado (Cristianismo). 5. Líderes religiosos. 6. Comprometi-
mento
organizacional. I. Massagli, Clodoaldo. II. Prates, Regiane Ibernon.
III. Prates, Marcio Augusto. IV. Título.
CDU: 266

É proibida a reprodução total ou parcial deste livro.


AGRADECIMENTOS

A Deus, que nos chamou e nos inspira a amar os povos. À minha preciosa família, à
minha esposa Christiane Joyce e meus amados filhos Lucas e Victor, que têm estado
comigo nas viagens e no ministério em todo o tempo. São meus parceiros! Aos meus
pastores e pais Hildeberto e Gerli, que me ensinaram a olhar para as nações como
sendo parte do meu ministério aqui na Terra.

À Fatin (Faculdade de Teologia Integrada), uma instituição comprometida com o Reino


de Deus e a formação de teólogos. À minha prima Rosely Pereira, pastora e diretora
da Fatin, companheira de ministério e de visão missionária, que tem abraçado a causa,
indo, orando e contribuindo para a obra nas nações.

Ao amigo Clodoaldo Massagli, que nos inspira com seu amor aos povos não alcançados,
com sua visão arrojada no investimento nas nações, indo aos campos missionários.

Pr. Hildeberto Júnior


Sumário

O que é Plantação de Igrejas

O perfil do Plantador de Igrejas

Plantando Igrejas com o discipulado

Realidades sérias sobre o amor

A Comunicação do evangelho no plantio


de igrejas (Modelos e estratégias)

Sete hábitos de um líder eficaz

O modelo ideal de igreja

Os cinco pilares para uma Igreja


crescente, saudável e sustentável

A Igreja estabelece níveis de aliança

Apêndice
Caro (a) aluno (a),

Seja bem-vindo ao Curso de Plantação das Igrejas

Louvamos a Deus pela oportunidade de escrever e lançar desafios para os interessa-


dos em plantação de crescimento de Igrejas. O objetivo é ampliar a visão quanto ao
assunto, para que o leitor tenha a possibilidade de entender o plano de Deus para os
povos não alcançados.

O que estamos pretendendo é oferecer mais uma ferramenta para, em um bom terre-
no, plantar uma excelente Igreja. Com direção e planejamento, é possível mapear e vi-
sionar uma Igreja sem paredes para um mundo sem esperança, uma Igreja centrípeta
que vai para todos os lados na ordem do Senhor.

A ideia de unir saberes nesta disciplina veio de uma unidade providenciada pelo Se-
nhor. Ele nos inspira na mesma visão, na mesma comunhão, no mesmo alvo de alcan-
çar as nações e os povos não alcançados.
Introdução e Objetivos

Louvamos a Deus pelos impactos missionários e desafios em conferências que reali-


zamos juntos. Já tivemos a oportunidade de realizar conferências teológicas e missio-
lógicas no Brasil (Pernambuco e São Paulo), além de Portugal, Coreia do Sul, Japão,
Dubai, Moçambique, em especial nas cidades de Nampula, Beira, Tete e Pemba, onde
trabalhamos juntos com povos, línguas, etnias e representantes de lugares onde a
Bíblia não foi traduzida ainda. Tivemos um momento de intercessão na fronteira com
a Coreia do Norte, na mesma visão e comunhão, com alvo de alcançar nações e povos
não alcançados.

É um privilégio tão grande essa unidade que promovemos esta disciplina, ampliando
a visão do Reino na nossa geração. Isso promove a visão de uma Igreja sem paredes
para um mundo sem esperança, uma Igreja com propósitos. Esperamos que o leitor
entenda o quanto Deus está no controle com seu projeto maravilhoso: o mistério que
estava oculto e foi revelado, que é Cristo em nós, esperança da glória.

Também é preciso destacar que uma das fontes de inspiração é o ministério do missio-
nário e pastor Ronaldo Lidório, que tem se destacado no Brasil e no mundo plantando
Igrejas, especialmente entre os Konkombas do Congo. Após os anos em que Lidório
passou com eles, deixou uma Igreja autossustentável, autônoma e com obreiros au-
tóctones.

Saindo do campo missionário e voltando ao Brasil, Ronaldo Lidório nos inspirou e nos
inspira ainda, trabalhando com as etnias brasileiras, mapeando os lugares não alcan-
çados entre os indígenas e no Nordeste. Ele nos motiva a plantar Igrejas saudáveis
com a visão do Reino de Deus e com o caráter de Cristo, glorificando o Cordeiro.

Esperamos que o aluno entenda o propósito de Deus na plantação de Igrejas saudá-


veis, com discipulado e visão de Reino. Esperamos alcançar os alunos de Teologia,
seminaristas, pessoas que aspiram e desejam o ministério. Esperamos alcançar pas-
tores, líderes e pessoas que desejam influenciar sua geração. Desejamos influenciar
de forma positiva pessoas transformadas que desejem produzir transformação aonde
quer que forem enviadas.
Outro aspecto que será abordado nesta disciplina é a saúde da Igreja uma vez estabe-
lecida. A Bíblia fala que há processos no crescimento da semente: um é o que planta,
outro rega e Jesus vai dando o crescimento. Quando a Igreja atinge certa maturidade
e se torna autônoma, precisa desenvolver algumas características, e isso de forma
natural.

Às vezes, o líder e sua equipe instalados na Igreja local começam a passar por algumas
dificuldades porque não entendem o dinamismo do Espírito Santo. Precisamos ser
sensíveis ao Céu para compreender e discernir em que tempo o grupo que lideramos
está. O planejamento da nossa vida é o Céu que faz. O Senhor é um Deus organizado
(planejamento, metas, processos). Nossa parte é a execução.

Estamos na agenda do Céu e precisamos dar respostas a ele. Se não entendermos


essa dinâmica, iremos querer engessar a ação do Espírito Santo. Nós teremos proble-
mas sempre que tentarmos impor limites de coisas que não temos o direito de limitar.
Por esse motivo, cremos que cada grupo tem suas características e seu próprio méto-
do de multiplicação. Não estamos dizendo que estratégias de crescimento não sejam
boas, só estamos dizendo que é preciso saber se essa é a vontade de Deus para aquele
grupo e que tudo é adaptável ao público e ao tempo.

É necessário inovar nossa linguagem como Igreja. Não podemos falar com as pessoas
hoje como acontecia há 10 anos. Não podemos conduzir o ministério local como fazía-
mos 15 anos atrás. Nossa capacidade de produtividade irá se perder porque os tempos
mudaram e as pessoas também.

O próprio Espírito Santo é dinâmico e vai nos chamando para novos degraus, para
patamares cada vez maiores e mais altos. Então, precisamos ter essa flexibilidade de
avaliação e tomada de decisão. O resultado da obediência é vista na expansão do Reino
de Deus, através dos frutos de uma Igreja Crescente, Saudável e Sustentável.

Os objetivos desta disciplina são:

• Definir plantação de Igrejas;


• Conhecer o perfil do Plantador de Igrejas;
• Entender a importância da formação do discipulado;
• Entender a importância da comunicação do Evangelho no plantio de Igrejas;
• Conhecer os modelos e estratégias para a comunicação do Evangelho no plantio de
Igrejas;
• Conhecer os sete hábitos para uma liderança eficaz durante o processo de plantio
de Igrejas;
• Conhecer os cinco pilares para uma Igreja crescente, saudável e sustentável;
• Estabelecer níveis de aliança na Igreja a partir da comunicação e relacionamentos.
Unidade 1

O que é Plantação de
Igrejas
Ao final da Unidade, você será capaz de:

• Definir plantação de Igrejas;


• Conhecer os motivos para plantação de Igrejas.

Guia de estudos

A Unidade primeira se divide em:

TÓPICO 1 – O QUE É PLANTAÇÃO DE IGREJAS


1.1. O PLANTIO É INTENCIONAL
AUTOAVALIAÇÃO
TÓPICO 1 - O QUE É PLANTAÇÃO DE IGREJAS

Um dos maiores desafios da Igreja moderna tem sido a multiplicação de novos cris-
tãos, tanto no Brasil quanto nos demais países e continentes. As resistências são enor-
mes, as guerras espirituais são intensas e as lutas certamente chegam ao reino físico.
Porém, pregar o Evangelho e fazer discípulos é um mandamento e não há nada que
justifique o não cumprimento dele.

O que compreendemos por Igreja é certamente a junção de um grupo de cristãos,


que biblicamente denominamos irmãos. O intuito é reunir essas pessoas em torno do
Evangelho de Cristo para cultuar a Deus, para termos comunhão uns com os outros e
para o ensinamento das Escrituras, o que chamamos de discipulado.

Quando falamos de plantar novas Igrejas, estamos falando de ter suporte para a mul-
tiplicação de mais grupos assim no maior número de lugares que conseguirmos. A
plantação de Igrejas é espalhar a semente do Evangelho, em especial onde ele ainda
não tenha sido pregado e de preferência onde ainda não haja outros grupos de cristãos.

Fonte: http://igrejamultiplicadora.org.br/new/logo-de-im/ Acesso 04.12.2019.

Uma plantação de Igrejas é como uma plantação de frutas. Quando plantamos cajá,
acerola ou manga, por exemplo, preparamos a terra, adubamos e deixamos a porção
de água certa, porque desejamos colher aquele fruto. Da mesma forma com as ver-
duras (e legumes), alface, pimentão, cebola, tomate. Além de preparar a terra, nosso
desejo é que aquele nutriente se estabeleça e um dia venha servir de alimentação.
Plantar uma Igreja é da mesma forma. É preciso preparar a terra e depois adubá-la
para receber a semente. Após semear, é necessário aguardar o crescimento, regar o
broto, até que chegue a idade de surgirem grandes frutos. E esse crescimento não é
obra de uma só pessoa. Conforme a vontade de Deus, várias pessoas se envolvem nes-
se processo. O próprio apóstolo Paulo compartilhou: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus
deu o crescimento” (1 Coríntios 3:6).

Saiba mais

Na prática, plantar Igrejas é olhar para como Jesus desenvolveu seu ministério. Ele
primeiramente proclamou o Evangelho do Reino, ensinando sobre arrependimen-
to de pecados e reconciliação da humanidade com o Pai celestial. Depois que as
pessoas eram atraídas pela sua pregação, Cristo sentava com elas e as ensinava.
As pessoas se deleitavam com o ensinamento do Mestre, que certamente as fazia
experimentar o que disse o salmista: “Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me man-
samente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça,
por amor do seu nome” (Salmos 23: 2 e 3).

Uma Igreja plantada, organizada se apresenta como um ambiente terapêutico. Todos


querem estar ali. É como uma grande árvore, que oferece sombra para o descanso.
Em alguns trechos, a Bíblia fala que as multidões seguiam Jesus. Certa vez, foi preciso
multiplicar pães e peixes para matar a fome dessas pessoas, pois elas estavam havia
muitas horas ouvindo ao Mestre (Marcos 6: 32 e 36).

É por esse motivo que aquele que se dedica à plantação de Igrejas precisa se parecer
com Jesus. Suas palavras devem jorrar da mesma fonte que o Mestre. As pessoas são
naturalmente atraídas para estarem juntas, no intuito de que aprendam as Escrituras.
A ideia de plantar Igrejas, ou seja, ter um grupo de pessoas que se reúnem no nome do
Senhor, é que elas sejam exemplos, Igrejas-modelos, frutíferas, com ambiente saudá-
vel, ao ponto de dizermos assim: “Uma Igreja sem paredes para um mundo sem espe-
rança”.

Uma Igreja plantada, regada e nutrida do modo certo possuirá um avanço correto e
constante para todos os lados. Será um ministério avançando em todas as direções.
Está sendo falado de uma Igreja que sai da sua caverna.

Ela observa e percebe o que as pessoas estão falando, o que está acontecendo na ci-
dade. Entende a sua comunidade e a comunidade aos arredores, sabe a sua demanda.
Esteja onde estiver, em missões urbanas, em tribos, em aldeias, em guetos, em luga-
rejos. A missão da Igreja é ser Igreja, é ser a extensão do ministério de Jesus. É usar o
ministério dEle. É ter relacionamento com Deus.

E, embora uma Igreja bem firmada nas Escrituras possa atrair multidões, biblicamen-
te, sempre as grandes obras de Deus começaram com um grupo pequeno. Esse foi o
modelo que Jesus formatou. Ele atraia multidões, mas discipulava um grupo restrito
de pessoas.

Mas é importante lembrar que nunca foi um grande grupo que fez
parte de expressivos momentos de Deus! Sempre foi um pequeno
grupo. Vejamos:

• Gideão tinha 32 mil homens à sua disposição, mas apenas 300 deles
foram aprovados por Deus. Estes venceram com ele os midianitas;
• Em Éfeso, havia apenas 12 homens, mas foi a partir dessa Igreja que
toda a Ásia ouviu falar de Jesus;
• Em Jerusalém, eram 12, e de lá partiu a missão apostólica para que
todos conhecessem o poder do Evangelho;
• Em Antioquia, havia uma pequena Igreja escondida nas montanhas.
Era constituída de pessoas que tinham fugido de Jerusalém por cau-
sa da perseguição. De lá, foram enviados Paulo e Barnabé para levar
o Evangelho para os gentios;
• Assim também foi no Pentecostes. O Cenáculo tinha poucos, cerca
de 120 pessoas. A multidão estava de fora.

MASSAGLI, C. Pág. 15, 2019.


! Importante

A tarefa suprema da Igreja é a evangelização do mundo. Qualquer visão menor do


que o mundo está fora da visão de plantação de Igrejas em Cristo Jesus. Mas preci-
samos ter em mente que é de pequenos em pequenos grupos que a Palavra vai se
expandindo.

1.1. O PLANTIO É INTENCIONAL

Embora a plantação de novas Igrejas seja natural, ela deve ser também intencional.
É natural porque todo organismo vivo saudável é potencialmente reprodutivo. Então,
quando uma Igreja nasce, cresce, amadure, naturalmente vai reproduzir. Porém, para
o nascimento de um novo grupo, é importante que haja intencionalidade e organização.

Dentro do que falamos, para se expandir, a Igreja olha sua comunidade interna e a
que está à sua volta. E, quando falamos à sua volta, falamos sim da comunidade local,
do bairro, da cidade. Mas a Igreja olha também outros solos que estão propícios para
serem arados para o plantio.

Então, cabe a esse organismo vivo chamado de Igreja mais amadurecida escolher o
plantador, escolher o novo local para o plantio, levantar os recursos necessários. E,
mesmo que esse processo seja natural, o sucesso também depende do sobrenatural,
vindo do dono da Igreja. Portanto, nada pode ser levado adiante sem oração.

Ao estudarmos sobre Engenharia Agrônoma, percebemos que, quando o assunto é


plantação e colheita, os engenheiros trabalham com afinco para que haja a menor
margem de erros. Eles sabem o melhor tempo de lançar a semente e também sabem
preparar o solo para recebê-la. Por exemplo, ninguém em sã consciência faria uma
plantação sabendo que no mesmo dia viria uma enxurrada.
Fonte: http://www.metodista1re.org.br/2018/09/03/curso-intensivo-plantacao-de-igre-
jas-no-seculo-21/ Acesso 04.12.2019.

Até os que são mais leigos sabem que não se planta em tempo de vendavais, porque a
violência e o fluxo das águas arrastam a semente, impedindo que os brotos nasçam e
as raízes se firmem na terra. E é por isso que precisamos ser prudentes nessa tarefa
de fundamental importância para a Igreja cristã.

Em países como Israel e Japão, o solo nunca é propício para a plantação de cereais,
por exemplo. Um é uma zona desértica, sem umidade; o outro é um arquipélago, com
áreas vulneráveis a terremotos, além de sofrer influência dos ventos e do mar. Porém,
esses países desenvolveram tecnologias para plantar, cultivar e colher. Eles não te-
riam outra opção se quisessem sustentar seu povo. Aprenderam a produzir, mesmo
em lugares improváveis.

Estamos falando isso porque, quando se trata de plantação de Igrejas, não há descul-
pas para não fazer. Seja onde for. Não precisamos de solos preparadinhos, com am-
biente natural propício. Precisamos é descobrir em Deus os recursos que vamos usar
em tal jornada.

Como plantadores de Igrejas, nós já temos a garantia de que há qualidade na semente.


A Palavra de Deus nos garante que ela brota e não volta vazia (Isaías 55:11). A Parábola
do Semeador também deixa claro que os brotos que não deram certo tinham a ver com
a qualidade do solo e não da semente (Mateus 13:3-9; Marcos 4:2-9; Lucas 8:5-8).
Assim, do que precisamos é perguntar ao dono da semente em que direção Ele quer
que a lancemos; é ter paciência para vê-la germinar; é usar com responsabilidade os
recursos que temos para que ela cresça; é protegê-la até que tenha estrutura robusta
para se defender e se sustentar sem auxílio. Quando esse dia chegar, a semente estará
pronta para começar um novo ciclo semelhante a este. Então, novas sementes serão
lançadas e novas Igrejas serão plantadas.

Acesse

Para saber sobre Motivações para Plantação de Igreja, acesse o link:

https://ctpi.org.br/motivacoes-para-plantacao-de-igreja-buscando-as-razoes-corretas/
Acesso em 04.12.2019.
AUTOATIVIDADE

1 O que é Plantação de Igrejas?

2. Por que é intencional o plantio de igrejas?


Resumo

Nesta unidade, você estudou:

• O que é plantação de Igrejas?;


• Quais os motivos para plantação de Igrejas?
Unidade 2

O perfil do Plantador
de Igrejas
Ao final da Unidade você será capaz de:

• Conhecer o perfil do Plantador de Igrejas.

Guia de estudos

A segunda Unidade se divide em:

TÓPICO 2 – O PERFIL DO PLANTADOR DE IGREJAS


2.1. O PLANTADOR DE IGREJAS É RESILIENTE
2.2. O PLANTADOR DE IGREJAS É DISCÍPULO DE JESUS
2.3. O PLANTADOR CRESCE ATRAVÉS DA ORAÇÃO
AUTOAVALIAÇÃO
TÓPICO 2 - O PERFIL DO PLANTADOR DE IGREJAS

O plantador de Igrejas é, antes de qualquer coisa, um cristão obediente, pois plantar


Igrejas é um mandamento de Cristo: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações”
(Mateus 28:19). E não há nada que justifique o não cumprimento dele.

Aquele que se disponibiliza e se lança nesse ministério precisa mais do que ninguém
ter uma vida de constante relacionamento com o Senhor. Deve ser dado à oração e
a leitura da Palavra. Não tem como lançar fundamentos e levantar uma casa sem
consultar o seu dono. Não podemos seguir com uma obra sem a aprovação de quem
a projetou e sonhou com ela. Então, é preciso empenho em entender o que deseja o
coração de Deus.

Fonte: https://infopastor.com.br/site/10-ideias-sobre-o-trabalho-arduo-na-revitalizacao-de-igreja/
Acesso em 04.12.2019.

Plantar Igrejas é ser exemplo entre os homens. A equipe que está no plantio de Igrejas
deve ser um espelho. Quem olhar para nós deve enxergar uma diferença, uma visão de
pessoas que estão dispostas a cuidar e a regar a plantação.

O plantador deve ser a “luz do mundo e o sal da terra”, como é dito em Mateus. Ele
é parte da Igreja que brilha, que não se esconde debaixo da vasilha, da panela ou da
mesa. Está no lugar certo e faz toda a diferença. Traz sabor por onde passa.
Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para
nada mais presta senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. Vós
sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um
monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no
velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a
vosso Pai, que está nos céus.

Mateus 5:13-16

Aquele que planta Igrejas deve ter a mente do Céu, a percepção do Céu, pois ele se
movimenta quando quer se revelar para nós. Jacó, antes de começar sua jornada para
se tornar Israel, teve uma visão de anjos subindo e descendo, em completa interação
com a Terra (Gênesis 28:10-12). O Céu coopera conosco quando estamos de acordo
com seus propósitos.

Em uma conversa, Jesus revelou algo sobre seu passado ao israelita Natanael, que
muito se admirou e reconheceu a majestade do Senhor. Jesus falou que ele veria an-
jos subindo e descendo, cooperando com o Filho do Homem. É como se tivesse dito:
“Perceba que em todo tempo o Céu coopera com o meu ministério na Terra!” (João 1:51).

O Céu precisa ser o lugar onde o plantador de Igrejas se sinta à vontade. Como a águia,
que vive nas alturas, porque sua natureza é nas alturas. Nós também temos essa na-
tureza. O apóstolo Paulo afirma que fomos assentados nas regiões celestiais em Cristo
Jesus (Efésios 2:6). E é de lá que alcançamos voo para cumprir seus propósitos na
Terra.

Plantar Igrejas é ter visão de águia, não de galinha. E há diferenças aí. A galinha se
limita a olhar onde seu bico alcança, só para baixo. A águia é precisa e passa uma vida
inteira treinando sua visão do alto. Ela percebe tudo aquilo que não é seu alvo ao redor,
mas é focada naquilo que quer alcançar.

Como a águia encontra renovo quando as forças já lhe faltam, assim somos nós. O
plantador de Igrejas, apesar de ser um incansável, sabe onde encontrar descanso e
renovação. “Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como
águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão” (Isaías 40:31).
2.1. O PLANTADOR DE IGREJAS É RESILIENTE

A resiliência é a qualidade daquele que não se deixa abater pelos fatores externos. O
resiliente se adapta a mudanças, supera obstáculos e não cede às pressões. Ele é fir-
mado na rocha, que é Cristo. Quando a tempestade vem, não se curva nem desmorona.
E, se Jesus permitir que um dia as estruturas físicas venham abaixo, a espiritual fica
firme.

O apóstolo Paulo escreveu sobre esse tipo de homem e mulher de Deus: “Portanto, que
todos nos considerem como servos de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. O que
se requer destes encarregados é que sejam fiéis” (1 Coríntios 4:1 e 2).

Saiba mais

No texto original, a palavra usada para servos é “huperetes”, que quer dizer lite-
ralmente “remadores inferiores”. Os huperetes ou huperetos eram escravos em
sua maioria, usados como força para mover as embarcações de guerra chamadas
“galeras”1 .

Para dar a eles o comando de como deviam remar, havia um tamborista, que mar-
cava com o toque no instrumento o ritmo de suas braçadas. Em um confronto, os
huperetes eram os primeiros a morrer, fosse numa colisão, destruição do barco
pelo inimigo ou em um naufrágio. Quando a água inundava a embarcação, sequer
tinham chance de sair, pois ficavam acorrentados.

1
EQUIPE. Disponível em: <https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2013/03/escravo-servo-origi-
nal-hebraico-grego.html>. Acessado em setembro de 2019.
O termo da época de Paulo servia para indicar que uma pessoa, que não precisava ne-
cessariamente ser escrava, estava obrigada a trabalhar sendo subordinada de alguém.
Ou seja, o apóstolo estava dizendo que aqueles que se entregam ao ministério terão
que ser fortes o suficiente, remando até a morte, se preciso.

Somos “servos de orelha furada”, ou seja, voluntariamente nos entregamos ao senho-


rio de Jesus. Entregamo-nos por vontade própria às correntes de amor do Evangelho
de Cristo. Aceitamos estar numa posição incômoda, mas remamos para que os novos
cristãos, a comunidade, a cidade e a nação que o Senhor nos confiou cheguem à terra
firme. Remamos para que eles cheguem um dia ao Trono de Deus.

