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O BOTÃO

daL1DER&N

Uma estratégia para o


D E S E N V O L V I M E N T O DE LÍ DERES N A SUA I G R E J A

Rowland Forman
Jeff Jones
Bruce Miller

ESPERANÇA
UMA CU LTURA
NA QUAL A FORM AÇÃO
DE LID ER ES FLO RESCE 1

Jeff: Nos últimos dez anos nós visitamos muitas igrejas grandes procu-
i mulo aprender tudo o que pudéssemos com elas. Uma visita, porém, se destacou
ilnilre todas as outras. Uma das razões é que essa igreja fica no Havaí. Foi muito
thlíiil c um verdadeiro sacrifício irmos até lá, mas eu me senti particularmente
dirigido por Deus para fazer isso. A visita a essa igreja mudou para sempre a
minha maneira de encarar o ministério.
A Comunidade Nova Esperança em Honolulu, pastoreada por Wayne
< ordeiro, tem uma forte cultura de desenvolvimento de líderes. Quando eu a
\ isilci, a igreja tinha apenas oito anos de existência e mesmo assim a cada final
de semana mais de dez mil pessoas se reuniam para adorar. A maioria dessas
pessoas não se limitava a freqüentar a igreja, mas participava ativamente. Um
dos princípios básicos da igreja é trabalho em equipe. Todos os ministérios são
ícalizados em equipe e todos os líderes trabalham com mais quatro pessoas, de
lorma que cada pessoa tem a responsabilidade de desenvolver e encorajar ou-
iras. Eles se referem a essas equipes como fractais. Um surfista que eu conheci
na praia pertencia à igreja Nova Esperança. Perguntei se ele fazia parte de al­
guma daquelas equipes. Ele replicou: “E claro. Nós realizamos o ministério em
equipe. Eu estou no fractal de evangelismo, no ministério com surfistas”. Achei
incrível a maneira como ele descreveu seu papel na igreja de forma tão clara.
A seguir ele me deu mais detalhes sobre o trabalho, contando que pertencia a
uma equipe com um líder que o encorajava, mas que ele também tinha algumas
pessoas para encorajar. Outra senhora que conheci também freqüentava a Comu­
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nidade Nova Esperança e era componente de uma equipe que fazia colares para
os recém-chegados.
Quando fui à igreja, fiquei maravilhado ao ver milhares de pessoas ser­
vindo com grande alegria. Um rapaz com o qual conversei disse que estava acom­
panhando um operador de câmera, sendo treinado para ser um. Ele me explicou
que cada líder de ministério era incentivado a treinar outra pessoa em sua função.
Praticamente todas as pessoas que conheci sabiam bem qual era o seu papel no
ministério e ao mesmo tempo em que eram treinadas, treinavam outros.
Retomei do Hawai cheio de entusiasmo e pronto para adotar o estilo
Nova Esperança de formar equipes e treinar líderes. Anunciei à minha diretoria
que íamos formar “equipes fractais”. Desenhei para eles uma grande visão de
como as coisas iriam funcionar. Nossa tentativa inicial, porém, falhou. Cometi o
erro comum de ficar empolgado com a forma de uma igreja em particular fazer
as coisas e tentar imediatamente introduzir o método na cultura da minha própria
igreja. Eis o que descobri: se a igreja não estiver pronta, até mesmo as melho­
res idéias e estratégias estão fadadas ao fracasso. Antes de tentarmos importar
novas idéias, sistemas melhores e ferramentas de alta qualidade para melhorar
o treinamento de líderes, primeiro precisamos preparar o solo da nossa igreja.
Precisamos enfrentar a dura tarefa de introduzir os novos valores profundamente
na mentalidade da igreja.
As igrejas que estão fazendo um excelente trabalho no treinamento de
líderes não são necessariamente aquelas com os melhores sistemas ou ferra­
mentas. O que elas fizeram muito bem foi implantar o valor do treinamento de
líderes profundamente na mentalidade da igreja. O treinamento de líderes tem
mais a ver com quem eles são como igreja do que alguma coisa em particular
que eles fazem.

PREPARE O SOLO

No ano passado, minha esposa e eu nos aborrecemos com as touceiras


que cresciam rápido em nosso quintal e contratamos uma pessoa para arrancá-las.
Então comecei a fazer um levantamento de preços para ver quanto nos custaria
comprar algumas plantas novas - e não pude acreditar no que vi! Por que alguém
Uma cultura na qual a formação de líderes floresce 31

pagaria US$ 100,00 por uma plantinha - principalmente quando teria de comprar
pelo menos vinte delas? No entanto, encarei o desafio e comprei as plantas.
Decidi economizar um pouco de dinheiro plantando eu mesmo; no en­
tanto, teria de pagar alguém para preparar o jardim. Quando fizemos o orçamen­
to, vimos que o valor era astronômico! Teríamos de pagar centenas de dólares só
para alguém vir, tirar o adubo antigo e colocar um novo adubo. Adubo é adubo,
pensei. Nossas novas plantas teriam de arranjar uma maneira de crescer no solo
que já tínhamos. Eu não iria comprar um novo adubo.
Um ano depois, o resultado é misto. Algumas plantas cresceram e ou­
tras morreram; a maioria ficou no meio termo. Talvez os adubos não sejam todos
iguais, afinal. Se eu pudesse voltar atrás, prepararia o sólo.
O que significa preparar o solo em sua igreja de modo que o treinamen­
to de líderes possa florescer? Nos últimos anos aprendemos vários princípios
essenciais para se criar uma cultura na qual os líderes emergentes possam flo­
rescer. Você pode tentar treinar líderes sem esses princípios, mas na melhor das
hipóteses seus resultados serão mistos. Para obter melhores resultados, é melhor
preparar o solo.

VEJA AS PESSOAS COM NOVOS OLHOS

Quando procuramos ajudar a nossa igreja a adotar uma mentalidade


mais favorável à formação de líderes, primeiro temos de mudar algumas coisas
dentro de nós. Desde que queremos fazer uma transição entre a prática de ad­
quirir grandes líderes para a prática de desenvolver grandes líderes, então temos
de adotar uma visão diferente das pessoas em nossa igreja. Em última análise, a
formação de líderes é simples e orgânica: é uma questão de uma pessoa acreditar
em outra e investir em sua vida. Para fazermos isso, temos de ter um coração
edificador. Temos de olhar para as pessoas de uma forma muito diferente daque­
la que naturalmente usamos. Temos de colocar os óculos do potencial.
Jeff: Eu ganhei meu primeiro par de lentes de contato quando tinha ca­
torze anos de idade. Quando voltava do consultório do oftalmologista para casa,
podia ver tudo de forma muito mais clara. As nuvens tinham forma e textura; o
céu não era apenas um borrão azul e branco. As árvores tinham folhas indivi­
duais; não eram apenas uma cobertura verde por cima dos galhos marrons. As
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novas lentes me ajudaram a ver o mundo de forma diferente.


