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A IGREJA QUE

CRESCE

João Cruz
INTRODUÇÃO

Olhando para trás agora vejo um pouco dos propósitos de Deus. Vislumbro,
mesmo sem entender tudo.

Em 2012 me parecia remoto que a congregação que ajudei a começar


queria se livrar de mim. A intenção era resolver um problema e para tanto
isso incluía me dispensar como evangelista.

Foi muito dolorido para todas as partes e ainda restam resquícios de


mágoas. No entanto, nunca parei de trabalhar para o Senhor mesmo que não
estivesse mais trabalhando para a igreja. É meio confuso isso, não é? Muitas
vezes você trabalha para a igreja e não para o Senhor, mas tudo isso faz
parte do aprendizado.

Naquele ano de feridas abertas ganhamos a oportunidade de procurar um


recomeço. Tivemos a oportunidade de visitar os irmãos e amigos aos
domingos e ao mesmo tempo em que procurávamos uma congregação para
servir. O sustento era difícil, a fé como um grão de mostarda e, olhando
agora, vemos o quanto Deus esteve presente quando pensávamos estar
sendo injustiçados. Eu já tinha começado o Ministério que viria a ser
conhecido atualmente como o Ministério Resgate e através desse serviço,
muitas coisas boas ainda estão se desenvolvendo.

A Editora Resgate era uma parte do trabalho e, mesmo sem planejar


inicialmente, naquelas visitas estava fazendo uma pesquisa entre as
congregações da igreja de Cristo em São Paulo. Ficamos um ano visitando
várias delas e conversando à procura de uma oportunidade de servir. Não
estava procurando emprego, apesar da necessidade.
Introdução

Naquelas visitas vimos a realidade visível das congregações. Claro que não
conhecemos todos os problemas e o porquê estavam na situação em que a
encontramos e as questões que são apenas refletidas nos problemas é o
invisível.

Resumindo, quero destacar o que vimos e um pouco da nossa experiência. A


maioria das vezes estando no outro lado, isto é, sentado e prestando culto e
procurando um terreno fértil para plantar, não nos sentimos edificados.

São 5 pontos que destaco sobre nossas falhas. Primeiro ponto, a maioria
das congregações da igreja não tem uma liderança reconhecida. Impera a
tradição de que todos os homens e membros têm direitos e deveres iguais.
Funciona até certo ponto, mas não dá os resultados que Deus espera.
Segundo ponto está a falta de objetivo. Talvez o problema seja a falta de
liderança bíblica nas congregações, mas se a liderança que aparece não
tem objetivos (mesmo que informalmente todos sabem quem é o
responsável na igreja local), imaginemos os membros. Terceiro ponto já se
tornou característica das igrejas de Cristo a deficiência nos cânticos. Sim,
acredito que Deus leva em conta o louvor feito de coração, mas vejo e
também acredito no consenso de que devemos dar o melhor para Deus. O
louvor é uma oferta a Deus e, aprendemos que devemos ofertar o melhor
(Hebreus 13:15). Não somos ruins só na oferta financeira.

Quarto ponto de importância destacaria a mensagem do púlpito de um modo


geral. Desde a abertura até na direção da ceia e coleta a mensagem é
deficiente. O ponto mais baixo neste aspecto é a pregação. Bons pregadores
e boas mensagens são a exceção. Não vejo que as pessoas
Introdução

saem edificadas. É como se as pessoas passassem uma semana no deserto


das suas vidas enfrentando a sede e a fome e no domingo tudo o que têm é
alguém que lhes dá um bocado de farinha para comer. Sim, sem dúvida tem
a parte do membro e este seria o quinto e último ponto.