2.2. O PLANTADOR DE IGREJAS É DISCÍPULO DE


JESUS

Mateus 16:24 destaca: “Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após
mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me”. O plantador de Igrejas
conhece a cruz e sabe o que é autonegação. Esse processo de crucificação pessoal fala
de abrir mão de nossas vontades para fazer a vontade de Cristo. Em nós e através de
nós. Lucas 14:26 aponta: “Aquele que não renuncia tudo quanto tem não pode ser meu
discípulo, disse Jesus”.

Para ser um plantador, é preciso experimentar a renúncia em padrão elevado, em obe-


diência plena. Isso quer dizer o abandono total de nossas vontades. E as abandonando
e tomando a vontade de Jesus, nosso caráter vai sendo construído de glória em glória.
Mais importante do que ser um ativista é ter o caráter aprovado. É parecer com Cristo,
é estar firmado em seus princípios. “Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se
vocês permanecerem firmes na minha Palavra, verdadeiramente serão meus discípulos”
(João 8: 31).

Ser discípulo é abandonar tudo. Lucas 14:33 diz: “Aquele que não aborrecer pai, mãe, tio,
tia e até sua própria vida não pode ser meu discípulo”. Isso é colocar Jesus em primeiro
lugar. Cuidado para não pensar que aborrecer a família é abandoná-la. Não!
Trata-se de colocar Jesus em primeiro lugar, de forma tal que você possa transbordar.
E, no transbordar do seu cálice, as pessoas que estão ao seu redor vão desfrutar da
presença do Senhor na sua vida. Sua esposa será abençoada, seus filhos serão aben-
çoados, seus pais serão abençoados, sua família será abençoada, tudo na sua vida será
abençoado. Porém, com Ele em primeiro lugar, como diz Lucas 14:33 e acabamos de
ler.

O discípulo de Jesus é reconhecido pelos seus frutos. Vamos conhecer o plantio de


Igrejas através da produção de frutos. Os discípulos produzem frutos que permanecem
e trazem prazer. “Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim se-
rão meus discípulos” (João 15:8).

Portanto, para plantar Igrejas é preciso ser discípulo, até porque essa pessoa se tor-
nará alguém que ensinará o discipulado. E este, na perspectiva de Jesus, é obediência
plena, é autonegação, é renúncia, é abandonar tudo, é constância na Palavra, é produ-
ção de frutos, é espelhar o Cordeiro, é andar e entender o Carpinteiro.

É refletir a imagem do Senhor. Como é dito em Salmos 67, é ter nossa face refletindo a
imagem de dEle. É andar com Jesus, como Jesus. É ser um livro aberto, a Bíblia aber-
ta. Olharão para nós e dirão: “Veja o Cristo”. Leia o que está escrito em Colossenses
1:27: “Pois o mistério que estava oculto nos foi revelado, que é Cristo em nós, esperança
da glória”.

Como plantadores de Igrejas, precisamos de Cristo andando em nós, tomando conta


de nossas palavras. É a Palavra dentro de nós que fará com que Ele apareça. Portanto,
vamos plantar Igrejas como discípulos, como discípulos que fazem discípulos, como
discípulos que avançam e que refletem a imagem do Senhor!

2.3. O PLANTADOR CRESCE ATRAVÉS DA ORAÇÃO

As pessoas que se dispõe a uma tarefa como a plantação


de Igrejas devem ter a mente e o coração valorosos. Elas
precisam ter relacionamento com o dono da obra. Esse é
um requisito mais do que importante.
Fonte: https://formacao.can-
caonova.com/espiritualidade/
oracao/ Acesso 04.12.2019.
Sem ele, ninguém deve ousar colocar a mão no arado. Até porque no plantio de novas
Igrejas o crescimento se dá através da prática da oração.

É a oração do plantador fiel que rega o broto no solo dos corações que serão alcança-
dos e transformados pelo Evangelho. É o favor do Senhor que garante uma boa seme-
adura, o brotar das sementes, o amadurecimento e a frutificação. Esse é um fator-
-chave no plantio de Igrejas.

A oração é o segredo de todos os homens de Deus bem-sucedidos nos seus chamados


e ministérios. Na plantação de Igrejas, precisamos de muitos recursos, mas nenhum
deles é tão essencial como ser um homem ou uma mulher de oração ou uma equipe
que realmente ora.

Orar é reconhecer que tudo vem de Deus, e tudo é para Ele e para a glória dEle (Ro-
manos 1:36). Orar é submeter o início, o meio e o fim à plena vontade do Senhor; é re-
conhecer que sem Ele nada podemos; é declarar total dependência do seu favor (João
15:5); é atrair sua presença, pelo simples fato de que precisamos dEle perto.

A oração tem o poder de transformar pessoas e ambientes físicos e espirituais. Todos


os avivamentos registrados na história da Igreja começaram porque alguém decidiu
orar. Em 1 Crônicas, há o registro de alguém cujo contexto demonstra que a vida não
era nada satisfatória. E ele orou, clamando por mudança. Estamos falando do jovem
Jabez:

Foi Jabez mais ilustre do que seus irmãos; sua mãe chamou-lhe Jabez,
dizendo: Porque com dores o dei à luz. Jabez invocou o Deus de Israel, di-
zendo: Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que seja
comigo a tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha
aflição! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido.

1 Crônicas 4:9 e 10
Acesse

Você sabe a importância da oração? Acesse o link:

https://soucatequista.com.br/voce-sabe-a-importancia-da-oracao.html Acesso em
04.12.2019.

Já imaginou nascer com um nome que significava “angústia, dor, sofrimento”? Aquele
rapaz viveu os primeiros anos de sua vida estigmatizado por um sofrimento, que a Bí-
blia não detalha, mas que afligiu sua mãe ao ponto de dar-lhe esse nome. Outras mães
na Bíblia fizeram isso, há mais registros. Mas o que nos chama atenção é o que esse
filho fez, Jabez invocou a Deus.

Invocar a Deus é e será sempre a maior e melhor estratégia de um homem temente,


seja ele plantador de Igrejas ou não. Na oração de Jabez, vemos alguns pedidos que
nos ensinam muito sobre a atuação do Senhor. Iremos fazer um paralelo dessa oração
para o entendimento de como os pedidos podem ser feitos pelo plantador de Igrejas:

• Como seria bom se o Senhor me abençoasse

Jabez certamente queria que o estigma de seu nome fosse extirpado, e que fosse co-
nhecido pela bênção de Deus e não pelo infortúnio. No ambiente da plantação de Igre-
jas, não importa se o lugar é inóspito, a cultura difícil ou as pessoas duras, Deus pode
mudar a sorte.

O plantador de Igrejas deve orar assim: “Ó Deus, abençoe os procedimentos, abençoe os


recursos, abençoe a criatividade, abençoe os trabalhos com perfeição, abençoe os relacio-
namentos. Traz sua bênção nesse plantio de Igrejas!”.

• Como seria bom se expandisse meu território

Jabez clamou por uma expansão. Não foi por cobiça, mas pediu para que fosse aumen-
tada sua influência para além das tendas de sua família. O texto começa dizendo que
ele era o mais respeitado de sua casa, o que significa que sua influência se expandiu.
E se expandir no contexto de plantação de Igrejas significa ter uma posição na comu-
nidade local. Significa ter mais alianças e mais condições de abençoar o maior número
de pessoas, de repartir com mais pessoas.

O plantador é um homem que olha para o horizonte e a sua oração é: “Senhor, derrame
a tua bênção para todos os lados. Glorifique o teu nome o mais longe que conseguirmos
pregar o teu Evangelho!”.

• Que a tua mão seja comigo

Jabez sabia que não bastava ter o território alargado. Ele precisaria da presença do
Senhor respaldando tudo o que fizesse. A mão de Deus era a única garantia de que
seria bem-sucedido.

Seja uma equipe no plantio de Igrejas ou o plantador de Igrejas, em todo o tempo, a


mão do Senhor deve estar presente, no dia a dia, no final de semana, em tudo o que
se faz, na família, na saúde, nas viagens, no fechamento do caixa, em não acumular
dívidas. O padrão dos santos é na entrada e na saída.

• Preserve-me do mal

Jabez estava pedindo a proteção do Senhor para que os males não alcançassem sua
jornada. Era um pedido para que as lutas fossem comedidas e para que não fosse alvo
da maldade humana.

Nossa oração deve ser: “Senhor, vem com a tua presença em tudo o que fizermos. Livra-
-nos da discórdia. Livra-nos de pessoas que possam nos oprimir. Livra-nos de pessoas que
não trabalham com eficiência. Livra-nos de toda e qualquer circunstância que possa vir a
paralisar o crescimento da obra”.

Conheço pessoalmente o testemunho de uma jovem que decidiu expandir o Evangelho.


Ela é membro da Igreja que eu e minha esposa pastoreamos, a Igreja Batista Missio-
nária Filadélfia. Após um período de oração, foi enviada para estudar Missiologia na
Escola Wycliffe, também conhecida como Missão Alem (Associação Linguística Evan-
gélica Missionária).
Essa escola foi fundada por inspiração da Wycliffe Bible Translators (Associação Wy-
cliffe para a Tradução da Bíblia). O objetivo é claramente traduzir a Bíblia para o maior
número de línguas possíveis. Então, a missionária se lançou em estudar Missiologia, e
se dedicou a aprender fonética, linguística e cultura.

Depois de concluir os estudos, ela decidiu plantar uma Igreja em uma etnia, estado-
-país, entre os índigenas, na mata, em um local de difícil acesso, com uma língua não
escrita no papel, uma língua falada. A missionária foi aplicar seu conhecimento fonéti-
co, linguístico, cultural e missiológico.

Ela morou anos dentro da Aldeia. Aprendeu a língua, ajudou a colocar a língua no pa-
pel, ajudou na alfabetização. Passaram a surgir as primeiras traduções do Novo Tes-
tamento, do Antigo Testamento. Então, concluiu-se o processo de tradução da Bíblia,
Novo e Antigo Testamento. Uma Igreja linda começou a surgir dentro de uma etnia
específica. Quando isso aconteceu, já havia mais de 400 membros.

A missionária formou pastores autóctones (nativos da etnia). Hoje, são mais de seis
pastores autóctones. E uma equipe de louvor com vários violões. É uma Etnia que já
alcança mais de 14 aldeias de forma autêntica, em uma dimensão espetacular, para
todos os lados. Atualmente, a etnia já evangeliza sozinha, já nem precisam da missio-
nária para ir de aldeia em aldeia. Vai pelos rios, vai pela mata!

Olhar a etnia hoje e ver a Bíblia traduzida, ver uma Igreja formada, ver uma Igreja com
pastores autóctones e uma multidão de indígenas glorificarem ao Cordeiro é extraor-
dinário. Estamos vendo a mão do Senhor abençoando aquela jovem e vendo que suas
fronteiras foram alargadas. Que trabalho lindo!

Esta é a essência de um plantador de Igrejas: o Senhor vem em primeiro lugar. Uma


vida devotada à oração e ao relacionamento com Deus e com as coisas que vêm do
Alto resulta em frutos maravilhosos, em expansão do Evangelho do Reino. A Bíblia diz:
“Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede rece-
be; o que busca encontra; e a quem bate abrir-se-lhe-á” (Mateus 7:7 e 8).

Ainda no ensino sobre o plantio de Igrejas através da oração, a Bíblia diz que o Senhor
ouviu o clamor de Jabez e concedeu seu pedido (1 Crônicas 4:10). O fato de clamar e
Deus ouvir significa que ele foi alguém extraordinário, um hiato nas Escrituras. Apenas
dois versículos nos ensinam como alguém pode ser bem-sucedido no que está se pro-
pondo a fazer, e o segredo é sempre a oração!
Para encerrar este capítulo, quero compartilhar um testemunho sobre pedir e Deus
nos conceder...

Eu e minha esposa sempre pedimos ao Senhor que nos permitisse expandir nosso cha-
mado. Certa vez, fomos convidados pelo pastor-presidente da Igreja Carisma, plantada
em Porto, no norte de Portugal, para irmos até lá e começarmos uma escola bíblica.
Eu, minha esposa, nossa Igreja local, pastores da nossa Igreja local organizamos o
currículo. Moramos lá dois anos e a escola bíblica foi plantada. Formamos 70 alunos,
que servem em suas Igrejas, em suas empresas, em seu dia a dia. Como foi bom plan-
tar essa escola bíblica, treinar.

Também plantamos uma escola bíblica em Lisboa. Em dois setores grandes. No pri-
meiro ano, tivemos um grupo de 30 alunos. No segundo ano, na segunda etapa, em
outro local, foram mais de 30 alunos também. Foram duas escolas naquela cidade,
além da de Porto. Que coisa linda saber que Deus realizou esse sonho de plantar es-
cola bíblica na Europa!

O “Deus lhe concedeu o que ele tinha pedido” acontece até hoje, mas temos que orar
e clamar. Ah, quantos sonhos temos na família, conquistas, alvos de prosperarmos,
de exercermos capacitação de nossos líderes, de desenvolvermos nossos ministérios,
nossa família, nossa rede de influência. Então, precisamos continuar perseguindo a
concessão do Senhor para esses projetos. Qual o desejo do seu coração? João diz as-
sim: “Tenho vos dito essas coisas para que o meu gozo esteja em vós e o vosso gozo
esteja completo” (João 15:11).

Satisfação plena é o objetivo do plantador de Igrejas. Ele deseja alargar as fronteiras e


ter as respostas de Deus no local em que se está desenvolvendo, expandindo o Reino
de Deus. A mente do plantador de Igrejas reflete a de Cristo. E por isso ele sabe que
sem o Pai nada pode fazer.
TESTEMUNHO SOBRE A ORAÇÃO

UM GRUPO DE JOVENS VISITANDO A INGLATERRA

James Edwion Orr, professor da Faculdade Wheaton, levou alguns de seus alu-

nos numa rápida viagem a à Inglaterra, em 1940. Eles visitaram a antiga reitoria

de Epworth, onde residia a família de John Wesley, famoso teólogo anglicano.

Ao lado da cama de John Wesley vê-se dois pequenos círculos onde o tapete

está bem desgastado, marcas que seus joelhos deixaram após tanto orar pela

renovação espiritual da Inglaterra.

o embarcar no ônibus para deixar o local, o professor notou que faltava um

aluno. Voltou, subiu as escadas e encontrou o aluno ajoelhado sobre as mar-

cas, orando: “Faz de novo, Senhor! Faz de novo!”.

O professor pôs a mão sobre o ombro do rapaz e disse: “Vamos, Billy, temos

que ir embora”.

Fonte: DVD “Billy Graham, O Embaixador de Deus.

Billy Graham

Fonte: https://cb.org.br/edificante-testemunho-sobre-a-oracao-e-billy-graham/ Acesso em

06.12.2019.
AUTOATIVIDADE

1. O que é ser um Plantador de Igrejas?

2. O que é preciso para ser um Plantador de


Igrejas?

3. Qual é a principal qualidade de um Plantador


de Igrejas?
Resumo

Nesta unidade, você estudou:

• Definição de Plantador de Igrejas;


• As principais qualidades do Plantador de
Igrejas.
Unidade 3

Plantando Igrejas com


o discipulado
Ao final da Unidade você será capaz de:

• Entender a importância da formação do discipulado.

Guia de estudos

A Unidade terceira se divide em:

TÓPICO 3 – PLANTANDO IGREJAS COM O DISCIPULADO


3.1. DISCÍPULOS GERAM DISCÍPULOS
3.2. QUALIDADES VITAIS DO VERDADEIRO DISCIPULADO (O FRUTO DO ESPÍRITO)
AUTOAVALIAÇÃO
TÓPICO 3 - PLANTANDO IGREJAS COM DISCIPULA-
DO

O discipulado é a chave da plantação de Igrejas. Esse foi o método de Jesus. Aliás, esta
é a visão de plantar Igrejas: formarmos discípulos e seguirmos a Cristo. A formação de
discípulos nada mais é do que ensinar como a ação do Espírito Santo acontece através
do conhecimento da Palavra de Deus.

Antes de prosseguirmos, é preciso levar em conta que, quando falamos de formação de


discípulos, não estamos falando de discipular para nós. A ideia é formar pessoas para
serem autênticos discípulos de Jesus, tal qual somos. Então, é de grande importância
que aquele que ensina tenha o caráter parecido com o do Mestre, pois a primeira visão
de Jesus que os novos cristãos terão será no plantador de Igrejas.

Saiba mais

Na Bíblia, há três citações da palavra “cristão”, ao passo que o termo “discípulo”


aparece 250 vezes no Novo Testamento. Isso quer dizer que ele foi escrito para
discípulos2 . Portanto, já temos o manual básico de ensino para essa formação.
Aquele que desejar seguir a Jesus já virá sabendo que precisa de autonegação e
de suportar a cruz (Mateus 16:24). Aprenderá que a vida com Cristo é de renúncia
e no padrão mais elevado (Lucas 14:26,33). Saberá que o Senhor sempre virá em
primeiro lugar.

No discipulado, é muito importante a formação do caráter. Aliás, o caráter é a verdade,


é como uma panela sem furo. É aquela panela toda fechada, pronta para receber as
verduras, para preparar uma sopa ou para fazer um feijão. Antigamente, os vendedo-
res iam de porta em porta vender panelas e, quando tinham uma delas furada na parte
de baixo, enganavam seus clientes usando cera.

2
BEZERRA, Carlos Alberto. Formando Discípulos. Disponível em: <https://www.revistacomu-
na.com.br/deus/339-formando-discipulos>. Acessado em setembro de 2019.
Se na hora da compra o cliente colocasse a panela contra o sol para ver se havia bura-
cos, a cera não permitiria que enxergasse o furo. Mas, quando colocado no fogo, aquilo
derretia e a comida descia pelo buraco. Assim é o discípulo mal formado. Quando sub-
metido a pressões, tudo o que tem dentro escorre. Quando trabalhamos o caráter de
alguém, o preparamos para o tempo da pressão, o tempo do fogo.

O plantador de Igrejas precisa deixar a cruz passar nos lugares mais difíceis do seu ca-
ráter. Assim, terá autoridade para ensinar aos demais. As pessoas se associam umas
as outras por afinidades e, para a pregação do Evangelho de Cristo, nosso caráter pre-
cisa se parecer com o dEle. As pessoas precisarão querer ter um caráter semelhante.
Somente discípulos de caráter podem gerar discípulos autênticos. Veja essa citação de
William Davis3 :

As circunstâncias entre as quais você vive determinam sua reputação; a


verdade em que você acredita determina seu caráter... A reputação é o que
acham que você é; o caráter é o que você realmente é... A reputação é o que
você tem quando chega a uma comunidade nova; o caráter é o que você
tem quando vai embora... A reputação é feita em um momento; o caráter
é construído em uma vida inteira... A reputação torna você rico ou pobre; o
caráter torna você feliz ou infeliz... A reputação é o que os homens dizem de
você junto à sua sepultura; o caráter é o que os anjos dizem de você diante
de Deus.

DAVIS, William Hersey

No início do seu ministério, Jesus realizou a seleção daqueles que andariam com ele.
No discipulado, é estratégica a seleção desse discípulo. Todo cristão tem potencial
para ser um discípulo, mas, no processo de plantação de Igrejas, existem aqueles que
são despertados pessoalmente para esse propósito. Eles são multiplicadores natos e
precisam receber o discipulado com mais afinco.

3
EQUIPE. Davis, William Hersey. Disponível em: <https://www.pensador.com/frase/MzIyNzk/>.
Acessado em setembro de 2019.
Selecionar discípulos é observar, ver o futuro no presente. É mapear a comunidade
local para saber o perfil de quem será selecionado. Que desafio! Jesus fez isso. Ele dis-
se: “Vinde após mim e Eu vos farei pescadores de homens”; “Pedro, vem e segue-me”;
“Lucas, vem e segue-me”; “Judas, vem e segue-me”; “João, vem e segue-me”.

O Evangelho deve ser pregado a todos, mas a seleção dos primeiros discípulos é fun-
damental, pois ela garantirá que, no curso do crescimento daquela Igreja, toda a co-
munidade seja discipulada. Aliás, o objetivo dessa seleção é fazer de todo cristão um
discípulo, de todo discípulo um líder e de toda casa uma Igreja.

Outra questão de suma importância no processo de discipulado é a delegação. Depois


que é selecionado, treinado e entende a obediência de viver os princípios, o discípulo
aprende sobre o que é delegar. Aprende a dividir tarefas e cumprir projetos mais altos.

Jesus delegou: “Vão de dois em dois”; “Façam discípulos”; “Multipliquem”. Há uma or-
dem, uma academia, uma assistência à qual o discípulo é delegado para cuidar, plan-
tar, tratar, formar outros. Isso é muito importante!

O plantio de Igrejas no discipulado ou na formação de discípulos também envolve a


supervisão. Se alguém obedeceu, foi formado, selecionado e delegado, logo precisará
supervisionar um trabalho numa cadeia de multiplicação.

Vamos citar alguns exemplos. No ensino da Palavra, na escola bíblica, como estão
sendo passados os textos bíblicos, os ensinamentos, a visão do Cordeiro? O Cristo está
sendo vivido? As pessoas estão de fato aprendendo a ser como Jesus? A supervisão é
muito importante.

O discipulado também se destaca no plantio de Igrejas na multiplicação, porque serão


multiplicados discípulos. Multiplicar é espalhar a semente do Evangelho, para a glória
de Deus. Quando alguém se dispõe a essa pregação, Jesus se mostra nele, com força
e graça. O poder da ressurreição desperta o espírito do perdido para vir à luz e o amor
de Deus atrai.
Quando um discípulo se dispõe a obedecer, a palavra criativa invade seus lábios, as
estratégias vêm e a sabedoria do Espírito também. Uma vez, disseram à nossa missio-
nária:

- Você é fantástica. Foi a uma tribo, aprendeu a língua, traduziu a Bíblia, treinou pasto-
res autóctones, preparou uma equipe de louvor, treinou enfermeiras, treinou mulheres
para fazerem até partos na aldeia!

E ela respondeu:

- Não. Eu simplesmente obedeci ao meu Senhor!

Esses são passos que têm dado certo na plantação de Igrejas através do discipulado.
Primeiramente, é preciso ser um discípulo para ser um plantador de Igrejas. Os outros
passos são: fazer e formar discípulos; selecionar discípulos; formar o caráter; treiná-
-los na obediência; e, então, aplicar a delegação; treiná-los na supervisão; enviá-los
para a multiplicação no plantio de Igrejas.

3.1. DISCÍPULOS GERAM DISCÍPULOS

O maior propósito de formar discípulos é um dia os outros olharem para essa pessoa
e dizerem: “Olha o Cristo!”. A Palavra fala que se trata de um mistério que se ocultou
desde a eternidade e que através de nós pode ser revelado ao mundo, tanto a esperan-
ça de salvação quanto o aperfeiçoamento em santidade e caráter.

O mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gera-


ções, e que agora foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer
conhecer quais são as riquezas da glória desse mistério entre os gentios,
que é Cristo em vós, esperança da glória; a quem anunciamos, admoestan-
do a todo o homem e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para
que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo.