O pré-requisito para nos tomarmos formadores de líderes é colocarmos
novos óculos, que eu chamo de “óculos do potencial”. O coração do formador
de líderes enxerga não somente o que uma pessoa é, mas também o que ela pode
se tornar. O quadro a seguir, pintado por René Magritte, um artista francês que
viveu no início do século 20, ilustra bem a essência da formação de líderes:3

O modelo do pintor é um ovo, mas não é o que aparece na tela. Ele olha
além do que o ovo é, enxergando aquilo que o ovo se tomará. Olhar as pessoas
através dos óculos do potencial significa olhar além do atual, para o potencial de
uma vida. Em algum ponto de sua vida, alguém olhou para você desta forma e
lhe deu uma oportunidade para liderar. Essa pessoa acreditou em você - prova­
velmente até mais do que você acreditava em si próprio!
Uma cultura na qual a formação de líderes floresce 33

Jeff: Quando eu era adolescente, um membro de nossa igreja, um es­


tudante universitário chamado Todd desenvolveu um interesse pela minha vida.
Provavelmente ninguém jamais imaginaria que éramos amigos apenas olhando
para nós. Eu era um “mauricinho” e ele se vestia como se o movimento hippie
amais tivesse terminado. Ele tinha uma barba desgrenhada, calças e jaqueta
eans e uma larga tira de couro no pulso. No entanto, Todd tinha um profundo
amor por Jesus e estava usando os óculos do potencial quando olhou para mim.
Eu era apenas um garoto meio distraído, mas ele viu algo além disso. Ele me
desafiou a fazer coisas grandes para Deus como um jovem estudante e passou a
ser o meu mentor. Ele ensinou a mim e a alguns outros garotos sobre as Escri­
turas e nos orientou enquanto assumíamos responsabilidades ministeriais cada
vez maiores. Ele jamais permitiu que nos sentíssemos diminuídos por causa da
pouca idade, parafraseando as palavras de Paulo a Timóteo (lTm 4.12).
Jamais esquecerei a noite em que Todd me levou para jantar em um
bom restaurante - algo que nunca fizera antes. Ele escrevera uma carta para mim
e estendeu-a por cima da mesa. A carta dizia o seguinte:

Jeff, quando olho para você, vejo um leãozinho. Você


é jovem, brincalhão e engraçado. Um leãozinho. Apesar
disso, quando realmente olho para você, vejo mais do
que um leãozinho. Vejo um leão. Vejo alguém que tem
uma forte liderança. Vejo alguém que Deus está usando
e usará para fazer coisas incríveis para ele. Estou muito
feliz por poder ver o leãozinho se transformar em um
leão.

Imagine qual foi o efeito daquelas palavras sobre mim, um jovem ado­
lescente! Todd me deu uma visão de minha vida que era muito maior do que a
que eu poderia ter por mim mesmo. Embora a carta tenha sido danificada em um
incêndio criminoso provocado no escritório de nossa igreja, 25 anos mais tarde
eu ainda a tenho - e ela ainda me traz encorajamento.
Imagine o que aconteceria em sua igreja se os líderes enxergassem to­
das as pessoas através dos óculos do potencial. Quando os principais líderes
adquirem o hábito de estar constantemente buscando o potencial das pessoas, é
provável que essa mentalidade se espalhe por toda a igreja.
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DERRUBE O ÍDOLO D A EXCELÊNCIA

Jeff: Para preparar o solo para a formação efetiva de líderes, nós pre­
cisamos desafiar uma questão que tem sido proeminente em muitas igrejas nas
últimas décadas - a exaltação da excelência. Nos últimos anos, muitas igrejas
fizeram grandes melhorias nas programações a fim de alcançar melhor as pesso­
as de fora e para honrar a Deus na adoração. As megaigrejas em especial traba­
lharam duro para implantar a excelência. Eu compreendo a sedução desse valor.
Um dos dez valores fundamentais em nossa igreja é “Excelência no Ministério”.
Entretanto, quando levada ao extremo, a exaltação da excelência pode prejudi­
car a formação de líderes.
Recentemente Rick Warren, pastor titular da Comunidade Saddleback
Valley em Lake Forest, Califórnia, me desafiou a pensar cuidadosamente sobre
isso enquanto liderava um pequeno grupo de pastores em uma discussão sobre
como edificar e equipar igrejas. Ele disse que para edificarmos e equiparmos
uma igreja temos de quebrar o ídolo da exaltação da excelência. Por quê? Por­
que as pessoas em geral não são excelentes; não são extraordinárias. As pessoas
em geral são comuns. Se quisermos desenvolver um ministério com pessoas
comuns, temos de abrir mão da noção de excelência.
Se você exaltar demais a excelência, terá dificuldade de confiar o mi­
nistério a pessoas comuns. Você sairá em busca das melhores pessoas. Provavel­
mente não se arriscará a colocar uma pessoa em fase de desenvolvimento para
exercer um papel significativo, porque não desejará colocar a excelência em
risco. Você não envolverá leõezinhos no ministério nem trabalhará com ovos.
Em seu livro Good Enough Church (Igreja Boa o Suficiente), Steve
Sjogren, pastor da Comunidade Vineyard em Cincinnati, Ohio, argumenta que
o bom o suficiente está bom o suficiente. Não precisamos esperar até sermos
excelentes para fazer um bom trabalho. Somente poucas pessoas - por definição
- podem ser extraordinárias. Deus nos chama para fazer o melhor que pudermos
com aquilo que ele nos deu.

RECOMPENSE MAIS OS QUE EQUIPAM


DO QUE OS QUE EXECUTAM

Enquanto você trabalha para desenvolver uma mentalidade de formação


Uma cultura na qual a formação de líderes floresce 35

ie ;deres, lembre que criará na igreja aquilo que der o exemplo. Você também
-_ ará aquilo que recompensar. A maioria dos líderes naturalmente recompensa
- pessoas que fazem.
v
Quando estão diante de um problema ou de uma oportu-
~:dade, essas pessoas funcionam por si mesmas: arregaçam as mangas e fazem
is coisas acontecerem. Em uma cultura que valoriza a atividade, essas pessoas
ião as que recebem promoções e elogios.
Em uma cultura de desenvolvimento de pessoas, são recompensados
”Io os que “fazem as coisas”, mas sim os que “capacitam outras pessoas a fa­
zer". Elas entendem que seu papel é equipar outros. Se você deseja enfatizar
~iais o valor do desenvolvimento de líderes em sua igreja, busque formas de
recompensá-lo.
Recentemente introduzimos um novo prêmio para os líderes em nossa
greja, chamado “Prêmio Jim Harris Líder Servo”. Esse prêmio foi criado para
honrar a memória de Jim Harris, um homem piedoso que durante muitos anos
foi pastor e membro da diretoria da igreja. Quando nós distribuímos esse prêmio
3. cada ano, deixamos claro o que valorizamos. Não seria uma coisa ruim honrar-
nos somente os indivíduos que estão fazendo, mas poderíamos estar perdendo a
oportunidade de enfatizar outros valores importantes.
Rex e Marlene foram os primeiros a receber o Prêmio Jim Harris. Esse
:asal tem feito um trabalho excelente na formação de equipes para recepcionar
as pessoas em nossos eventos mensais. Eles servem de exemplo de como enco­
rajar e equipar outras pessoas enquanto cumprem o ministério juntos. Honrar
essas pessoas reforça o valor do treinamento de líderes.
Como devemos avaliar a efetividade de nossa equipe pastoral? Em Ef
4.1 ls Paulo diz que Deus nos deu pastores cuja tarefa é equipar o povo de Deus
para a obra do ministério. Se avaliarmos os pastores primariamente do ponto de
vista de como eles estão fazendo a obra do ministério como indivíduos, estamos
enfatizando um critério errado. As questões mais importantes seriam:

• Como os nossos pastores estão equipando outros para a obra do


ministério?
• Quantas pessoas eles capacitaram para a obra do ministério?
• Eles estão fazendo a obra do ministério por meio de uma equipe?
• As pessoas que trabalham com eles são bem-sucedidas?
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DÊ A CADA LÍDER UM BASTÃO

Jeff: Umas duas vezes por ano organizamos em nossa igreja uma ofi­
cina de orientação para novos líderes, durante a qual cada novo líder recebe um
bastão com uma inscrição: “2Tm 2.2”. Quando lhes damos o bastão, dizemos:
“Nós estamos lhe dando o bastão, mas não é para você. O bastão é para outra
pessoa. É para você passar adiante. Comece a orar desde já pela pessoa que você
irá preparar para substituí-lo um dia. Quando passá-lo adiante, peça a nós outro
bastão. Mas lembre-se: o novo bastão também não deverá ser guardado com
você”.
Não é raro os novos líderes chegarem à oficina de orientação carregan­
do os bastões que receberam de seus líderes de ministério. A entrega do bastão
é uma forma de nós dizermos: “Eu acredito em você. Deus colocou algo em
você que realmente é único e ele fez isso com um propósito. Deus vai usá-lo”. É
impressionante observarmos o impacto que o ato de receber o bastão tem sobre
as pessoas.
Recentemente eu empreguei a ilustração do bastão enquanto falava a um
grupo de pastores. Quando me preparava para ir embora, um pastor se aproximou
e começou a compartilhar alguns desafios que estava enfrentando em sua igreja.
Eu estava a ponto de colocar o bastão dentro da valise, mas em vez disto decidi
dá-lo ao pastor. Honestamente, não estava pensando muito no presente; apenas
concluí que ele poderia usar o bastão em seu ministério. Quando o pastor segurou
o bastão, pude perceber que ele ficou profundamente tocado. Seus olhos se enche­
ram de lágrimas e ele disse: “Sério? Você quer que eu fique com isso?” Eu percebi
a oportunidade que Deus estava me dando de encorajar uma pessoa e então disse:
“Sim, claro! Deus realmente lhe deu dons e está usando você agora mesmo. Fique
firme e continue servindo ao seu povo. Você está fazendo um ótimo trabalho”.
Aquele pastor saiu do recinto diferente de como tinha entrado. Eu tam­
bém. Percebi uma vez mais o poder da afirmação. Todos nós precisamos de­
sesperadamente de pessoas que acreditem em nós, que nos mostrem aquilo que
Deus nos deu para usarmos para a sua glória. Quanto mais você conseguir in­
centivar cada líder de sua igreja a sair em busca de outros líderes a quem possam
passar o bastão, mais pessoas você terá subindo pela escada da liderança.
Incentive cada líder a sair em busca de alguém que seja seu substituto.
Ensine seus líderes a desenvolverem líderes em potencial por meio da orientação,
aconselhamento e encorajamento. De forma literal ou figurada, dê a cada líder um
Uma cultura na qual a formação de líderes floresce 37

Ifcci: E quando cada pessoa passar o bastão para outra, não deixe de celebrar!
Quando damos a cada líder um bastão, podemos identificar uma va-
TissHTc maior de futuros líderes. Eu, por exemplo, tenho a tendência de ficar
í íTipolgado com líderes visionários, entusiastas e empreendedores. Com
i _ i c e ignoro outros tipos de personalidade com outro tipo de potencial de
ítíEnr.ca - igualmente importantes. No entanto, desde que incentivamos todos
m iksssos líderes a saírem em busca de líderes em potencial, com freqüência os
escolhem pessoas que eu ou os demais pastores nem mesmo considera-
- > ?-e>soas que depois se tomam líderes efetivos na igreja.

FAÇA AS PESSOAS CRESCEREM


ONDE FORAM PLANTADAS POR DEUS

Igrejas com um forte programa de treinamento de líderes geralmente


a c c u r a pessoas de dentro da comunidade, em vez de buscar pessoas de fora.
Ifarcas vezes somos inclinados a pegar pessoas de fora, para que as coisas andem
tehs ipidamente. No entanto, o que muitas vezes acontece é que os de fora não se
M-r-rr-m bem em uma igreja com uma mentalidade única e bem definida. Contra­
i o : iguém de dentro da igreja, que já conhece sua maneira de pensar e que cres-
:tl. centro dela, você abre quilômetros de dianteira na longa corrida ministerial.
Igrejas que valorizam mais os programas de alta qualidade do que o
vz '^~ ento de pessoas, tendem a identificar e procurar as pessoas mais inte-
e eficientes disponíveis no mercado. As vantagens são concretas; no
ünar.:o. as desvantagens também são. Você pode estar dizendo que, quando re-
aímente desejar algo bem feito, vai sair e procurar alguém de fora, em vez de
treinar alguém de dentro. Há uma enorme diferença entre aquisição de líderes e
desenvolvimento de líderes.
Jeff: O Jardim Botânico de Dallas tem uma exposição impressionante
de flores de vários lugares do mundo. Minha esposa adora ir até lá de tempos em
:empos apenas para apreciar a beleza e a criatividade das obras de Deus. Para
ela, trata-se de uma oportunidade de adorar. Para manter aquelas plantas saudá­
veis e crescendo, é preciso um grande número de funcionários. O trabalho deles
é pegar plantas que não foram designadas para crescer bem no norte do Texas e
fazê-las florescer - o que de forma alguma é uma tarefa fácil.
Outra parte do Jardim, porém, a seção “Plantas Nativas do Texas” -
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exige pouquíssimas pessoas para funcionar bem. Todas as plantas ali são nativas
da região e por isso crescem de forma natural e com pouquíssima ajuda. Elas
florescem onde foram designadas para florescer.
No passado, muitos líderes de igrejas que queriam desenvolver bem
o seu ministério contratavam as melhores pessoas, as mais extraordinárias que
pudessem encontrar, a fim de que viessem e tomassem suas igrejas mais boni­
tas. Era um processo caro e com freqüência muito difícil. Atualmente cada vez
mais igrejas estão olhando para o solo nativo, onde encontram pessoas que já
demonstraram em ministérios anteriores que têm caráter, são fiéis e se adaptam
perfeitamente ao sistema da igreja. Essas igrejas encaram essa abordagem não
somente como a mais segura, mas também como a melhor. Certamente há ocasi­
ões em que temos de contratar pessoas de fora - momentos em que esta é a coisa
mais apropriada a se fazer. Mesmo assim, quanto mais aproveitamos as pessoas
da própria igreja, mais reforçamos a mentalidade que valoriza o desenvolvimen­
to de líderes locais. Além disso, a igreja realmente levanta novos líderes para o
Reino, em vez de simplesmente transferir líderes de um lugar para outro.