Aquelas visitas se tornaram em um livro chamado “Em Verdade e Em


Espírito”, cujo texto aborda exatamente as nossas práticas dominicais e
como devemos melhorar. Esta foi minha tentativa em ajudar de alguma
forma.
LIDERANÇA
BÍBLICA

Desde o começo da Bíblia encontramos a liderança claramente nominada,


isto é, podemos citar pelo nome quem é o líder. Desde a história de Adão e
Eva até o fim do Novo Testamento. Conseguimos destacar facilmente um
nome de cada história. Faça o teste por si mesmo para comprovar isto.
Pegue sua Bíblia e comece a ler desde o início e você verá os nomes dos
líderes saltando dos textos. Não tenho problema nenhum com a palavra líder
para expressar o que todos nós precisamos entender, apesar de nosso
conceito de liderança bíblica ser diferente do mundo religioso. Nosso modelo
de liderança é Jesus e Ele se tornou em figura de servo e reconhecido em
forma humana nos ensinando que nascemos para servir ou não servimos
para liderar (Filipenses 2:5-11).

No começo da igreja nós lemos que os servos de Deus logo se destacaram


em servir a igreja. Começa com Pedro tomando a palavra e pregando
corajosamente pouco menos de dois meses da morte, sepultamento e
ressurreição de Cristo e quase três mil pessoas seguiram esta liderança
(Atos 2). Vemos outros nomes fora do círculo dos apóstolos surgirem para
liderar a igreja como Barnabé (Atos 4:36, 37). Neste caso, Barnabé é um
excelente exemplo do tipo de líder que Deus busca. Depois, por escolha de
Jesus Cristo pessoalmente, encontramos Paulo na estrada de Damasco
(Atos 9). Logo depois encontramos a igreja de Antioquia e esta igreja tem
sido um modelo de liderança e missões.

“Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por


sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e
Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-
me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.
LIDERANÇA
BÍBLICA

Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.”


(Atos 13:1-3)

Leiamos novamente juntos e vamos notar que na igreja de Antioquia nós


encontramos líderes nominados, isto é, a igreja sabia quem eram os homens
que estavam à frente do trabalho e eles eram submissos ao Espírito Santo.
Homens de oração e com objetivos divinos.

Uma das funções dos líderes da igreja mais negligenciada e uma das mais
importantes é a oração. Esta é uma função essencial para a igreja. Bem lá
no início da igreja, enfrentando os primeiros problemas, os apóstolos já
entenderam este objetivo da liderança. A igreja estava servindo os seus
membros, mas tudo estava concentrado nos apóstolos e o problema serviu
para encontrarem uma solução. Mesmo sendo apóstolos eles eram limitados
e imperfeitos. As viúvas dos irmãos de origem grega estavam sendo
esquecidos na distribuição diária de alimentos, então eles reuniram a igreja
e já trouxeram uma solução:

“Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do
Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto
a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.” (Atos 6:3-4)

A liderança da igreja tem um objetivo bem definido: a consagração à


oração e ao ministério da palavra.

Agora, olhando este é o modelo bíblico que precisamos replicar em nossas


congregações. Precisamos encontrar homens de oração e que tenham zelo
LIDERANÇA
BÍBLICA
pela sã doutrina, pregação e ensino para edificar a igreja de Deus. Estes
são, naturalmente, os líderes da igreja. Outros devem servir às tantas
outras necessidades da igreja. Note que os servos que estão liderando a
igreja tem nomes e todos devem saber quem são e quais suas funções.
Desta maneira também estaremos preparando a igreja para um dia, não
muito distante onde a visão e a fé não possam alcançar, para ter
presbíteros. Estes homens de oração e consagrados ao ministério da
palavra já estão sendo experimentados para uma excelente obra
necessária para a igreja de Deus.

Esta é a liderança da igreja do Novo Testamento e a igreja que nós


devemos ser hoje. É este modelo que estamos seguindo hoje? Com todo
respeito que tenho pela igreja de Cristo, não vejo que uma congregação
onde todos os homens e até mesmo todos os membros mandam e não temos
funções diferentes bem determinadas, como o corpo de Cristo, seja o
modelo que vemos na Bíblia.