Colossenses 1:26-28
Um discipulado saudável gerará discípulos saudáveis, que logo também irão gerar se-
gundo a espécie. Aliás, todos que conhecemos a Palavra sabemos coletivamente que
uma vez salvos e em processo de transformação, devemos, em obediência, espalhar o
Evangelho de Cristo a todos os povos da Terra, até que o Senhor venha. Esse é o obje-
tivo de plantar Igrejas através do discipulado.

! Importante

É importante destacar que o discipulado autêntico é a forma mais eficiente, autos-


susten-tável e duradoura de comunicar o Evangelho dentro de um perímetro local,
seja no con-texto urbano ou numa etnia culturalmente definida. Quando consegui-
mos discipular uma única pessoa naquele local e despertamos nela o desejo da
evangelização, conseguimos alcançar três condições: gerar demanda pela comu-
nicação de um Evangelho culturalmente compreensível; estabelecer localmente o
Reino; duplicar o efeito do discipulado - pois Igrejas plantam Igrejas, discípulos fa-
zem discípulos.

A formação do primeiro discípulo em uma comunidade demandará mais tempo, paci-


ência e abnegação do plantador de Igrejas. Isso porque precisará ser muito sensível ao
Espírito de Deus para não entrar em embates culturais, porém, a partir dele, a comu-
nicação do Evangelho será mais eficiente e compreensível para os demais.

Fazer discípulos é ensinar a amar a Palavra de Deus. Um discípulo é conhecido por


guardar a Palavra. E, à medida que ele conhece os mandamentos de Cristo, produzirá
frutos e frutos que permanecem (João 15:8). Essa frutificação é a obediência plena a
Jesus, é a constância na Palavra, é espelhar-se no caráter do Cordeiro e resplandecer
a sua face (Salmo 67:1). É andar junto e entender o Carpinteiro.
3.2. QUALIDADES VITAIS DO VERDADEIRO DISCIPU-
LADO (O FRUTO DO ESPÍRITO)

É importante ter em mente que, no processo de plantação de Igrejas, a preparação do


solo é de suma importância, como já foi dito anteriormente. Ser estratégico em prepa-
rar o plantio é fundamental, uma vez que o brotar das sementes está ligado à qualidade
do solo, como a Parábola do Semeador nos ensina (Mateus 3). A semente do Evangelho
é incorruptível.

Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível,


pela Palavra de Deus, viva e que permanece para sempre. Porque toda a
carne é como a erva e toda a glória do homem, como a flor da erva. Se-
cou-se a erva e caiu a sua flor; mas a Palavra do Senhor permanece para
sempre. E esta é a Palavra que entre vós foi evangelizada.

1 Pedro 1:23-25

Quando o homem natural, na condição de pecador se encontra com o poder da Palavra


de Deus, do Evangelho do Cristo ressurreto e a Ele se entrega, sua antiga natureza
pecaminosa murcha. Pelo arrependimento, as coisas antigas vão ficando para trás (1
Coríntios 5:17) e o espírito recriado começa a brotar. Nesse processo, a ação do Espí-
rito Santo transforma esse novo homem de glória em glória.

É sobre isto que trataremos agora: a manifestação do fruto do Espírito Santo na vida
do novo crente. Quando plantamos algo, uma semente de tomate, por exemplo, e es-
peramos a germinação e o crescimento, no tempo certo iremos até aquela tomateira
para colher seus frutos. O objetivo das sementes no solo é crescerem e no seu tempo
darem frutos.

Ninguém planta tomate esperando colher cebolas, tampouco Jesus planta a semente
incorruptível para colher as obras da carne. Quando a semente do Evangelho de Cristo
é plantada, regada e cuidada, o natural é que ela manifeste o fruto do Espírito Santo
descrito em Gálatas:
Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não
há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas
paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo
Espírito.

Gálatas 5:22-25

Cada fruto tem suas características e qualidades. Quando nos referimos a uma deter-
minada fruta, sabemos discriminá-la por suas peculiaridades. Por exemplo, se alguém
perguntasse como é uma melancia, diríamos que é uma fruta grande, de casca grossa
e verde, e que a parte de dentro, que costumamos comer, é vermelha, doce, suculenta
e tem muitas sementes. O fruto do Espírito Santo tem suas características e, uma vez
manifestas, nos proporcionam benefícios de uma vida espiritual abundante. Vejamos:

3.2.1. Poder viver a grande dimensão do amor

O amor é supremo. Nele, todas as demais virtudes são cultivadas. Ele é a fonte de toda
a espiritualidade, aliás, é a prova dela, é a origem de nossa regeneração (1 João 4:7-8).
O amor inspira e vitaliza nossa fé (Gálatas 5:6).

Ele é a principal prova de que nascemos de novo e pertencemos à família divina. O


amor consiste em querermos para os outros aquilo que queremos para nós mesmos.
Se vivemos nele, verdadeiramente dedicamos aos outros a energia que gastamos para
nós.

O verdadeiro amor só existe em uma única fonte: Deus é amor (1 João 4: 8 e 16).
No amor não existe medo; o perfeito amor lança fora todo o medo (1 João 4:18). Ele
deve ser desenvolvido como Deus fez, supremo, inconfundível, incontestável, abnegado
(João 3:16; Romanos 5:8).
3.2.2. Poder viver a verdadeira alegria desejada
pelos homens

A palavra original usada na Bíblia para denominar alegria é “chairô”, que significa
“regozijo, deleite, felicidade” . Ela tem a mesma raiz do termo “charis”, que significa
“graça”, que, por sua vez, é um presente de Deus que nos capacita a sermos salvos
mediante a fé.

A alegria é a manifestação do Espírito Santo que nos envolve em pensamentos suaves


sobre Cristo e nos impulsionam a celebrá-lo com hinos, salmos, melodias, louvores e
ações de graça. E vai além, é uma ação do Espírito que nos envolve com a convicção de
vitória no Senhor, uma vez que nEle temos redenção, justificação, eleição e glorifica-
ção. Por isso, ser alegre no Senhor independe das circunstâncias.

A alegria se manifesta também quando servimos ao Senhor. É satisfatório servir a


Deus e aos santos, o que proporciona prazer. A alegria do cristão triunfa sobre a dor.
Isso não quer dizer que ele não tenha lutas nem sofra, mas que sua alegria é uma ver-
dade no espírito e que não pode ser abalada por circunstâncias externas.

3.2.3. Poder manifestar o que realmente é a paz


(Tranquilidade de espírito)

A paz bíblica é a tranquilidade interior e a harmonia com Deus e os homens. E isso


independe das circunstâncias exteriores. É muito mais do que tranquilidade íntima, é
um estado constante de espírito, proporcionado pela confiança em Deus. Ela é a nova
vida conseguida pela obra da cruz, onde o novo ser é identificado e se identifica como
verdadeiro filho de Deus. Aliás, a paz foi produzida pelo poder do sacrifício da cruz (Co-
lossenses 1:2).

Viver em paz é ficar livre da vida egoísta. É sentir nossa vida ser reconciliada com Deus
e manifestar paz para os outros (Romanos 12:18). Quem decide viver pelo Espírito San-
to e manifesta seu fruto pode experimentar tranquilidade profunda, que excede todo
entendimento (Filipenses 4:7).

4
OLIVEIRA. Marcello de. Desvendando o original. Disponível em: <http://davarelohim.com.br/
web/desvendando-o-original-a-alegria/>. Acessado em setembro de 2019.
3.2.4. Poder viver a longanimidade, sendo flexível
com as falhas do próximo

Longanimidade vem do termo grego “makrothumia”, que é uma qualidade atribuída a


Deus e quer dizer “que demora a irar-se ou a irritar-se”. É tolerância com todas as ini-
quidades dos homens. É não explodir com ira e furor. Lembre-se que “as misericórdias
do Senhor são a causa de não sermos consumidos” (Lamentações 3:22).

Então, longanimidade é suportar as fragilidades e as provações alheias com base no


exemplo de Deus. É a paciência que nos permite subjugar a ira. Por isso, a base de to-
dos os frutos é o amor, que é paciente. O longânimo é alguém experimentado no amor
e que reconhece o favor de Deus por si. Por essa razão, caminha a segunda milha pelo
outro.

3.2.5. Poder produzir a doçura do temperamento


benigno

Benignidade na Bíblia vem do termo grego “chrestotes”, que quer dizer “gentileza,
bondade”, mas também “excelência de caráter”. Benignidade é a doçura de tempe-
ramento, principalmente com os que nada têm a oferecer ou apresentam alguma di-
ficuldade. Todos os cristãos devem ser gentis, suaves, corteses e de fala mansa. Não
há desculpas para inflexibilidades e amarguras na vida daquele que conhece a Cristo.

3.2.6. Poder apresentar aos homens o que é ser fi-


lho de Deus, o que é ser bom

Bondade é uma forma especial de verdade e beleza no comportamento humano. É


retidão, prosperidade, gentileza. Em Romanos 15:14, Paulo usou o termo grego “aga-
thosume”, que significa “a verdadeira prática do bem”. É a qualidade da generosidade,
é a ação gentil e despretensiosa.
3.2.7. Poder ser fiel a Deus e aos homens do século
da infidelidade

O termo usado na Bíblia para essa qualidade é “pistis”, que significa “confiança quanto
à fidelidade”. Ser fiel é entregar a alma nos moldes de Cristo, alicerçada no conheci-
mento das verdades espirituais. Fidelidade é a fé vitalizada pelo amor. É a fé criada e
fortalecida, confirmada pela comunhão verdadeira com Cristo. (João 15:4-5).

3.2.8. Poder sempre se curvar perante Deus e ce-


der aos homens por amor ao seu nome (Mansidão)

No grego, mansidão é “prautes”, que significa “placidez, modéstia, gentileza e corte-


sia”. É submissão do espírito humano para com Deus. Ao contrário do que pensam, não
é ser subjugado pelos homens, mas é prostrar-se perante Deus e ceder aos homens
por causa de Deus.

3.2.9. Poder vencer a maior influência que atinge


o homem: vitória sobre o próprio Eu (Domínio pró-
prio)

Domínio próprio vem do grego “egrateia”, que significa “autocontrole”. Em 1 Coríntios


9:2, significa controle e disciplina que um atleta deve ter em busca do prêmio. Em 1
Coríntios 7:9, significa controle sobre os impulsos sexuais. O domínio próprio que deve
ser buscado é o poder atuante do Espírito Santo.

Os filósofos estoicos percebiam claramente tal necessidade humana, desejando que a


razão dominasse a vida inteira. Aristóteles considerava mais corajoso aquele que do-
minava seus desejos do que aquele que conquistava seus inimigos, pois a vitória mais
difícil é a vitória sobre o próprio eu.
AUTOATIVIDADE

1. Complete as lacunas das frases com as pala-


vras abaixo.

ensinar – supervisão - multiplicação

A) A formação de discípulos nada mais é do


que ---------------------------------- como a
ação do Espírito Santo acontece através do co-
nhecimento da Palavra de Deus.
AUTOATIVIDADE

B) O discipulado também se destaca no plantio de


Igrejas na ------------------------------------ ,
porque serão multiplicados discípulos. Multiplicar
é espalhar a semente do Evangelho, para a glória de
Deus. Quando alguém se dispõe a essa pregação, Je-
sus se mostra nele, com força e graça. O poder da
ressurreição desperta o espírito do perdido para
vir à luz e o amor de Deus atrai.

C) O plantio de Igrejas no discipulado ou na for-


mação de discípulos também envolve a ---------
----------------------------. Se alguém obedeceu,
foi formado, selecionado e delegado, logo precisará
supervisionar um trabalho numa cadeia de multipli-
cação.
AUTOATIVIDADE

2. Explique por que a formação do primeiro dis-


cípulo em uma comunidade demanda mais tempo?
Resumo

Nesta unidade, você estudou:

• A formação de discípulos;
• As principais qualidades do discipulado.
Unidade 4

Realidades sérias sobre o


amor
Ao final da Unidade você será capaz de:

• Desenvolver o amor no processo de plantação das Igrejas.

Guia de estudos

A quarta Unidade se divide em:

TÓPICO 4 – REALIDADES SÉRIAS SOBRE O AMOR


4.1. A CARÊNCIA DE AMOR DENTRO DAS IGREJAS
4.2. ASSIM COMO EU VOS AMEI
AUTOAVALIAÇÃO
TÓPICO 4 – REALIDADES SÉRIAS SOBRE O AMOR

Nós sabemos que todos os bons sentimentos do mundo valem bem menos do que um
simples gesto de amor divino. O Monte do Calvário é o mais alto da Terra em importân-
cia. Nele, se encontrou todo o ódio enfurecido gritando “Crucifica-o” e o mais sublime
amor falando: “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem”. Foi ali que Deus
Pai nos amou de tal maneira que entregou seu Filho, para que, crendo nEle, tivésse-
mos vida eterna e assim fôssemos religados a Ele para sempre.

Segundo a Palavra, só podemos amar a Deus se amamos também ao nosso irmão


(1 João 14:21). Jesus nos deu orientações sobre o amor, revelando a importância de
amarmos profundamente uns aos outros. O referencial é o seu próprio amor, já mani-
festo aos discípulos no relacionamento com eles.

O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como Eu
vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida
pelos seus amigos.

João 15:12 e 13

Para aqueles que se lançam no exercício de plantação de Igrejas e também para aque-
les que se dispõem a cuidar do crescimento e apascentamento dos cristãos, o amor,
além de um mandamento, é um fundamento. Não podemos negligenciar nosso en-
volvimento com o crescimento da Igreja. Isso porque longe de Deus os homens estão
fadados a se isolarem.

O mundo é carente de amor. Precisamos dele para nos manter vivos e saudáveis. A vida
moderna tem transformado homens em sombras ansiosas e desprovidas de amor e,
por esse motivo, milhões e milhões de pessoas sofrem a carência dele. Um quarto da
população mundial sofre de solidão crônica. Na Alemanha, por exemplo, a média é de
13 mil suicídios por ano, e 104 mil pessoas tentam o mesmo caminho. Na Europa, de
cada três casamentos, um fracassa.
Fonte: https://tab.uol.com.br/edicao/solidao Acesso em 05.12.2019.

No Brasil, os índices não são diferentes. A média é a cada três casamentos, um divór-
cio. Em 2016, no censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o
assunto, foram registradas 344 mil separações oficiais5 .

5
Disponível em: <https://veja.abril.com.br/brasil/um-a-cada-tres-casamentos-termina-em-divorcio-
-no-brasil/>. Acessado em outubro de 2019.
A falta de amor é a principal causa de neuroses e até psicoses tratadas por terapias
em casos de adultos. E quantos e quantos casos são vistos diariamente de abusos,
violências e abandonos familiares. Além disso, outros sofrimentos são causados pela
fome de amor insatisfeita.

Fonte: https://daniellevieira.com.br/2019/02/04/ministerio-da-solidao-estamos-cada-vez-mais-solita-
rios/ Acesso em 05.12.2019.

Quando Jesus ordenou o mandamento de nos amarmos uns aos outros, Ele estava
ordenando a cura para a sociedade. E a Igreja atualmente é o principal instrumento de
Deus, através da ação do Espírito Santo nela, para manifestar-se para uma geração
perdida e carente. Desafio você a escrever em seu caderno de oração, ou em sua agen-
da, o nome de pelo menos cinco pessoas que demonstram nitidamente essa carência.
Em seguida, pense em formas de demonstrar amor e carinho a elas.
4.1. A CARÊNCIA DE AMOR DENTRO DAS IGREJAS

A maioria das Igrejas evangélicas nunca deu ênfase ao assunto “amai-vos uns aos ou-
tros”. A ênfase, muitas vezes, é para uso e costumes ou até mesmo pontos importan-
tes, como o batismo no Espírito Santo, com mais atenção ainda à oração em línguas.
Algumas comunidades enfatizam o crescimento da Igreja, a multiplicação das células
ou o ganhar novas almas, famílias, cidades e nações.

Lembro-me de certa vez estar compartilhando sobre multiplicação e crescimento da


Igreja. Ao final, uma senhora frequente em nossas reuniões me procurou e me disse:
“Pastor, você está falando de crescimento da Igreja, mas não falou nada sobre a maioria
das necessidades dos homens. Nos últimos tempos, eu sou vítima de uma carência de
amor. Tenho vindo à Igreja frequentemente. Será que não vou receber algo de que preciso?
Nem uma oração de ânimo para a minha vida?”.

Ela estava me dizendo algo sério e verdadeiro. Nós devemos sim falar do amor de Deus
para quem não conhece. Mas também devemos falar e demonstrar na vida daqueles
que estão na Igreja frequentemente. Até que eles entendam que a melhor maneira de
sentir o amor de Deus é distribuindo.

Eu não estou falando contra a multiplicação da Igreja. Aliás, temos por mandamento o
“Ide”, mas o ambiente interno precisa ser o primeiro amor entre nós. Algumas de nos-
sas comunidades evangélicas, além de não promoverem a comunhão que desenvolve
o amor, atrapalham os membros de tê-la, dando a eles tantas tarefas e compromissos
que se torna impossível a prática de juntar os irmãos.

Externamente, não é diferente, as denominações têm nos separado. Só conseguimos


nos relacionar com quem concorda com nosso pensamento. E nos afastamos de quem
não aceita nossa maneira de ser, cultuar, doutrinar e o estilo de nossa espiritualidade.
Mesmo servindo a mesma fé, decidimos viver separados. O caminho para vermos as
Igrejas cheias de amor está em Apocalipse:
Sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome e não te cansas-
te. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te,
pois, de onde caíste, arrepende-te e pratica as primeiras obras; quando
não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te
arrependeres.

Apocalipse 2:3-5

A Igreja precisa reagir ao mandamento do Senhor de nos amarmos uns aos outros.
Quem é discípulo de fato cumpre o que Ele mandou. Aliás, é impossível um discípulo
verdadeiro viver sem essa prática, porque amar é conhecer o próprio Deus. O amor não
é apenas um atributo de Deus, é Ele!

João afirmou que o Senhor é “ágape”, ou seja, Ele é o amor incondicional, que se entre-
ga, que se doa. Não podemos dizer isso da natureza de nenhuma outra deidade, como
Alá, Buda, Zeus, Brahma, etc. Foi esse amor de Deus que nos atingiu e nos gerou, nos
dando a identidade de filhos. Portanto, temos uma nova natureza, como a dele.

! Importante

Se como Igreja entendermos e praticarmos esse amor, viveremos em uma dimen-


são espetacular. Podemos crescer em unidade de fé, até a estatura completa de
Cristo (Efésios 4:13); seremos amados de Jesus e do Pai, Ele fará morada em nós e
receberemos o mesmo poder de amar (João 14:23); seremos de fato participantes
de um amor contagiante, dividindo com os outros nossa experiência salvífica (1 João
1:4). O seu amor é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Romanos
5:5).
4.2. ASSIM COMO EU VOS AMEI

O amor que deve ser praticado pela Igreja já possui uma base e um referencial. Jesus
chamou para si o exemplo e explicou para os discípulos como é que se devia amar.
Aqueles homens passaram mais de três anos vendo e ouvindo como se deveria fazer.
Na eternidade, Ele não mediu esforços para vir ao nosso encontro. Estando aqui, serviu
a todos quanto pode.

De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cris-
to Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a
Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si
mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.

Filipenses 2:5-8

Jesus nos amou esvaziando-se de si mesmo e servindo. Ele nos serviu ensinando e
ministrando verdades que devemos seguir (Mateus 5:1-12). Serviu acolhendo os can-
sados e os oprimidos, fazendo milagres aos necessitados, multiplicando o pão para
uma multidão faminta. Lavou os pés dos seus discípulos e ordenou que fizéssemos o
mesmo.

Ele nos serviu se tornando pobre para que fôssemos ricos, tanto de sua graça quanto
de provisão material. Tomou uma cruz sobre os seus ombros e ali também carregou
nossos pecados, para que vivêssemos libertos deles, das iniquidades, das enfermi-
dades. Não estávamos ali na multidão gritando: “Crucifica-o!”. Mas nossos pecados
gritaram na eternidade. Ainda assim, Jesus nos amou, venceu a morte e ressuscitou,
fazendo-nos vitoriosos, para a glória de Deus.

O Senhor nos amou (e nos ama) incondicionalmente. Assim também devemos dar se-
quência a esse amor, dar sequência à única solução para essa sociedade carente.
Amar como Cristo amou significa servir sacrificialmente. A carne não quer, não tem
vontade de servir. Ela luta e conjectura para que não o façamos. Na nova natureza,
contudo, o amor é manifesto pelo Espírito de Deus, é derramado em nossos corações.
A esse serviço denominamos “chamada ministerial” (1 Coríntios 4:1-4). Esta é a po-
sição mais elevada no Reino: servir a Cristo (Marcos 10:32-45). Aquele que verdadei-
ramente está plantado no Senhor, na videira verdadeira tem seus ramos frutíferos e
produtivos (João 15), naturalmente se entrega a obedecer ao mandamento de amar,
como Jesus amou.

Como seus ministros, somos encarregados de seus negócios, o Reino de Deus e a sua
justiça. A principal ocupação dos seus investimentos está na redenção da humanidade.
Como seus administradores, nossa função é descobrir a sua vontade e cumpri-la.

Nós fomos chamados para realizar os planos secretos do Senhor, é seu desejo revela-
-los a nós. E todos eles estão na sua Palavra. Como bons ministros, devemos onhece-
-la e trazer à luz, para que aquele que caminha na escuridão possa ver os objetivos do
Céu em Cristo para sua vida. O Senhor deseja revelar todos os seus projetos secretos
para a humanidade.

Servir a esse chamado é importante ao ponto de só podermos atender com integridade


se formos fiéis ao Senhor. O fiel a Deus será usado por Ele em seu ministério, pois tem
o caráter aperfeiçoado, e esse é o padrão. O Senhor confia seus segredos aos fiéis.
Somente a estes é possível confiar coisas preciosas. E não há nada mais precioso para
o Pai do que vidas!

O ministro fiel é um servo. Ele entendeu o amor de Deus e, por isso, se entrega para
manifestá-lo. Tanto para os que não conhecem as riquezas insondáveis do amor de
Jesus e também para aqueles que conhecem, mas necessitam ser servidos. Nós, a
Igreja, somos o instrumento de Deus na Terra para manifestação desse amor. Ele
conta conosco!
AUTOATIVIDADE

1. Redija, no mínimo 5 e, no máximo, 10 linhas so-


bre a importância do amor dentro das igrejas.
Resumo

Nesta unidade, você estudou:

• A importância do amor dentro e fora


das igrejas.
Unidade 5

A comunicação do
Evangelho no plantio de
Igrejas (Modelos e
estratégias)
Ao final da Unidade você será capaz de:

• Entender a importância da comunicação do Evangelho no plantio das Igrejas;


• Compreender o principal desafio do discípulo no plantio das Igrejas;
• Conhecer os modelos e estratégias para a comunicação do Evangelho no
plantio das Igrejas.

Guia de estudos

A quinta Unidade se divide em:

TÓPICO 5 – A COMUNICAÇÃO DO EVANGELHO NO PLANTIO DE IGREJAS (MODELOS


E ESTRATÉGIAS)
5.1. A CENTRALIDADE DO EVANGELHO: A NECESSIDADE DE ABUNDANTE EVANGE-
LIZAÇÃO
5.2. O DESAFIO DO DISCÍPULO: O CARÁTER VAI ALÉM DA HABILIDADE
AUTOAVALIAÇÃO
TÓPICO 5 - A COMUNICAÇÃO DO EVANGELHO NO
PLANTIO DE IGREJAS (MODELOS E ESTRATÉGIAS)

Na obra de expansão do Reino de Deus entre a Igreja local e os confins da Terra, li-
damos com uma tarefa multifacial que demandará muitas atividades, investimento de
recursos humanos, financeiros, estrutura, tempo, etc. Porém, é necessário sermos
lembrados de que a prioridade é o ensino de Cristo.