DÊ PRIORIDADE A O APRENDIZADO CONSTANTE

Para desenvolver uma cultura devotada ao treinamento de outros, te­


mos de crescer nós mesmos. Jamais chegaremos a algum lugar simplesmente
promovendo o crescimento de outros. Se desejarmos que os outros valorizem o
aprendizado, nós mesmos temos de fazer isso.
Jeff: Em nossa igreja, tomamos o aprendizado dos pastores e presbíte­
ros um processo constante. Para fazer isso, temos reuniões duas vezes por mês,
com duas horas de duração (reuniões separadas para pastores e para presbíteros).
Algumas vezes nós convidamos pessoas para virem ensinar. Outras vezes discu­
timos um livro ou o modelo de uma igreja em particular. Muitas vezes participa­
mos dos cursos oferecidos pelo CTBI, destinados especialmente para esse fim.
Quando me tomei pastor do treinamento de líderes em nossa igreja, pe­
diram-me para liderar as discussões nos dois grupos. Gene Getz, pastor titular na
época, queria que outra pessoa liderasse a fim de que ele pudesse participar com
os outros pastores. A coisa mais interessante - e incômoda - era que Gene tinha
escrito a maioria dos textos que usávamos. Como ele aceitaria nossos comen­
tários e críticas sobre seus livros e artigos? No início eu me sentia intimidado
Um a cultura na qual a formação de líderes floresce 39

r ter de liderar com Gene sentado participando do grupo, mas ele facilitava as
; risas. Gene é um dos aprendizes mais vorazes que eu já conheci e recebia com
grande prazer os comentários e críticas sobre o seu trabalho. Ele era um aprendiz
entre aprendizes. Na verdade, ele era o mais aberto para aprender entre eles, o
_ servia de forte inspiração para os outros pastores e presbíteros.
Como pastor titular, Gene também dava exemplo de como tomar o trei-
-amento de líderes uma prioridade. Nos primeiros anos, nós nos reuníamos se­
manalmente durante duas horas. Quando somávamos esse tempo de preparação
ie duas com as quatro horas que ele já dedicava às reuniões de pastores e presbí­
teros (ele era o único na igreja que fazia parte dos dois grupos), víamos que ele
era o mais envolvido de todos. A luz de sua própria agenda de compromissos,
ele tirava de todos a desculpa do “estou muito ocupado”. Ou transformávamos o
treinamento de líderes em uma prioridade ou não teríamos treinamento nenhum.
Quando desafiamos todos os líderes da igreja a tomarem o próprio crescimento
uma prioridade, não estávamos pedindo nada que o próprio Gene Getz e os ou­
tros pastores não estivessem fazendo.

A VISÃO DO TREINAMENTO
BASEADO NA IGREJA

Nós não estamos sugerindo que as igrejas devem se limitar a incluir


algumas ferramentas de formação de líderes nas suas atuais programações.
Estamos propondo algo muito mais radical: que as igrejas aceitem a tarefa
mais difícil e muito mais frutífera de incutir o valor central do treinamento de
líderes em sua cultura. Só assim os conceitos e as ferramentas terão um sentido
e fluirão na vida da igreja.
A Igreja é o veículo que Deus escolheu para levantar líderes para a
sua obra no mundo. Nos últimos séculos permitimos que a Igreja se desviasse
da linha e agora estamos lamentando os resultados. Igrejas em todo o mundo
sofrem com um sério problema de carência de líderes. Nós sabemos, porém,
que as igrejas podem e devem ser o solo mais produtivo para a formação de
líderes. Não é fácil fazer o que descrevemos neste livro, mas é algo central
em nossa missão como cristãos. Participar do processo de edificar igrejas que
formam líderes é potencialmente a obra mais frutífera e mais recompensadora
que você pode realizar.
40 O Bastão da Liderança

Imagine, ao final de sua vida, você olhar para trás e ver uma. c - ;: m
vinte pessoas fazendo grandes coisas para Deus e perceber que você d c íe rro -
nhou um papel importante no desenvolvimento delas. Imagine olhar pari r * r
perceber que você ajudou uma igreja a ser uma igreja que forma e equipa r ix
centenas ou até milhares de pessoas estão cumprindo seu chamado no
de Deus como resultado. Imagine olhar para trás e ver não somente uma
mas duas, dez ou cem igrejas que nasceram em grande parte por causa ae im
esforço apaixonado de levantar novos líderes para a obra. Imagine ver
de pessoas que conheceram a Jesus Cristo como resultado do ministério
pessoas. Essa é a visão do treinamento baseado na igreja!
Essa visão pode ser uma realidade em sua igreja; basta que voce r r ^ *
disposto a permitir que o Espírito Santo plante o valor da formação de
profundamente em seu próprio coração e a seguir na mentalidade da sua ísçpii
restaurando o papel central da igreja local no processo de formação de lideres
Uma cultura na qual a formação de líderes floresce 41

'e M R O íM
- GO.

Para Considerar e D ebater

1. Como você classifica a atual mentalidade de sua igreja? Trata-se de um


solo fértil para o desenvolvimento e a formação de novos líderes?

2. Por que é importante “prepararmos o solo” para a formação de líde­


res na igreja? Como seria preparar o solo em sua igreja?

3. Quem olhou para você com os “óculos do potencial”? Compartilhe


uma história de alguém que o ajudou a ver o que poderia se tomar
com a ajuda de Deus;

4. A sua equipe de líderes tem sido efetiva ao dar exemplo na formação


de líderes e no compromisso constante com o aprendizado?

5. Até que ponto você tem visto o “ídolo da excelência” se tomar uma
barreira no desenvolvimento de líderes?

6. Como você responde ao conceito de recompensar mais os que “equi­


pam” do que os que “fazem”?

7. Você concorda ou discorda da idéia de contratar pessoas de dentro da


igreja? Por quê?

8. Por que você acha que o treinamento baseado na igreja é potencial­


mente tão poderoso?
UM MOVIMENTO
EM ERGEN TE 2

Bruce: Minha paixão é treinar líderes. Em 1988, Lanier Bums, diretor


;: Departamento de Teologia Sistemática do Seminário Teológico de Dallas, me
rerguntou se eu gostaria de dar aulas de Teologia em seu departamento. Fiquei
—uito honrado. No outono de 1989, aos 28 anos de idade, comecei a lecionar,
'•linha visão era treinar uma geração de líderes durante os próximos 40 anos,
:omo professor de Teologia. As coisas, porém, não seriam assim.
Eu amo as igrejas locais. E gosto também de relacionamentos dura­
douros e do desafio de montar uma equipe para realizar uma grande obra. No
final de cada semestre, odiava ter de me despedir dos alunos, com os quais tinha
desenvolvido um relacionamento de apenas quinze semanas.
Durante o meu primeiro ano no seminário, ouvi Jeff Reed, diretor do
BILD Internacional de Ames, Iowa, falar sobre o treinamento baseado na igreja.
Jeff pediu permissão a Gene Getz para traduzir os seus livros. Gene estava inte­
ressado na visão de treinamento baseado na igreja e me pediu para trabalhar com
Jeff e elaborar um plano para implantar o sistema em nossa igreja.
O treinamento baseado na igreja reunia a minha paixão pela forma­
ção de líderes e o meu amor pelas igrejas locais. No meu segundo ano como
professor de Teologia, comecei a perceber que o ensino teológico não era o
melhor uso dos meus dons. Mesmo assim, eu relutava em pedir demissão. Eu
me perguntava: “Se pedir demissão, será que terei uma oportunidade igual a esta
novamente?”
44 O Bastão da Liderança