O que vemos na igreja de hoje é que qualquer um canta, todos podem


pregar, ninguém tem autonomia para tomar decisões e guiar a igreja de
Deus para ser a igreja descrita no Novo Testamento.

Quero voltar à minha experiência que comecei a relatar lá no início. Depois


de um ano encontrei uma congregação com o potencial e necessidade de
crescimento. Eles já me conheciam e aceitaram me receber para servir a
igreja. Depois de conversar com um irmão que estava à frente do trabalho e
outro que também estava chegando na Congregação, começamos a nos
reunir para orar e criar objetivos para a igreja. Algum tempo depois
conversei com eles sobre este conceito bíblico de liderança e reunimos os
LIDERANÇA
BÍBLICA
homens e propusemos que aqueles três tivessem liberdade para tomar
algumas decisões sem precisar ter que reunir todos os irmãos a cada passo
que tivéssemos que dar e se alguma decisão importante fosse necessária a
decisão de todos nós trazemos ao conhecimento da igreja e também já
chegaríamos não só com o problema, mas também com sugestões de
soluções e os ouviríamos. Os homens concordaram com isso e tudo ficou
muito mais leve e fácil de executar. Os objetivos definidos ficaram fáceis de
executar e destravamos uma tradição e este foi o primeiro passo.

Então, se sua igreja quer crescer, ótimo! Porque se não crescer então ficará
desperdiçando toda energia em resolução de problemas, porque uma igreja
que tem o objetivo de crescer, tem um plano para isso e trabalha, não tem
tempo para criar problemas. Para tanto, precisa de uma liderança bíblica e
sólida. Homens qualificados e escolhidos pelo Espírito Santo. Homens de
oração e consagrados na palavra.
UMA IGREJA COM
OBJETIVO
A igreja é um organismo vivo e, como tal, deveria ter objetivos de vida.
Igrejas sem objetivos têm uma vida curta. A igreja é, literalmente, um
corpo. O corpo de Cristo. Ele é o cabeça e nós somos os membros deste
corpo. Convém que um corpo esteja em constante mudança. Se é um corpo
que é novo, então ele deve crescer. Assim como um corpo tem uma cabeça,
a igreja também precisa da liderança de Cristo. Jesus vai ser representado
por homens idôneos, de oração e apegados à palavra.

Desde que este corpo tem uma cabeça, então deve ter também objetivos.
Os homens que representam Cristo não devem inventar objetivos para a
igreja, o papel dele é cumprir os objetivos de Cristo. Quais os objetivos da
igreja? Jesus edificou a igreja para unir as pessoas e para edificá-las até
que pareçam com Ele.

Os objetivos apropriados da vida e ações de uma igreja local são a


adoração a Deus, a edificação da igreja e a evangelização do mundo.

Adoração a Deus
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei
tudo para a glória de Deus.” (1Coríntios 10:31)

Edificação
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros
para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao
aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e
do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à
medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos
UMA IGREJA COM
OBJETIVO
como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por
qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com
que induzem ao erro.”(Efésios 4:11-14)

Pregação da Palavra
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada
no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os
a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28:18-20)

Jesus veio para esta terra como todos nós. Filho de mulher, em carne e
sangue. Como Jesus sabia o que Ele deveria fazer? Jesus pessoalmente nos
diz o seu segredo:

“Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada
pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque
tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz. Porque o Pai
ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e maiores obras do que estas lhe
mostrará, para que vos maravilheis.” (João 5:19-20)

Jesus não era autônomo assim como a igreja também não é. Ou Cristo é o
cabeça da igreja ou nós não somos corpo de Cristo. Jesus ficava olhando
Deus e tudo o que Ele via Deus fazendo é o que Ele fazia e Deus lhe
mostrava o que Ele deveria fazer. Paulo nos mostra a ordem a ser seguida
na igreja:
UMA IGREJA COM
OBJETIVO
“Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o
homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo.” (1Coríntios 11:3)

Deus conduzia Jesus, os homens devem ser conduzidos por Cristo e as


mulheres pelos homens. Esta passagem não está querendo dizer quem é
mais importante ou quem manda, mas quem serve e guia. O mais importante
entre nós deve ser aquele que serve e guia.