Para sermos eficazes naquilo que estamos nos propondo, é preciso uma linha de tra-
balho. Conforme Paulo, há um princípio para a pregação do Evangelho: a prioridade de
Deus em relação à evangelização mundial são aqueles que nada ouviram a respeito de
Cristo (Romanos 15:20 e 21).

Fonte: https://medderoconexaonegocios.com.br/comunicacao-assertiva-soraia-reis/ Acesso em


06.12.2019.

Essas pessoas podem ser de perto ou de longe, tanto alguém que more do outro lado
da sua rua quanto àqueles que estão isolados do outro lado do planeta. O valor de uma
alma para Deus é o mesmo: mais que o mundo inteiro. Então, antes de falarmos de es-
tratégias, falemos de modelos. Veja alguns elementos essenciais para um movimento
de plantio de Igrejas com discípulos autênticos6 .

LIDÓRIO, Ronaldo & Rossana. Estratégias e Plantio de Igrejas no Campo Missionário. Disponível em:
6

<https://ronaldo.lidorio.com.br/wp/estrategias-e-plantio-de-igrejas-no-campo-missionario/>. Acessa-
do em outubro de 2019.
5.1. A CENTRALIDADE DO EVANGELHO: A NECESSI-
DADE DE ABUNDANTE EVANGELIZAÇÃO

Em um processo bíblico de plantio de Igrejas, é necessário sermos lembrados de que


a centralidade da Palavra define a fidelidade da Missão. Ou seja, não podemos optar
por mecanismos que simplesmente culminem em resultados atrativos e sim por me-
canismos fundamentados na Palavra e na visão de Deus.

Devemos aqui reconhecer que nossos ministérios não devem ser definidos em ter-
mos de resultados, mas de fidelidade ao Senhor. Esse é um desafio difícil em países
como o Brasil, onde há grande atração pelos resultados visíveis e contábeis. A resposta
bíblica é não negociarmos os valores da Palavra.

Precisamos entender que o princípio, o modelo é o mesmo, e em cada lugar o Se-


nhor dará uma estratégia. Em alguns lugares, as pessoas darão respostas com mais
velocidade; em outros, demandará mais tempo de preparação do solo. Por exemplo,
na evangelização de aldeias na África, usando os mesmos métodos e empenhando o
mesmo fervor, em algumas, ninguém se converteu e, em outras, houve centenas de
conversões.

Essa realidade nos aponta dois fatos:

a) Os resultados recorrentes da evangelização procedem exclusivamente do derramar


da graça de Deus;

b) O Senhor espera de nós caráter e não apenas reputação; fidelidade mesmo na au-
sência de frutos.

Entretanto, em um movimento de plantio de Igrejas, é preciso também crer que a Pa-


lavra, o Evangelho de Deus, uma vez lançada na terra, irá germinar. Com esse pres-
suposto, a quantidade e a constância da evangelização tornam-se ações fundamentais
em um processo de plantação.
! Importante

Em um campo missionário, seja ele culturalmente distinto ou geograficamente


próximo, a abundância na evangelização deve ser uma prática constante. Alguns
campos não frutificam porque há um investimento maior de tempo na estruturação
missionária e menos na atuação missionária. Esse é um perigo que permeia desde
Igrejas locais até campos mais distantes.

A título de consultoria missionária, foi aplicado um estudo em alguns campos para


ter uma ideia exata do assunto em questão, Estruturação e Evangelização. Os campos
foram no Oeste Africano (Gana, Costa do Marfim e Nigéria) e na América do Sul (norte
do Brasil, Peru e Colômbia). Diferentes processos de plantio de Igrejas estavam em
andamento nesses lugares. A ideia era ter um relatório em duas categorias:

a) Nível de estruturação - Observando a presença de postos missionários bem esta-


belecidos, boa mobilidade com transporte próprio, sistema de comunicação funcional
entre as equipes missionárias e supervisão cultural e linguística;

b) Nível de evangelização: Observando a presença de iniciativas evangelísticas pes-


soais, múltiplas tentativas de comunicação comunal do Evangelho, uso da literatura,
filmes, etc.

As conclusões já eram esperadas: Igrejas nasciam em maior quantidade e maturidade


nos campos onde havia abundante evangelização, mesmo em detrimento de baixa es-
trutura missionária. De forma geral, de cada 10 iniciativas de evangelização, não mais
do que duas terminavam com bom êxito. Porém, campos com abundante evangeliza-
ção foram visivelmente frutíferos.

Se nós desejamos plantar Igrejas, a macroestrutura para subsistência missionária,


como transporte, mobilidade, comunicação, moradia e capacitação, será de grande
cooperação para o processo final. Entretanto, o fator determinante será a presença de
abundante evangelização.
David Brainerd, na evangelização dos indígenas na América do Norte, registrou, para
sua surpresa, o maior resultado evangelístico em suas reuniões quando uma delas foi
realizada com menor estrutura missionária. Certa vez, na ausência do seu intérprete,
que adoecera, ficou em seu lugar um índio bêbado, com pouca fluência no inglês e que
mal conseguia ficar sentado sem cair. Em seu diário, após a impactante experiência
com os efeitos da evangelização e mesmo sem a estrutura ideal, escreveu: “A mensa-
gem vai além do mensageiro!”.

Biografia

David Brainerd (Connecticut, 20 de abril de 1718 – Northampton, 9 de outubro de 1747) foi


um missionário norte-americano ligado a Igreja Congregacional e tinha tendências pres-
biterianas. Utilizou com sua igreja formada pelos índios que evangelizou, o Catecismo de
Westminster.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/David_Brainerd Acesso 06.12.2019.

5.2. O DESAFIO DO DISCÍPULO: O CARÁTER VAI ALÉM


DA HABILIDADE

Já citamos em outro momento a importância do caráter do plantador de Igrejas, mas


é válido tocar no assunto novamente, uma vez que no processo de plantio de Igrejas é
preciso haver um equilíbrio entre a capacitação e o caráter. Há alguns PhDs em Teo-
logia e que atuam como missionários ao redor do mundo, os quais, tenho a impressão,
não passaram ainda por uma real e pessoal experiência com Deus.

Por outro lado, há missionários (discípulos) cheios de Deus e apaixonados por Jesus,
os quais não tiveram uma oportunidade de preparo que pudesse maximizar seus dons
e habilidades, e pagam, por vezes, um alto preço devido a isso. Porém, precisamos en-
tender que o caráter do discípulo não define a comunicação da mensagem, mas facilita
a sua compreensão.
Há um relato do pastor Ronaldo Lidório vivido quando ele estava entre os Konkombas.
Após três anos ali, quando a Igreja crescia rapidamente e o Evangelho alcançava luga-
res remotos, ele perguntou aos líderes locais sobre a razão pela qual sua equipe era
aceita entre eles. E lhe responderam:

a) Habilidade de falar no dialeto local e ser entendido com facilidade;


b) Compreensão da cultura, costumes e forma de vida Konkomba;
c) Envolvimento pessoal com a sociedade tribal.

Diante disso, o próprio Lidório teria escrito em seu diário: “Caráter é mais importante
que habilidade”.

5.3. A COMUNICAÇÃO DO EVANGELHO: MODELOS


E ESTRATÉGIAS

Gostaria de gastar algum tempo falando sobre estratégias para plantio de Igrejas. Ob-
viamente, há fatores distintos em épocas e contextos diferentes, mas nossa proposta
aqui será estudar valores bíblicos que marquem grandes e visíveis movimentos de
plantio de Igrejas e formação de discípulos no mundo atual. Há possivelmente no mun-
do hoje mais de 200 grandes movimentos de plantio de Igrejas em pleno andamento.
Alguns deles são:

• Movimento de plantio de Igrejas entre os Khmer, no Camboja, onde 3,3 milhões


de pessoas foram mortas no regime autoritário de Pol Pot’s entre 1975-1979. Vá-
rios cristãos também foram mortos e, em 1985, não havia mais do que 450 evangé-
licos entre o povo Khmer. A partir de 1999, o número de evangélicos cresceu de 600
para mais de 60 mil, divididos em 700 Igrejas. Hoje, registram-se mais de 100 mil
evangélicos e mais de 800 templos entre eles;

• Movimento de plantio de Igrejas na cidade de Kanah, na China, onde um rápido


crescimento evangélico mudou o cenário de três Igrejas reconhecidas pelo Estado
para 57 novas Igrejas dentro de dois anos. Em novembro de 1997, contabilizaram-
-se mais de 450 Igrejas em três províncias e mais de 18 mil pessoas entregaram-se
ao Senhor Jesus. Hoje, Kanah é uma das mais influentes regiões cristãs na China,
com mais de 500 Igrejas reconhecidas;
• Movimento de plantio de Igrejas entre os Kekchi, na Guatemala, onde um grupo
com cerca de 400 mil pessoas vivendo na região de Alta Verapaz foi impactado pelo
Evangelho. Entre 1993 e 1997, mais de 20 mil pessoas aceitaram ao Senhor Jesus e
245 congregações nasceram. Entre 1997 e 2000, outras 10 mil pessoas aceitaram a
Jesus. Hoje, há entre eles mais de 400 Igrejas registradas;

• Movimento de plantio de Igrejas entre os Kui, na Índia, com um grupo com 1,7
milhão de habitantes na região de Orissa, estado na costa leste. Os primeiros con-
vertidos vieram para Cristo em 1914, com missionários ingleses. Nos anos 20, al-
gumas poucas Igrejas nasceram. A partir de 1988, mais de 100 Igrejas surgiram,
especialmente ligadas a missionários da Southern Baptist Mission. Entre 1988 e
1991, as Igrejas aumentaram para mais de 200. Entretanto, entre 1993 e 1997, hou-
ve um crescimento ainda maior e mais de 900 Igrejas foram registradas entre os
Kui, com cerca de 80 mil convertidos;

• Movimento de plantio de Igrejas entre os Giriama, no Quênia, onde, em 1970, 90%


eram animistas fetichistas. O movimento missionário teve inicio em 1974. Em 1981,
um rápido e impactante crescimento de Igreja tomou conta dos Giriama. Em três
anos, foram registradas 180 Igrejas. A cada ano, desde 1993, nascem em média 28
novas Igrejas entre os Giriama e províncias ao redor;

• Movimento de plantio de Igrejas entre os Mizo, na Índia, com uma população de


686 mil pessoas. O Evangelho chegou entre eles em 1894, através de missionários
britânicos. Em 1900, contavam com 120 cristãos. Como resultado do avivamento no
país de Gales, em 1904, um número expressivo de missionários foi enviado para lá.
Somente a partir dos anos 50, entretanto, os resultados passaram a ser mais visí-
veis e conversões em massa eram notificadas. Hoje, 85% de todos os Mizo na Índia
consideram-se cristãos;

• Movimento de plantio de Igrejas na Etiópia, África, país com mais de 60 milhões


de habitantes. Até 1994, não havia mais do que 1% de evangélicos no país. Entre
1994 e 1999, Great Harvest of Souls Mission registrou a conversão de 10 milhões de
pessoas em todo o país. Hoje, 16% da população considera-se cristã. Great Harvest
mencionou o estudo de caso de uma congregação que, entre 1995 e 1997, cresceu
de 2,5 mil para 25 mil pessoas.
5.4. ESTRATÉGIAS APLICADAS QUE DERAM CERTO

Analisando esses sete movimentos de plantio de Igrejas, podemos considerar alguns


valores que coincidem entre eles. Vejamos:

5.4.1. A visão define a rota

Analisando mais de 90% dos processos de plantio de Igrejas mais amplos e frutíferos,
pode-se notar que houve desejo intencional de desenvolver um forte e impactante
movimento de evangelização. Fosse ele entre um povo de etnia distinta, numa cidade
ou país.

O valor aqui, portanto, é a visão, pois nenhum campo missionário - ou ministério - é


maior do que a sua visão. Porém, nem toda visão da Igreja é necessariamente a visão
de Deus. Para frutificar corretamente, precisamos buscar intensamente a visão do
Senhor para nossos ministérios e em cada época de nossas vidas.

5.4.2. Estabelecendo os valores

Os valores que devem fundamentar um processo amplo de plantio de Igrejas são diver-
sos, mas mencionaremos os principais, presentes nos movimentos citados:

a) Abundante oração - Presente em todos os movimentos de plantio de Igrejas, ante-


cedendo cada processo. Patrick Johnstone, um dos maiores missiólogos dos nossos
dias, afirma: “Quando o homem trabalha, o homem trabalha. Quando o homem ora, Deus
trabalha”;

b) Abundante evangelização - Nenhuma tecnologia missionária substitui o poder da


comunicação pessoal do Evangelho. Fato é que o Evangelho foi abundantemente co-
municado em cada um dos movimentos de plantio de Igrejas estudados de forma cria-
tiva, fiel e constante;

c) Abundante fidelidade à Palavra - Há muitas estratégias de movimento de massa


que são funcionais, entretanto, não são bíblicas. David Hesselgrave alerta-nos, dizendo
que “nem todo novo pensamento é dirigido pelo Espírito. Nem tudo o que é novo é neces-
sariamente bom. A Bíblia é antiga, o Evangelho é antigo e a Grande Comissão é antiga...”.
Na verdade, ele defende que, neste imenso mar de necessidades no mundo não alcan-
çado, precisamos entender que “o Evangelho dá a direção, pois a Palavra precede a nossa
visão”. Nos movimentos de plantio de Igrejas estudados, a Palavra não foi negociada. O
alvo primário era a fidelidade e não apenas os frutos;

d) Liderança local - Todo amplo movimento de plantio de Igrejas que se tornou re-
gionalmente duradouro contou com um forte envolvimento de pessoas locais desde
a primeira fase. O investimento em pessoas locais, passando-lhes visão, paixão e es-
tratégias garantirá um processo de plantio de Igrejas que vá além do missionário ou
evangelista;

e) Liderança leiga - Os mais rápidos processos de plantio de Igrejas no mundo contam


com forte utilização da força leiga tanto na expansão quanto no amadurecimento das
Igrejas plantadas. Os crentes apaixonados por Jesus e com maturidade cristã eram os
instrumentos de expansão do Evangelho;

f) Plantio de Igrejas plantadoras de Igrejas (discípulos que fazem discípulos) - A re-


produção de Igrejas plantadas em uma segunda fase idealisticamente deve ser feita
através dos frutos e não da raiz do movimento. Nesta etapa, o(s) missionário(s) deve(m)
estar já assumindo uma posição de supervisão da visão e encorajamento, e não de li-
nha de frente. Igrejas devem plantar Igrejas. O modelo missionário que sugiro é: inicie,
discipule, reproduza, assista, encoraje e parta.

5.4.3. Alguns passos e observações gerais

a) Comunicação inteligível (individual ou comunitária) do Evangelho;


b) Adoração e vida diária da Igreja;
c) Rápida incorporação dos novos convertidos à vida da Igreja;
d) Consciência de urgência evangelística já transmitida no processo de discipulado;
e) Identificação de líderes locais o mais cedo possível;
f) Treinamento para líderes com alvos definidos;
g) Descentralização da autoridade eclesiástica. Cada Igreja local possui responsabili-
dade local;
h) Ênfase no caráter cristão;
i) Supervisão contínua quanto ao amadurecimento espiritual.
Para encerrar esta primeira parte, na qual nos lançamos sobre conhecimentos em
plantação de Igrejas, faz-se necessário entender que é preciso ser humilde e aprender
com quem já andou mais do que nós e trilhou um caminho. Discipuladores e missi-
ólogos certamente nos mostrarão uma direção, porém, saiba que somente homens
apaixonados por Jesus levarão o Evangelho até os confins da Terra, plantando Igrejas
e fazendo discípulos, para a glória de Deus.
AUTOATIVIDADE

1. Por que durante um processo bíblico de plan-


tio de Igrejas, é necessário sermos lembrados
de que a centralidade da Palavra define a fideli-
dade da Missão?

2. No mundo existem mais de 200 grandes movi-


mentos de plantio de Igrejas em pleno andamen-
to. Sendo assim, cite o nome de três movimen-
tos de plantio de Igrejas em pleno andamento
atualmente.

3. Quais os principais valores que devem funda-


mentar um processo amplo de plantio de Igre-
jas nos movimentos citados nesta unidade?
Resumo

Nesta unidade, você estudou:

• A constância da evangelização como ação


fundamental no processo de plantação de
Igrejas;
• A importância do equilíbrio entre a capaci-
tação e o caráter do plantador de Igrejas;
• Modelos e estratégias para o plantio de
Igrejas.
Unidade 6

Sete hábitos de um líder


eficaz
Ao final da Unidade você será capaz de:

• Conhecer os sete hábitos para uma liderança eficaz durante o processo de


plantio de Igrejas.

Guia de estudos

A sexta Unidade se divide em:

TÓPICO 6 – SETE HÁBITOS DE UM LÍDER EFICAZ


6.1. TER UM SONHO
6.2. TER VIDA DE ORAÇÃO
6.3. CONVIDAR AS PESSOAS PARA AS REUNIÕES
6.4. MANTER O CONTATO PESSOAL
6.5. PREPARAR-SE SEMPRE
6.6. MENTOREAR OUTROS LÍDERES
6.7. PLANEJAR ATIVIDADES DE COMUNHÃO
AUTOAVALIAÇÃO
TÓPICO 6 - SETE HÁBITOS DE UM LÍDER EFICAZ

Para ser bem-sucedido, um plantador de Igrejas precisa ter alguns hábitos em sua
vida. Os hábitos nada mais são do que a maneira como desenvolvemos nosso “modus
operandi”, ou seja, a maneira como corriqueiramente, frequentemente realizamos as
coisas práticas de nossa vida.

Um líder eficaz deve desenvolver pelo menos sete hábitos que terão resultados direto
no crescimento da nova Igreja plantada. A essa Igreja chamaremos aqui “grupo”. Os
hábitos são: ter um sonho; ter vida de oração; convidar as pessoas para as reuniões;
manter o contato pessoal; preparar-se sempre, mentorear outros líderes; e planejar
atividades de comunhão.

6.1. TER UM SONHO

Existem pelo menos seis aspectos que podem se relacionar à importância de ser ter
um sonho a respeito de um grupo. Primeiramente, sonhar aumenta o potencial do
plantador de Igrejas e também do grupo liderado. Dave Early disse: “O potencial de um
homem é medido pelos alvos que ele busca atingir”. O segundo aspecto é que ter um so-
nho ajuda na sua realização. Quando se estabelece aonde se quer ir, é possível traçar
um mapa de como chegar até lá, e caminhar etapa por etapa.

O terceiro aspecto é que ter um sonho ajuda a manter o foco e a canalizar energia,
pois na rotina diária de liderar pessoas é muito comum o sentimento de desistência.
Mas estabeleça alvos com e para a participação do grupo e juntos canalizem esforços
para alcançá-los. O quarto aspecto é que ter um sonho aumento o valor do grupo. Um
líder com mentalidade de Reino é eficaz, uma vez que não apenas lidera grupos, mas
forma um exército espiritual.

O quinto aspecto é que ter um sonho prenuncia positivamente o futuro. A Univer-


sidade de Harvard realizou uma pesquisa que explica esse assunto. Foi perguntado
aos seus alunos formados sobre o nível de realização pessoal quanto aos objetivos
profissionais. 5% da classe respondeu que havia alcançado seus alvos e 95% não. O
que esses 5% tinham em comum era o fato de escreverem e registrarem seus alvos
enquanto ainda estudavam7 .

Disponível em: <https://alexandreperuchi.blogspot.com/2009/10/1-habito-sonho.html>. Acessado em


7

outubro de 2019.
O sexto aspecto é que ter um sonho motiva líderes a continuarem persistindo. Ter
alvos bem estabelecidos e de longo prazo protege o líder eficaz de ficar frustrado por
fracassos temporários. Um líder altamente eficaz sonhará com seu grupo crescendo
com qualidade, sonhará com ele aumentando o número de pessoas e multiplicando
para outras localidades.

6.2. TER VIDA DE ORAÇÃO

A vida de oração é o termômetro para medir nosso relacionamento com Deus. Quem
não se relaciona com o dono da obra não pode falar para os outros em seu nome.
Porém, quando o líder de um grupo é um homem ou mulher de oração, tem em suas
mãos uma ferramenta fascinante para ministrar aos outros.

Orar pelas causas das pessoas que caminham conosco é uma das coisas mais im-
portantes que devemos fazer. É algo difícil de colocar em prática quando o grupo está
estabelecido, pois acabamos por nos ocupar demais, nos distraímos e, por cansaço ou
qualquer outro motivo, desanimamos.

Mas líderes de pequenos grupos eficazes consideram a oração um auxílio inegociável


em seu ministério. Eles a usam com frequência e fazem bom uso dela. Separam um
tempo na sua agenda e decidem orar diariamente por si e pelos seus liderados, reco-
nhecendo a oração como uma das prioridades de sua vida.

Na verdade, a oração é a tarefa mais importante de um líder. O êxito nessa área torna
mais fácil o êxito nos demais hábitos. Bem como falhar torna o sucesso dos outros algo
quase impossível. A oração poupa o tempo útil do líder, pois, quando Deus se move,
ele ajuda pessoas a fazerem as mudanças necessárias com rapidez, ao passo que, se
depender de nós, levará anos para acontecer.

A oração mostra a onipresença e a onipotência de Deus. Nós não podemos estar em


vários lugares ao mesmo tempo, mas o Senhor pode. A oração tem uma maneira de
tornar todas as coisas melhores. Ela transforma o líder em alguém mais sensível espi-
ritualmente e amoroso com seus liderados. Compromete o líder com seu grupo!
6.3. CONVIDAR AS PESSOAS PARA AS REUNIÕES

Um líder eficaz convida semanalmente novas pessoas para estarem nas reuniões. Ali-
ás, elas só visitarão se forem convidadas. Entenda que as pessoas se conectarão co-
nosco antes de se conectarem com Deus. D. McGavern disse: “Os relacionamentos são
pontes de Deus”. Cerca de 80% a 90% dos que vão a reuniões da Igreja e recebem a
Cristo foram por meio de convite de parentes e amigos.

Se um grupo não tiver visitantes, não crescerá. As pessoas novas virão se as chamar-
mos. É preciso insistir semanalmente para que venham, de forma graciosa e amá-
vel. Estima-se que de 25 pessoas convidadas pessoalmente, 15 confirmarão presença.
Dessas, apenas de oito a 10 realmente irão aparecer e somente de cinco a sete se
tornarão participantes regulares (R. Prince e P. Springer).

Convidar pessoas evita o declínio de participantes do grupo. Sem novos membros, a


tendência é encolher. Algumas situações podem contribuir para que o grupo fique me-
nor, como uma mudança de endereço, uma multiplicação, um abandono das reuniões.
Convidar novas pessoas revitaliza a comunhão.

