Através dos séculos, a humanidade tem se dividido a propósito desta
questão: "Quem é Jesus?" Por que tanto atrito em torno de um indivíduo? Por que é que este nome, mais que qualquer outro nome de qualquer outro guia religioso, suscita tanto conflito? Por que é que quando se fala a respeito de Deus, ninguém se perturba, mas basta mencionarmos o nome de Jesus, e as pessoas logo querem encerrar a conversa? Ou então colocam-se na defensiva. Certa vez comentei algo a respeito de Cristo com uma pessoa, e imediatamente ele disse: "Não gosto de discutir religião; principalmente se for para falar de Jesus Cristo." Por que é que, em se tratando de Jesus, a situação difere da de outros líderes religiosos? Por que os nomes de Buda, Maomé ou Confúcio não "agridem" as pessoas? A razão é que estes outros homens não declararam que eram Deus, e Jesus o fez. E é este ponto que o torna tão distinto dos outros guias religiosos. Não demorou muito para que o povo que conheceu Jesus reconhecesse que ele fazia declarações contundentes a respeito de si mesmo. Logo ficou claro para seus ouvintes que suas proclamações o identificavam não apenas como um novo profeta ou mestre, mas como um homem que era mais que isso. Ele fazia alusões claras a sua divindade. Estava-se apresentando como a única via de ligação que possibilitava um relacionamento do homem com Deus, o único recurso para o perdão dos pecados, e o único caminho para a salvação. A questão não é o que queremos pensar ou crer, mas, antes, quem Jesus se declarava ser. O que o Novo Testamento esclarece acerca desse assunto? Muitas vezes escutamos a expressão: "A divindade de Cristo". Isto significa que Jesus Cristo é Deus. O Novo Testamento apresenta Cristo como Deus. Os nomes a ele aplicados no Novo Testamento são tais, que somente poderiam ser aplicados, com justiça, a alguém que fosse Deus. Por exemplo: Jesus é chamado de Deus: "Aguardando a bendita esperança e a manifestação do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tt 2.13; comparar com Jo 1.1; Hb 1.8; Rm 9.5 e 1 Jo 5.20,21). As Escrituras lhe atribuem características que só podem ser verdadeiras se aplicadas a Deus. Jesus é apresentado como um ser de subsistência própria (Jo 1.4; 14.6); um ser onipresente (Mt 28.20; 18.20); onisciente (Mc 2.8; 6.64); onipotente (Ap 1.8; Mt 8.26, 27), e como possuindo vida eterna (1 Jo 5.11, 12, 20; Jo 1.4). Jesus recebeu honrarias e adoração somente devidas a Deus. Jesus aceitou adoração como Deus (Mt 14.33; 28.9), e anjos adoraram a Jesus (Hb 1.6). Respondendo à pergunta de Cristo sobre quem era ele (Cristo), Pedro fez a seguinte declaração: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". E a reação de Jesus a esta confissão de Pedro não foi uma palavra de correção quanto à sua afirmação, mas antes um reconhecimento da veracidade dela e a fonte da revelação: "Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus." (Mt 16.17.) Marta, uma amiga de Jesus, disse-lhe: "Eu tenho crido que tu és o Cristo (Messias) o Filho de Deus que devia vir ao mundo." (Jo 11.27.) E há também Natanael, o qual pensava que nada de bom poderia provir de Nazaré. Ele reconheceu que Jesus era: "O Filho de Deus; o Rei de Israel." Enquanto Estêvão estava sendo apedrejado, "invocava e dizia: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito." (At 7.59.) O autor da carta aos Hebreus chama Cristo de Deus ao dizer: "Mas, acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre." (Hb 1.8). E também temos, naturalmente, a confissão de Tomé. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem aventurados os que não viram e creram." (Jo 20.26-29. Jesus aceitou a afirmação de Tomé que se dirigiu a ele como Deus. Ele repreendeu o apóstolo por sua incredulidade, mas não por sua atitude de adoração. Jesus não somente reivindicara uma igualdade com Deus, como seu Pai, mas também declarava que era um com o Pai. Durante a Festa da Dedicação, em Jerusalém, ele foi procurado por alguns líderes que lhe indagaram acerca de ser ele o Cristo. Jesus encerrou seu comentário dizendo: "Eu e o Pai somos um (unidade de essência e natureza)." (Jo 10.30.) "Novamente pegaram os judeus em pedras para lhe atirar. Disse-lhes Jesus: "Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e, sim, por causa de blasfêmia, pois sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo." (Jo 10.31-33.) Jesus falou várias vezes de si mesmo como sendo um com Deus em essência e natureza. Ele afirmou com ousadia: "Se conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai" (Jo 8.19); "E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou" (Jo 12.45); "Quem me odeia, odeia também a meu Pai" (Jo 15.23). Jesus proclamava sua autoridade para perdoar pecados: "Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados." (Mc 2.5; ver também Lc 7.48-50). Os escribas perguntaram: "Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?" (Mc 2.7.) E então Jesus indagou o que seria mais fácil dizer: "Teus pecados estão perdoados", ou "Levanta-te e anda". Em ambos os casos, requer um ato divino. “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados – disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa” (Mc 2.10-11). O paralítico se levantou imediatamente diante de todos e foi para casa (Mc 2.12). “Quem diz o povo ser o Filho do Homem? João Batista? Elias? Jeremias? Ou alguns dos profetas? Mas vós, continuou ele (Jesus), quem dizeis que eu sou? “Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.