O objetivo da igreja é fazer o que Cristo está fazendo. Então, por isso o
objetivo da igreja é adorar a Deus, proporcionar crescimento para os
membros do corpo de Cristo e evangelizar o mundo.

Agora que já sabemos qual é o objetivo da igreja, surge a pergunta: Como


atingir este objetivo? Observando a história da igreja vemos que não tem
uma só maneira de fazer as coisas. Primeiro porque somos um corpo e um
corpo é formado de vários membros com diferentes funções para atingirem
juntos o mesmo objetivo. Um sabe falar enquanto o outro prepara todo o
ambiente para que a palavra seja pregada e ouvida. Um tem dom para
administrar enquanto o outro sabe exatamente o que fazer para que todos
nós, juntos, cantemos em adoração e tanto sejamos edificados quanto
anunciemos a palavra através dos cânticos. Por isso, para atingir o objetivo
de Deus através da igreja, precisamos ter definido as funções dos membros
do corpo de Cristo, isto é, qual a função de cada membro. Pela lógica
deveríamos entender desde o começo que nem todos devem pregar, nem
todos devem liderar, nem todos devem reger os cânticos e nem todos
podem administrar as finanças e tudo o que envolve para atingir o objetivo
da igreja e nem todos têm dom para preparar o ambiente para que todos se
sintam confortáveis e tenham o foco em Deus e não no ambiente.
UMA IGREJA COM
OBJETIVO
Agora, partindo do objetivo é que vamos definir como atingir a vontade de
Deus e desde que não há só uma maneira de fazer isso, precisamos nos
consagrar à oração e ao ministério da Palavra para que o Senhor nos guie e
nos mostre o que Ele está fazendo e é isso o que a igreja local deve fazer.
Desta maneira Deus vai nos mostrar o dom de cada um e a igreja vai ser
dirigida, não por interesses ou achismos, mas por dons divinos.

O senso comum diz que precisamos de um prédio, que devemos começar


uma Escola da Bíblia, etc. Porém, o que Deus está dizendo para a
congregação local? Se a igreja não sabe qual o objetivo e nem como atingi-
lo, como sabe do que precisa? O Senhor vai mostrar enquanto fizermos o
que já sabemos e o que não sabemos, o Senhor vai nos mostrar fazendo o
que sabemos. Repetimos na vida da igreja a vida de Abrão, por exemplo.
Deus só chamou e ele foi, mesmo sem saber para onde ou repetimos na
igreja o comportamento de Israel que queria um rei porque todos os povos
ao redor tinham reis. Eles contrariaram e rejeitaram a Deus. Quando não
temos uma vida de objetivos, queremos o que vemos, mas não
necessariamente o que precisamos.

50% da viagem ou da obediência começa com o primeiro passo assim como


metade da viagem para o lugar errado começam com nossas primeiras
atitudes. Graças a Deus temos a Bíblia como um mapa em nossas mãos.

Antes do GPS confesso que eu vivia geograficamente perdido. Já minha


esposa é um GPS vivo. Ela sabe se situar em qualquer lugar do mundo. Ela só
se perde no Shopping center. Como é o contrário, eu sei onde está tudo no
Shopping Center, inclusive a saída. Então eu sempre perguntava para ela
como chegar onde eu precisava. E, antes do GPS, não era só eu não, alguns
UMA IGREJA COM
OBJETIVO
irmãos ligavam lá em casa para perguntar para ela. Por causa do orgulho ou
da impossibilidade de perguntar para ela, eu ia até onde eu sabia e
chegando lá, perguntava para três fontes confiáveis: a banca de jornal, o
taxista e um policial. Assim é a igreja, vamos fazer o que sabemos que
devemos fazer e vamos descobrir o resto fazendo que que devemos fazer.
Então, graças a Deus temos a Bíblia como um GPS em nossas mãos.