6.4. MANTER O CONTATO PESSOAL

O líder eficaz contata regularmente os membros de seu grupo. E é esse contato pes-
soal que ajuda o grupo a crescer. O contato ajuda o pastor a conhecer o estado do seu
rebanho. Quanto mais se conhece as pessoas, mais fácil é liderá-las.

Após a primeira visita em uma reunião, o líder pode agradecer a presença da pessoa
por uma mensagem em rede social ou através de um telefonema, aproveitando para
convidá-la a regressar ou, se já tiver abertura, para fazer-lhe uma visita. Esse tipo de
contato mostra que o líder se importa o suficiente, porém, é preciso ser coerente com
o tempo disponível das pessoas. Seja cordial, mas sensato quanto ao tempo.

É importante também o contato com aqueles que já são frequentes no grupo. Com o
crescimento numérico, ficará cada vez mais difícil um contato semanal com os mem-
bros, mas é necessária uma periodicidade nos telefonemas, contatos nas redes sociais
ou visitas. Ofereça oração pelas dificuldades ou simplesmente abençoe a família, a
vida. Eles se sentirão pertencentes ao grupo, e o pertencimento gera a aliança.
6.5. PREPARAR-SE SEMPRE

O quinto hábito de um líder eficaz é preparar-se sempre para as reuniões. A prepara-


ção dá a Deus a oportunidade de trabalhar. Quando o líder está bem preparado, ocor-
rem menos distrações. Há menos chance de Satanás se infiltrar. O grupo fui melhor e
Deus verdadeiramente se torna o foco da reunião.

A preparação aumenta a confiança e a fé. Também estabelece a credibilidade de quem


observa a reunião, afinal, seguimos quem sabe para onde está indo. Reforça a vida do
grupo, pois as pessoas percebem quando estão sendo priorizadas. A preparação para
hoje é o segredo do sucesso do amanhã, a eficiência no futuro é o resultado do tempo
de preparo no passado.

O líder também deve ter preparo pessoal mantendo uma vida de comunhão constante
com Deus e de práticas espirituais, como oração, jejuns e leitura da Palavra. Deve bus-
car a adoração e a santidade, além de ter seu passado resolvido com qualquer pessoa,
sem intrigas pendentes.

É preciso preparar também o ambiente físico da reunião. O local deve ser limpo, con-
fortável e espaçoso. As músicas devem ser escolhidas com antecedência e devem ser
tocadas de maneira harmoniosa. É necessário organizar o lanche, distribuir entre as
pessoas responsáveis aquilo que deve ser levado e na quantidade certa.

A Palavra a ser levada nas reuniões é o que mais necessita de atenção. O líder deve
orar bastante, buscar entendimento, pois é o que trará edificação para as vidas que
ali frequentam. Traga textos que facilitem a aplicação prática e, de preferência, com
temas que facilitem o discipulado. Deve-se ter em consideração que a Palavra é viva
e eficaz, e que é o Espírito Santo quem se encarrega de fazê-la brotar nos corações.

6.6. MENTOREAR OUTROS LÍDERES

Antes de partir para o Céu, Jesus deu uma direção aos seus discípulos: que fizessem
outros discípulos e em todas as nações (Mateus 28:19 e 20). Paulo, o segundo líder
mais expressivo do Novo Testamento, orientou ao discípulo Timóteo que também le-
vantasse outros líderes aptos a ensinar. Essa é uma boa orientação para quem quer
ser bem-sucedido. Passar o bastão na corrida da aprovação ministerial é preciso.
Não existe um sucesso duradouro sem um sucessor. Um dos hábitos inegociáveis de
um líder de grupo é mentorear auxiliares, preparando-os para liderar futuros grupos.
Mentorear é uma excelente maneira de amar aos outros, pois é concentrar o amor em
alguns para poder alcançar a muitos.

Mentorear é um modo de multiplicar a si mesmo e poder ministrar a mais pessoas ao


mesmo tempo. É a essência de formar discípulos. Especialmente quando o auxiliar
presta contas. O mentor eficaz aprende a desfrutar do sucesso ministerial do mento-
riado e celebra como seu próprio sucesso.

Para complementar o entendimento, mentorear é dizer “não” para o que é urgente


para poder dizer “sim” para o que é potencialmente importante. É a parte mais dura-
doura de uma liderança em pequenos grupos. Lá na frente, provavelmente você não se
lembrará de todos que liderou ou não terá relacionamentos com todos, mas aqueles a
quem formou como líderes sucessores certamente farão parte de sua história.

6.7. PLANEJAR ATIVIDADES DE COMUNHÃO

Todo líder eficaz sabe o poder dos encontros sociais, pois neles é que se aumenta a
disposição, o interesse e o envolvimento com o grupo. Esse tipo de encontro atrai novas
pessoas e nele podemos mostrar aos não cristãos que também nos divertimos.

Os encontros sociais permitem mais oportunidades para praticarmos a verdadeira co-


munhão, pois há tempo suficiente para, até de forma individual, compartilharmos uns
com os outros diferentes áreas de nossas vidas. É como podemos honrar e servir nos-
sos irmãos. É uma oportunidade de tratar como família aqueles que abraçam a mesma
fé que a nossa.

Acesse

Para saber mais sobre uma liderança cristã eficaz, acesse o link:

https://marianobmarques.files.wordpress.com/2011/11/apostila-lideranc3a7a-cristc3a-
3-eficaz-mc3b3dulo-1.pdf Acesso 08.12.2019.
AUTOATIVIDADE

1. Enumere os sete hábitos de liderança, de acor-


do com as suas principais características.

( 1 ) TER UM SONHO
( 2 ) TER VIDA DE ORAÇÃO
( 3 ) CONVIDAR AS PESSOAS PARA AS REU-
NIÕES
( 4 ) MANTER O CONTATO PESSOAL
( 5 ) PREPARAR-SE SEMPRE
( 6 ) MENTOREAR OUTROS LÍDERES
( 7 ) PLANEJAR ATIVIDADES DE COMUNHÃO
AUTOATIVIDADE

( ) Os encontros sociais permitem mais oportu-


nidades para praticarmos a verdadeira comunhão,
pois há tempo suficiente para, até de forma individu-
al, compartilharmos uns com os outros diferentes
áreas de nossas vidas. É como podemos honrar e
servir nossos irmãos. É uma oportunidade de tratar
como família aqueles que abraçam a mesma fé que
a nossa.

( ) O líder também deve ter preparo pessoal man-


tendo uma vida de comunhão constante com Deus e
de práticas espirituais, como oração, jejuns e leitu-
ra da Palavra.

( ) Existem pelo menos seis aspectos que podem


se relacionar à importância de ser ter um sonho a
respeito de um grupo.
AUTOATIVIDADE

( ) É importante também o contato com aqueles


que já são frequentes no grupo. Com o crescimen-
to numérico, ficará cada vez mais difícil um conta-
to semanal com os membros, mas é necessária uma
periodicidade nos telefonemas, contatos nas redes
sociais ou visitas. Ofereça oração pelas dificuldades
ou simplesmente abençoe a família, a vida. Eles se
sentirão pertencentes ao grupo, e o pertencimento
gera a aliança.

( ) Orar pelas causas das pessoas que caminham


conosco é uma das coisas mais importantes que de-
vemos fazer. É algo difícil de colocar em prática
quando o grupo está estabelecido, pois acabamos
por nos ocupar demais, nos distraímos e, por can-
saço ou qualquer outro motivo, desanimamos.
AUTOATIVIDADE

( ) Convidar pessoas evita o declínio de partici-


pantes do grupo. Sem novos membros, a tendência é
encolher. Algumas situações podem contribuir para
que o grupo fique menor, como uma mudança de
endereço, uma multiplicação, um abandono das reu-
niões. Convidar novas pessoas revitaliza a comunhão.

( ) Não existe um sucesso duradouro sem um su-


cessor. Um dos hábitos inegociáveis de um líder de
grupo é mentorear auxiliares, preparando-os para
liderar futuros grupos. Mentorear é uma excelente
maneira de amar aos outros, pois é concentrar o
amor em alguns para poder alcançar a muitos.
Resumo

Nesta unidade, você estudou:

• Os sete hábitos importantes para uma lide-


rança eficaz no plantio de Igrejas.
Unidade 7

O modelo ideal de Igreja


Ao final da Unidade você será capaz de:

• Identificar o modelo ideal de Igreja e os principais valores que garantem seu


sucesso.

Guia de estudos

A sétima Unidade se divide em:

TÓPICO 7 – O MODELO IDEAL DE IGREJA


7.1. VALORES QUE GARANTEM UMA IGREJA DE SUCESSO
AUTOAVALIAÇÃO
TÓPICO 7 - O MODELO IDEAL DE IGREJA

Quando passadas todas as etapas de um plantio bem-sucedido, a Igreja toma forma e


naturalmente agrega um número de pessoas. Esse grupo, tenha o tamanho que tiver,
15, 20, 30, 300 ou mil pessoas, é o que chamamos de “Igreja” e passa a ter alguns as-
pectos comuns em suas vidas. Essas pessoas professam a mesma fé em Cristo Jesus,
reúnem-se regularmente, recebem e compartilham ensinamentos bíblicos, doutrinas,
atraem novos fiéis e partilham de outras atividades.

Desde a sua fundação, a Igreja passou por inúmeras mudanças. Já se passaram mais
de 20 séculos e, a cada tempo, líderes se empenham em buscar o modelo ideal de
funcionamento. Porque esse modelo funcional implica em agregar e manter os fiéis
e ensiná-los a prosperar nas suas vidas espirituais de uma maneira que glorificará o
nome de Jesus.

Nas últimas décadas, vários modelos e estratégias de crescimento foram implemen-


tados na busca de acertar como Igreja e não é o nosso objetivo aqui avaliá-los na sua
integridade ou mesmo apontar o que deu certo ou não. O que pretendemos é nos ques-
tionar: O que é acertar como Igreja? Precisamos definir essa questão. Porque é o que
queremos, acertar como Igreja.

Talvez tenhamos ideias e conceitos bem diferentes a esse respeito e essa pode ser
a fonte de determinados problemas. Certo líder pode pensar: “Acertar como Igreja é
ter um grupo de milhares de pessoas!”. Pode ser que isso não seja uma verdade e sim
apenas um conceito ministerial de alguém que deseja ter um número expressivo de
pessoas dispostas a ouvi-lo. Há colegas que acreditam que somente serão aprovados
em seus resultados se estiverem à frente de uma multidão.

Para algumas pessoas, ter sucesso como Igreja é ter capacidade de sustentabilidade,
ou seja, possuir um potencial financeiro bom, muito forte, equilibrado e seguro. Elas
podem ter um pequeno grupo de pessoas, mas conciso em relação à arrecadação e
isso pode denotar o que consideram como sucesso.

Já para outras pessoas, o sucesso é a quantidade de Igrejas que vão nascendo a partir
de uma matriz. Alguém pode dizer: “Em dois anos, abrimos 10 novas Igrejas”. Ou ainda:
“Em 20 anos, abrimos 110 congregações”. Enfim, todos esses exemplos são modelos
que criamos e que acreditamos que darão certo.
Quando buscamos modelos de Igreja, queremos que algo dê certo, e o resultado de
ter sucesso depende da perspectiva do que é dar certo. Pode ser que a perspectiva de
Deus de dar certo como Igreja seja diferente da nossa. Se isso acontecer, vamos so-
frer, e muito.

Se a expectativa do Senhor para alguém for uma e o desejo do seu coração for diferen-
te, pode haver uma grande frustração. E não é porque essa pessoa, talvez até mesmo
líder ou pastor, não tenha o Espírito Santo. É porque, além do Espírito de Deus dentro
de si, ela também tem seu próprio espírito, alma e vontades.

! Importante

Não é incomum um líder ter áreas não tratadas no seu interior. Um exemplo é quan-
do este possui um sentimento de autoafirmação e, por essa fragilidade, tem a ne-
cessidade de contar com um número expressivo de pessoas dispostas a ficar em
sua Igreja. Talvez haja uma insistência obsessiva de encher um espaço de pessoas
a quem possa pastorear.

Outros líderes podem ter falhas no caráter da maturidade de sua fé, que os leva a
tomarem algumas atitudes de autoafirmação em relação aos seus ministérios. Em
reuniões de pastores, são bem frequentes conversas sobre batizar “X” pessoas, abrir
“N” novas congregações e “contagens” do tipo. E é provável que estejamos buscan-
do o sucesso da Igreja fundamentado em valores que denunciam nossa imaturidade.

Contudo, há um registro bíblico de um modelo que deu certo para o povo da época.
Atos dos apóstolos relata um resultado que foi suficiente para a Igreja nascida em Je-
rusalém. Não estamos falando que era uma Igreja perfeita. Nem tudo estava definido
e os fiéis enfrentavam seus desafios todos os dias. Mas o Espírito Santo estava na sua
direção. Vejamos:
Perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa,
comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cain-
do na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à Igreja
aqueles que se haviam de salvar.

Atos 2:46 e 47

Essa Igreja aqui exposta foi o modelo, a matriz de tudo o que caminhamos ao longo dos
séculos para chegar até onde estamos hoje. Então, é fundamental analisarmos alguns
princípios contidos no texto. Primeiramente, ela era funcional dentro da estrutura que
tinha.
Pouco depois de nascer, a Igreja começou a ser perseguida. Já não podiam se reunir
publicamente e, então, eles se reuniam em propriedades particulares, em grupos me-
nores. Com o passar do tempo e ao fim das perseguições, estruturas foram surgindo
para agregar mais pessoas. O importante nesse aspecto é que qualquer modelo esta-
belecido precisa ser funcional para o grupo que se dispõe a atender.

A Igreja de Atos estava funcionando. A Igreja precisa ser funcional e essa funciona-
lidade acontece quando ela cumpre sua Missão. É a Missão a que se compromete a
realizar que define se ela é funcional ou não. Para um grupo saber se está na rota cor-
reta como Igreja, é preciso olhar para os resultados e analisar se cumpre os valores
explícitos em Atos 2:47.

7.1. VALORES QUE GARANTEM UMA IGREJA DE SU-


CESSO

Em Atos 2:47, temos clareza do que acontecia com aquele grupo. Havia um movimento
que indicava um fluxo comum de ações entre aqueles irmãos. Eles perseveravam
juntos em oração. Além disso, louvavam a Deus, tinham o favor de todo o povo e dia-
riamente o Senhor acrescentava os que iam sendo salvos. Que extraordinário!

O interessante é que eles possuíam um movimento natural e as pessoas estavam se


convertendo. A Igreja de Jerusalém reconhecia a glória de Deus, a sua grandeza e a
sua bondade. Por isso mesmo, estava em constante louvor. Aqueles irmãos tinham o
reconhecimento e a admiração das pessoas, contavam com o favor delas. E, todos os
dias, o Senhor ainda acrescentava novas pessoas.
Eles tinham comunhão, comiam juntos, partiam e repartiam o que possuíam e se
tornaram desapegados aos bens materiais. Mais à frente, veremos a questão do sus-
tento da Igreja, porém, de antemão, pelos valores explícitos em Atos, ser bem-sucedi-
do financeiramente trata-se de não ter entre nós quem passe necessidades e entender
que o que temos é para servir o Reino.

Quando estudamos sobre as Igrejas da Macedônia, percebemos que não é a capaci-


dade financeira que faz com que uma Igreja seja relevante e sim valores muito mais
consistentes, como o dar!

Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância


de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da
sua generosidade. Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses
e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos
rogos, a graça de participarem da assistência aos santos.

2 Coríntios 8:2-4

Ser doadora é uma das mais poderosas qualidades do caráter de uma Igreja. Mais do
que sua capacidade de fazer e ter, uma Igreja Crescente, saudável e sustentável se
caracteriza por sua habilidade de doar!

A oração e o louvor não eram apenas uma parte da liturgia do culto dos irmãos de Je-
rusalém. O termo empregado no versículo é que eles “perseveravam unânimes” nessa
prática. Isso indica que era bem mais do que começar uma reunião com um mover de
oração. Era um estilo de vida que eles adotaram juntos, para praticarem em comuni-
dade, mas também de forma particular.

Todo cristão precisa ter seu momento pessoal e particular com o Senhor. Assim, orar
nas reuniões não deveria ser uma regra. Não estou dizendo que não devemos orar na
Igreja. Estou dizendo que orar precisa estar ligado muito mais ao estilo de vida do cris-
tão do que ser um vínculo religioso com nossas liturgias.
Outro valor que achamos em Atos é que a Igreja tinha reconhecimento do povo fora de
suas reuniões oficiais. Lá fora, as pessoas reconheciam o valor da Igreja. Se pensar-
mos um pouco, faz tempo que não somos reconhecidos além das quatro paredes de
nossos templos. Criamos até um jargão: “Eu não preciso ser reconhecido por homens,
apenas pelo Senhor!”. Isso é uma grande bobagem e contraria o que está escrito: “As-
sim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros
dos mistérios de Deus” (1 Coríntios 4:1).

Se as pessoas de fora não nos reconhecerem como Igreja, nosso impacto de influência
sobre elas diminui. Embora alguns não gostem do que eu vou falar, é necessário en-
tendermos que o Evangelho é persuasivo. Tenha paciência comigo, continue lendo até
o fim e irá me compreender. O que estou dizendo é que o primeiro impacto da Palavra
é pura persuasão. E atrás disso vem o poder do Espírito Santo, esclarecendo a mensa-
gem para transformar todos aqueles que a ouvem.

Paulo começou a falar do Evangelho para o rei Agripa até que chegou ao ponto de este
dizer: “Por pouco me persuades a me fazer cristão” (Atos 26:28). Em outras palavras, ele
estava falando: “Por pouco você me persuadiu a ser um cristão como você, Paulo”.

A mensagem do Evangelho tem o primeiro impacto na nossa inteligência. Aceitamos


ou não uma mensagem a partir da razão e da capacidade de percepção. Apesar de ser
o primeiro lugar de impacto, esse ambiente racional, que ouve as palavras ditas, não é
suficiente para nos convencer de verdades tão poderosas. Por isso, Paulo nos diz que
não se trata apenas de uma persuasão: “Porque o nosso Evangelho não chegou a vocês
somente em palavra, mas também em poder, no Espírito Santo e em plena convicção” (1
Tessalonicenses 1:5).

Não se engane, ninguém está preparado para ser convencido por quem não confia.
Nunca iremos convencer alguém que não nos respeita. Do contrário, quem não nos
respeita irá nos resistir. Quando acontece tal resistência, essa pessoa levanta todas as
armas emocionais e barreiras possíveis para que não seja influenciada.

Se não contarmos com a simpatia dos de fora, como o poder da mensagem da cruz
vai se manifestar? Você já parou para pensar nisso? Temos que ser íntegros para os
de fora da Igreja sim! Temos que ser autênticos para aqueles que não estão na Igreja.
A glória de Deus que manifestamos quando estamos reunidos como irmãos precisa
ser manifesta muito mais forte para os que estão do lado de fora da Igreja. Tudo isso
para contarmos com o favor e o reconhecimento das pessoas. Precisamos ser reco-
nhecidos em relação aos valores que o Evangelho expressa para que nosso poder de
influência não se perca.

Quando a Igreja Primitiva louvava e tinha o favor das pessoas, o crescimento dela era
operado não pela eficácia de qualquer método que pudesse existir, mas porque havia
um comportamento coerente com a mensagem pregada. Por causa disso, o Senhor
enviava as pessoas até eles. Este é o segredo, ter um caráter coerente com o que se
prega e pregar a verdade da Palavra com amor e graça.

Vídeo

Para saber um pouco mais sobre a História da Igreja, assista História da Igreja Pri-
mitiva – Resumo. Acesse o vídeo através do Recurso Multimídia e saiba mais.

https://www.youtube.com/watch?v=R5snYP65KJ4

Publicado em 29.11.2016. Acesso em 08.12.2019.


AUTOATIVIDADE

1. Nesta unidade vimos que “A Igreja precisa ser


funcional e essa funcionalidade acontece quando ela
cumpre sua Missão. É a Missão a que se comprome-
te a realizar que define se ela é funcional ou não.
Para um grupo saber se está na rota correta como
Igreja, é preciso olhar para os resultados e anali-
sar se cumpre os valores explícitos em Atos 2:47.”
Sendo assim, quais são os principais valores conti-
dos em Atos que garantem uma Igreja de sucesso?
Resumo

Nesta unidade, você estudou:

• Os principais valores para uma Igreja de


sucesso.
Unidade 8

Os cinco pilares para uma


Igreja crescente, saudável e
sustentável
Ao final da Unidade você será capaz de:

• Conhecer os cinco pilares para uma Igreja crescente, saudável e sustentável.

Guia de estudos

A oitava Unidade se divide em:

TÓPICO 8 – OS CINCO PILARES PARA UMA IGREJA CRESCENTE, SAUDÁVEL E SUS-


TENTÁVEL
8.1. A IGREJA É GERACIONAL (1º PILAR)
8.2. A IGREJA INVESTE EM RELACIONAMENTOS (2º PILAR)
8.3. A IGREJA É INFLUENTE (3º PILAR)
8.4. A IGREJA ENGAJA AS PESSOAS (4º PILAR)
8.5. A IGREJA POSSUI A CULTURA DO COMPROMETIMENTO (5º PILAR)
AUTOAVALIAÇÃO
TÓPICO 8 - OS CINCO PILARES PARA UMA IGREJA
CRESCENTE, SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL

Quero compartilhar os cinco pilares que podem cooperar para uma Igreja Crescente,
Saudável e Sustentável. São eles: a Igreja é geracional; a Igreja investe em relaciona-
mentos; a Igreja é influente; a Igreja engaja as pessoas; e a Igreja possui a cultura do
comprometimento.

Fonte: https://www.naveenconsulting.in/3-pillars-success-employees/ Acesso em 08.12.2019.

8.1. A IGREJA É GERACIONAL (10 PILAR)

Uma Igreja Geracional tem uma visão de futuro. Sem


essa visão, comprometemos os valores para sermos
crescentes, saudáveis e sustentáveis como Igreja.
Precisamos ser uma Igreja que se move para frente,
no sentido de vivenciarmos o cumprimento da profe-
cia: “Pede-me e Eu te darei as nações por herança e as
extremidades da Terra por tua possessão” (Salmos 2:8).
Fonte: http://maisumdiscipulo.
com/definindo-a-visao-da-igreja/
Acesso em 08.12.2019.
É necessário construir um caminho e ir avançando! Esse é o entendimento de uma
Igreja Geracional! Como pastores e líderes, devemos ter um coração que flui nesse
entendimento, ou seja, estaremos trabalhando com todas as forças do nosso ser para
que povos, tribos, línguas e nações sejam alcançados por um avivamento que os levará
a conhecer o nome de Jesus!

Devemos saber que, apesar de todo trabalho e esforço que estaremos fazendo, talvez
não o vejamos acontecer. Mas realmente não importa, pois o mais importante é saber
que isso acontecerá e que fizemos parte de sua vinda!

Talvez uma das maiores dificuldades que desenvolvemos em relação a sermos uma
Igreja Geracional tem a ver com a ideia de que o melhor momento de nosso ministério
acontecerá enquanto nós formos os líderes. Esse pensamento não é saudável, pois
limita o crescimento e a conquista! Os melhores momentos de nosso ministério não
serão conosco, mas com os nossos filhos, com os filhos daqueles que estão liderando
a Igreja hoje!