No final, Deus entrou em ação. O seminário enfrentava dificuldades fi­


nanceiras. Cortes teriam de ser feitos. Assim, fui convidado a deixar de trabalhar
em tempo integral para ocupar uma posição parcial. Embora a mudança tenha
sido dolorosa e não tenha sido voluntária, hoje eu vejo como ela beneficiou a
mim e ao Reino de Cristo. Deixei de treinar líderes no ambiente do seminário e
comecei a formar líderes na igreja local.
A expressão “treinamento baseado na igreja” e as suas variações se tor­
naram cada vez mais populares para definir as reformas na formação de líderes.
Em alguns círculos ela está rapidamente se tomando um chavão, o que quer di­
zer que também deve estar perdendo o significado, sendo aplicada para designar
formas muito diversas de treinamento. Neste capítulo nós desejamos trazer um
pouco de esclarecimento ao conceito sem tentar estabelecer limites exclusivos.
O treinamento baseado na igreja oferece uma abordagem tão antiga
quanto a Bíblia e tão nova quanto as mais recentes tendências; então, por que
está emergindo agora? Como a Igreja se afastou do centro da missão de de­
senvolvimento de líderes, em primeiro lugar? Como o treinamento baseado na
igreja se harmoniza com outras tendências de treinamento? Para entender plena­
mente o que significa o treinamento baseado na igreja, é útil vê-lo contra o pano
de fundo da História e no contexto dos movimentos recentes. Em linhas gerais,
colocaremos o treinamento baseado na igreja dentro de um contexto histórico e
a seguir vamos colocá-lo no contexto de algumas tendências contemporâneas.

DESENVOLVIMENTO DE LÍDERES
NO PRIMEIRO SÉCULO______________

Como podemos partir das práticas pedagógicas vibrantes e dinâmicas


do Senhor Jesus e seu apaixonado discípulo Paulo e chegarmos ao nosso modelo
de ensino acadêmico que restringe o treinamento de líderes à condição da forma­
ção de profissionais graduados? Uma nova olhada no registro bíblico revela uma
abordagem enganadoramente simples e surpreendentemente poderosa. Jesus e
Paulo investiram suas vidas em alguns poucos líderes chave. Ambos atraíram
pessoas para perto de si, às quais podiam passar o bastão da liderança. Ambos
foram efetivos ao dar acompanhamento a líderes emergentes no contexto da prá­
tica ministerial a fim de construir competência e doutrina saudável. No entanto,
para ambos a formação de caráter vinha em primeiro lugar. No conselho de
Um m ovim ento em ergente 45

?*aio sobre a escolha de líderes eclesiásticos (lTm 3; Tt 1), a questão central é


csrater. A ênfase de Paulo neste ponto repete o foco do próprio Senhor Jesus na
nedade. no Sermão do Monte (Mt 5-7) e na interação dele com os discípulos so-
* e rumildade e atitude de servo (veja, por exemplo, Mc 10.35-45; Jo 13.1-17).
Jesus e Paulo compartilham vários princípios simples e surpreenden-
ente profundos para o desenvolvimento de líderes. Ambos desenvolvem
líderes

• no meio da prática ministerial


• na busca de uma missão que abale a terra
• com ênfase no caráter piedoso
• no contexto dos grupos pequenos - construindo relacionamentos e
comunhão, compartilhando “vida na vida”
• com tempo para reflexão nas experiências ministeriais
• durante um longo período de tempo, e por meio do aprendizado
constante
• com uma preocupação maior com a fidelidade e a obediência do que
com o conhecimento e as habilidades

Uma rápida revisão da história da Igreja mostra que nos afastamos des­
sas práticas dinâmicas de treinamento de líderes do primeiro século. Como isto
aconteceu? Por que a maioria das nossas abordagens de treinamento é tão dife­
rente da abordagem de Jesus e de Paulo?

UMA BREVE HISTÓRIA

OS MOSTEIROS (500 - 1300)

A partir do modelo de discipulado “no ministério” de Jesus e Paulo,


os mosteiros surgiram depois da queda do Império Romano. Na antiga Europa
Medieval grande parte do treinamento de líderes mudou das igrejas locais (e da
sua missão evangelística) para os mosteiros, onde os monges copiavam e prote­
giam com cuidado os antigos escritos. Nos mosteiros, os padres desenvolviam
futuros líderes amadores em comunidades fechadas onde promoviam a devoção
46 O Bastão da Liderança

individual a Deus; no entanto, esse desenvolvimento de líderes se afastou com­


pletamente da vida e do ministério da igreja local.

UNIVERSIDADES (1300 -1800)

Com a chegada do Renascimento e a invenção da imprensa em meados


do século 15, as universidades se tomaram os novos centros de treinamento,
substituindo os mosteiros. Em vez de monges ajudando jovens líderes a desen­
volver sua espiritualidade, nas universidades os professores eruditos ensinavam
aos jovens uma Teologia acadêmica e dogmática. Centenas de jovens memo­
rizavam as perguntas e respostas de Tomás de Aquino na Summa Theologica
enquanto suavam se preparando para longas provas orais em latim. Embora as
universidades fizessem um trabalho admirável na transmissão do profundo co­
nhecimento da época, os líderes emergentes, apesar de serem esclarecidos, com
freqüência não tinham habilidade no ministério prático da igreja.

SEMINÁRIOS (1800-A T U A L ID A D E )

O desejo de aumentar o grau de habilidade dos ministros foi uma das ra­
zões por trás do surgimento dos seminários na América do século 18. A tendência
de se afastar do estilo do primeiro século em treinamento no ministério continuou,
enquanto escolas de ensino formal eram fundadas a fim de preparar pessoas para
serem ministros profissionais. Em suas instalações, os seminários reuniam novos
treinadores ministeriais, geralmente especialistas com doutorado em campos aca­
dêmicos específicos. Por grande parte do século 20 um diploma de seminário fun­
cionava como o bilhete de entrada para a liderança formal nas igrejas.
Enquanto se multiplicavam e amadureciam, os seminários assumiam
duas tarefas que com freqüência competiam entre si: 1) oferecer aos estudantes
uma formação clássica em Teologia e 2) treinar os estudantes nas habilidades
práticas do ministério de modo que pudessem funcionar bem como ministros
profissionais. A tensão fundamental entre servir como uma instituição séria de
ensino e um instituto vocacional profissional causou muitos conflitos internos
nos seminários, entre os departamentos “acadêmicos” e “práticos”.
Um m ovim ento em ergente 47

Mosteiros Universidades Seminários


........
Biblioteca c o m os livros
G u a r d a m os r o l o s Biblio tec a esp e c ializa d a
Ib v b 3G existentes,
Copiam m an uscritos Relatórios e ou tros
IiuBEomcntD Pro te ç ão dos docum entos
m ateriais
antigas