Uma igreja que sabe qual é o seu objetivo, é uma igreja que cresce de
forma saudável como corpo de Cristo. Este é o segundo ponto para a igreja
crescer de acordo com a vontade de Deus.
O LOUVOR E
ADORAÇÃO DA
IGREJA
Louvar E ADORAR a Deus é um dos objetivos da igreja. A igreja como um
todo é o promotor da glória de Deus. O apóstolo Paulo entendeu este
objetivo e o assumiu para si:

“A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos
gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo e manifestar qual
seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou
todas as coisas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se
torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares
celestiais,” (Efésios 3:8-10)

Deus é conhecido ou é envergonhado através das igrejas. Neste ponto estou


englobando e igualando todas as igrejas, mas claro que o objetivo da igreja
de Cristo é que por ela “a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida”.
Como vamos fazer isso? Começa pelo que fazemos sempre, mas nem
sempre sabemos por que estamos fazendo o que fazemos.

Observe o culto dominical ou até mesmo outros encontros que temos como
igreja. Se nos reunimos para dar glória a Deus, como o fazemos? Talvez
possamos resumir em três ou quatro coisas: comunhão, cânticos, leitura e
exortação através da palavra e comes e bebes que não deixam de ser parte
da comunhão.

Agora olhe novamente e veja quanto tempo gastamos em cada ação. Os


cânticos, invariavelmente, são a maior parte da nossa adoração. Num culto
chega a ser 60 a 70% da nossa adoração. Por que fazemos isso? A razão é
clara: é o objetivo da igreja louvar a Deus, edificar as pessoas e pregar a
palavra e fazemos tudo isso através dos cânticos. Os cânticos são aquelas
O LOUVOR E
ADORAÇÃO DA
IGREJA
ofertas que sobem a Deus e nos levam junto até a presença Dele. Através
dos cânticos nós dizemos para Deus que reconhecemos o Seu amor e o
sacrifício do seu filho na cruz por cada um de nós. Através dos cânticos
abrimos os nossos corações para o Espírito Santo, para a confissão, o
arrependimento e o perdão dos pecados e através dos cânticos ofertamos.

“Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor,


que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.” (Hebreus 13:15)

Se os cânticos são tudo isso e muito mais o que não foi dito, inclusive uma
oferta, não deveríamos trazer para Deus o melhor? Sem dúvida nenhuma!
Então, uma igreja que cresce é uma igreja que oferta as primícias para
Deus através do louvor, especificamente os cânticos.

Assim como na oferta damos o melhor para Deus, precisamos para a


regência dos cânticos o melhor entre nós. Aquele irmão que conduz os
cânticos não só com vontade, mas com dom. Aprendemos da vida de que se
não temos talento, precisamos de esforço. Este é um dom que exige esforço.
A igreja precisa investir para ter cânticos melhores, isto faz grande
diferença!

Eu estava no começo dos trabalhos daquela congregação em São Paulo e


era visível e audível que precisávamos um regente com dom. Sabia de um
irmão que estava numa congregação pequena e estava indo para a 9 de
Julho. No meio do caminho interceptei a ida dele e lhe disse que a 9 de Julho
não precisava dele, mas que aquela congregação em que estava servindo
precisava. Era véspera do Enoc e quando cheguei no Enoc aquele irmão me
abordou e me mostrou o crachá dele. Estava escrito o local da congregação
onde eu estava.
O LOUVOR E
ADORAÇÃO DA
IGREJA
Nos próximos domingos ele começou a reger os cânticos e realmente o
ambiente de adoração mudou incrivelmente. Como um todo a igreja não
canta mal, mesmo que não tenha as técnicas, precisa de um regente que
saiba liderar, conduzir a igreja. Comparo a regência com uma carona, se a
gente entra no carro, o motorista nos leva ao destino e nós vamos no ritmo
dele, na velocidade dele, precisamos confiar na direção dele. Se ele nem
sequer tiver habilitação porque nunca parou para ter algumas aulas, nunca
pegou num volante, provavelmente nós não vamos chegar ao destino. O
regente de louvor sabe dirigir a igreja e a gente consegue ver a habilidade
dele porque ele sempre faz a gente chegar ao objetivo. A gente vê e sente a
edificação através de cânticos onde alguém habilitado sabe nos levar na
presença de Deus.