Claro que o desejo de viver o melhor é algo que sempre fará parte da expectativa de
qualquer pessoa. Mas resumir o pódio ministerial a nós mesmos apenas pode signifi-
car construir uma obra “de nós e para nós”, e isso em nada contribui para uma Igreja
Crescente, Saudável e Sustentável. Todo o nosso sucesso como grupo deve convergir
para a vontade de Deus e não para a nossa.

Se estivermos preparados para não viver o melhor é porque alcançamos um coração


de que estamos construindo algo superior para a geração que vem depois de nós. Se
quisermos viver o ápice do ministério nos nossos dias, o que os nossos filhos viverão?
E os filhos dos que caminham conosco? O que eles serão e o que terão daquilo que
chamarão de Igreja?

Precisamos projetar nossas Igrejas para os próximos 10, 20, 50, 100 anos. Dessa for-
ma, até que ocorra a volta do Nosso Senhor, estaremos cumprindo nosso propósi-
to com excelência. Uma visão de futuro nos ajuda a colocar os valores do futuro no
presente. Só trabalharemos para o porvir se tivermos um comportamento saudável e
coerente agora.
E a forma como nos permitimos ser dirigidos por Deus no propósito da Igreja local
também determina o que será dela daqui a 10, 30, 40 ou sejam lá quantos anos forem
em relação ao cumprimento dos seus objetivos. Somente uma Igreja Geracional cum-
prirá sua Missão com integridade.

8.2. A IGREJA INVESTE EM RELACIONAMENTOS (20


PILAR)

Precisamos ser uma Igreja que investe em relacio-


namentos. Sem esse investimento, teremos grande
dificuldade de chegar ao objetivo. Quero te falar algo
muito importante nesse sentido: as pessoas não vão
à Igreja por causa de Jesus! Tenha paciência comigo,
vou explicar!

Fonte: https://estudandosocial-
media.wordpress.com/2016/04/04/
curso-midia-social-de-ponta-a-pon-
ta-do-quero-ser-social-media-mo-
dulo-relacionamento-digital/ Acesso
em 08.12.2019.

Sejamos honestos, as pessoas vão à Igreja porque alguém que elas amam e respeitam
muito as convidou. Porém, quando chegam, o Espírito Santo as pega, o Senhor as con-
vence. As pessoas vão à Igreja por causa dos relacionamentos.

A Igreja contemporânea passa por um fenômeno interessante e preocupante, a rotati-


vidade das pessoas em relação às comunidades que frequentam. Uma parcela dessa
responsabilidade está com as pessoas, porque não entenderam seu papel. Elas esco-
lhem Igrejas para frequentar e não para pertencer! Não nos associamos a uma Igreja,
somos gerados e nos tornamos parte dela.

Existe ainda outra parcela de responsabilidade que é das próprias Igrejas. Muitas delas
não se contextualizaram, ou seja, não alinharam sua forma de comunicar com o tempo
a que pertencem. O Evangelho continua o mesmo, a Palavra de Deus sempre será con-
temporânea, mas o mundo de compreensão das pessoas sofre mudanças!
Não podemos falar com as pessoas hoje como se falava antigamente. Se comunicar-
mos a Palavra do Senhor desconsiderando a forma como os outros podem compreen-
dê-la e recebê-la, estaremos errando e comprometendo a nossa Missão. Claro que o
Evangelho é o poder de Deus, mas trata-se também de uma mensagem que precisa
ser transmitida e essa transmissão tem que alcançar quem ouve, tem que conectar
pessoas.

A Bíblia conta um episódio em Atos 8:36, onde Filipe evangeliza um eunuco da Etiópia.
Aquele homem era culto, mas não pode compreender um texto messiânico de Isaías,
porque o livro daquele profeta foi escrito para os judeus. Mas quando Filipe interpretou
o trecho e ele compreendeu, tanto aceitou a Cristo como pediu para ser batizado.

Percebe que, quando comunicamos o Evangelho de acordo com o tempo e o mundo de


compreensão das pessoas, elas o recebem? Igrejas que não entendem esse processo
enfrentam dificuldades para crescimento. As que se contextualizam crescem mais.

As formas evoluíram. A maneira de interatividade social e todas as suas estruturas


também. Não podemos fechar nossos olhos para essas alterações. Vejamos algumas
mudanças significativas que influenciam diretamente as relações da Igreja: arquitetu-
ra, música, tecnologias (mídias em especial), educação, entre outras.

Nesse contexto, atitudes como atualizar as músicas, organizar a dinâmica do culto,


cuidar do ambiente físico e ter atenção na forma de comunicar a mensagem sempre
irão cooperar para uma Igreja Crescente, Saudável e Sustentável se manifestar. Não
respeitar essas mudanças é totalmente prejudicial para o corpo de Cristo.

Se fizéssemos um censo para avaliar o tempo que as pessoas permanecem frequen-


tando nossas Igrejas, ficaríamos assustados! Iríamos descobrir que um número muito
pequeno delas fica em nossas Igrejas por um período maior de tempo.

Porém, essa rotatividade não é característica de uma Igreja Saudável. Mesmo porque a
maioria esmagadora das pessoas que chegam e que são resultado dessa rotatividade
não vem de um processo legítimo e saudável. Elas passam um tempo em um ministé-
rio e saem, simplesmente porque não se “adaptaram”.
A mais importante causa desse tipo de situação diz respeito a problemas relacionais,
que afetam o processo de crescimento. A saída de um grupo de pessoas afeta a saúde
da Igreja de maneira expressiva. Quando acontece de elas saírem coletivamente e de
forma equivocada, o remanescente sofre. Isso tudo afeta o crescimento da Igreja e,
consequentemente, sua sustentabilidade.

Quando não temos uma estratégia para aperfeiçoar relacionamentos na Igreja, acaba-
mos interferindo diretamente no seu crescimento saudável e sustentável. Talvez nosso
maior trabalho ministerial seja “apagar incêndios”, ou seja, resolver crises relacionais
entre pessoas. São inúmeras situações: é a inveja de um, o ciúme de outro, a incompa-
tibilidade de temperamentos e por aí vai.

Se não tratarmos os problemas de relacionamento, iremos aumentar a rotatividade


de pessoas na Igreja. Precisamos amadurecer, crescer e tomar o controle de nossas
vidas. Seria bom se as pessoas deixassem a autocomiseração, porque tudo isso gera
problemas relacionais que comprometem a permanência na Igreja. Se quisermos au-
mentar o tempo delas não ministério, precisaremos investir em relacionamento.

Relacionar-se de maneira saudável blinda as pessoas de errarem em suas decisões.


Então, quando uma pessoa pensa em sair por causa de um problema de relaciona-
mento com alguém, ela poderá permanecer por causa de outra ou do grupo de convi-
vência ao qual pertence.

E glória a Deus pelo pretexto para que fiquem. Quando as pessoas ficam umas pelas
outras, temos a chance de curar e consertar o dano feito. Precisamos investir em re-
lacionamentos. Sem eles acontecendo de forma saudável entre as pessoas da Igreja,
com os líderes, com os pastores e com todos de forma geral, comprometemos o cres-
cimento, a saúde e a sustentabilidade dela.

Investir em relacionamentos saudáveis é necessário. Eles precisam começar a partir


dos pastores e líderes, e o primeiro passo é sermos autênticos! As pessoas percebem
comportamentos que não têm a ver com a nossa personalidade real.
O homem do púlpito precisa ser o mesmo fora dele. A pastora que é mãe é a mesma
aconselhando, pregando, sendo esposa e amiga. Não há necessidade de construir um
arquétipo, de expressar ser uma pessoa de extremo amor, de viver abraçando e até
mudar a voz e o modo de falar. A hora que vier uma crise que precisar de uma ação
autêntica para resgatar algo, não haverá, porque não dá para viver uma performance
100% o tempo todo.

Para que haja relacionamentos saudáveis na Igreja, é preciso habilidade para alcançar
bons resultados. E precisamos gastar tempo nesse aprendizado, porque ele é nuclear
no processo de uma Igreja Saudável, que deseja cumprir seu propósito.

8.3. A IGREJA É INFLUENTE (30 PILAR)

A Igreja deve exercer influência onde ela estiver, no


bairro, na cidade. Para isso, precisa criar dinâmicas
de influência. Nós devemos estar atentos a qualquer
possibilidade de influenciar o local onde estamos. Por
exemplo, se houver uma mobilização social na asso-
ciação de moradores, dê um jeito e participe. Se hou-
Fonte: http://marcusmarques. ver um plantio de árvores na pracinha, vá lá.
com.br/pequenas-e-medias-em-
presas/importancia-marketing-
-de-relacionamento-para-sua-
-empresa/ Acesso em 08.12.2019.

Participe da vida comum do local onde a Igreja esteja plantada, até que ela esteja re-
lacionada suficiente ao ponto de causar influência. Existem duas posições que podem
definir o poder de uma influência saudável:

• A primeira posição é que quem influência não é governo. Influenciar não é fazer
determinações sobre as pessoas, mas indicar direções para que tenham a possibli-
dade de seguir, a partir da clareza dos seus propósitos. Quando tivermos propósi-
tos, iremos influenciar pessoas e dirigi-las em propostas desejáveis.

Propósitos claros despertam as pessoas para que invistam tempo, recursos e talen-
tos. Quando elas veem clareza em nossas ações, se sentem seguras para que sejam
direcionadas, veem que vale a pena seguir e copiar. Mas exercer governo de forma do-
minante só afasta as pessoas. Ninguém quer ser dominado, ainda mais por propostas
nas quais não se acredita.
• A segunda característica que empodera a influência é que ela não intimida. In-
fluenciar é inspirar as pessoas a partir das suas crenças e valores. Não é pela in-
timidação que as pessoas vão cooperar conosco e nos seguir, mas pela influência
inspirativa. É quando olhamos para alguém por causa da forma como lidera, como
administra o ministério, como trabalha e cuida da família.

Quando os valores e as crenças desse líder nos inspiram, queremos nos parecer com
ele, fazer coisas semelhantes e de alguma forma sermos iguais.

8.4. A IGREJA ENGAJA AS PESSOAS (40 PILAR)

A Igreja deve exercer influência onde ela estiver, no


bairro, na cidade. Para isso, precisa criar dinâmicas
de influência. Nós devemos estar atentos a qualquer
possibilidade de influenciar o local onde estamos. Por
exemplo, se houver uma mobilização social na asso-
ciação de moradores, dê um jeito e participe. Se hou-
Fonte: https://flaviomuniz.com. ver um plantio de árvores na pracinha, vá lá.
br/5-dicas-de-como-utilizar-o-
-marketing-de-relacionamento/
Acesso em 08.12.2019.

Uma estatística nos dá um parâmetro sobre esse assunto. Ela diz que dos membros
que uma Igreja possa ter, apenas entre 15% a 20% participam ativamente de tudo o que
ela está empreendendo. Os outros 80% a 85% estão ausentes do envolvimento com a
sua dinâmica.

Esse tipo de situação influencia na saúde da Igreja. É preciso engajar as pessoas, fa-
zê-las parte dos processos de construção do futuro da Igreja na qual estão inseridas.
É claro que cada atividade tem seu critério e alinhamento. É lógico que não podemos
colocar pessoas para ministrar a música sem o mínimo de talento e maturidade espi-
ritual. Mas certamente todos podem encontrar o seu lugar junto ao corpo.

A tendência das pessoas engajadas é se comprometerem. É uma consequência natu-


ral. Eles se comprometem com a proposta da Igreja, com sua visão e Missão. Pessoas
engajadas são muito mais comprometidas com práticas espirituais, como oração, en-
volvimento com as Escrituras, jejum e adoração. Por isso, sua produtividade aumenta
e a qualidade espiritual da Igreja melhora.
A base de tudo isso é o engajamento. Porém, precisamos engajar as pessoas sem
quebrar princípios. Não negocie os valores de uma Igreja Saudável na pretensão de
envolver as pessoas, ou seja, de dar “oportunidades” para elas. Igreja não é lugar de
oportunidades, mas de comprometimento.

Todo engajamento vai gerar um comprometimento mais poderoso por causa do senso
do pertencimento. Uma coisa é fazer algo para alguém, outra coisa é fazer algo que faz
parte do projeto. O nível do compromisso é outro, a intensidade fica diferente, a entre-
ga também. Quantas pessoas saem da Igreja por não se sentirem pertencentes a ela?

Gente precisa ser envolvida, precisa se sentir parte, precisa pertencer. O senso do
pertencimento é fundamental. Por isso, é muito importante construir uma linguagem
que deixe claro para cada pessoa sua importância, não apenas no culto, mas em toda a
dinâmica de organismo vivo que a Igreja representa. Devemos pensar em mecanismos
de engajamento para todos.

O púlpito é o principal agente de engajamento de um pastor. As atitudes dele vão in-


fluenciar diretamente os ouvintes. Não adianta o pastor principal pedir para os líderes
de ministério engajarem as pessoas se ele não for o mais importante engajador da
Igreja.

8.5. A IGREJA POSSUI A CULTURA DO COMPROME-


TIMENTO (50 PILAR)

A Igreja deve exercer influência onde ela estiver, no


bairro, na cidade. Para isso, precisa criar dinâmicas
de influência. Nós devemos estar atentos a qualquer
possibilidade de influenciar o local onde estamos. Por
exemplo, se houver uma mobilização social na asso-
ciação de moradores, dê um jeito e participe. Se hou-
Fonte: https://gdia.com.br/noti- ver um plantio de árvores na pracinha, vá lá.
cia/11-143 Acesso em 08.12.2019.

As pessoas precisam entender a importância delas naquilo que estão se dispondo a


fazer. Elas precisam compreender sua relevância no contexto estrutural do corpo. Não
são descartáveis ao ponto de que, se não forem, outro vai fazer.
Na verdade, as pessoas precisam saber que são fundamentais no que está sendo feito.
Use de todas as estratégias e mecanismos para engajar as pessoas, convoque os dons
e talentos delas, mas deixe bem claro que não precisa de ajuda, mas de comprometi-
mento.

Uma dica que dá certo é não aceitar que as pessoas cheguem para ajudar em alguma
necessidade, pois a Igreja não existe para atender necessidades, mas para cumprir
propósitos. A segunda dica é que quem ajuda faz o que quer e quando quer, mas quem
se compromete faz o que deve ser feito.

Necessidade fala de dificuldades existentes. O foco da Igreja não pode ser investir seu
tempo e seu esforço em torno de problemas. Eles existem e são reais, mas não pode-
mos demandar planejamento na gestão de problemas. Então, se há necessidades na
Igreja, coloque o foco no aperfeiçoamento do planejamento.

A cultura da ajuda geralmente se desenvolve quando aquele irmão que toca o tecla-
do, o violão, a bateria ou o cantor que ministra o louvor, que falaram que poderiam vir
nos cultos nos dias de semana, não vêm. Ou então com aquele irmãozinho que ficou
responsável por abrir a Igreja, arrumar as cadeiras ou organizar os banheiros, mas,
chegando no dia do culto, não aparece nem dá satisfação. Já viu isso acontecer em
algum lugar?

Então, o pastor vai conversar com o irmão da ajuda, afinal de contas, estava contando
com ele e algo precisa ser dito para que o erro seja corrigido. E o irmão responde:
“Quando nos falamos, eu disse para o senhor que ajudaria quando pudesse. Tenho meus
compromissos para resolver!”.

Quando alguém quiser cooperar, mostre-lhe os critérios, os compromissos que pre-


cisa ter, os caminhos que precisa percorrer para chegar onde quer atuar. Diga que
quer aquele irmão atuante como parte da Igreja, mas, antes de tudo, precisa mostrar
comprometimento. Ele deve saber que, se não cumprir seu papel, o corpo de Cristo
vai sofrer. Não importa a atribuição, se não houver responsabilidade e não for feito, a
Igreja vai sofrer.

Uma Igreja Crescente, Saudável e Sustentável não vive para atender necessidades,
mas para cumprir seu propósito: alcançar cada povo, tribo, língua e nação deste mun-
do.
AUTOATIVIDADE

1. Por que é importante para a Igreja investir em


relacionamentos?

2. Quais as posições que podem definir o poder de


uma influência saudável na Igreja?

3. Qual é a importância de se estabelecer a cultura


de comprometimento na Igreja?
Resumo

Nesta unidade, você estudou:

• Os cinco pilares que podem cooperar para


uma Igreja Crescente, Saudável e Susten-
tável.
Unidade 9

A Igreja estabelece níveis


de aliança
Ao final da Unidade você será capaz de:

• Constituir níveis de aliança na Igreja a partir da comunicação e relaciona-


mentos.

Guia de estudos

A nona Unidade se divide em:

TÓPICO 9 – A IGREJA ESTABELECE NÍVEIS DE ALIANÇA


AUTOAVALIAÇÃO
TÓPICO 9 - A IGREJA ESTABELECE NÍVEIS DE ALIAN-
ÇA

Já tratamos na unidade anterior da importância que os relacionamentos têm dentro da


Igreja. Em Atos, vemos uma Igreja que era “unânime”, ou seja, eles tinham um nível de
concordância profundo. A unidade é fundamental e poderosa para a saúde da Igreja.
Então, precisamos investir em conhecimento nessa área.

Para a construção da unidade na Igreja, é preciso estabelecer eficiência na comuni-


cação do grupo. Precisamos falar a mesma língua. Aliás, lembra-se de Babel? Eles
falavam a mesma língua e possuíam o mesmo discurso. Foi preciso que o próprio
Deus os confundisse para que não alcançassem seu plano influenciado por poderes
demoníacos.

Fonte: https://www.sistemizecoach.com/blog/como-ajudar-o-coachee-a-melhorar-a-sua-comunica-
cao/ Acesso em 08.12.2019.

Seguindo o modelo de Jesus, para que um ministério tome uma determinada expres-
são de forma saudável, além de ter uma boa comunicação, é preciso ter e estabelecer
níveis de relacionamentos. A sustentabilidade, a saúde e o crescimento de uma Igreja
sempre vão girar em torno de um grupo menor, mas convicto e aliançado com o mes-
mo propósito e com expectativas que se correspondem.
Quando estabelecemos níveis de relacionamento, é preciso também que estabeleça-
mos níveis de aliança que cada uma das pessoas pertencentes à Igreja tem. O grupo
menor, que geralmente é formado por aqueles mais comprometidos e engajados com
a obra, é o “círculo de confiança”. Temos algumas nomenclaturas para eles, como dis-
cípulos, filhos ministeriais, etc. Mas o que importa é que geralmente é a esses a quem
o pastor recorre nas decisões cruciais da Igreja.

Além deles, a Igreja é composta por um todo. E para cada pessoa que está na comu-
nidade precisa ser esclarecido o que se espera dela e o que ela espera da Igreja, do
pastor, do corpo de obreiros e dos irmãos. Precisamos deixar claras nossas intensões
para que ninguém se fira nesse processo, para que não sejam geradas expectativas
que não serão cumpridas.

Você já se perguntou a razão de existirem crises relacionais? Um dos principais moti-


vos responsáveis por crises nos relacionamentos está no fato de que não sabemos dei-
xar claros nossos níveis de compromisso. Estamos falando de níveis de aliança com as
pessoas. Enquanto não falarmos o quanto estamos dispostos a nos envolver e sermos
envolvidos, teremos problemas.

Cada aliança estabelecida tem que atender ao seu propósito. Uma aliança conjugal,
por exemplo, precisa ter ações que atendam o propósito de uma vida conjugal. O dia
em que os comportamentos não correspondem ao objetivo do compromisso firmado,
o casal se separa.

Toda aliança tem a obrigação de atender ao propósito que a gerou. Se você decidir ca-
minhar muito próximo a alguém, será preciso deixar claro o nível de aprofundamento
dessa relação. Porque é necessário conhecer os termos de uma aliança para atender o
propósito dela. O dia que um dos dois faltarem com o que se comprometeram, haverá
problemas.

A verdade é que toda aliança firmada que não tem ações que correspondem aos pro-
pósitos que a firmaram irá comprometer o relacionamento. Certamente afastará pes-
soas, gerando mágoa, tristeza, decepção, frustração e desilusão. Isso acontece porque
alguém não cumpriu com o que se comprometeu. Ou, pior, quando alguém exige mais
de uma aliança do que aquilo que foi comprometido.
! Importante

Não exija de uma aliança firmada mais do que ela pode oferecer. Quando se exige de
um relacionamento mais do que ele se propôs, o resultado é frustração e desgaste.
Isso não pode acontecer, pois, com o tempo, as emoções não irão aguentar.

Na Igreja, por exemplo, o pastor espera que os músicos escalados para ministrar o
louvor venham para o culto na quarta-feira à noite, mas alguns não aparecem. Porém,
será que, na cabeça daqueles obreiros, eles tinham a obrigação de estar ali? O pastor
fica chateado, se sentindo desamparado e começa a exigir algo que no mundo daquela
aliança não ficou claro no acordo de relacionamento. Era somente uma ajuda.

Nesse caso que acabamos de ver, um lado fica frustrado e outro, desgastado. Além dos
problemas de relacionamento que essa situação gerou, imagine o mundo espiritual da
maldade agindo sobre todas essas circunstâncias, que pode certamente atingir muito
mais pessoas do que as inicialmente envolvidas. Por isso, precisamos deixar bem cla-
ras nossas intenções de relacionamento.

Todo pastor, quando recebe alguém novo em sua Igreja, espera que aquela pessoa fi-
que para sempre com ele. Jamais terá a expectativa de que alguém irá ficar ali apenas
por seis meses, mesmo porque nos preparamos para receber gente por prazo inde-
terminado. Mas não é assim que as coisas acontecem. Problemas surgem e o que era
para sempre dura apenas alguns meses. Alguém sai machucado e o relacionamento
fica prejudicado.

Assim, em qualquer relacionamento, é preciso clareza, honestidade, transparência.


Senão, de um lado começam as cobranças e do outro não se sabe por qual razão está
sendo cobrado. Quando isso acontece com um pastor, é porque ele tem um sentimento
de pai ministerial, pois o pai nunca quer que o filho vá embora. Deseja que ele fique em
casa para sempre.

Quantos casos nós vemos de pais que constroem um puxadinho, um sobrado, uma
casa no fundo do quintal só para o filho não ir morar longe? O mesmo acontece com
esse pastor, o coração dele é de pai.
O problema dessa situação que citamos é quando um líder ministerial tem o sentimen-
to de pai, mas a aliança existente com as pessoas é de pastor. E pastor cuida de ovelha.
Quando ela está machucada, passa remédio; quando está doente, dá assistência e a
acode; se ela estiver dispersa, traz para o aprisco; se estiver com fome, dá comida.

Ninguém leva ovelha para dentro de casa. Não se abre o coração para ela nem se conta
os sonhos. Imagine as ovelhinhas balindo e a gente abrindo o coração, contando os se-
gredos. Não colocamos o nome delas em nossos testamentos. Também não deixamos
bens para que usufruam. Isso não é coisa para ovelha.

No dia que a ovelha percebe um pasto com a grama mais verdinha, ela vai embora.
Porque, quando tiver fome, vai querer ser nutrida, já que não quer morrer. Aliás, você
já ouviu aquele discurso: “Eu saí porque estava morrendo naquela Igreja”. Se parar para
pensar, ela está certa. O “pasto” não estava mais alimentando. E o líder que tem expec-
tativa de pai, mas é pastor, se frustra por perder um membro do rebanho.