D o u to re s (P h .D .)
'-^ n a d a re s de Bons p ro fe ss o re s
Padres, monges especialistas em á re as
L œ r e s da Igreja Inspirad ores
específicas

Co n he cim en to
-3 ^ a Com unidade, C o n h e c i m e n t o d e t o d a s as
especializado e capacitação
Espiritualidade áreas
pro fissional

ONDE NÓS ESTAMOS HOJE

A plena profissionalização do ministério cristão, iniciada nas universi­


dades européias, foi completada nos seminários americanos. Atualmente muitas
pessoas acreditam que um líder eclesiástico remunerado deve ter diploma de
seminário. Ao mesmo tempo, elas presumem que os membros da diretoria da
igreja não necessitam de nenhum tipo de treinamento.
Muitos dos seminários de hoje têm consciência de suas limitações e es­
tão procurando fazer algo a respeito. As limitações na formação de caráter estão
sendo abordadas por intermédio de vários grupos pequenos, mentores e cursos
sobre formação espiritual. As limitações na provisão de experiência ministerial
em geral são abordadas por meio de trabalho de campo e estágios em igrejas
locais. As limitações no desenvolvimento de habilidades de relacionamento são
tratadas em sessões de aconselhamento pessoal e pelo incentivo à participação
em ministérios fora da escola. Limitações na audiência estão sendo tratadas por
programas de graduação que apelam para uma variedade de pessoas. Entretanto,
os problemas sistêmicos inerentes à própria natureza das escolas como elas exis­
tem hoje servem de obstáculo para essas questões sérias e desafiadoras.
O professor de Teologia aposentado Edward Farley faz uma pergun­
ta incisiva: “Como algo nascido na migração de um povo antigo, nômade e
48 O Bastão da Liderança

tribal, na cena sangrenta de um judeu crucificado e nas labaredas ferozes do


Pentecostes termina com salas de aula, diplomas, bibliotecas, universidades,
Escolas Dominicais e mestres anciãos?”4. De fato, como nós nos afastamos
e adotamos uma forma radicalmente diferente de treinamento de líderes, tão
diferente do padrão bíblico?
Nós acreditamos que separar a preparação de líderes eclesiásticos do
ministério e da missão da igreja local, combinado com as pressões do profissio­
nalismo e respeitabilidade acadêmicos, trouxe prejuízos para a Igreja de Cristo.
As igrejas locais negligenciaram o treinamento de líderes dentro da congregação
e passaram para as escolas profissionais a responsabilidade de treinar líderes
pastorais - e isso trouxe enormes conseqüências para as igrejas:

• Um número insuficiente de líderes competentes e piedosos está


sendo desenvolvido nas igrejas locais
• As igrejas locais com freqüência são dirigidas de forma pragmá­
tica sem uma profunda estrutura teológica
• Muitos membros de diretoria não estão equipados para pastorear
a igreja
• A missão de Jesus Cristo está comprometida

Essas realidades devem ser encaradas de frente por líderes corajosos.


Em nome de Jesus Cristo, não podemos mais olhar apenas para o atual sistema
de preparação ministerial para suprir líderes para as igrejas.
As igrejas locais precisam de líderes espiritualmente maduros que se­
jam chamados por Deus e que sejam testados na vida cotidiana real da igreja.
Nossas igrejas locais precisam de homens e mulheres devotados que possam
aplicar a sabedoria bíblica prática nas questões cruciais e que possam agarrar as
oportunidades do Reino com fé e amor.

ATUAIS TENDÊNCIAS E MOVIMENTi


NO TREINAMENTO

Certamente nós não somos os primeiros a expor essas preocupações.


Muitos líderes preocupados têm escrito críticas sobre a atual abordagem da edu­
cação teológica e a preparação ministerial. Alguns líderes notaram a enorme
Um m ovim ento em ergente 49

- idança em nossa cultura e em nossas igrejas, as quais alteram drasticamente o


ranorama do treinamento de novos líderes eclesiásticos. As tendências de trei-
' _mento selecionadas e mostradas a seguir surgiram a partir dessas mudanças
r contribuíram para elas. Juntas, elas nos convidam a reconsiderar o estilo de
reinamento de líderes do primeiro século - treinamento que ocorre durante a
T 'itica ministerial, com ênfase no caráter e compelido pela missão de Cristo.
Nos precisamos de uma abordagem fundamentada na comunhão vital (comparti-
Irar vida para a vida), enquanto transmitimos ensino bíblico de qualidade. Essas
:endências estão nos chamando de volta para a centralidade da igreja local no
processo de treinamento de líderes.

MOVIMENTO DOS GRUPOS PEQUENOS

A partir dos anos 1970, as igrejas começaram a formar grupos peque­


nos para suprir as necessidades de cuidado pastoral, educação de adultos e co­
munhão. A falência das famílias e a mobilidade social contribuíram para um
isolamento epidêmico que criou uma fome enorme por relacionamentos. Para
muitas pessoas, os grupos pequenos são a estrutura de apoio que substitui a fa­
mília, da qual estão separadas pela distância ou pelo divórcio. Mesmo assim, em
muitas igrejas os grupos pequenos permanecem como reuniões sociais caracte­
rizadas pela comunhão informal em forma de bate-papo, sem nenhuma ênfase
no ensino ou no discipulado.
O movimento dos grupos pequenos gerou um enorme mercado para os
materiais de estudo bíblico. Ele provocou uma explosão de livretos de 105x180
mm, sobre todos os assuntos imagináveis - todos com capas coloridas e muitas
ilustrações no interior. Esses materiais também têm sido usados nas classes de
adultos das Escolas Dominicais. Cada grupo pequeno precisa de um líder, de
modo que as igrejas desenvolveram muitos programas inovadores de treinamen­
to, oficinas e seminários para equipar os líderes (pastores) dos grupos pequenos.
Em certo sentido os grupos pequenos funcionam como pequenas igrejas nas
quais os líderes servem como pastores. Esses líderes precisam de um treinamen­
to constante a fim de cumprir bem o seu papel.
50 O Bastão da Liderança

MOVIMENTO DO DISCIPULADO

Antes do início do movimento dos grupos pequenos, o movimento do


discipulado já estava em operação. Vendo a falta de discipulado nas igrejas,
líderes visionários fundaram muitos ministérios paraeclesiásticos para suprir a
necessidade. A Cruzada Estudantil para Cristo, O Navegadores e a Comunidade
Cristã InterVarsity figuram entre as organizações mais influentes que moldaram
esse movimento. Embora elas fossem mais efetivas nas universidades e nas ba­
ses militares, muitos desses ministérios se moveram na direção do discipulado
de adultos em parceria com as igrejas locais. Os treinadores desse movimento
enfatizavam nos líderes emergentes a prestação de contas, o desenvolvimento
de caráter e as ações práticas no Reino. Nos seus primórdios, com sua ênfase
essencialmente individualista, o movimento ignorou as igrejas locais. A medida
que o amadureceu, porém, passou a colaborar mais com elas.