Uma boa regência é o terceiro ponto para a igreja crescer. Uma igreja que
louva a Deus oferecendo o melhor para Deus, faz a igreja crescer. Este foi o
terceiro passo para o crescimento da igreja.
A PREGAÇÃO DA
PALAVRA
No princípio Deus criou todas as coisas simplesmente falando. Finalmente
criou o homem segundo a sua imagem e semelhança. Nós, assim como o
nosso criador, temos poder no que falamos. A nossa palavra tem poder
tanto para edificar quanto para destruir. Saber comunicar é uma grande
força que nos torna poderosos.

Vou te lembrar de uma história que nos ensina sobre o potencial de realizar
coisas incríveis ao conseguirmos nos comunicar.

Era um tempo em que todas as pessoas falavam uma só língua, existia uma
só língua. Eles estavam procurando uma vida melhor, por isso se mudaram
para um lugar plano onde encontraram condições melhores de vida. Então
eles definiram um objetivo: construir uma cidade magnífica e poderosa pela
qual seriam temidos tanto pelo tamanho da torre quanto lembrados para
sempre. Depois de definirem o objetivo, fizeram um plano para atingir o
alvo. Então começaram a construir a cidade e ela estava crescendo e indo a
todo vapor. Deus viu o que os homens queriam e que já tinham começado a
trabalhar juntos, “e o SENHOR disse: — Eles são um só povo, todos falam a
mesma língua, e isto é só o princípio do que podem fazer. Logo eles serão
capazes de fazer tudo o que quiserem.” (Gênesis 11.6).

Analise rapidamente comigo as palavras de Deus. Ele disse:

1. Eles são um só povo - Quando o ser humano se une, isto os torna fortes.
2. Todos falam a mesma língua - Quando o ser humano sabe se comunicar,
isto os torna fortes
3. Isto é só o princípio - Eles tinham um objetivo (construir uma alta torre),
eles se uniram em torno do objetivo e eles sabiam se comunicar. O que
poderia impedi-los? Nada!
A PREGAÇÃO DA
PALAVRA
Estas foram as palavras de Deus. Então, vemos que Deus é testemunha do que
pode acontecer quando nós temos um objetivo, quando nós somos unidos e
quando nós sabemos nos comunicar e trabalhar juntos para atingir aquele
objetivo. A intenção deles era construir um templo e colocar lá no alto a imagem
de um ídolo, por isso Deus interviu e os impediu. Aprendemos com eles que
quando temos um objetivo, união e comunicação, só Deus pode nos impedir. Eles
estavam indo contra a vontade de Deus, por isso foram impedidos.

Nós somos a igreja de Cristo, Ele é o fundador. A igreja tem um objetivo: louvar
a Deus, edificar uns aos outros e pregar a Palavra. Precisamos ser uma igreja
unida em torno deste objetivo, precisamos nos comunicar bem e ter uma só
maneira de falar e esta comunicação é a palavra de Deus a qual é poderosa
para salvar a humanidade. Esta é a vontade de Deus, nem as portas do inferno
poderão combater o propósito da igreja. O objetivo da igreja não é construir um
império na terra, mas uma vida eterna no reino de Deus, os céus. Não interessa
para a igreja os bens materiais, eles são apenas uma ferramenta para
promover a missão da igreja.