Alguns pastores geram discípulos, enquanto outros têm em suas Igrejas bons servos,
bons cooperadores, mas que não são filhos. Somente os filhos ficam na casa do pai.
Quando tem expectativa de relacionamento equivocada e não é atendido, esse pastor
irá cobrar da ovelha, do discípulo ou do cooperador comportamento de filho e não terá.
Como resultado, irá se frustrar.

No ambiente de expectativas, nós precisamos saber gerar pessoas que vão ficar do
nosso lado por um longo tempo, quem sabe para a vida toda. Então, primeiramente
quem quer desenvolver uma Igreja Crescente, Saudável e Sustentável precisa definir
os níveis de aliança com as pessoas que estão em seu grupo.

Algumas pessoas irão nos procurar para serem abençoadas para irem embora, e al-
guns pastores já possuem um discurso pronto: “Quem quiser ir embora, deixe ir!”. Cui-
dado com essas frases escapistas! Elas não refletem a regra, que é Atos 2:42-47.

Construa relacionamentos sólidos que irão durar muito tempo e saiba que não se trata
de um grupo grande. Todo pastor precisa saber que vai ter um grupo de pessoas que
estará com ele para o resto da vida, mas esse é um grupo restrito. Esses são os filhos.
Há pessoas na Igreja em que pastoreio que querem ir para os confins da Terra, para
cumprir a Missão, porque é o chamado delas. Outros querem ir para o Nordeste do
Brasil, e vai chegar esse tempo. Mas eu os quero perto de mim. O pai sempre quer os
filhos perto. Porém, preciso liberá-los para cumprirem seus propósitos.

Em uma visão de Igreja Geracional, de futuro, quem tiver de ir vai. Alguns vão e voltam.
Mas, nesse caso, o ir não significa desligamento. Significa que o filho conquistou auto-
nomia. O envio é fruto de uma aliança de um grupo conciso de pessoas.

Um filho amadurecido e que conquistou um nível de aliança profunda com o grupo


local é o candidato ideal para ser enviado a novos campos e se tornar um plantador
de Igrejas. E o grupo local, tendo ciência dos níveis de aliança que firmou com aquele
homem ou mulher, irá até as últimas consequências para manter firme o que se com-
prometeu a fazer enquanto ele estiver no campo.

Assim, o ciclo saudável da Igreja se renovará a cada tempo. Em responsabilidade e


unidade, atrairemos a glória de Jesus e receberemos poder para cumprir o “Ide” até
os confins da Terra.
AUTOATIVIDADE

1. Redija, em no mínimo 5 e, no máximo, 10 linhas


sobre a importância de se ter uma boa comunica-
ção dentro da Igreja para se estabelecer níveis de
aliança.
Resumo

Nesta unidade, você estudou:

• A importância de uma boa comunicação e


relacionamento para se estabelecer níveis
de aliança.
Apêndice

UMA IGREJA CRESCENTE

C. Massagli

Quando falamos do desenvolvimento da Igreja, é preciso ter em mente desde o seu


plantio, quando ainda tinha a forma de semente, possuía a estrutura de um organis-
mo vivo. E, como todo organismo vivo, ela passa por fases. No inicio deste livro, foram
abordadas as etapas que a Igreja passa até ter uma estrutura robusta. E, tendo alcan-
çado maturidade, ela passa para uma nova fase.

Uma Igreja precisa ser crescente, saudável e sustentável. Precisa dessa dinâmica. Ela
não é comparada com o corpo? Não se trata de um corpo qualquer, ela é o corpo de
Cristo. Como Ele é perfeito, seu corpo não aceita disfuncionalidade. Ele cresce e se
desenvolve de acordo com sua fase de maturação, de forma saudável e natural.

O natural de um corpo é crescer. A Igreja precisa crescer e esse crescimento deve ser
sistêmico, uniforme e abrangente. Tem a ver com o número de pessoas, mas também
com a qualidade da maturidade da fé delas, com o cumprimento dos seus propósitos e
a prática da sua Missão.
Imagine um corpo em que o tronco esteja crescendo e as pernas atrofiando. Ou com
crescimento das pernas ao passo que os braços não se desenvolvem. Ou ainda um
corpo inteiro desenvolvido e a cabeça ficando pequena. A Igreja tem que crescer de
forma proporcional.

Enquanto a Igreja cresce, desenvolve nela os valores de Cristo. Em algum momento, o


corpo humano pode precisar de uma reposição hormonal ou vitamínica, mas o corpo
de Cristo não precisa disso. Ele não é desregulado, não cresce em uma área e fica de-
ficiente em outra. Não pode ser assim!

Paulo nos ensina isso em Efésios 4:13: “... à perfeita varonilidade, à medida da estatura
da plenitude de Cristo”. O alinhamento do nosso crescimento como Igreja é um ape-
nas: Cristo. Então, precisamos descobrir quais são as disfunções e os desiquilíbrios. E
questionarmos as razões disso.

Vamos a um exemplo. Suponhamos que não temos um ministério infantil bem-suce-


dido como é o de adoração. Porque a oração não funciona como deveria ou porque a
maturidade da fé, do entendimento das doutrinas e do conhecimento das Escrituras
não é como deveria. Esses assuntos precisam ser questionados ou teremos uma Igreja
desregulada.

Precisamos estar atentos à Igreja e perceber se ela está desregulada. Se algo acontece
com o nosso corpo, se está caindo cabelo ou se estamos tendo falta de ar, procuramos
um médico para resolver o problema. Na Igreja, não pode ser diferente. Se há alguma
área que não está funcional, é necessário intervir, e urgente.

Com algo desregulado no seu corpo físico, se não intervir, você morre. Se não cuidar,
poderá vir o dano, quem sabe, irreversível. Isso pode prejudicar seu bem-estar, in-
fluenciar na sua vida familiar, interferir na área conjugal, afetar na atuação profissio-
nal, tirar sua produtividade e por aí vai.

Com a Igreja, é a mesma coisa. Se não forem tratadas as áreas desreguladas, teremos
que fazer gestão de problemas e não precisamos gastar nosso tempo com isso. Infe-
lizmente, muitos de nós, até involuntariamente, fazemos gestão de problemas porque
não queremos tomar decisões. A verdade é que decisões custam caro!
Você já conviveu com um irmão que só gera problemas para a Igreja? Há no seu con-
vívio alguém a quem já aconselhou várias vezes, mas de nada adiantou? Pessoas não
são problemas, mas pessoas têm problemas e causam problemas! Mesmo tendo di-
ficuldades, por vezes, seremos obrigados a tomar decisões em relação a pessoas que
estão prejudicando o corpo, a Igreja.

Nós sabemos que algo deve ser feito, mas, às vezes, relutamos em decidir da forma
como deveríamos. Essa omissão pode trazer danos irreparáveis! Temos o dever de
cuidar da Igreja dentro dos padrões de responsabilidade e autoridade que nos foram
confiados. Em alguns momentos, decisões difíceis precisam ser tomadas.

Certa vez, por inúmeras incidências de problemas com um irmão na Igreja, Paulo fez
uma afirmação: “Seja este tal entregue a Satanás, para a destruição da carne, a fim
de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor” (1 Coríntios 5:5). Eu tenho certeza que
você já teve vontade de fazer isso. Quem sabe até venha na mente o nome de algumas
pessoas (risos).

É claro que temos que amar as pessoas, porém, não podemos ter medo de agir na
direção de princípios. Temos o dever de cuidar da Igreja e de seus valores. É preciso
decidir e resolver problemas. Assim como decidimos marcar uma consulta no médico
e ir. Não podemos, por exemplo, ficar fugindo de alguns exames, por mais desconfor-
táveis que sejam.

Muitos homens morrem todos os anos no Brasil por causa do câncer de próstata. Se-
gundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), somente em 2018, surgiram 68.220 novos
casos! Essa é uma doença altamente letal, porém, com grandes possibilidades de cura
se o tratamento for feito no início. E, sem um diagnóstico, é impossível haver tratamen-
to!

Por causa do preconceito que gira em torno dos exames, muitos homens sequer fazem
uma consulta de rotina. Mas é necessário enfrentar isso para ter um diagnóstico real
dos problemas que nosso corpo possa estar enfrentando. Se não o fizermos, podemos
comprometer a saúde de todo o organismo.

Em uma Igreja, precisamos buscar os sinais que apontam os problemas e tratá-los. Se


não formos responsáveis em relação às áreas desreguladas do grupo local, certamen-
te teremos dificuldades no funcionamento do corpo. O crescimento de uma Igreja está
intimamente ligado à sua saúde!
Uma Igreja deve crescer não por transferência, mas dentro dos padrões bíblicos pro-
postos pela sua Missão, pelo seu comissionamento. O crescimento de um ministério
deve ser porque está ganhando os perdidos, tirando as pessoas das trevas.

O CRESCIMENTO CORRETO

Atualmente, as Igrejas que possuem um número expressivo de membros estão cheias


de pessoas oriundas de outras comunidades. Mas, dentro de uma perspectiva baseada
nas Escrituras, ministérios assim não podem ser considerados crescentes, pois esse
público já tem uma experiência com o Evangelho.

Nesse sentido, uma Igreja Crescente é aquela que cresce com a chegada de pessoas
que não tinham conhecimento de quem era Jesus e não tinham contato com a Palavra
de Deus. Ou seja, não tinham experiências anteriores com o Evangelho de Cristo.

Uma Igreja não pode ser considerada crescente recebendo pessoas de outras Igrejas.
Certa vez, ouvi de um pastor que ele e sua comunidade tinham um ministério de res-
tauração. Aquele líder dizia que tinha a Missão de curar crentes feridos vindos de ou-
tras denominações. Na verdade, aquilo é uma grande bênção, mas a Missão da Igreja
não é essa.

A Igreja é definida pela sua Missão. Até para definir o que é, será preciso denominar
o que não é a Missão da Igreja. Por exemplo, não é curar enfermos, não é expulsar
demônios, não é profetizar, não é manifestar qualquer tipo de dom espiritual. Eu não
estou dizendo que essas ações estão erradas. Estou apenas dizendo que a Missão da
Igreja não é essa!

A Missão da Igreja está descrita em Mateus 28:19 e 20, Lucas 24:47, Marcos 16:15
e Atos 1:8. Esses textos deixam explícito que a definição de Missão para a Igreja é a
pregação do Evangelho. Expulsar demônios e manifestar dons são sinais que seguirão
os que creem, ou seja, eles serão consequência na vida de quem cumpre sua Missão.
Essa é uma sequência coerente com o propósito.
E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.
Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E
estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios;
falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa
mortífera, não lhes fará dano algum; porão as mãos sobre os enfermos e
os curarão.

Marcos 16:15-18

O texto deixa claro que a Missão de pregar o Evangelho vem primeiramente. Depois é
que os dons aparecem, porque eles seguem a Missão. Não podemos mudar a ordem.
Restaurar pessoas feridas de outros ministérios é um fato que pode acontecer, mas
esse não é o propósito original para a Igreja.

No exercício ministerial, alguns pastores erram com suas ovelhas, às vezes, por ima-
turidade, desgaste, mal entendidos, etc. Mas isso acontece. E graças a Deus que há
outros ministérios e pastores que podem acolhê-las e que possuem mais graça para
lidar com situações do que aquele que não soube lidar.

Porém, isso não pode ser definido como a Missão de uma Igreja. Biblicamente, não faz
sentido. Então, uma Igreja Crescente é aquela que avança na pregação do Evangelho e
cresce pela chegada de novas pessoas na fé. O versículo de Atos 2:47 diz que a Igreja
caía na graça do povo e o Senhor acrescentava os fiéis. É Deus quem acrescenta, é Ele
quem traz as pessoas!

O discurso da Igreja Primitiva constrangia o coração das pessoas. Quando Pedro pre-
gava, elas entravam em agonia, perguntando o que deveriam fazer. E recebiam a res-
posta que buscavam: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”
(Atos 2:38).

A Igreja Primitiva era crescente pelo anúncio do poder transformador que o Evangelho
produzia. Não havia pessoas atrás de Pedro para dizer: “Olha, eu era de tal Igreja e ouvi
sua pregação, que falou muito comigo e agora quero me tornar membro do seu minis-
tério!”. Todo o discurso do apóstolo, é importante que se diga, baseava-se na seguinte
direção: “Arrependam-se e sejam batizados em nome de Jesus”.
Eu não estou dizendo que seja errado receber quem vem de outras Igrejas. Podemos
sim, desde que seja de forma saudável. Mas não é nesse tipo de crescimento que de-
vemos empreender nossos esforços. Uma Igreja Crescente se dá a partir da conversão
das pessoas.

Às vezes, não paramos para pensar que existe somente um agente para convencer as
pessoas de seus pecados, o Espírito Santo, que, por sinal, tem a mais poderosa ferra-
menta de convencimento do universo, que é a Palavra de Deus. Em João 16:8, a Bíblia
fala que é Ele quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo. Já João 14:26 diz que
é Ele quem nos ensina todas as coisas e nos faz lembrar de tudo o que nos foi ensinado.
As Escrituras são a base dessas ações, que não podem vir de outra inspiração. Não se
trata de um sonho nem de uma historinha contada. Sua fonte é a Palavra Deus. Então,
se quisermos que as pessoas se arrependam e se convençam de seus pecados, pre-
cisamos pregar a Palavra. Se quisermos o crescimento correto da Igreja, é a Palavra
que precisa ser pregada.
UMA IGREJA SAUDÁVEL

C. Massagli

Existe um ditado no meio dos profissionais de saúde, sobretudo daqueles que tra-
balham com nutrição, que diz assim: “Você é aquilo que você come!”. Essa frase é
verdadeira, pois a fonte de nutrientes de um organismo vivo determina tanto o seu
crescimento quanto o seu estado de saúde.

Você já esteve em alguma comunidade da África ou mesmo da região Nordeste do Bra-


sil cuja alimentação seja muito escassa? A aparência das pessoas é bem maltratada,
as crianças não possuem tamanho nem peso correspondentes à idade, a taxa de mor-
talidade infantil é alta e a expectativa de vida é baixa - geralmente os adultos morrem
entre 50 e 55 anos. São fatos ligados, muitas vezes, à má nutrição e à escassez de água.
Está sendo citado esse exemplo, pois, como organismo vivo, corpo, a Igreja precisa
ser bem nutrida para crescer. Ela tem uma fonte para a sua nutrição, que é a Palavra
de Deus. Atos 2:42 nos diz que as pessoas que pertenciam à Igreja “perseveravam na
doutrina dos apóstolos”, porque a base de crescimento de uma Igreja Saudável não são
os dons, é a Palavra de Deus.

O que desata uma Igreja para o crescimento é quando ensinamos as Escrituras. A base
não tem a ver com dons ou qualquer outro artifício. Cada ministério tem sua importân-
cia, mas o que vai fazer com que uma Igreja seja crescente são as Escrituras. Por cau-
sa delas, o Espírito Santo tem argumento para convencer e transformar as pessoas.

Os dons são extremamente importantes, pois eles também falam da manifestação do


Reino de Deus e de sua vontade. Se os sinais não forem feitos, muitos não crerão. Eu
acredito que deva haver sim a manifestação de dons, mas existe algo mais importante,
a pregação do Evangelho.

Não podemos inverter essa ordem. Uma Igreja Crescente e Saudável é aquela que
caminha em princípios (Escrituras) e dependendo do Espírito Santo. Uma Igreja Cres-
cente e Saudável é intensa em sua Missão: ir até os confins da Terra.

Em Atos 2:43, lemos que “em cada alma havia temor”. É isto o que as Escrituras pro-
vocam nas pessoas, temor ao Senhor! Devemos temer o que Ele irá fazer e também
o que não irá fazer. Até mesmo o diabo teme a Palavra de Deus, mas muitos de nós,
pastores, não.
Você acha que teme a Palavra de Deus? Se temêssemos, temeríamos e tremeríamos
diante daquilo que ela manda fazer e não fazemos. Olhe uma das coisas que não fa-
zemos: “Orai sem cessar” (1Tessalonicenses 5:17). A Bíblia não manda pregar sem
cessar nem adorar sem cessar ou jejuar sem cessar. Mas ordena que devemos orar
sem cessar!

E o que é “orar sem cessar”? É não parar de orar, simples assim. O Senhor não usou
Paulo para nos dar uma sugestão, mas um mandamento. Não foi uma dica para nos-
sa vida melhorar. Aliás, nossa maturidade espiritual está totalmente dependente do
nosso envolvimento com esse princípio. Está escrito, a Igreja tem que orar sem parar!
Na Igreja que pastoreio, estamos tentando, de alguma forma, praticar esse manda-
mento. Estamos envolvidos com a oração 24 horas, distribuída entre membros e líde-
res do ministério. Isso acontece todos os dias e nossa decisão é continuar assim até
Jesus dizer que essa palavra não vale mais.

Quando Ele disser “Gente, pode parar de orar sem cessar” ou quando descobrirmos
um texto na Bíblia que anule o “orai sem cessar” (desista de procurar, pois não há!), aí
pararemos de orar. Enquanto isso, vamos continuar obedecendo. Porque precisamos
nos esforçar para fazer o que o Senhor mandou.

E se não dermos conta de cumprir esse mandamento? Na verdade, não interessa se


conseguiremos ou não. O que interessa é nos lançarmos em fazer o que o Senhor man-
dou. Nossa mente sempre buscará saber se é possível cumprir, e isso revela em nós o
“coração de servos” apenas. O servo é obediente e a obediência é racional, ou seja, nós
escolhemos obedecer ou não. O filho, por sua vez, não é obediente, mas submisso. A
submissão não pergunta e também não calcula se é possível. Ela cumpre.

Quando Paulo escreveu para a Igreja de Éfeso, ele disse que nosso objetivo é sermos
iguais a Jesus. Algumas pessoas podem questionar e debater a impossibilidade de
cumprir isso, uma vez que Ele é perfeito. Mas não temos que discutir se é possível ou
não. A Palavra está mandando que sejamos parecidos com o Senhor. Portanto, temos
que caminhar numa constante de crescimento de fé de forma a atingirmos a estatura
dEle, buscando sempre alcançar seus
Precisamos parar de discutir as impossibilidades. Todas as vezes que discutimos se
é possível ou não o cumprimento da Palavra de Deus, estamos dando oportunidade
para que a incredulidade nos governe. A Palavra não deve ser avaliada e sim cumprida!
Mandamentos não devem ser questionados e sim obedecidos!

Mesmo que julguemos que nunca vamos ficar iguais ao Senhor, não tem problema.
O que precisamos é continuar buscando tal condição. E se não conseguirmos? Essa
pergunta não cabe no ambiente da fé. Nossa parte e responsabilidade é caminhar para
alcançá-lo.

Esse é um bom exemplo de como é fácil nos perdermos na caminhada. Se a direção é


orar sem cessar, então, devemos fazer isso e ver no que vai dar. Mas precisamos nos
esforçar, o que demonstra que temos temor. Uma Igreja saudável teme as Escrituras
e o que Deus diz.

Deus está dizendo: “Pregue o Evangelho!” e “Ore sem cessar!”. É simples, obedeça!
Ele também nos diz: “Não peque”; “Não minta”; “Não engane”; “Não adultere”; “Não
fale mal de outro pastor”; “Não defraude as pessoas”; “Não dissimule”; “Não finja”. É
preciso ter temor. Essa é uma característica de uma Igreja Saudável.

Em Mateus 25:14-30, lemos a Parábola dos Talentos. Ela fala de um moço que ganhou
um talento e cometeu o erro de ter guardado o que havia recebido. Mas esse empre-
gado cometeu outra falha, mais grave ainda. Quando o seu senhor voltou para ajustar
as contas, o servo, ao dar explicação por não ter multiplicado o talento, disse que o
guardou porque sabia que seu senhor colhia onde não plantava e ajuntava onde não
tinha guardado.

Diante dessa fala, o senhor daquele homem lhe deu uma resposta, afirmando que, se
ele sabia como era, por que razão não tomou outra atitude? Talvez o erro mais impor-
tante do servo não tenha sido guardar o talento, mas não temer o nível de exigência e
cobrança daquele a quem iria prestar contas.

Na cabeça daquele empregado, não havia erro algum em guardar o talento que tinha
recebido, porque, fazendo assim, não perderia nada e não correria riscos. Na verdade,
isso foi uma grande falta de temor do critério do seu senhor.

Esse, por sinal, é o mesmo discurso liberal que anda rondando a Igreja por aí. Há al-
guns discursos sobre graça e amor bem liberais. Mas é preciso lembrar que o Deus do
amor e da graça é o mesmo que as Escrituras dizem que é fogo que consome.
Não podemos pensar que passaremos uma vida sem obedecê-lo e, no final, um ar-
rependimento repentino e inconsequente resolverá tudo e ficará tudo certo. Há uma
grande chance de não dar certo! O Senhor poderá nos olhar e dizer que conhece nosso
coração. E mais: que conhecíamos seus critérios. E, então, como será?

A IGREJA SAUDÁVEL SE RELACIONA COM DEUS

Quando uma Igreja é saudável, se relaciona com sua fonte. E é impossível ter o DNA de
Jesus e ser alimentado pelas Escrituras e não multiplicar. Se nos relacionamos com o
Senhor, vamos nos tornando parecidos com Ele, ao ponto de começarmos a manifestar
sua glória.

Moisés ficou por 40 dias no monte e, quando voltou, deixou as pessoas assustadas.
Seu rosto brilhava porque o ambiente da presença do Senhor ficou impregnado nele.
Alguma coisa de Deus transcendeu o monte, entrou naquele homem e o acompanhou.
Ele não precisava fazer esforço para que os outros vissem o Senhor na sua vida. Era
natural, Moisés fluía o resultado do seu relacionamento com Deus.

Os dons falam disso. Eles são a legitimidade do nosso relacionamento com Deus. Exis-
te muita gente se esforçando para tê-los e se enganando, pensando que é preciso
fazer muita força. Quando a Bíblia fala de esforço, não é para os dons e sim para que
permaneçamos na presença do Pai. É para que Ele permaneça em nós e se manifeste
através de nós, da forma que quiser. Uma vida de oração, prática das Escrituras e com-
prometimento com a Missão fundamenta a saúde do nosso relacionamento com Deus.

Uma Igreja Saudável é aquela que caminha no temor e que manifesta os dons como
sinais. E porque ela executa sua Missão, os sinais se manifestam, levando as pessoas
a crerem. Essa é a dinâmica do seu crescimento e multiplicação.

Nesse processo todo, às vezes, a palavra “unção” nos confunde, porque pensamos que
tem a ver com dons, o que não é verdade. Ela pode até eventualmente se aplicar aos
dons, mas sua essência não tem nenhuma relação com sinais. Unção significa “auto-
ridade”. No Antigo Testamento, aqueles que eram ungidos como reis, profetas, sacer-
dotes, depois recebiam legitimidade de suas funções diante de quem os testemunhava
O rei Davi tinha muitos filhos e um deles era chamado Adonias, que desejava herdar a
coroa. Certa vez, esse filho se antecipou e organizou um almoço para articular o apoio
que precisava para ser o próximo rei. Joabe, primo de Davi e comandante do Exército,
estava lá. Mas Bate-Seba, esposa de Davi e mãe de Salomão, descobriu. Ela tinha uma
promessa feita por Davi de que o filho deles, no caso Salomão, seria seu sucessor.