MOVIMENTO DAS CONFERÊNCIAS E SEMINÁRIOS

Muitos pastores sentem necessidade de treinamento constante para si


próprios e para os membros de suas equipes de liderança. Para suprir essa ne­
cessidade, surgiu um novo especialista: o consultor. Os líderes das igrejas estão
correndo para os seminários, conferências e fóruns de qualidade oferecidos em
geral por igrejas locais que servem de modelo de “melhor qualidade”. O cres­
cente reconhecimento da centralidade da igreja local está afetando diretamente
o treinamento dos líderes eclesiásticos. Agora as igrejas estão ansiosas para se
envolver no desenvolvimento dos seus líderes. O movimento das conferências
mostra a credibilidade dos novos especialistas - consultores experientes que
podem dizer: “Olhem como eu fiz”.

MOVIMENTO DA EDUCAÇÃO POR EXTENSÃO

A Educação Teológica por Extensão - ETE (Theological Education Ex-


tension - TEE) deu um dos primeiros passos na direção do treinamento de líde­
res a distância. A genialidade desse sistema está em oferecer ensino de qualidade
ao aluno, embora o centro do empreendimento continue sendo a instituição. A
Um m ovim ento em ergente 51

HB.r. ~a-chave é extensão; a instituição vai até os indivíduos, embora o treina-


: não seja feito no contexto da vida e ministério da igreja. O ETE represen-
a jtna reavaliação do empreendimento de treinamento de líderes em resposta à
:i-;es5idade de treinar aqueles que não têm acesso fácil ao ensino de qualidade.

TECNOLOGIA

Além desses movimentos, os avanços tecnológicos das últimas déca-


aa_5 tomaram o conhecimento especializado acessível às pessoas em uma es-
• sem precedentes. Universidades e seminários surgiram e têm sobrevivido
ç-ar.demente em resposta a duas necessidades: a necessidade de uma biblioteca
.; ^.tralizada e de uma faculdade. Com o advento da Internet, CDs e DVDs, bem
.: mo a fibra ótica e os satélites, as pessoas têm acesso quase instantâneo a uma
. _antidade de informação muito superior à de uma grande biblioteca. A neces-
- dade real de se ir a uma escola ouvir um especialista dar uma aula praticamen-
:= desapareceu. Além de haver aulas disponíveis on-line, os estudantes podem
nteragir com professores por meio de telefone, videoconferência e e-mail. Os
av anços tecnológicos estão diminuindo nossa dependência de escolas formais
centralizadas e abrindo novas opções descentralizadas na oferta de treinamento
ae qualidade para os líderes eclesiásticos.

TREINAMENTO BASEADO
NA IGREJA

Esta questão de desenvolvimento de líderes pode não ser tão simples


quanto voltarmos à forma como os líderes eram treinados no primeiro século.
Nós jamais devemos endossar um retrocesso anacrônico e simplista aos dias de
Paulo nem devemos ignorar os valores que as escolas e grupos paraeclesiásti-
cos oferecem. Entretanto, quem sabe não estejamos ignorando alguns princípios
simples, mas profundos inerentes à abordagem de treinamento de Jesus e Paulo?
Por que não treinarmos líderes durante o ministério enquanto buscamos cumprir
a grande missão que nos foi dada pelo Filho de Deus? Por que não desenvolver­
mos líderes para as igrejas com ênfase no caráter piedoso, no contexto da comu­
nhão, além da construção de um relacionamento íntimo uns com os outros? Por
52 O Bastão da Liderança

que não meditar com os líderes emergentes sobre suas experiências ministeriais
enquanto promovemos o seu crescimento durante um longo período, preocupa­
dos com a.fidelidade e obediência deles, ao mesmo tempo em que desenvolvem
conhecimento bíblico e habilidades ministeriais?
Um movimento entre igrejas, organizações paraeclesiásticas e até semi­
nários está surgindo para afirmar: “Sim, nós podemos!”. Alguns catalogaram esse
movimento como “treinamento baseado na igreja”. O TBI retoma aos padrões
bíblicos para a formação de líderes, enquanto aproveita os pontos fortes dos mais
importantes modelos históricos e as tendências modernas de treinamento.

Mosteiros Universidades Seminários Emergente

Guardam ds B i b l i o t e c a c o m os Biblioteca
Guardadores
rolos livros exis te ntes , especializada D o m ín io público,
do
Copiam P ro te ç ã o dos Relatórios e In te rn e t,
conhecimento
m an uscritos d o c u m e n to s antigos ou tros m ateriais

Treinadores D o u to re s (P h .D .)
Bons p ro fe ss o re s R eflexivos
de Líderes da Padres, monges especialistas em
inspiradores C o nsultores
Igreja á re a s espec ífic as

Co n he cim en to
C o m u n h ã o , m is sã o ,
Força Com unidade, C o n h e c i m e n t o de especializado e
c a r á t e r , h ab ilid ade,
Espiritualidade toda s as áre as capacita ção
m o d e lo prá tico
pro fissional

Como o modelo monástico, o TBI busca desenvolver a comunhão e a


espiritualidade e um conselheiro espiritual (o pastor) está diretamente envolvido
no processo. Com as universidades, o TBI encara o conhecimento como algo
vital para o desenvolvimento do líder. Em harmonia com os seminários, o TBI
enfatiza o desenvolvimento de habilidades profissionais e conhecimento espe­
cializado para as responsabilidades ministeriais específicas.
Um m ovim ento em ergente S3

Treinamento Baseado na igreja


»avimentn De Valores Básicas
--------------------------------------------------------
Z - j p o s pequenas, D e s e n v o l v im e n t o
C o m u n h ã o in fo rm a l R e l a c i o n a m e n to s vitais
E a s e a d o na cuidado ordenada

I scipulado, A co m p a n h am en to
Indivíduos C o m u n it á r io
E s s e a d a nos ca m p us pessoal

lonferência s,
E v e n t o s lá P r o c e s s o aqui E x p e riê n c ia m in isteria l
E a s e a d o nas eventos

Exte n são,
F o r m a l , è d istância In f o r m a l, p r ó x im o . En s in o de qualidade
E a s e a d o na esco la

O treinamento baseado na igreja se fundamenta nas mais recentes ten­


dências do treinamento. Com o movimento dos grupos pequenos, ele compar­
tilha o valor da comunhão, o compromisso de treinar líderes leigos e um pro­
cesso de desenvolvimento no ministério, bem como a ênfase na construção de
relacionamentos profundos. Ele compartilha com o movimento de discipulado o
processo de acompanhamento, a ênfase no crescimento do caráter, a paixão pela
evangelização e a visão de discipular as nações. Ele compartilha com o movi­
mento de conferências/seminários o valor da experiência ministerial reforçada
pelos consultores como os novos especialistas na formação de líderes eclesiásti­
cos, e com o movimento de educação por extensão o TBI compartilha o desejo
de trazer qualidade educacional aos alunos onde eles estiverem e aproveitando
o tempo que têm disponível.
Há pouco tempo o treinamento de líderes estava se distanciando da
abordagem no ministério e se distanciando da igreja local. Felizmente uma mu­
dança começou a ocorrer. Atualmente o movimento está nos levando de volta
para um processo de formação de líderes semelhante ao estilo do primeiro sé­
culo, mas usando ferramentas do século 21. As igrejas locais estão retomando
ao centro do processo de formação de líderes. Deus parece estar catalisando
um movimento que restaura no treinamento de líderes o modelo de discipulado
centralizado na igreja e no ministério. Nós cremos que o TBI fortalecerá a Igreja
de Cristo porque se baseia em princípios bíblicos, aborda as complexidades do
século 21 e supre as necessidades das igrejas locais de hoje.
54 O Bastão da Liderança

O PODER DO PROCESSO DE FORMAÇ


DE LÍDERES BASEADO NA IGREJA

Eis aqui como definimos o treinamento baseado na igreja:

Desenvolver todos os cristão à maturidade e muitos


deles à lideranças na igreja local, sob a autoridade dos
líderes da igreja local, com outras igrejas, por meio de
uma abordagem de discipulado, no ambiente prático de
trabalho, para a missão dada por Cristo de multiplicar as
igrejas no mundo todo, para a glória de Deus.