Comunicação é fundamental para a igreja crescer. Se nós não tivermos no


púlpito o melhor porta voz da palavra de Deus, nós vamos comprometer o
crescimento da igreja. Um rodízio de pregadores e alguns deles sem o dom de
comunicar a vontade de Deus não é bom para a igreja. Como disse um irmão
certa vez sobre esta ideia de um rodízio de pregadores: “Rodízio só é bom na
pizzaria ou na churrascaria”.

A pregação da Palavra tem como função comunicar a vontade de Deus. Paulo


instruiu Timóteo o que fazer ao pregar a palavra e é exatamente o que
precisamos fazer hoje para a igreja.
A PREGAÇÃO DA
PALAVRA
“Até à minha chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino.” (1 Timóteo 4:13)

Esta passagem é tão simples e ao mesmo tempo tão profunda que é preciso ler e
reler e ainda procurar o entendimento dela. Paulo disse para Timóteo o seguinte:
Leia a palavra várias vezes, use a palavra para exortar (animar) as pessoas, use a
palavra para ensinar (edificar) as pessoas. Fiz aqui uma paráfrase para facilitar,
mas é isso a pregação da Palavra. Devemos nos aplicar à leitura para nós mesmos
e publicamente na frente de todos, então devemos usar os recursos da palavra
para que as pessoas não só ouçam, mas também vejam e sintam que estão
recebendo o melhor e o que precisam para crescerem em fé, esperança e amor.
Então, agradando ou não, devemos ensinar o que a Bíblia está dizendo.

A pregação da palavra supre a necessidade do corpo de Cristo. É como se o corpo


de Cristo fosse para o deserto e sofresse os efeitos do calor, do frio, da escassez,
dos problemas, das dúvidas, da fome e das tentações e provações diversas.
Domingo o corpo de Cristo está lá depois de enfrentar todas estas adversidades
esperando receber o consolo da Palavra de Cristo e quem foi escolhido para
ministrar a palavra não a lê para si mesmo, não se aplica à leitura e ao estudo, não
sabe exortar a igreja e não tem o dom para ensinar, como fica a igreja de Cristo?
Por isso, na ministração da palavra, que é o poder da comunicação da fé,
esperança e amor e da vontade de Deus, deve ser feito por alguém capacitado por
Deus.

Assim como para tudo na igreja, homens de oração e consagrados à palavra,


regentes com dom de Deus para edificar e elevar a igreja, o pregador deve ser o
melhor que nós temos para edificar a igreja e pregar a palavra para o mundo. Este
é o quarto ponto importante para o crescimento da igreja de Deus.
CONCLUSÃO

Quando lemos e estudamos o que a Bíblia diz sobre a igreja e o crescimento dela,
apenas de forma superficial vamos falar sobre ofertas financeiras. Sabe por que?
Porque quando a igreja tem objetivo, não precisamos falar muito sobre a
necessidade de ofertar, pois já falamos sobre os benefícios para todos de atingir
os objetivos de Deus. Uma igreja que não conhece o seu objetivo, não tem planos
e não trabalha para alcançar o objetivo, vai ter uma oferta fraca, pois a maioria
não se sente tocado para ofertar, pois não vê objetivos para a oferta.

Resumindo, se a igreja quer crescer, precisa ter liderança, objetivo, louvor que
leva as pessoas para a presença de Deus e excelentes mensagens e todos os
membros reconhecem isso . Esta é a ponta do iceberg do crescimento da igreja.

Outras coisas certamente vão acontecer: Aulas bíblicas, Escola Dominical, Escola
da Bíblia, pessoas motivadas, trabalho constante, visitação, encontros bíblicos,
comunhão, visitantes, batismos, benevolência, etc. Tudo vai cooperar para o
crescimento da igreja, mas tudo começa pelo que é visível e perceptível a todos
desde a primeira vez que chegam num encontro da igreja.

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