Bate-Seba percebeu que os homens do alto escalão de Israel estavam para proclamar
Adonias como rei, uma vez que Davi já estava dando sinais de morte próxima. Sabendo
da promessa que o pai havia feito a Bate-Seba, provavelmente Adonias mataria Salo-
mão, e provavelmente sua mãe também. Contudo, essa mulher, desesperada, foi ao
rei e o cobrou de sua palavra, contando das reuniões que estavam sendo feitas sem o
seu conhecimento.

Então, Davi chamou Salomão e o entronizou. Além do rei, os sacerdotes foram chama-
dos para essa legitimação, para ungir o novo rei sobre Israel. Sem a unção, Salomão
seria apenas o filho do rei. Também sem a unção que recebera de Samuel, Davi teria
sido apenas o moço bonito, obediente e trabalhador que cuidava dos rebanhos do pai,
mas, depois de ungido, ele recebeu autoridade para governar.

Assim, unção nada mais é do que autoridade para governar. Os reis recebem autorida-
de para governar nações; os sacerdotes recebem autoridade para um propósito espi-
ritual e os profetas recebem autoridade para liberar palavras do Alto e dar direção aos
homens. Unção é autoridade de falar e agir em nome de alguém que é maior que você.
Vamos ao exemplo de alguém que não é pastor, mas possui todas as características
para o ministério pastoral. Tem o chamado, o preparo e está pronto para ser enviado,
mas suponhamos que não tenha a unção pastoral, não tenha descido óleo na sua cabe-
ça, não tenha sido feita sua ordenação. Então, essa pessoa ainda não tem legitimidade,
autoridade para agir como um pastor.

Pergunte a alguém que tenha passado por isso. Quem sabe você mesmo que está
lendo este livro possa ter vivido a experiência a seguir: muitas pessoas iniciam seu
ministério, descobrem um chamado, se lançam nele e um dia alguém decide legitimar
essa condição e ungi-las oficialmente para tal.
Quando o óleo bate na cabeça, parece que o céu se abre, como o cajado que Moisés
usou para abrir o Mar Vermelho. Isso ocorre por causa da autoridade que vem de cima
para baixo, de Deus para o homem.

Tocamos nesse assunto para que percebamos que unção não tem a ver com dons. Mas
tem relação com reconhecimento de autoridade, e quem reconhece é o Céu. No fundo,
é tudo de que precisamos, de que o Céu nos reconheça. Se isso acontecer, avançare-
mos.

Os sinais precisam ser o resultado da autoridade de Jesus nas nossas vidas. E Deus
derrama graça e poder especial para se manifestar através de nós. Mas a ação dos
dons jamais pode substituir a Missão da Igreja.
UMA IGREJA SUSTENTÁVEL

C. Massagli

Nunca foi tão difícil falar de sustentabilidade da Igreja quanto nos dias atuais. Isso por-
que há inúmeros equívocos acontecendo no meio cristão evangélico, como, por exem-
plo, o de que para uma obra ser de Deus precisa “ter” bens e, se não tiver, é porque não
tem a bênção do Senhor. Ou o contrário, para ser de Deus a obra precisa ser “humilde”,
segundo os equívocos que se tem pregado. Quando se diz humilde, quer se dizer mise-
rável, desprovida de recursos.

Esses conceitos estão biblicamente equivocados. Uma Igreja Sustentável é aquela que
permanece. Ela se autoatende, se autossupre e se automantém. Não há necessidades
pendentes, sempre há provisão. O dinheiro não deve ser obstáculo para a Igreja reali-
zar o que ela deve fazer. Isso não pode ser um empecilho.

Meu pai espiritual, pastor José Rodrigues, presidente de uma importante agência mis-
sionária, cita constantemente uma frase: “Aonde Deus aponta, Ele paga a conta”. Em
outras palavras, pastor José quer dizer que, quando a obra está na direção de Deus, Ele
mesmo garante todos os recursos.

O missionário inglês Hudson Taylor, um dos maiores responsáveis pela evangelização


da China, dizia: “A obra de Deus feita do jeito de Deus jamais deixará de contar com o
sustento de Deus”. Não faltará provisão para nenhum propósito do Senhor. E é isso o
que chamamos de “Igreja Sustentável”. Ela é crescente no modelo perfeito de cumpri-
mento da sua Missão, saudável nos seus comportamentos e se automantém.
Atos 2:42 diz que os irmãos “perseveravam na doutrina”, mas também “na comunhão
do partir do pão”. Isso indica que a Igreja Primitiva se autossupria. O versículo 44 afir-
ma que todos os que criam tinham tudo em comum. No versículo 45, é dito que eles
vendiam suas propriedades e distribuíam o produto entre todos.

Essa Igreja era autossustentável. Não passava “perrengues”, não tinha que fazer fei-
joada para construir o templo nem a “noite da panqueca” para ajudar na obra mis-
sionária. Também não fazia bazar para ajudar na obra social das irmãs do ministério
feminino. E novamente não estou dizendo que fazer essas coisas seja errado, só estou
dizendo que não precisava!
Se tivéssemos a oportunidade de viver uma realidade que não precisasse disso, não
teríamos mais tempo para dedicarmos ao propósito principal? Essas programações
dão uma trabalheira louca! As pessoas compram para pagar depois e temos que correr
atrás para receber.

Sempre tem alguém que não cumpre com o compromisso de pagamento e é claro
que tem que cobrar. Quando alguns irmãos são cobrados, dá confusão, vira fofoca e
acabamos perdendo pessoas na Igreja. Tudo vira um furdunço. Talvez essas coisas não
aconteçam em sua Igreja, mas lá no Sudeste é muito comum. Estejam orando por nós!
Uma Igreja Sustentável não faz força para cumprir sua Missão. Não quer dizer que não
dê trabalho, porque tem muito o que fazer sim. Mas é um preço que estamos dispostos
a pagar, com muito prazer e tranquilidade, sem nenhum sacrifício. Até porque a ideia
que temos de sacrifício é quando perdemos algo e isso não é bênção.

No Antigo Testamento, o entendimento desse assunto era diferente. O povo hebreu


praticava vários sacrifícios e ofertas ao Senhor. O conjunto dessas ações chama-se
“Korban”. Dentre os seus significados, uma das derivações quer dizer “aproximação”,
ou seja, quando eles sacrificavam, o sentimento era apenas um: ter relacionamento
com Deus.

Sacrifício nunca pode significar perda. Para o povo hebreu, tratava-se de um investi-
mento em algo muito mais elevado, que era se aproximar do Senhor, estar com Ele.
Alguns podiam até achar que era muito, mas quem sacrificava tinha a convicção de
que, por causa do relacionamento, tudo isso valeria a pena.

A ideia de sacrifício no Antigo Testamento era: “O tudo nunca será muito e o sacrifício
nunca será perda para ter o Senhor. Quando o motivo do altar vale a pena, qualquer
sacrifício é possível!”.

Hoje, quando ouvimos alguém dizer que temos que pagar o preço do ministério, ime-
diatamente pensamos que vamos ter trabalho, será cansativo e envolverá sofrimento.
Está errado! O pensamento tem que ser que, se valer a pena, pagaremos o preço.

Quantas vezes compramos algo que custa caro? E fazemos isso por quê? Porque vale
a pena pagar o preço para termos o que desejamos. Certamente você conhece alguém
que já pagou R$ 5 mil ou mais por um celular. E já perguntou para essa pessoa a ra-
zão de ter gasto tanto dinheiro em apenas um aparelho de telefone? Foi porque valia
a pena!
Quando abandonamos um estilo de vida natural e mundano no intuito de sermos ho-
mens ou mulheres de Deus, temos consciência de que é necessário um alto preço para
que tenhamos relacionamento com Jesus. Mas esse é um preço que pagamos com
tranquilidade. Tudo o que vale a pena possui valor e sempre estaremos prontos a pagar
o preço equivalente! Sacrifício, portanto, não pode significar perder, mas possuir.

Uma Igreja Sustentável não vive para atender suas necessidades, mas para cumprir
propósitos. E somente uma Igreja que cumpre propósitos alcança seu destino. É muito
triste ver grupos cristãos que lutam, se esforçam, gastam energia, desprendem muita
intensidade para gerar recursos para pagar suas contas de aluguel, água, etc. Uma
Igreja deve ser sustentável, ou seja, não pode depender de favores.

A força motriz dessa Igreja é o Espírito Santo, que encaixou certinho conosco. Encaixou
o propósito da Missão, o entendimento dela, a manifestação dos dons, a autoridade
vinda da unção. A engrenagem com Ele funciona suave e tranquila. Não há nenhum
problema na direção e, depois que Ele nos coloca na estrada, a Igreja segue crescente.
Não estou dizendo que quando temos o Espírito Santo não temos problemas, pois te-
mos. Acontecem crises, inclusive de ordem financeira, às vezes. Mas o que apren-
demos com a Igreja Primitiva é que eles perseveravam. E o Senhor ia acrescentando
graça!

À medida que aquela Igreja ia caindo na graça do povo, se houvesse críticas, certamen-
te não paralisariam o avanço daquele grupo. Repito, eles contavam com a simpatia das
pessoas. Isso quer dizer que não havia resistência no avanço do propósito.

Não sei no caso de vocês, mas em relação à Igreja que pastoreio, já ouvi de tudo. Ouvi
que somos a Igreja do barulho, que causa bagunça na rua nos dias de culto, que per-
turba os vizinhos. Parecia que algumas pessoas não gostavam muito da gente. Nós
estávamos errando! Era preciso fazer uma rota de correção e tentarmos ser o menos
inconveniente possível.

Essa é uma regra que também vale para o pastor. Ele precisa investir no bom rela-
cionamento com os fiéis e com aqueles a quem pretende falar do Evangelho um dia.
Quando essas pessoas nos virem, têm que gostar de nós. E não apontar e dizer: “Iii...
lá vem o pastor!”.
Eu dou treinamento e palestras em vários lugares e em muitas empresas, viajo pelo
Brasil todo e pelo exterior. Quando vou me apresentar como pastor, infelizmente, as
pessoas me veem com chapéu na cabeça, toalhinha na mão e uma fazenda em Mato
Grosso. É difícil! Porque nos tornamos um estereótipo, o que é lamentável. A Igreja de
Atos não tinha isso.

Mas esses estereótipos vão se agregando à nossa imagem em razão do grande apelo
que se tem na mídia por arrecadação de recursos. Não são todos os programas de TV
de cunho evangélico que apelam e nem todas as denominações, mas, infelizmente, já
houve muito mau testemunho em relação ao dinheiro nas Igrejas. Sobre os que estão
errando nessa questão, não cabe a nós julgá-los. Eles já têm um juiz.

Existem muitos não crentes que não sabem os motivos pelos quais arrecadamos. E
isso, às vezes, os impede de abraçar a fé. Nós arrecadamos primeiro porque é um prin-
cípio bíblico para abençoar aquele que está ofertando. Está escrito que quem semeia
colhe e quem dá recebe. Alguns textos bíblicos explicam sobre isso.

O segundo motivo é porque estamos nesse mundo ainda, e aqui o que funciona é o sis-
tema de troca, precisamos pagar para ter. Nunca seja ingênuo dizendo que não precisa
de dinheiro. Não pague a conta de luz para ver se haverá culto no domingo! Você não
depende do dinheiro, depende do Senhor, mas a moeda serve ao propósito da obra.

Este é o papel do dinheiro na Igreja: servir ao propósito da obra! E mais nada. A Igreja
não foi chamada para entesourar aqui nem construir grandes patrimônios ou enri-
quecer qualquer um dos seus fiéis. É claro que se a congregação já tiver tomado uma
proporção que necessite de obreiros de tempo integral, incluindo o pastor, é justo que
estes recebam pelo seu trabalho e um salário que sustente sua família com dignidade
(1 Timóteo 5:18).

Quando uma Igreja está na rota correta da sua Missão, não há falta. Os recursos vêm.
Ela pode investir na obra de evangelização local e principalmente expandir o Evangelho
até os confins da Terra. Se nos mantivermos nesse propósito, o Senhor da obra jamais
fechará a fonte do nosso sustento.
Referências Bibliográficas

BEZERRA, Carlos Alberto. Formando Discípulos. Disponível em: <https://www.revis-


tacomuna.com.br/deus/339-formando-discipulos>. Acessado em setembro de 2019.

BIBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo– SP: Socie-
dade Bíblica Internacional, 2017.

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Revista e


Atualizada no Brasil, 2ª ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2008.

EQUIPE. Davis, William Hersey. Disponível em: <https://www.pensador.com/frase/


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LIDÓRIO, Ronaldo & Rossana. Estratégias e Plantio de Igrejas no Campo Missionário.


Disponível em: <https://ronaldo.lidorio.com.br/wp/estrategias-e-plantio-de-igrejas-
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MASSAGLI, Clodoaldo. Uma Igreja Crescente, Saudável e Sustentável. 1ª ed. Poá-SP:


Editora Ame, Revival, 2019.

OLIVEIRA. Marcello de. Desvendando o original. Disponível em: <http://davarelohim.


com.br/web/desvendando-o-original-a-alegria/>. Acessado em setembro de 2019.
VIVA MISSÕES – Projetos e Suportes Missionários para as Nações

“A tarefa suprema da Igreja é a evangelização do mundo”

Oswald Smith

O VIVA MISSÕES é uma agência missionária cujo principal propósito é a expansão do


Evangelho de Cristo. Nossa visão é levar salvação a todos os povos, etnias, línguas e
nações. Treinamos líderes, agenciamos viagens missionárias de curto prazo, propor-
cionando a líderes locais uma experiência com o campo missionário. Também apoia-
mos diversos missionários e trabalhos missionários no Brasil e nas nações.

As primeiras viagens missionárias para a Europa, África, América e sertão nordestino


nos fizeram perceber que chegou o nosso tempo de cumprir a ordem de Jesus Cristo:
Ide! Ele nos propôs uma ação, nos desafiando a ir aos povos não alcançados.

Junte-se a nós, este é o grande momento de avançarmos. Jesus nos apresentou pos-
sibilidades de evangelização do mundo, mediante: sua ordem; sua metodologia; sua
visão; sua autoridade; e sua presença. (Mateus 28:18-20). É possível evangelizar o
mundo!

Várias viagens missionárias já foram realizadas. Já estivemos em Moçambique, Bolí-


via, Angola, Guiné-Bissau, Marrocos, Polônia, Rússia, Índia, Portugal, Inglaterra, Egito,
Israel, Canadá, França, Itália, Estados Unidos, México, África do Sul, Coreia Do Sul,
Japão, Dubai, Angola, São Tomé e Príncipe, sertão brasileiro e etnias indígenas brasi-
leiras. Porém, ainda falta muito: ainda falta você!

Junte-se a nós na intercessão, cooperação e participação nas viagens missionárias.


Viva Missões!

Facebook: https://www.facebook.com/vivamissoess/
Instagram: viva_missoes
Sites: www.vivamissoes.org.br
FATIN – FACULDADE DE TEOLOGIA INTEGRADA

A Faculdade de Teologia Integrada – FATIN tem por Missão oferecer um ensino de


excelência, sustentado pelo duplo compromisso com o desenvolvimento científico e
tecnológico da região e a solução dos problemas da comunidade na qual estamos in-
seridos.

Nossa visão é distinguir uma compreensão própria do ser humano e da sua história,
alimentada pela evolução cultural, de tal modo que atue em uma educação que se per-
mite aperfeiçoar os seguintes princípios: solidariedade, honestidade, motivação, disci-
plina, criatividade, flexibilidade, eficiência. Favorecendo o ideal de paz e fraternidade.

A FATIN floresce no campo do ensino, da pesquisa e da extensão, marcada pelo caris-


ma desafiador de que a ação educativa é a força motriz para a transformação social.
Comprometida com a ação cidadã, destacando sua filosofia própria.

Nossos valores abrangem: uma educação personalizante e comunitária; um desenvol-


vimento que proporcione condições de justiça na prática social; a inovação e a criativi-
dade, respeitando sempre a oportuna busca da qualidade maior do ensino; estimular o
cientificismo e a reflexão; formar recursos humanos em áreas específicas; promover a
divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos.

Para tanto, contamos com os cursos de graduação reconhecidos pelo MEC: Bachare-
lado em Administração, Bacharelado em Teologia e Licenciatura em Pedagogia. E ou-
tros cursos de pós-graduação Latu Sensu. Inclusive alguns na modalidade EaD (Ensino
a Distância).

Contato: www.fatin.com.br
HILDEBERTO JÚNIOR

Hildeberto Júnior é pastor, professor e coordenador de Pós- Graduação em Missiolo-


gia na FATIN. Casado com Christiane Joyce, com quem tem dois filhos: Lucas e Victor.
É fundador e presidente da Agência Missionária Viva Missões, através da qual tem
apoiado obras missionárias no Brasil e no mundo.

Ao lado de sua esposa, pastoreia a Igreja Batista Missionária Filadélfia, na cidade de


Recife, Pernambuco. Hildeberto é estrategista em Missões, também preletor interna-
cional. É filósofo, pedagogo e teólogo. Além de possuir uma especialização em Gestão
Escolar, um mestrado em Teologia e outro em Educação, atualmente é doutorando em
Educação.

Facebook: https://www.facebook.com/hildebertojunior.junior
Instagram: @hildebertojuniorjuniot
E-mail: hildeberto.chris@gmail.com
REVIVAL – AMOR, MISSÃO E VIDA

No Seminário Revival, treinamos líderes para que possam chegar a uma vida com re-
sultados extraordinários em todos os aspectos. Tudo isso é possível fazendo uso das
mais modernas ferramentas de treinamento e desenvolvimento humano do mundo.

Elas são aplicadas com sucesso em vários segmentos, seja no meio corporativo, capa-
citando executivos de alta performance e CEOs de grandes empresas, seja desenvol-
vendo talentos e habilidades naturais de forma individual.

O Revival treina pessoas que desejam desenvolver uma liderança de alta performance,
usando em sua metodologia fundamentos de diversas áreas do conhecimento científi-
co, tais como: Administração, Psicologia, Economia, Inteligência Emocional, Neuroci-
ência e Coaching.

Facebook: https://www.facebook.com/inRevival/
Instagram: InRevival
E-mail: inrevival.com.br
ICC – INSTITUTO CRISTÃO DE COACHING

Coaching é um processo de aceleração de resultados, levando cada pessoa envolvida


a conquistar seus sonhos e objetivos, superar limitações, além de desenvolver e aper-
feiçoar habilidades.

Trata-se do compartilhar de vários tipos de ciências, usando suas metodologias para


potencializar a capacidade e a eficácia de cada pessoa, de tal maneira que se alcançará
resultados reais e práticos em um curto espaço de tempo (ciclo).

Coaching in Cristo é a prática dessa metodologia, levando em consideração que Ele,


Cristo, é a fonte de todo o conhecimento e a sua Palavra, o padrão para que uma vida
de resultados extraordinários seja alcançada.

O ICC (Instituto Cristão de Coaching) conta com as mais modernas práticas de Coa-
ching e de treinamento e capacitação de líderes.

Baseado em princípios cristãos, são desenvolvidos programas de treinamento com


capacidade de aperfeiçoar todas as áreas da vida de uma pessoa:

- Leader Coaching & Ministries;


- Life Coaching & Ministries;
- Executive & Ministries Coaching;
- Master Coaching & Ministries.

Todos os programas recebem certificação internacional. O ICC conta também com um


programa acadêmico completo, incluindo a Pós-Graduação em Gestão de Pessoas e
Coaching e também o MBA em Gestão de Pessoas e Coaching, ambos com extensão
de certificação internacional.

O ICC é o início de uma nova visão para o crescimento pessoal com novos horizontes.

Facebook: https://www.facebook.com/InstitutoCristaoDeCoaching/
Instagram: Instituto Cristão de Coaching
Site: iccoaching.com.br
AME – INSTITUTO MINHA ESPERANÇA

Transformar vidas, abrindo caminhos para um amanhã melhor é a principal missão


do AME (Instituto Minha Esperança), que trabalha com ajuda humanitária e tem como
prioridade o ser humano. Por meio de projetos como África, Escola de Esporte, Famí-
lia, Canaã e Casa de Apoio, tem sido possível resgatar sonhos, motivando e integrando
pessoas que, até então, viviam à margem da sociedade.

O AME surgiu diante da necessidade e do clamor por ajuda de vários povos e nações.
Seus projetos motivam pessoas por meio de programas de ressocialização, esportes,
prevenção de doenças, recuperação de dependentes químicos, distribuição de alimen-
tos e resgate de valores morais, sociais e religiosos.

Veja a seguir um resumo dos projetos mantidos pelo AME:

- Projeto África - Tem atuação em dois países, Moçambique e Sudão (do Norte), que
sofrem com necessidades sociais básicas, como saúde, educação e alimentação, agra-
vadas pelos constantes conflitos internos. O AME também trabalha em parceria com
organizações que lutam para combater o tráfico sexual, a exploração infantil e a misé-
ria, visando amenizar o sofrimento desse povo esquecido.

- Projeto Escola de Esporte - Retira crianças e adolescentes das ruas e apoia tantos
outros, os colocando em uma posição de igualdade e promovendo realizações pessoais
e saúde.

- Projeto Família - Prima pelo resgate dos valores morais e sociais da família, esque-
cidos por muitas pessoas.

- Projeto Canaã - Assiste dezenas de famílias, ajudando-as a reconstruir a vida em


sociedade.

- Projeto Casa de Apoio - Tem levado esperança aos dependentes químicos e mora-
dores de rua, por meio de um trabalho de ressocialização e tratamento especializado.

Essas tarefas, porém, têm demanda de custos e investimentos, um verdadeiro desafio


em um mundo moderno e capitalista. Trata-se de um trabalho sério, realizado com
competência e dedicação por quem acredita que, com amor e fé, é possível que trans-
formações ocorram.
A equipe do AME está à sua disposição para apresentar melhor as propostas e os pro-
jetos, considerando um imenso prazer ter você como parte integrante do trabalho. A
certeza é a de que, com a sua ajuda, será possível fazer muito mais!

Facebook: https://www.facebook.com/ameinstitutominhaesperanca000/
Site: institutoame.com
C. MASSAGLI

É pastor, psicanalista, empresário, Master Coach Trainer. É membro do ICF (Inter-


national Coaching Federation). Casado com Gigiana e pai de três filhos, é engajado
em projetos sociais no Brasil e no exterior. É fundador e presidente do AME (Instituto
Minha Esperança), a partir do qual mantém trabalhos sociais na África e apoia tantos
outros em vários países.

C. Massagli é pastor sênior da Igreja Betel, em Poá (SP), professor de História da Igreja
e Psicologia Pastoral, bacharel em Teologia, pós-graduado em Ciência da Religião e
mestrado em Coaching e Counseling pela Flórida Christian University, Flórida (Estados
Unidos).

É doutorando em Business Administration in Neuromarketing, também pela Florida


Christian University, e mestrado em Neuropsicologia e Demências pela Universidad
Europea Miguel de Cervantes, Espanha. Sócio-fundador da Logos Consultoria Empre-
sarial, sediada em São Paulo, C. Massagli também é presidente do ICC (Instituto Cris-
tão de Coaching), com sede no Brasil, Estados Unidos e Europa.

Facebook: /clodoaldomassaglimastercoach
Instagram: @clodoaldomassagli
E-mail: massaglic@gmail.com
©2019

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