Precisamos nos esforçar para levar todos à maturidade e depois, dentre


essas pessoas amadurecidas, desenvolver muitos para a liderança. Vamos deta­
lhar mais a definição acima.

“NA IGREJA ”: O PODER DO CONTEXTO

O treinamento ocorre na vida e no ministério da igreja local, a qual é a


expressão visível do Corpo de Cristo (At 13.1; Ef 1,22s). A igreja é o Corpo de
Cristo, a família de Deus, o templo do Espírito. A Igreja é a esperança do mundo.
Deus está operando hoje de forma direta por intermédio das igrejas.

“SOB A IGREJA”: O PODER DA RESPONSABILIDADE

O treinamento ocorre sob a autoridade dos líderes da igreja local (At


20.25-31; Hb 13.17), que devem prestar contas a Deus pelo treinamento de lí­
deres devotos e pela maturidade dos membros da igreja. Ao treinar líderes na
igreja local, trabalhamos com pessoas que receberam responsabilidade de Deus
em relação àquela igreja ou em relação a um ministério específico dentro dela.
Em Atos 20.28 Paulo disse aos presbíteros da igreja de Éfeso que eles eram res­
ponsáveis pelo rebanho sobre o qual o Espírito Santo os havia colocado como
líderes, responsáveis pela igreja local que o Senhor Jesus Cristo comprara com
seu sangue.
Um m ovim ento em ergente SS

Nas igrejas nas quais servimos, nossos líderes se dão conta de que Deus
:: nsi dera todos nós responsáveis pela forma como estamos aprendendo a melho-
~3J nossos ministérios. Esta prestação de contas direta a Deus dá ao treinamento
ic ideres baseado na igreja uma energia que falta em muitas salas de aula.

“COM OUTRAS IGREJAS”: O PODER DA PARCERIA

As igrejas precisam de autonomia e de interdependência, como no pri-


-.eiro século (At 11.22-24). Raramente uma igreja sozinha tem todos os recur-
X s necessários para o desenvolvimento de líderes, mas nós podemos e devemos
rabalhar juntos - em termos locais e globais - para treinar líderes.

“POR INTERMÉDIO DA IGREJA ”: O PODER


D A COMUNHÃO

O treinamento ocorre por intermédio de uma abordagem informal,


no ambiente ministerial, visando à maturidade e ao treinamento de líderes (At
1 :.25s; 2Tm 2.2). Esse tipo de desenvolvimento de líderes envolve muito mais
do que apenas oferecer cursos. Trata-se de um processo construído no próprio
ambiente da vida e dos ministérios da igreja local. Não é um mini-instituto bíbli­
co que opera com a igreja e se reúne nas classes da Escola Dominical. O desen­
volvimento de pessoas baseado na igreja ocorre na vida real e por meio dela, nas
atividades ministeriais regulares da igreja local. Ele inclui o acompanhamento
pessoal no contexto da comunhão real.

“PARA A IGREJA”: O PODER D A MISSÃO

O treinamento se efetua visando aos perdidos e à multiplicação das igre­


jas locais em todo o mundo (At 13.1-5; 14.21-28). Nós não estamos aprendendo
apenas para adquirir conhecimento - o que só leva ao orgulho e à esterilidade.
Estamos formando líderes a fim de alcançar pessoas para Jesus Cristo em nossas
comunidades e para que haja multiplicação das igrejas em todo o mundo!
56 O Bastão da Liderança

“PARA A GLÓRIA DE DEUS”: O PODER


DA AD O RAÇÃO

Em última instância, o nosso alvo é desenvolver pessoas com o pro­


pósito de glorificar a Deus o Pai, Filho e Espírito Santo (Rm 15.5s; 2Ts 1.11 s).
Quando você serve o Deus Todo-poderoso, isso muda a sua perspectiva. Nós
devemos treinar líderes não somente porque esta é uma forma efetiva de condu­
zir nossos ministérios, ou mesmo porque é a coisa certa a se fazer, mas porque
desejamos honrar e glorificar o nosso Deus.

NADA PODE PARAR


ESTE MOVIMENTO!

Jeff: Logo após a queda do comunismo na União Soviética, eu estava


conversando sobre treinamento baseado na igreja com um homem conhecido
pelo apelido carinhoso de “Duke”, que na época era o líder da União Batista da
Ucrânia. Ele era um verdadeiro líder, tendo suportado perseguição e até prisão
na época do comunismo. Quando o conheci, diabetes e outras enfermidades con­
traídas nos campos de trabalhos forçados deixaram-no fisicamente debilitado,
mas mesmo assim ele irradiava muito dinamismo espiritual e muita vitalidade.
Depois de me ouvir durante um tempo, subitamente ele ficou muito
animado quando percebeu que eu não falava sobre missionários chegando para
ensinar em suas igrejas, mas sobre a implantação do processo de treinamento de
líderes nas próprias igrejas. Eu estava sugerindo que a própria igreja se tomasse
o solo no qual os líderes floresceriam de forma intencional, mas ao mesmo tem­
po natural. Ele se debmçou sobre a sua mesa e exclamou: “Nada pode parar este
movimento. Se você realmente entregar o desenvolvimento de líderes nas mãos
das igrejas, então nada poderá parar este movimento. Nós poderemos treinar
todos os líderes na Ucrânia. O que poderia nos impedir de fazer isso?”
O Duke tinha razão. A resposta para a carência de líderes que vemos em
todo o mundo é recolocar a igreja como centro do treinamento. Essa sempre foi
a estratégia de Deus. Quando a igreja estiver cumprindo sua missão de formar
líderes para a colheita, nada poderá pará-la!
Um m ovim ento em ergente 57

P ara Considerar e D ebater

1. O que caracterizava o treinamento de líderes no Novo Testamento?

2. Que lições você pode extrair da breve revisão feita neste capítulo do
desenvolvimento de líderes através da História?

3. Como você pessoalmente tem estado envolvido em algumas das atu­


ais tendências e movimentos de treinamento? Que pontos positivos e
que pontos negativos você tem observado?

4. Como o desenvolvimento de líderes baseado na igreja se adapta a


essas tendências?

5. Como você definiria o treinamento baseado na igreja? Comente a de­


finição apresentada neste capítulo. Que pontos são mais claros para
você? Quais não são claros?

6. Pense em algumas maneiras como o treinamento baseado na igreja


pode trazer benefícios para a sua igreja

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